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Comparação do desempenho físico e técnico dos atletas da seleção brasileira de luta greco-romana após 20 semanas de treinamento no período preparatório  

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Academic year: 2021

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FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA

TIAGO NUNES DE AQUINO

COMPARAÇÃO DO DESEMPENHO FÍSICO E TÉCNICO DE

ATLETAS DA SELEÇÃO BRASILEIRA DE LUTA GRECO-ROMANA

APÓS 20 SEMANAS DE TREINAMENTO NO PERÍODO

PREPARATÓRIO

Campinas, 2019

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COMPARAÇÃO DO DESEMPENHO FÍSICO E TÉCNICO DE

ATLETAS DA SELEÇÃO BRASILEIRA DE LUTA GRECO-ROMANA

APÓS 20 SEMANAS DE TREINAMENTO NO PERÍODO

PREPARATÓRIO

Dissertação apresentada à Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual de Campinas como parte dos requisitos exigidos para a obtenção do título de Mestre em Educação Física, na Área de Biodinâmica do Movimento e Esporte.

SUPERVISOR/ORIENTADOR: JOÃO PAULO BORIN

ESTE TRABALHO CORRESPONDE À VERSÃO FINAL DISSERTAÇÃO DEFENDIDA PELO

ALUNO TIAGO NUNES DE AQUINO, E ORIENTADA

PELO PROF. DR JOÃO PAULO BORIN.

Campinas, 2019

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Dulce Inês Leocádio - CRB 8/4991

Aquino, Tiago Nunes,

Aq56d AquComparação do desempenho físico e técnico dos atletas da seleção brasileira de luta greco-romana após 20 semanas de treinamento no período preparatório / Tiago Nunes de Aquino. – Campinas, SP : [s.n.], 2019.

AquOrientador: João Paulo Borin.

AquDissertação (mestrado) – Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação Física.

Aqu1. Periodização do treinamento. 2. Luta(Esporte). 3. Capacidades motoras. I. Borin, João Paulo. II. Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Educação Física. III. Título.

Informações para Biblioteca Digital

Título em outro idioma: Comparison of physical and technical performance of Brazilian Greco-Roman wrestlers after 20 weeks of training in the preparatory period

Palavras-chave em inglês: Training periodization Fight(Sport)

Motor capacity

Área de concentração: Biodinâmica do Movimento e Esporte Titulação: Mestre em Educação Física

Banca examinadora:

João Paulo Borin [Orientador] Antonio Carlos Gomes

Orival Andries Júnior

Data de defesa: 24-06-2019

Programa de Pós-Graduação: Educação Física Identificação e informações acadêmicas do(a) aluno(a)

- ORCID do autor: https://orcid.org/0000-0001-5837-0301 - Currículo Lattes do autor: http://lattes.cnpq.br/8112080635457202

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A Ata da defesa com as respectivas assinaturas dos membros encontra-se no SIGA/Sistema de Fluxo de Dissertação/Tese e na Secretaria da Unidade.

Prof. Dr. João Paulo Borin Presidente da Comissão Julgadora

Orientador

Prof. Dr. Antonio Carlos Gomes

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Agradeço a Deus pela minha vida e por ter colocado nela pessoas especiais que estiveram ao meu lado nessa caminhada; a meu orientador, Prof. Dr. João Paulo Borin, pela confiança, incentivo, amizade e todo apoio no desenvolvimento dessa dissertação;

Ao Prof. Dr. Antônio Carlos Gomes por sempre ter me incentivado, ao longo de minha trajetória, a seguir sempre em frente;

Aos meus pais, Paulo e Rogéria, que sempre me apoiaram nos momentos mais difíceis, me alertando sobre determinadas situações e me dando conselhos;

A minha esposa Natália, pela compreensão nos momentos mais difíceis de ausência, sempre me encorajando, acreditando em meus sonhos e por me suportar. Sem seu apoio esse trabalho não seria possível de ser realizado;

A Confederação Brasileira de Wrestling pela oportunidade oferecida para o desenvolvimento deste trabalho, pela consideração e respeito demonstrada durante sua execução;

Aos Professores Angel Adalma e Armando González pelo conhecimento fornecido para o aperfeiçoamento deste trabalho;

Ao Prof. Dr. Júlio Gavião pelo apoio e companheirismo na implantação da modalidade Wrestling nos projetos de extensão e nas aulas de graduação;

Aos companheiros do Grupo Teoria e Metodologia do Treinamento Desportivo pelas contribuições no desenvolvimento deste trabalho;

Aos amigos do CEFIT cursos por terem sido o ponto de partida para a caminhada em busca do conhecimento científico;

Aos amigos, Felipe Macedo, Flávio Cabral e Fernando Araújo pelo incentivo e apoio nos momentos mais difíceis dessa caminhada.

A todos os funcionários da Faculdade de Educação Física da Universidade de Campinas, pelos serviços prestados e pelo comprometimento;

Muito do redigido aqui surgiu e foi possível graças as conversas com as pessoas aqui mencionadas. Outras foram frutos de pesquisas, documentos e textos estudados e citados. Os acertos dessa dissertação compartilho com aqueles que agradeço aqui e também com aqueles que me ajudaram indiretamente.

O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001.

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RESUMO

O objetivo deste estudo foi comparar o desempenho físico e técnico de lutadores de lutagreco-romana da seleção brasileira no início e no final de 20 semanas, de acordo com o conteúdo de treinamento. Participaram da pesquisa sete atletas da seleção brasileirade lutagreco-romana. Para avaliar os dados e a estatística, foi utilizado Teste t de Student, com p ≤0,05. Após a coleta dos dados foram analisados, no âmbito descritivo, por meio de média e desvio padrão e a seguir um plano inferencial. Após identificar a normalidade dos dados (Shapiro Wilks). Foi utilizado o Test t e Student para a comparação das variáveis segundo momento avaliado, considerando nível de significância de 5%. Os principais resultados apontam para aumento no desempenho de 29,2% na força máxima de membros superiores; 23,2% na força máxima de membros inferiores; 26,1% na resistência anaeróbia de membros superiores; 34,4% na força explosiva de membros superiores e 15,5% na força explosiva de membros inferiores; diminuição de 50% na técnica efetiva em pé e 42% na técnica efetiva total. Conclui-se que houve adaptações positivas nas capacidades biomotoras gerais e negativas no desempenho técnico dos atletas após o conteúdo de treinamento proposto na preparação.

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The objective of this study was to compare the physical and technical performance of Greco Roman wrestlers of the Brazilian team at the beginning and at the end of 20 weeks, according to the training content. Participated in the research seven athletes of the Brazilian team of Greco Roman fight. Student t test was used to evaluate the data and the statistic, with p ≤ 0.05. After the data collection were analyzed, in the descriptive scope, by mean and standard deviation and then an inferential plane. After identifying the normality of the data (Shapiro Wilks), Student's t test was used to compare the variables according to the evaluated moment, considering a significance level of 5%. The main results point to an increase in the performance of 29,2% in the maximum strength of upper limbs; 23.2% in maximal limb force; 26.1% in anaerobic resistance of upper limbs; 34.4% in explosive strength of upper limbs and 15.5% in explosive strength of lower limbs; 50% decrease in the standing technique and 42% in the total effective technique. It was concluded that there were positive adaptations in the general and negative biomotor capacities in the technical performance of the athletes after the training content proposed in the preparation.

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Figura 1 – Distribuição do volume de treinamento dos tipos e exercícios segundo semanas de treinamento. ... 38

Figura 2 – Percentual dos tipos de exercícios segundo semanas de treinamento. ... 38

Figura 3 – Distribuição do volume de treinamento das capacidades biomotoras treinadas segundo semanas de treinamento. ... 39

Figura 4 – Distribuição e percentual do volume de treinamento das capacidades biomotoras treinadas segundo semanas de treinamento. ... 40

Figura 5 – Percentual do volume total das capacidades biomotoras treinadas durante as 20 semanas de preparação. ... 40

Figura 6 – Dinâmica das cargas semanais e relação entre as variáveis de volume, intensidade e carga média: (a) strain e carga total (b) e monotonia e carga total (c) durante o período de preparação. ... 43

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Tabela 1 – Distribuição do volume de treinamento (em minutos) das variáveis estudadas segundo semanas de treinamento. ... 37

Tabela 2 – Distribuição do volume de treinamento (em minutos) das variáveis estudadas segundo 20 semanas de preparação. ... 42

Tabela 3 – Média, desvio padrão e resultado do teste estatístico das diferentes capacidades biomotoras segundo o momento avaliado. ... 45

Tabela 4 – Média, desvio padrão e resultados dos testes estatístico da equipe, dos diferentes componentes da efetividade, de acordo com o momento avaliado. ... 45

Tabela 5 – Planejamento dos exercícios do treinamento semanal – Microciclo 1 (19 a 23 dezembro de 2016). ... 57

Tabela 6 – Distribuição do volume de treinamento (em minutos) das variáveis estudadas de acordo com os dias de treinamento... 59

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FILA Federação Internacional das Lutas Amadoras

UWW United World Wrestling

VO2máx Volume de oxigênio máximo

ATP-CP Adenosina Trifosfato-Fosfocreatina

RM Repetiçãomáxima

ACSM American College of Sports Medicine

SHP Salto horizontal saindo parado

CBW Confederação Brasileira de Wrestling

D.P. Desvio padrão

PSE Percepção subjetiva de esforço

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1. INTRODUÇÃO ... 13 1.1. OBJETIVOS ... 15 1.1.1. Objetivo Geral ... 15 1.1.2. Objetivos Específicos ... 15 2. REVISÃO DE LITERATURA ... 16 2.1. REGRAS ... 17 2.2. COMPONENTES DA PREPARAÇÃO ... 20 2.2.1. Capacidades Biomotoras ... 26 2.2.1.1. Força ... 26 2.2.1.2. Velocidade ... 27 2.2.1.3. Resistência aeróbia ... 28 2.2.1.4. Técnica... 28 2.3. OBJETIVO DO TREINAMENTO ... 29

2.4. TREINAMENTO TÉCNICO E TÁTICO ... 29

2.5. TREINAMENTO FÍSICO ... 30

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA ... 32

3.1. TIPO DA PESQUISA ... 32

3.2. PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO DAS CAPACIDADES BIOMOTORAS ... 32

3.3. CLASSIFICAÇÃO DO CONTEÚDO DE TREINAMENTO ... 35

3.4. PROCEDIMENTOS ESTATÍSTICOS ... 44 4. RESULTADOS ... 45 5. DISCUSSÃO ... 46 6. CONCLUSÃO ... 49 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 50 8. REFERÊNCIAS ... 51 9. APÊNDICES ... 56 10. ANEXOS ... 60

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1. INTRODUÇÃO

A palavra Wrestling significa lutando, e é desta maneira que este esporte é conhecido mundialmente (HORSWILL, 1992). A United World Wrestling (UWW) é a entidade internacional responsável pela prática das lutas esportivas. Fundada em 1912 como Federação Internacional das Lutas Amadoras (FILA), mudou de nome em 2014, no seguimento de medidas extraordinárias, para evitar que as lutas saíssem do programa dos Jogos Olímpicos de Tóquio a ser realizado no ano de 2020.

No Brasil foi popularizada como luta greco-romana. Entretanto, a luta greco-romana, na verdade, é um dos estilos praticados dentro do Wrestling, que possui também o estilo livre. A diferençaé que no primeiro são permitidosataquesapenasda cintura para cima, e no segundo, no corpo inteiro. Basicamente, a luta tem como objetivo derrubar seu adversário sem o uso de socos, chutes ou golpes traumáticos, e imobilizá-lo com as costas no solo (PETROV, 1996).

Na luta greco-romana, força, velocidade de movimento, e resistência são necessárias para a realização das técnicas e para tolerância à fadiga por ataque e defesa durante o confronto, e devem ser consideradas no planejamento do programa de treinamento (YARUSOV, 2013; MIRZAEI et al., 2017). Em uma luta com duração regular de dois tempos de três minutos, com intervalo de 30 segundos, o equilíbrio entre as variáveis solicitadas na preparação do atleta de luta greco-romana é extremamente importante para o desempenho do lutador, devido à dinâmica que é exigida, pois a relação entre tais aspectos torna-se determinante no nível de rendimento competitivo (KRAEMER, 2004; MIRZAEI et al.,2011; FRANCHINI et al., 2015; MIARKA, 2016).

Deste modo, estruturar e planejar o treinamento de maneira integrada nos aspectos físicos, técnicos e táticos em distribuições de estímulos adequados para cada período do calendário esportivo, mensurando carga de treino (intensidade, volume e densidade) e respeitando a especificidade e variabilidade da luta greco-romanaéuma questão complexa a ser resolvida pelos treinadores dessa modalidade (KRAEMER e VESCOVI, 2004; TIAN, 2013).

Nesse sentido, um estudo realizado por Dokmanac et al.(2016) teve como objetivo demonstrar o efeito negativo do conteúdo de treinamento sobre a execução das técnicas no estilo greco-romano. Diante dessa realidade competitiva,Miarka(2016) mostra que deve ficar claro que o desempenho do lutador de greco-romana dependeda capacidade de suportar todo o tempo de combate, executar ações de alta intensidade em diferentes situações de luta, que na

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maioria das vezes exigem manifestações dos componentes de força e velocidade, além da associação da resistência que contribui para maior eficiência na recuperação entre os estímulos.

Particularmente quanto ao treinamento, o volume e a intensidade são determinantes no entendimento da carga de treinamento. Esta, por sua vez, pode ser subdividida em carga externa, entendida como o processo de treinamento prescrito pelos membros da comissão técnica, sendo expressa em unidade de tempo, segundo a duração da sessão (IMPELLIZZERI et al., 2004); e carga interna, que consiste no efeito que a carga externa propicia sobre o organismo, causado pelo estímulo do treinamento que gera a adaptação, relacionado ao estresse imposto aos atletas (GOMES, 2009; BRINK et al., 2010; BORIN et al., 2011).

Destaca-se ainda na carga interna que as adaptações ocorridas no organismo dos atletas dependem da sua intensidade e magnitude, buscando garantir que o indivíduo melhore o seu desempenho. Sob o ponto de vista do aspecto físico, grande parte dos estudos realizados tem investigado alguns indicadores e variáveis com o intuito de proporcionar dados científicos que possam direcionar o processo de treinamento, bem como, monitorar e controlar o desempenho do atleta ao longo das competições e da carreira desportiva (GOMES, 2002; PLATONOV, 2004; TIAN et al. 2015).

Nesse sentido, alguns fatores parecem influenciar decisivamente nesses valores, como o nível competitivo do adversário, nível de fadiga, número de lutas realizadas no campeonato, entre outros. Sendo assim, é fundamental que a carga de treinamento seja combinada com uma recuperação suficiente, a fim de garantir a melhora do desempenho (SMITH, 2000; GOMES, 2002; DEL VECCHIO et al., 2007; LÓPEZ-GULLÓN et al., 2011).

Por outro lado, o aumento da intensidade e volume do treinamento de maneira contínua, com períodos de recuperação limitados ou inexistentes, pode levar à instalação de um processo de fadiga crônica, decorrente de uma forma mais severa de trauma tecidual, capaz de acarretar consequências negativas não só no desempenho, mas também em variáveis fisiológicas, psicológicas, bioquímicas e imunológicas (SMITH, 2004). Contudo, o lutador deve ser capaz de suportar a realização de outras atividades, como giro, contatos físicos, e também das ações técnicas específicas da modalidade, como golpes específicos, imobilizações, entre outros.

Os programas de treinamento nas lutas variam de acordo com a fase ou o planejamento anual (GOMES, 2002). Frequentemente, o período preparatório é considerado como o de maior volume de carga de treinamento, visto que os atletas chegam a treinar de uma a duas sessões por dia, com frequência de cinco vezes por semana (IMPELLIZZERI et

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al., 2006). Sendo considerado como o período em que os atletas estão mais vulneráveis à sobrecarga excessiva decorrente da combinação de volume e intensidade altos, associados ao conteúdo de treinamento e baixo tempo de recuperação(TIAN, 2013; TIAN et al., 2015). Já no período competitivo ocorre comportamento contrário, com adaptações específicas à modalidade treinada devido às exigências competitivas(KARIMI et al., 2013).

A Seleção Brasileira de Luta Greco-romana necessitou de uma metodologia para quantificar a prescrição do conteúdo de treinamento e mensurar o desenvolvimento do desempenho físico e técnico de seus atletas durante a preparação para o Campeonato Pan-americano de 2017.

Sendo assim, o presente estudo buscoucomparar o desempenho físico e técnicodos lutadores degreco-romana da seleção brasileira e no início e no final de 20 semanasda preparaçãopara o campeonato pan-americano de 2017, despertando o interesse por essa investigação.

1.1. OBJETIVOS

1.1.1. Objetivo Geral

Comparar o desempenho físico e técnico de lutadores de greco-romana da seleção brasileira no início e ao final de 20 semanas de preparação, de acordo com o conteúdo de treinamento, para o Campeonato Pan-americano de 2017.

1.1.2. Objetivos Específicos

• Comparar no início e final de 20 semanas o desempenho das capacidades biomotoras de resistência aeróbia, força máxima de membros superiores e inferiores, resistência de força de membros superiores, força explosiva de membros superiores e inferiores, velocidade de movimento e técnica.

• Analisar o desempenho da efetividade técnicadas ações motoras realizadas pela equipe em duas competições realizadas antes da preparação e durante o Campeonato Pan-americanode 2017.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

A criação da luta olímpica ocorreu no final do século XIX, quando na França foram sistematizadas as regras de várias lutas existentes na Europa naquela época. A nova modalidade foi batizada de luta greco-romana, sendo a primeira a integrar o programa dos Jogos Olímpicosrealizados em Atenas, na Grécia, nos primeiros Jogos da Era Moderna, em 1896. O estilo livre só surgiria posteriormente, no início do século XX, em virtude das divergências a respeito das regras. A principal diferença entre ambos é que o estilo greco-romano só permite golpes acima da linha da cintura, enquanto que no estilo livre podem-se aplicar golpes nas pernas e pés também. Um fato interessante é que, diferentemente das lutas orientais, a luta olímpica não gradua os praticantes e, portanto, não segue qualquer critério de faixas (PETROV, 1996; BORBA, 2013).

Por outro lado, na caracterização das ações técnicas da luta greco-romana, houve uma evolução (técnica) muito marcante que levou a uma diferenciação de estilos de ataque e defesa. Numa fase inicial, havia aqueles que preferiam o uso de técnicas recorrendo mais à ação de braços e de tronco e outros que preferiam o uso de pernas em conjunto com ações de braços. Mais tarde, essa diferença tornou-se tão evidente que deu origem a duas especialidades de luta no quadro de competição, resultando assim a luta livre olímpica, onde é permitido agarrar as pernas do adversário e empregar ativamente as pernas na execução de todas as ações e a luta greco-romana, na qual não são permitidas ações ofensivas abaixo da cintura, bem como, a utilização ativa das pernas na execução das técnicas (CORNEANU et al., 1986).

O Wrestling atualmente é dividido em três estilos: greco-romano, livre masculino e luta feminina. Os três estão presentes no cronograma olímpico, com seis categorias de peso cada. No total foram distribuídas 72 medalhas na edição dos Jogos Olímpicos Rio 2016. Cada estilo possui ainda duas categorias não olímpicas.

O objetivo é comum aos três estilos, imobilizar o oponente com as costas para o solo, o chamado encostamento. Esta ação encerra imediatamente a luta. Outras palavras como touché e pin também são utilizadas para denominar o golpe. Caso nenhum dos dois atletas consiga executar o golpe que encerra a luta, a decisão será feita de acordo com a pontuação acumulada ao longo dos dois rounds de três minutos.

Se um dos adversários conseguir abrir uma margem de oito pontos durante a luta, ele é considerado vencedor por superioridade técnica. As categorias olímpicas são 59 kg, 66 kg, 75 kg, 85 kg, 98 kg e 130 kg. As categorias não olímpicas são 71 kg e 80 kg.

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2.1. REGRAS

A luta olímpica é disputada em um tapete de lutas de 12 x 12 metros. Nele estão marcados:

1. Área ou círculo central – Área destinada ao início e reinício do combate.

2. Área de combate – Local onde ocorre o combate, e onde todos os pontos são assinalados.

3. Área de passividade – Esta área marca o limite da área de combate, todos os pontos que acontecem nesta área são computados.

4. Área de Proteção – Esta área marca a zona de proteção, nesta área somente são computadas as ações que se iniciam dentro da área de combate e terminam na zona de proteção, porém nenhuma ação que se inicie nesta área é validada.

5. Área técnica – Este setor do tapete de luta é destinado ao treinador do atleta com a vestimenta de acordo com a cor da área.

Os atletas utilizam como uniforme uma malha obrigatoriamente azul ou vermelha e uma sapatilha. As lutas são disputadas em dois rounds de três minutos com intervalo de 30 segundos entre eles. Os pontos conquistados pelo atleta são cumulativos.

É permitido que os lutadores bebam água no corner e recebam instruções do treinador, e de um segundo auxiliar, nos intervalos dos rounds. Não é permitido que os treinadores façam uso de toalhas molhadas para refrescar o atleta.

Apenas um golpe é capaz de finalizar a luta em qualquer momento do combate, o encostamento. Também conhecido como pin ou touché, o golpe consiste em dominar o oponente de costas para o solo. Caso não aconteça, o vencedor é decretado conforme a pontuação durante a luta.

Se um dos atletas obtiver um placar com diferença de oito pontos, por exemplo 8 a 0, 9 a 1 ou 10 a 2 sobre o oponente, é decretado fim do combate.

• Desafio (Challenge)

É o momento em que o corner dos atletas discorda da pontuação aferida pelos árbitros. É arremessado um pequeno cubo (brick) na área de lutas pelo técnico. Nesse instante, a luta é interrompida e o recurso de vídeo é exibido com o momento contestado. Caso o árbitro não altere a decisão, o atleta perde a opção do desafio e o oponente recebe um ponto.

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Um Ponto:

Ao lutador cujo adversário pise com todo o pé fora da área de combate (Zona de proteção na posição de Luta em pé).

Para o defensor que não sofreu pontos durante os 30 segundos de penalização no estilo livre.

Ao lutador cuja ação é impedida por seu adversário com uma pegada ilegal, mas que na sequência consiga realizar a ação (ponto de bonificação).

Ao lutador atacante cujo adversário foge do contato da luta, do tapete, se nega a voltar ao combate, comete ações ilegais e atos de brutalidade.

Ao lutador cujo oponente tenha sofrido a terceira penalização no estilo greco-romano. Todas as interrupções de combate por parte do atleta sem que tenha sangramento ou lesão visível são penalizadas com um ponto para o oponente.

Para o lutador que o oponente tenha solicitado o desafio (Challenge). E a decisão final dos árbitros não sofra alteração.

Ao lutador cujo oponente se negue a realizar a pegada ou cometa penalidade na posição de penalização da luta greco-romana depois da primeira advertência do árbitro.

Dois Pontos:

Ao lutador que realize uma pegada correta na posição de quatro pontos e coloque o oponente em posição de perigo de encostamento ou toque instantâneo.

Ao lutador atacante cujo oponente rode sobre seus ombros

Ao lutador atacante cujo oponente fuja da pegada saindo do tapete na posição de perigo de encostamento. “Neste caso, ainda é aplicada uma penalização para o atleta faltoso”

Ao lutador que leva o oponente ao solo passando para as costas, controlando-o com pelo menos três pontos de apoios tocando o solo.

Ao lutador que aplique uma projeção saindo da posição de luta em pé para o solo e seu oponente caia na posição de quatro pontos e não na posição de perigo.

Ao lutador que se sobreponha, derrube e controle o oponente passando para as costas do mesmo.

Ao lutador que bloqueia o adversário sobre um ou dois braços estendidos com as costas expostas ao tapete.

Ao lutador atacante cujo oponente se recuse a colocar-se corretamente na posição de quatro pontos na luta greco-romana depois da primeira advertência.

Ao lutador atacado cujo atacante cai em posição de toque instantâneo e rode sobre os seus ombros ao realizar a ação.

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Ao lutador que bloqueia o adversário quando este realizar uma ação na luta em pé e terminar na posição de perigo de encostamento.

Quatro Pontos:

Ao lutador que realize uma ação estando em pé na qual coloque o oponente em posição de perigo após uma projeção direta com pequena amplitude.

Por qualquer ação realizada, levantando o lutador do tapete por uma pequena amplitude quando um dos joelhos do lutador atacante esteja tocando o solo.

Ao lutador que realize uma ação de grande amplitude que não coloque o adversário em uma posição de perigo de encostamento em uma ação direta.

Nota: Se ao sofrer uma pegada o lutador atacado mantém contato com o tapete com uma de suas mãos e imediatamente é colocado em uma posição de perigo, o lutador atacante receberá três pontos.

Cinco Pontos:

Todas as ações de grande “amplitude” realizadas, onde os lutadores estejamem pé e o lutador atacante coloque o oponente em uma posição de perigo direta e imediata.

A ação realizada por um lutador na posição de quatro pontos que levanta completamente o oponente do tapete para realizar uma projeção de grande “amplitude”, na qual coloca o adversário em uma posição de perigo direta e imediata.

• Passividade

Primeira passividade: na primeira passividade, é apenas verbal e não se faz necessário paralisar o combate.

Segunda passividade: na segunda chamada, o árbitro deverá interromper o combate e assinalar uma penalização ao atleta passivo e perguntar ao oponente onde deseja reiniciar o combate, se de pé ou no solo.

Terceira passividade: o árbitro deverá interromper o combate e assinalar e conceder um ponto ao adversário. O oponente possui ainda o direito de escolher a posição em que o combate será reiniciado.

Quarta passividade: acarreta na desclassificação do atleta.

• “Flee The Fight”(Fugir do Combate)

É quando o atleta evita a luta claramente andando para trás, evitando a aproximação do adversário. O atleta é punido com um ponto.

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2.2. COMPONENTES DA PREPARAÇÃO

Atualmente, em quase todas as modalidades, divide-se o ano de treinamento em vários períodos e etapas com a finalidade de alcançar o alto rendimento por meio da preparação sistemática (GOMES 2002).

Segundo Selye (1936), o conceito fundamental da preparação sistemática é fundamentado na síndrome de adaptação geral, a qualpropõe que a adaptação do organismo passa por três fases quando recebe o estímulo oferecido pelo treinamento físico (MATVEEV, 1996). A primeira fase é conhecida como alarme, quando o corpo enfrenta um estímulo. A segunda fase é a adaptação ao estímulo, emque o corpo busca resistir a este estímulo e treinamento. A terceira fase é caracterizada pela exaustão, em que o corpo se adaptou ao novo estímulo e o desempenho pode diminuir pelo excesso de treino (FLECK & KRAEMER, 1999). Neste contexto, a proporcionalidade direta entre rendimento e os componentes das cargas de treinamento comuns: volume, intensidade e densidade, além de inferências quanto à importância da frequência dos exercícios, conteúdo aplicado situam se como importantes no contexto esportivo.

De fato, o volume possui caráter quantitativo e é essencial para atingir elevados resultados da técnica, a competência tática e a excelência física (BOMPA, 2002; FORTEZA de La ROSA, 2004). É composto pelas seguintes partes em uma sessão e treinamento: a distância percorrida por unidade de tempo, quantidade de repetições para determinado exercício, a duração de determinada carga entre outros(FORTEZA de La ROSA, 2009).

Bompa (2002) considera que existe uma relação direta entre o nível de desempenho do atleta e seu volume de treinamento, discriminando inclusive atletas de diferentes patamares: Atletas campeões olímpicos e mundiais: 1000 horas/ano. Atletas de nível internacional: 800 horas/ano. Atletas de nível nacional: 600 horas/ano. Atletas de nível estadual/regional: 400 horas/ano. No entanto, o volume é muito importante nas primeiras etapas na vida desportiva do atleta, e o seu aumento está correlacionado com a melhora de desempenho (GOMES, 2009).

Quanto à intensidade, possui caráter qualitativo e relaciona-se diretamente com o nível do desportista e com o período da temporada em que ele se encontra (WEINECK, 1989; GOMES, 2009). Intensidade é a função da força dos estímulos manifestada pelos atletas nos momentos de esforços (WERNECK, 1999), a qual depende da carga, da duração do exercício, da velocidade de execução e das pausas de recuperação (GOMES, 2009).

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Os critérios de determinação de intensidade variam de acordo com as especificidades das diferentes modalidades desportivas, usando-se parâmetros relativos para determinar a intensidade das sessões de treinamento (FORTEZA de La ROSA, 2009; GOMES, 2009). Nos exercícios de velocidade e força, usa-se, habitualmente, um percentual estipulado do melhor rendimento do atleta (100%) para as determinações e prescrições das cargas de treino. Nesses casos, a intensidade é medida, respectivamente, em metros por segundo, quilômetros por hora ou quantidade de minutos para a realização do movimento e em quilogramas ou número máximo de repetições (FORTEZA de La ROSA, 2009). Critérios fisiológicos também podem ser empregados para determinação da intensidade da carga: frequência cardíaca, VO2 máx e teor de lactato sanguíneo (GOMES, 2009).

Na luta greco-romana, assim como em outras atividades intermitentes, o controle de intensidade da carga é complexo, devido aos diferentes exercícios utilizados na preparação de lutadores (VIVEIROS et al., 2011). Gomes (2009) considera que o controle de intensidade da carga deve ocorrer pelo monitoramento da frequência cardíaca, concentração de lactato, número de ações determinadas em uma unidade de tempo, entre outras. Atualmente, uma forma de monitorar a intensidade de treinamento em esportes de combate tem sido a percepção subjetiva de esforço (IMAMURA et al.,1997; AMTMANN et al., 2008), por meio da escala CR10 (BORG, 1982; FOSTER et al., 2001). Esse método tem se mostrado eficiente, também, para avaliar a concordância entre a carga prescrita pelo técnico e/ou preparador físico e a carga vivenciada pelo atleta (FOSTER, 1998, FOSTER et al., 2001; VIVEIROS et al., 2011).

Existe uma relação ótima de aplicação do volume e da intensidade em uma programação de treinamento, para que a carga seja ideal de acordo com o momento de preparação. Em regra, toda vez que existe o aumento de intensidade reduz-se o volume de treinamento, caracterizando uma interdependência entre volume e intensidade (OLIVEIRA, 2008). É comum que o volume de treino seja mais alto no início do período preparatório e diminua à medida que o período competitivo se aproxima. Com o aumento da intensidade, a dinâmica tende a ser inversa.

Em relação à densidade, que se refereàs fases de esforço e de recuperação, expressa em tempo, durante uma unidade de trabalho. Esse componente garante estímulos e pausas corretas, evitando que o atleta atinja estado de fadiga total ou crítica, garantindo eficiência ao treinamento (BARBANTI, 2007; FORTEZA de La ROSA, 2009).

As pausas entre os estímulos podem ser completas (permitem minimizar o cansaço) ou incompletas (induzem os processos de adaptação) e feitas de maneira passiva ou ativa, essa

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última muito eficiente nos casos de grande solicitação do metabolismo anaeróbio lático, como é o caso do judô (GOMES, 2009). Estudos específicos mostram que a recuperação ativa, no judô, tem se mostrado mais eficiente do que a passiva (FRANCHINI, 2001; FRANCHINI et al., 2003; BORIN et al., 2007).

Os intervalos de recuperação devem ser planejados de acordo com a intensidade e o volume de cada esforço, bem como, devem ser relacionados com diversos fatores, a saber: nível esportivo, especificidades de cada esporte, individualidade biológica e período da temporada em que se encontra o atleta (GOMES, 2009; FORTEZA de La ROSA, 2009).

A recuperação ocorre em fases, começando imediatamente após o estímulo empregado (recuperação imediata), desencadeando processos recuperativos que, principalmente, restituem o débito de O2 e eliminam os metabólitos acumulados dos processos anaeróbios, ocasionados durante a execução dos exercícios. A segunda fase (recuperação lenta) diz respeito às restaurações dos componentes plásticos celulares e da regeneração do equilíbrio iônico e endócrino, podendo levar muitas horas, dependendo da magnitude do estímulo empregado.

Nesse período de recuperação é que ocorre o regresso à normalidade das reservas energéticas e a síntese proteica é estimulada para auxiliar na reconstrução das estruturas destruídas pelo trabalho (GOMES, 2009). As reservas de creatina fosfato e O2 são as que mais rápido se refazem, seguidas das reservas de glicogênio muscular e hepático. As reservas de gordura e as estruturas de proteína destruídas durante o esforço são as últimas a se recomporem (VOLKOV, 1989). Após a recuperação completa, pode haver superação das reservas energéticas iniciais e melhorias estruturais e funcionais do atleta, indicando supercompensação (VERKHOSHANSKY, 2001).

O mecanismo exposto nos leva a entender a importância da conexão entre volume, intensidade e densidade. Manipular qualquer uma dessas variáveis influencia diretamente nas outras e na demanda enfrentada pelo atleta em treinamento, alterando suas respostas, recuperação e seu consequente desempenho. São componentes de carga complementar e indissociáveis (BOMPA, 2002).

Para Verkhoshanski (2001) e Gomes (2009), dois parâmetros determinam o conteúdo da carga: Nível de especificidade: o quanto os exercícios propostos são similares aos exercícios de competição. Essa característica permite o enquadramento das cargas de trabalho em dois blocos: preparação geral e preparação especial. Potencial de treinamento: refere-se ao quanto a carga estimula a condição do atleta. O lastro de treinamento e o aumento do rendimento diminuem esse potencial, surgindo à variação dos exercícios e estímulos e

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aumento da intensidade como formas de alcançar avanços em seu rendimento. A sequência de incremento dos estímulos deve preconizar que os exercícios utilizados a priori estimulem condições favoráveis àqueles que serão implementados posteriormente (VIRU, 1995).

A preparação desportiva envolve grande complexidade pelo desenvolvimento simultâneo de diversas capacidades motoras, desenvolvimento e aperfeiçoamento técnico e tático e o consequente planejamento dessas variáveis durante a vida competitiva do atleta. Cargas heterogêneas promovem diferentes influências que serão refletidas no organismo do desportista e terão níveis de manifestações diversificadas, alterando muitos aspectos relativos ao treinamento (GOMES, 2009; FRANCHINI et al., 2015).

Neste sentido, para coerente programação do treinamento, é primordial ter clara noção da aplicação e correlação de cargas de variadas orientações funcionais, conhecendo suas influências e também o ritmo de evolução de seus respectivos índices (FORTEZA de La ROSA, 2009). Entretanto, esse ainda é o grande problema científico do treinamento desportivo, pois a literatura é escassa e contraditória com relação à duração ótima das cargas dirigidas a diferentes orientações funcionais (FORTEZA de La ROSA, 2006), fazendo que a preocupação com as respostas individualizadas, diante dos estímulos e orientações propostos, seja pressuposto essencial no processo de estruturação do treinamento.

As orientações da carga podem ser de natureza seletiva ou complexa. A primeira vai estimular, primordialmente, apenas um sistema funcional, assegurando a manifestação de determinada qualidade ou capacidade. A segunda estimulará dois ou mais sistemas funcionais. Deve-se considerar que não é possível a influência total de apenas determinado órgão ou sistema funcional, visto que uma ação motora envolve inúmeros mecanismos de regulação e execução. Entretanto, a intenção de selecionar a orientação da carga é provocar a máxima mobilização de determinada estrutura ou sistema funcional, com baixa participação de outros, gerando função concreta desses mecanismos, obtendo o efeito imediato do treinamento, cuja soma, em longo prazo, levará às adaptações planejadas e à melhora do desempenho desportivo (GOMES, 2009). A alteração na orientação da carga é, invariavelmente, dependente da manipulação das variáveis: intensidade, volume e densidade (FLECK, 1999; Ide, 2013).

A organização da carga pode ser entendida como sua sistematização em determinado período, e sua base consiste na obtenção positiva dos efeitos do treinamento, oriundos de cargas de diferentes orientações funcionais (VERKHOSHANSKY, 2001; GOMES, 2009), programadas de acordo com a condição inicial e o alcance pretendido (FORTEZA de La ROSA, 2009).

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Neste contexto, podem ser inseridasem diferentes partes que compõem a estrutura do treinamento (sessão, dia, microciclo, mesociclo e macrociclo). A literatura aponta duas formas de distribuição: cargas diluídas e cargas concentradas(MATVEEV, 1996; FORTEZA de La ROSA, 2006; GOMES, 2009; BORIN 2011).

As cargas diluídas consistem na distribuição uniforme da carga durante toda a temporada, com maior ou menor ênfase, de acordo com a etapa de preparação. Cargas de diferentes orientações são administradas concomitantemente, o que pode diminuir o desempenho pela integração entre as variadas direções de estímulos (FORTEZA de La ROSA, 2009). O desempenho tem melhora gradual, até que as melhoras de determinados sistemas funcionais começam a interferir em outros aspectos negativamente (SIFF e VERKHOSHANSKY, 2000). Essa forma de gerenciamento da carga deve ser empregada em modalidades cujas capacidades determinantes sejam poucas ou estejam diretamente relacionadas a atletas juvenis e de nível médio, que ainda não atingiram o alto rendimento (FORTEZA de La ROSA, 2009).

As cargas concentradas são alocadas com a intenção de concentrar volume e intensidade, em curtos espaços no período da preparação, visando ao desenvolvimento de uma orientação definida (FORTEZA de La ROSA, 2009). Elas são distribuídas de modo coerente e obedecem a uma sequência metodológica clara, minimizando uma possível influência negativa de orientações de carga distintas. Durante sua aplicação, é esperado que haja queda dos parâmetros funcionais e de desempenho dos atletas devido à sua forte estimulação (SIFF e VERKHOSHANSKY, 2000).

Após a aplicação do estímulo da carga, devido ao efeito posterior, a recuperação supera os níveis iniciais, ocasionando um aumento considerável do desempenho no final do macrociclo (VERKHOSHANSKY, 2001). Esse tipo de distribuição é indicado para atletas de elite e com vasta bagagem de treinamento (FORTEZA de La ROSA, 2009).

Para Zakharov e Gomes (1992), a sessão de treinamento é o elemento integral de partida da estrutura de preparação do atleta e representa um sistema de exercícios que visam à solução das tarefas de um dado macrociclo da preparação do atleta.

Navarro (2000) refere-se à unidade básica de treinamento dentro de um sistema de preparação esportiva, que é planejado de acordo com as tarefas e objetivos de dado microciclo, respeitando as formas de organização referentes às especificidades de cada modalidade e os princípios biológicos do treinamento.

Os exercícios utilizados para alcançar os objetivos pretendidos em cada fase da temporada e que vão compor as sessões de treino, microciclos, mesociclos e macrociclos são

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primordiais para a melhora na capacidade de rendimento e componentes principais do processo de preparação desportiva (PLATONOV, 1988; WEINECK, 1999). O grau e a identidade do exercício estabelecem que a complexidade do exercício de treino esteja próxima da estrutura da atividade competitiva, o que determina a seguinte classificação: os exercícios de competição, os exercícios especiais e os exercícios gerais.

Exercícios competitivos são semelhantesà essência e natureza da competição. São aqueles que provocam uma adaptação mais complexa e contribuem com eficácia para estabelecer a harmonia entre os vários componentes do treino, ajustando os fatores técnicos, táticos, físicos e psicológicos de preparação para as situações específicas da modalidade. Segundo Matveev (1996), os exercícios de competição desempenham um papel extremamente importante no treino, sem eles é impossível reconstituir os requisitos específicos que a modalidade impõe ao praticante e estimular, assim, a consecução de determinado nível de treino. Isto se explica principalmente por duas circunstâncias: a importância das modificações funcionais provocadas no organismo pelos exercícios competitivos, e a inutilidade da sua frequente repetição sem preparação, a qual tem de criar constantemente pré-requisitos para o aperfeiçoamento das características quantitativas e qualitativas das ações competitivas.

Deste modo, quanto maior for o grau de correspondência entre os modelos utilizados (exercícios de treino) e a competição da modalidade, melhores e mais eficazes serão os seus efeitos, fundamentando-se assim o processo de treino(MATVEEV, 1996). Exercícios especiais: Exercícios de treino que se caracterizam pelo caráter específico, tendo sempre algo em comum com os exercícios de competição. Têm como objetivos fundamentais o aperfeiçoamento da técnica, da tática, e das capacidades condicionais. Os exercícios especiais são concebidos fundamentalmente para assegurar uma ação mais seletiva e mais significativa para determinados parâmetros das cargas de treino e na modelação de novas variantes das ações competitivas (PLATONOV, 1988; MATVEEV, 1996).

Segundo Gomes (2002) e Miarka (2016), a vantagem dos exercícios especiais sobre os exercícios de competição reside no fato de um controle mais efetivo da carga de treino, sendo que é isso que se procura com a componente de avaliação do desempenho atlético com exercícios especiais, testando exercícios que se assemelham às técnicas de luta executadas em combate.

Exercícios Gerais: não correspondem aos exercícios de competição nem aos exercícios especiais. Ao selecionarem-se os exercícios gerais, é importante respeitar dois requisitos básicos: Incluir meios que asseguram uma ampla preparação do praticante, isto é, construir para elaborar exercícios que tenham um efeito suficiente no desenvolvimento da capacidade

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biomotoras, enriquecendo as suas ‘’reservas de aptidões’’, e deve refletir particularidades da modalidade esportiva, isto porque durante o desenvolvimento do nível de preparação do praticante podem aparecer efeitos não só positivos como também negativos (GOMES, 2002).

O protocolo para condição física com exercícios gerais utiliza os exercícios que tenham uma aplicabilidade e “transferência positiva” para as habilidades e técnicas de luta, tendo em conta as capacidades condicionantes requeridas para a prática de excelência da modalidade, ainda não sendo de caráter tão especial ou de simulação de técnicas de luta executadas em combate. Castelo (1998) considera que na idade dos máximos rendimentos a estagnação ou uma reduzida elevação do rendimento, ou ainda o aparecimento frequente de lesões, se devem ao fato de, no processo de treino, se aplicar relativamente poucos exercícios de caráter geral.

2.2.1. Capacidades Biomotoras

O planejamento do treinamento deve ser organizado de acordo com as capacidades biomotoras predominantes e determinantes da modalidade (BORIN, et al., 2011). Para Kraemer (2004), as condições centrais para o aprendizado e execução dos diversos movimentos exigidos na luta greco-romana ligados ao desporto têm sustentação em determinadas capacidades biomotoras que são força, velocidade, resistência aeróbica, e técnica.

2.2.1.1. Força

A força é fundamental na lutagreco-romana e se manifesta de acordo com o tipo, duração, velocidade e o local da contração muscular, sendo determinante para o desempenho do lutador (MINOZZO et al., 2008).

As manifestações a força são:

a) Força Máxima: é a máxima habilidade de desenvolver força, independentemente do tempo e da distância do movimento e depende da habilidade do sistema nervoso de recrutar unidades motoras e da habilidade do músculo utilizar a energia anaerobiamente (ATP-CP) para as contrações musculares e a quantidade de fibras musculares envolvidas na área de secção transversal (JUNIOR, 2013).

b) Força Rápida: é a máxima habilidade de desenvolver força no mínimo tempo possível e depende da habilidade do sistema nervoso de recrutar unidades motoras rapidamente e da quantidade de fibras musculares envolvidas (área de secção transversal) e da

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habilidade de o músculo utilizar a energia anaerobiamente (ATP-CP) para as contrações musculares no menor tempo possível (KRAEMER, 2004).

c) Resistência de Força: é a habilidade de desenvolver força num tempo prolongado e sustentar um esforço muscular de alta intensidade durante mais de 30 segundos e menos de dois minutos e depende da habilidade de o sistema nervoso de recrutar unidades motoras e do nível das reservas de energia no músculo (ATP-CP), da capacidade de mobilização dessas energias na falta de oxigênio, da tolerância aos maiores teores de ácido lático e da capacidade dos músculos se contraírem, mesmo na presença da forte concentração de lactato (YOON, 2002).

d) Força explosiva: é a capacidade de superar o mais rápido possível uma resistência em um esforço único, se refere à habilidade do sistema neuromuscular para produzir o maior impulso possível em determinado período (GOMES, 2009).

Deste modo, uma variedade de testes tem sido usada nos lutadores, assim como em outros atletas, havendo vários protocolos possíveis. Na antiga Alemanha de Leste, uma possibilidade de programa de testes foi desenvolvida para os lutadores, de modo a contemplar essas necessidades ao nível da força na luta. A força máxima era testada através do método máximo de uma repetição máxima (1-RM). A força rápida era medida pelo tempo de execução de oito repetições em determinados exercícios com a carga de 75% do peso da categoria de cada atleta. A resistência de força era medida através da quantificação de repetições máximas com o peso da categoria em determinados exercícios. (KRAEMER, 2004).

2.2.1.2. Velocidade

É a capacidade do indivíduo de realizar movimentos sucessivos e rápidos, de um mesmo padrão, no menor tempo possível (IDE, 2013).

Para Barbanti (2010), os fatores que influenciam no desempenho da velocidade estão relacionados diretamente com a força, rapidez da propagação do estímulo nervoso, percentual de fibras brancas, coordenação de movimentos, frequência das contrações e descontrações musculares e a flexibilidade articular.

Na luta greco-romana, velocidade de movimentos acíclicos é a rapidez dos movimentos com mudanças de direção, que se caracterizam por não apresentarem qualquer repetição em seu processo de movimento (MIRZAEI, 2017). As atividades básicas de lançar, saltar empurrar, levantar são exemplos típicos de movimentos acíclicos (YARUSOV, 2013).

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Para Borin et al. (2011), a velocidade de execução do exercício específico de competição é o principal critério para avaliação da eficiência do processo de treinamento. Deste modo, na luta greco-romana os movimentos executados pelos atletas são realizados de maneira acíclica por meiode ações de ataque e defesa.

2.2.1.3. Resistência aeróbia

A resistência aeróbica assume um papel fundamental no treinamento desportivo, poisleva a um aumento do volume cardíaco, por conseguinte, aumento da eficiência do coração em bombear sangue, produzindo melhorias nos meios de transportes do oxigênio e da capacidade dos músculos esqueléticos.Com isso, observa-se a redução da frequência cardíaca e da pressão arterial, resultando em redução da demanda de oxigênio para o miocárdio, aumentando a capacidade de absorção e utilização do oxigênio (KRAEMER, 2004).

O sistema de energia aeróbio conta o tempo de atividades leves e moderadas.Essas atividades incluem o tempo em que os lutadores não têm contato, como intervalos de 30 segundos entre períodos, intervalos entre pontos, e verificação de vídeo e tempos limite de lesão (MIRZAEI, 2017).

2.2.1.4. Técnica

A técnica da luta greco-romana é o conceito com o qual são designadas as ações dolutador, permitidas pelas regras e que são usadas para alcançar a vitória (MIARKA, 2016). Na década de 1970, a técnica era caracterizada como elemento fundamental e básico na configuração e no desenvolvimento das ações no combate (KIROV e MAKAVÉEV, 2010).

De acordo com Yarusov (2013), as técnicas na greco-romana devem ser ensinadas na sequência, sempre das mais simples para as mais complexas. Somente passando para a técnica seguinte quando a anterior estiver completamente dominada, e sempre se deve revisar as técnicas aprendidas.

Nos primeiros momentos, são ensinados os deslocamentos para todas as direções (à frente, atrás, à direita, à esquerda e em círculo), sempre com os pés na mesma distância dos ombros (sem fechar demais ou abrir demais) um pé adiante e outro atrás, sempre sem cruzar as pernas (MIARKA, 2016).

Após ter o domínio total dos deslocamentos, são passadas as técnicas de luta greco-romana: puxada de braço, com domínio das costas, domínio de cabeça e braço com puxada ao solo, passagem para as costas, submergindo por debaixo do braço do oponente, técnicas no solo de viradas e encostamento, domínio de pescoço por baixo da axila edomínio do braço por trás (YARUSOV, 2013).

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2.3. OBJETIVO DO TREINAMENTO

Os objetivos do treinamento têm o conceito que inclui os seguintes elementos: a) objetivos e metas de treinamento; b) conteúdo de treinamento (meios e métodos); c) parâmetros de carga de treinamento e competição; d) formas de organização de treinamento; e) condições de treinamento e f) controle da condição de atletas e qualidade dos programas de treinamento(BAIC et al., 2018).

Essas diretrizes permitem avaliar as peculiaridades das próximas competições e desenvolver um programa de treinamento especial para as competições importantes e, por outro lado, possibilitem especificar quais informações sobre as próximas competições podem ser úteis e como elas podem ser usadas durante o treinamento de um atleta ou uma equipe de atletas (MIRZAEI, 2010).

Neste sentido, um lutador de greco-romana deve possuir uma ampla gama de técnicas, permitindo ganhar não menos que 6 a 8 pontos executando ações ofensivas e de contra-ataque de grande amplitude, sendo capaz de manter um alto nivel de efetividade técnica. Além disso, devetertambém estabilidade psicológica, proporcionando a demonstração de habilidades máximas em situações extremas de atividade competitiva(YARUSOV, 2013 ).

2.4. TREINAMENTO TÉCNICO E TÁTICO

A análise da atividade competitiva na greco-romana durante os dois últimos ciclos olímpicos indica que as regras atuais não encorajam os atletas a realizar arremessos complicados de grande amplitude, ou seja, exige-se muito tempo para a preparação e isso está associado a certo percentual de risco. A quantidade de tais técnicas é praticamente reduzida a um mínimo, e constitui 5,5% de todas as técnicas pontuadas durante uma competição (MIRZAEI et al., 2010; YARUSOV, 2013).A maior parte das ações técnicas e táticas consiste em ataques simples às pernas e quedas.

Segundo Shiyan (2013), a formação de elementos básicos de técnicas e táticas na luta greco-romana melhora as ações técnicas e táticas básicas e a formação de técnicas favoritas em relação às peculiaridades individuais de um lutador.Deste modo, o lutador torna-se capaz de aplicar técnicas favoritas em combates com qualquer adversário; lutandoativamente em toda a superfície do tapete, impondo sua superioridade nas acões técnicas.

De acordo com Mirzaei (2010) eShiyan (2013),o desenvolvimento de tarefas de treinamento, por um lado, é ancoradona classificação de elementos técnicos e táticos e, por

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outro, nos resultados da análise do desempenho competitivo dos lutadores mais fortes. O assunto de análise neste caso é representado porações técnicas e táticas eficazes que constituem o arsenal dos lutadores de alto nível do mundo.

2.5. TREINAMENTO FÍSICO

O reconhecimento do estado de fadiga e do overtraining dos atletas é importante na escolha de meios para o treinamento físico dos lutadores, sendo essencial para a individualização do processo de treinamento e evitar oportunamente as condições que causam tais estados (BAIC et al., 2018).

Geralmente, a diminuição da intensidade do treinamento está relacionada ao agravamento do estado de treinamento físico e funcional. Neste caso, recomendações regulares são direcionadas ao desenvolvimento dos pontos fracos de um atleta, a fim de atingir o nível de características de aptidão física ou funcional do modelo. A diminuição da intensidade no treinamento é, antes de tudo, relacionada com o agravamento funcional do sistema nervoso central e do mecanismo neuromuscular. Ao mesmo tempo, o funcionamento do sistema cardiovascular e a eficiência física diminuem(MIRZAEI, 2017).

Tendo em conta que o declínio da aptidão física está intimamente relacionado com o agravamento do estado funcional do sistema nervoso central e do mecanismo neuromuscular, é necessário fazer mais exercícios para desenvolver uma melhor capacidade de coordenação, condição necessária para a orientação espaço-temporal (exercícios com movimentos rápidos da cabeça em várias direções, esquerda-direita, movimentos rotativos com os olhos abertos e fechados, exercícios de trampolim e assim por diante), coordenação geral e especial (rola, passeios, exercícios acrobáticos: andar nas mãos, levantar o corpo, frente e lado cambalhota, desempenho de técnicas favoritas com diferentes detenções e especialmente com diferentes velocidades competitivas). Por um lado, isso permitirá melhorar os sistemas de análise e, por sua vez, auxiliará na melhoria do sistema nervoso central, do seu estado funcional e como resultado, da eficiência física. Por outro lado, esses exercícios com o desenvolvimento simultâneo paralelo de outras qualidades físicas aumentarão, essencialmente, as reservas de habilidades de coordenação, ainda que não deflacionadas, o que melhorará a eficácia das ações técnicas e táticas durante uma partida de competição (MIRZAEI, 2010; YARUSOV, 2013).

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Os resultados obtidos na pesquisa realizada por Podlivaev (2015) apontam queos principais objetivos a serem alcançados são o treinamento de capacidades biomotoras básicas e especiais, melhoria do nível de aptidão funcional e domínio das cargas de treinamento.

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3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA

3.1. TIPO DA PESQUISA

Trata-se de uma pesquisa analítica qualitativa (THOMAS e NELSON, 1996), desenvolvida em conformidade com o macrociclo de treinamento da seleção brasileira de greco-romana, durante 20 semanas.

Participaram desse estudo sete atletas da seleção brasileira de greco-romana da categoria sênior com idade de 255 anos e participação em campeonatos nacionais e internacionais.

Inicialmente, todos os participantes foram informados sobre o estudo pelo pesquisador responsável e posteriormente, assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido que foi previamente aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, tendo sua aprovação sob o número do parecer: 1.908.571.

Para minimizar as influências da aprendizagem no desempenho durante a aplicação dos protocolos dos testes, os atletas foram orientados sobre as formas corretas de execução, bem como, familiarizaram-se com equipamentos e procedimentos, anteriormente à realização das coletas de dados. Como forma de padronização de aplicação dos testes, alguns cuidados metodológicos foram tomados no intuito de minimizar os fatores influentes nos resultados. Todos os testes realizaram-se entre as 9h e 12h no período da manhã e 14h e 18h no período da tarde, sendo que os atletas trajavam malha (uniforme), meia, camiseta e tênis, em todos os testes. Outro cuidado relaciona-se aos avaliadores, que foram mantidos em todos os momentos de avaliação.

Em relação às avaliações, estas ocorreram em dois momentos: – Momento um (M1): Primeira semana de treinamentos; – Momento dois (M2): Ao final da20a semana de treinamentos.

3.2. PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO DAS CAPACIDADES BIOMOTORAS

− Resistência aeróbia

A resistência aeróbia foi avaliada seguindo o protocolo o proposto por Rockport Walking Institute (1986), em que o atleta deve colocar-se em pé junto à linha inicial e ao comando do avaliador, realizar um esforço máximo por meio de corrida, com o intuito

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depercorrer a distância de 1600 metros do teste no menor tempo possível. Cada atleta realizouuma tentativa e anotou-se o menor tempo.

− Força máxima

Para avaliação da forca máxima,utilizou protocolo proposto por Brown e Weir(2001), usando os exercicios no supino reto e agachamento. O atleta realizoucinco a seis repetições, em uma carga relativamente leve (aproximadamente 40% de 1-RM). Em seguida, três a quatro repetições (~ 70% da 1-RM). Após a segunda série, foi realizada umarepetição, aumentando 5% do peso a cada série, até a falha do movimento. Sendo utilizada a carga realizada antes da falha do movimento correspondente a 100%, estimado em 1-RM. O intervalo entre cada série foi de três minutos.

− Força explosiva de membros superiores

Para avaliar a forca explosiva de membros superiores, uma trena é fixada no solo perpendicular à parede. O ponto zero da trena é fixado junto à parede. O atleta senta com os joelhos estendidos, as pernas unidas e as costas completamente apoiadas na parede. Segura a medicine Ball de 3 kg, junto ao peito com os cotovelos flexionados. Ao sinal do avaliador, o atleta deve lançar a bola à maior distância possível, mantendo as costas apoiadas na parede. A distância do arremesso será registrada a partir do ponto zero, até o local em que a bola tocou ao solo pela primeira vez. Foram realizados três arremessos, registrando se o melhor resultado. A medida foi registrada em centímetros (ACMS, 2007).

− Força explosiva de membros inferiores

Salto horizontal saindo parado (SHP): atleta em pé, pés ligeiramente afastados e paralelos, ponta dos pés atrás da linha demarcatória (linha de saída). O atleta realizou um movimento de balanceio dos braços como movimento preparatório, semiflexionando os joelhos. O salto foi realizado lançando os braços para a frente. O objetivo foi alcançar a máxima distância horizontal. A distância horizontal foi medida com uma trena estendida no solo a partir da linha de saída. A distância entre a linha de saída e o calcanhar mais próximo desta, após a realização do salto, era considerada. O atleta realizou três tentativas, sendo utilizada como critério a média aritmética das duas melhores (RIEBE et al., 2007).

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Teste dinâmico de barra mede indiretamente a resistência anaeróbia de membros superiores. A barra foi instalada numa altura suficiente para o avaliado, a posição da pegada é pronada, não tendo contato com os pés no solo. Após assumir essa posição, o avaliado tentará elevar seu corpo até que o queixo passe acima do nível da barra e então retornara à posição inicial. Realizar o movimento quantas vezes for possível.

Aplicabilidade: As elevações são um exercício de suporte à técnica ou habilidade de puxada do adversário para o solo a partir duma variedade de controles com esse fim. Também permitem trabalhar a musculatura que serve de base à defesa no solo (MATSUDO, 2005).

− Agilidade

O atleta apoia a cabeça no tapete. Ao sinal do avaliador, o atleta executa cinco movimentos para o lado direito e cinco movimentos para o lado esquerdo ao redor do corpo o mais rápido possível. O menor tempo indica a melhor velocidade de movimento(BLAZQUEZ SANCHES, 1990).

− Efetividade técnica

Para avaliar a efetividade técnica, foram analisadas as lutaspor meio de filmagens fornecidas pelas entidades oficiais da modalidade degreco-romana (CBW e UWW).Foram realizadas análisesda técnica efetiva em pé, técnica efetiva no chão, técnica efetiva total, técnica não efetiva em pé, técnica não efetiva no chão, técnica não efetiva totale a seguir determinado o índice pelo coeficiente de efetividade(BLAZQUEZ SANCHES, 1990).

O volume das ações técnicas é a soma das técnicas efetivas, que são os golpes que o lutador acertou, pontuando em seu oponente, com as técnicas não efetivas, que são os golpes que o lutador aplicou e não concluiu.

O nível de efetividade das ações técnicas é mensurado pelo coeficiente e efetividade e obtido por meio do volume das técnicas efetivas, dividido pelo volume total das técnicas aplicadas no combate.

1- Volume de ações técnicas

Volume=. Técnica efetiva+ Técnica não efetiva

2- Nível de efetividade das ações técnicas

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3.3. CLASSIFICAÇÃO DO CONTEÚDO DE TREINAMENTO

Todos os conteúdos dos treinamentos foram descritos pela comissão técnica da seleção brasileira, que planejou e desenvolveu os trabalhos com os atletas, sem qualquer interferência do pesquisador. Os dados foram armazenados durante os treinamentos, registrados em tabelas pelo treinador e repassados aos responsáveis pelo estudo semanalmente.

A descrição dos treinamentos foi classificada quanto ao tipo de exercícios meios utilizados, sendo apresentada no Quadro 1.

Quadro 1– Classificação do treinamento segundo tipo de exercício e descrição dos meios de treinamentos.

Tipo de Exercício Meios de treinamento

Geral

– Jogos de basquete

– Exercícios em circuitos de fortalecimento geral (flexão de braços, barra, paralela, subida na corda, agachamento).

– Exercícios em máquinas de força (supino, puxador dorsal, rosca bíceps, tríceps pulley, legpress)

– Exercícios de coordenação geral (avião) – Exercícios Isométricos em prancha.

Especial

– Exercícios de mobilização articular.

– Exercícios de esgrima com os braços (tem como objetivo o domínio do oponente).

– Exercícios de acrobacia (cambalhotas semelhantes aos movimentos da luta).

– Exercícios trabalhandosituações de combate.

– Exercícios visando às movimentações requeridas nas competições. –Exercícios de técnicas de solo (roles e viradas).

– Luta de solo.

– Várias lutas sem descanso.

–Exercícios entradas de golpes em velocidade crescente. – Movimentações específicas no tatame

–Exercícios no tatame focando as entradas de golpes mais utilizadas de acordo com o estilo de lutas escolhido pelo atleta

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Para quantificar o conteúdo dos meios utilizados, foram utilizados os valores do tempo total despendido nos tipos de exercícios realizados na preparação dos lutadores e o volume das capacidades biomotoras treinadas. Na Tabela 1 é apresentado o tempo total (em minutos), a média e o desvio padrão dos tipos de exercícios e o tempo total das capacidades biomotoras.

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Tabela 1–Distribuição do volume de treinamento (em minutos) das variáveis estudadas segundo semanas de treinamento. Tipo de Exercício Medidas Semanas 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Total 320 225 310 280 250 430 475 315 190 395 400 166 210 200 180 175 95 205 150 80 Geral Média 64,0 53,6 62,0 56,0 50,0 71,6 79,9 52,5 27,1 65,8 66,7 23,7 42,0 33,5 36,0 25,0 15,8 34,2 25,0 16,0 D.P. 16,7 23,6 6,7 11,4 17,3 50,0 56,7 29,1 32,4 61,9 55,5 50,0 5,6 28,8 32,1 24,7 12,0 28,7 18,4 15,6 Total 266 135 421 61 265 385 348 343 305 281 176 94 130 205 280 205 250 225 260 165 Especial Média 60,0 33,8 8,4 32,2 53,0 64,2 58,0 57,2 43,6 46,8 29,6 13,4 26,0 34,2 56,0 29,3 41,7 37,5 43,3 33,0 D.P. 45,3 23,6 5,4 13,3 23,6 24,2 25,0 45,0 55,1 25,5 13,6 17,9 16,7 12,4 25,1 23,9 33,1 27,5 24,0 37,3 Total 0 0 0 0 0 0 0 0 20 0 0 20 0 0 0 0 30 60 30 30 Competitivo Média 0 0 0 0 0 0 0 0 2,9 0 0 2,9 0 0 0 0 5,0 10,0 5,0 5,0 D.P. 0 0 0 0 0 0 0 0 7,6 0 0 7,6 0 0 0 0 12,2 15,5 12,2 12,2 Capacidade Biomotora Resistência Geral 185 90 150 225 145 130 130 95 70 100 100 20 65 60 35 30 30 155 110 50 Resistência Especial 236 120 72 131 265 260 373 343 300 281 196 120 130 185 250 220 270 285 290 210 Força Geral 90 90 0 0 0 180 180 180 90 240 240 120 110 120 120 120 25 0 0 0 Flexibilidade 75 60 130 85 105 145 140 40 25 55 40 20 35 40 55 40 50 50 40 15

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Na Tabela 1 pode ser observado que os exercícios competitivos são treinados somente a partir da nona semana de preparação.

A distribuição do volume de treinamento (em minutos) para cada tipo de exercício, em termos de seus tempos totais, é apresentada na Figura 1.

Figura 1– Distribuição do volume de treinamento dos tipos e exercícios segundo semanas de treinamento.

Na Figura 1pode ser observado um volume predominante de exercícios gerais nas semanas 1, 2, 3,4, 6, 7, 10, 11, 12, 13, exercícios especiais nas semanas 5, 8, 9, 14, 15, 16, 17, 18, 19 20. Deste modo, não houve predominância dos exercícios de competição em nenhuma semana.

Os percentuais dos tipos de exercícios aplicados nas 20 semanas de preparação são apresentados na Figura 2.

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Observa-se na figura 2 que 50% dos exercícios realizados foram gerais, 48% especiais e 2% competitivo.

As capacidades biomotoras treinadas na preparação foram diagnosticadas através do conteúdo de treinamento. A seguir, a Figura 3 apresenta a dinâmica dadistribuição do volume de treinamento das capacidades biomotoras treinadas segundo semanas de treinamento.

Figura 3– Distribuição do volume de treinamento das capacidades biomotoras treinadas segundo semanas de treinamento.

De acordo com o gráfico de distribuição apresentado na Figura 3, o treinamento da resistência especial predominou nas semanas 1, 2, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, sendo 16 semanas ente as 20 treinadas na preparação, em seguida a resistência geral nas semanas 3 e 4e a força geral nas semanas 11 e 12.

Na Figura 4 é apresentado o percentual do volume de treinamento das capacidades biomotoras treinadas segundo as semanas de treinamento.

Referências

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