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A IMPORTÂNCIA DO MUNICÍPIO DE BAURU COMO CIDADE MÉDIA EM SUA REGIÃO ADMINISTRATIVA

TOLEDO, Eli Fernando Tavano.

Doutorando em Geografia pela UNESP - Rio Claro, Instituto de Geociências e Ciências Exatas.

Professor das Faculdades Integradas de Jahu – SP e de ensino médio no interior do estado de São Paulo, eli_geo@yahoo.com.br

THOMAZINI, Leonardo da Silva

Mestrando em geografia pela UNESP – Rio Claro, Instituto de Geociências e Ciências Exatas.

leothomazini@hotmail.com

Resumo

O município de Bauru é a sede de uma região administrativa que agrega importantes cidades no centro oeste do estado de São Paulo. A economia da região se baseia na agroindústria e no comércio. A rede urbana presente no território necessita da oferta de serviços e comércio da cidade de Bauru. A definição de cidade média faz parte de um debate intenso e complexo. Como objeto de estudo e entendimento, o presente artigo analisa a caracterização da cidade de Bauru como cidade média e se através dos estudos promovidos por pesquisadores, a cidade se enquadra como importante centro urbano dentro da região administrativa a qual polariza. Por sua evolução econômica e geográfica Bauru atraiu e permanece atraindo as cidades de seu entorno polarizando serviços e comércio.dentro da região administrativa. .

. .

Palavras-chave: Cidade média, Região Administrativa e município de Bauru, Agroindústria e polarização.

Introdução

As marcas do sistema produtivo estão por todo espaço mundial, ficaram mais visíveis, e todo processo de posse e trabalho realizado pelo ser humano e foi apressado e estendido por todo o globo.

As cidades médias são participantes dessa poderosa vivência, elas estão espalhadas ao redor do mundo, aos milhares; no Brasil, elas perfazem um grupo de muita força na composição do ambiente urbano nacional.

Essas cidades são capazes de apresentar a complexidade dos serviços das grandes metrópoles e, por outro lado, serem responsáveis pelos ambientes bucólicos e salutares das pequenas cidades brasileiras.

Com estes atributos, as médias aglomerações urbanas podem conter muitas das soluções para os problemas que assolam as cidades brasileiras. Essas soluções podem ser

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experimentadas em uma amplitude menor, para serem externalizadas, quando maduras, em ambientes complexos e maiores, como são as metrópoles nacionais.

No presente trabalho irá se discutir a cidade de Bauru como principal cidade média de sua região administrativa e sua classificação dentro das principais teorias de classificação de alguns autores brasileiros. O artigo traçará aspectos relevantes para uma cidade ser considerada cidade média de acordo com os estudiosos.

As cidades médias necessitam de maiores estudos para existir um cabedal que melhor possam defini-las e tipificá-las. Até o presente momento estudos tentam enquadrá-las em apectos demográficos, econômicos e espaciais. Entretanto a cada tentativa de explicá-las novos desafios e características aparecem para deixar o entendimento mais completo.

De acordo com Roberto Lobato Corrêa em uma cidade média necessita-se analisar o tamanho demográfico, funções urbanas e a organização do espaço intra urbano.

Em resumo, maior o tamanho demográfico e mais complexas as atividades, particularmente as funções urbanas, mais fragmentada e, por conseguinte, mais articulada será a cidade. É neste continuum que vai de minúsculos núcleos de povoamento às cidades globais, que se inserem as cidades médias, um tipo de cidade caracterizado por uma particular combinação de tamanho demográfico, funções urbanas e organização de seu espaço intra-urbano. Combinação de características que, ressalte-se, deve ser contextualizada geograficamente. (CORRÊA, in SPOSITO 2007, p. 24 e 25)

Na concepção de Corrêa a cidade média deve ser um importante nó regional na questão da mobilidade, serviços, indústria e política, porém as cidades médias são um nó menos importante na relação global. Quanto a relação demográfica para qualificar uma cidade de médio porte o autor salienta que o tamanho demográfico é um importante indicador de maior ou menor escala de consumo. (CORRÊA, in SPOSITO 2007)

As dificuldades encontradas para analisar essas cidades, destacadas por Corrêa, são de ordem demográfica, escala espacial e escala temporal. O problema com a análise demográfica é que muitos países não possuem cidades médias, pois apresentam em sua

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rede urbana uma macrocefalia que Sergipe, para o país a capital do estado seria uma cidade de médio porte, porém para o estado exerce funções concentradas.

A problemática da escala temporal também se deve se levar em conta. É impossível determinar uma cidade de médio porte sem indicar a escala temporal de análise, pois a avaliação urbana é dinâmica e complexa, em dado momento uma cidade pode ser de médio porte e em outro momento pode ser classificada de outro modo. (CORRÊA, in SPOSITO 2007)

Arcabouço Teórico e Metodológico

A origem dos estudos das cidades médias modernas está relacionada com a desconcentração econômica e espacial ocorrida na França e na Inglaterra nos anos 60. Esses países passavam por uma forte dependência de suas capitais e havia a necessidade de mitigar a macrocefalia de Londres e Paris, o caso da capital francesa era chamado de “Paris e o deserto francês”. (CORRÊA, in SPOSITO 2007, p.27).

No Brasil, nos anos 60, estabeleceram-se cidades de médio porte com a intenção de deter as correntes migratórias em direção aos grandes centros metropolitanos, porém esse tipo de planejamento foi abandonado nos anos 80, pós governo militar.

A designação e formação moderna de cidade média só puderam ser encontradas após a Revolução Industrial, nos séculos XVIII e XIX, a partir desse momento ocorreu um intenso crescimento econômico e demográfico, deste modo, muitas cidades se diferenciaram, entretanto se articularam em uma rede produtiva nunca vista antigamente.

Corrêa aponta que as cidades médias estão entre a dispersão máxima e a concentração espacial da rede urbana.

No processo de urbanização diferencia que se verifica, estabelece-se uma tensão entre, de um lado, máxima concentração espacial de atividades produtivas e população e, de outro, máxima dispersão, refletindo a percepção dos agentes sociais empreendedores para investir capitais lucrativamente ou criar condições de lucro em lugares com perspectivas consideradas promissoras para as novas atividades. (CORRÊA, in SPOSITO 2007, p.28).

Para contextualizar essa citação o portal do jornal O Estado de S. Paulo em 29 de agosto publicou matéria sobre o crescimento da construção de shoppings nas cidades

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médias. Nos últimos anos em razão do aumento da classe média C e do crescimento econômico, especialmente do agronegócio, as cidades de médio porte no interior do país estão recebendo investimentos dessa modalidade de comércio. As ações partem de grandes construtoras, cadeias de lojas âncoras, empreendedores das cidades e prefeituras.

Muitos investimentos super e sobrevalorizam a importância do mercado das médias cidades e podem apresentar perigos futuros como indica na reportagem.

As redes varejistas, responsáveis muitas vezes por desempatar a disputa, olham para esse cenário com preocupação. "É o mercado que dita a demanda", diz Boris Timoner, diretor de expansão da rede varejista Avenida, âncora que tem concentrado seu crescimento no interior. "Daqui a pouco, começaremos a ter shoppings fantasmas nessas cidades." Duas coisas podem acontecer: as grandes lojas de departamento vão rejeitar um dos empreendimentos e não haverá lojistas regionais suficientes para compor o mix dos centros comerciais. "Isso pode gerar um efeito contrário na economia local, causando prejuízo para pequenos empresários da cidade." (Caderno Economia, O Estado de S. Paulo, 29/08/11)

Para Corrêa existem elementos essenciais para a qualificação da cidade média. Uma elite empreendedora, a localização relativa e as interações espaciais são aspectos que indicam, na avaliação do autor, a formação de uma cidade de médio porte.

No presente trabalho a cidade de Bauru pode ser enquadrada como cidade média, pois possui características suficientes para se encaixar na análise de Corrêa. A cidade do centro-oeste paulista possui uma elite empreendedora que os estudos de Toledo (2009) constatou que grande parte dos capitais da atividade industrial são originados do município, além das principais empresas de serviços, também, são basicamente de capitais autóctones.

No quesito localização relativa, a cidade possui um nó de transporte que concentra a ferrovia e a rodovia, com a complementação do modal aeroviário, dutoviário, energético e a proximidade do porto intermodal de Pederneiras. As interações espaciais de Bauru se configuram com indústrias, empresas de serviços e de comércio, além de sedes de departamentos públicos que se relacionam com as escalas

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regionais e nacionais. De acordo com Corrêa esses elementos são importantíssimos para definir o que são cidades médias na atualidade.

As interações espaciais de e para a cidade média se realizam em duas escalas gerais, a escala regional e a escala extra-regional, seja ela nacional e internacional. Estas interações extra-regionais são decisivas para uma identificação de uma cidade média, distinguindo-a de uma usual capital regional. (CORRÊA, in SPOSITO 2007, p.30).

Com a utilização dos elementos anteriores para identificar uma cidade média, Corrêa apresenta uma tipologia para classificar as cidades médias em três tipos: lugar central; centro de drenagem e consumo de renda fundiária e centro de atividades especializadas. Em uma livre classificação da cidade de Bauru, utilizando a tipologia do autor, se chega a conclusão que a cidade apresenta características dos três tipos apresentados pelo autor.

Bauru sendo a maior cidade da região administrativa possui centralidade e agrega os serviços e comércio para as cidades do entorno. O fato de o oeste paulista depender do agronegócio para o desenvolvimento econômico faz de Bauru, em sua região, o polo de drenagem dessa renda em serviços especializados e consumo.

Como centro de drenagem e consumo da renda fundiária o município atrai o consumo da elite e dos trabalhadores dos vários municípios da região administrativa e fora dela. Como centro especializado Bauru não possui uma atividade que se possa destacar com sendo o DNA da cidade, pois como apresentado por Toledo (2009) a economia de Bauru é diversificada tanto na indústria como nos serviços.

Corrêa reforça a ideia do empreendedorismo nativo. “A tipologia acima apresentada ressalta o papel de três tipos de elites locais, a elite comercial, a elite fundiária e a elite empreendedora. A presença dessa elite, insistimos, é crucial para a classificação de cidade média.” (CORRÊA,in SPOSITO, 2007, p.32).

A maioria dos centros urbanos médios ainda não passou pela desenfreada avalanche do descaso, e sua população ainda possui uma maior força de agregação e contato direto com os problemas locais e suas causas.

No censo realizado pelo IBGE em 2000, ficou constatado que, entre 1980 e 2000, a taxa de crescimento das cidades médias ficou em 2,24%, enquanto que nas regiões metropolitanas a taxa se estabilizou em 1,90% (SPÓSITO, 2007, p. 44). No Brasil, as

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cidades médias estão espalhadas por todo o território, principalmente na extensa faixa litorânea que, de norte a sul, agrega grande porcentagem da população nacional.

O último censo, realizado pelo IBGE no ano de 2010, confirmou a dinâmica verificada no censo de 2000. A primeira década deste século constatou a redução e o baixo crescimento dos grandes centros e das pequenas cidades, cidades com menos de 10 mil habitantes, entretanto as cidades de médio porte tiveram crescimento expressivo.

Verificou-se que as cidades com menos de 500 mil habitantes são as que mais crescem no país, o que demonstra a influência da migração, muito embora as grandes cidades continuem concentrando parcela expressiva da população (aproximadamente 30%). (IBGE, 2011).

Mas o documento do IBGE aponta a preocupante estagnação e até mesmo a redução dos municípios com menos de 10 mil habitantes, a análise destaca que muitos municípios de médio porte também perderam população.

Analisando a evolução do crescimento dos municípios, é possível verificar que 27% deles, parcela expressiva desses com até 10 mil habitantes, perdem população e, do ponto de vista do desenvolvimento, representam espaços estagnados. Entre esses, quase todos tiveram, no ano de 2008, Produto Interno Bruto (PIB) per capita muito baixo. No estrato de municípios com decréscimos populacionais, quatro cidades consideradas de porte médio podem ser destacadas: Foz de Iguaçu (PR), Ilhéus (BA), Lages (SC) e Uruguaiana (RS). (IBGE, 2011)

O destaque apontado pelo IBGE é para as médias cidades que apresentaram crescimento maior que as grandes e pequenas.

Na faixa de crescimento entre 1,5% e 3% ao ano aparece algo próximo a 19% dos municípios, basicamente de tamanho médio e com PIB um pouco mais elevado, quando comparado ao estrato anterior. Nesse grupo também se encontram 15 cidades de grande porte, sendo nove capitais (Brasília, Manaus, Goiânia, São Luís, Maceió, Teresina, Campo Grande, João Pessoa e Aracaju) e seis do interior (São José

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dos Campos, Ribeirão Preto, Uberlândia, Sorocaba, Feira de Santana, Joinville). Entre as cidades com altas taxas de crescimento (8% do total), nenhuma possui mais de 500 mil habitantes. (IBGE, 2011)

As cidades, nos dias de hoje, são espaços impregnados pelas influências dos fatores locais e globais. Principalmente os grandes e médios centros, são modificados constantemente pela rápida dinâmica tecnológica e produtiva da atualidade. Branco (2007) afirma que: “As cidades médias constituem nós de rede urbana e servem a sua área de influência como pontos de prestação de serviços em escala regional”. (BRANCO,in SPOSITO 2007, p. 90). O poder dos médios centros também é analisado por Santos (2005):

A função dessas cidades, qualitativa e quantitativamente intermediárias, é a de proporcionar serviços de nível médio e produtos mais diversificados do que as cidades locais podem vender. É uma das razões por que seu número e sua importância variam em relação com a capacidade de consumo da população interessada. (SANTOS, 2005, p. 72).

As grandes e médias cidades, contudo, também estão espalhadas no interior de cada região do país. O Brasil, dentre os países mais populosos do mundo, pode-se apresentar como um caso interessante para a análise dos médios centros, apresentando uma extensa complexidade urbana em grande parte de seu território.

O Estado de São Paulo, por sua evolução histórica e econômica, sustenta índices urbanos comparáveis a países desenvolvidos. Além de contar com a maior metrópole brasileira e uma das maiores do mundo, o estado possui um interior próspero, e completamente interligado por infraestruturas das mais diversas. Bauru, como cidade média, exemplifica as mudanças e interferências em seu espaço, provindas dos elementos endógenos e exógenos; e a Geografia da Indústria possui condições de captar tais mudanças, ocorridas em épocas e momentos econômicos diversos.

Neste trabalho, a preocupação com os centros urbanos médios se volta para o objeto de estudo que é a cidade de Bauru e sua região administrativa, no centro do Estado de São Paulo, com mais de 350 mil habitantes a cidade sede, e que já possui a

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complexidade dos grandes centros, embora na região ainda aflorem, também, os valores e aspectos positivos das pequenas cidades.

Dentre as características e fatores apresentados pela cidade de Bauru, o foco deste estudo destaca o setor secundário, que emerge como importante atividade econômica.

Quantos aos aspectos demográficos, a cidade sede da região administrativa possui 343 mil habitantes (IBGE, 2011), e claramente ela se encontra entre as grandes cidades de médio porte do Brasil. A cidade é a polarizadora de uma grande região administrativa e agrega importantes serviços urbanos para o oeste paulista. Um pouco mais de 98% da população já se encontra residindo na zona urbana do município.

A representatividade da zona urbana do município não se expressa somente pela porcentagem, pois se pode constatar que o setor rural bauruense pouco representa para a residência e emprego dos moradores.

Essa configuração contraria o que Sposito relata:

Ao se analisarem cidades médias, essas relações entre escalas geográficas - a da cidade e a da região ou do país - impõem a necessidade de se considerar as relações entre cidade e o campo, uma vez que grande parte dos papéis desempenhados por cidades médias e pequenas está diretamente associada ao desenvolvimento de atividades agropecuárias em suas áreas rurais. (SPOSITO, 2007, p.235).

Considerações Finais

Em Bauru verifica-se uma quebra nesta relação, pelo menos dentro de sua unidade territorial, pois sua zona rural é pouco habitada e a participação da agropecuária na economia da cidade é de 6,3%, de acordo com o IBGE 2005. A principal razão para essa baixa influência é o tipo de solo arenoso presente no município que, para as culturas de grande rendimento, presentes na região administrativa, é pouco fértil.

Um olhar mais atento, porém, revela que Bauru recebe grande influência da agropecuária dos demais municípios de sua região administrativa. Cabe destacar que o município tem esse caráter polarizador desde a formação do entroncamento ferroviário, no início do século XX, que concedeu à cidade grande influência sobre seus vizinhos, mesmo Bauru sendo mais nova que as cidades do entorno.

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A partir da década de 1970, a agricultura brasileira passou por profundas transformações, e grandes culturas de exportação aumentaram sua produção por toda a área de influência de Bauru. Essa nova fase da agropecuária nacional necessitava e, até hoje, necessita de serviços e infraestruturas que as pequenas cidades não podem oferecer. Essas plataformas de conexão com o mercado global incluem desde estradas, portos e aerovias, até as modernas infovias. Bauru agregou esses serviços essenciais para as cidades agrárias se integrarem ao mercado interno e também ao mundo.

Paralelamente à intensificação do capitalismo no campo com a difusão da agricultura científica e do agronegócio, processou-se um crescimento das áreas urbanizadas, porquanto, entre outras coisas, a gestão da agropecuária moderna necessita da sociabilidade e dos espaços urbanos. Tal fato colabora para o Brasil chegar ao século XXI com uma generalização do fenômeno da urbanização da sociedade e do território. (ELIAS in SPOSITO, 2007, p. 117).

Tab.1. Evolução da População do município de Bauru – 1940 -2007

1940 1950 1960 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2007 55.4 72 65.4 52 93.9 80 132.0 57 157.6 50 186.7 89 220.7 67 260.7 67 285.1 09 316.0 64 350.0 90 Fonte dados: IBGE, 2008

O desenvolvimento demográfico de Bauru foi significativo para criar uma cidade média com uma aglomeração populacional considerável, capaz de formar um significativo mercado consumidor e com número suficiente para suprir a demanda de mão-de-obra da economia regional. (Tabela 1)

O que não ajudou cidades ainda menores do entorno, pois algumas tiveram sua população diminuída entre os levantamentos de 1990 e 2000, como é o caso de Avaí, Presidente Alves e Reginópolis.

A tabela 2 elucida que apenas Bauru possuiu um acentuado crescimento, sendo possível indicar que o município centralizou o crescimento econômico, de serviços e, durante algumas décadas, o industrial.

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Tab. 2. Evolução da população residente nos municípios no entorno de Bauru

Evolução da população residente nos municípios no entorno de Bauru

Municípios Anos 1970 1980 1990 1996 2000 2007 Agudos 18.543 24.478 31.706 32.892 32.484 34.221 Arealva 6.519 6.788 6.892 6.668 7.244 7.504 Avaí 5.252 5.367 4.644 4.615 4.596 4.877 Balbinos 1.114 1.186 1.221 1.388 1.313 3.619 Bauru 132.057 186.789 260.767 290.109 316.064 350.487 Borebi - - - 1.768 1.933 2.172 Iacanga 7.171 6.624 7.567 8.110 8.282 9.074 Lençóis P. 22.423 35.011 46.246 50.865 55.042 59.366 Macatuba 7.729 10.859 13.468 16.024 15.752 16.173 Pederneiras 18.399 26.107 32.021 33.921 36.614 40.270 Pirajuí 20.344 19.423 18.829 18.088 20.095 21.035 Piratininga 10.232 10.056 9.656 10.003 10.584 11.290 Presidente Al. 5.117 4.866 4.504 4.079 4.317 4.436 Reginópolis 4.472 4.619 4.774 4.923 4.742 6.993 Estado de SP 17.770.975 25.042.074 31.588.925 34.119.110 37.032.403 41.409.898

Fonte dados: IBGE 2008, escritório regional de Bauru.

Verifica-se uma elevação no crescimento, especialmente em Bauru, entre os anos 1980 e 2000. Esse fenômeno não é um caso específico de Bauru, pois, nesse período, as metrópoles e as pequenas cidades diminuíram seu crescimento, e as cidades médias receberam um maior contingente. Os principais motivos são: o “inchaço” urbano, a violência e os déficits das metrópoles e a falta de bons serviços nas pequenas cidades. Assim, a cidade de médio porte situa-se entre esses dois mundos.

Entre 1980 e 2000, enquanto a população total do Brasil cresceu numa taxa de 1,63% e a população dos municípios das regiões metropolitanas em 1,99%, os índices relativos ao aumento demográfico dos municípios constitutivos de aglomerações urbanas não-metropolitanas e centros urbanos, nos quais se inserem as cidades médias, foram, respectivamente, de 2,24% e 2,21%. (SPOSITO, 2007, p. 40).

Os indicadores sociais de Bauru alcançam um patamar elevado. Na tabela nº 4, logo abaixo, pode se verificar a situação de Bauru em relação ao Brasil e o Estado de São Paulo.

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Tab. 4. Dados sociais de Bauru comparados aos do Estado de SP e do Brasil - 2006

Categorias Brasil Estado de SP Bauru

Esperança de Vida 68,6 71,2 72 Pessoas e Domicílios com Esgoto Adequado 59,2% 87,2% 94,1 Analfabetismo 16% 7,9% 9,9% Anos de Estudo 5,9 6,8 6,4

Fonte dados: IBGE 2001, escritório regional de Bauru, e PNUD, 2003

Através desses dados pode-se detectar uma qualidade de vida superior à média nacional, o que pode incrementar a força de polarização do município dentro da região administrativa e para além dela. A qualidade de vida nas cidades médias suplanta a das grandes regiões metropolitanas no Brasil, pois os problemas são rapidamente detectados, e, teoricamente, as soluções são mais rápidas.

O fato é que, desde as duas últimas décadas do século XX, em algumas regiões do país, as cidades médias passaram por substanciais transformações em face da implantação de novos serviços, sobretudo logísticos, de informação, de comunicação, de transportes, de educação e de turismo. Assim sendo, apareceram como alternativa de moradia, por oferecerem melhores condições e qualidade de vida em relação às áreas metropolitanas. (SPOSITO, 2007, p. 52).

O mais significativo dos setores econômicos é o terciário e, neste, o comércio é de grande importância para a empregabilidade e a atração populacional da região administrativa. Com uma forte aglomeração de pontos varejistas, especialmente supermercados, e com três polos comerciais distribuídos pelo território do município, Bauru polariza o setor comercial de sua região administrativa.

Uma das fortes características de uma cidade média é ser um polo comercial. Esse item faz dessas cidades um importante centro de equilíbrio para a economia e a empregabilidade da região.

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Lugar central, caracterizado por poderosa concentração da oferta dos bens e serviços para uma hinterlândia regional. Neste caso, trata-se do que se convencionou denominar capital regional, foco do comércio varejista e de serviços diversificados, dotado de amplo alcance espacial máximo. Na hierarquia urbana situa-se entre a metrópole regional, a quem está subordinada, pois a ela recorre para procurar bens e serviços superiores, ou dela advêm os capitais que controlam algumas de suas atividades terciárias, e numerosos centros menores, a quem subordina por meio de suas funções centrais. Possui uma elite comercial. (CORRÊA in SPOSITO,2007, p. 31).

O consumo é algo importantíssimo para as cidades de médio porte. O consumo e, especialmente, no caso de Bauru, com o setor de serviços produzindo mais de 65% da riqueza, o comércio é fundamental para a cidade . O Consumo alimenta toda a cadeia produtiva do município e recebe pessoas das cidades do entorno para aumentar sua receita.

Também uma forte aglomeração demográfica atrai a atenção de novas empresas e de novos empreeendimentos para o local, podendo tornar-se um fator preponderante para a instalação de empresas e novos investimentos.

Há necessidade de que um determinado nível de densidade de consumidores para uma localidade seja o objeto de interesse de capitais que se desconcentram espacialmente e se expandem territorialmente, razão pela qual se reforçou o papel de cidades médias como espaços de consumo locais e regionais.(SPOSITO,2007, p.4).

O setor de comércio pode atingir uma grande sofisticação nas cidades médias. Em Bauru constata - se essa sofisticação, pois o centro urbano agrega atrativos comerciais e de serviços ímpares na região. O maior Shopping Center da região passou por recentes reformas, agregando lojas de alcance nacional, além de possuir cinco salas de cinemas em seu setor de entretenimento.

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Os supermercados e o hipermercado que se instalaram na cidade foram acompanhados pela expansão de grupos originados na cidade, dentre eles o mais importante é o Grupo Confiança, que possui 5 lojas na cidade e um centro de distribuição de alimentos (Associação Comercial e Industrial de Bauru).

Trata-se, também, da diversificação de bens de serviço colocados ao dispor dos consumidores, chegando, no caso de alguns ramos das atividades, a atingir um grau de sofisticação (nunca de variedade e quantidade) que pode se equiparar ao das metrópoles. (SPOSITO, 2007 pág.44).

Ainda no setor de serviços e comércio, a cidade possui estabelecimentos localizados à margem das principais rodovias que, além de serem simples entrepostos de abastecimento e alimentação para viajantes, atraem um grande contingente de pessoas residentes em Bauru e região. O maior exemplo é o Alameda Quality Center, às margens da rodovia Marechal Rondon; esse empreendimento foi inaugurado em 2006, e contém uma ampla praça de alimentação, que se soma às 4 salas de cinema, com projeção de última geração.

Dentre todas as cidades da região administrativa a única que agrega os elementos propostos pelos autores estudados é Bauru, mesmo outras cidades possuíndo demografias compatíveis com o enquadramento de cidades médias outras caracteríscas qualitativas não podem ser encontradas, pois Bauru polariza e se constitui a principal e mais completa cidade média da região administrativa.

Bibliografia

SPOSITO, M.E.B. (org.) Cidades médias: espaços em transição. São Paulo: Editora Popular, 2007

TOLEDO, E.F.T. A INDUSTRIALIZAÇÃO DE BAURU: Origens, fases evolutivas e situação atual. 2009

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IBGE. Publicação aborda aspectos teóricos e analisa deslocamentos populacionais

no Brasil,. Disponível em: <

http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=192 8&id_pagina=1>. Acesso em: 15 jul 2011

OSCAR, N. (Estadão). A corrida dos shoppings no interior do Brasil,. Disponível em

Referências

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