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Integrando avaliação pós-ocupação com building information modeling

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo

ADRIANO DE ALENCAR SALES

INTEGRANDO AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO COM

BUILDING INFORMATION MODELING

CAMPINAS 2018

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ADRIANO DE ALENCAR SALES

INTEGRANDO AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO COM

BUILDING INFORMATION MODELING

Dissertação de Mestrado apresentada a Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual de Campinas como parte dos requisitos exigidos para a obtenção do título de Mestre em Arquitetura, Tecnologia e Cidade, na área de Arquitetura, Tecnologia e Cidade

Orientadora: Prof. Dra. Regina Coeli Ruschel

ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO FINAL DA DISSERTAÇÃO DEFENDIDA PELO ALUNO ADRIANO DE ALENCAR SALES E ORIENTADO PELA PROFA. DRA. REGINA COELI RUSCHEL.

ASSINATURA DA ORIENTADORA

______________________________________

CAMPINAS 2018

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo

INTEGRANDO AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO COM

BUILDING INFORMATION MODELING

Adriano de Alencar Sales

Dissertação de Mestrado aprovada pela Banca Examinadora, constituída por:

Profa. Dra. Regina Coeli Ruschel Presidente e Orientador

Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

Prof. Dr. Eduardo Toledo Santos Universidade de São Paulo - Poli/USP

Profa. Dra. Doris Catharine Cornelie Knatz Kowaltowski Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

A Ata da defesa com as respectivas assinaturas dos membros encontra-se no processo de vida acadêmica do aluno.

(5)

DEDICATÓRIA

À Edith Aparecida Garcia, minha mãe, que está e sempre estará ao meu lado, continuando a ser a maior incentivadora para que eu alcance todos os objetivos almejados nessa vida e a minha família.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, pelas oportunidades, por tudo que me foi proporcionado nesses anos de desenvolvimento deste trabalho e por permitir que chegasse este momento;

À minha orientadora Prof. Dra. Regina Ruschel que não só me orientou pelos vastos caminhos da ciência, mas também ensinou-me a caminhar pelas sinuosas trilhas da sabedoria e da generosidade humana;

À Dona Cirene, minha tia, minha eterna professora;

A todos de minha amada e pequena grande família, que durante todo este processo de trabalho me apoiaram paciente e irrestritamente;

Ao tio Alceu Queiróz, a Amilton Monteiro de Oliveira, minhas referências morais e intelectuais;

À Renata Canales e a outros valorosos amigos, pela cobrança, pelos estímulos, pelos desafios propostos, pela força e pela fé em mim demonstrada em importantes momentos da minha vida;

Aos irmãos arquitetos Rogério Lima e Miguel Krippahl pelo total apoio e credibilidade. A todos os professores, colegas e amigos que conheci no PPGEC e PPGATC;

A CAPES pelo apoio à pesquisa;

E, finalmente, a você que, em alguma época futura, esteja lendo este trabalho em uma biblioteca qualquer, envolvido em seus sonhos de melhorar o nosso mundo, o nosso país, dando mais sentido ainda a este trabalho.

(7)

RESUMO

O paradigma da Modelagem da Informação da Construção (BIM) envolve um conjunto de inter-relacionado de políticas, processos e tecnologias que geram uma metodologia para gerenciar digitalmente dados de projeto, construção e operação de edifícios. Se por meio da interoperabilidade o modelo de informação da edificação é intercambiado entre projetistas desde a concepção, durante a construção e até a operação da edificação, então sugere-se que os resultados de Avaliação Pós-Ocupação (APO) devam neste modelo ser incorporados. Mas de que forma? E o quanto o modelo de informação seria capaz de absorver, dentre os tipos de informações coletadas nestes estudos? Uma vez inseridas no modelo de informação, de que modo estas informações poderiam ser manipuladas para serem utilizadas no processo de projeto? Esta pesquisa abordou tais questões, visando contribuir para o desenvolvimento de soluções inovadoras em tecnologia da informação e comunicação aplicadas à construção, no contexto da avaliação de edificações. O método adotado foi o da pesquisa construtiva. O delineamento da pesquisa compreendeu a descrição da problemática (conhecimento prático e teórico), a formulação de uma solução digital para Avaliação Pós-Ocupação, a implementação da solução e a consideração de sua aplicabilidade. Adotou-se como plataforma BIM de desenvolvimento o software de modelagem ARCHICAD, pelo desempenho diferenciado na gestão de propriedades dos objetos do modelo BIM e pela interoperabilidade bidirecional entre o modelo de informação e planilhas eletrônicas. A solução digital foi desenvolvida para o modelo de APO proposto por Preiser, Rabinowitz e White. Na fase de Planejamento, são inseridos novos equipamentos e o modelo de informação é preparado para ser utilizado como repositório de dados e gestor de questionários. Na fase de Condução, o procedimento em campo é tradicional, mas complementado com os novos equipamentos e disciplina para a coleta de dados. A fase de Aplicação é incrementada com recursos de visualização dos resultados no modelo tridimensional através de Sobreposições Gráficas geradas na plataforma BIM utilizada. Observa-se uma simplificação no fluxo de informação, aproximando os atores que participam das três fases da APO. Obteve-se a centralização e distribuição das informações de APO a partir do modelo BIM, a automatização e vínculo bidirecional dos questionários de coleta de dados com o modelo BIM e a possibilidade dos projetistas avaliarem e interpretarem os dados coletados em campo de forma contextualizada. Quanto às questões de pesquisa, verificou-se que os recursos oferecidos pela utilização do objeto Zona do software ARCHICAD, foi o que melhor se adequou para incorporar resultados de satisfação dos usuários coletados em uma APO, que as informações, uma vez incorporadas ao modelo digital, permitem uma comunicação ágil e direta com planilhas eletrônicas e que os recursos da plataforma possibilitam uma leitura visual gráfica das informações de uma APO. Foi proposto um modelo para converter questionário de APO em propriedades do objeto Zona do software ARCHICAD e métodos para o fluxo de informação entre fases de desenvolvimento de APO.

Palavras chaves: Avaliação Pós- Ocupação, Modelagem da Informação da Construção, Construção Civil

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ABSTRACT

The Building Information Modeling paradigm (BIM) involves an interrelated set of policies, processes, and technologies associated with a digital information model throughout the building lifecycle. If through interoperability the information model of the building is interchanged and shared, among designers from conception, during construction to the operation of the building, then consequently we suggest that results from Post-Occupancy Evaluation (POE) should also be incorporated. However how? How much information would the model be able to absorb, among the types of information collected in these studies? Once inserted into the information model how could this information be manipulated in the design process? This research will address such issues, aiming to contribute to the development of innovative information and communication technology solutions applied to construction, in the context of building evaluation. The method adopted was that of Constructive Research. The research design comprised the description of the problem (practical and theoretical knowledge), the formulation of a digital solution for Post-Occupancy. ARCHICAD was adopted as the BIM development platform for its differentiated performance in the management of properties of the BIM objects and its bi-directional interoperability with electronic spreadsheets. The digital solution was developed for the POE model proposed by Preiser, Rabinowitz, and White. In the planning phase, new equipment is inserted, and the information model is prepared to be used as the data repository and questionnaire manager. In the conduction phase, the field procedure is traditional but complemented with new equipment and discipline for data collection. The application phase is incremented with features of visualization of the results in the three-dimensional model through graphical overlays generated in the BIM platform used. A simplification in the flow of information is observed, bringing POE actors closer together. Main results are the centralization and distribution of the POE data from the BIM model, the automation and bidirectional flow of the data collection questionnaires with the BIM model and the possibility of the designers to evaluate and interpret the data collected in the field in a contextualized way. Regarding the research questions, it was verified that in the adopted BIM platform the Zone component is better suited to incorporate user satisfaction data collected in an POE. It was observed that the information model can incorporate all types of data collected and that the information once incorporated into the model has an agile and direct connection with electronic spreadsheets and enables new ways of interpreting data. It was proposed a model of how to map questionnaires in properties of the components Zones of a BIM model and methods for information flow between phases and for conduction of the POE.

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Lista de Figuras

Figura 1 - Mapeamento espacial da insatisfação térmica (BIM e GIS)... 26

Figura 2 - Características da APO ... 29

Figura 3 - O papel da APO no ciclo da produção de edificação ... 31

Figura 4 - Níveis de esforço no processo de Avaliação Pós-Ocupação ... 33

Figura 5 - Ciclo de APO ... 39

Figura 6 - Tipos de Feedback ... 40

Figura 7 - Tipologias focadas nos artigos ... 42

Figura 8 - Procedimentos e métodos utilizados para coleta de dados em APO ... 42

Figura 9 - Janela de ajustes de componente paramétrico “Porta”, biblioteca e propriedades .. 45

Figura 10 - Componentes e modelo paramétrico BIM ... 46

Figura 11 – Componente porta: propriedades e representação em dois aplicativos de modelagem ... 49

Figura 12 - Componente Zona em 2D e em 3D ... 50

Figura 13 - Atividades do delineamento metodológico... 53

Figura 14 - Mapa do modelo processual metodológico ... 54

Figura 15 - Conjunto Habitacional Campinas F ... 60

Figura 16 - Planta do Bloco tipo do Conjunto Habitacional Campinas F ... 60

Figura 17 - Modelo de informação do Conjunto habitacional Campinas F ... 61

Figura 18 - Exemplo de Mapa Interativo de paredes (ARCHICAD) ... 62

Figura 19 - Inclusão de uma única Zona integral para cada unidade habitacional ... 64

(10)

Figura 21 - Mapa Interativo com propriedades IFC (gera planilha Excel) ... 66

Figura 22 - Componente Zona e propriedades IFC no Solibri Model Viewer ... 67

Figura 23 - Projeto para fase de Condução em BIM ... 68

Figura 24 - Janela do Gestor de Propriedades ... 71

Figura 25 - Gestor de propriedades, grupo APO e propriedade criada ... 72

Figura 26 - Interface do Gestor de Propriedades com os 6 tipos de propriedades ... 73

Figura 27 - Interface da janela de propriedades do componente Zona (6 tipos de propriedades criadas)... 74

Figura 28 - Interface do Mapa Interativo listando propriedades criadas no componente Zona74 Figura 29 - Interface da planilha Excel com propriedades criadas sendo alterada ... 75

Figura 30 - Interface do Mapa Interativo alterado através de importação de planilha Excel ... 76

Figura 31 - Interface da janela de propriedades de componente Zona demonstrando as propriedades alteradas pela importação de planilha Excel ... 76

Figura 32 - Tabela de regras para o preenchimento de respostas (inclusão de dados) em planilha Excel ... 77

Figura 33 - Interface da janela de importação de arquivo Excel detectando conflitos ... 78

Figura 34 - Fluxo de coleta de dados do modelo de informação utilizando planilhas Excel ... 79

Figura 35 - Validação no software Solibri ... 80

Figura 36 - Interface da Janela de propriedades de componente Zona com a propriedade "Dupla" ... 81

Figura 37 - Interface do Mapa Interativo listando a propriedade “Dupla” do componente Zona ... 81

(11)

Figura 39 - Interface da janela de importação de Planilha Excel no Mapa Interativo do modelo

de informação ... 84

Figura 40 - Mapa Interativo alterado ... 84

Figura 41 - Interface do componente Zona correspondente a Unidade 01 do modelo de informação com as propriedades alteradas após importação de planilha Excel ... 85

Figura 42 - Envio de questionários em condução de APO em BIM ... 85

Figura 43 - Devolução de entrevistas realizadas através da importação de planilhas Excel .... 86

Figura 44 - Interface da janela de edição de regras e critérios para Sobreposição Gráfica ... 88

Figura 45 - Interface do software ARCHICAD com resultado de Sobreposição Gráfica aplicada ao modelo de informação ... 88

Figura 46 - Interface da janela de edição de regras e critérios para Sobreposição Gráfica ... 89

Figura 47 - Interface do software ARCHICAD com resultado de Sobreposição Gráfica ... 89

Figura 48 - Fluxo das questões da APO, Modelo de informação e Planilhas Excel ... 90

Figura 49 - Setor P1 da Quadra A1, do Conjunto Habitacional Campinas F ... 94

Figura 50 - Modelo da quadra A1, à direita apenas a camada de vegetais Zona ativados ... 96

Figura 51 - Implantação e identificação das unidades habitacionais no modelo de informação ... 97

Figura 52 - Grupos de propriedades criadas no componente Zona do ARCHICAD ... 98

Figura 53 - Questões/propriedades inseridas nas categorias criadas no componente Zona ... 99

Figura 54 - Janela de Critérios e campos para gerar Mapa Interativo Satisfação ... 100

Figura 55 - Parte do Mapa Interativo satisfação, contendo todas as 100 unidades habitacionais listadas em linhas e todas as questões referentes a satisfação nas colunas... 101

Figura 56 - Parte do Mapa Interativo Patologias, contendo todas as 100 unidades habitacionais listadas em linhas e todas as questões referentes às patologias em colunas ... 101

(12)

Figura 57 - Parte do questionário Satisfação em planilha Excel – Gerado através de Mapa Interativo Satisfação ... 102 Figura 58 - Parte do questionário Patologias em planilha Excel – Gerado através de Mapa Interativo Patologias ... 102 Figura 59 - Alteração na estrutura das questões para adequação nos Mapas Interativos: questão original (a esquerda) e transposição da questão para formato matricial (a direita) ... 103 Figura 60 - Distribuição de questionários para duplas de condutores da APO ... 104 Figura 61 - Tela do dispositivo móvel utilizado em simulação de entrevista: selecionando linhas a serem ocultadas (a esquerda) e com linhas ocultadas (a direita)... 105 Figura 62 - Exemplo de estrutura e preenchimento do documento Excel em entrevista ... 106 Figura 63 - Linhas ocultas utilizando o procedimento Ocultar/Reexibir do Excel ... 107 Figura 64 - Interface do Windows Explorer com estrutura de diretórios e imagens de patologias coletadas a campo, devidamente alocadas nas pastas correspondentes as unidades habitacionais visitadas ... 108 Figura 65 - Componente Zona do modelo de informação com as duas propriedades criadas para manuseio e vínculo com as imagens de patologias coletadas... 109 Figura 66 - Acesso através do link da propriedade ao diretório com imagens de patologias coletadas em campo ... 109 Figura 67 - Recursos para monitoramento de entregas de imagens e mapeamento e identificação de unidades habitacionais com ocorrências de registros fotográficos (patologias) ... 110 Figura 68 - Mapa Interativo “Duplas”, para controle de entrega e importação de questionários devolvidos ... 112 Figura 69 - Sobreposição Gráfica monitorando a devolução e importação de questionários 112 Figura 70 - Gerando critérios em Mapa Interativo Duplas ... 113 Figura 71 - Mapa Interativo e Sobreposição Gráfica monitorando entrega de documentos .. 114

(13)

Figura 72 - Zona do bloco P3 selecionada (campo esquerdo) e sua janela de propriedades

(campo direito) contendo toda a entrevista realizada ... 115

Figura 73 - Mapa Interativo e Sobreposição Gráfica para leitura de faixa etária ... 116

Figura 74 - Mapa Interativo e Sobreposição Gráfica da questão do valor pago de conta de água ... 117

Figura 75 - Mapa Interativo e Sobreposição Gráfica de patologias (paredes) ... 118

Figura 76 - Exemplos de transcrições estatísticas utilizadas em aplicação de APO ... 121

Figura 77 - Recursos para interpretação de dados coletados em APO em BIM ... 122

Figura 78- Fases de atuação do modelo de informação na APO ... 124

(14)

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Propostas de inovação tecnológica em APO nos artigos do ENTAC ... 23

Quadro 2 - Novos tópicos emergentes de pesquisa em APO ... 25

Quadro 3 - Principais conceitos sobre satisfação do cliente ... 32

Quadro 4 - Níveis de APO ... 35

Quadro 5 - Etapas de planejamento da APO ... 35

Quadro 6 - Ferramentas utilizadas em APO ... 36

Quadro 7 - Propósitos do Feedback ... 40

Quadro 8 - Artigos sobre APO publicados no período 2000 - 2016. (ANTAC) ... 41

Quadro 9 - Objetos BIM ... 47

Quadro 10 - Características DSR e análise comparativa com a pesquisa ... 52

Quadro 11 - Escolha de Software de autoria BIM ... 59

Quadro 12 - Categorias de questões e propriedades ... 63

Quadro 13 - Categorias de questões e propriedades ... 64

Quadro 14 - Desempenho do modelo de informação em fases de APO no ciclo 1 ... 69

Quadro 15 - Atualização de software e inovações utilizadas no ciclo ... 69

Quadro 16 - Tipos e estrutura de dados disponibilizados para a criação de propriedades pelo recurso Gestor de Propriedades ... 73

Quadro 17 - Interfaces das planilhas Excel alteradas pelas duplas em fase de Condução de APO (entrevistas) ... 83

Quadro 18 - Ciclo 2, desempenho do modelo de informação em fases de APO... 92

(15)

Quadro 20 - Mapas Interativos de Satisfação e de Patologias ... 99 Quadro 21 - Alguns dos softwares de autoria BIM disponíveis no mercado e seus recursos similares ... 126

(16)

SIGLAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas AEC - Arquitetura, Engenharia e Construção

AECO - Arquitetura, Engenharia, Construção e Operações APO - Avaliação Pós-Ocupação

BIM - Building Information Modeling CAD - Computer Aided Design

FAUUSP – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo FM - Facility Management

GIS - Geographic Information System

IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo MCT - Ministério da Ciência e Tecnologia

MCIDADES - Ministério das Cidades NBR - Norma Técnica Brasileira ODBC - Open Database Connectivity

PPGATC - Programa de Pós- Graduação em Arquitetura, Tecnologia e Cidades. PPGEC - Programa de Pós- Graduação em Engenharia Civil

PD - Portador de Deficiência TI - Tecnologia da Informação UnB - Universidade de Brasília

UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte UFPE - Universidade Federal de Pernambuco

UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRJ - Universidade Federal do Rio de janeiro UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas

(17)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 21

1.1 Definição do problema de pesquisa e justificativa ... 22

Integrando BIM e APO ... 24

1.1.1 1.2 Objetivo ... 27

Objetivos Específicos ... 27

1.2.1 1.3 Estruturação do texto ... 27

2 SÍNTESE DA BIBLIOGRAFIA FUNDAMENTAL ... 29

2.1 Avaliação Pós-Ocupação (APO) ... 29

APO e o conceito de satisfação ... 31

2.1.1 APO modelos e processos ... 32

2.1.2 Planejando a APO ... 35 2.1.3 Conduzindo a APO ... 36 2.1.4 Aplicando a APO ... 38 2.1.5 Feedback da APO ... 38 2.1.6 APO no Brasil ... 41 2.1.7 2.2 Modelagem da Informação da Construção (BIM) ... 43

Modelagem orientada ao objeto ... 44

2.2.1 Modelo de informação BIM ... 45

2.2.2 Objetos BIM ... 46

2.2.3 Parâmetros, regras e propriedades ... 47

2.2.4 Propriedades em modelos paramétricos ... 48

2.2.5 Componente Zona ... 49 2.2.6 3 MÉTODO DE PESQUISA ... 51 3.1 Delineamento adotado ... 53 Identificação do problema ... 54 3.1.1 Definição dos resultados esperados ... 54

3.1.2 Projeto ... 55 3.1.3 Desenvolvimento e Demonstração ... 56 3.1.4 Avaliação... 56 3.1.5

(18)

4 PROJETO ... 57

4.1 Caso teste: APO realizada no Conjunto habitacional Campinas F ... 57

Planejamento da APO Campinas F ... 57

4.1.1 Condução da APO Campinas F... 58

4.1.2 Aplicação da APO Campinas F ... 58

4.1.3 4.2 Projeto Ciclo 1 ... 59

Modelagem inicial – Conjunto Habitacional Campinas F ... 59

4.2.1 Mapa Interativo ... 61

4.2.2 Inclusão de dados no modelo (Propriedades) ... 62

4.2.3 Criando propriedades IFC ... 65

4.2.4 Propriedades criadas, validação de integridade e interoperabilidade... 66

4.2.5 Interoperabilidade e IFC ... 66

4.2.6 Projeto para planejamento de APO ... 67

4.2.7 Projeto para condução de APO ... 68

4.2.8 Considerações ... 68

4.2.9 4.3 Projeto Ciclo 2 ... 69

Modelagem - Conjunto Habitacional Campinas F ... 70

4.3.1 Inclusão de dados no modelo com o Gestor de Propriedades ... 70

4.3.2 Criando propriedades no componente Zona ... 71

4.3.3 Manuseando propriedades criadas (Mapa Interativo e planilha Excel) ... 72

4.3.4 Validação de exportação das propriedades criadas ... 79

4.3.5 Projeto para condução de APO ... 80

4.3.6 Projeto para fase de Aplicação da APO ... 86

4.3.7 Considerações ... 90

4.3.8 5 DESENVOLVIMENTO E DEMONSTRAÇÃO ... 93

5.1 Formulações iniciais ... 93

5.2 Planejamento de APO em BIM ... 94

Modelo de informação do Conjunto Habitacional Campinas F ... 94

5.2.1 Organização e identificação dos blocos e unidades habitacionais do modelo de 5.2.2 informação ... 96

Inclusão do questionário da APO no modelo de informação (componente Zona) ... 97

5.2.3 Gerando Mapas Interativos e planilhas Excel ... 98 5.2.4

(19)

5.3 Condução de APO em BIM ... 103

Distribuição de questionários ... 103

5.3.1 Equipamentos para distribuição, transporte e manuseio de documentação ... 104

5.3.2 Procedimento para entrevistas ... 105

5.3.3 Manuseio e preenchimento dos questionários (planilhas) ... 106

5.3.4 Registros fotográficos ... 107

5.3.5 Finalizando a condução da APO - Monitorando devolução de questionários ... 111

5.3.6 5.4 Aplicação de APO em BIM ... 115

Mapas Interativos e Sobreposições Gráficas para caracterização da amostra ... 115

5.4.1 Leitura e interpretação de questões relativas a satisfação e patologias ... 117

5.4.1 6 AVALIAÇÃO ... 119

6.1 Desempenho ... 119

Planejamento de APO em BIM e planejamento de APO tradicional ... 119

6.1.1 Condução de APO em BIM e condução de APO tradicional ... 119

6.1.2 Aplicação de APO em BIM e aplicação de APO tradicional ... 120

6.1.3 Feedback em APO integrada a BIM ... 122

6.1.4 Síntese ... 123

6.1.5 6.2 Limitações do desenvolvimento ... 125

6.3 Generalização dos resultados ... 126

7 CONCLUSÃO... 129

REFERÊNCIAS ... 132

APÊNDICE A - LEVANTAMENTO DOS ARTIGOS SOBRE APO PUBLICADOS NO ENTAC NO PERÍODO DE 2000 A 2016 ... 137

APÊNDICE B - INTERFACES DO GESTOR DE PROPRIEDADES COM AS PROPRIEDADES/QUESTÕES DISTRIBUÍDAS NO COMPONENTE ZONA ... 142

APÊNDICE C - QUESTIONÁRIO SATISFAÇÃO EM EXCEL ... 145

APÊNDICE D - TESTES DE QUESTIONÁRIOS EM EQUIPAMENTOS MÓVEIS ... 149

APÊNDICE E - APLICAÇÃO DE APO EM BIM MAPAS INTERATIVOS E SOBREPOSIÇÕES GRÁFICAS (PATOLOGIAS) ... 151

(20)

ANEXO A - QUESTIONÁRIOS UTILIZADOS EM APO NO CONJUNTO HABITACIONAL CAMPINAS F ... 154

ANEXO B - EXEMPLOS DE TRANSCRIÇÕES ESTATÍSTICAS DE DADOS COLETADOS

(21)

1 INTRODUÇÃO

A Avaliação Pós-Ocupação (APO) é conceituada como sendo uma “metodologia” que pretende diagnosticar os aspectos positivos e negativos do ambiente em uso, a partir da avaliação de fatores técnicos, funcionais, econômicos, estéticos e comportamentais, tendo em vista tanto a opinião dos técnicos e projetistas, como também dos usuários (ORNSTEIN; ROMÉRIO, 1992). A Avaliação Pós-Ocupação promove a efetiva aproximação entre o projetista e o usuário ao traduzir de maneira descritiva quais os níveis de expectativa e satisfação do usuário na utilização do ambiente projetado proposto.

Building Information Modeling (BIM) é descrito como um conjunto de políticas, processos e tecnologias que geram metodologia para gerenciar os dados de construção essenciais ao projeto em formato digital em todo o ciclo de vida do edifício (SUCCAR, 2009).

A ideia que sustenta o uso do BIM, na indústria da Arquitetura, Engenharia e Construção, se apoia nos conceitos de orientação a objetos, interoperabilidade e na colaboração entre os diversos profissionais deste setor (ANDRADE; RUSCHEL, 2009). Neste contexto, em sua estrutura conceitual e sistêmica, o BIM promove o trabalho colaborativo e a integração entre os agentes envolvidos (investidores, projetistas, colaboradores, etc.) nos processos de projeto, construção e operação da edificação.

Em BIM, o conceito de interoperabilidade promove a integração e aproximação entre os agentes envolvidos em processos de projeto e, em APO conceitos descrevem a aproximação entre os agentes envolvidos em produção de projetos e os usuários destes projetos propostos e edificados.

Os dados coletados na APO são referentes à satisfação do usuário, manifestações patológicas e desempenho das edificações, mas a questão é como tornar mais eficiente a utilização dos dados coletados – utilizando um software BIM e o modelo da informação da edificação - para viabilizar a retroalimentação em processo de projeto? Ora, se por meio da interoperabilidade, a moeda de troca entre projetistas no paradigma BIM é o modelo da informação da edificação, então sugere-se que os dados coletados na APO devam ser inseridos neste modelo. Esta incorporação de dados de uso da edificação ao modelo virtual da edificação viabiliza a aplicação de mineração de dados como apresentado por Delatorre (2016), Peng et al. (2017) e Chen, Chang e Lin (2016).

(22)

Mas de que forma incorporar os dados resultantes de uma APO no modelo BIM? E qual a quantidade e tipos de informação coletados nesses estudos que o modelo de informação seria capaz de absorver, manusear e distribuir para os diversos agentes interessados que participam do projeto? E de que maneira e em que fases do desenvolvimento de uma APO este modelo da informação da edificação consegue atuar? Qual o seu desempenho se comparado ao desenvolvimento de APO por métodos tradicionais?

A base do desenvolvimento de processos e procedimentos BIM são as ferramentas digitais, os

softwares de autoria BIM como Revit, ARCHICAD, Vectorworks, etc. Investigando a

produção das maiores empresas mundiais de software que permitem o desenvolvimento e procedimentos de BIM como Autodesk, Nemetschek, Graphisoft, Bentley e Trimble, não se encontra um software específico ou ferramentas complementares (plug-in, rotina, etc.) destinadas a permitir o desenvolvimento de APO integrado aos conceitos e paradigmas BIM. Enfrentando as questões levantadas, este trabalho apresenta uma iniciativa de integração APO/BIM e dispõe-se desta forma contribuir para o desenvolvimento de soluções inovadoras em tecnologia da informação e comunicação aplicadas à construção no contexto da operação e planejamento de edificações.

Esta pesquisa foi desenvolvida junto ao Departamento de Arquitetura e Construções (DAC) da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da UNICAMP no Programa de Pós-Graduação de Arquitetura, Tecnologia e Cidade. O trabalho integrou atividades da Rede Cooperativa de Pesquisa “Tecnologia da Informação e Comunicação aplicadas a construção de habitações de interesse social” (FINEP-TICHIS, Processo 0981/10), formada na Chamada Pública MCT/MCIDADES/FINEP/Ação Transversal de Saneamento Ambiental e Habitação (7/2009), no tema Habitação.

1.1 Definição do problema de pesquisa e justificativa

No contexto acadêmico e de pesquisas, as iniciativas de inclusão de novas tecnologias para desenvolvimento de APO, ou iniciativas que propõem efetivamente a integração de APO e BIM, reconhecidamente não atingem um nível de integração total destas duas disciplinas. Experimentos conhecidos demonstram resultados positivos, mas que não contemplam todas as fases de desenvolvimento da APO. Como exemplo destacam-se os experimentos da School of

(23)

no Brasil, os experimentos da Universidade Estadual de Campinas (FREITAS; RUSCHEL, 2015) e o da Universidade Federal de Uberlândia (VILLA et al., 2015).

O experimento da Universidade de Salford (COATES; ARAYICI; OZTURK, 2012), propõe a utilização de sensores, rede Wi-Fi e compartilhamento de arquivos em nuvem, aproximando BIM e APO. O procedimento proposto sugere a utilização de Tecnologia da Informação (TI) especificamente para validar e reforçar a qualidade das questões relacionadas ao conforto e gastos energéticos da edificação. Não há utilização de software BIM específico ou modelo de informação atuando em nenhuma fase da APO e também não propõe novos procedimentos para o seu desenvolvimento.

No Brasil, um levantamento bibliográfico dos artigos publicados no Encontro Nacional de Tecnologia no Ambiente Construído, (seção 2.1.7), no período de 2000 a 2016, aponta que apenas quatro estudos propuseram a inclusão de ferramentas baseadas em tecnologia digital no contexto do desenvolvimento da APO, sendo o presente trabalho uma das quatro proposições apresentadas (Quadro 1).

O experimento de Ruschel et al. (2006) utiliza um robô para exploração controlada remotamente de ambientes com acessibilidade restritiva que realiza registros fotográficos. O trabalho proposto por Natalino et al. (2016) sugere a utilização de ferramentas tecnológicas para o desenvolvimento de APO como o Smartphone Samsung Galaxy Gran Prime e quatro aplicativos gratuitos disponíveis (Sai pra lá, Sun Surveyor, Google Keep e Google Fotos). No artigo intitulado “Inovação tecnológica na avaliação pós-ocupação: Ferramentas digitais e interativas” Villa et al. (2015) indica a utilização de aplicativos digitais especificamente desenvolvidos para a coleta de dados em APO.

Quadro 1 - Propostas de inovação tecnológica em APO nos artigos do ENTAC

Artigo Data Autoria Contribuição Tecnológica

LABORATÓRIO DE ACESSO REMOTO NO CONTEXTO DE DESEMPENHO E AVALIAÇÃO

PÓS-OCUPAÇÃO DAS EDIFICAÇÕES

2006 UNICAMP Robô para varredura e registros fotográficos de ambiente BIM NO SUPORTE A AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO 2014 UNICAMP repositório e manuseio de dados da Modelo de informação BIM como

APO INOVAÇÃO TECNOLÓGICA NA AVALIAÇÃO

PÓS-OCUPAÇÃO: FERRAMENTAS DIGITAIS E

INTERATIVAS 2016 UFU-MG

Aplicativos digitais para coleta e análise

AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO DE PROJETO PADRÃO PROINFÂNCIA: TECNOLOGIAS PARA

AUXILIAR UMA ABORDAGEM MULTIMÉTODOS 2016

UFV/UNILESTE-MG

Aplicativos digitais para coleta e análise

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Este trabalho se diferencia dos citados pelo fato de propor que o modelo de informação digital atue como repositório central que disponibiliza recursos para atuar em todas as fases da APO (planejamento, condução, aplicação e feedback).

A produção de trabalhos acadêmicos e pesquisas em APO no Brasil é expressiva, mas demonstra um grande potencial, pouco explorado, em contemplar novas tecnologias digitais em seu contexto. Observa-se também que as pesquisas e trabalhos acadêmicos com o foco em BIM (não apenas no Brasil), demonstram ausência em contemplar a APO, se comparadas à grande produção de trabalhos em BIM, orientados a inovações em outras áreas no campo da AECO (desempenho da edificação, custos, conforto, gestão de facilidades etc.).

Apresenta-se a seguir uma breve descrição do cenário atual da área, para que se possa identificar e compreender a importância da integração da APO e BIM e sua utilização no âmbito de projetos destinados à Habitação de Interesse Social (HIS), levando em consideração conceitos como a qualidade e produção de projetos e a satisfação do usuário das edificações. A Avaliação Pós-Ocupação (APO) aparece como eficaz ferramenta de avaliação sistemática do ambiente construído, propiciando uma visão descritiva do nível de percepção de qualidade e satisfação do usuário final do ambiente construído (VILLA et al., 2015), pois, de fato, saber como se comportam efetivamente os usuários nas edificações, deveria ser uma prática corrente entre os diversos agentes deste mercado, em diferentes esferas (pública, institucional, privada, corporativa, etc.).

Integrando BIM e APO 1.1.1

Para a compreensão das possibilidades de integração destas duas áreas do conhecimento, recorremos à descrição de um cenário internacional atual do desenvolvimento da APO, para melhor análise das viabilidades, vantagens e limitações desta proposta de integração de APO com BIM.

O trabalho de Li, Froese e Brager (2018) apresenta uma abrangente revisão bibliográfica, analisando 146 projetos de APO e 16 protocolos (conjunto de métodos) desenvolvidos durante o período de 2010 a 2017. O estudo também destaca novos tópicos emergentes de pesquisa em APO, tais como a visualização de APO, análise de ocupação em pesquisa de banco de dados e medição da ocupação (Quadro 2).

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Quadro 2 - Novos tópicos emergentes de pesquisa em APO

Fonte: Adaptado de Li, Froese e Brager (2018).

Dos trabalhos correlatos que se enquadram nos novos tópicos de pesquisa de APO que sugerem a utilização de novas tecnologias (BIM, GIS e Software 3D) destacamos o trabalho de Hua, Göçer e Göçer (2014), onde é apresentado o desenvolvimento de uma Avaliação Pós-Ocupação em um edifício de um campus universitário com certificação LEED Platinum. Nesta APO, através da utilização de Geographic Information System (GIS) é feito um mapeamento espacial nos ambientes internos da edificação analisando a temperatura, deslocamento de ar, níveis de CO2, etc., para comparar este mapeamaento com o nível de insatisfação dos ocupantes avaliados. Para as visualizações gráficas desta comparação entre o mapeamento geográfico e os dados coletados na APO é utilizado um modelo digital e recursos BIM (Figura 1).

NOVOS TÓPICOS DE

PESQUISA RECURSOS FINALIDADES

VISUALIZAÇÃO DA APO BIM, GIS, Software 3D

Para aumentar o feedback para proprietário e ocupantes;

Utilizados para mostrar o mapeamento espacial da satisfação dos ocupantes quanto a qualidade ambiental

interna

ANÁLISE DE OCUPAÇÃO EM PESQUISA DE BANCO DE DADOS

BANCOS DE DADOS

Desempenho de edifícios verde (sustentáveis) vs convencionais;

As vantagens e desvantagens de uma variedade de formas de benchmarks para satisfação da qualidade do

ambiente interno;

O efeito da configuração espacial (escritório de plano aberto vs. escritório de plano fechado) na satisfação da

qualidade do ambiente interno;

Diferenças de gêneros na percepção de ocupante do escritório da qualidade do ambiente interno; As relações entre a satisfação do ocupante e parâmetros ambientais internos e característica do

edifício;

As relações entre fatores individuais da qualidade do ambiente interno e satisfação geral do espaço de

trabalho;

Influência de fatores não relacionados à qualidade do ambiente interno (disposição espacial, distância da janela, tamanho, sexo, idade, tipo de trabalho, horas de

trabalho semanal, etc.) satisfação.do ocupante.

MEDIÇÃO DA

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Figura 1 - Mapeamento espacial da insatisfação térmica (BIM e GIS)

Fonte: (HUA ; GÖÇER ; GÖÇER , 2014).

Em outro artigo Göçer, Hua e Göçer (2015) sustentam que os dados de APO visualizados através da integração de mapas geográficos GIS e BIM geram uma comunicação mais eficaz entre construtores, pesquisadores, arquitetos, engenheiros e pode contribuir para o fechamento do loop de feedback. O método de mapeamento espacial adotado amplia o uso do BIM, utilizando sistemas de informação geográfica (GIS), que é uma ferramenta poderosa para analisar e visualizar relações entre unidades geográficas e seus dados. Este estudo explora como estabelecer uma plataforma de comunicação para diferentes partes interessadas, a fim

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de envolve-las no esforço colaborativo de melhoria contínua do desempenho do edifício usando os resultados de APO incorporados no BIM.

Considerando o estado atual do BIM , seu potencial e contribuição para a Arquitetura, Engenharia e Construção (AEC) no futuro próximo, há uma necessidade crucial de visualizar os dados agregados dos estudos de APO e criar um link com as ferramentas BIM (HUA; GÖÇER; GÖÇER, 2014).

1.2 Objetivo

O objetivo deste trabalho é incorporar os preceitos da Modelagem da Informação da Construção (BIM) em Avaliação Pós-Ocupação (APO), utilizando o modelo de informação de edificação como repositório central atuando como organizador, distribuidor e tradutor dos dados coletados em fases de desenvolvimento de APO.

Objetivos Específicos 1.2.1

Os objetivos específicos deste trabalho são:

Identificar e utilizar software apropriado de autoria BIM (software que geram modelos de informação da edificação) para que, a partir de seus “recursos próprios”, possamos integrá-lo ao desenvolvimento de APO.

 Identificar onde e como serão inseridas as informações de APO no modelo de informação da edificação gerado pelo software,

 Determinar procedimentos, rotinas e operações para viabilizar o desempenho do modelo de informação como ferramenta de desenvolvimento de APO.

1.3 Estruturação do texto

Esta dissertação se estrutura em sete capítulos. O primeiro constitui uma introdução ao trabalho e o contexto no qual se insere, sua justificativa, os objetivos da pesquisa e sua estrutura geral.

O segundo capítulo apresenta uma revisão bibliográfica compreendendo duas seções, a saber: Avaliação Pós Ocupação, área de conhecimento multidisciplinar focada nesta investigação

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científica e Modelagem da Informação da Construção (BIM), área do conhecimento cujos artefatos têm as suas bases conceituais e tecnológicas como origem.

No terceiro capítulo apresenta-se o método de pesquisa adotado, sendo este o Design Science

Research. São descritas as fases de desenvolvimento do método compreendendo:

Identificação do problema, Definição dos resultados esperados, Projeto e Desenvolvimento, Demonstração, Avaliação e Comunicação.

O quarto capítulo descreve o desenvolvimento do projeto para a integração de BIM e APO realizada em dois ciclos.

O quinto capítulo demonstra a solução de integração proposta avaliando-a em simulações de fases de APO (planejamento, condução e aplicação).

O sexto capítulo presta-se à avaliação, onde se discorre sobre o desempenho da solução proposta, discute-se limitações do desenvolvimento do trabalho, e realiza-se um exercício de generalização dos resultados obtidos e dos procedimentos apresentados. O sétimo e último capítulo é reservado às conclusões.

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2 SÍNTESE DA BIBLIOGRAFIA FUNDAMENTAL

2.1 Avaliação Pós-Ocupação (APO)

A possibilidade de guardar o conhecimento adquirido experimentalmente e/ou por meio de pesquisa aplicada, impulsionou decisivamente os avanços técnicos e científicos, além das - e não menos importantes -, Ciências Humanas (SERRA, 2006).

A Avaliação Pós-Ocupação surge como parte de estudos que visavam estabelecer um instrumento capaz de fornecer uma aferição objetiva sobre as relações entre o comportamento humano e o ambiente no qual os indivíduos estavam inseridos (Figura 2).

Figura 2 - Características da APO

Fonte: Adaptado de Preiser, Rabinowitz e White (1988).

Preiser, Rabinowitz e White (1988) definem APO como um processo de avaliação de construções de forma sistemática e rigorosa quando já na fase de ocupação por algum tempo. Completando, os autores afirmam que o foco da APO é sobre os ocupantes das construções e suas necessidades, o que dará aos avaliadores a percepção das consequências das decisões tomadas durante o projeto e os resultados em termos de desempenho. O objetivo principal é sempre o de obter uma base de conhecimento que viabilize a criação de construções mais adequadas para projetos futuros.

Paralelamente, Ornstein (1998) define APO como um conjunto de técnicas e métodos aplicados a um ambiente, durante seu uso, para avaliar o desempenho, nas perspectivas dos

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especialistas e dos usuários, indicando, sistematicamente, os aspectos funcionais positivos e negativos. Avalia-se, também, aspectos como sistema de construção, conforto ambiental, relação custo/benefício relacionados à manutenção, e, em suma, as relações entre o ambiente construído e o comportamento humano.

O uso dos resultados da APO, dependendo dos objetivos, apresenta benefícios em curto, médio e longo prazos de tempo. Em um curto espaço de tempo é possível, por exemplo, avaliar os acertos e falhas no desempenho da construção e fazer recomendações de ações apropriadas para a solução de problemas. Em um tempo médio, os benefícios da APO se relacionam com decisões importantes sobre a construção da edificação como: reuso adaptável, remodelagem etc., para resolver problemas identificados na construção existente. Em um longo período de tempo os benefícios incidem justamente no fato de que as lições aprendidas com as falhas e os acertos no desempenho da edificação deverão ser aplicadas em construções futuras, compartilhando e retroalimentando a indústria da construção como um todo (PREISER; RABINOWITZ; WHITE, 1988). A Figura 3 ilustra o ciclo da produção de um empreendimento imobiliário e a abrangência da APO, onde há fases sugerindo diversos agentes e setores que, de maneira direta ou indireta, influenciam as tomadas de decisões e resultados no interior do ciclo produtivo que abrangem até mesmo a entrega e uso da edificação posteriormente.

Os resultados de APO indicam erros que não devem ser repetidos podendo ser utilizados para processos como as-build, retrofit, etc.

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Figura 3 - O papel da APO no ciclo da produção de edificação

Fonte: Silva e Souza (2003, p.40).

APO e o conceito de satisfação 2.1.1

A Avaliação Pós-Ocupação está centrada em dois conceitos básicos: satisfação do cliente/usuário e desempenho dos produtos e serviços (SILVA; SOUZA, 2003).

Note-se, que o termo satisfação está sujeito a diversas definições e interpretações. No dicionário Aurélio, por exemplo, o termo aparece como (1) “Ato ou efeito de satisfazer” (2) “Alegria; contentamento; prazer” (3) “Indenização; pagamento” (4) “Retratação” (5) “Reparação; desculpa” (FERREIRA, 1999, p. 1822). A satisfação do cliente/usuário é um conceito amplo e subjetivo. Especialistas em marketing e de áreas que investigam e avaliam

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em profundidade o comportamento do consumidor/usuário, sugerem diferentes abordagens e definições para o conceito de “satisfação” relacionado ao cliente (Quadro 3).

Quadro 3 - Principais conceitos sobre satisfação do cliente

AUTOR ABORDAGEM

(KOTLER; KELLER, 2007)

Satisfação consiste em sensações de prazeres ou desapontamentos resultantes da comparação de desempenho percebido de um produto em relação às expectativas

dos consumidores.

(JURAN, 1992) correspondem às necessidades do cliente. Em geral, é sinônimo de satisfação com o Satisfação do cliente é o resultado alcançado quando as características do produto produto.

(DETZEL; DESATNIK, 1995)

Satisfação do cliente é o grau de felicidade experimentada por ele. Ela é produzida por toda uma organização, por todos os departamentos, todas as funções e todas as

pessoas. Entre os clientes se incluem compradores externos de bens e serviços de organização, fornecedores, a comunidade local, funcionários, gerentes e supervisores

(e acionistas, se a organização for de capital aberto).

Fonte: O autor

A compreensão do conceito de satisfação é importante, levando-se em consideração que parte significativa das questões de APO são referentes às impressões e opiniões de usuários entrevistados inseridos no ambiente ocupado e sua satisfação.

APO modelos e processos 2.1.2

De um modo sintético, em uma visão panorâmica, podemos observar que, nos EUA, a pesquisa em APO desenvolveu-se prioritariamente associada ao comportamento (behaviorismo), na Grã- Bretanha incidiu sobre a percepção espacial, na França houve ênfase sobre a utilização de dados psicossociais, na ação projetual das escalas da cidade e do edifício e, também, na percepção espacial. No Japão imperou a perspectiva filosófico-cultural, na Alemanha a visão ecológica, e finalmente na América Latina, as condições sociais e os aspectos político-culturais constituíram o foco das atenções (ELALI; VELOSO, 2004). No Brasil, experiências relacionadas à Avaliação Pós-Ocupação, em seu início foram realizadas pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT). Eram associadas às habitações de interesse social, escolas e edifícios públicos e tinham uma abordagem mais clássica (abordagem técnica, funcional e comportamental). (VILLA, 2008) Neste ponto, podemos observar que tanto as especificidades contextuais como as particularidades das edificações, influenciam de maneira significativa os modelos e processos de aplicação de APO. De maneira mais abrangente há autores que sugerem um modelo de

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processo de APO que pode ser aplicado em qualquer tipo ou tamanho de edifício, instalações ou local. O modelo de processo apresentado na Figura 4 associa às fases de APO as etapas de desenvolvimento, explicitando os níveis de esforços possíveis em: indicativo, investigativo e diagnóstico (PREISER; RABINOWITZ; WHITE, 1988).

Figura 4 - Níveis de esforço no processo de Avaliação Pós-Ocupação

Fonte: Adaptado de Preiser, Rabinowitz e White (1988, p.54).

A APO indicativa aponta os sucessos e as falhas do desempenho do edifício. É realizada em um curto espaço de tempo, geralmente em uma ou duas horas, durante um ou três dias. Este nível de APO pressupõe que o avaliado e/ou a equipe de avaliadores sejam experientes na condução da APO e tenham familiaridade com o tipo de construção que será avaliado. Os métodos de coletas de dados específicos para este nível de APO são os quatro seguintes: avaliação e arquivamento de documentos, avaliação dos problemas de desempenho, avaliação por Walkthrough, (caminhada através da instalação avaliada) e entrevistas.

A avaliação e arquivamento de documentos pressupõe o acesso a registros e documentos da instalação, como o as-built (como construído), registros de horários de utilização do espaço, registros de segurança, relatórios de acidentes, entre quaisquer outros documentos, registros ou dados históricos arquivados que possam ser pertinentes para serem analisados.

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A avaliação dos problemas de desempenho consiste em uma lista de perguntas genéricas de avaliação da construção que é enviada por avaliadores antes da visita ao local. Estas perguntas lidam com o desempenho técnico da construção e diz respeito às condições ambientais. Além disso, trabalham com adequação funcional (adequação das questões de saúde, segurança e espaço) e também contemplam as preocupações comportamentais ou psicológicas como, por exemplo, a "imagem" da instalação. As respostas a essas perguntas indicam o conhecimento de gestão de problemas e também oferece características de desempenhos bem-sucedidos de uma determinada instalação.

Após uma discussão e avaliação das respostas da avaliação dos problemas de desempenho, é iniciada uma avaliação através da caminhada - Walkthrough - cobrindo toda a instalação avaliada. Além da observação direta dos avaliadores, na caminhada é recomendada a utilização de câmeras fotográficas que podem registrar características da construção que mereçam especial atenção.

As entrevistas com as pessoas selecionadas, familiarizadas com a instalação, agregadas aos depoimentos dos clientes/usuários concluem a visita no local. Posteriormente, um breve resumo dos indicadores e das características bem-sucedidas e malsucedidas da instalação avaliada é enviado para o grupo cliente/usuário para uma análise e verificação final.

A APO investigativa muitas vezes é realizada quando uma APO indicativa identifica problemas que necessitam de mais investigação, tanto em termos de desempenho físico de uma instalação como as relativas às respostas dos ocupantes. As etapas na condução de uma APO investigativa são idênticas às de uma APO indicativa, mas o nível de esforço é maior, muito mais tempo é gasto no sítio e a coleta de dados é mais sofisticada. Neste ponto, são utilizadas outras técnicas de análise. O estabelecimento de critérios de avaliação em nível de investigação, envolve pelo menos dois outros tipos de atividades: avaliar o do estado-da-arte da literatura e realizar comparações com estado-da-arte das instalações recente.

A APO diagnóstico é uma investigação exaustiva e aprofundada conduzida em um nível elevado de esforço. Tipicamente, segue-se uma estratégia multimodal incluindo questionários, inquéritos, observações, medições físicas e todas as abordagens apropriadas para a avaliação comparativa de uma seção transversal de instalações do mesmo tipo. A APO diagnóstico pode levar de alguns meses a um ano ou mais para completar seus resultados e as recomendações são a longo prazo, com o objetivo de melhorar não só a instalação em particular, mas o estado

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da arte de um dado tipo de edifício. A sua metodologia é muito semelhante à da pesquisa científica. No Quadro 4 uma síntese do modelo proposto por Preiser, Rabinowitz e White (1998) e as variáveis relacionadas ao foco, tempo, recomendações e métodos para cada nível sugerido.

Quadro 4 - Níveis de APO

NÍVEL DE ESFORÇO

DA APO FOCO TEMPO RECOMENDAÇÕES MÉTODO DE COLETA DE DADOS

NÍVEL 1 INDICATIVO Indica os sucessos e as falhas do desempenho do edifício. -Menos de 1 ou 2 horas -Menos de 1 a 3 dias Familiaridade com o avaliado e/ou com a instalação avaliada.

-Avaliação e arquivamento de documentos. -Avaliação dos problemas

de desempenho. -Walkthrough. -Entrevistas. NÍVEL 2 INVESTIGATIVO Investigação exigida para avaliar problemas detectados em avaliação nível 1, em termos de desempenho físico e/ou respostas dos

ocupantes

Entre 160 a 240 horas

Técnicas mais específicas de análise e coleta.

- O estado-da-arte da literatura de avaliação e

comparações com o recente estado-da-arte das

instalações. NÍVEL 3 DIAGNÓSTICO Melhorar não só a instalação em particular, mas também o estado da arte de um dado tipo

de edifício. Alguns meses, 1 ano ou mais. Metodologia semelhante a pesquisa científica. - Questionários, inquéritos, observações, medições físicas e todas as abordagens apropriadas para avaliação comparativa

entre instalações do mesmo tipo. Fonte: Preisner, Rabinowitz e White (1998).

Planejando a APO 2.1.3

Realizar o planejamento da APO é um grande evento e demanda muita responsabilidade para que se obtenha o melhor resultado. Basicamente a tarefa chave desta fase é a definição da coleta de dados. O Planejamento da APO envolve três etapas: o Reconhecimento e Estudo de Viabilidade, o Planejamento de Recursos e o Planejamento de Pesquisa (Quadro 5).

Quadro 5 - Etapas de planejamento da APO

RECONHECIMENTO E VIABILIDADE

PLANEJAMENTO DE RECURSOS PLANEJAMENTO DE

PESQUISA - Determinação de escopo e nível de

esforço mais apropriado de APO. - Definição dos métodos de coleta e análise. - Distribuição de equipes.

- Determinação do tempo gasto.

- Todos os métodos de coleta e análise são definidos. - Definição do gerenciamento

da APO.

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O reconhecimento e estudo de viabilidade colaboram para a escolha e a determinação do escopo, do nível de esforço e do tipo mais apropriado de APO a ser aplicada. O planejamento de recursos avalia e determina quais os métodos de coleta de dados e análise funcionará melhor para um determinado nível de esforço. É nesta etapa que são definidas as equipes e suas funções específicas, como também a previsão de tempo demandado para as tarefas e as ferramentas que serão utilizadas (Quadro 6).

O planejamento da pesquisa é o passo final antes da condução da APO no local. Todos os métodos de coleta e análise de dados são decididos, como também as técnicas para garantir a qualidade dos dados.

Conduzindo a APO 2.1.4

A Condução da APO pode ser pensada em três passos: (1) Iniciando o processo de coleta de dados no local, que inclui a mobilização de todas as partes envolvidas na APO; (2) Monitoramento e gerenciamento de procedimentos de coleta de dados, que inclui o estabelecimento de orientações práticas; (3) Análise de dados, que inclui a interpretação dos mesmos (PREISER; RABINOWITZ; WHITE, 1988).

Quadro 6 - Ferramentas utilizadas em APO

INSTRUMENTOS DESCRIÇÃO

Entrevistas individuais com

pessoas chave Exigem roteiros enxutos, gravados e transcritos se autorizados. Entrevistas em grupo Exigem a formulação de roteiro de perguntas, destinada a um grupo de usuários específico e relacionada aos objetivos da APO.

Grupos focais

Requer além do moderador, um auxiliar que busca fazer anotações sobre atitudes e comportamentos dos participantes durante a realização desta ação e realizar

registros fotográficos.

Poemas dos desejos finalização da frase com a sua expectativa em relação ao presente ou ao futuro de Parte de um trecho de frase a ser completada pelo participante que relaciona a um determinado edifício, ambiente, lugar.

Desenhos Caráter exploratório, são aplicados individualmente em crianças não alfabetizadas ou mesmo semialfabetizados. Questionários tradicionais Instrumento mais utilizado para medir a satisfação dos usuários adultos, pois apresenta baixo custo e é de aplicação relativamente rápida. Questionários associados a

imagens ou figuras;

Seguem os mesmos procedimentos dos questionários tradicionais, porém são mais lúdicos e curtos pois estão associados a imagens.

Checklist para “as built” É um roteiro para atualização dos ambientes, objeto da APO. Checklist para levantamento de

eventuais patologias construtivas Para levantamento de eventuais patologias construtivas é desenvolvido com base na ABNT NBR 15575.

Walkthroughs pelo pesquisador Realizado pelo pesquisador segue um roteiro baseado em checklist sobre o sistema construtivo e seu desempenho Walkthroughs do pesquisador

com pessoas chave

Realizado pelo pesquisador com especialistas como o arquiteto que concebeu o edifício estudo de caso, o engenheiro responsável pela manutenção e operação, o

técnico responsável pela segurança (contra incêndio, patrimonial), dentre outros, com base num roteiro.

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Walkthroughs de vivência Desenvolve-se a partir de um percurso a ser feito com base num roteiro/checklist prévio junto com pessoas com deficiência (ideal) ou em simulações.

Medições Medições com equipamentos portáteis na área de conforto ambiental (térmica, iluminação, umidade, acústica). Mapas de fluxos

Exigem a leitura dos projetos (atualizados, “as built”) e as observações sistematizadas no tempo (dias e horários) dos fluxos das diversas categorias de

usuários e de materiais.

Mapas de vestígios sobretudo aqueles de uso coletivo, como pátios de recreio em escolas, parques e Observações sistemáticas considerando dias e horários de uso dos ambientes, praças, áreas externas a campi universitários.

Mapas de comportamentos Observações sistemáticas de comportamentos de usuários, de modo individual ou coletivo em distintos ambientes, dias e horas. Quadro síntese Compõe a base do diagnóstico de especialistas ou pesquisadores versus usuários. Mapas de diagnóstico e de

recomendações

Itens listados no Quadro Síntese são transportados para estes mapas que são baseados nos desenhos dos diversos pavimentos do edifício (incluindo áreas externas e vizinhança, muitas vezes) aos quais são apontados, a partir de linhas

de chamada, os aspectos mais relevantes encontrados na APO, suas recomendações e normas vinculadas.

Fonte: O autor. Adaptado de Villa e Ornstein (2013).

A APO se inicia efetivamente quando os avaliadores entram na edificação e passam a avalia-la, interagindo com seus ocupantes. Para que isto ocorra de forma extremamente organizada, é necessário um grande esforço de mobilização que deve ser executado com eficiência para que a equipe de avaliação possa se concentrar na tarefa principal sem distrações ou desperdício de tempo.

Pré-testes dos instrumentos de coleta de dados, tais como questionários e roteiros de entrevista são comumente realizados sob a forma de um estudo-piloto, simulando com representantes os futuros usuários que serão entrevistados na real APO, assegurando desta maneira que o instrumento, irá produzir dados válidos e úteis, e assim evitar perda de tempo e esforços. Estes pré-testes são uma prática da APO que asseguram a consistência da coleta de dados, mas também têm a função de familiarizar os avaliadores com o processo e aumentar a eficiência da avaliação.

Considerando a interdisciplinaridade desta área do conhecimento, que busca estabelecer critérios confiáveis para aferição de dados quantitativos e qualitativos, ao lado da também complexa gama de situações e particularidades de espaços e edificações avaliados, muitos instrumentos e técnicas para coletas de dados foram desenvolvidas ao longo dos anos. Estudiosos recomendam na maioria dos casos, com intuito de fortalecer a confiabilidade dos resultados, a utilização de vários instrumentos e a aplicação de múltiplas técnicas.

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Aplicando a APO 2.1.5

Nesta fase, são avaliados os resultados gerando-se diagnósticos - observações e recomendações - para que, em razão destes possam ser tomadas ações para alterações, ajustes e acertos nas edificações, espaços ou ambientes ocupados avaliados, podendo, inclusive, servir de indicativos para proposições projetuais futuras. Desta forma, as principais atividades na aplicação da APO estão em relatar os resultados, recomendar e planejar ações e rever os efeitos dos atores sobre as instalações e operações do cliente. O avaliador, assim, deve voltar para o cliente e relatar as conclusões, que farão parte da base sobre a qual as ações podem ser tomadas posteriormente (PREISER; RABINOWITZ; WHITE, 1988).

Nesta fase, estabelece-se um fluxo de informações entre todos os agentes envolvidos na APO, os projetistas, as equipes de APO e os ocupantes (respondentes).

Feedback da APO 2.1.6

Completando o ciclo, as informações coletadas na APO compiladas e interpretadas, retornam para a avaliação e interpretação dos projetistas e construtores. A partir dessas avaliações, erros e acertos são apontados, permitindo traçar diretrizes para melhorias de projetos futuros. Assim, essa prática adquire forma de instrumento de controle de qualidade do processo de desenvolvimento do produto (ABIKO; ORNSTEIN, 2002).

É a partir deste feedback, interpretado pelos projetistas e construtores dos dados coletados na APO, que serão possíveis tomadas de decisões para ações ou intervenções emergenciais nas edificações ocupadas e avaliadas ou mesmo para que sejam requalificados projetos futuros, evitando a ocorrência de desempenhos indesejáveis da edificação e também requalificando os ambientes a serem construídos e/ou espaços a serem ocupados.

O feedback encerra um ciclo de informações (iniciado no planejamento), que envolve todos os agentes participantes da APO, retornando aos agentes iniciais do processo (projetistas, proprietários, gestores, etc.) que, municiados do repertório devolvido, possam tomar decisões específicas, tanto relacionadas a projetos existentes e avaliados, como também para futuros projetos, com a mesma tipologia do avaliado, a serem executados (Figura 5).

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Figura 5 - Ciclo de APO

Fonte: O autor.

Em APO este fluxo permite que mensagens sejam levadas de volta para os projetistas, que, no passado, poderiam facilmente ter permanecido alheios a elas, continuando a repetir, quase indefinidamente, o receituário deficiente (BORDASS; LEAMAN, 2005). Ainda segundo os autores, tal fluxo indica a projetistas e construtores vários tipos de feedbacks compreendidos a partir de cinco categorias conceituais (Figura 6). A flecha amarela larga no topo desta figura indica como as experiências adquiridas de um projeto devem idealmente ser aplicadas a projetos no futuro. Feedbacks podem ser desenvolvidos e orientados a partir de 4 propósitos e ações (Quadro 7). Segundo os autores, a análise e tradução dos dados coletados em APO, para cada caso orientam o feedback que deve estar associado a alguns daqueles conceitos específicos.

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Figura 6 - Tipos de Feedback

Fonte: Bordass e Leaman (2005).

Quadro 7 - Propósitos do Feedback

EXPLICITANDO O CASO OBJETIVOS IMEDIATOS DO PROJETO

O projeto e o processo de

construção Compromissos, projeto, gerenciamento de projetos, construção, coordenação, controle de custos, qualidade de construção, comissionamento e entrega;

O edifício como um produto Como é? Quanto e o que custa a sua adequação a um propósito e como profissionais e o público reagem a esta adequação; Desempenho do edifício em

uso e seus resultados Técnicos, para o ocupante, para usuários e agentes financeiros, operacionais e ambientais.

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APO no Brasil 2.1.7

A avaliação pós-ocupação como área do conhecimento, vem sendo aplicada no Brasil desde meados da década de 1980, em atividades de ensino (graduação e pós-graduação), pesquisas (iniciações científicas, mestrados e doutorados), e algumas atividades de consultoria (ORNSTEIN, 2016).

Para descrever um cenário da utilização e contribuições teóricas e práticas, no Brasil, foram identificados 43 artigos relacionados a APO, publicados no período dos anos 2000 a 2016 no Encontro Nacional da Associação Nacional de Tecnologia no Ambiente Construído (ANTAC) (Apêndice B). Fundada em 1987, a ANTAC é uma associação técnico-científica, de caráter multidisciplinar, que reúne pesquisadores e técnicos envolvidos com a produção e transferência de conhecimentos na área de tecnologia do ambiente construído.

A partir deste levantamento bibliográfico, realizado no repositório ANAIS ENTAC (http://www.infohab.org.br/entac/), foi possível detectar algumas tendências e padrões nas publicações deste período, tais como as tipologias de edificações onde mais foram realizadas APOs, os instrumentos e métodos mais utilizados, e as contribuições metodológicas e/ou tecnológicas que os estudos propunham (Quadro 8).

Quadro 8 - Artigos sobre APO publicados no período 2000 - 2016. (ANTAC)

TIPOLOGIA

AVALIADA REFERÊNCIA – ESTUDOS DE APO PUBLICADOS NO ENTAC

Habitação

Felipe (2000); Tablas, Migliorini, e Benevente (2000); Hansen, Lay e Reis (2000); Dantas e Bertini ( 2006); Moraes e Abiko (2006); Ruschel et al.(2006); Salcedo, Silva e Tanecy(2006);

Zancul e Fabrício (2008); Marroquim e Barbirato (2010); Campos e Souza (2012); Costa, Lovato e Costa (2016); Galvão e Ornstein (2016).

Institucional Martha e Salgado (2008); Luna e Araújo (2008); Rocha e Souza (2008); Castro e Oliveira Ornstein, Andrade e Leite (2000); Andrade, C.M. et al (2002); Rodrigues et al. (2006); (2014).

Escolas

Ferreira et al. (2006); Ferreira e Assis (2006); Fontes et al. (2006); Klein et al. (2006); Azevedo et al. (2008); Romcy e Santiago (2010); Câmara, Fontenelle e Lopes (2010); Mendonça e Brandstetter (2012); Ramos et al.(2012); Silva, Cáceres e Palomares, (2014);

França e Ornstein (2014); Natalino et al. (2016).

Espaços

públicos Tablas, Migliorini e Benevente (2000); Macedo (2006);

Saúde Rio, Ornstein e Rheingantz (2000); Teixeira e Amorim (2006); Kalil e Pante (2006);

Asilo Pires et al. (2006);

Biblioteca Gomes (2016).

Não se aplica Bertoli e Gomes (2006); Brandstetter (2008); Abate, Kowaltowski e Bernardi (2014); Sales e Ruschel (2014); Villa et al. (2016) Fonte: O autor.

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Com relação às tipologias, este levantamento identificou que os estudos de APO enfatizam tipologias de habitações, escolas e edificações institucionais (Figura 7). Observou-se também que os métodos mais utilizados para coleta de dados em APO foram os registros fotográficos e os questionários. (Figura 8).

Figura 7 - Tipologias focadas nos artigos

Fonte: O autor.

Figura 8 - Procedimentos e métodos utilizados para coleta de dados em APO

Fonte: O autor. 0 2 4 6 8 10 12 14 0 5 10 15 20 25 30

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