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Relatório de estágio curricular supervisionado em Medicina Veterinária

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Academic year: 2021

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DEPARTAMENTO DE ESTUDOS AGRÁRIOS

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

Simoní Janaína Ziegler

RELATÓRIO DO ESTÁGIO CURRICULAR

SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁRIA

Ijuí, RS, Brasil

2018

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Simoní Janaína Ziegler

RELATÓRIO DO ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁRIA

Relatório do Estágio Curricular Supervisionado apresentado ao Curso de Medicina Veterinária, Área de Clínica Médica de Grandes Animais, da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ, RS), como requisito parcial para a obtenção do grau de Médica Veterinária.

Orientadora: Profª. Méd. Vet. Drª. Maria Andréia Inkelmann

Ijuí, RS, Brasil 2018

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Simoní Janaína Ziegler

RELATÓRIO DO ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁRIA

Relatório do Estágio Curricular Supervisionado apresentado ao Curso de Medicina Veterinária, Área de Clínica Médica de Grandes Animais, da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ, RS), como requisito parcial para a obtenção do grau de Médica Veterinária.

Aprovado em 22 de Novembro de 2018.

__________________________________________ Profª. Méd. Vet. Drª. Maria Andréia Inkelmann, (UNIJUÍ)

(Orientadora)

__________________________________________

Profª. Méd. Vet. MSc. Luciane Ribeiro Viana Martins, (UNIJUÍ) (Banca)

Ijuí, RS, Brasil 2018

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por me afortunar com tamanha bondade em concluir essa jornada em minha vida, tem me fortalecido de fé, força e coragem para eu não desistir de um dos meus maiores sonhos, ser veterinária!

Aos que amo...

Meus amados pais Lidia e Miguel Ziegler por serem pacientes comigo, me apoiando, e sempre tendo palavras de forças para os dias não tão bons, os quais foram muitos! Que sempre me motivaram com sabedoria e plenitude para que eu pudesse seguir esse sonho!

A minha querida irmã: Silvani que tem continuamente conversado comigo sobre profissão, futuro e que tem sempre me amparado nas horas difíceis e nas boas também.

Aos colegas que passaram em minha vida acadêmica. A colega, amiga e namorada Camila Picinin, a qual também tem me apoiado, me amparado em muitos momentos e ajudado no que eu precisar, obrigada pelo carinho e pelas viagens! Obrigada minha amada, por me aguentar em tantas crises de estresse e ansiedade, além de ouvir minhas lamentações. Jamais me negou apoio e incentivo, sem você do meu lado esse trabalho não seria possível.

Aos Médicos Veterinários Marciel Littmann e Jorge Schifer pela disponibilidade da realização dos Estágios Clínicos, por seus ensinamentos e conselhos, admiro pessoas com grande conhecimento e dispostas a ensinar!

A orientadora professora Doutora Maria Andréia Inkelmann, pela disponibilidade, pelo conhecimento e compreensão para concluir esse relatório que é tão importante para mim!

Aos meus insuperáveis bichos que tanto amo, é por vocês que tenho esse sonho!

A todos vocês que acreditaram em mim que me incentivaram de alguma forma, a concretizar esse tão aguardado sonho o meu muito obrigada a todos!

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RESUMO

RELATÓRIO DO ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁRIA –

ÁREA DE CLÍNICA MÉDICA EM GRANDES ANIMAIS

AUTORA: SIMONÍ JANAÍNA ZIEGLER ORIENTADORA: MARIA ANDRÉIA INKELMANN Data e local da Defesa: 22 de Novembro de 2018, Ijuí - RS.

O Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária foi realizado na área de Clínica Médica em Grandes Animais, na Agropecuária Farma Campo, na cidade de Ijuí/RS, durante o período de 03 de Setembro a 08 de Outubro de 2018, contabilizando um total de 150 horas. O estágio ocorreu sob supervisão do Médico Veterinário Jorge Luís de Lima Schifer, a orientação do presente trabalho foi realizada pela professora, Médica Veterinária, Doutora Maria Andréia Inkelmann. No decorrer do período do estágio foram acompanhadas atividades de rotina diária da clínica médica de grandes animais. As atividades que foram acompanhadas estão expressas em forma de tabela organizadas conforme cada sistema orgânico. A realização do estágio teve como principal objetivo aplicar os conhecimentos teóricos adquiridos ao longo da graduação, possibilitando uma abordagem ampla sobre a rotina clínica, reprodutiva e cirúrgica efetuadas a campo na área de grandes animais. Serão relatados dois casos clínicos atendidos no decorrer do estágio, o primeiro refere-se à Mastite Ambiental por Escherichia coli em Vaca Holandesa, o segundo relata um caso de Leucose em Vaca Holandesa. O Estágio Supervisionado em Medicina Veterinária proporcionou ampliar o desenvolvimento pessoal e profissional, além de colocar em prática, a teoria aprendida ao longo da graduação em Medicina Veterinária.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Resumo das Atividades acompanhadas durante o ECSMV na área de Clínica Médica em Grandes Animais na Agropecuária Farma Campo, Ijuí/RS, no período de 03 de Setembro a 08 de Outubro de 2018...10

Tabela 2 - Atendimentos Clínicos, acompanhadas durante o ECSMV na área de Clínica Médica em Grandes Animais na Agropecuária Farma Campo, Ijuí/RS, no período de 03 de Setembro a 08 de Outubro de 2018...10

Tabela 3 - Atendimentos Cirúrgicos acompanhados durante o ECSMV na área de Clínica Médica em Grandes Animais na Agropecuária Farma Campo, Ijuí/RS, no período de 03 de Setembro a 08 de Outubro de 2018...11

Tabela 4 - Exames de Diagnóstico por Imagem em Bovinos acompanhados durante o ECSMV na área de Clínica Médica em Grandes Animais na Agropecuária Farma Campo, Ijuí/RS, no período de 03 de Setembro a 08 de Outubro de 2018...11

Tabela 5 - Atendimentos relacionados à Medicina Veterinária Preventiva acompanhados durante o ECSMV na área de Clínica Médica em Grandes Animais na Agropecuária Farma Campo, Ijuí/RS, no período de 03 de Setembro a 08 de Outubro de 2018...12

Tabela 6 - Exames Complementares Solicitados acompanhados durante o ECSMV na área de Clínica Médica em Grandes Animais na Agropecuária Farma Campo, Ijuí/RS, no período de 03 de Setembro a 08 de Outubro de 2018...12

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS Kg - Quilogramas IM - Intramuscular SC - Subcutânea IV - Intravenosa mg - Miligramas mL - Mililitro

ECSMV - Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária AINES - Anti-inflamatório não esteroidais

RS - Rio Grande do Sul

CCE – Carcinoma de Células Escamosas Km - Quilômetro

® - Marca Registrada SID - Uma vez por dia BID – Duas vezes ao dia % - Porcentagem

Profª - Professora Drª - Doutora MSc - Mestre

Méd. Vet. - Médica Veterinária ºC - Graus Célsius

L – Litro

LAMIVET - Laboratório de Microbiologia Veterinária da UNIJUÍ CMT – Califórnia Mastitis Test

PV – Peso Vivo

UI – Unidade Internacional

ECC – Escore de Condição Corporal MG – Minas Gerais

RNA – Ácido ribonucleico

VLB – Vírus da Leucose Bovina FC – Frequência Cardíaca FR – Frequência Respiratória cm - Centímetros

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ... 9

2. ATIVIDADES REALIZADAS ... 10

3. RELATO DE CASO – 01 ... 13

3.1 MASTITE AMBIENTAL POR ESCHERICHIA COLI EM VACA HOLANDESA .... 13

3.1.1 Introdução ... 13 3.1.2 Metodologia e Resultados ... 15 3.1.3 Discussão ... 16 3.1.4 Conclusão ... 21 3.1.5 Referências Bibliográficas ... 21 4. RELATO DE CASO – 02 ... 25

4.1 LEUCOSE EM VACA HOLANDESA ... 25

4.1.1 Introdução... 25 4.1.2 Metodologia ... 27 4.1.3 Resultados e Discussão ... 28 4.1.4 Conclusão ... 30 4.1.5 Referências Bibliográficas ... 30 5. CONCLUSÃO ... 33 ANEXOS ... 34

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1. INTRODUÇÃO

O Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária (ECSMV) foi realizado no período de 03 de Setembro a 08 de Outubro de 2018, totalizando uma carga horária de 150 horas de atividades. O local da realização do estágio foi na Agropecuária Farma Campo, tendo como supervisão o Médico Veterinário Especialista Jorge Luís de Lima Schifer, e orientação pela Profª. Dra. Maria Andréia Inkelmann, UNIJUÍ.

Fundada em 05 de março de 2015 a Agropecuária Farma Campo é uma empresa familiar de Jeferson Luiz Porazzi, que está localizada atualmente na Rua José Gabriel, nº 394, Bairro Osvaldo Aranha, situada no município de Ijuí - RS, a aproximadamente 395 Km da capital Porto Alegre. A empresa tem como finalidade atender a cidade de Ijuí e região, atualmente o atendimento disponível na empresa é dirigido para a agricultura, produtos para animais e prestação de serviços especializados. Disponibiliza atendimento veterinário e técnico em agropecuária, tendo parceria com determinadas empresas com o propósito de ter uma maior eficiência econômica nas propriedades.

O ECSMV proporcionou a interação entre o conhecimento teórico adquirido durante a graduação e a aplicação prática, acompanhamento na evolução dos casos clínicos atendidos, condutas clínicas aplicadas, rotina clínica e seus desafios junto ao dia-a-dia. O estágio é o ápice para se colocar em prática e por esse meio desenvolver habilidade para um futuro profissional, também enriquece de conhecimentos tanto da área quanto humano, ser e ter postura profissional, valorizando a ética e o bem–estar dos animais.

Assim sendo, o presente trabalho tem como objetivo apresentar e descrever as atividades do ECSMV, enfatizando dois casos clínicos ocorridos neste período, sendo o primeiro caso a relatar de Mastite Ambiental por Escherichia coli em vaca Holandesa e o segundo caso Leucose em vaca Holandesa.

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2. ATIVIDADES REALIZADAS

As atividades realizadas ao longo do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, na área de Clínica de Grandes Animais na Agropecuária Farma Campo, Ijuí/RS, estão citadas a seguir, subdivididas em forma geral na Tabela 1, e descritas de forma detalhada nas Tabelas 2 a 6.

Tabela 1 - Atividades acompanhadas durante o ECSMV na área de Clínica Médica em Grandes Animais na Agropecuária Farma Campo, Ijuí/RS, no período de 03 de Setembro a 08 de Outubro de 2018.

Resumo das Atividades Nº de Casos %

Atendimentos Clínicos 17 3,21

Atendimentos Cirúrgicos 34 6,43

Exames de Diagnóstico por Imagem 299 56,52

Medicina Veterinária Preventiva 175 33,08

Exames Complementares Solicitados 4 0,76

TOTAL 529 100

Tabela 2 - Atendimentos Clínicos, acompanhadas durante o ECSMV na área de Clínica Médica em Grandes Animais na Agropecuária Farma Campo, Ijuí/RS, no período de 03 de Setembro à 08 de Outubro de 2018.

Atendimentos Clínicos Nº de Casos %

Suspeita de Anaplasmose 1 5,88

Auxílio a Parto Distócico com Fórceps 2 11,76

Metrite 1 5,88

Suspeita de CCE* em terceira pálpebra 2 11,76

Suspeita de Actinomicose 1 5,88

Suspeita de Indigestão Vagal 1 5,88

Casqueamento Corretivo 1 5,88

Cetose 1 5,88

Mastite Ambiental 2 11,76

Hipocalcemia 1 5,88

Deslocamento de Abomaso à Esquerda 3 17,65

Deslocamento de Abomaso à Direita 1 5,88

TOTAL 17 100

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Tabela 3 - Atendimentos Cirúrgicos acompanhados durante o ECSMV na área de Clínica Médica em Grandes Animais na Agropecuária Farma Campo, Ijuí/RS, no período de 03 de Setembro a 08 de Outubro de 2018.

Atendimentos Cirúrgicos Nº de Casos %

Amochamento Térmico 11 32,35

Descorna por Fio Serra 5 14,71

Abomasopexia para correção de Deslocamento

de Abomaso à Direita 1 2,94

Omentopexia para correção de Deslocamento

de Abomaso à Esquerda 1 2,94

Abomasopexia para correção de Deslocamento

de Abomaso à Esquerda 2 5,88

Extirpação de terceira pálpebra 2 5,88

Extirpação de tetos supranumerários - Bovinos 2 5,88

Orquiectomia – Bovinos 6 17,65

Orquiectomia – Suínos 2 5,88

Cesariana 1 2,94

Enucleação 1 2,94

TOTAL 34 100

Tabela 4 - Exames de Diagnóstico por Imagem em Bovinos acompanhados durante o ECSMV na área de Clínica Médica em Grandes Animais na Agropecuária Farma Campo, Ijuí/RS, no período de 03 de Setembro a 08 de Outubro de 2018.

Diagnóstico por Imagem em Bovinos Nº de Casos %

Diagnóstico de Gestação Através de Ultrassonografia 160 53,51 Diagnóstico de Vacas Aptas para Reprodução 114 38,13

Endometrite de Grau I 11 3,68

Endometrite de Grau II 6 2,00

Endometrite de Grau III 3 1,00

Cisto Folicular 2 0,67

Cisto Luteínico 3 1,00

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Tabela 5 - Atendimentos relacionados à Medicina Veterinária Preventiva acompanhados durante o ECSMV na área de Clínica Médica em Grandes Animais na Agropecuária Farma Campo, Ijuí/RS, no período de 03 de Setembro a 08 de Outubro de 2018.

Medicina Veterinária Preventiva Nº de Casos %

Vacina Bovigen Repro Total SE®* 60 34,29

Vacina de Brucel - Vet®** 46 26,28

Vacina de RB – 51®** 9 5,14

Vacina Bovigen Lepto 8®*** 60 34,29

TOTAL 175 100

*Vacina para: Rinotraqueíte Infecciosa Bovina (IBR), Diarreia Viral Bovina (BVD), Leptospirose e Campilobacteriose em Bovinos; **Vacina para: Brucelose Bovina; ***Vacina para: Leptospirose.

Tabela 6 - Exames complementares solicitados/acompanhados durante o ECSMV na área de Clínica Médica em Grandes Animais na Agropecuária Farma Campo, Ijuí/RS, no período de 03 de Setembro a 08 de Outubro de 2018.

Exames Complementares Nº de Casos %

Cultura e Antibiograma de Leite 2 50

Teste para Cetose Bovina 1 25

Sorologia para Leucose 1 25

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3. RELATO DE CASO – 01

3.1 MASTITE AMBIENTAL POR ESCHERICHIA COLI EM VACA HOLANDESA

Simoní Janaína Ziegler, Maria Andréia Inkelmann, Jorge Luís de Lima Schifer

3.1.1 Introdução

A inflamação da glândula mamária, conhecida como mastite ou mamite (CCGL, 1990; QUINN et al., 2007; SILVA et al., 2017), ocorre em todas as espécies domésticas (KAHN, 2008), porém é mais frequente e mais importante em bovinos, especialmente em vacas de lactação em virtude da implicação econômica pelo comprometimento da produção de leite (CASSALI, 2017). Os microrganismos causadores da mastite, geralmente chegam à glândula mamária por via ascendente pelo canal do teto (SANTOS et al., 2010), multiplicam-se e produzem toxinas irritantes (NETO, 2012).

Trata-se de uma doença multifatorial, com inter-relações entre hospedeiro, ambiente e agente patogênico para que ocorra (COSTA, 2014). Existem diversos agentes que causam mastite em bovinos, e estes são classificados como patógenos contagiosos, em que a própria glândula mamária é a fonte de infecção, podendo transmitir de animal para animal, ou ainda patógenos ambientais, quando se originam da flora microbiana cutânea transitória ou de reservatórios do ambiente (NETO, 2012; HOSTETLER, 2017).

Embora a maioria dos agentes causadores da mastite sejam patógenos exclusivos da glândula mamária, tal como Streptococcus agalactiae, a grande parte dos patógenos são oportunistas e inespecíficos. Dentre os microrganismos mais frequentes nas etiologias de mastite em bovinos, pode-se citar Streptococcus,

Staphylococcus e coliformes como Escherichia coli, Enterobacter spp., Klebsiella

spp., Proteus spp, Serratia spp. e Citrobacter spp. (SANTOS et al., 2010; FOSTER, 2013). Esse tipo de mastite segundo CCGL (1990) e Kirchof (1994) representava 25% dos casos de infecção da glândula mamária. Atualmente essa porcentagem cresceu para 40 a 50% das vacas acometidas em pelo menos uma glândula mamária durante a sua vida produtiva (RIBEIRO et al., 2016).

As lesões podem abranger um ou mais quartos mamários, e, em alguns casos, todo o úbere (SANTOS et al., 2010). Variações na temperatura do úbere

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devem ser observadas durante o exame físico, em especial se restritas a uma única glândula mamária ou metade do úbere, pois glândulas mamárias inflamadas costumam estar quentes (TYLER, 2002).

Dentre as principais causas de mastites descritas estão às feridas no úbere e tetos, falta de higiene no equipamento de ordenha mecânica, defeitos no equipamento de ordenha ou ainda quando os bovinos deitam em locais com lama ou camas contaminadas (CCGL, 1980; SANTOS et al., 2010), idade do animal, parição, estágio de lactação também são fatores a serem considerados (HOSTETLER, 2017). Além disso, são importantes o clima, estresse térmico, alimentação e do sistema de manejo adotado pela propriedade (NETO, 2012).

Existem várias condições que possibilitam a exposição do úbere a microrganismos do meio ambiente, tais como dejetos dos animais, superlotação, umidade nas áreas de maternidade e vaca secas, falta de ventilação e acúmulo de dejetos em locais onde as vacas em lactação circulam, tais como corredores, sala de ordenha, sala de espera, áreas de alimentação, pastagens e currais (NETO, 2012).

A palpação de uma glândula mamária inflamada normalmente causa dor ao animal, e a reação da vaca é escoicear. Leite de aspecto aquoso ou ralo e grumos são evidências de possível inflamação intramamária aguda (TYLER, 2002). A ordenha dos animais acometidos por mastite deve ser realizada ao final do processo, evitando assim contaminar animais sadios ou até mesmo o próprio ordenhador (RIBEIRO et al., 2010). Ainda como forma de prevenir a infecção de um animal para outro, pode-se mergulhar as teteiras em uma solução de cloro entre a ordenha de cada animal (ATHIÊ, 1992; RIBEIRO et al., 2016).

Como medida de prevenção da mastite, é importante evitar que os animais deitem logo após a ordenha, pois nessa ocasião o esfíncter ainda não esta totalmente fechado, facilitando a entrada de patógenos. Outra forma de prevenção se dá pelo uso de vacinas e também na conscientização dos produtores em relação à higiene da ordenha e do ordenhador, dos equipamentos da ordenha, das instalações e o uso de desinfetantes antes e após a ordenha (pré e pós-dipping) (COSTA, 2014; OLIVEIRA et al., 2016).

Vacas que manifestarem duas ou mais vezes mastite clínica durante uma mesma lactação, devem ser incluídas na lista de descarte, pois a reincidência pode ocorrer pela reinfecção pelo mesmo patógeno ou ainda pela susceptibilidade a outros patógenos. As duas circunstâncias demonstram deficiência imunológica, que

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torna o animal economicamente inviável, além de ser fonte de contaminação para todo o rebanho, por isso, deve ser descartado (NETO, 2012).

O gênero Escherichia é constituído por diversas espécies, porém somente E.

coli é considerado um patógeno de grande importância em animais. Esta espécie é

uma gram-negativa aeróbica facultativa que pode excretar enterotoxinas, que podem provocar diarreia, hipovolemia, acidose metabólica ou ainda hipercalemia. Por ser uma bactéria que reside no trato gastrointestinal, às mesmas acabam por ser abundantes no meio ambiente onde vivem os animais (HIRSH, 2009; MOXLEY, 2017). As mastites causadas por coliformes são as causas mais frequentes de mortalidade em bovinos (RADOSTITS et al., 2010).

3.1.2 Metodologia e Resultados

Em setembro de 2018 foi atendido na zona rural de Ijuí/RS, Brasil, um bovino, fêmea, da raça Holandesa, de aproximadamente sete anos de idade, pesando em torno de 650 Kg, com ECC de 3.0 (1 muito magro e 5 obeso). Na anamnese o proprietário relatou que a mesma havia parido há 15 dias, sendo que no dia anterior a mesma apresentou edema de úbere, calor e rubor do mesmo, tendo dor a palpação, saindo leite de aspecto aquoso com pequenos grumos do quarto mamário dianteiro direito. No dia do atendimento a mesma parou de se alimentar normalmente, e estava apática se mantendo separada do rebanho.

No decorrer do exame clínico do animal, a mesma apresentou temperatura retal de 41ºC, e, demais parâmetros fisiológicos não foram aferidos. A inspeção específica da glândula mamária, o úbere se apresentou com edema no quarto afetado, calor e rubor do mesmo, o animal apresentou ainda dor à palpação e leite com aspecto aquoso e com pequenos grumos. Nos demais quartos mamários não foram observadas alterações físicas no úbere e nem alterações quanto ao aspecto macroscópico do leite. Foi coletada uma amostra de leite para realização de análise microbiológica, cultura e antibiograma, a qual foi encaminhada para o Laboratório de Microbiologia Veterinária da UNIJUÍ (LAMIVET).

Com base nos sinais clínicos e aspecto macroscópico do leite do quarto afetado, se chegou ao diagnóstico de mastite clínica, porém sem saber ainda qual o agente patológico. Devido a gravidade dos sinais clínicos, foi logo instituído um tratamento de suporte com 1 L de Solução Fisiológica de Ringer com Lactato de Sódio®; 500 mL de Polijet® HD com 5 mL de vitamina B12; 30 mL de Gentopen®

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(na dose de 2,55 mg/Kg de Sulfato de Gentamicina e 30.769,23 UI/Kg de Benzilpenicilina Potássica) e 25 mL de Maxicam 2%® (na dose de 0,77 mg/Kg de Meloxicam), todos por via intravenosa (IV). Foi recomendado ao proprietário aplicar 30 mL de Gentopen® BID durante 3 dias e 25 mL de Maxicam 2%® SID também durante 3 dias por via intramuscular (IM), além de esgotar o quarto mamário por mais vezes durante o dia se possível. Recomendou-se ainda ao proprietário observar e respeitar o período de carência dos medicamentos instituídos, de pelo menos 4 dias após a última aplicação.

Após seis dias do atendimento, entrou-se em contato com o proprietário para repassar o resultado do exame microbiológico, nesta ocasião o mesmo relatou que a paciente havia melhorado, alimentando-se normalmente, sem edema de úbere e produzindo leite de aspecto normal do quarto afetado, porém, não tendo seguido a recomendação de esgotar mais vezes durante o dia a glândula mamária afetada. Com o relato do proprietário sobre a melhora do animal, não houve a necessidade de realizar um novo tratamento.

3.1.3 Discussão

Em relação à raça Holandesa (raça da paciente deste relato), Athiê (1992), Ribeiro e colaboradores (2016), relatam que as raças europeias são mais predispostas à mastite, devido seu potencial de alta produtividade. Ribeiro e colaboradores (2016) afirmam ainda que a maior incidência de mastite ocorre em vacas entre a 7ª e a 10ª lactação, sendo recomendado realizar o descarte e reposição por novilhas. O que difere da idade da paciente, pois durante a anamnese, o proprietário relatou que a mesma possuía em média de sete anos de idade, estando com isso na sua 5ª lactação, considerando um parto por ano e dois anos até a mesma se tornar vaca.

A incidência da mastite também pode ser afetada pelas condições climáticas, sendo que no Brasil a maior casuística de mastite clínica ocorre no verão, quando aumentam os índices pluviométricos, dificultando a limpeza ambiental, além das altas temperaturas ocasionarem desconforto térmico nos animais (COSTA, 2014), causando queda na imunidade. No presente caso, a estação do ano difere do citado pelo autor, porém, esta primavera apresenta alto índice pluviométrico, deixando o ambiente com grande formação de lama, o que contribui para a infecção de mastite ambiental.

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No caso relatado, foi possível obter uma boa anamnese pelo proprietário, que de acordo com Rockett e Bosted (2011) é muito importante para o médico veterinário antes de examinar a paciente, sendo que calor ou consolidação do úbere pode ser compatível com mastite. O úbere deve ser examinado por inspeção da palpação de cada quarto mamário, observação da secreção, e quando necessário exame microbiológico de leite, bem como a realização de antibiograma (GRUNERT, 2008).

A dor do úbere pode ser diagnosticada através da palpação do mesmo, que corresponde à glândula mamária inflamada. Pode haver secreções anormais visíveis a olho nu ou subclínicas que demandam o uso de testes específicos a campo, tais como o teste da raquete com CMT. As alterações no leite incluem líquido aquoso transparente, secreções serosas, coágulos, flocos e pus, secreção sanguinolenta ou até mesmo sangue no leite dando um odor desagradável (TYLER, 2002). O que foi possível observar durante o exame específico da glândula mamária, foi que o animal apresentou dor a palpação, calor e rubor do quarto mamário afetado, bem como alterações macroscópicas do leite.

As mastites causadas por coliformes, inicialmente se manifestam em apenas um quarto, justamente porque a infecção ocorre de maneira ascendente pelo orifício do teto (CCGL, 1990; ZACHARY, 2013). O que no presente caso, foi diagnosticado ainda durante o exame específico do úbere, no qual se observou apenas um quarto mamário acometido. Glândulas inflamadas costumam produzir uma secreção avermelhada ou amarelada (TYLER, 2002). O que foi compatível com o aspecto do leite do quarto mamário afetado, sendo a amostra enviada para o LAMIVET para análise de cultura e antibiograma. Porém devido ao quadro clínico do animal, não foi esperado o resultado do exame, sendo iniciado no mesmo momento o tratamento desta paciente.

O resultado do tratamento da mastite decorre da rapidez com que o mesmo é realizado, quanto mais cedo for realizado o tratamento mais fácil será a cura e a identificação do agente causador, assim como a sua sensibilidade aos diferentes antibióticos (CCGL, 1980; RIBEIRO et al., 2010). Pensando nisso, o médico veterinário instituiu a escolha por gentamicina associado a Benzilpenicilina, que para Ribeiro e colaboradores (2016), a escolha do antimicrobiano se baseia na experiência do profissional.

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Segundo afirmação de Rebhun (2000) e Ribeiro e colaboradores (2016), em situações de uma mastite por coliformes, a combinação dos sinais clínicos locais e sistêmicos constitui um fator altamente confiável no diagnóstico, porém um diagnóstico definitivo necessita de cultura do leite. Os sinais clínicos mais relevantes em casos de mastite ambiental são: febre e secreção aquosa proveniente do quarto edemaciado e firme. No caso descrito, com a observação dos sinais clínicos da glândula mamária e dos sinais clínicos sistêmicos, se chegou ao diagnóstico de mastite clínica ambiental, sendo coletado leite para exame, a fim de se conhecer o agente etiológico em questão.

Após seis dias do atendimento clínico, obteve-se o resultado do exame solicitado (figura 1), sendo isolado Escherichia coli, que de acordo com Hostetler (2017), é um patógeno causador de mastite em bovinos, tendo como fonte de infecção o meio ambiente, podendo ocasionar doença sistêmica. O que justifica o relato do proprietário, em que o animal passou a não se alimentar corretamente, ficando apática e afastada dos demais animais. As mastites causadas por este agente, geralmente ocorre durante o período seco ou logo após o parto, sendo transitórias, associadas a quadros clínicos agudos (entre uma ordenha e outra) ou superagudos, podendo ser fatais (COSTA, 2014). O que corrobora com a anamnese deste caso, sendo que a paciente estava com 15 dias pós-parto, além da mesma ter apresentado sinais clínicos na glândula mamária no dia anterior ao atendimento.

A apresentação superaguda da mastite está na maioria das vezes associada a agentes ambientais, principalmente aos coliformes. Estes casos se caracterizam por sinais inflamatórios sistêmicos e locais, que surgem subitamente e podem progredir para o óbito do animal se não tratado em tempo, devido à endotoxemia. Os sinais clínicos sistêmicos normalmente incluem febre alta, dispneia, hipotensão, prostração e anorexia. Já na forma aguda da doença, há a presença de grumos no leite, e os sinais clínicos se caracterizam por dor, calor, rubor, edema, perda da função, sendo observadas alterações macroscópicas no leite (COSTA, 2014). De acordo com a literatura, a paciente apresentou um quadro misto de mastite superaguda, com hipertermia, prostração e anorexia, além dos sinais clínicos apresentados no quadro de mastite aguda, onde se apresenta alterações na glândula mamária e no aspecto do leite.

Como forma de diagnóstico ainda se tem a possibilidade da utilização da caneca de fundo preto (PERES NETO e ZAPPA, 2011) ou ainda o teste de CMT

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(ALVES, 2008; COSTA, 2014). O que, no caso deste relato, não foi instituído. Como já descrito anteriormente, foi instituído o tratamento antes do resultado do exame microbiológico, o qual foi à base de sulfato de gentamicina associado à Benzilpenicilina potássica, que segundo CCGL (1990) e Costa (2014), geralmente quando o agente causador ainda é desconhecido, institui-se um tratamento de amplo espectro a base de penicilina. A qual foi administrada na dose de 30.769,23 UI/Kg, que de acordo com Battiston (1977), a dose diária fica em média de 10.000 a 60.000 UI/Kg. Devido a associação de Benzilpenicilina, a dose de sulfato de gentamicina ficou 2,55 mg/Kg, que segundo Costa e Guimarães (2014), a dose de gentamicina indicada para o tratamento sistêmico de mastite clínica deveria ser de 5 mg/Kg.

Normalmente, E. coli isoladas de animais de produção são sensíveis a gentamicina ou amicacina, sulfonamidas-trimetoprim e ceftiofur. São habitualmente resistentes a tetraciclinas, estreptomicina, sulfonamidas, ampicilina e cenamicina (HIRSH, 2009). De acordo com o resultado do antibiograma do caso, o agente apresentou sensibilidade apenas para quatro princípios ativos, sendo eles: ciprofloxacino, enrofloxacino, gentamicina e norfloxacino. Em relação à resistência do patógeno, o mesmo foi resistente à maioria dos princípios ativos testados, dentre eles: ampicilina, cefalexina, cefalotina, ceftiofur, eritromicina, penicilina G, sulfazotrim e tetraciclina.

A escolha do tratamento parenteral está de acordo com o que Ishizuka (2000) descreve em que a utilização de tratamento parenteral é indicada nos casos onde há o comprometimento sistêmico do animal, em consequência da bacteremia. A eficiência do tratamento instituído para mastite depende do conhecimento do agente causador, identificado por exames laboratoriais, da escolha certo do medicamento e do tempo de tratamento (NETO, 2012; OLIVEIRA et al., 2016), o qual foi recomendado ao proprietário seguir o tratamento por 3 dias.

A utilização de corticosteroides e compostos afins no tratamento da mastite tem o objetivo de diminuir a inflamação, aumentando com isso a proporção de sucesso no tratamento. A utilização de solução isotônica também tem auxiliado muito a eficiência do tratamento, pois diminui a absorção de toxinas em casos de toxemia (ISHIZUKA, 2000) assim como a utilização de AINES também devem ser considerados para endotoxemia (flunixim meglumine) (RADOSTITS et al., 2010), ou ainda fenilbutazona (CCGL, 1990).

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O AINE eleito para o tratamento foi meloxicam, com o intuito de auxiliar no combate a inflamação, na dose de 0,77 mg/Kg, estando acima do recomendado por Papich (2012), sendo que sua dose para grandes animais de 0,5 mg/Kg a cada 24 horas por via IM, IV ou SC. Tasaka (2011), Papich e Messenger (2017), descrevem que o meloxicam é indicado para o alivio da dor, inflamação e febre. Já na opinião de Tyler e Cullor (2006), o flunixim meglumine na dose de 1 mg/Kg em intervalos de 12 horas é o fármaco mais empregado no tratamento de vacas com mastite na forma aguda, o qual foi utilizado por Lindorfer e colaboradores (2017).

Foi administrada ainda como tratamento coadjuvante Solução fisiológica de ringer com lactato, Polijet® HD que é um composto terapêutico energético e eletrolítico a base de dextrose. Para Rebhun (2000), indica-se fluidoterapia sempre que a desidratação for evidenciada ou quando o apetite ou consumo hídrico forem deprimidos pela enfermidade. As soluções eletrolíticas balanceadas tais como Ringer-lactato, usualmente constituem a melhor escolha. Devido ao alto valor das soluções isotônicas, e também por elas deverem ser administradas em grande quantidade, uma alternativa aceita é o uso de soluções salinas hipertônicas, pois elas permitem a utilização em volumes menores, facilmente transportadas e rapidamente administradas, sua dose de administração é de 5 mL/Kg de PV (RADOSTITS et al., 2010).

Para Papich (2012), a glicose ou dextrose é uma solução isotônica usada para administração IV, adicionada aos fluidos de reposição. Já o ringer lactato é uma solução utilizada para reposição e manutenção de fluido. Ribeiro (2016), descreve a importância da realização de um tratamento de suporte associado ao antimicrobiano, a fim de corrigir o equilíbrio hidroeletrolítico, energético e vitamínico nos animais.

Quanto mais vezes o animal for ordenhado durante o dia, maiores serão as chances de sucesso no tratamento, sendo o ideal que seja ordenhado pelo menos quatro vezes (RIBEIRO et al., 2010). A secagem frequente do quarto afetado remove os patógenos, endotoxinas, exotoxinas e os mediadores inflamatórios, assim como os neutrófilos e macrófagos, cujos produtos estimulam a inflamação (REBHUN, 2000; RIBEIRO et al., 2016). Foi pensando nisso que foi orientado ao proprietário realizar o esgotamento seguido do quarto mamário acometido, e apesar de que o mesmo não realizou tal procedimento, houve a melhora clínica do animal.

Sobre a importância de se respeitar o período de carência dos medicamentos, sabe-se que resíduos de antibióticos no leite podem ocasionar em diversos riscos à

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saúde pública, como alergias e maior resistência de vários microrganismos a antibióticos. Consequentemente, torna-se fundamental o descarte de leite durante o tratamento de fêmeas bovinas em lactação, e seguir a risca os prazos descritos nas bulas de cada medicamento (NETO, 2012; COSTA, 2014).

Após o tratamento, pode ainda ser realizado um novo exame microbiológico, a fim de verificar a eficiência do tratamento instituído (NETO, 2012; COSTA, 2014). O qual não foi realizado no caso relatado.

3.1.4 Conclusão

Conclui-se neste caso que o tratamento instituído foi eficaz para a melhora clínica do animal, antes mesmo de se ter o resultado do exame microbiológico. Apesar disto, é bom salientar a importância da realização de exames complementares, em virtude de se saber com qual agente etiológico se esta trabalhando, além de se necessário instituir um novo tratamento sabendo-se da sua resistência microbiana aos diversos antibióticos existentes no mercado. Outro fator de grande importância é o acompanhamento clínico do animal após o atendimento.

3.1.5 Referências Bibliográficas

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4. RELATO DE CASO – 02

4.1 LEUCOSE EM VACA HOLANDESA

Simoní Janaína Ziegler, Maria Andréia Inkelmann, Jorge Luís de Lima Schifer

4.1.1 Introdução

A leucose é uma doença infectocontagiosa crônica que se manifesta naturalmente nos bovinos (HIRSCH e LEITE, 2018). O termo leucose enzoótica bovina é empregado para retratar duas condições relacionadas aos bovinos, o linfossarcoma, forma maligna (SOUZA et al., 2011), provavelmente a doença neoplásica mais frequente do gado leiteiro, e a linfocitose persistente, que é um aumento benigno no número de linfócitos circulantes. Porém, na maior parte dos animais infectados a infecção é inaparente e persistente podendo ser diagnosticada somente pela presença de anticorpos séricos (BRAGA e LAAN, 2001).

Trata-se de uma doença causada por um vírus de RNA tumoral, que pertence à família Retroviridae, subfamília Oncovirinae, do gênero Deltaretrovirus

(HIRSCH e LEITE, 2018), contudo não é considerada como zoonose (RADOSTITS

et al., 2010). Inicialmente foi descrita em países da Europa, mas devido às importações de animais, se espalhou pelos países das Américas (BIRGEL et al., 2006). Sendo originalmente descrita na Alemanha em 1871 (RADOSTITS et al., 2010).

No Brasil, a leucose bovina foi diagnosticada pela primeira vez em 1959, sendo que, tanto a forma tumoral, quanto a infecção subclínica são frequentemente relatadas. A infecção está difundida em todos os estados brasileiros, sendo mais frequente em animais de produção leiteira (BRAGA e LAAN, 2001), devido ao manejo intensivo que facilita a contaminação entre os animais (FILHO et al., 2009). Ocorrências epidêmicas de linfossarcoma também são observadas em suínos, e esporadicamente em equinos (KAHN, 2008).

Sua forma de transmissão principal é horizontal, a disseminação do vírus da leucose bovina (VLB) pode ocorrer por exposição direta de fluidos biológicos contaminados com linfócitos infectados, particularmente o sangue. O VLB pode ser transmitido por tatuador, descornador, palpação retal utilizando luvas obstétricas contaminadas com sangue, coleta de sangue de vários animais com uma única

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agulha, uso de instrumentos cirúrgicos contaminados e colocação de brincos (FIGHERA e GRAÇA, 2017). O vírus é eliminado no colostro e leite de vacas infectadas, os quais se constituem em fonte de infecção para terneiros recém-nascidos, visto que em condições naturais, a infecção intrauterina é incomum (REBHUN, 2000).

A doença clínica pode progredir sob duas formas: linfocitose persistente, devido a aumento de linfócitos B, e linfossarcoma em bovinos adultos. O aparecimento de tumores não é necessariamente precedido por linfocitose, nesse caso a doença apresenta-se como leucose tumoral aleucêmica. A linfocitose persistente desenvolve-se em cerca de 30% dos animais infectados, enquanto que apenas 1 – 10% dos animais desenvolvem a forma tumoral da doença (BRAGA e LAAN, 2001).

Massas tumorais de aspecto firme e de coloração branca podem ser encontradas em qualquer órgão. Além dos linfonodos, os tecidos mais comumente afetados são o coração, abomaso, útero, rins, intestinos, meninges da medula espinhal e os tecidos retrobulbares do olho. Os linfonodos afetados estão aumentados de tamanho, apresentam uma superfície de corte branco amarelado homogênea, sem diferenciação entre região cortical e medular. Nos demais órgãos o tecido neoplásico, firme e branco, infiltra as estruturas normais de forma difusa ou como massas tumorais nodulares. No coração a lesão começa no átrio direito e se espalha para outras porções do órgão. Lesões no abomaso podem causar ulcerações da mucosa. As lesões microscópicas consistem em infiltrações nodulares ou difusas de células linfóides nos órgãos atingidos (FIGHERA e GRAÇA, 2017).

O diagnóstico clínico da forma tumoral da doença pode ser difícil, uma vez que os sinais clínicos variam de acordo com a localização dos tumores. O exame de sangue pode revelar linfocitose persistente, sugerindo a infecção pelo VLB, porém, a ausência de linfocitose não exclui a possibilidade de infecção. Para a identificação de animais infectados deve ser coletado sangue, sem anticoagulante para obtenção do soro (BRAGA e LAAN, 2001).

Devido à inexistência de vacinas ou de um tratamento efetivo, os programas de controle concentram-se em medidas que dificultam a disseminação do vírus. As formas de controle da infecção são classificadas em diferentes categorias: teste e remoção dos animais reagentes, principalmente, quando o objetivo é a erradicação; segregação do rebanho em animais soropositivos e soronegativos; aquisição de

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animais de reposição soronegativos; aplicação de quarentena de pelo menos 45 dias para animais recém-adquiridos; e adoção de práticas de manejo visando reduzir a transmissão horizontal e vertical do vírus (HIRSCH e LEITE, 2018).

Dentre as medidas de prevenção estão à utilização de agulhas individuais descartáveis para realização de vacinações e coletas de sangue, utilização de luvas individuais na palpação retal, alimentar os recém-nascidos com colostro e leite de vacas soronegativas, efetuar a desinfecção de materiais compartilhados e garantir a higiene na propriedade tanto pelo médico veterinário quanto pelo proprietário (RUBENICH et al., 2018), além de controlar a picada de insetos vetores como moscas (KAHN, 2008), tais como a mosca dos estábulos (Stomoxys calcitrans), (BOWMAN et al., 2006; URQUHART et al., 2008), mosca do chifre (Haemotobia

irritans) e os tabanídeos (SILVA et al., 2017), pois os insetos sugadores podem estar

envolvidos na transmissão (RADOSTITS et al., 2010).

A leucose causa significativas perdas econômicas associadas com os custos de controle e programas de erradicação, além das perdas óbvias com o abate do rebanho com linfossarcoma, encurtamento do tempo de vida bem como perda da produção potencial e restrições sobre a exportação dos bovinos e sêmen para os países importadores (RADOSTITS et al., 2010). Uma pesquisa realizada por Da e colaboradores (1992), demonstra que animais com linfocitose persistente têm uma diminuição tanto nos índices de produção de leite quanto nos de gordura do leite. Já para o mercado de exportações de carne, há barreira ao comércio e exige-se que todos os animais devem estar livres da doença e as carcaças que apresentam lesão característica como aumento dos linfonodos são condenadas durante inspeção no abate (SILVA, 1988; RUBENICH et al., 2018).

4.1.2 Metodologia

Em outubro de 2018 durante o diagnóstico de gestação através de ultrassonografia em uma propriedade da zona rural de Ijuí/RS, Brasil, foi observado em um bovino, fêmea, da raça Holandesa, um nódulo na região lateral ventral direita do flanco, de aspecto firme, compatível com linfonodo subilíaco ou pré-crural aumentado de volume. Animal de aproximadamente seis anos de idade, pesando em torno de 550 Kg, com ECC de 3.5 (um muito magro e cinco obeso), sem apresentar outros sinais clínicos.

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Na anamnese o proprietário relatou que a vaca apresentou esse aumento de volume a cerca de 30 dias, sem demonstrar dor à palpação do mesmo. Foi suspeitado de Leucose bovina, realizando-se coleta de sangue em frasco estéril sem anticoagulante da veia coccígea. Após coleta, o material foi encaminhado ao instituto Hermes Pardini de MG por intermediação do Laboratório de Análises Clínicas da Unijuí para concluir o diagnóstico.

4.1.3 Resultados e Discussão

Alguns dias após o atendimento foi recebido o resultado do exame, sendo este positivo para leucose bovina. Com esta confirmação orientou-se ao proprietário para realizar o descarte desse animal assim que fosse possível, a fim de evitar a transmissão para os demais animais, além dos cuidados higiênico-sanitários que se deve tomar com esse animal, sobre o uso individual de agulha descartáveis e outros instrumentos.

A infecção mamária pode ser clinicamente inaparentes ou pode progredir para uma linfocitose persistente e, finalmente, para a produção de tumor, caracterizada pelo aumento dos linfonodos e com infiltrações linfóides em vários tecidos e órgãos (BRAGA e LAAN, 2001). A leucose bovina é caracterizada pelo rápido desenvolvimento de massas de linfócitos em muitos locais, e, portanto com sinais clínicos variáveis (KAHN, 2008). O que explica o fato da paciente não ter demonstrado outros sinais clínicos, além do aumento de volume sugestivo ao linfonodo subilíaco ou pré-crural.

A leucose bovina é uma doença do gado adulto e a maior incidência de desenvolvimento de tumores ocorre em animais entre os quatro e oito anos de idade (REBHUN, 2000), sendo que todas as raças de bovinos são suscetíveis à infecção (RADOSTITS et al., 2010). O animal do presente caso tem seis anos de idade, permanecendo na faixa etária citada na literatura.

Em geral o crescimento de linfossarcoma acarreta transtornos ao organismo, que apresenta uma série de manifestações clínicas, dependendo dos órgãos ou sistemas afetados (RICHTER et al., 2015). Os sinais clínicos mais evidentes já relatados são adenomegalia, anorexia, queda na produção de leite e perda de peso que leva a caquexia e decúbito. Animais com lesões localizadas nas meninges da região sacra e lombar da medula apresentam incordenação, paresia progressiva dos membros pélvicos e após algumas semanas, decúbito. Bovinos com lesões nos

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tecidos retrobulbares do olho apresentam exoftalmia. Lesões no útero podem causar obstrução retal. Lesões dos linfonodos ilíacos podem causar partos distócicos. Lesões cardíacas levam ocasionalmente a insuficiência cardíaca, com pulso venoso positivo e edema de peito e barbela. Podem ser observados também diarreia, anemia, dispneia e abortos (FIGHERA e GRAÇA, 2017).

Apesar de não se ter aferido os índices fisiológicos como FC, FR e temperatura retal, o animal não apresentou nenhum dos sinais clínicos descritos, além de possuir um bom ECC. Apenas o que foi observado foi o aumento de volume significativo no flanco direito do animal, sendo sugestivo do linfonodo subilíaco aumentado. Para Radostits e colaboradores (2010), o aumento de volume dos linfonodos superficiais ocorrem de 75 – 90% dos casos, frequentemente nos flancos ou sobre o períneo. As lesões cutâneas são provavelmente hemolinfonodos aumentados, ocorrendo na ausência de outros sinais clínicos da doença. O aumento de volume pode acometer um ou mais linfonodos, sendo nas vacas leiteiras facilmente observadas, pela presença acentuada de edema local, podendo em alguns casos alcançar proporções realmente gigantescas (FIGHERA e GRAÇA, 2017). O que corresponde com o observado na paciente deste relato que apresentou linfonodo com aproximadamente 15 cm de diâmetro.

O diagnóstico da infecção viral é feito por sorologia ou virologia (REBHUN, 2000; KAHN, 2008), podendo ainda ser realizado através de biopsia, coletando-se os linfonodos superficiais, que devem ser fixados em formol a 10% (BRAGA e LAAN, 2001). Sendo que as duas metodologias mais utilizadas são os testes de imunodifusão em gel de ágar (IDGA) e os imunoenzimáticos (ELISA) (HIRSCH e LEITE, 2018). O método de exame utilizado foi imunoensaio enzimático, com resultado positivo para leucose bovina (figura 2), sendo que além deste exame poderia ter sido realizado uma biopsia do referido aumento de volume, ou ainda um hemograma para evidenciar ou não a presença de linfocitose.

De acordo com Rebhun (2000), os programas de erradicação da doença estão baseados na remoção dos animais infectados do rebanho com testes de diagnóstico periódicos. De vital importância é testar por sorologia todos os animais da propriedade, considerando positivo o rebanho que tiver pelo menos um animal reagente. Os rebanhos positivos devem ser retestados a cada três a seis meses para a identificação dos animais que soroconverteram no período. Em rebanhos com

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baixa prevalência, ou onde um programa de erradicação seja viável, não deveria hesitar-se na eliminação dos animais soropositivos.

Dentre as medidas que foram recomendadas ao proprietário após a confirmação de VLB, poderia se recomendar ainda a realização do teste sorológico de todos os animais, para analisar qual a incidência da doença dentro dos animais da propriedade, além de poder separar os soropositivos dos soronegativos, e com isso montar um plano de manejo para evitar a transmissão, ou até mesmo a substituição destes animais. Segundo Agottani e colaboradores (2008), mais de 95% dos animais infectados não demonstram sinais clínicos, inclusive sendo capaz de transmiti-la, sendo que estes são os maiores responsáveis pelo alastramento da doença. Por essa razão, em uma propriedade com leucose, é fundamental adotar as medidas apropriadas de manejo, para que aos poucos se busque extinguir a doença da propriedade.

4.1.4 Conclusão

Pode-se concluir dessa forma que a leucose bovina é, na maioria das vezes, subdiagnosticada porque os animais são predominantemente assintomáticos, sendo assim, sempre que um animal apresentar algum tipo de sintomatologia diferenciada, o mesmo deve ser avaliado clinicamente por um médico veterinário, e coletadas amostras para realização de exames complementares a fim de diagnosticar ou descartar a possibilidade da doença. Destaca-se que neste caso descrito, a utilização de exames complementares como a sorologia foi fundamental para confirmar o diagnóstico e assim poder prevenir a disseminação da doença dentre os demais animais da propriedade.

4.1.5 Referências Bibliográficas

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5. CONCLUSÃO

O ECSMV bem como os demais estágios realizados durante o período de graduação permitiu um aprofundamento na formação pessoal e profissional para a conclusão do curso de Medicina Veterinária, além de poder colocar em prática todo o conhecimento adquirido durante a fase de graduação. É um momento muito importante da vida acadêmica de cada universitário, sendo o término de uma fase para o início de uma nova etapa.

Com os estágios foi possível ainda, obter um pouco da experiência de como é atender a campo, suas limitações e a percepção da fundamental importância na realização de exames complementares. Essa troca de experiências vai muito além de nós acadêmicos com o profissional médico veterinário, porque certamente se tem animais para atendimento tem proprietários dispostos também a buscar o melhor tratamento visto que esses animais são a renda da família, mas igualmente encontramos pessoas que precisam ser conscientizadas do bem-estar animal não só porque são usados como sustento, mas da mesma forma que os animais são seres sencientes e são capazes de nos deixar completamente recompensados pôr a sua melhora.

O estágio realizado proporcionou ampla aprendizagem e diversidades na rotina de grandes animais, pois os atendimentos estavam relacionados com a clínica, cirurgia, reprodução e medicina veterinária preventiva com maior destaque para atendimentos a bovinos de leite.

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ANEXOS

FIGURA 01 – Resultado Microbiológico de Leite

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Figura 02 – Resultado Sorológico de Leucose Fonte: Arquivo pessoal, 2018.

Referências

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