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Contabilidade e gestão ambiental: um estudo em uma indústria de blocos de oito furos no município de Marizópolis-PB.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

FRANCIENE ARAÚJO SILVA

CONTABILIDADE E GESTÃO AMBIENTAL: UM ESTUDO EM UMA

INDÚSTRIA DE BLOCOS DE OITO FUROS NO MUNICÍPIO DE

MARIZÓPOLIS-PB

SOUSA - PB

2010

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FRANCIENE ARAÚJO SILVA

CONTABILIDADE E GESTÃO AMBIENTAL: UM ESTUDO EM UMA

INDÚSTRIA DE BLOCOS DE OITO FUROS NO MUNICÍPIO DE

MARIZÓPOLIS-PB

Monografia apresentada ao Curso de

Ciências Contábeis do CCJS da

Universidade Federal de Campina

Grande, como requisito parcial para

obtenção do título de Bacharela em

Ciências Contábeis.

Orientador: Professor Me. João Marcelo Alves Macedo.

SOUSA - PB

2010

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F R A N C I E N E A R A U J O S I L V A

C O N T A B I L I D A D E E G E S T A O A M B I E N T A L : U m e s t u d o e m u m a industria de b l o c o s de oito f u r o s no Municipio de Marizopolis - P B .

Monografia a p r e s e n t a d a e m / d e 2 0 1 0 , c o m o trabalho de c o n c i u s a o d o C u r s o d e Ciencias C o n t a b e i s da Universidade Federal d e C a m p i n a G r a n d e , o b t e n d o o conceito de , atribuido pela b a n c a , constituida pelo orientador e m e m b r o s abaixo.

B a n c a E x a m i n a d o r a :

Prof0.. - J o a o Marcelo A l v e s M a c e d o

Prof0. A l e x a n d r e W a l l a c e R a m o s Pereira E x a m i n a d o r a

Prof3. Islania A n d r a d e d e Lira Delfino E x a m i n a d o r a

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D E C L A R A C A O D E A U T E N T I C I D A D E

Por este t e r m o , e u , abaixo assinado, a s s u m o a responsabilidade d e autoria d o c o n t e u d o d o referido T r a b a l h o de C o n c l u s a o d e C u r s o , intitulado: C O N T A B I L I D A D E E G E S T A O A M B I E N T A L : U m e s t u d o e m u m a i n d u s t r i a de b l o c o s de oito f u r o s no Municipio de Marizopolis - P B , estando ciente d a s s a n c o e s legais previstas referentes ao plagio. Portanto, f i c a m , a instituieao, o orientador e os d e m a i s m e m b r o s da banca e x a m i n a d o r a isentos d e q u a l q u e r a g i o negligente d a minha parte, pela v e r a c i d a d e e originalidade desta obra.

S o u s a , 16 de N o v e m b r o de 2 0 1 0 .

F R A N C I E N E A R A U J O S I L V A A u t o r a

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Dedico a m e u s pais, e a o s m e u s irmaos, por s e m p r e t e r e m c o m p a r t i l h a d o e s s e s o n h o c o m i g o e n u n c a m e d e i x a r e m desistir.

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A G R A D E C I M E N T O S

A Deus, por ter me d a d o o d o m da vida, por t o d a sabedoria, c o n h e c i m e n t o , d i s c e r n i m e n t o neste m o m e n t o tao dificil q u e m e e n c o n t r a v a .

A o m e u pai, Francisco A r a u j o , in memorian, por todo o amor, carinho e a p r e n d i z a g e m q u e m e dedicou e m todos os m o m e n t o s q u e esteve c o m i g o .

A minha m a e , Francisca d e S o u s a , por todo o a m o r incondicional a m i m m e s m o diante d a s m i n h a s t r a v e s s u r a s .

A o s m e u s irmaos, Francilene A r a u j o e Juy A r a u j o pela c o m p r e e n s a o , apoio e carinho a m i m d e d i c a d o n e s s a etapa da m i n h a vida.

A o s m e u s c u n h a d o s , Pericles M e n d e s e Natalia S a r m e n t o pela a m i z a d e fornecida.

A o professor orientador, J o a o Marcelo por t o d o o apoio, c o m p r e e n s a o , incentivo e por acreditar na concretizacao d e s s e trabalho.

A famflia Juy, pela uniao.

A t o d o s os m e u s a m i g o s q u e contribuiram d e f o r m a direta ou indireta para a concretizacao d e s s e trabalho.

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"... cada um de nos compoe a sua historia, e cada ser em si carrega o dom de ser capaz..."

(8)

R E S U M O

Diante de um mundo globalizado no qual estamos inseridos, onde ha uma busca incessante pelas riquezas ausentando assim uma consciencia com o meio ambiente. Dessa forma surge um problema que foi centrado nesse estudo que e analisar a evidenciacao contabil ambiental nos demonstratives contabeis oficiais, especificamente Balanco Patrimonial e Demonstracao do Resultado do Exercicio, desde 2006 ate 2009, numa industria que fabrica blocos de oito furos, localizada no municipio de Marizopolis - PB. O instrumento utilizado foi uma entrevista e classifica-se como qualitativa respondida pelo empresario da empresa em estudo onde o foco do setor esteve centrado na fabricacao de bloco de oitos furos. O resultado da pesquisa aponta que a industria pesquisada nao realiza evidenciacao contabil ambiental nos demonstratives contabeis oficiais. Logo, e cabivel relatar que de forma bem rudimentar e ate inconsciente a industria preocupa-se com o meio ambiente e utiliza praticas para a melhoria do mesmo, uma vez que ao tentar reduzir custos para a empresa utiliza a casca de coco para a queima dos blocos, tendo a lenha apenas como um complemento, sendo assim a existencia da substituicao do combustivel nao renovavel por fonte renovavel, amenizando a emissao de gases e diminuindo o desmatamento e posteriormente os custos, mas, nao contabiliza esses custos, uma vez que se relacionam com o meio ambiente. Por conseguinte, a empresa possui um sistema de reducao de energia eletrica representando uma responsabilidade social com o meio ambiente e a empresa nao insere este fato na conta de receita.

P a l a v r a s C h a v e : Meio A m b i e n t e , D e m o n s t r a c o e s C o n t a b e i s , Sistema d e G e s t a o A m b i e n t a l .

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A B S T R A C T

In t h e f a c e of a globalized world in w h i c h w e live, w h e r e t h e r e is an incessant search for riches so absenting a w a r e n e s s a b o u t the e n v i r o n m e n t . T h u s arises a problem that w a s centered in this study that is to analyze t h e e n v i r o n m e n t a l accounting disclosure in the official financial s t a t e m e n t s , specifically Balance S h e e t and S t a t e m e n t of Operations f r o m 2 0 0 6 until 2 0 0 9 , in an industry that m a n u f a c t u r e s blocks of eight holes, localized in Marizopolis - P B . T h e m e t h o d o l o g y used w a s an interview a n d is classified as qualitative a n s w e r e d by t h e m a n a g e r of t h e c o m p a n y under study w h e r e the f o c u s w a s centered on t h e m a n u f a c t u r i n g sector of the block of eight holes. T h e research indicates that this particular industry, d o e s not perform e n v i r o n m e n t a l accounting disclosure in t h e official financial s t a t e m e n t s . However, it is appropriate to report that in a very rudimentary and u n c o n s c i o u s f o r m the industry is c o n c e r n e d about t h e e n v i r o n m e n t a n d use practices for improving it, since trying to reduce costs to the firm uses c o c o n u t husk for burning blocks, with t h e w o o d only as a s u p p l e m e n t , so the existence of replacing n o n - r e n e w a b l e fuel f r o m a renewable source, t h u s minimizing t h e e m i s s i o n of g a s e s and t h e r e b y reducing deforestation a n d s u b s e q u e n t costs, but d o e s not a c c o u n t for t h e s e costs, since relate to the e n v i r o n m e n t . Consequently, t h e c o m p a n y has a s y s t e m for reducing t h e electric energy representing a social responsibility to t h e e n v i r o n m e n t , however, the c o m p a n y d o e s not insert this fact in t h e r e v e n u e account.

W o r d s K e y : Environment, Financial S t a t e m e n t s , Environmental M a n a g e m e n t S y s t e m .

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L I S T A D E Q U A D R O Q u a d r o 1: C a i c u l o d o s C u s t o s A m b i e n t a i s 31 Q u a d r o 2: C o m p o s i c a o do Ativo - A n o 2005 4 5 Q u a d r o 3: C o m p o s i c a o do P a s s i v o - A n o 2007 4 5 Q u a d r o 4 : C o m p o s i c a o d a s R e c e i t a s - A n o 2006 46 Q u a d r o 5: C o m p o s i c a o d o s C u s t o s - A n o 2009 4 7 Q u a d r o 6 C o m p o s i c a o d a s D e s p e s a s - A n o 2008 4 7

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L I S T A D E F I G U R A S F i g u r a 1: S i s t e m a de G e s t a o A m b i e n t a l 33 F i g u r a 2: R e t i r a d a d a argila 4 1 F i g u r a 3: Mistura do barro 4 1 F i g u r a 4 : R e t i r a d a de r e s i d u o s 4 2 F i g u r a 5: M a r o m b a 4 2 F i g u r a 6 : S e c a g e m 4 3

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L I S T A D E T A B E L A S T a b e l a 1 - D i s t r i b u i c a o d a a m o s t r a de a c o r d o c o m o perfil do 38 e n t r e v i s t a d o T a b e l a 2 - D i s t r i b u i c a o d a a m o s t r a de a c o r d o c o m o perfil d a 38 Industria T a b e l a 3 : F a t u r a m e n t o de 2005 a 2009 39

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L I S T A D E S I G L A S

E M A T E R - PB - E m p r e s a Brasileira d e E x t e n s a o Rural S I C O G E A - Sistema Contabil Gerencial A m b i e n t a l I B R A C O N - Institute Brasileiro d e C o n t a d o r e s

I B A M A - P B - Institute Brasileiro d o Meio A m b i e n t e e d o s R e c u r s o s Naturais R e n o v a v e i s

ISO - International Organization Standardization S M A - S t a t e m e n t s on m a n g e m e n t accounting

C P C - C o m i t e d e p r o n u n c i a m e n t o s contabeis LO - Licenca d e O p e r a c a o

M P E ' s - M e d i a s e p e q u e n a s e m p r e s a s

S E B R A E - Servico Brasileiro de A p o i o as Micro e P e q u e n a s E m p r e s a s S U D E M A - S u p e r i n t e n d e n c i a d e D e s e n v o l v i m e n t o do m e i o A m b i e n t e D N P M - D e p a r t a m e n t o Nacional d e Produtos Minerais

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S U M A R I O 1 I N T R O D U C A O 15 1.1 O T e m a e P r o b l e m a 16 1.2 J u s t i f i c a t i v a d o E s t u d o 17 1.3 O b j e t i v o s 17 1.3.1 Objetivo Geral. 18 1.3.2 Objetivos Especificos 18 2 P R O C E D I M E N T O S M E T O D O L O G I C O S 19 2.1 Natureza d a P e s q u i s a 19 2.2 C l a s s i f i c a c o e s d a P e s q u i s a 19

2.2.1 Ciassificagoes Quanto aos Meios 19 2.2.2 Ciassificagoes Quanto aos Fins 19

2.3 A r e a d a P e s q u i s a 2 0 2.4 E s t u d o s de C a s o 20 2.5 I n s t r u m e n t o s d a C o l e t a de D a d o s 2 0 2.6 A n a l i s e s e Interpretacao d o s D a d o s 2 1 3 R E F E R N C I A L T E O R I C O 22 3.1 O r i g e m e E v o l u c a o d a C o n t a b i l i d a d e 2 2 3.2 C o n t a b i l i d a d e A m b i e n t a l 25 3.3 A t i v o s A m b i e n t a i s 2 7 3.4 P a s s i v o s A m b i e n t a i s 2 8 3.5 R e c e i t a s A m b i e n t a i s 2 9 3.6 D e s p e s a s , C u s t o s e P e r d a s A m b i e n t a i s 30 3.7 C o n t a b i l i d a d e A m b i e n t a l G e r e n c i a l 31 3.8 R e s p o n s a b i l i d a d e S o c i a l d a s E m p r e s a s 34 3.8.1 R e c i c l a g e m 35 3.8.2 R e c u p e r a c a o 35 3.8.3 P r e v e n c a o 35 3.8.4 Monitoramento 36 3.9 L e g i s l a c a o 36 4 R E S U L T A D O S E D I S C U S S A O 38 4.1 Perfil do e n t r e v i s t a d o 38 4.2 P r o c e s s o de P r o d u c a o 4 0 4.3 S u s t e n t a b i l i d a d e 4 4 4.4 S u g e s t o e s 4 4 5 C O N S J D E R A C O E S F I N A I S 4 9 R E F E R E N C E S 51 A P E N D I C E A - E N T R E V I S T A 54 A N E X O 56

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1. INTRODUCAO

Mediante a competitividade resultante do mundo globalizado e competitivo a Contabilidade apresenta alternativa por meio de informacoes contabeis para a tomada de decisao.

Por conseguinte, a modernidade associada a tecnologia implica diretamente nas tomada de decisoes dos empresarios independente do tipo de produto que o mesmo fabrica. Assim, a contabilidade favorece informacoes pertinentes para o acompanhamento do patrimonio, bem como, a avaliacao de desempenho e a tomada de decisao.

Segundo Sa (1997) apud Beuren (2008), a contabilidade nasceu com a civilizacao e jamais deixara de existir em decorrencia dela, uma vez que seus progressos quase sempre coincidiram com aqueles que caracterizam os da propria evolucao do ser humano.

Sendo assim, percebe-se que a contabilidade existe deste um periodo bastante remoto, de forma arcaica. Porem, o seu desenvolvimento e progresso estao sendo proporcional a necessidade de adaptacao ao mundo atual.

Assim, a contabilidade vem demonstrando a sua importancia nas diversas areas afins, alargando o seu campo de atuacao, passando a atender alem da classe contabil e seus usuarios como tambem as responsabilidades sociais existentes na dinamica operacional da economia.

Logo, mediante o processo de industrializacao manipulado pelo periodo tecnologico e capitalista surge a necessidade de repensar a atuacao de empresas para prevenir agravos ou desgaste de qualquer nivel ambiental gestao, bem como, recuperar aquilo que foi degradado.

Nicolella (2004) contribui que a sociedade vem demonstrando preocupacao com a qualidade do meio ambiente e com a utilizacao sustentavel dos recursos naturais refletindo na elaboracao de leis ambientais mais restritivas a emissao de poluentes, a disposicao de residuos solidos e liquidos, a emissao de ruidos e a exploragao de recursos naturais.

Dessa forma o reconhecimento da responsabilidade social, bem como a sua pratica por empresas ou outros setores afins pode ainda em pleno seculo XX ser um caminho arduo a ser conquistado ja que se trata de mudar radicalmente o convivio das pessoas com os recursos naturais.

(16)

16 alguns fatores favorecem a resistencia da pratica de conscientizacao ambiental, que sao os altos custos, uma vez que as tecnologias necessarias para contencao, reducao ou eliminacao de residuos toxicos eram bastante elevadas, o que gera forte impacto no fluxo de caixa das empresas. Por conseguinte, a inexistencia de legislacao ambiental ou de rigor nas ja existentes. Outro ponto referido trata dos movimentos populares que nao eram fortes e coesos o bastante para unir e conscientizar toda a sociedade e os consumidores nao associavam a atuacao e o comportamento da empresa ao consumo de seus produtos.

Como apresentado, o principal foco dentro do contexto da responsabilidade social, e justamente os motivos pelos quais nao compensam para as empresas colocarem em pratica

a manutencao de condicoes saudaveis de trabalho.

Dessa forma, Ribeiro (2005) acrescenta que a questao ambiental e um dos temas mais discutidos nos ultimos tempos, em seus diversos aspectos e meios, tendo em vista os seus inumeros efeitos.

1.1 Tema e Probiema

Mediante ao exposto, a Gestao Ambiental deve ser considerada como parte do sistema que compoe uma empresa, agregando suas atividades e permitindo um melhor resultado da empresa somando ao ambiente.

Uma decisao ambiental, em seus diversos niveis, envolve variaveis complexas e alternativas de acao nem sempre de facil aceitacao. Infelizmente, os executivos das empresas dificilmente escolhem a alternativa que menos danifique o meio ambiente. (FERREIRA, 2006 p.33).

Logo, em virtude das crises economicas, politicas e sociais as empresas devem ter maior controle de suas atividades, cuidando do meio ambiente, uma vez que ha degradacao exagerada do mesmo Assim, as questoes ambientais estao presentes em muitos meios de comunicacao, que as propagam em todo mundo e a contabilidade nao pode ficar inerte a esta realidade.

Ferreira (2006) contribui que a Contabilidade Ambiental se desenvolveu mediante a necessidade de oferecer informacoes adequadas as caracteristicas de uma gestao ambiental. E importante referir que a Contabilidade Ambiental se refere a um conjunto de informacoes que relatem adequadamente, em termos economicos, as acoes de uma

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17 entidade que modifiquem seu p a t r i m o n i i Entretanto, a contabilidade ambiental vem ao longo do tempo procurando encontrar a melhor forma de contribuir para que as entidades se mantenham ativas dentro do novo contexto empresarial vivenciado por elas.

Embasado no contexto surge o seguinte questionamento: Como a s informacoes contabeis ambientais s a o evidenciadas numa industria que fabrica blocos de oito furos localizados no Municipio de Marizopolis - P B ?

1.2 Justificativa do Estudo

As questoes ambientais, ecologicas e sociais, presentes hoje nos meios de comunicacao, vem fazendo com que os contadores e os gestores empresariais passem a considera-las nos sistemas de gestao e de contabilidade, dando maior enfase ao reconhecimento da Contabilidade Ambiental. (KRAEMER, 2008).

Os avancos ocorridos na area ambiental quanto aos instrumentos tecnicos, politicos e legais, que sao os principals atributos para a construcao da estrutura do meio ambiente, sao inquestionaveis, nos ultimos anos ficou evidente os saltos quantitativos dados, em especial a consolidagao das praticas e a formulacao de diretrizes que questionam o meio ambiente e a sua forma sistemica e integrada. (KRAEMER, 2008).

Esses processos de producao de conhecimento tern oportunizado o desabrochar de praticas positivas, que sinalizam novos metodos e experiencias que comprovam a importancia e a possibilidade de realizar e de tornar possivel o caminho das mudangas.

Desse modo, o gerenciamento ambiental passar a ser um aliado e um forte fator estrategico para que as empresas implantem em seus sistemas maneiras de formular estrategias de administracao para o meio ambiente de programar acoes de prevencao a poluicao e criar pianos de correcao aos danos no meio ambiente, podendo ate adequar seus produtos as especificagoes ecologica.

(18)

18 1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivo Geral

Analisar a evidenciacao contabil ambiental nos demonstratives contabeis oficiais, especificamente Balanco Patrimonial e Demonstracao do Resultado do Exercicio, no periodo de 2006 a 2009, numa industria de blocos de oito furos, localizada no municipio de Marizopolis - PB.

1 3 . 2 Objetivos Especificos

Identificar as acoes ambientais desenvolvidas pela empresa e como se da sua evidenciacao;

Investigar se a ausencia de ac5es ambientais preventivas tern incorrido na formagao de passivos ambientais e se estes se encontram demonstrados adequadamente;

Examinar se as acoes ambientais sao devidamente mensuradas e reconhecidas contabilmente;

Descrever o funcionamento do processo produtivo da entidade;

Analisar se a empresa possui alguma politica de manejo que vise preservar o meio ambiente.

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2 P R O C E D I M E N T O S M E T O D O L O G I C O S

O estudo aborda a seguir os procedimentos metodologicos adotados durante a realizacao desse trabalho.

2.1 Natureza da Pesquisa

A pesquisa foi de carater quantiqualitativo uma vez que se procurou descobrir a evidenciacao contabil ambiental nos demonstratives contabeis oficiais, especificadamente Balanco Patrimonial e Demonstrative do Resultado do Exercicio no periodo de 2006 - 2009 numa Industria que fabrica blocos de oito furos, localizada no Municipio de Marizopolis/PB.

Segundo Beuren (2003) a pesquisa qualitativa busca analises profundas em relacao ao fenomeno que esta sendo estudado, uma vez que visa destacar caracteristicas nao observadas por meio de um estudo quantitative

2.2 Ciassificagoes da Pesquisa

2.2.1 Ciassificagoes Quanto aos Meios

Para o desenvolvimento desta pesquisa foram utilizados a pesquisa bibliografica, e com pesquisa de campo para verificacao de comportamento dos fenomenos na pratica. No entender de Oliveira (1999), a pesquisa bibliografica visa conhecer as diferentes formas de contribuicao cientifica que se realizaram sobre determinado assunto ou fenomeno.

2.2.2 Ciassificagoes Quanto aos Fins

(20)

2 0 De acordo com Gil (1999) a pesquisa descritiva tern como objetivo descrever caracteristicas de determinada populacao ou fenomeno ou o estabelecimento de relacoes entre as variaveis.

Portanto, o estudo classifica dessa forma: nos objetivos e uma pesquisa descritiva, pois tern como objetivo descrever caracteristicas de uma determinada populacao que no caso e a industria de bloco de oito furos, sobre o papel da empresa para com o meio ambiente.

Beuren (2003) refere que a pesquisa exploratoria caracteriza-se por buscar conhecimento sobre a tematica a ser abordada, com maior profundidade o assunto, de modo a toma-lo mais claro ou construir questSes importantes para a conducao da pesquisa.

Sendo assim, ambas interagem para as ciassificagoes quanto aos meios.

2.3 Area da Pesquisa

A pesquisa foi realizada numa industria de blocos de 8 furos do Municipio de Marizopolis/ PB.

2.4 Estudo de C a s o

A decisao pelo estudo de caso partiu da possibilidade de aprofundar os conhecimentos teorico-empiricos. Para isso, foi selecionada uma industria de fabricacao de blocos de oito furos devido as condicoes de acesso e funcionamento da mesma.

2.5 Instrumentos da Coleta de Dados

A coleta dos dados foi realizada mediante entrevista semi-estruturada, previamente elaborado, com assuntos pre-estabelecidos e que possibilitaram complementar assuntos transversals e guiaram o processo de entrevista.

(21)

2 1 2.6 Analises e Interpretacao dos Dados

As informacoes obtidas foram analisadas a partir de uma entrevista semi-estruturada, na qual foi realizada por um dos gestores da industria de forma aleatoria. Os dados foram registrados e analisados por meio de estatisticas descritivas com os resultados apresentados em tabelas e quadros.

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3 R E F E R E N T I A L T E O R I C O

3.1 Origem e Evolucao da Contabilidade

A historia da Contabilidade e bastante antiga, vem das origens, iniciou-se de uma forma bem arcaica, existindo antes do homem saber escrever e ate calcular, pois, estes primitivos ja tinham seu modo proprio de utilizar de forma rustica, a inscricao, e o controle do patrimonio (BEUREN, et. al., 2008; IUDICIBUS, 2007).

Para reafirmar, Santos et al. (2007, p. 20) comenta que:

Em sitios arqueologicos do Oriente Proximo foram encontrados materials utilizados por civiiizacoes pre-historicas que caracterizam um sistema contabil utilizado entre 8.000 e 3.000 a.C, constituido de pequenas fichas de barro. Essas escavacoes revelaram fatos magnanimes para a Contabilidade, colocando-a como a mola propulsora da criacao da escrita e da contagem abstrata.

Com isso fica notoria a existencia da contabilidade e a importancia que ela ja possuia desde a sua criacao para os humanos, que por sua vez ja necessitava de controlar os seus bens.

De acordo com Beuren (2008), a Contabilidade tern uma funcao desde sua origem que e atender a necessidade de avaliar os bens do homem, bem como, os aumentos e diminuicoes desses bens, em uma epoca em que ainda nao existiam numeros, escrita ou moeda, com a funcao de tambem controlar.

Padoveze (2007) acrescenta que Frei Luca Pacioli teve suas contribuicoes no desenvolvimento da contabilidade em 1494, com a publicacao do o Tractatus de Computis

et Scripturis dentro da obra Summa de Arithmetica, Geometria, Proportioni et Proporcionalita

onde tratou do metodo de escrituracao contabil, uma metodologia que ja era usado na Italia, chamado Metodo das Partidas Dobradas.

Segundo Weygandt, Kieso e Kimmel (2005, p. 5):

A origem da contabilidade costuma ser atribuida a obra de Luca Pacioli, famoso matematico da Renascenga italiana. Pacioli foi amigo e tutor de

(23)

2 3 Leonardo da Vinci e contemporaneo de Cristovao Colombo, No seu texto

Summa de Arithmetria, Geometria, Proportione et Proportionalite, Pacioli

descreveu um sistema que garantia o registro eficiente e preciso da informacao financeira.

Desta forma, observa-se a grande importancia de Luca Pacioli para a contabilidade, onde este nao a criou e sim a divulgou, facilitando assim o controle dos acontecimentos financeiros das empresas.

Para Silva, Tristao (2007), a contabilidade teve evolugao na epoca da era comercial, no momento em que teve grande importancia para o uso dos comerciantes, para facilitar as relacoes da sociedade, entrando em cena como uma pega fundamental do desenvolvimento do comercio. A Italia foi a precursora da comercializagao, esta possuia uma intensa atividade deste segmento e outros inumeros fatores. Veio tambem a Revolucao Industrial, que sistematizou o artesanato, colocou em cena a Ciencia Contabil para controlar o Patrimonio, e principalmente para calcular os custos dos produtos produzidos.

Weygandt, Kieso e Kimmel (2005, p. 5) contribuem com esse contexto aferindo a contabilidade na revolucao industrial e afirmam que:

Com o advento da Revolucao Industrial no seculo XIX e, posteriormente, com o surgimento das grandes sociedades de capital, ocorreu a separagao entre proprietaries e gerentes. Em eonsequencia, para assegurar que os gerentes agissem de acordo com as pretensoes dos proprietaries, a necessidade de relatar o estado da empresa assumiu importancia cada vez maior. Alem disso, as transacdes comerciais foram ficando mais complexas, fazendo com que se tornassem necessarias formas aperfeicoadas de relatar a informacao financeira.

Logo, o despertar para a contabilidade ocorreu na era da Revolucao Industrial, quando as transacoes se tornaram mais complexas levando os gestores a sentiram mais necessidades da utilizacao da contabilidade.

Neves e Viceconti (2001, p.1), definem contabilidade, como:

(...) uma ciencia que desenvolveu uma metodologia propria com a finalidade de: controlar o patrimonio das aziendas; apurar o redito (resultado) das atividades das aziendas; e prestar informagoes as pessoas que tenham interesse na avaliagao da situagao patrimonial e do desempenho dessas entidades.

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24

Bomia (2002, p. 32) acrescenta que "todas as empresas (inclusive de servigos) estao sendo obrigadas a se adaptar a nova realidade do mercado e a se aperfeigoar de forma continua e eficiente".

E notoria essa explieagao sobre a realidade do sistema de gerenciamento inserido numa empresa, pois estando este sempre atualizado, fara com que se gerem informagoes para produzirem bons resultados, e lidar com o atual ambiente competitivo que se apresenta a empresa e apoiar o processo decisorio desta.

Sa (2002, p. 46) defende que os limites, objeto e natureza do estudo da ciencia contabil, como:

Cientificamente o estudo visa conhecer as relagoes que existem entre os fenomenos patrimoniais observados e busca conhecer como tais relagoes se estabelecem; busca, ainda, analisar para produzir explicagoes sobre os acontecimentos havidos com a riqueza; visa conhecer verdades que sejam validas para todos os lugares, em qualquer que seja a epoca, em quaisquer empresas ou instituigoes.

Assim, a ciencia contabil evidencia a situagao de um orgao como um todo, as relagoes existentes de um ciclo que ocorre dentro do fenomeno patrimonial.

Por conseguinte, a contabilidade e uma pega essencial para a gestao de negocios. Aqueles que necessitam dela se convenceram da complexidade das informagoes contabeis, indo alem de um calculo de impostos e atendimento de legislagoes comerciais, previdenciarias e legais. (MARION, 2007).

De acordo com Marion (2006, p.26) "o verdadeiro papel da contabilidade, afirmando que: "Uma empresa sem boa Contabilidade e como um barco, em alto-mar, sem bussola".

Por mais, Homgren, Sunden e Stratton (2006, p.4) comentam sobre a importancia da informagao para a tomada de decisao e seus desafios:

O objetivo basico da informagao contabil e ajudar alguem tomar decisoes. Esse alguem pode ser o presidente de uma empresa, o gestor de produgao, o administrador de um hospital ou de uma escola, ou um investidor - a lista poderia estender-se bastante. Independente de quern esta tomando a decisao, o entendimento da informagao contabil propicia a tomada de uma decisao melhor e mais bem fundamentada.

(25)

2 5 Verificando esta explanagao e evidente que, as informagoes contabeis de uma entidade podem ser utilizadas por quaiquer pessoa, tendo a contabilidade um grande numero de usuarios, desde que tenha um interesse sobre a mesma, pois essas informagoes sao bem mais que um conjunto de registros, sendo utilizadas para a tomada de decisoes.

Garrison, Noreen e Brewer (2007, p. 4), dizem que: "toda organizagao pequena e grande -possui administradores. Alguem precisa ser responsavel pela elaboragao de pianos, pela organizagao de recursos, pela diregao de pessoas, e pelo controle de operagoes".

E possivel entender, que na concepgao desses autores, os gestores sao administradores que necessitam de um sistema de gerenciamento para gerir informagoes que contribuam nas futuras tomadas de decisoes.

Marion (2006): acrescenta que os usuarios sao as pessoas que se utilizam da Contabilidade, que se interessam pela situagao da empresa e buscam na Contabilidade suas respostas.

Segundo Niyama e Silva (2008, p.1):

Quando comentamos sobre os usuarios, a tendencia geral e imaginar que os mesmos recebem a informagao contabil de forma passiva, sem influenciar no conteiido e na qualidade da mesma. Na verdade, o usuario tern um papel importante, de modo que e impossivel ignorar sua participagao na determinagao das escolhas realizadas pela Contabilidade e nas proprias opgoes feitas pelo contador.

Sendo assim, observa-se que existe uma vontade do usuario, quando tern em maos as informagoes, ele tambem pode opinar, sendo tambem um conhecedor e por empirismo pode dar opiniao e sugerir alguma outra decisao.

3.2 Contabilidade Ambiental

Falar sobre o meio ambiente e algo muito especial, pois se trata do nosso convivio com os recursos naturais existentes no mundo, onde precisamos destes para manter-mos em sobrevivencia, seja no economico, social, cultural, enfim, nos aspectos em geral.

Neste sentido Ferreira (2006) explica que para compreender o que significa Meio Ambiente, e necessario compreender alem dos aspectos ecologicos e economicos, os aspectos

(26)

2 6 sociais, culturais e educacionais que estao diretamente envolvidos. Logo, a Educacao Ambiental torna-se preponderante para o cuidado da natureza, com responsabilidade e conhecimento.

Assim, existe uma erronea educacao ambiental, nao sendo demonstrado o real impacto causado no meio ambiente.

Dessa forma, Ferreira (2006) refere que a expansao da Contabilidade Ambiental veio atraves da necessidade de se mensurar as perdas e solucionar estas, que sao decorrentes do impacto causado ao meio ambiente.

Herrmann (1998) citado por Agra Filho (1994) contribui que a gestao ambiental tern como funcao a conducao harmoniosa dos processos de interacao entre os componentes fisicos e bioticos do meio, e entre esses e o homem e visa, sobretudo, a sustentabilidade do desenvolvimento

Para Tinoco e Kraemer, (2006) acrescentam que a questao ambiental vem se destacando cada vez mais, despertando assim os gestores e os contadores para dar mais enfase nesse setor, engajando esta como um dos pontos de grande relevancia dentro da empresa.

Possuindo essa relevancia no meio social e empresarial, Paiva (2009) acrescenta algumas finalidades no ambito ambiental como auxiliar na elaboracao do planejamento estrategico; servir de parametro no gerenciamento das atividades-alvo bem como fornecer informagoes externas no sentido de prestagao de contas dessas atividades.

Logo, como toda ciencia a contabilidade ambiental possui objetivos para serem atingidos, e assim desenvolver com eficacia as metas que foram planejadas.

Por conseguinte, a contabilidade ambiental, vem atrelada a principios com o intuito de colaborar com as etapas de responsabilidade social nas entidades e sao eles citados a seguir de acordo com o Conselho Federal de Contabilidade (2006).

ENTIDADE (onde a entidade reconhece o Patrimonio como objeto da Contabilidade e afirma autonomia patrimonial, diferenciando o da empresa com o particular); CONTINUIDADE (diz respeito aos atributos para a empresa marchar, com a suposigao que esta nunca sera extinta); OPORTUNIDADE (refere-se a tempestividade dos registros das variagoes patrimoniais); REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL (os registros contabeis devem ocorrer no momento do fato, e pelo seu valor completo); ATUALIZACAO MONETARIA (ajustar os valores dos componentes patrimoniais, de acordo com a moeda corrente no pais, sendo este principio Revogado pela Resolugao CFC n°. 1282/10); COMPETENCE (as despesas

(27)

27 e as receitas devem ser contabilizadas de forma reciproca na apuracao do resultado do exercicio), PRUDENCIA (para se quantificar o valor da variacao patrimonial, adota-se o menor valor para os bens ou direitos e maior para as obrigacoes e ou exigibilidades). (CFC, 2006)

3.3 Ativos Ambientais

De acordo com o CPC (2009, p.4), ativo: "E um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que resultem futuros beneficios economicos para a entidade".

Na Contabilidade Ambiental os ativos ambientais transcorrem no mesmo sentido da contabilidade geral, porem adentra para o sentido do meio ambiente.

Carvalho (2007, p. 127) define ativos ambientais como: "Sao considerados todos os bens e direitos da entidade, relacionados com a protecao, preservagao e recuperacao ambiental, e que estejam aptos a gerar beneficios economicos futuros para a entidade".

Ainda neste sentido Carvalho (2007, p. 127-130) classifica os Ativos Ambientais em:

• Ativo Circulante que envolve os estoques ambientais devendo ser classificados nesta conta os estoques de materials, produtos em processo ou produtos acabados, relacionados com o objetivo de protecao, preservacao ou recuperacao ambiental;

• Ativo Permanente que envolve os investimentos ambientais, imobilizado ambiental, depreciacao acumulada, amortizacao acumulada ambiental, exaustao acumulada ambiental, diferido ambiental. O primeiro corresponde aos gastos com reflorestamento ou aquisicoes de florestas com o objetivo de recuperar o meio ambiente ou mante-lo preservado; o segundo refere as contas das maquinas, equipamentos e instalagoes adquiridas com o proposito de proteger, preservar ou recuperar o meio ambiente, bem como reflorestamentos realizados pela entidade. O terceiro trata da conta utilizada para registro de perda de valor de direitos que tern por objeto bens fisicos relacionados a preservacao ou recuperacao ambiental, em decorrencia de uso, acao da natureza ou obsolescencia. O quarto corresponde a perda de valor do capital aplicado na aquisicao de direitos da propriedade industrial ou comercial e quaisquer outros com existencia ou exercicio de duracao limitada, ou cujo objeto sejam bens de utilizacao por prazo legal ou contratualmente limitado. O quinto trata da conta utilizada para registro da perda do valor de recursos minerais ou florestais, ou mesmo de bens aplicados na sua exploracao, em decorrencia de exploracao.

(28)

28 Por ultimo, com relacao ao diferido ambiental deverao ser registradas nesta conta as despesas relacionadas com pesquisas ou estudos para desenvolvimento de tecnologia ou produtos, visando reduzir ou acabar com impactos ambientais negativos e que contribuirao para geracao de receitas em exercicios futuros especificos.

De acordo Paiva (2009) o ativo imobilizado ambiental refere aos equipamentos adquiridos objetivando a eliminacao ou reducao de agentes poluentes, com vida util superior a um ano. Com relacao ao ativo diferido, refere-se aos gastos com pesquisas e desenvolvimento de tecnologias a medios e longos prazos que se reflitam por exercicios futuros.

Logo, o Ativo Imobilizado vem ser os investimentos com a finalidade de combater os agentes poluentes a curto prazo e o Ativo Diferido tambem sao as investiduras voltadas para a educacao de uma consciencia ambiental tendo respostas em tempos futuros.

3.4 P a s s i v o s Ambientais

Segundo o CPC (2009, p.4), passivo: "e uma obrigacao presente da entidade, derivada de eventos ja ocorridos, cuja liquidacao se espera que resulte em saida de recursos capazes de gerar beneficios economicos".

Nesse sentido ele representa os danos causados ao meio ambiente, ou seja, um investimento destinado a precaucoes das atividades economicas que envolvem o sistema ambiental.

Carvalho (2007, p. 132) caracteriza bem o Passivo Ambiental:

Decorre de degradacao ambiental geralmente e de dificil quantificacao, bem como de dificil identificacao do momenta exato de sua ocorrencia para o devido registro. Em obediencia ao principio contabil da oportunidade, porem, estes fatores nao devem ser motivos para omissao da informacao, a qual devera constar nos registros contabeis, mesmo que somente em notas explicativas.

Isto significa que em decorrencia do dano causado ao meio ambiente e necessario ser registrado na contabilidade mesmo que nao seja em tempo real.

De acordo com Ribeiro e Lisboa apud Tinoco e Kraemer (2008, p. 184-185) as origens dos passivos ambientais podem vir de qualquer evento ou transacao que reflita a interagao da

(29)

2 9 empresa com o meio ecologico, que sao:

(I) Aquisicao de ativos para contencao dos impactos ambientais (diamines, depuradores de agua quimica etc.); (Ii) Aquisicao de insumos que serao inseridos no processo operacional para que este nao produza residuos toxicos; (III) Despesas de manutencao e operacao de "departamento" de gerenciamento ambiental, inclusive mao-de-obra; (IV) Gastos para recuperacao em tratamento de areas contaminadas (maquinas, equipamentos, mao-de-obra, insumos em geral etc.); (V) Pagamento de multas por infracoes ambientais; (VI) Gastos para compensar danos irreversiveis, inclusive os relacionados a tentativa de reduzir o desgaste da imagem da empresa perante a opiniao publica etc.

E ao ocorrer esse passivo ambiental, providencias tern que ser tomadas, como por exemplo, para recuperar uma area contaminada, a instituicao podera possuir estudos tecnicos de engenharia, para que em cima desses aconteca uma previsao do custo monetario dos recursos aplicados, mesmo que esses valores futuramente sejam alterados. O fundamental e estimar um valor proximo, para que demonstrem um empenho no cumprimento de sua responsabilidade socioambiental. (RIBEIRO, 2005)

3.5. Receitas Ambientais

Elas sao decorrentes, de acordo com Tinoco e Kraemer (2008, p. 192-193) de:

Prestacao de servicos especializados em gestao ambiental; venda de produtos elaborados de sobras de insumos com o processo produtivo; venda de produtos reciclados; receita de aproveitamento de gases e calor; reducao do consumo de materias-primas; reducao do consumo de agua; reducao do consumo de energia;

Entretanto, a participagao no faturamento total da empresa com o reconhecimento de sua responsabilidade social com o meio ambiente, vem agregar o valor de mercado que a empresa adquire no momento de reconhecimento da opiniao publica sobre sua politica sustentavel dando preferencia a seus produtos.

(30)

30 Empresas que investem em meio ambiente provocam melhorias em seu desempenho economico, financeira, ambiental e social, incentivando o incremento da produtividade dos recursos utilizados em seu processo produtivo, que poupadores de recursos podem ser por analogia considerados receitas, alem de contribuirem para a reducao dos impactos ambientais.

Assim, percebe-se que a contabilidade ambiental assume um papel fundamental que e controlar todo o processo da utilizacao dos recursos buscando aperfeicoar o seu sistema operacional com a finalidade de obter melhorias no bem estar da empresa.

3.6. D e s p e s a s , C u s t o s e Perdas Ambientais

Para Carvalho (2007, p. 140) as "Despesas Ambientais sao todos os gastos efetuados pela empresa que tenham relacao com o meio ambiente, ocorridos no periodo, e que nao estejam diretamente relacionados com a atividade produtiva da entidade".

Ainda sobre essas despesas, Paiva (2009, p. 129) explica:

Podem decorrer de treinamentos preventivos em todos os nfveis da empresa, tais como os relativos a novos processos e programas de educacao/conscientizacao, na manutencao, cuidado e preservagao de areas de risco. Os gastos com veiculagao de publicidade relativos ao meio ambiente tambem se enquadram como despesas.

Esse comentario se refere que nao existem somente aquelas despesas operacionais, mas sim tambem os que sao de investimento na conscientizacao e educacao da empresa no intuito de dinamizar as praticas operacionais.

Nas empresas sao incorridas em seu processo produtivo despesas ambientais, logo, Tinoco e Kraemer (2008) referem que essas sao ocasionadas pela prevencao de contaminacao referente as atividades operacionais atuais; tratamentos de residuos e vertidos; tratamento de emissoes; descontaminacao; restauracao; materiais auxiliares e de manutencao de servicos; depreciacao de equipamentos; exaustoes ambientais; pessoal envolvido na producao; gestao do meio ambiente; investigacao e desenvolvimento; desenvolvimento de tecnologias mais limpas; Auditoria ambiental.

(31)

31 Sendo assim, no processo produtivo sao esses investimentos que geram beneficios para a entidade no ambito ambiental.

Ribeiro (2005, p. 52) diz que os "Custos Ambientais devem compreender todos aqueles relacionados, diretamente ou indiretamente, com a protecao do meio ambiente".

Para se calcular os custos ambientais totais da empresa de acordo com Tinoco e Kraemer (2008, p. 173) deve-se fazer:

Quadro 1: Calculo dos C u s t o s Ambientais Custos de salvaguarda ambiental (tratamento e prevencao)

+ Custos dos materiais desperdicados + Custos das perdas de capital e trabalho

= Custos ambientais totais da empresa

Fonte: Divisao para o Desenvolvimento Sustentavel das Nagdes Unidas (2001).

De acordo com Ribeiro (2005, p. 57) "as perdas refletem os gastos incorridos sem uma contrapartida em beneficios. Portanto sao os gastos que nao proporcionam beneficios para a empresa".

Esses gastos ambientais ocorrem incessantemente no decorrer do movimento da empresa, e se originam em seu processo produtivo. E a contabilidade surge neste contexto no sentido de eliminar, reduzir pequenos focos ambientais que prejudiquem o meio ambiente empresarial. (KRAEMER, 2006)

3.7. Contabilidade Ambiental Gerencial

Na decada de 90 a contabilidade foi utilizada para controlar e planejar os gastos relacionados com o meio ambiente. Portanto floresce uma nova consciencia a respeito da problematica ambiental.

(32)

32 E o processo de identificacao, mensuracao, acumulagao, analise, preparacao, interpretacao e comunicacao das informagoes financeiras utilizadas pelos gestores para planejamento, avaliagao e controle dentro de uma organizagao.

Entende-se que as praticas gerenciais, sao aquelas que possuem uma caracteristica geral, que e fazer um checape na empresa, e por em pratica o que se foi planejada sobre as informag5es colhidas pelo sistema de gerenciamento.

E interessante que as empresas se insiram num esquema de gestao ambiental como meio de se manter continua e em bom funcionamento: Ela auxilia no gerenciamento de emissoes de residuos poluentes que se originam do ciclo operacional na instituigao, aonde venha ajudar nas tomadas de decisoes.

No sistema de Gestao Ambiental a essencia principal e prevenir os problemas que ocorre no meio ambiente e pregar uma politica de desenvolvimento sustentavel.

De acordo com Ribeiro (2005, p. 143) as normas de gerenciamento ambiental:

A ISO 14000 (e suas subseries) define os padroes internacionais que devem ser seguidos por todas as empresas, notadamente por aquelas que apresentam grande potencial de poluigao. Com isso, tem-se um padrao que deve homogeneizar o comportamento e as agoes das companhias sobre a interagao com o ambiente natural, no qual havera o consumo dos produtos e o descarte final de seus restos.

A citagao explica que atraves de metodos buscados pela ISO, sao necessarios para suprir a demanda do uso de materiais poluentes em todo mundo, esses metodos e estudos realizados definem notoriamente precaugoes, vem cada vez mais se abrangendo atraves dessas empresas. Esses produtos alem de deixar de poluir o meio ambiente natural, hoje alguns ja desempenham importantes papeis na reciclagem como fontes de renda e seu proprio uso em construgdes e outros meios, assim diminuindo poluentes e amenizando problemas ambientais.

(33)

33 t Meihoria CoyitiTiiiiZ Revisao f"" \ \Inicial Rexdsao Geral pela Alia Aimmistrajfao Politica Ambiental Yerificaylo e A? oes Corretivas Irnplementa^ao e Opera^ao Planejamento Ambienta!

. M-arutencao e wifidicao . Estmtura e xespansabilidade , Aspectos Ambientais

. Nao-corfcMMudades, aijoes . Tiemamertcx, minscieirtisacao e . Requisites legais

coMnetivas e pnevertivas campeteircia . Objetiros e met as . Registios . CoirajMcagao . Piograma de gjexen-. Audit arias gjexen-. Docuxnexdacao ciamento ambient al

. C o n t r o l Opexacional

. Pxeparacao para-uma emergencia

Figura 1: Sistema de Gestao Ambiental

Fonte: Adaptado de Maimon (1996) e Cajazeira (1997).

A aplicagao deste ramo da ciencia contabil ao meio ambiente vem controlar e planejar os gastos relacionados ao meio ambiente, ou seja, aborda os efeitos que venham impactar o meio natural.

Estamos diante de um mundo estrategico, aonde o gerenciamento vem assumindo cada vez mais um papel de suma importancia. E neste sentido a contabilidade ambiental desempenha um fundamental papel, que e o de gerir de forma fidedigna as atividades da empresa em relacao ao meio ambiente.

Santos et al (2001) compreende a contabilidade ambiental como estudo do patrimonio ambiental (bens, direitos e obrigacoes ambientais) das entidades objetivando fornecer aos seus usuarios informagoes sobre os eventos ambientais que causam modificacoes na situagao patrimonial, realizando a sua identificagao, mensuragao e evidenciagao.

Por isso a contabilidade vem facilitar a vida das empresas, orientando aos seus gestores a uma melhor opgao na tomada de decisao.

(34)

34 Sendo assim, a empresa que tern implantado a contabilidade ambiental tera uma realidade mais proxima de como se encontra a instituicao em termos ambientais.

3.8. Responsabilidade Social das E m p r e s a s

Nesse novo cenario economico ha um surgimento de uma nova consciencia, onde os empresarios se engajam em uma busca incessante para compreender as causas e os efeitos que ocorrem no meio ambiente, em busca de uma melhoria continua, ou seja, um desenvolvimento sustentavel.

Segundo Tinoco e Kraemer (2008, p. 31):

Na decada de 80, surgiram em muitos paises leis que regulamentam a atividade industrial no tocante a poluicao. Tambem foi formalizada a realizacao de Estudos de Impacto Ambiental e Relatorios de Impactos sobre o meio Ambiente (EIA-Rima), com audiencias publicas e aprovacoes dos licenciamentos ambientais em diferentes nfveis de organizacoes do governo.

Em fatos analisados sobre o problema de tal decada, as discussoes seriam necessarias para amenizar ou abolir alguns problemas causados por industrias ativas nesse periodo que viesse danificar ou atingir ao meio ambiente de tal forma onde esses problemas acarretasse seus prejuizos, entao a tais poderes aquisitivos e juri popular foram julgados e opinados a intervirem metodos a que resolvessem a causa em discussao.

Santos (2003) refere que a questao da responsabilidade social na empresa esta relacionada a postura legal da empresa, a pratica filantropica por ela exercida ou ao apoio dado a comunidade, dessa forma, uma mudanca de atitude voltada para uma perspectiva de gestao empresarial com foco na qualidade dessas relagoes e na geracao de valor aos. danos causados ao meio ambiente decorrentes das atividades operacionais das organizacoes.

Em relacao a esses tres fatores entende-se que para as empresas se manterem em um processo continuo deve obedecer esses principios.

Um dos grandes desafios que a sociedade se depara e ajustar o crescimento economico e social com equilibrio ecologico.

(35)

35 3.8.1. Reciclagem

E uma pratica de reutilizar os materiais que foram utilizados por meio de uso populacional que venha a contribuir aos principais danos ambientais.

Para Ferreira (2006, p. 48): "Todas as acoes cujo objetivo seja de permitir a reutilizacao de materiais &bu produtos, de modo a estender seu ciclo de vida e diminuir os problemas com o deposito de dejetos ou de emissao de poluentes".

Com a alternativa da reciclagem, vem a priorizar a ideia central de amenizar danos ao meio ambiente, aonde a evasao de materiais inutilizaveis e acumulo dos mesmos venham futuramente expandir prejuizos e causas irreparaveis ou dificilmente resolvidos a todo meio do ciclo de vida.

3.8.2 Recuperacao

E o ato no qual o objetivo e recuperar areas degradadas onde devera ser exercido processos que possam retoma-lo o que ja tenha sido a mesma area, no qual esses processos venham contribuir para a melhora do meio e de todo ciclo que depende do mesmo.

Segundo Ferreira (2006, p. 49): "Sao as acoes que pretendem sanar os dados pela poluigao que, muitas vezes, deixam o meio ambiente em condicoes melhores do que eles se encontravam antes da a g i o poluidora".

Eliminar esses poluentes do meio fara com que a area atingida venha proporcionar cada vez mais vantagens aos outros ciclos de vida que dependem desses pontos de meio ambiente para o desenvolvimento de outros fatores ambientais, onde outros seres possam se prejudicar com a degradagao de meios existentes de forma inadequada.

3.8.3 Prevencao

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36 precaucoes sobre a a g i o da poluigao.

De acordo com Ferreira (2006, p. 50): "Sao as ac5es especificas com o objetivo de evitar ou proteger o meio ambiente de qualquer agressao causada pelo homem ou, ate mesmo causada pela propria natureza".

Tende a vincular meio para atribuir condicoes que possam impedir danos que venham por processos fisicos e quimicos, naturais ou humanos, sendo a principal ideia excluir ou amenizar esses meios de prejuizo ao meio ambiente.

3.8.4 Monitoramento

E um processo de acompanhamento das caracteristicas de um determinado acontecimento do ciclo operacional da empresa, onde busca a compreensao e modelagem destes.

O monitoramento e uma revisao para sabermos como caminha o meio ambiente, que pode ser feito atraves de medicoes da qualidade do ar, da agua e do solo (MEETWEB, 2010).

Refere-se as acoes de controle e acompanhamento dos niveis de poluigao e dos programas de prevengao e, em alguns casos, tambem dos programas de recuperagao ambiental. (FERREIRA, 2006)

Utilizando qualificagoes onde possam comprovar as condigoes do meio em questao, identificando atraves de processos os atributos e caracteristicas dos meios naturais que possam ser danificados com o passar do tempo e assim sendo mantido sempre com esses cuidados a normalidade do meio.

3.9 Legislagao

Quando falamos de Meio Ambiente nos referimos a tudo que esta relacionado aos elementos naturais, que direto e indiretamente influi no ciclo operacional da vida. Portanto se faz necessario a existencia de uma lei para normatizar e estabelecer regras controlando assim o bem estar favorecendo os componentes desse sistema.

(37)

37 A Lei Ambiental Brasileira n° 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 referida por Casiuch (1999), em seu artigo 2°, diz respeito as penalidades incorridas sobre os gestores da empresa:

Quern, de qualquer forma, concorre para a pratica dos crimes previsto nesta Lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida da sua culpabilidade, bem como o diretor, o administrador, o membra de conselho e de orgao tecnico, o auditor, o gerente, o preposto ou mandatario de pessoa juridica, que, sabendo da conduta criminosa de outrem, deixar de impedir a sua pratica, quando podia agir para evita-la.

Essa Lei e determinada para aqueles que nao obedecem as normas estipuiadas em favor do ambiente, onde sao penalizados de acordo com nivel da gravidade e chegando ate extinguir a atividade operacional da instituicao.

Manejo florestal e um conjunto de tecnicas empregadas para colher cuidadosamente parte das arvores grandes, de tal maneira que as menores, a serem colhidas futuramente, sejam protegidas. Com adocao do manejo, a producao de madeira pode ser contlnua ao longo dos anos. A palavra "manejo" significa uma forma correta de se obter um "planejamento". Quando se fala em manejo florestal, seria o planejamento do uso racional de qualquer produto que seja retirado da floresta. Os beneficios economicos do manejo florestal superam os custos, Em curto prazo, tais beneficios decorrem em virtude do total controle e facilidade para planejamento da exploracao e reducao dos desperdicios de madeira. Em longo prazo, o efeito dos beneficios do manejo florestal, reducao de desperdicios, maior crescimento e reducao de danos as arvores (remanescentes) resultariam em receita liquida maior (MANEJO FLORESTAL, PLANEJAMENTO, ASSESSORIA E CONSULTORIA, 2008/2010).

Assim sendo, o manejo florestal busca tecnicas que priorize o cuidado com a madeira das grandes arvores, nisso constando a qualidade e a quantidade produzida, tendo em vista os beneficios economicos onde sao mais vantajosos com reducao de desperdicios, maior crescimento e reducao de danos as arvores.

Na reserva legal a area e localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, excetuada a de preservacao permanente, necessaria ao uso sustentive! dos recursos naturais, a conservacao e reabilitacao dos processos ecologicos, a conservacao da biodiversidade e ao abrigo e protecao da fauna/flora nativas. (BRASIL, Lei n° 4.771/65).

(38)

38 Casiuch (1999) refere que a Lei 6.938/81 institucionaliza a Politica Nacional do Meio Ambiente na quai a mesma exige o previo licenciamento de atividades poluidoras ou capazes de causar degradacao ambiental por orgaos estaduais i n t e g r a t e s do SISNAMA (art. 10, caput), estabelecendo ser da competencia do IBAMA o licenciamento de atividades e obras com significativo impacto ambiental, de ambito nacional ou regional (art. 10, § 4°).

Por mais, o autor acima acrescenta a Resolucao CONAMA 005/89 Institui o Programa Nacional de Controle da Poluicao do Ar, como um dos instrumentos basicos da gestao ambiental para protecao da saude e melhoria da qualidade de vida.

(39)

4 R E S U L T A D O S E D I S C U S S A O

4.1. Perfil do entrevistado

A seguir serao apresentados os dados coletados a partir de questionario semi-estruturado apresentado in loco.

Tabela 1 - Distribuicao da amostra de acordo com o perfil do entrevistado

Perfil Resultado

Sexo Masculino

Idade 53 anos

Escolaridade Ensino Fundamental Completo

Cargo Diretor Socio

Tempo de atuacao na Industria 19 anos

Fonte: Pesquisa realizada em 2010.

De acordo com os dados coletados na Tabela 1, o entrevistado e do sexo masculino, com idade de 53 anos, com Ensino Fundamental Completo como nivel de escolaridade. Apresenta como cargo a funcao de Diretor Socio com tempo de atuacao na respectiva industria de 19 anos.

Tabela 2 - Distribuicao da amostra de acordo com o perfil da Industria

Perfil Resultado

Tempo de Fundagao da empresa 19 anos

Composicao societaria 2 socios

Ramo de atividade Secundario

Produtos que fabrica Fabricacao d e Tijolos de 8 furos

Numeros de empregados 47

Mercado de atuacao Interno

(40)

4 0 Como demonstrado na Tabela 2, a industria pesquisada revelou que a mesma trata-se de uma pequena empresa, familiar, LTDA, que atua no mercado secundario ha 19 anos com fabricagao de tijolos de 8 furos e atua no mercado interno, ou seja, em alguns municipios da Paraiba.

De acordo com o SEBRAE (2004), a taxa de mortaiidade das empresas na Regiao Nordeste constituidas e registradas de 2000-2002 com 4, 3 e 2 anos de constituicao em relacao a 2004 e de 46,7% para encerramento de suas atividades em apenas 2 anos, 53,4% encerram suas atividades com 3 anos de constituicao e 62,7% encerram suas atividades com 4 anos de constituicao.

Correiacionando os dados obtidos na entrevista com os dados apresentados pelo SEBRAE em 2004, a industria apresenta estabilidade quando comparada as empresas apresentadas pelo SEBRAE.

Com relacao ao porte da empresa foi utilizado o criterio de acordo com a classificagao do SEBRAE que adota o criterio de numero de empregados para classificar as empresas.

Assim, Linardo (2007) citando SEBRAE (2007) as MPE's tern pouco contribuido na transformacao e incremento das exportacoes brasileiras quando comparadas com as medias e grandes empresas, uma vez que as MPE's fabricarem produtos distintos em escalas reduzidas de producao e concentrarem seus esforcos de vendas no mercado domestico.

Tabela3: Faturamento de 2005 a 2009

Ano 2005 2006 2007 2008 2009

Faturamento 64.483,07 59.533,16 212.785,08 409.680,36 601.094,00

Fonte: Pesquisa realizada em 2010.

Como apresentado na Tabela 3, o faturamento no ano de 2005 foi R$ 64.483,07, em 2006 de R$59.533,16, no ano de 2007, R$ 212.785,08, no ano de 2008, R$ 409.680,36 e no ano de 2009, R$ 601.094,00.

Estes resultados do periodo de 2005 a 2009 demonstram o eficiente crescimento da industria. No entanto e cabivel referir que ocorreu apenas um decrescimo do ano 2006 em

(41)

4 1 relacao a 2005, sendo esta diferenca um valor insignificante, pois nos proximos 3 anos seguintes os valores foram crescendo sucessivamente.

A empresa tende a concorrer com industrias que fabricam o mesmo produto em outros municipios como, uma em Aparecida, duas na cidade de Cajazeiras, uma em Sao Domingos de Pombal e outra na cidade de Sao Francisco, ambas localizadas no Estado da Paraiba.

4.2. P r o c e s s o de Producao

Nesse momento sera abordado o processo de fabricacao da industria pesquisada.

Segundo o entrevistado, o processo produtivo toma inicio com a analise do barro, sendo analisado o indice de residuo ideal para nossa regiao que e de 30% a 35% I.R. (Indice Residuo).

Por conseguinte, a materia prima utilizada para a producao trata-se da argila. A mesma e extraida das jazidas da propria ceramica. Assim, os insumos utilizados sao: argila, agua e energia eletrica. E cabivel acrescentar que o forno utilizado para o processo de producao e alimentado com a utilizacao de casca de coco (visto que a regiao e uma das maiores produtoras de coco do Estado da Paraiba, segundo informacoes obtidas junto ao escritorio da Emater - PB), como forma de apenas manter um nivel de calor, utiliza-se complementarmente madeira extraida da propria fazenda, com autorizacao homologada no manejo florestal. A seguir sera demonstrado a partir das figuras o processo propriamente.

Este e o inicio do processo produtivo a argila retirada adequadamente na qual sera transportada para o processo de fabricacao.

A seguir serao apresentados como ocorre o processo de producao da industria pesquisada a partir de fotos retiradas no proprio loco da mesma.

A figura 2 demonstra a seguir a retirada da argila como a primeira etapa do processo de fabricacao do produto pesquisado.

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4 5 4.3. Sustentabilidade

A partir desse topico serao apresentados os dados coletados acerca da sustentabilidade da industria pesquisada.

Quando questionados se a empresa tinha alguma politica de manejo que visa a preservacao do meio ambiente foi referido o uso da casca do coco, bem como o emprego de tecnicas para colher cuidadosamente parte das arvores grandes para que as menores sejam colhidas futuramente. Por mais, foi referida a pratica de implantar florestas nas areas que foram degradadas, ou seja, o reflorestamento como politica de manejo da empresa. No que tange a argila e retirada do solo com autorizacao do orgao competente DNPM (Departamento Nacional de Produtos Minerals).

Foi apresentado pelo entrevistado que a empresa nao foi submetida a nenhuma multa nesse periodo de atividade, uma vez que existe uma politica de conscientizacao ambiental, bem como. de obediencia a legislacao em vigor, visto que a atividade recebe fiscalizacao periodica dos orgaos ambientais, como SUDEMA, IBAMA entre outros.

Com relacao a aplicacao de algum ativo ambiental, passivo ambiental, receita ambiental, despesa, custo e perdas ambientais na empresa foi referido que a mesma desconhece a aplicacao de tais informac5es.

Por conseguinte, a empresa possui a (LO) Licenca de Operacao emitida pela SUDEMA, onde esta so sera permitida quando a instituicao mostrar que esta apta a usufruir dos produtos oferecidos pelo ambiente, assim, a mesma, trouxe beneficios tanto para a empresa como para o meio ambiente, pois envolve normas e tecnicas relacionadas ao ambiente e a empresa.

A referida pesquisa revelou que a industria nao apresenta sistema de gestao ambiental sendo realizado de forma intuitivo e seguindo o piano de manejo florestal.

Desse modo, e cabivel acrescentar que os ativos ambientais correspondem a tudo aquilo que tende a prevenir, proteger e recuperar o meio ambiente.

De acordo com Lanna (2001), a gestao ambiental e uma atividade analitica e criativa, voltada a formular principios e diretrizes que estruturam os sistemas gerenciais e as tomadas de decisSes, uma vez que tern como objetivo final promover de forma coordenada, o inventario, o uso, o controle e a protecao do ambiente.

(43)

4 6 Christofoletti (2000) contribui que a gestao ambiental pode ser definida como o inicio e a execueao de atividades para dirigir e controlar a coleta, a transformagao, a distribuicao e a disposicao dos recursos sob uma maneira capaz de sustentar as atividades humanas, com um minimo de disturbios nos processos fisicos, ecologicos e sociais

Sendo assim, fica clara a importancia da implantagao da gestao ambiental para a industria, uma vez que contribui para a producao da empresa de forma coerente com os principios ambientais.

A seguir sera apresentada a composicao do Ativo no respectivo ano de 2005.

Quadro 2: Composicao do Ativo -- Ano 2005 Ativo (2005) Circulante 6.176,05D Disponivel 6.176.05D 3.103.91D Caixa 3.103.91D Bancos 3.072.14D Banco Bradesco 3.072.14D Permanente 30.530,00D Imobilizado 202.675,00D Bens Imobilizados 202.675.00D Maquinas e Equipamentos 202.675.00D

Contas Ref. do Ativ. Permanente 172.145,00C

Depreciacoes Acumuladas 172.145.00C

Maquinas e Equipamentos 172.145.00C

Total 36.706,05D

Fonte: Elaboracao a partir das Demonstracoes Contabeis - 2005 Quadro 3: Composicao do Passivo - Ano 2007

Passivo (2007)

Circulante 49.970.40C

Exigibilidade a Curto Prazo 49.470.40C

Fornecedores 5.010.40C Duplicatas a Pagar 5.010.40C Titulos a Pagar 44.960.00C Emprestimo Socio 44.960.00C Patrimonio Liquido 22.773.43C Inexigivel 22.773.43C

(44)

4 7 6.000,00C 6.000.00C Reservas de Capital 34.633,31 C Reserva de Capital 34.633,31 C Reservas de Lucros 17.859,88D 39.895.35C Prejuizo do Periodo 57.755.23D Total 7 2 7 4 3 8 3 C

Fonte: Elaboracao a partir das Demonstracoes Contabeis - 2005

A partir do quadro 3 e possivel perceber a composicao do passivo no ano de 2007. No que tange os passivos ambientais, o entrevistado relatou que:

"Existe um cuidado da empresa para com o meio ambiente, tratando implantar uma politica de conscientizacao ambiental. Bem como de obediencia a legislacao em vigor, visto que, a atividade recebe fiscalizacao periodica dos orgaos ambientais, como SUDEMA, IBAMA entre outros".

De acordo com a industria entrevistada fui informada que nao possui nenhum registro de passivo ambiental na empresa. Informou que os residuos decorrentes do processo produtivo sao manejados de forma correta. Nao fez mencao a previsao de nenhum passivo ambiental. Os passivos decorrem da utilizacao de gastos adquiridos perante terceiros para protecao e preservacao do meio natural.

Assim, deve-se levar em conta em caso de um evento ocorrido no passado existir, pode-se efetuar uma multa como decorrencia desse fato.

Quadro 4: Composigao das Receitas - Ano 2006

DRE - Demonstracao do Resultado do Exercicio Janeiro a Dezembro de 2006

Receitas Operacionais 48.667.39C Receitas de Vendas e Servicos 48.667.39C

Vendas Mercadorias (Matriz) 59.533.16C

(45)

4 8

Deducao da Receita Bruta 10.865.77D ICMS s/ Vendas 9.012,38D

Simples 1.853.39D Receita Liquida 48.667,39C Fonte: Elaboracao a partir das Demonstracoes Contabeis - 2006

O quadro 4, apresenta a composicao das Receitas no ano de 2006.

Logo, a empresa possui um sistema de reducao de energia eletrica tendo assim uma receita, ja que esta e resultado de uma responsabilidade social com o meio ambiente e mais uma vez a empresa nao insere este fato na conta de receita.

Quadro 5: Composicao dos Custos - Ano 2009

Custos de Merc. Rev. e Servicos 67.846.62D

Custos 67.846,62D Custos Diversos 63.643.62D

Compras a Vista 35.126.73D Compras a Prazo 28.516.89D Custos dos Servicos 4.203,000

Despesas com Maquinas 4.203.00D Lucro Bruto 488.553,41 C

Fonte: Elaboracao a partir das Demonstracoes Contabeis - 2009.

De uma forma bem consciente para amenizar a emissao de gases e diminuir o desmatamento e posteriormente os custos, a empresa utiliza para o funcionamento do forno, as cascas de coco que sao compradas, ocorrendo uma falha por nao contabilizar esses custos. Ja que estes sao todos os custos que se relacionam com o meio ambiente

Quadro 6 Composicao das Despesas - Ano 2008

Despesas Operacionais 296.669.23D Despesas administrativas 296.669.23D

Despesas com pessoal 173.466,86D Ordenados e salarios 153.371.24D

13° Salario 12.320.18D Insalubridade 2.131,01D Rescisao 5.644.43D

(46)

4 9

F.G.T.S 12.569.13D

14.730,00D

Retirada Pro-Labore 14.730.00D

95.628,08D

Agua, luz e telefone 51.185.55D

Multa de Mora 244.37D

Contribuicao de Classes 306,38D

Desp. c/Maquinas 37.055.00D

Juros de Mora 17.92D

Fretes, Despachos e Carretos 3.930.86D

Despesas Diversas 2.888.00D

154,08C

Receitas Diversas 154.08C

Receitas Financeiras 154.08C

Descontos Obtidos 154,08C

Outras Despesas Operacionais 4.513,85D

Diversas Operacoes Dedutiveis 4.513.85D

Despesas Tributarias 4.513.84D

Impostos e Taxas 4.513.84D

Despesas Financeiras 0,01 D

Encargos Financeiros 0.01D

Lucro Liquido 57.584,35C

Despesas Nao Operacionais 877,31 D

Resultado Nao Operacional 877.31D

Desp. Nao Oper. Indedutfveis 877,31D

Multa Rescisoria 877.31D

Lucro Apurado do Perfodo 56.707,04C

Lucro Liquido do Periodo 56.707,04C

Lucro et>u Prejuizos Acumulados 56.707,04C

Fonte: Elaboracao a partir das Demonstragoes Contabeis - 2008

Nas despesas ambientais o entrevistado revelou que no momento nao ha nenhuma conta desse registro.

4.4 Sugestoes

Assim, o presente estudo pode contribuir para o desenvolvimento de pesquisas nessa area, bem como, oferece ferramentas para que os profissionais contabeis e discentes do curso de Ciencias Contabeis possam aferir a Contabilidade Ambiental sua devida relevancia diretamente implicada em beneficios para a empresa e consequentemente para o meio

(47)

50 ambiente.

Por mais, sugere-se que os profissionais contabeis possam exercer a contabilidade financeira, gerencial, ambiental e demais areas afins, de forma conjunta buscando oferecer ao gestor maior e melhor condicao no processo decisorio.

Por fim, o presente estudo contribui para a empresa no sentido da mesma tomar conhecimento da importancia das d e m o n s t r a t e s contabeis ambientais a serem evidenciadas, bem como, que o profissional contabil dessa instituicao possa obter conhecimento teorico - pratico voltado a area contabil ambiental para poder subsidiar ao gestor informacoes necessarias e desconhecidas ao mesmo.

(48)

5 C O N S I D E R A C G E S FiNAIS

Considerando que a presente pesquisa objetivou analisar a evidenciacao contabil ambiental nos demonstratives contabeis oficiais, especificamente Balanco Patrimonial e Demonstracao do Resultado do Exercicio, no penodo de 2006 a 2009, numa industria que fabrica blocos de oito furos, localizada no Municipio de Marizopolis - PB verifica-se que a industria pesquisada nao realiza evidenciacao contabil ambiental nos demonstrativos contabeis oficiais.

No entanto, e cabivel relatar que de forma bem rudimentar e ate inconsciente a industria preocupa-se com o meio ambiente e utiliza praticas para a melhoria do mesmo, uma vez que ao tentar reduzir custos para a empresa utiliza a casca de coco para a queima dos blocos, tendo a lenha apenas como um complemento. Sendo assim, a existencia da substituicao do combustivel nao renovavel por fonte renovavel, amenizando a emissao de gases e assim diminuindo o desmatamento e posteriormente os custos, mas, nao contabiliza esses custos, uma vez que se relacionam com o meio ambiente. Por conseguinte, a empresa possui um sistema de reducao de energia eletrica representando uma responsabilidade social com o meio ambiente. Do mesmo modo, a empresa nao insere este fato na conta de receita.

Dessa forma, ha uma ocultacao do registro das materias-primas, produtos em processo, acabados e reciclados, estes, sao classificadas no circulante/estoques; os equipamentos e instalacoes ambientais deveriam estar inserido no ativo permanente /imobilizado e os projetos ambientais no permanente, portanto nao existindo assim um balanco ambiental na contabilidade.

Foi verificado que a empresa nao tern certificacao para qualidade. No entanto, encontra-se autorizada a funcionar nos parametros de operacao a partir da Licenca de Operacao (LO) emitida pela SUDEMA, sendo permitida a instituicao que se mostra apta a usufruir dos produtos ofertados pelo ambiente.

Assim, a partir da LO a empresa busca beneficios como tambem para o proprio meio ambiente, atraves de tecnicas que proporcionam vantagens a industria e ao ambiente.

De acordo com o empresario a industria em estudo nao tern nenhum projeto social. Porem, utiliza parte dos blocos que nao irao ser comercializados na melhoria da estrada que liga a industria a fazenda ate a BR 230.

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