• Nenhum resultado encontrado

Análise econômico-financeira de uma cooperativa de crédito

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Análise econômico-financeira de uma cooperativa de crédito"

Copied!
81
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO

RIO GRANDE DO SUL - UNIJUI

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS,

CONTÁBEIS, ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO - DACEC

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

JONES MATTIONI

ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA DE UMA COOPERATIVA DE

CRÉDITO

(2)

JONES MATTIONI

ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA DE UMA COOPERATIVA DE

CRÉDITO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado no Curso de Ciências Contábeis da UNIJUI, como requisito parcial para obtenção do Titulo

de Bacharel em Ciências Contábeis.

Prof. Orientador: Irani Paulo Basso

(3)

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Organograma Cresol Central SC/RS. ... 13

Figura 2: Índice de Liquidez Geral ... 25

Figura 3: Índice de Liquidez Corrente ... 26

Figura 4: Índice de Liquidez Seca ... 26

Figura 5: Índice de Liquidez Imediata ... 27

Figura 6: Indicador de Endividamento ... 28

Figura 7: Indicador Overtrading ... 30

Figura 8: Grau de Imobilização do Patrimônio Líquido ... 31

Figura 9: Índice de Giro dos Estoques... 32

Figura 10: Indicador Prazo Médio de Recebimento de Duplicatas ... 32

Figura 11: Indicar Prazo Médio de Pagamento de Duplicatas ... 33

Figura 12: Indicador Prazo Relativo das Duplicatas ... 34

Figura 13: Indicador EBITDA ... 35

Figura 14: Índice NOPAT ... 36

Figura 15: Análise das Demonstrações Contábeis em Valores Absolutos – ATIVO ... 42

Figura 16: Análise das Demonstrações Contábeis em Valores Absolutos – PASSIVO + PL . 43 Figura 17: Análise das Demonstrações Contábeis em Valores Absolutos – DRE ... 45

Figura 18: Análise das Demonstrações Contábeis em Valores Absolutos – DRE ... 46

Figura 19: Análise Horizontal do Ativo ... 47

Figura 20: Análise Horizontal do Passivo ... 48

Figura 21: Análise Horizontal da DRE... 49

Figura 22: Análise Horizontal da DRE... 50

Figura 23: Análise Vertical do Ativo ... 50

Figura 24: Análise Vertical do Passivo + Patrimonio Líquido ... 51

Figura 25: Análise Vertical da DRE ... 52

Figura 26: Análise Vertical da DRE ... 53

Figura 27: Análise Comparativa do Capital Circulante Líquido ... 53

Figura 28: Gráfico Capital Circulante Líquido... 54

Figura 29: Análise Comparativa do Coeficiente de Liquidez Circulante ... 54

Figura 30: Coeficiente de Liquidez Circulante... 55

Figura 31: Análise Comparativa do Coeficiente de Liquidez Seca ... 55

(4)

Figura 33: Coeficiente de Liquidez Geral ... 56

Figura 34: Analise Comparativa do Coeficiente de Liquidez Imediata ... 56

Figura 35: Coeficiente de Liquidez Imediata ... 57

Figura 36: Análise Comparativa do Coeficiente de Liquidez Imediata ... 57

Figura 37: Análise Comparativa do Coeficiente de Dívidas Circulantes ... 58

Figura 38: Coeficiente de Dívidas Circulantes ... 59

Figura 39: Análise do Coeficiente de Dívidas Totais ... 59

Figura 40: Coeficiente de Dívidas Totais ... 60

Figura 41: Análise Comparativa do Coeficiente de Dívidas de Longo Prazo ... 60

Figura 42: Análise Comparativa do Coeficiente de Dívidas de Longo Prazo ... 60

Figura 43: Análise Comparativa do Coeficiente de Segurança Máxima... 61

Figura 44: Coeficiente de Segurança Máxima ... 61

Figura 45: Análise Comparativa do Coeficiente de Participação de Capital de Terceiros ... 62

Figura 46: Coeficiente de Participação de Capital de Terceiros ... 62

Figura 47: Análise Comparativa do Coeficiente de Participação de dívidas de Curto Prazo .. 63

Figura 48: Coeficiente de Participação de Dívidas de Curto Prazo ... 63

Figura 49: Análise Comparativa da Garantia de Dívidas ... 64

Figura 50: Análise do Coeficiente de Margem de Lucro Operacional Bruto ... 65

Figura 51: Coeficiente da Margem de Lucro Operacional Bruto ... 66

Figura 52: Análise Comparativa do Coeficiente de Margem de Lucro Operacional Líquido . 66 Figura 53: Coeficiente da Margem de Lucro Operacional Líquido ... 66

Figura 54: Análise Comparativa do Coeficiente de Margem de Lucro Líquido do Exercício . 67 Figura 55: Coeficiente Da Margem de Lucro Líquido do Exercício ... 67

Figura 56: Análise comparativa do Coeficiente da Lucratividade ... 67

Figura 57: Análise Comparativa da Taxa da Lucratividade ... 68

Figura 58: Análise Comparativa do Coeficiente da Rentabilidade do Capital Social ... 68

Figura 59: Coeficiente da Rentabilidade do Capital Social ... 69

Figura 60: Analise Comparativa do Coeficiente da Rentabilidade do Capital Social ... 69

Figura 61: Coeficiente Rentabilidade do Capital Social ... 69

Figura 62: Analise Comparativa do Coeficiente da remuneração do Ativo Total ... 70

Figura 63: Taxa da Remuneração do Ativo Total ... 70

Figura 64: Analise Comparativa do Coeficiente e da Taxa de Retorno do Investimento Operacional ... 70

(5)

Figura 66: Analise Comparativa da Taxa de Rentabilidade ... 71

Figura 67: Analise do Grau de imobilização do Ativo Permanente ... 72

Figura 68: Analise do Coeficiente de Overtrading ... 73

Figura 69: Analise Comparativa do Índice de insolvência de Kanitz ... 74

Figura 70: Analise Comparativa do EBITDA ... 74

Figura 71: Gráfico Representativo do EBITDA ... 75

Figura 72: Analise Comparativa do NOPAT ... 75

(6)

SUMÁRIO

RESUMO ... 10

INTRODUÇÃO ... 11

1. CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO ... 12

1.1. Área de Conhecimento Contemplada ... 12

1.2. Caracterização da Organização ... 12

1.3. Problematização da Temática em Estudo ... 14

1.4. Objetivos ... 14 1.4.1. Objetivo Geral ... 15 1.4.2. Objetivos Específicos ... 15 1.5. Justificativa ... 15 2. REVISAO BIBLIOGRAFICA ... 17 2.1. Contabilidade ... 17 2.1.1. Conceitos ... 18 2.1.2. Finalidades e Objetivos ... 19

2.1.3. Técnicas Contábeis Básicas ... 20

2.2. Análise de Balanços... 20

2.2.1. Analise Comparativa de Balanços em Valores Absolutos ... 21

2.2.2. Analise de Balanços em Valores Relativos ... 22

2.2.2.1. Analise Vertical ... 22

2.2.2.2. Analise Horizontal ... 23

2.2.3. Preparação das Demonstrações Contábeis para a Análise de Balanços ... 23

2.2.4. Estudo do Balanço de Fundos ... 24

2.2.5. Análise de Balanços por Índices ... 24

2.2.5.1. Estudo da Liquidez ... 24

2.2.5.1.1. Índice de Liquidez Geral ... 25

2.2.5.1.2. Índice de Liquidez Corrente (Circulante) ... 25

2.2.5.1.3. Índice de Liquidez Seca ... 26

2.2.5.1.4. Índice de Liquidez Imediata ... 27

2.2.5.2. Estudo do Endividamento (Garantia de Divida)... 27

2.2.5.3. Estudo da Lucratividade ... 28

2.2.5.4. Estudo da Rentabilidade ... 28

(7)

2.2.5.5.1. Coeficiente de Overtrading ... 29

2.2.5.5.2. Índice de Insolvência de Kanitz... 30

2.2.5.6. Estudo de Indicadores de Atividade ... 30

2.2.5.7. Grau de Imobilização do Patrimônio Líquido ... 31

2.2.5.8. Rotação dos Estoques ... 32

2.2.5.9. Prazo médio de Recebimento de Duplicatas ... 32

2.2.5.10. Prazo Médio de Pagamento de Duplicatas ... 33

2.2.5.11. Prazo Relativo das Duplicatas ... 33

2.2.6. Técnicas de Análise de Balanços Emergentes ... 34

2.2.6.1. EBITDA (Earning Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization) ... 34

2.2.6.2. NOPAT – Net Operating Profit After Taxes ( Lucro Operacional Liquido depois dos Impostos) ... 35

3. METODOLOGIA DO TRABALHO ... 37

3.1. Classificação da Pesquisa ... 37

3.1.1. Quanto a sua Natureza ... 37

3.1.2. Quanto aos Objetivos ... 37

3.1.3. Quanto à Forma de Abordagem do Problema ... 38

3.2.4. Quanto aos Procedimentos Técnicos ... 39

3.2. Plano de Coleta de Dados ... 40

3.2.1. Instrumentos de Coleta de Dados ... 40

3.3. Plano de Análise e Interpretação dos Dados ... 41

4.1. Análise das Demonstrações Contábeis em Valores Absolutos ... 42

4.1.1 – Análise de Balanço Patrimonial – BP... 42

4.1.2. Análise da Demonstração do Resultado do Exercício – DRE ... 45

4.2. Análise das Demonstrações Contábeis em Valores Relativos – Vertical e Horizontal ... 47

4.2.1. Análise Horizontal do Balanço Patrimonial ... 47

4.2.2. Analise Horizontal da Demonstração do Resultado do Exercício – DRE ... 49

4.2.3. Analise Vertical do Balanço Patrimonial ... 50

4.2.4. Analise Vertical da Demonstração do Resultado do Exercício – DRE ... 52

4.3. Coeficientes para o Estudo da Liquidez ... 53

4.3.1. Capital Circulante Líquido ... 53

4.3.2. Coeficiente de Liquidez Circulante ... 54

4.3.3. Coeficiente de Liquidez Seca ... 55

(8)

4.3.5. Coeficiente de Liquidez Imediata ... 56

4.3.6. Análise Comparativa do Estudo da Liquidez ... 57

4.4. Coeficientes para o Estudo da Garantia de Dívidas – Endividamento ... 58

4.4.1. Coeficiente de Dívidas Circulantes ... 58

4.4.2. Coeficiente de Dívidas Totais... 59

4.4.3. Coeficiente de Dívidas de Longo Prazo ... 60

4.4.4. Coeficiente de Segurança Máxima ... 61

4.4.5. Coeficiente de Participação de Capitais de Terceiros ... 61

4.4.6. Coeficiente de Participação das Dívidas de Curto Prazo sobre as Dívidas Totais ... 63

4.4.7. Análise Comparativa da Garantia de Dividas ... 64

4.5. Coeficientes para o Estudo da Lucratividade ... 65

4.5.1. Margem de Lucro Operacional Bruto ... 65

4.5.2. Margem de Lucro Operacional Líquido ... 66

4.5.3. Margem de Lucro Líquido do Exercício ... 67

4.5.4. Análise Comparativa do Coeficiente da Lucratividade ... 67

4.5.5. Análise Comparativa da Taxa da Lucratividade ... 68

4.6. Coeficientes para Estudo da Rentabilidade ... 68

4.6.1. Rentabilidade do Capital Social ... 68

4.6.2. Rentabilidade do Patrimônio Líquido ... 69

4.6.3. Remuneração do Ativo Total ... 70

4.6.4.Taxa de Retorno do Investimento Operacional ... 70

4.6.5. Análise Comparativa do Coeficiente de Rentabilidade ... 71

4.6.6. Análise Comparativa da Taxa de Rentabilidade ... 71

4.7. Indicadores de Atividade ... 72

4.7.1. Grau de Imobilização do Patrimônio Líquido ... 72

4.7.2. Exame de Rotação dos Estoques ... 72

4.7.3. Exame do Prazo Médio de Cobrança de Duplicatas ... 73

4.7.4. Exame do Prazo Médio de Pagamento de Duplicatas ... 73

4.7.5. Coeficiente de Overtrading ... 73

4.7.6. Índice de Insolvência de Kanitz ... 73

4.8. EBITDA ... 74

4.9. NOPAT ... 75

4.10. Conclusões Gerais da Análise Econômico-Financeira ... 76

(9)

BIBLIOGRAFIA ... 79 ANEXOS ... 81

(10)

RESUMO

A escolha do tema para o Trabalho de Conclusão de Curso surgiu do interesse em ampliar os conhecimentos obtidos nas disciplinas de Análise das Demonstrações Contábeis, o que motivou a procurar a Cooperativa de Crédito Rural com Interação Solidária a fim de desenvolver o estudo de caso, que forneceu todos os documentos e informações necessárias para a realização do trabalho. A definição da metodologia e dos objetivos no início da pesquisa auxiliou a classificação dos assuntos e autores inerentes ao trabalho para realizar o referencial teórico. Neste sentido, definida a pesquisa empírica, deu-se início na reestruturação das Demonstrações Contábeis Básicas, com vistas a padronização de suas contas. Efetuou-se a aplicação dos métodos de atualização de valores para fins de análise comparativa, seguindo-se a aplicação das técnicas de análise de balanços consubstanciadas nos métodos de Análise Vertical e Horizontal, Índices de Liquidez, Rentabilidade, Garantia de Dividas, Lucratividade, e o teste de solvência. Para o desenvolvimento da análise também foram utilizados quadros e gráficos elaborados para facilitar a interpretação dos resultados. No decorrer do trabalho foi visto que algumas contas precisam de uma atenção especial. Outro ponto determinante para a escolha do tema, foi procurar demonstrar a confiabilidade do sistema, pois sabe-se que nesse ramo de atividade os associados assumem junto com a Cooperativa possíveis compromissos em caso de falência. Para os próximos períodos, a cooperativa pode se utilizar dos mesmos métodos de análise ou parte deles para medir o seu crescimento e suas sobras.

(11)

INTRODUÇÃO

As constantes mudanças do mundo atual globalizado exigem das empresas uma busca cotidiana de novas estratégias para manterem-se no mercado, e isso não é diferente no cooperativismo, onde existe uma grande expectativa de crescimento de cooperativas principalmente as ligadas ao ramo de crédito. Por esse e outros motivos que se deve ressaltar a importância da apresentação das Demonstrações Contábeis como instrumento de divulgação da informação que poderão ser úteis aos gestores e dirigentes na tomada de decisão, bem como no aspecto externo como elemento de avaliação de possíveis investimentos no empreendimento.

As cooperativas são sociedades solidárias, democráticas e autogeridas. Nelas cada cooperado é um sócio (dono do negócio), com participação efetiva na gestão e na responsabilidade do sucesso do negócio. Elas devem atuar junto à sociedade de forma expressiva e balanceada com as atividades econômicas que a diferenciarão das demais entidades as quais têm seu trabalho voltado somente para a acumulação de patrimônio.

Desse modo, compreende-se a relevância da apresentação e da utilização das Demonstrações Contábeis como ferramenta de divulgação das informações que poderão auxiliar a entidade a evidenciar a forma com que elas estão atuando junto à sociedade, sendo, portanto muito útil aos gestores na tomada de decisão, e também apresentando à sociedade a transparência, credibilidade e confiabilidade.

Neste sentido, o presente trabalho apresenta no primeiro capitulo a contextualização do estudo, envolvendo a caracterização da área de pesquisa, bem como da empresa onde será efetuada a atividade prática, a descrição do problema a ser estudado, os objetivos do estudo e a justificativa do autor ao propor a presente tarefa.

No segundo capitulo é apresentado o produto da pesquisa bibliográfica especializada na área de concentração do estudo, baseada em livros, artigos, sites da internet, que definem e conceituam por meio de conhecimentos de diversos autores, informações sobre os assuntos necessários para a realização do estudo.

Posteriormente, relata a metodologia utilizada no estudo, constituída das partes pensadas para o desenvolvimento da pesquisa, tanto dos aspectos da revisão bibliográfica como na coleta e tratamento técnico dos dados para estudos.

Concluindo, é apresentada a análise econômico-financeira dos últimos cinco anos da Cooperativa em estudo, com aportes de conclusões e recomendações nas situações consideradas necessárias.

(12)

1. CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO 1.1. Área de Conhecimento Contemplada

A globalização dos mercados econômico e financeiro, um maior número de usuários necessita das mais diversas formas de evidenciação da situação da empresa na qual eles estão dispostos a investir seus capitais, sendo que o Contador é profissional capacitado para fornecer interpretações e análises necessárias para tomada de decisões para os diferentes tipo de usuário.

O Comitê de Pronunciamentos Contábeis, define o objetivo das Demonstrações Contábeis como segue:

[...] fornecer informações sobre a posição patrimonial e financeira, o desempenho e as mudanças na posição financeira da entidade, que sejam úteis a um grande número de usuários em suas avaliações e tomadas de decisão econômica [...]. Demonstrações Contábeis também objetivam apresentar os resultados da atuação da administração na gestão da entidade e sua capacitação na prestação de contas quanto aos recursos que lhe foram confiados. (CPC 00, 2009, p.16).

Neste sentido, o estudo se propõe a aplicar as diversas técnicas de análise das Demonstrações Contábeis em uma Cooperativa de Crédito, fornecendo informações relevantes para associados que investiram seu capital, bem como para os que pretendem investir, e especialmente para os gestores nas tomadas de decisões.

1.2. Caracterização da Organização

A Cresol, é um sistema de Cooperativas de Crédito Rural com Interação Solidária que surgiu para oferecer além do crédito e desenvolvimento, inclusão social aos associados. Com sede em Chapecó - Santa Catarina, a Cresol Central SC/RS possui 60 cooperativas singulares afiliadas, 116 Unidades de Atendimento Cooperativo (UAC'S) e 8 Bases Regionais de Serviços.

A Cresol Central SC/RS atua em formato de rede e por isso é integrada às suas cooperativas singulares e bases regionais de serviços. A Central é formada por uma equipe de colaboradores que além de oferecer suporte administrativo, financeiro e tecnológico às bases e singulares, realiza contatos políticos e sociais para proporcionar que as cooperativas tenham acesso ao crédito. Por outro lado, as bases regionais de serviços oferecem suporte administrativo e contábil unificado; e as cooperativas singulares são o elo entre o agricultor e o acesso ao crédito e a serviços financeiros.

(13)

Atualmente o Sistema Cresol Central SC/RS conta com mais de 1.100 colaboradores e diretores que oferecem atendimento a quase 500 municípios de pequeno e médio porte de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul.

A estrutura organizacional da empresa pode ser observada pelo organograma demonstrado na figura 1.

Figura 1: Organograma Cresol Central SC/RS. Fonte: Cresol (2012)

O presente trabalho está direcionado à Cooperativa de Constantina – RS, que possui 8 P.A. e hoje conta com um quadro de 57 colaboradores, mais de 8.900 associados, onde os principais serviços são o crédito, o custeio, o investimento, seguros, entre outros..

A CRESOL é uma instituição financeira amparada por lei federal, e autorizada e fiscalizada pelo Banco Central do Brasil. Administrada pelos próprios associados, o sistema possui uma gestão diferenciada por que promove a participação e potencializa a economia do setor produtivo, proporcionando o desenvolvimento local sustentável. Cada cooperativa possui um comitê de crédito e um grupo de agentes de desenvolvimento de credito, que visam ampliar o controle social e garantir uma gestão transparente e eficaz.

As operações de crédito e os serviços financeiros disponibilizados pela CRESOL, através de recursos oficiais e privados, visam o desenvolvimento e procuram integrar os associados, sendo assim, um instrumento de acesso e fortalecimento da agricultura familiar. A Cooperativa de Constantina - RS abrange mais de 3.000 famílias de agricultores familiares,

(14)

localizados no noroeste do estado do Rio Grande do Sul, esta assim estruturada, sendo sua Base Constantina, e mais sete Pontos de Atendimento (PA), Engenho Velho, Rondinha, São Jose das Missões, Frederico Westphalen, Santo Augusto, Chiapetta e Liberato Salzano.

1.3. Problematização da Temática em Estudo

A técnica contábil da análise de balanços tem por finalidade elaborar informações retiradas das demonstrações contábeis para proporcionar melhores condições ao usuário para compreender situações do passado e do presente, para poder melhor projetar o futuro financeiro e econômico de determinada entidade, bem como contribuir no dia-a-dia das decisões gerenciais do empreendimento.

Sobre análise financeira Silva diz que:

Análise financeira de uma empresa consiste num exame minucioso dos dados financeiros disponíveis sobre a empresa, bem como das condições endógenas e exógenas que afetam financeiramente a empresa. Como dados financeiros disponíveis, podemos incluir demonstrações contábeis, programas de investimento, projeções de vendas e projeção de fluxo de caixa, (SILVA, 2006, p. 26).

Para a cooperativa, é muito importante apurar e publicar os seus indicadores de desempenho por meio da analise das demonstrações contábeis, onde os associados terão maior segurança em investir na própria cooperativa, também demonstrando maior transparência de sua gestão, sabendo que nesse ramo de negocio todos os associados respondem junto com a cooperativa, caso esta não consiga cumprir suas obrigações.

Diante do exposto, questiona-se: Qual a contribuição da análise das demonstrações contábeis e seus respectivos indicadores na transparência e minimização dos riscos aos associados de uma cooperativa de crédito?

1.4. Objetivos

A definição dos objetivos tem por finalidade definir a linha de pensamentos, propósitos, a que se pretende chegar. Os objetivos são divididos em objetivo geral e objetivos específicos.

(15)

1.4.1. Objetivo Geral

Analisar os indicadores das Demonstrações Contábeis básicas de uma Cooperativa de Crédito buscando demonstrar a sua situação econômico-financeira, a transparência e a segurança por parte dos investidores/associados.

1.4.2. Objetivos Específicos

• Fundamentar teoricamente os aspectos relacionados à contabilidade e técnicas e metodologias de analise das Demonstrações Contábeis;

• Levantar os indicadores contábeis financeiros por meio das técnicas de analises gerando informações para tomada de decisão;

• Efetuar comparação dos índices extraídos da cooperativa analisada com os índices padrões do seu ramo de atividade;

• Divulgar os indicadores apurados aos associados, garantindo a transparência e a segurança diante da decisão em adesão à cooperativa.

1.5. Justificativa

Diante de um cenário que muda muito e rapidamente, a incerteza não pode ser levada em consideração quando se trata de negócios, por isso a necessidade do máximo de informações possíveis que venham a trazer segurança e confiabilidade. Cada vez mais é preciso ter conhecimentos em diversas áreas e para o profissional da contabilidade não é diferente, portando para dar melhor suporte na gestão, as análises fornecidas pelo Contador são de muita importância, pensando nisso foi desenvolvido este estudo.

As Analises das Demonstrações Contábeis são de crucial importância para os usuários que necessitam de mais informações sobre determinado negócio, pois disponibilizam diversos tipos de relatórios e coeficientes trazendo a real situação da organização, facilitando assim a tomada de decisão, sabendo que, no ramo do cooperativismo todo associado tem responsabilidade sobre futuros compromissos que a cooperativa tenha que assumir.

Nesse sentido a Universidade nos disponibiliza um vasto acervo, possibilitando pesquisas e um aprofundamento nos conhecimentos, gerando condições para avanços do conhecimento econômico e humano, sendo que o presente trabalho serve como importante fonte de pesquisa para estudos específicos nesta área.

(16)

Na condição de acadêmico do Curso de Ciências Contábeis, com a realização deste trabalho de conclusão, buscou-se aprimorar os meus conhecimentos constituídos no decorrer do curso. A escolha desse assunto surgiu da necessidade de se ter informações sobre o patrimônio que muitas pessoas confiam a determinado ramo de negócio, o cooperativismo, pois não são casos isolados de empresas nesse ramo que passam por problemas financeiros e até decretam falência, comprometendo assim todos que dela fazem parte.

(17)

2. REVISAO BIBLIOGRAFICA

A revisão bibliográfica é a releitura de bibliografias, fundamentação teórica que permite abordar dentro das possibilidades, os principais estudos já realizados na área em questão. Neste cenário, Lakatos e Marconi (1992, p. 110), descrevem que:

Pesquisa alguma parte hoje da estaca zero. Mesmo que exploratória, isto é, de avaliação de uma situação concreta desconhecida, em um dado local, alguém ou um grupo, em algum lugar, já deve ter feito pesquisas iguais ou semelhantes, ou mesmo complementares de certos aspectos da pesquisa pretendida. Uma procura de tais fontes, documentais ou bibliográficas, torna-se imprescindível para a não duplicação de esforços, a não “descoberta” de idéias já expressas, a não inclusão de “lugares comuns” no trabalho, (LAKATOS E MARCONI, 1992, p. 110).

Portanto a revisão bibliográfica permite um embasamento teórico tendo as bases conceituais dos diferentes autores sobre o estudo proposto.

2.1. Contabilidade

Todos os ramos do saber humano iniciaram-se em bases empíricas, de simples observações e suposições sobre realidades, até que pudessem pela maturidade dos raciocínios alcançarem o nível superior em que se encontram. A Contabilidade não fugiu a essa norma e iniciou-se há muitos milênios, partindo do simples registro de fatos, com o objetivo de guardar memória sobre o acontecido com as utilidades.

A Contabilidade não é uma ciência exata. Ela é uma ciência social, pois a ação humana que gera e modifica o fenômeno patrimonial. Todavia, a contabilidade utiliza os métodos quantitativos (matemática e estatística) como sua principal ferramenta (IUDÍCIBUS E MARION, 2002, p. 35).

A todo momento precisamos tomar decisões, sejam elas simples como a que hora iremos acordar, que roupa vestir... e também decisões importantes, a aquisição da casa própria e a carreira que escolhemos, as decisões mais importantes requerem um cuidado maior, nesse sentido a contabilidade se destaca pois consegue fornecer diversos relatórios e números necessários para tomada de decisão dentro das empresas.

[...] frequentemente os responsáveis pela administração estão tomando decisões, quase todas importantes, vitais para o sucesso do negocio. Por isso, a necessidade de dados, de informações corretas, de subsídios que contribuam para uma boa tomada de decisão. (IUDÍCIBUS e MARION, 2002, p.41).

(18)

A Contabilidade sempre esteve presente na evolução do homem, e evoluiu junto, deixou de ser apenas um simples registro do patrimônio e passou a ser importante ferramenta para tomada de decisões em todos seus ramos, permitiu um grande avanço nas tecnologias organizacionais, as formas antigas de se fazer contabilidade foram substituídas por procedimentos, normas, baseadas em convergências internacionais, tecnologias de informação, registros e informações digitais, esse novo cenário da contabilidade que evidencia a essência sobre a forma, molda a contabilidade nos dias de hoje.

2.1.1. Conceitos

A contabilidade é definida por Toigo, citado por Basso (2000, p. 19), como “[...] a ciência que estuda e controla o patrimônio sob o ponto de vista econômico-financeiro, observando e registrando seus aspectos quantitativos e qualitativos e as variações por ele sofridas.” Para Gouveia, citado por Basso (2000, p. 18), Contabilidade é “[...] a arte de registrar todas as transações de uma companhia, que possam ser expressas em termos monetários. É também a arte de informar os reflexos dessas transações na situação econômico-financeira dessa companhia.”

Contabilidade é a ciência que estuda, controla e interpreta os fatos ocorridos no patrimônio das entidades, mediante o registro, a demonstração expositiva e a revelação desses fatos, com o fim de oferecer informações sobre a composição do patrimônio, suas variações e o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial. (FRANCO apud BASSO, 2000, p. 19).

Segundo Franco (1997, p. 19), contabilidade é:

[...] um conjunto de conhecimentos sistematizados, com princípios e normas próprias, ela é, na acepção ampla do conceito de ciência, uma das ciências econômicas e administrativas. Sua função é registrar, classificar, demonstrar, auditar e analisar todos os fenômenos que ocorrem no patrimônio das entidades, objetivando fornecer informações, interpretações e orientação sobre a composição e as variações desse patrimônio, para a tomada de decisões de seus administradores.

Ainda, de acordo com Basso (2000, p. 19),

Entendemos que Contabilidade, como um conjunto ordenado de conhecimentos, leis, princípios e método de evidenciação próprios, é a ciência que estuda, controla e observa o patrimônio das entidades nos seus aspectos quantitativo (monetário) e qualitativo (físico) e que, como conjunto de normas, preceitos e regras gerais, se constitui na técnica de coletar, catalogar e registrar os fatos que nele ocorrem, bem como acumular, resumir e revelar informações de suas variações e situação, especialmente de natureza econômico-financeira.

(19)

A contabilidade possui objeto próprio, o patrimônio de uma entidade, geralmente constituído por um conjunto de bens, direitos e obrigações pertencentes a uma determinada entidade.

2.1.2. Finalidades e Objetivos

A finalidade fundamental da Contabilidade para Basso (2000, p. 20), é, “gerar informações de ordem física, econômica e financeira sobre o patrimônio, com ênfase para o controle e o planejamento”.

Franco (1997, p.21), define como sendo finalidade da Contabilidade:

Assegurar o controle do patrimônio administrado, através do fornecimento de informações e orientações - necessárias a tomada de decisões – sobre a composição e as variações patrimoniais, bem como sobre o resultado das atividades econômicas desenvolvidas pela entidade para alcançar seus fins, que podem ser lucrativos ou meramente ideais (sociais, culturais, esportivos, beneficentes ou outros).

O objetivo da Contabilidade segundo Iudícibus e Marion (2002, p.53), “[...] e fornecer informação estruturada de natureza econômica, financeira e, subsidiariamente, física, de produtividade e social, aos usuários internos e externos à entidade objeto da contabilidade”.

Para Basso (2000, p. 21), os objetivos da Contabilidade podem ser assim estabelecidos:

- controlar (física e monetariamente) o patrimônio da entidade;

- apurar os resultados decorrentes das variações ocorridas no patrimônio da entidade - evidenciar a situação patrimonial, econômica e financeira da entidade, bem como suas tendências;

- atentar para o cumprimento das normas, leis e demais dispositivos emergentes da legislação aplicável aos negócios da entidade;

- fornecer informações sobre o patrimônio aos seus usuários, de acordo com suas necessidades;

Bruni (2011, p. 1), diz que, “A Contabilidade, vista como ciência, possui diversos objetivos, comumente associados ao processo de registro e controle patrimonial ou ao suporte da decisão e gestão empresarial”. Mas sem duvida a finalidade mais importante da contabilidade, é fornecer informações e orientação de caráter econômico-financeiro, sem as quais a administração da entidade não dispõe de elementos para a tomada de decisão.

(20)

2.1.3. Técnicas Contábeis Básicas

As técnicas contábeis de que se utiliza a Contabilidade para tornar-se útil aos seus usuários são:

Escrituração – trata-se dos registros dos fatos contábeis nos livros de escrituração contábil (Diário e Razão) e nos livros auxiliares;

Demonstrativos Contábeis – relatos econômicos e financeiros originados da escrituração contábil, conhecidos como balancete de verificação, balanço patrimonial, demonstração do resultado do exercício, demonstração das origens e aplicação dos recursos e demonstração de lucros ou prejuízos acumulados (ou demonstração das mutações do patrimônio líquido);

Auditoria – exames dos procedimentos administrativos, operacionais e das praticas contábeis, envolvendo a escrituração e as demonstrações contábeis, para certificar sua lisura, legalidade, correção e fidedignidade;

Analise de Balanços – extração de dados e informações para a interpretação, estudos e projeções da situação patrimonial, econômica e financeira da entidade. (BASSO, 2000, p. 23).

As técnicas contábeis são o conjunto de procedimentos que tem por finalidade registrar, controlar, evidenciar e examinar o patrimônio de uma empresa especifica.

2.2. Análise de Balanços

Para que os objetivos desse trabalho sejam atingidos faz se necessário a utilização das ferramentas de analise das demonstrações, que neste caso servira para identificar o crescimento obtido pela cooperativa no período em analise.

A análise das demonstrações contábeis é uma técnica que consiste na coleta de dados constantes nas respectivas demonstrações, com vistas a apuração de dados indicadores que permitem avaliar a capacidade de solvência (situação financeira), conhecer a estrutura patrimonial (situação patrimonial) e descobrir a potencialidade da entidade em gerar bons resultados (situação econômica). (SILVA, 2007, p. 4).

Essa análise fornece uma série de dados que servira não somente aos dirigentes da entidade analisada, como também para o melhor entendimento dos resultados pelos usuários da contabilidade e outros interessados. Através das demonstrações contábeis levantadas por uma empresa, podem ser extraídas informações a respeito de sua posição econômico-financeira. De acordo com Assaf Neto:

(21)

A análise de balanços visa relatar, com base nas informações contábeis fornecidas pelas empresas, a posição econômico-financeira atual, as causas que determinaram a evolução apresentada e as tendências futuras. Em outras palavras, pela analise de balanços extraem-se informações sobre a posição passada, presente e futura (projetada) de uma empresa. (ASSAF NETO, 2002, p. 48).

Da mesma maneira, complementa Reis (2003, p.108), sobre análise de balanços afirmando que, “[...] consiste na comparação de valores isolados ou de grupos de valores constantes dos demonstrativos contábeis, com a finalidade de obter informações sobre a situação econômico-financeira da empresa ou sobre o ritmo de seus negócios.”

Matarazzo (2003, p.15), ressalta que, “[...] as demonstrações financeiras fornecem uma série de dados sobre a empresa, de acordo com regras contábeis. A Analise de Balanços transforma esses dados em informações e será tanto mais eficiente quanto melhores informações produzir,”. Lopes de Sá acrescenta:

Analisar é tornar uma coisa simples mediante uma decomposição da mesma; é extrair elementos de um todo, procurando conhecer-lhe as partes, assim, analisar é conhecer uma coisa pelos elementos que a compõem. [...] analise de balanço é o estudo da situação de uma parte, de um sistema de partes ou do todo patrimonial de uma empresa ou de uma instituição sem fim lucrativo, mediante a decomposição de elementos e levantamento de dados contábeis. (LOPES DE SÁ, 2006, p. 15-16). Entende-se desta forma que quanto mais informações forem analisadas, mais fidedignas e reias serão as informações produzidas e será através destas informações que poderá identificar a saúde financeira de uma entidade.

2.2.1. Analise Comparativa de Balanços em Valores Absolutos

Segundo Vertes (1977),

As comparações entre balanços de anos sucessivos podem ser consideradas como fotografias extraídas em sequência, como um filme cinematográfico. Esse filme poderia mostrar o andamento dos negócios e facilitaria fazer uma previsão mais ou menos prudente para o futuro. Realmente, o que mais interessa ao analista é justamente conhecer o futuro. O escopo é conhecer as tendências na vida da empresa durante os anos de seu funcionamento, porque, com base no passado, conhecendo o presente, pode-se prever o futuro. (VERTES, 1977, p. 53)

Analisar demonstrações contábeis em valores absolutos é fazer os números falarem em forma de texto, levando ao usuário da informação contábil as mensagens nele constantes de forma compreensiva, com destaque para situações mais importantes para a elucidação de dúvidas nos momentos de decisões sobre rumos a serem tomados sobre o futuro do empreendimento. Aqui o mais importante são os valores expressos em termos de moeda

(22)

constante, ou seja, que os valores expressos nas demonstrações contábeis possam refletir o mais fielmente possível a realidade patrimonial, econômica e financeira do patrimônio em valores atuais.

2.2.2. Analise de Balanços em Valores Relativos

As duas principais características de analise de uma empresa são a comparação dos valores obtidos em determinado período com aqueles levantados em períodos anteriores e o relacionamento desses valores com outros afins. Esse processo de comparação, indispensável ao conhecimento da situação de uma empresa, é representado pela análise vertical e analise horizontal.

2.2.2.1. Analise Vertical

O método de analise vertical procura obter o valor percentual de cada verba, ou de cada grupo de verbas, em relação ao valor global do demonstrativo, ou, ainda, de cada verba em relação ao total do seu respectivo grupo, (Reis, 2003, p. 110). Para Matarazzo (2003, p. 243), “O percentual de cada conta mostra sua real importância no conjunto. [...] Análise Vertical baseia-se em valores percentuais das demonstrações financeiras”.

Bruni (2011, p.74), acrescenta que, Analise Vertical:

Busca verificar os percentuais associados aos valores de determinado ano assumindo o total deste ano como sendo igual a 100%. A partir daí, todos os demais valores do ano são convertidos em percentuais do total..[...] A analise vertical permite analisar a composição percentual do total;.[...] a composição dos números é estudada em determinado ano.

Assaf Neto (2002, p. 108), contribui dizendo:

A Análise Vertical é também um processo comparativo, expresso em porcentagem, que se aplica ao se relacionar uma conta ou grupo de contas com um valor afim ou relacionável, identificado no mesmo demonstrativo [...], dessa forma, dispondo-se dos valores absolutos em forma vertical, pode-se apurar facilmente a participação relativa de cada item contábil no Ativo, no Passivo ou na Demonstração de Resultados, e sua evolução no tempo.

A Análise vertical tem por objetivo mostrar a importância de cada conta em relação a demonstração financeira a que pertence e, através da comparação com padrões do ramo ou com percentuais da própria empresa em anos anteriores, (Matarazzo 2003, p. 249).

(23)

2.2.2.2. Analise Horizontal

O método de Analise Horizontal compara, em forma percentual, o valor de determinada verba ou de determinado grupo de verbas em relação ao(s) ano(s) anterior(es), (Reis 2003, p. 110) para Matarazzo (2003, p. 245) “A evolução de cada conta mostra caminhos trilhados pela empresa e as possíveis tendências [...] baseia-se na evolução de cada conta de uma serie de demonstrações financeiras em relação à demonstração anterior.”

Bruni (2011, p. 73), conclui que:

Análise Horizontal busca verificar a evolução temporal do numero a partir de um ano-base. Assumimos os valores de determinado ano como sendo igual a 100%. A partir daí, todos os demais valores são convertidos em percentuais do ano-base [...], a evolução dos números contidos nas diferentes contas contábeis é analisada ao longo dos anos.

Para Assaf Neto (2002, p. 108), Análise Horizontal é a comparação que se faz entre os valores de uma mesma conta ou grupo de contas, em diferentes exercícios sociais. É basicamente um processo de analise temporal, desenvolvido por meio de números-índices.

A Análise Horizontal tem por objetivo mostrar a evolução de cada conta das demonstrações financeiras e, pela comparação entre si, permitir tirar conclusões sobre a evolução da empresa, (Matarazzo, 2003, p. 250).

2.2.3. Preparação das Demonstrações Contábeis para a Análise de Balanços

As demonstrações financeiras publicadas, mesmo que estejam expressas em moeda corrente, precisam ser padronizadas, ou seja, reclassificadas e condensadas para fins de análise.

As demonstrações financeiras devem ser preparadas para a análise, da mesma forma que um paciente que vai submeter-se a exames médicos. Antes de iniciar a análise, devem-se examinar detalhadamente as demonstrações financeiras. Este trabalho é chamado de Padronização e consiste numa critica às contas das demonstrações financeiras, bem como na transcrição delas para um modelo previamente definido. (MATARAZZO, 2010, p. 70).

A técnica de analise de balanços se utiliza fundamentalmente do Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício e apenas complementarmente as demais Demonstrações Contábeis.

(24)

2.2.4. Estudo do Balanço de Fundos

Segundo Vertes (1977):

O balanço de fundos é conhecido também pelo nome de “balanço de origens e aplicações de recursos”. Preliminarmente deve se esclarecer que a palavra “fundo” deve ser considerada no sentido amplo. Nesta acepção considera-se todas as contas, assim as contas do ativo como as do passivo e as do patrimônio líquido, como fundos de valores. O balanço de fundos tem como objetivo demonstrar as alterações havidas nos valores de dois inventários através das variações sofridas durante o exercício, especialmente as alterações ocorridas nos valores circulantes, que são motivadas pelas alterações dos valores não circulantes. (VERTES, 1977, p. 71).

O ponto de partida é a comparação de dois balanços patrimoniais, e as diferenças entre os balanços em analise são a base para elaboração dos balanços de origens e aplicações de recursos.

2.2.5. Análise de Balanços por Índices

A análise de balanços visa extrair informações dos demonstrativos contábeis para auxiliar as pessoas na compreensão da situação patrimonial, financeira e econômica, e a análise por índices econômicos e financeiros é uma das técnicas que serão utilizadas no presente estudo.

Para Matarazzo (2010, p. 81), índice é:

[...] a relação entre contas ou grupo de contas das Demonstrações Financeiras, que visa evidenciar determinado aspecto da situação econômica ou financeira de uma empresa. Os índices constituem a técnica de analise mais empregada. A característica fundamental dos índices é fornecer visão ampla da situação econômica ou financeira da empresa.

Os índices servem de medida dos diversos aspectos econômicos e financeiros das empresas, eles permitem construir um quadro de avaliação da empresa.

2.2.5.1. Estudo da Liquidez

O estudo da liquidez objetiva verificar a capacidade da Entidade liquidar seus compromissos financeiros em dia num dado momento. Trata-se, pois, de encontrar os coeficientes que mostrem a situação das dívidas da Entidade em relação aos seus meios de pagamento. Para Bruni (2011, p.122), “Indicadores de liquidez estudam a solvência ou a

(25)

capacidade de honrar as obrigações assumidas pela entidade [...], a gestão da liquidez nas empresas é um dos maiores desafios da gestão financeira.”

Os índices do estudo da liquidez estão assim divididos, índice de liquidez geral, índice de liquidez corrente, índice de liquidez seca e índice de liquidez imediata.

2.2.5.1.1. Índice de Liquidez Geral

O índice de liquidez Geral não faz restrição de prazo: compara todas as dividas (a curto e longo prazos) com a soma de todos os valores disponíveis e realizáveis em qualquer prazo. (Reis, 2003).

Bruni (2011, p.125), define que:

O índice de liquidez geral possui o propósito de estudar a saúde financeira da empresa no longo prazo. Basicamente, compara todas as possibilidades de realizações de ativos da empresa, sem incluir aqueles essencialmente necessários para a manutenção da entidade, com todas as obrigações de fato existentes da empresa [...], representa a relação entre os Ativos realizáveis de fato, que poderiam ser convertidos em dinheiro como os ativos circulantes e as aplicações realizáveis a longo prazo, com os Passivos onerosos, que demandarão o desembolso de recursos financeiros para sua quitação.

A liquidez geral é utilizada também como medida de segurança financeira da empresa à longo prazo, revelando sua capacidade de saldar todos seus compromissos. (Assaf Neto, 2002).

Índices de Liquidez Formula Significado

Liquidez Geral Ativo Circ.+ Aplic a L.P. Passivo Circulante + Passivo N. C.

• Para cada $1 do total de suas dívidas a empresa conta com $ X de valores

disponíveis e realizáveis. • Mede a capacidade de pagamento Geral Figura 2: Índice de Liquidez Geral

Fonte: Adaptada com base Reis (2003, p.180)

O índice de liquidez geral significa dizer “quantos reais temos a receber para cada real que temos a pagar”.

2.2.5.1.2. Índice de Liquidez Corrente (Circulante)

O índice de liquidez corrente permite verificar a capacidade de pagamento á curto prazo, ou seja, quanto á empresa tem de valores disponíveis e realizáveis dentro de um ano, para garantir o pagamento de suas dividas vencíveis no mesmo período. (Reis, 2003).

(26)

Para Bruni (2011, p.127), liquidez corrente é:

Uma forma mais rotineira de se analisar a liquidez de uma empresa costuma enfatizar a solvência de curto prazo e analise de contas dos ativos e passivos circulantes. Geralmente, a forma mais comum para se analisar a relação entre os ativos e os passivos de curto prazo pode envolver o calculo simples do capital de giro.

Índices de Liquidez Formula Significado

Liquidez Corrente Ativo Circulante Passivo Circulante

• Para cada $1 de dívidas vencíveis dentro de um ano, a empresa conta com $ X de valores disponíveis e realizáveis no mesmo período. • Revela a capacidade de pagamento à curto prazo.

Figura 3: Índice de Liquidez Corrente Fonte: Adaptada com base Reis (2003, p.180)

Quanto maior a liquidez corrente, mais alta se apresenta a capacidade da empresa em financiar suas necessidades de capital de giro.

2.2.5.1.3. Índice de Liquidez Seca

O índice de liquidez seca subtrai do ativo circulante os valores registrados no estoque. Representa quanto a empresa possui a realizar no curto prazo, sem considerar a venda dos estoques para cada real registrado a pagar. (Bruni, 2011).

Reis (2003, p. 177), assim define:

O quociente de liquidez seca é importante na hipótese de não termos elementos para calcular a rotação dos estoques e também nos seguintes casos, quando os estoques passam a constituir valores de difícil conversão em moeda: em épocas de retração do mercado consumidor, quando a rotação dos estoques for muito lenta, ou para empresas que tem suas vendas concentradas em determinadas épocas do ano.

Índices de Liquidez Formula Significado

Liquidez Seca Ativo Circulante (-) Estoques Passivo Circulante

• Para cada $1 de dívidas vencíveis dentro de um ano, a empresa tem, sem contar com os estoques $ X de valores disponíveis e realizáveis no mesmo período.

• Revela a capacidade de pagamento à curto prazo, sem contar com os estoques.

Figura 4: Índice de Liquidez Seca

(27)

O quociente demonstra a porcentagem das dividas à curto prazo em condições de serem saldadas mediante a utilização de itens monetários de maior liquidez do ativo circulante. (Assaf Neto, 2002).

2.2.5.1.4. Índice de Liquidez Imediata

Revela a porcentagem das dividas a curto prazo (circulante) em condições de serem liquidadas imediatamente, este quociente é normalmente baixo pelo pouco interesse das empresas em manter recursos monetários em caixa. (Assaf Neto, 2002).

Índices de Liquidez Formula Significado

Liquidez Imediata Disponível Passivo Circulante

• Para cada $1 de dívidas vencíveis dentro de um ano, a empresa tem $ X de valores disponíveis no mesmo período.

• Revela a capacidade de pagamento imediata. Figura 5: Índice de Liquidez Imediata

Fonte: Adaptada com base Reis (2003, p.180) Bruni (2011, p.132), acrescenta que:

O índice de liquidez imediata representa o valor que dispõe imediatamente para saldar dividas de curto prazo. As disponibilidades representam os recursos que já estão convertidos em dinheiro com caixa e bancos ou que poderiam ser convertidos em dinheiro com grande liquidez, como as aplicações financeiras de liquidez imediata.

Índice conservador considera apenas caixa, saldos bancários e aplicações financeiras de liquidez imediata para quitar obrigações, excluindo-se alem dos estoques as contas e valores a receber. Um índice de grande importância para analise da situação a curto-prazo da empresa.

2.2.5.2. Estudo do Endividamento (Garantia de Divida)

O índice pode também ser definido pela relação somente das dividas de curto prazo ou de longo prazo com o patrimônio liquido, revelando o endividamento em função da maturidade do passivo. (Assaf Neto, 2002).

Segundo Bruni:

O índice de endividamento ou a relação expressa pela participação dos capitais de terceiros sobre os recursos totais também é conhecido como debt ratio (taxa de endividamento em inglês). Este índice expressa a porcentagem que o endividamento

(28)

representa sobre os fundos totais. Ou, em outras palavras, a percentagem do ativo total financiada com recursos de terceiros. (Bruni, 2011, p.152).

Indicadores Formula Significado

Endividamento Passivo Total Patrimônio Liquido

•mostra quanto a empresa tomou de empréstimo para cada $ 1 de capital próprio.

Figura 6: Indicador de Endividamento Fonte: Adaptada com base Reis (2003, p.180)

No fundo, o que se deseja com o índice de participação de capitais de terceiros é medir a relação existente entre capital de terceiros e capital próprio.

2.2.5.3. Estudo da Lucratividade

Para Bruni (2011), uma importante etapa da analise das demonstrações contábeis diz respeito à compreensão do quanto estamos ganhando. É preciso compreender o lucro, analisando de diferentes formas como o lucro bruto o operacional e o lucro líquido.

O objetivo maior e final das entidades de fins lucrativos é, sem dúvida, o lucro. É com o lucro que o empresário remunera os fatores de produção (capital, trabalho e tecnologia) e é ainda através do lucro que o empreendimento poderá ser ampliado. Muito dificilmente o empreendedor fará crescer seu investimento através de sucessivos prejuízos no seu negócio, muito antes pelo contrário, sucessivos prejuízos o levarão necessariamente a cessar suas atividades, antes que perca todo o seu patrimônio. Portanto, para o estudo da lucratividade e da rentabilidade é condição mínima que a entidade tenha obtido lucro, caso contrário os estudos ficam prejudicados, e estar-se-ia estudando coeficientes ou taxas de “prejuizovidades.” (BASSO, 2012, p. 13).

A lucratividade é o ganho sobre vendas, analise relativa entre alguma das diversas medidas possíveis para o lucro, como o lucro bruto, lucro operacional próprio ou o lucro líquido.

2.2.5.4. Estudo da Rentabilidade

O estudo da rentabilidade tem por finalidade constatar os percentuais de remuneração dos diversos tipos de indicadores de capitais, de ativos e de outros aspectos do patrimônio da empresa (Basso, 2012).

De forma resumida, poderíamos apresentar as operações financeiras por meio da evolução do dinheiro no tempo. A análise do dinheiro no tempo possibilita entender

(29)

a única e verdadeira mercadoria negociada em finanças e usualmente apresentada como taxa de juros ou taxa de retorno. Quando a analise do dinheiro no tempo faz referencia ao uso de demonstrações contábeis, é comum a busca da compreensão da rentabilidade gerada pelo negocio. (BRUNI, 2011, p.209).

A rentabilidade esta sempre relacionada ao resultado final obtido pela entidade com os diferentes fatores a serem remunerados, dos quais são destacados pelos diferentes autores o Capital Social, o Patrimônio líquido o Ativo operacional e o ativo total.

2.2.5.5. Estudo da Solvência

Este indicar pode demonstrar se a empresa é solvente ou insolvente no período analisado, podendo prever falência da entidade. A empresa será solvente se os seus ativos forem maiores que os seus passivos.

Uma instituição financeira pode ser considerada solvente quando o valor de seus ativos superar o valor de seus passivos de diferentes naturezas, formando um excedente definido por patrimônio liquido. Um maior volume de riqueza liquida funciona naturalmente como uma reserva de segurança diante de eventuais perdas de valor ativo. A solvência evidencia, em outras palavras, os recursos próprios de uma instituição oferecidos ao risco de sua atividade. (ASSAF NETO, 2002, p.278).

Dentre os vários indicadores que procuram evidenciar se uma entidade é solvente, ou se está em situação de insolvência (falência), enfocaremos neste estudo dois deles: o

Overtrading e o Termômetro de Insolvência de Kanitz.

2.2.5.5.1. Coeficiente de Overtrading

O coeficiente de Overtrading parte da ideia que a empresa para vender, ela precisa de uma boa estrutura de capital circulante liquido, para não operar apenas com recursos externos, então este indicador verifica se a entidade não está operando suas vendas alem de sua capacidade financeira, especialmente nas vendas a prazo.

Ainda segundo Vertes citado por Basso (2012, p. 24),

[...] o overtrading se instala quando tudo está andando bem. Ou seja, em plena euforia dos grandes negócios, no mar da tranquilidade provocado pela falsa sensação de que nada pode deter os bons negócios, levando os gestores, via de regra, até ao esbanjamento, tanto nas despesas como nas operações de crédito ofertadas aos clientes e oferecidas por financiadores, tanto para capital de giro como para investimentos permanentes, sem o devido aporte de recursos próprios por parte do quadro social, que é realmente o que dá sustentação financeira ao empreendimento.

(30)

Indicadores

Formula Significado

Overtrading Vendas

Capital Circulante Líquido

• examina se a Entidade não está entrando em supertransação, isto é, operando com vendas além de sua capacidade financeira.

Figura 7: Indicador Overtrading

Fonte: Adaptada com base Basso (2012, p.24)

Para melhor situação financeira da empresa, este coeficiente precisa ser baixo e estável, pois se ele aumentar vai significar que a empresa esta vendendo mais e utilizando o mesmo capital circulante liquido.

2.2.5.5.2. Índice de Insolvência de Kanitz

Este é um indicador que combina outros indicadores financeiros e econômicos e busca verificar se a Entidade está, ou não, se encaminhando para fase de insolvência. Conforme Kanitz, citado por Basso (2012), são utilizados os seguintes indicadores:

X1 = Coeficiente de Rentabilidade do Capital Próprio, multiplicado pelo fator 0,05 X2 = Coeficiente de Liquidez Geral, multiplicado pelo fator 1,65

X3 = Coeficiente de Liquidez Seca, multiplicado pelo fator 3,55 X4 = Coeficiente de Liquidez Circulante, multiplicado pelo fator 1,06 X5 = Coeficiente de Dívidas Totais, multiplicado pelo fator 0,33

Para calcular-se, soma-se o produto indicadores X1, X2, X3 e diminui-se o produto da soma dos indicadores X4 e X5 e obtém-se o Índice de Insolvência de Kanitz. Quando o índice ficar acima de zero, diz-se que a empresa está no Intervalo de Solvência; quando ficar entre zero e menos três (-3), está no Intervalo de Penumbra,, e quando ficar abaixo de menos três (-3), está no Intervalo de Insolvência, muito propensa à falência.

2.2.5.6. Estudo de Indicadores de Atividade

Para compreensão deste estudo, podemos nos basear em Assaf Neto (2002, p.180) “os indicadores de atividade operacional são mais dinâmicos e permitem que seja analisado o desempenho operacional da empresa e suas necessidades de investimento em giro”. Bruni complementa:

Uma etapa da análise das demonstrações contábeis faz referencia ao estudo de medidas da performance de atividades operacionais da empresa, como aquelas relacionadas às compras, vendas, pagamentos e recebimentos. É preciso entender os diferentes prazos recebidos ou concedidos. O estudo de prazos permite entender os giros das contas contábeis ou como estas se renovam. [...] a análise dessa dinâmica

(31)

do funcionamento das operações da empresa pode ser feita mediante o emprego dos índices de giro e prazos. (BRUNI, 2011, p. 179).

Vários indicadores, tanto financeiros como econômicos e combinados entre si, podem ser elaborados, utilizando-se de formulas criadas especialmente para evidenciar outros aspectos da analise econômica e/ou financeira da entidade. Entre as mais comuns destacam-se:

2.2.5.7. Grau de Imobilização do Patrimônio Líquido

O quociente expresso pelo índice de imobilização do patrimônio líquido representa o quanto dos recursos próprios esta aplicado no ativo imobilizado. Ou seja, para cada R$ 1,00 colocado pelos sócios, quanto está investido e preso no ativo Imobilizado. Para Reis (2003), “[...] indica a porcentagem de capital próprio que esta financiando as aplicações de natureza Permanente (Ativo Fixo) e, complementarmente, a porcentagem que esta sendo aplicada no giro dos negócios (capital de giro próprio)”.

A formula para obtenção deste indicador é a seguinte:

Indicadores Formula Significado

Grau de Imobilização do Patrimônio Líquido

Ativo Imobilizado Patrimônio Líquido

• examina o quanto de recursos próprios esta aplicado, preso no ativo imobilizado.

Figura 8: Grau de Imobilização do Patrimônio Líquido Fonte: Adaptada com base Bruni (2011, p.156)

Basso (2012, p. 20) complementa:

Procura verificar o quanto do capital próprio esta comprometido com o Ativo Permanente da entidade. Via de regra, quanto maior o percentual, pior é a situação financeira, pois deixa cada vez menos recursos próprios livres para aplicação em ativos rentáveis, isto é, ativos destinados aos negócios da entidade.

Quanto mais recursos próprios estiverem no imobilizado da entidade, menos recursos próprios sobram para aplicação nos ativos circulantes, o que pode gerar um capital circulante liquido negativo, fator desfavorável a posição financeira do empreendimento.

(32)

2.2.5.8. Rotação dos Estoques

O estoque representa os bens de venda das empresas, é dele que se obtém as vendas e é das vendas que se obtém os lucros; portanto, é importante o exame da rotação dos estoques para verificar qual o tempo médio de sua permanência na empresa, (Basso, 2012).

A formula para obtenção deste indicador é a seguinte:

Indicadores Formula Significado

Índice de Giro dos Estoques

Custo dos Produtos Vendidos Estoque Médio

• examina o quantas vezes em um ano o estoque se renovou por causa das vendas.

Figura 9: Índice de Giro dos Estoques

Fonte: Adaptada com base Bruni (2011, p.182)

Conforme Bruni (2011), o índice de giros dos estoques procura expressar quantas vezes em um ano o estoque se renovou por causa das vendas. Normalmente, quanto maior a rotatividade, melhor a situação da empresa. A rotação dos estoques decorre do seu volume de vendas e a política de estoques que ela mantém.

2.2.5.9. Prazo médio de Recebimento de Duplicatas

Calcula o tempo médio em receber o produto vendido, ou seja, quanto tempo a empresa espera para receber as vendas realizadas, ou seja, receber suas vendas feitas a prazo.

Segundo Basso (2012):

O prazo médio de cobrança de duplicatas tem a finalidade de demonstrar quanto tempo a empresa tem levado para receber seus créditos cedidos aos clientes, que deve ser comparado, em primeiro lugar, com o prazo médio fornecido aos clientes e em segundo lugar, com os prazos médios que a empresa tem obtido de seus fornecedores para efetuar os pagamentos. Quanto menos tempo levar para receber os créditos e quanto maior a folga entre receber e a pagar, melhor é a situação das Duplicatas a Receber da empresa, (BASSO, 2012, p.21).

Indicadores Formula Significado

Prazo Médio de Recebimento de

Duplicatas

Duplicatas a Receber X 365 Vendas a Prazo Ano

• examina o tempo médio para receber o produto vendido.

Figura 10: Indicador Prazo Médio de Recebimento de Duplicatas Fonte: Adaptada com base Basso (2012, p.21)

(33)

Este indicar revela o período que a empresa deverá esperar, em média, antes de receber suas vendas a prazo, quanto menor for este prazo, melhor para a situação financeira da entidade.

2.2.5.10. Prazo Médio de Pagamento de Duplicatas

O prazo médio de pagamento de duplicatas indica quanto tempo à empresa leva para pagar suas compras. Para Bruni (2011):

O índice de giro de fornecedores procura expressar quantas vezes em um ano os valores devidos a fornecedores foram quitados. Normalmente, quanto maior a rotatividade, menor o volume de financiamentos recebidos pela empresa de seus fornecedores, (BRUNI, 2011, p. 186)

Para analise deste indicador temos que entender que conforme Iudicibus (2010), se uma empresa demora muito mais para receber suas vendas a prazo do que para pagar suas compras a prazo, irá necessitar de mais capital de giro adicional para sustentar suas vendas, criando-se um circulo vicioso difícil de romper.

Indicadores Formula Significado

Prazo Médio de Pagamento de Duplicatas

Duplicatas a Pagar X 365 Compras a Prazo Ano

• examina o tempo médio para que a empresa leva para pagar o produto comprado a prazo.

Figura 11: Indicar Prazo Médio de Pagamento de Duplicatas Fonte: Adaptada com base Basso (2012, p.22)

Para a empresa o interessante é conseguir o máximo de prazo possível para pagamento de suas dividas e diminuir o prazo de recebimento de seus clientes, criando assim certo equilíbrio entre os dois.

2.2.5.11. Prazo Relativo das Duplicatas

Para verificar o equilíbrio entre as contas a pagar e as contas a receber, utiliza-se a formula a baixo:

(34)

Indicadores Formula Significado Prazo Relativo das

Duplicatas

Prazo Médio de Pagamentos Prazo Médio de Recebimentos

• examina o equilíbrio entre as contas a pagar e as contas a receber, ideal inferior a 1 ou pelo menos, ao redor de 1, afim de garantir uma posição neutra.

Figura 12: Indicador Prazo Relativo das Duplicatas Fonte: Adaptada com base Iudícibus (2010, p.103)

Segundo Ribeiro (1997), esse quociente evidencia a relação existente entre o prazo que a entidade tem para pagar suas compras a prazo, e o prazo que ela concede aos seus clientes para receber as suas vendas a prazo.

Iudícibus (2010), complementa:

Considere-se que a influência dos quocientes vistos é muito grande sobre a posição presente e futura de liquidez (a curto e a longo prazo). À medida que diminuirmos o prazo médio de recebimentos em relação ao prazo médio de pagamentos, estaremos propiciando condições mais tranquilas para obter posicionamentos estáticos de liquidez mais adequados. Como o excesso de recebíveis diminui o “giro do ativo”, é preciso aumentar a margem de lucro sobre as vendas para compensar o efeito negativo do giro baixo. (IUDÍCIBUS, 2010, p. 103).

A empresa deveria fazer o possível para tornar este quociente superior a 1,0 ou, pelo menos, ao redor de 1,0 a fim de garantir uma posição neutra. A empresa precisa sempre estar atenta a este coeficiente para que não fique sem caixa comprometendo assim o pagamento de suas dividas.

2.2.6. Técnicas de Análise de Balanços Emergentes

Com os novos desafios impostos especialmente pelo Mercado de Capitais aos analistas de balanços, novas ferramentas estão sendo estudadas e postas à disposição dos usuários da informação contábil, dentre as quais destacamos nesse estudo, o EBITDA e o NOPAT.

2.2.6.1. EBITDA (Earning Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization)

Em linhas gerais, o EBITDA representa a geração operacional de caixa da companhia, ou seja, o quanto a empresa gera de recursos apenas em suas atividades operacionais, sem levar em consideração os efeitos financeiros e de impostos. EBITDA é a sigla em inglês,

Earning Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization, ou seja, Lucro antes dos

(35)

Ebitda corresponde a uma medida de fluxo de caixa contábil, não considerando gastos não desembolsáveis com depreciação e amortização. Seria uma medida de caixa disponível para todos os financiadores e o Fisco, caixa este calculado sob uma perspectiva contábil mais simplificada, e representaria o quanto a empresa gera de recursos apenas em sua atividade, sem levar em consideração gastos não desembolsáveis ou efeitos financeiros e de impostos. É um indicador para avaliar a qualidade operacional da empresa, o que corresponde a ganhos decorrentes de seus ativos. (BRUNI, 2011, p. 60-61).

Matarazzo (2010, p.256), complementa:

Melhor seria se fosse definido apenas o lucro somado às despesas que não provocarem saídas de caixa como a depreciação, amortização, perdas da equivalência patrimonial, provisão para perdas do ativos permanente, juros de longo prazo, impostos definidos e outros. Aí equivaleria a Geração Bruta de caixa ... este é o conceito correto de quanto o lucro gerou de caixa para as diversas finalidades de analise e de tomada de decisões financeiras. O EBITDA ficou famoso entre os analistas e jornalistas de mercado devido à facilidade de exposição, granjeando uma fama de “numero mágico” dentre as centenas de números das demonstrações financeiras; porém ele não tem nenhuma precisão.

Iudícibus (2010, p.246), acrescenta: “O EBITDA é uma medida essencialmente operacional, desconsidera os efeitos dos resultados financeiros, assim revelando o potencial da empresa para a geração de caixa operacional”.

Indicadores Formula Significado

EBITDA Ebitda = Lajir + Depreciações + Amortizações

• mostra uma medida de fluxo de caixa contábil, não considerando gastos não desembolsáveis.

Figura 13: Indicador EBITDA

Fonte: Adaptada com base Bruni (2011, p.61)

É uma alternativa de tentar entender a geração de caixa por meio das demonstrações contábeis, notadamente a DRE – Demonstração do Resultado do Exercício.

2.2.6.2. NOPAT – Net Operating Profit After Taxes ( Lucro Operacional Liquido depois dos Impostos)

Encontram-se duas formas de calculo do NOPAT, a forma financeira e a forma operacional, as duas chegam no mesmo valor. De acordo com Stewart citado por Iudícibus (2010) “A partir de uma perspectiva operacional, o NOPAT, é quase que literalmente, o lucro operacional líquido após impostos”.

(36)

Indicadores Formula Significado

NOPAT

Receitas Líquidas

(-) Custos e despesas Operacionais (=) Lucro operacional antes dos impostos (-) Impostos

(=)NOPAT (Lucro Operacional Liquido após Impostos)

• mostra lucro operacional liquido após os impostos.

Figura 14: Índice NOPAT

Fonte: Adaptada com base Iudícibus (2010, p.240) Segundo Iudícibus (2010):

Em nenhum momento são consideradas as despesas financeiras no calculo do NOPAT [...] a partir do momento que não há despesas financeiras na demonstração de resultado ela reduz o lucro, que, por sua vez, reduz a base de calculo dos impostos a pagar. Assim, como há o expurgo de juros pagos, deve-se também desconsiderar o efeito positivo no imposto de renda. Deve-se adicionar ao NOPAT o valor do imposto de renda relacionados aos juros financeiros pagos. (IUDÍCIBUS, 2010, p.241).

Para obtenção de um NOPAT há que se fazer alguns ajustes aos números dos livros contábeis, ajustes que visam eliminar lançamentos sem efeito de caixa.

Referências

Documentos relacionados

Este trabalho busca reconhecer as fragilidades e potencialidades do uso de produtos de sensoriamento remoto derivados do Satélite de Recursos Terrestres Sino-Brasileiro

8- Bruno não percebeu (verbo perceber, no Pretérito Perfeito do Indicativo) o que ela queria (verbo querer, no Pretérito Imperfeito do Indicativo) dizer e, por isso, fez

A Sementinha dormia muito descansada com as suas filhas. Ela aguardava a sua longa viagem pelo mundo. Sempre quisera viajar como um bando de andorinhas. No

5- Bruno não percebeu (verbo perceber, no Pretérito Perfeito do Indicativo) o que ela queria (verbo querer, no Pretérito Imperfeito do Indicativo) dizer e, por isso, fez

O valor da reputação dos pseudônimos é igual a 0,8 devido aos fal- sos positivos do mecanismo auxiliar, que acabam por fazer com que a reputação mesmo dos usuários que enviam

Foi membro da Comissão Instaladora do Instituto Universitário de Évora e viria a exercer muitos outros cargos de relevo na Universidade de Évora, nomeadamente, o de Pró-reitor (1976-

Afinal de contas, tanto uma quanto a outra são ferramentas essenciais para a compreensão da realidade, além de ser o principal motivo da re- pulsa pela matemática, uma vez que é

Para a coleta de dados, foi realizado um levantamento das demonstrações contábeis das empresas Alupar Investimentos S/A e CPFL Energia Renováveis S/A entre os períodos de