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Envelhecimento e Gênero: um olhar sobre a produção bibliográfica

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Academic year: 2020

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802/+$562%5( $352'8d®2 %,%/,2*5É),&$ Aldevina Maria dos Santos ** Maria Paula Mota Capparelli*** Marina Fatiane Reis Martins**** Vanessa Ferreira do Lato*****

Resumo: pesquisa bibliográfica que objetiva analisar artigos sobre gênero e envelhecimento. A seleção de 10 artigos foi realizada no SCIELO e Revista Estudos Feminista. A análise identificou uma riqueza de abordagens e de olhares multidisciplinares sobre o enve-lhecimento. O uso de gênero no campo do envelhecimento mostrou diferenças sociais entre homens e mulheres e contribuiu para desvelar aspectos antes naturalizados.

Palavras-chave: gênero, envelhecimento, mulheres

O

envelhecimento é um processo atravessado pelas desigualdades de gênero. Villela, Monteiro e Vargas (2009) analisando a transversa-lidade de gênero na produção científica da saúde revelam a escassez de trabalhos que incorporam a dimensão de gênero na análise das situações de vida.

O encontro dos campos de conhecimento sobre envelhecimento e gênero, produz um conhecimentoútil para a sociedade, pode contribuir para ampliar a compreensão da dinâmica da velhice, embasar políticas sociais transversais de gênero e empoderar as pessoas que vivenciam o envelhecimento.

Neste sentido, este artigo pretende responder aos seguintes ques-tionamentos: Como os estudos sobre envelhecimento utilizam gênero como uma categoria de análise? Quantos artigos sobre envelhecimento são publicados na Revista de Estudos Feministas, e ainda, como essa publicação especializada em gênero estuda o envelhecimento?

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Trata-se de uma pesquisa bibliográfica em publicações do Brasil. Objetiva analisar artigos sobre gênero e envelhecimento, refletir sobre o uso da categoria gênero no campo do envelhecimento e identificar o quanto e como a Revista Estudos Feministas, uma publicação especializada em gênero, tem publicado sobre o envelhecimento.

O ENVELHECIMENTO E GÊNERO CAMPOS DE ESTUDOS DA CONTEMPORANEIDADE

A população mundial e brasileira passa por um processo de en-velhecimento em virtude da queda da mortalidade aliada à redução da fecundidade e ao aumento da expectativa de vida. A população idosa, no século XXI, cresce proporcionalmente oito vezes mais que a jovem, quase duas vezes mais que a população total (ROCHA et al., 2007).

A Organização das Nações Unidas (ONU) caracterizou o período de 1975 a 2025 como a Era do Envelhecimento. A expectativa de vida para a população brasileira alcançará o patamar de 80 anos por volta de 2040, segundo projeção do IBGE (2003). Trata-se de um fenômeno contemporâneo.

No Brasil, o novo perfil populacional exige uma adaptação à deman-da emergente deman-das políticas sociais, já que essas mudeman-danças populacionais acarretam uma série de conseqüências sociais, culturais e epidemiológicas. Por exemplo, envelhecer com saúde depende de fatores genético-biológicos e do contexto social. Esse desafio está colocado para a sociedade, o Estado, a ciência e para os que envelhecem (COSTA, 2004).

A emergência da categoria gênero, na academia no âmbito das ciências, se refere ao conjunto de significados sociais atribuídos à diferença sexual. As culturas atribuem valores e sentidos diversos à constituição anatômica. A criação de conceitos polares, dicotômicos e hierarquizados do feminino e masculino determina modos distintos de viver, adoecer e morrer (SCOTT, 1990). Gênero, ao contrário de sexo, é socialmente construído e reflete em todos os aspectos da vida: sexualidade, identidade, política e divisão do trabalho, entre outros (CAMURÇA;GOUVEIA, 1995).

Gênero é uma categoria recente e, como originária das ciências so-ciais, trata de relações em que mulheres e homens estão igual e mutuamente implicados. O uso dessa categoria complexa e multifacetada requer um esforço de interdisciplinaridade e é um convite ao engajamento político. Gênero enquanto categoria carrega um compromisso político com as mulheres. E a força de sua utilização reside na possibilidade de oferecer

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,8'-3+4:59*+);2:;8', Goiânia, v. 20, n. 5/6, p. 287-302, maio/jun. 2010.  novos ângulos de compreensão dos eventos da vida das pessoas. Também, pode contribuir para redimensionar as necessidades de homens e mulheres e ampliar sua autonomia (VILLELA; MONTEIRO; VARGAS, 2009).

Os estudos sobre mulher, as teorias feministas e o gênero se cons-tituem em um campo de conhecimento (MINELLA et al., 2004). Em outro campo, a ciência enfrenta o desafio de investigar o fenômeno do envelhecimento na complexidade das sociedades contemporâneas (LINS DE BARROS, 2006).

Esta autora apresenta dois modelos de envelhecimentos: O da terceira idade e o da velhice estigmatizada. A terceira idade é traduzida como um modelo de independência, de liberdade e da capacidade de agir, o que corresponde à responsabilização do indivíduo por seu próprio cuidado e bem-estar. O modelo da velhice estigmatizada é percebido como o fim da vida, como doença ou como solidão e as pessoas vivem sob os cuidados de outras.

Estes modelos de envelhecimento – que se opõem e coexistem hoje na sociedade, às vezes, como forma incorporada nas trajetórias de vida das pessoas, outras como pautas de questões e de referências para ações – traduzem a construção social de um conjunto de idéias e práticas sobre o envelhecimento (DEBERT, 1999).

As políticas públicas, o trabalho, a aposentadoria, a seguridade, os aspectos demográficos, as relações intergeracionais, as sociabilidades, as identidades, os arranjos familiares, o corpo, a sexualidade, a saúde, a finitude, a memória, as trajetórias de vida entre outros temas, tem sido objeto de estudos, em diferentes áreas e com diferentes metodologias (LINS DE BARROS, 2006).

Na análise de situações concretas e específicas, os estudos no campo do envelhecimento com a interação de gênero e outras dimensões do sujeito, como classe social e cor/raça/etnia, descortinam desigualdades no processo de envelhecimento entre mulheres e homens e, também, entre as mulheres e entre os homens. O uso da categoria gênero na análise dos eventos de envelhecimento, encontra-se relacionada ao conceito de determinação social desse processo e pode ser útil na análise de práticas cotidianas.

CAMINHO METODOLÓGICO

Para esta pesquisa bibliográfica foram selecionados artigos no Scielo e, particularmente na Revista Estudos Feministas (REF), no período de 2000 a 2009. O levantamento foi realizado diretamente no site da

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revista e no Scielo. A procura específica no banco de dados do periódico se justificou como possibilidade de aumentar eficiência das buscas.

Esta revista acadêmica feminista foi selecionada por que propicia um espaço importante de discussão de gênero, é bastante expressiva no Brasil e na America Latina, é bem avaliada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), conta com apoio de outras agências de fomento e possui diversos indexadores nacionais e internacionais. Essa publicação visa ampliar o campo existente de co-nhecimento, difundir e estimular a produção científica em feminismos e gênero e tem a pretensão de ser um veículo de formação para os movi-mentos de mulheres (COSTA, 2004).

Os Descritores e Seleção dos Artigos

As informações foram coletadas nos mesmos bancos de dados, simultaneamente por duas pesquisadoras, com as mesmas palavras cha-ves. O levantamento do SCIELO identificou 2.708 artigos com o uso dos descritores: “Idosos” (1.472); “idoso” (633), “envelhecimento” (310); “idosa” (231); “velhice” (28); “gerontologia” (15); “terceira idade” (13); “velho” (05) e “geronte” (01).

Da busca feita por palavras chaves que relacionam “gênero e envelhecimento” totalizou-se 27 artigos, com o descritor “gênero e enve-lhecimento” foi encontrado 15 artigos e apenas 12 com “envelhecimento e gênero”. Para as outras combinações de descritores o resultado foi zero.

Este resultado inicial instigou a realização de um novo levan-tamento para confirmar a tendência da queda na interação gênero e envelhecimento. O tema da sexualidade foi escolhido, devido a sua im-portância, e sua relação com a epidemia do HIV/AIDS e a necessidade de realização de estudos sobre a sexualidade no processo de envelhe-cimento sob a perspectiva de gênero. Vale ressaltar que nós, as autoras do artigo desenvolvemos um trabalho de extensão, sobre sexualidade com pessoas da terceira idade.

Nesta etapa as palavras chaves utilizadas foram: “sexualidade” (241); “gênero e sexualidade” (103), “sexualidade e gênero” (99). Quando foram incorporados outros descritores sobre o campo de estudo do enve-lhecimento, o resultado aponta 01 artigo para o descritor “gerontologia e sexualidade” e outro para “sexualidade, gênero e envelhecimento”. A tendência de queda abrupta dos artigos disponíveis, quando se cruza os diferentes campos se confirmou.

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,8'-3+4:59*+);2:;8', Goiânia, v. 20, n. 5/6, p. 287-302, maio/jun. 2010.  No levantamento das publicações de gênero esta tendência se repetiu. No banco de dados da REF foram utilizadas as palavras chaves com os seguintes resultados: “envelhecimento” (02), “idosa” (01) e “menopausa” (01). Na revista não foi localizado nenhum artigo com as palavras: “ter-ceira Idade”, “idoso”, “gerontologia”, “geronte”, “velho”.

O resultado das buscas foi à identificação de 33 artigos e, destes, 10 foram selecionados, sendo 05 de publicações feministas/gênero e 05 de outros periódicos. O critério de inclusão utilizado para a aceitação do artigo foi a presença de uma abordagem que relacionassem os temas gênero e envelhecimento. O primeiro critério de exclusão foi a repetição de artigos identificados. O segundo foi motivado pela ausência de in-teração entre gênero e envelhecimento no artigo, apesar dos descritores citados anteriormente.

Um formulário foi construído para analisar os textos seleciona-dos. Os autores foram caracterizados quanto ao sexo, formação, região de atuação profissional e inserção no mundo do trabalho. Os artigos, periódicos e ano de publicação, também, foram analisados.

RESULTADOS

O Perfil dos Artigos e Periódicos

As temáticas dos artigos foram diversas. As publicações com ênfase sobre gênero se concentraram nos Cadernos PAGU (1) e na Revista Estudos Feministas (4). As que privilegiaram o envelhecimento se apresentaram em uma diversidade de periódicos: Revista Brasileira de Enfermagem (1), Cadernos de Saúde Pública (1), Ciência e Saúde Coletiva (1), Sociologia, Problemas e Práticas (1) Revista da Abordagem Gestáltica (1).

A área das ciências da saúde se destacou com três periódicos, que priorizam a saúde coletiva. Villela, Monteiro e Vargas (2009) consideram que o incremento das investigações sobre gênero nessa área é resultado do aumento de periódicos e da recomendação das Nações Unidas de realizar intervenções para reduzir as desigualdades entre homens e mulheres.

No conjunto de artigos selecionados, a maioria se encontra vincu-lada à área das ciências humanas. Os dois periódicos feministas/gênero selecionados, também, são indexados na área de humanidade, ainda que recebam artigos de todas as áreas. Diniz e Foltran (2004) e Lopes e Piscitelli (2004) analisando as publicações destes periódicos concluem pelo predomínio de publicação relativas as ciências humanas.

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A Autoria

Ciências humanas e da saúde também são as áreas de formação dos autores: psicologia (3), enfermagem (3) letras (2), ciências sociais (2), medicina (2), sociologia (1), direito (1), serviço social (1), fisioterapia (1), nutrição (1), odontologia (1) e filosofia (1). Todos os autores são vinculados à academia e fizeram formação strictu sensu.

Os artigos selecionados, quanto ao ano de publicação variam de 2003 a 2009. Vale ressaltar que nos dois últimos anos foram publicados 05 artigos.

Quanto à autoria dos artigos, 05 artigos apresentaram um único autor, e os outros, 05, foram escritos coletivamente. Este dado difere da autoria solitária da REF. Por exemplo, em um levantamento Diniz e Foltran (2004) identificaram que 88% dos artigos foram de autoria individual. Vale registrar que 03 dos 05 artigos publicados na PAGU e na REF são de autoria individual.

Os autores residem e trabalham nas regiões sudeste (09), nordeste (06) e Sul (04). O maior número de autores do sudeste coincide com os resultados de estudos de revisão no campo de envelhecimento (ROCHA et al., 2007) e de gênero (DINIZ; FOLTRAN, 2004; LOPES; PISCITELLI; 2004). A ausência de trabalhos na região centro-oeste e norte também é um resultado similar aos citados anteriormente. Esta concentração regional de pesquisas já foi diagnosticada pelos órgãos encarregados do desenvolvimento de ciência e tecnologia do Brasil.

Dos artigos selecionados, 04 autores são homens e 15 mulheres. Estes poucos autores homens que publicaram artigos nas revistas selecio-nadas, refletem a divisão sexual do trabalho nos campos de estudo em gênero e envelhecimento.

Considerando a interação temática, entre gênero e envelhecimento, objeto desta investigação, seria importante a identificação geracional dos autores, mas essa caracterização não foi realizada devida à ausência de informações disponíveis sobre a idade das(os) pesquisadoras(es).

Analisando os tipos de pesquisa, predominaram a qualitativa e a revisão bibliográfica. A pesquisa qualitativa possibilita a produção de um conhecimento sobre aspectos da subjetividade e os significados, valores, crenças, sentimentos, atitudes e sentido da realidade. Os percursos me-todológicos foram variados.

Quanto ao referencial teórico utilizado foi bastante diferencia-do, de acordo com as diversas áreas de conhecimento dos autores. Vale ressaltar que a análise das referências bibliográficas citadas, revela que

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,8'-3+4:59*+);2:;8', Goiânia, v. 20, n. 5/6, p. 287-302, maio/jun. 2010.  Foucault (1999; 2001; 2003; 2004) foi o autor mais citado, com uma diversidade de obras.

Na lista de obras citadas nos artigos, para subsidiarem os diferen-tes aspectos abordados nos estudos, foram identificados quatro grandes blocos de autores:

1º. Os organismos internacionais como a Organização Mundial da Saúde e Organização Panamericana de Saúde foram citados como suporte conceitual (para o envelhecimento, a população idosa, entre ou-tras), descrição da situação demográfica e epidemiológica. Vale destacar que este suporte para tratar de aspectos conceituais relativos a gênero foi utilizado apenas em um dos artigos.

2º. Entre os investigadores que pesquisam envelhecimento, os mais citados foram Lins de Barros (2006; 2001; 1981 1987, 1997a. 1997b) e Eckert, (1997). Os estudos de Laurenti foram citados como fonte de dados epidemiológicos e demográficos.

3º. Entre os estudiosos de gênero, destacaram-se referências às autoras de origem internacional e nacional, como Haraway (2004), Scott (1990), Butler (1998), Buarque de Almeida (2003) e Fonseca (2004).

4º. De outros temas específicos como, por exemplo, previdência, aspectos antropológicos, como Da Matta (1979), Simões, (1997), Velho (1994), entre outros.

Os protagonistas e temas dos artigos

Um dos artigos que analisou a “trajetória dos estudos de velhice no Brasil” (LINS DE BARROS, 2006) e foi publicado em uma revista de sociologia, merece destaque por situar os estudos sobre a velhice, após a década de 1970 até os dias atuais, e estabelece um panorama do envelhecimento no país, que é perpassado por conteúdo de classe social, gênero, raça-etnia, entre outros.

Entre os artigos analisados, as mulheres se destacaram como pro-tagonistas e foi objeto de análise em 06 artigos. Estes versaram sobre a prevenção de câncer de mama em mulheres idosas, a vida e os documen-tos de agricultoras, a menopausa e a feminilidade, a institucionalização dessas pessoas, as subjetividades femininas e, por fim, a solidão, o amor e o sexo na mulher com mais de 60 anos.

O homem apareceu como personagem central, em 04 do total de artigos analisados. Dois sobre mídia. Um estudou o perfil epide-miológico e outro descreveu as trajetórias dos estudos sobre o

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envelhe-,8'-3+4:59*+);2:;8', Goiânia, v. 20, n. 5/6, p. 287-302, maio/jun.2010. 

cimento. Vale ressaltar que dois destes artigos foram publicados em revista feminista/gênero.

A mídia foi estudada em três artigos. Um sobre o velho na propagan-da, outro sobre o Viagra e os discursos sobre corpo, gênero e sexualidade na mídia e, por fim, a mídia e as subjetividades femininas. Todos esses foram publicados na PAGU e na REF, portanto o recorte de gênero foi mais forte que o do envelhecimento.

Dois artigos se referiram as questões demográficas e a de saúde. Um sobre o câncer de mama e o outro sobre o perfil epidemiológico de morbi-mortalidade masculina. O esforço de análise com a categoria gênero é visível nesses artigos. Esses foram publicados em revistas da área de saúde, ou seja, a Revista Brasileira de Enfermagem e a de Ciências e Saúde Coletiva. O sexo, a sexualidade e gênero foram abordados em muitos artigos. Às vezes de forma transversal ou como tema central. Este aspecto foi abordado referindo-se aos homens e as mulheres, em revistas feministas e nas outras. A temática está presente nas grandes correntes dos escritos feministas modernos, para Haraway (2004) o sexo, a sexualidade e o gênero se entrelaçam constantemente nas teorias desse campo.

Os temas e a abordagem dos artigos em seu conjunto revelaram apesar dos protagonistas principais, um esforço (maior ou menor por parte dos autores) de incorporar as relações entre homens e mulheres e as relações como construções sócio-culturais. O olhar sobre pessoas sexuadas em processo de envelhecimento foi situado no Brasil urbano ou rural em uma dimensão bastante interdisciplinar e, entrecortada, por recorte de gênero e classe social.

A Abordagem de Gênero nos Textos Analisados

No artigo de Laurenti, Jorge e Gotlieb (2005), que tratou da epi-demiologia e da morbi-mortalidade, o conceito de gênero foi abordado a partir do referencial da Organização Mundial de Saúde (1995).

A relação entre saúde e o envelhecimento, permeada pelo olhar de gênero, foi analisada em vários artigos, ainda que de forma secundária. Essas abordagens se detiveram em identificar como as condições e o ‘jeito’ de viver de homens e mulheres estão relacionadas com a forma de adoecer e morrer. Apontaram, também, a desatenção das políticas públicas e das pessoas para essas especificidades de gênero e denunciaram as lacunas na assistência integral à mulher idosa (CARVALHO et al., 2009) e ao homem idoso (LAURENTI; JORGE; GOTLIEB; 2005).

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,8'-3+4:59*+);2:;8', Goiânia, v. 20, n. 5/6, p. 287-302, maio/jun. 2010.  A velhice está atravessada pelas questões de gênero (PAVAN, MENEGHEL; JUNGES; 2008 ), mesmo diante da emergência dos movimentos feministas e das mudanças na construção social da mulher (SILVA; MOURA, 2008) as desigualdades persistem. Por exemplo, a visão de gênero relacionada ao processo da menopausa continua como um processo muito dolorido para muitas mulheres, já que é uma fase em que algumas mulheres consideram-se despersonificadas. Como está relacionada à menstruação, que é vista como ‘garantia’ da identidade feminina e da maternidade (AZEREDO, 2004). As mudanças em direção à cidadania e a persistência de desigualdades foram abordadas por vários autores.

Outro aspecto bastante citado nos artigos analisados é a chama-da feminização chama-da velhice no Brasil, que está associachama-da a uma maior expectativa de vida das mulheres, as mudanças nas relações de gênero e no estilo de vida. Ainda, há fatores como o menor consumo de álcool e tabaco, a diferença de atitude em relação às patologias e busca de assis-tência contribuem para o aumento da expectativa de vida feminina. Essa parcela da população idosa, que possui autonomia financeira e relativa liberdade pela redução das tarefas domésticas, consegue romper com as barreiras da exclusão e da dominação e construir um novo estilo de vida (CARVALHO et al., 2009).

No Brasil contemporâneo (GOLDANI, 2001), para alguns, o con-texto é de cuidado com o corpo e a saúde. Entre a terceira idade há uma abertura em relação à sexualidade, que está associada a uma perspectiva diferenciada de viver o envelhecimento e a uma autonomia que seria fundamental para a busca desse prazer (CORDEIRO, 2007; SILVEIRA, 2008; LINS DE BARROS, 2006).

Para outros, os preconceitos, as relações familiares e sociais, con-tribuem para que a sexualidade entre os idosos seja solitária (SILVEIRA, 2008). A sexualidade do homem idoso ainda está relacionada à patologização da disfunção erétil, ainda que o uso da pílula permita um sentimento de revigoramento, rejuvenescimento, beleza, satisfação e saúde (BRIGEIRO; MAKSUD, 2009). A situação dos asilos foi investigada sob a perspectiva de gênero e os resultados apontaram uma complexa situação permeada por relações de subordinação, que atinge especialmente as mulheres, já que a maior parte de asilados é do sexo feminino. Esta realidade está permeada, entre outras, por diferenças de classe. Vale ressaltar que se, por um lado, elas resistem à institucionalização, esta acentua a velocidade das perdas funcionais das idosas e a submissão à direção do asilo (PAVAN; MENEGHEL; JUNGES, 2008).

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,8'-3+4:59*+);2:;8', Goiânia, v. 20, n. 5/6, p. 287-302, maio/jun.2010. 

Nos artigos analisados, as mídias preferem não lidar com o en-velhecimento das pessoas e é possível observar, mesmo de forma muito sutil, que algumas propagandas tratam com igualdade a conquista fe-minina adquirida ao longo dos anos, por outro, reproduz, por exemplo, os estereótipos da masculinidade. As questões de gênero que perpassam nos meios de comunicação estão ainda para serem desveladas em suas complexidades, mas o estudo de Silva e Moura (2008), sobre a consti-tuição discursiva das subjetividades femininas, contribui para um olhar mais crítico nesta área.

Debert (2003, p. 154) reforça a idéia de que a velhice é um mo-mento da vida de ganhos, um momo-mento propício para “novas conquistas, guiadas pela busca do prazer e satisfação pessoal”. Esta idéia compareceu de diferentes formas na maioria dos artigos e as abordagens de gênero aparentemente contribuíram para desvelar aspectos do cotidiano desse processo de envelhecimento.

O Envelhecimento e as Publicações de Gênero

O campo dos estudos de gênero no Brasil conta com legitimidade acadêmica. Lopes e Piscitelli (2004) caracterizam o campo como uma área de ampla produção, de diversas áreas disciplinares, com grande número de publicações e pesquisas, em linhas específicas consagradas nas agências de fomento, em cursos de pós-graduações e congressos. A ampliação desse campo está visível no Portal Feminista.

No Brasil e na América Latina a existência de portais com os textos integrais dos periódicos é recente e, ainda limitada. Na área dos estudos feministas e de gênero surgiu a iniciativa do Portal Feminista, que foi criado com o intuito de preencher essa lacuna. Trata-se de um banco de dados destinado a armazenar e difundir a versão eletrônica de publicações acadêmicas especializadas sobre estudos feministas e de gênero (COSTA; MACHADO, 2004; MINELLA et al., 2004).

O campo de estudos é recente e a criação do Portal Feminista demonstra seu vigor (COSTA; MACHADO, 2004). Vale lembrar ainda que em 1992, este campo era considerado em crescimento e contribuiu para a renovação das Ciências Sociais. Esses argumentos e a inexistência no Brasil de uma revista acadêmica que cumprisse a função de divulgar, ampliar e aprimorar a reflexão sobre gênero foram os argumentos que justificaram a criação da Revista Estudos Feministas e a Revista PAGU (COSTA, 2004).

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,8'-3+4:59*+);2:;8', Goiânia, v. 20, n. 5/6, p. 287-302, maio/jun. 2010.  As publicações científicas feministas e de gênero estão marcadas pela singularidade de um interesse político específico no sentido de incidir no posicionamento desigual das pessoas, especialmente, o das mulheres na sociedade (LOPES; PISCITELLI, 2004). Este argumento é também utilizado por Minella et al. (2004): o feminismo enquanto movimento social, campo teórico e espaço de mudança cultural percorrem de forma indelével as publicações do campo.

Lopes e Piscitelli (2004) identificam o crescimento e a visibilidade do campo de estudos feministas e de gênero, avaliam fragilidades nesse campo, em termos teóricos e/ou metodológicos, em disputas teóricas, institucionais e políticas e em fronteiras que são ainda objetos de ne-gociação e construção. É nesse contexto que os estudos sobre gênero e envelhecimento devem ser analisados.

Diniz e Foltran (2004) fizeram uma análise da REF de assuntos e áreas temáticas, observaram que o tema da velhice foi tratado margi-nalmente, em média, por apenas um artigo identificado até aquela data. Ainda, que no dossiê do volume 05, número 01 da REF no ano de 1997, o tema tratado foi gênero e velhice.

Estas autoras citam que a importância do dossiê está na articulação da revista com as demandas e necessidades dos movimentos sociais e de mulheres no Brasil, ao mesmo tempo, seria um sinal da sensibilidade do conselho editorial para as ausências temáticas da pesquisa de gênero e feminismo no país, que torna possível afirmar que se não fosse a ação induzida dos dossiês muitos temas ainda estariam ausentes da REF. Parece ser este o caso do tema envelhecimento.

No campo das publicações sobre envelhecimento não foi analisado nenhum periódico específico sobre o tema, ainda que haja revistas importantes na área do envelhecimento como a ‘Revista Brasileira de Geriatria e Geronto-logia, Revista Brasileira de Ciências do Envelhecimento Humano: RBCEH, Estudos Interdisciplinares sobre o Envelhecimento’, entre outras. Os artigos analisados estavam distribuídos em muitos periódicos. Se por um lado, isto é, sinal de vitalidade da temática e de sua força interdisciplinar, por outro di-ficultou a análise sobre o envelhecimento, enquanto trajetória de investigação.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Todos os artigos sobre envelhecimento analisados utilizaram gênero como uma categoria de análise. Nos artigos selecionados, as publicações especiali-zadas em estudos de gênero estudaram o envelhecimento com profundidade.

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No conjunto de suas publicações, a REF trata da questão do en-velhecimento de forma marginal. Até 2004 foi identificado apenas um artigo e um dossiê sobre o envelhecimento, este último não foi objeto de análise neste estudo. A seleção de quatro artigos sobre envelhecimento publicados na Revista de Estudos Feministas, para essa revisão, poderia indicar um crescimento, mas considerando o volume de artigos publicados na REF esta quantidade de artigos é insignificante.

Não foi possível concluir como as publicações na área do enve-lhecimento tratam ou não das relações de gênero em seus artigos. O que ficou demonstrado é que, de uma quantidade muito grande de artigos, mais de 2.700 artigos sobre envelhecimento, foram encontrados 27 que abordaram temas relacionados ao envelhecimento e ao gênero. Destes foram selecionados 10 artigos para análise. Sugere-se a realiza-ção de novos estudos sobre outros periódicos do campo de gênero e de envelhecimento para ampliar o diagnóstico do uso da categoria gênero no campo do envelhecimento e de estudos de gênero sobre homens e mulheres idosos.

A análise dos artigos brasileiros sobre gênero e envelhecimento identificou uma riqueza de abordagens e de olhares multidisciplinares sobre o envelhecimento. O uso da categoria gênero no campo do enve-lhecimento mostrou diferenças sociais entre homens e mulheres e como a categoria pode contribuir para desvelar aspectos antes naturalizados.

Os campos de estudos analisados estão consolidados de forma interdisciplinar e as necessidades de homens e mulheres concretos exigem um esforço dos pesquisadores, das duas áreas, no sentido de compreender a complexa realidade vivenciada por essas pessoas na contemporaneidade. Trata-se de um esforço para contribuir na conquista efetiva da cidadania para esses brasileiros/as no seu cotidiano.

AGING AND GENDER  A BIBLIOGRAPHICAL PRODUCTION

Abstract: Bibliographical research that aims to analyse academic works on gender and aging. The assortment of 10 works was accomplished by SCIELO e Revista Estudos Feministas (Feminist Studies Journal). The analysis has identified a rich range of approach and multi-disciplinary views on aging. Highlighting gender in the field of aging has shown social differences between men and women and helped unveil previous naturalized aspects.

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* Recebido em: 10.07.2010. Aprovado em: 09.09.2010.

** Mestre em Educação Escolar Brasileira. Coordenadora do Programa Inter-disciplinar da Mulher – Estudos e Pesquisas (PIMEP). Professora. Participa do Projeto “Gênero e envelhecimento. Enfermeira.

*** Graduada em Educação Física e Direito pela PUC Goiás. Participa no PI-MEP como voluntária do Projeto “Gênero e envelhecimento.

**** Graduanda de Psicologia pela PUC Goiás. Participa no PIMEP como volun tária do Projeto “Gênero e envelhecimento.

***** Graduanda de Enfermagem pela PUC Goiás. Participa no PIMEP como voluntária do Projeto “Gênero e envelhecimento”.

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