• Nenhum resultado encontrado

TATIANY OLIVEIRA DE ALENCAR MENEZES “AVALIAÇÃO IN VITRO DA ATIVIDADE ANTIFÚNGICA DE ÓLEOS ESSENCIAIS E EXTRATOS DE PLANTAS PRESENTES NA REGIÃO AMAZÔNICA SOBRE CEPA DE Candida albicans”

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2019

Share "TATIANY OLIVEIRA DE ALENCAR MENEZES “AVALIAÇÃO IN VITRO DA ATIVIDADE ANTIFÚNGICA DE ÓLEOS ESSENCIAIS E EXTRATOS DE PLANTAS PRESENTES NA REGIÃO AMAZÔNICA SOBRE CEPA DE Candida albicans”"

Copied!
94
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

TATIANY OLIVEIRA DE ALENCAR MENEZES

“AVALIAÇÃO

IN VITRO

DA ATIVIDADE ANTIFÚNGICA DE

ÓLEOS ESSENCIAIS E EXTRATOS DE PLANTAS PRESENTES

NA REGIÃO AMAZÔNICA SOBRE CEPA DE

Candida albicans”

(2)

TATIANY OLIVEIRA DE ALENCAR MENEZES

Avaliação

in vitro

da atividade antifúngica de óleos essenciais e

extratos de plantas presentes na região Amazônica sobre cepa de

Candida albicans

Dissertação apresentada ao Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Pará, para obtenção do título de Mestre em Odontologia.

(3)

Belém 2008

Catalogação-na-Publicação

Biblioteca Prof. Dr. Francisco Gemaque Álvaro Curso de Odontologia da UFPA

M541 Menezes, Tatiany Oliveira de Alencar

Avaliação in vitro da atividade antifúngica de óleos essenciais e extratos de plantas presentes na

região Amazônica sobre cepa de Candida albicans. / Tatiany Oliveira de Alencar Menezes; orientadora:

Ana Cláudia Braga Amoras Alves.- Belém, 2008. 91 p.: il. 30cm.

Dissertação (Mestrado em Odontologia) – Instituto de Ciências da Saúde. Universidade Federal do Pará.

1. Boca- Microbiologia bucal 2. Antimicóticos- Amazônia 3. Candida albicans

(4)

FOLHA DE APROVAÇÃO

Menezes TOA.

Avaliação

in vitro

da atividade antifúngica de óleos

essenciais e extratos de plantas presentes na região amazônica sobre cepa

de

Candida albicans.

[Dissertação de Mestrado]. Belém: Curso de

Odontologia da Universidade Federal do Pará; 2008.

Banca Examinadora

1)

Dr. Edvaldo Carlos Brito Loureiro

Titulação__________________________________________________

Julgamento_______________________Assinatura_________________

2)

Profa. Dra. Antonia Benedita Rodrigues Vieira

Titulação__________________________________________________

Julgamento________________________Assinatura________________

3)

Prof. Dr. José Maria dos Santos Vieira

Titulação__________________________________________________

(5)
(6)

AGRADECIMENTOS

A DEUS, por me conceder força, coragem e, acima de tudo, saúde que possibilitaram a concretização de mais este sonho.

Ao meu marido Sílvio Menezes e ao meu filho Victor Menezes, pelo amor e compreensão quando precisei estar ausente. Agradeço a Deus por ter me dado a graça de tê-los ao meu lado nesta jornada, comemorando as vitórias e auxiliando nas dificuldades. MUITO OBRIGADA!

Aos meus pais Geraldo e Graça Alencar que sempre estiveram ao meu lado, torcendo pelo meu sucesso e por mais esta vitória.

Aos meus irmãos Érika e Geraldo Júnior, pelas palavras de incentivo e apoio.

À minha orientadora Profa Dra Ana Cláudia Braga Amoras Alves, pela constante atenção, apoio e orientação durante a elaboração desta dissertação. Obrigada por acreditar que eu era capaz, mesmo gestante e depois com um bebezinho, de cumprir com as minhas obrigações.

(7)

Ao prof. Dr. José Maria dos Santos Vieira, pela sua cordial atenção e contribuição durante a realização desta pesquisa, juntamente com sua equipe, em especial a Farmacêutica - bioquímica Lúcia Carla de Vasconcelos Mendonça, possibilitaram o acesso ao laboratório de Microbiologia do Departamento de Farmácia da Universidade Federal do Pará.

Ao Dr. José Antônio Maués, diretor do laboratório Maués, pela valiosa amizade e oportunidade de desenvolver parte da dissertação em seu laboratório.

À equipe de professores do programa de mestrado, pela dedicação e discussões interessantes que contribuíram para o meu crescimento profissional.

A todos os colegas do curso de mestrado pela amizade, atenção e aprendizagem.

À funcionária Mara Gorett, pela colaboração e apoio durante os dois anos de curso.

(8)
(9)

“Só quem tenta o impossível,

alcança o absurdo”

(Sílvio Menezes)

Menezes T.O.A. Avaliação in vitro da atividade antifúngica de óleos essenciais e

extratos de plantas presentes na região Amazônica sobre cepa de Candida albicans.

[Dissertação de Mestrado]. Belém: Curso de Odontologia da Universidade Federal do Pará; 2008.

RESUMO

A candidíase é uma doença fúngica oportunista causada pela proliferação de espécies de Candida, principalmente a Candida albicans, sendo a espécie mais

patogênica em humanos. Muitos antifúngicos existentes no mercado apresentam efeitos colaterais indesejáveis ou podem induzir a resistência fúngica, principalmente em indivíduos imunodeprimidos. Em odontologia, as pesquisas com produtos naturais têm aumentado nos últimos anos, devido à busca por novos produtos com maior atividade farmacológica, com menor toxicidade e mais acessíveis à população. Dentro dessa perspectiva, o objetivo desta pesquisa foi avaliar in vitro a atividade antifúngica de

óleos e extratos vegetais presentes na região Amazônica e determinar a concentração inibitória mínima das espécies que apresentaram atividade antifúngica frente à cepa padrão de Candida albicans (ATCC 90028). A atividade antifúngica dos óleos

essenciais Copaifera multijuga, Carapa guianenses, Piper aduncum e Piper hispidinervum foi realizada pelo método de difusão em meio sólido utilizando cavidades

(10)

calycinum, Eleutherine plicata, Mammea americana, Psidium guajava e Syzygium

aromaticum foram testados nas concentrações de 500mg/mL, 250mg/mL, 125mg/mL e

62,5 mg/mL e a atividade antifúngica foi realizada pelo método de difusão em meio sólido utilizando discos de papel filtro. Os óleos testados, não apresentaram efeito antifúngico sobre a cepa de Candida albicans, e dos extratos testados somente os

extratosde Eleutherine plicata, Psidium guajava e Syzygium aromaticum apresentaram

atividade antifúngica com concentração inibitória mínima, respectivamente, de 250mg/mL, 125mg/mL e 62,5mg/mL Diante dos resultados apresentados, os extratos de

Eleutherine plicata, Psidium guajava e Syzygium aromaticum apresentam potencial

efeito inibitório para crescimento de Candida albicans, servindo de guia para a seleção

de plantas com atividades antifúngicas para futuros trabalhos toxicológico e farmacológico.

(11)

Menezes TOA. In vitro evaluation of the anti-fungii activity of essential oils and plant

extracts present in the amazon region about the strain of candida albicans. [Dissetação

de mestrado]. Belém: Curso de Odontologia da Universidade Federal do Pará,; 2008.

ABSTRACT

Candidiasis is an opportunistic fungus disease caused by the proliferation of

Candida species, mainly Candida albicans, what seems to be the most pathogenic one

to humans. Several anti-fungii drugs available in the market present undesirable side effects or develop resistance, mainly in immune-depressed individuals. In dentistry, researches with natural products have increased in the last years due to the search for new products with a greater pharmacologic activity, lower toxicity and more accessibility to the population. Hence, the aim of this paper was to evaluate in vitro the

anti-fungii activity of vegetal oils and extracts present in the Amazon region and to determine the minimal inhibitory concentration of such species that have presented anti-fungii activity against the pattern strain of Candida albicans (ATCC 90028). The

anti-fungii activity of the essential oils Copaifera multijuga, Carapa guianenses, Piper aduncum and Piper hispidinervum was determined through the method of difusion in a

(12)

to determine its minimal inhibitory concentration. The extracts Annona glabra, Azadiractha indica, Bryophyllum calycinum, Eleutherine plicata, Mammea americana,

Psidium guajava and Syzygium aromaticum have been tested under the concentrations

of 500mg/mL, 250mg/mL, 125mg/mL and 62,5 mg/mL and the anti-fungii activity was determined through the method of difusion in a solid means using discs of filter paper. The tested oils did not present any anti-fungii effect on the strain of Candida albicans

and, from the extracts tested, only Eleutherine plicata, Psidium guajava and Syzygium aromaticum have presented anti-fungii activity with minimal inhibitory concentrations,

respectively, 250mg/mL, 125mg/mL and 62,5mg/mL With the results presented, the extracts of Eleutherine plicata, Psidium guajava and Syzygium aromaticum present a

potential inhibitory effect to the growth of Candida albicans, acting as a guide for the

selection of plants with anti-fungii activities for further papers on a toxicologic and pharmacologic.

(13)
(14)

Figura 1- Folhas de Copaífera multijuga (copaíba)

Figura 2- Folhas de Carapa guianensis (andiroba)

Figura 3- Folhas de Piper aduncum (pimenta de macaco)

Figura 4- Folhas de Piper hispidinervum (pimenta longa)

Figura 5- Folhas de Annona glabra (araticum do brejo)

Figura 6- Folhas de Azadiractha indica (nim indiano)

Figura 7- Folhas de Bryophyllum calycinum (pirarucu)

Figura 8- Folhas de Eleutherine plicata (Marupazinho)

Figura 9- Folhas de Mammea americana (abricó)

Figura 10- Folhas de Psidium guajava (goiabeira)

Figura 11- Cravo-da- índia obtido do mercado público (Belém-Pará) Figura 12- Ausência de halo de inibição frente à cepa de Candida albicans

do óleo de Copaifera multijuga.

Figura 13- Ausência de halo de inibição frente à cepa de Candida albicans

do óleo de Carapa guianensis.

Figura 14- Ausência de halo de inibição frente à cepa de Candida albicans

do óleo de Piper aduncum.

Figura 15- Ausência de halo de inibição frente à cepa de Candida albicans

do óleo de Piper hispidinervum.

Figura 16- Halo de inibição de 12mm do extrato das folhas de Eleutherine plicata frente à cepa de Candida albicans.

Figura 17- Halo de inibição de 17mm do extrato das folhas de Psidium guajava frente à cepa de Candida albicans.

Figura 18- Halo de inibição de 18mm do extrato de Syzygium aromaticum

frente à cepa de Candida albicans.

Figura 19- Ausência de halo de inibição do extrato de Annona glabra sobre

a cepa de Candida albicans.

Figura 20- Ausência de halo de inibição do extrato de Azadiractha indica

sobre a cepa de Candida albicans.

(15)

Figura 21- Ausência de halo de inibição do extrato de Bryophyllum calycinum sobre a cepa de Candida albicans.

Figura 22- Ausência de halo de inibição do extrato de Mammea americana

sobre a cepa de Candida albicans.

Figura 23- Discos contendo nistatina (controle positivo) com halo de inibição frente à cepa de Candida albicans

72

72

(16)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Critérios para aceitação da atividade antifúngica de extratos brutos de plantas segundo Holets et al. (2002).

Tabela 2- Atividade antifúngica dos óleos essenciais das espécies de

Copaífera multijuga, Carapa guianensis, Piper aduncum e Piper hispidinervum contra Candida albicans.

Tabela 3- Atividade antifúngica dos extratos das espécies Annona glabra, Azadiractha indica, Bryophyllum calycinum, Eleutherine plicata, Mammea americana, Psidium guajava, Syzygium aromaticum frente à cepa de Candida albicans

64

65

(17)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO

2 REVISÃO DA LITERATURA 2.1 A Candida NA CAVIDADE ORAL

2.2 PRESENÇA DE CANDIDA SP NAS DIVERSAS ESPECIALIDADES

ODONTOLÓGICAS

2.3 TRATAMENTO DA CANDIDÍASES COM ANTIFÚNGICOS CONVENCIONAIS

2.5 TRATAMENTO DA CANDIDÍASE COM PLANTAS MEDICINAIS 3 OBJETIVO

4 MATERIAL E MÉTODOS 4.1 LOCAL DE ESTUDO

4.2 MATERIAL BOTÂNICO E OBTENÇÃO DA MATÉRIA PRIMA 4.2.1 Óleos essenciais

4.2.2 Extratos vegetais 4.3 ESPÉCIE FÚNGICA

4.4 DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIFÚNGICA E DA CONCENTRAÇÃO INIBITÓRIA MÍNIMA DOS EXTRATOS E ÓLEOS ESSENCIAIS

4.4.1 Inóculo

4.4.2 Avaliação da atividade antifúngica dos óleos essenciais 4.4.3 Avaliação da atividade antifúngica dos extratos

(18)

REFERÊNCIAS

(19)

A microbiota normal da boca é bastante diversificada, com mais de 700 espécies de microrganismos identificadas, das quais muitas ainda não foram formalmente descritas. Fazendo parte dessa vasta e complexa ecologia microbiana da cavidade bucal humana, encontram-se, pelo menos, vinte gêneros e, aproximadamente, noventa espécies de leveduras isoladas e classificadas, dentre as quais oito espécies do gênero Candida foram consideradas patogênicas, a saber: Candida albicans, Candida guilliermondii, Candida kefyr, Candida krusei, Candida tropicalis, Candida

parapsilosis, Candida viswanathii e Candida glabrata (MCLNTYRE, 2001).

Dentre as espécies do gênero Candida, a Candida albicans é a mais

frequentemente isolada da cavidade bucal. Entretanto, a presença desse fungo não é necessariamente indicativa de doença, pois pode ser isolada em cerca de 40% de indivíduos saudáveis em diversas faixas etárias e, em algumas situações, podem comportar-se como patógenos oportunistas originando infecções como a candidíase (CAMPISI; PIZZO; MILICI, 2002).

A Candida albicans é um fungo dimórfico com duas fases de crescimento:

1) a forma de levedura presente na boca e inofensiva à mucosa; 2) forma de hifa que ocorre quando o epitélio sofre alteração por meio de trauma mecânico, fatores hormonais ou imunossupressão e invadem o tecido conjuntivo adjacente produzindo enzimas hidrolíticas, consideradas pelo organismo como fatores patogênicos capazes de desencadear a candidíase (AL KARAAWI; MANFREDI; WAUGH, 2002).

(20)

devido ao trauma mecânico, deficiência na higienização desses aparatos e quantidade e qualidade de saliva (CAMPAGNOLI, 2004; DUARTE, 2005; WINGETTER; GUILHERMETTI; SHINOBU, 2007).

No que diz respeito ao tratamento da candidíase, grande quantidade de fármacos obtidos por meio da síntese orgânica têm sido utilizados no tratamento de infecções micóticas, como os antissépticos à base tintura de iodo, violeta de genciana, ácido salicílico e benzóico, derivados sulfamídicos, corantes, quinonas e antifúngicos poliênicos (nistatina, anfotericina). Além desses, utilizam-se também antifúngicos como os azóis (cetoconazol, econazol, sulconazol, miconazol, clotrimazol, fluconazol) e anfotericina B. Porém, as infecções fúngicas são de difícil tratamento, fato relacionado à elevada resistência da Candida frente à ação de alguns antifúngicos convencionais

(ARAÚJO et al., 2004).

Devido à ocorrência de fatores indesejáveis como o surgimento de resistência de algumas cepas aos antifúngicos convencionais, principalmente em indivíduos imunodeprimidos e, à presença de efeitos tóxicos destes, o estudo de plantas com propriedades terapêuticas, abrangendo aquelas com atividade antimicótica, tem crescido consideravelmente, não apenas por se constituir em recurso terapêutico alternativo, mas ainda devido às perspectivas de isolar substâncias que apresentem eficácia significativa, com menor índice de desvantagens.

Desta forma, um número satisfatório de produtos vegetais da região Amazônica tem revelado substâncias com atividade antifúngica sobre leveduras de

Candida, podendo atuar seletivamente sobre esses microrganismos (MICHELIN et al.,

(21)

Neste contexto, é válida a investigação de meios terapêuticos alternativos com comprovada evidências in vitro e in vivo da atividade antifúngica, as quais poderão

(22)

2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 A

Candida albicans

na cavidade oral

A candidíase bucal tem sido reconhecida clinicamente desde os tempos de Hipócrates. Porém, somente em 1839 foi identificado um organismo condizente com a

Candida albicans e, em 1846, Berg associou a candidíase com o “sapinho”. Essa

infecção, desencadeada pelas espécies de Candida, por muito tempo foi nomeada de

monilíase, mas esse termo deixou de ser utilizado a partir de 1981, quando se adotou o termo candidose ou candidíase (LYNCH, 1994). Trata-se de uma doença fúngica oportunista causada pela proliferação de espécies de Candida, principalmente a Candida albicans, a qual parece ser a espécie mais patogênica em humanos, formando

parte da microbiota anfibiôntica bucal, identificada em aproximadamente de 30 a 50% em indivíduos sem evidência clínica de infecção (CAMPISI et al., 2002).

O desenvolvimento da candidíase constitui um mecanismo complexo baseado na relação hospedeiro-parasita. A patogenicidade do fungo é medida por múltiplos fatores que, apesar de serem determinados geneticamente, são expressos pelos microrganismos apenas quando existem condições locais e/ou sistêmicas adversas à ecologia microbiana, podendo variar de hospedeiro para hospedeiro e entre sítios de colonização de um mesmo indivíduo (HOFLING et al., 2004).

(23)

favorecem a aderência da C. albicans, sua proliferação e interação com outras bactérias

do meio bucal.

Al Karaawi; Manfredi; Waugh (2002), estudando a Candida albicans,

descreveu que a forma presente na cavidade bucal é a leveduriforme, sendo esta uma forma inofensiva à mucosa. Porém, quando o epitélio sofre alteração por meio de trauma mecânico, fatores hormonais ou imunossupressão, dentre outros, ocorre uma invasão no tecido conjuntivo subjacente pelas leveduras, que adquirem a forma de hifas. Estas produzem enzimas hidrolíticas (proteinases e fosfolipases) que são consideradas, pelo organismo, como fatores patogênicos, desencadeando, assim, a candidíase.

Clinicamente, a candidíase apresenta-se sob diferentes formas: 1) a pseudomembranosa, caracterizada pela formação de placa esbranquiçada que, ao ser removida, deixa uma superfície eritematosa; 2) a forma crônica hiperplásica, que exibe o aspecto de placa esbranquiçada; 3) a candidíase eritematosa, caracterizada pela presença de eritema local ou difuso e, 4) a queilite angular, constituída por lesões eritematosas e/ou ulceradas nas comissuras labiais (MCCULLOUG, 2005).

A candidíase pode ocorrer em indivíduos saudáveis, principalmente em usuários de próteses dentárias e aparelhos ortodônticos fixos, devido a traumas e deficiência na higienização, porém os pacientes mais acometidos são os imunossuprimidos ou imunocomprometidos como pacientes diabéticos, HIV positivos e os pacientes que realizam corticoterapia (FLAITS, 2000; CAMPAGNOLI et al., 2004; WINGETTER; GUILHERMETTI; SHINOBU, 2007).

(24)

Segundo Soysa et al. (2008) a candidíase associada à estomatite protética não é de fácil tratamento e, geralmente, recidivas ocorrem após a interrupção da terapia, ainda que o trauma causado pela prótese tenha sido eliminado por meio de substituição por nova prótese. Esses problemas representam um desafio na prática estomatológica, face à sua ocorrência e ao elevado número de resistência fúngica.

Em 2006, Davies; Brailford; Beighton realizaram estudo comparativo entre indivíduos dentados e usuários de próteses totais e ressaltaram que o uso de próteses dentais removíveis pode favorecer a colonização da cavidade bucal por leveduras. Os autores relataram maior frequência de C. albicans nos portadores de próteses (78,3%)

em relação ao grupo controle (36,8%). Os sítios mais densamente colonizados foram: a língua, palato e mucosa jugal, para os dentados, e as superfícies superior e inferior, nos portadores de próteses.

Moreira et al. (2001) realizaram um estudo com o objetivo de verificar a ocorrência de candidíases em usuários de próteses atendidos no ambulatório de Estomatologia da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal da Bahia. Para o diagnóstico microbiológico, foram realizados o exame direto e a cultura do material coletado nas lesões e nas próteses dos pacientes. Os resultados obtidos evidenciaram cultura positiva para Candida sp em 84,8 % dos pacientes e, em 55% dos pacientes com

estomatite protética, o isolamento de Candida foi positivo apenas na cultura da prótese.

Os autores ressaltaram que as possíveis rugosidades superficiais presentes nas próteses podem favorecer a implantação de leveduras.

(25)

microbiota anfibiôntica e à suscetibilidade de doenças como cáries e doença periodontal, aumentando o compromisso do profissional de não só planejar oclusão adequada, mas, fundamentalmente, de evitar o surgimento de patologia bucal, orientando o paciente quanto à higiene bucal (ALVIANO, 2004).

Em 2002, Columbano realizou um estudo para avaliar a colonização de

Streptococcus mutans, Lactobacillus spp e Candida albicans na superfície de “brackets”

metálicos e cerâmicos. Para isso, realizaram duas coletas de placa bacteriana antes e após a colagem. As amostras foram semeadas em meios de cultura específicos para o isolamento de cada tipo de microrganismos. Baseados nos resultados, o autor concluiu que o Streptococcus mutans foi a espécie predominante na microbiota sobre a superfície

de “brackets”, sendo sucedida, em ordem decrescente, pelos Lactobacillus spp e Candida albicans.

Para avaliar a colonização dos mesmos microrganismos no aparelho ortodôntico fixo, Campbell (2003) realizou a contagem do número de colônias em doze pacientes, antes e após a colocação do aparelho. Foram coletadas cinco amostras de saliva total estimulada. Os resultados mostraram que a presença dos acessórios ortodônticos é um fator de alteração da microbiota bucal, promovendo um aumento significativo no número de colônias de Streptococcus mutans e Lactobacillus spp e que,

embora não tenha havido um aumento quantitativo na contagem de Candida albicans,

houve uma alteração qualitativa de leveduras do gênero Candida.

Além da associação dos aparatos protéticos e ortodônticos com a colonização de espécies de Candida, devido ao traumatismo mecânico causado por

(26)

Rodrigues (2001) e Ogude; Akerede (2005) ressaltaram que microrganismos estão intimamente ligados à etiologia das lesões perirradiculares e à sua persistência após tratamento endodôntico. Os microrganismos mais isolados dos canais radiculares de dentes com lesões persistentes são categorizados oportunistas, como é o caso da

Candida albicans. Assim, microrganismos provenientes do canal radicular podem

invadir os tecidos periapicais e, em determinadas situações, estabelecerem–se extrarradicularmente, mantendo uma infecção de difícil tratamento.

Em 2007, Delgado avaliou in vitro a viabilidade de Enterococcus faecalis e Candida albicans nos túbulos dentinários após a aplicação de hidróxido de cálcio e

clorexidina gel 2%, pois seus fatores de virulência são responsáveis pelo desenvolvimento e persistência da periodontite apical de origem endodôntica. Para tanto, 120 raízes de dentes humanos foram padronizadas e autoclavadas, sendo posteriormente divididas em 2 grupos (n=60) para contaminação com E. faecalis e C. albicans por 21 dias e em seguida foram divididas em 8 grupos (n=15) para aplicação

das substâncias antimicrobianas no canal radicular. Os resultados mostraram maior capacidade de penetração intratubular para E. faecalis quando comparado a C. albicans

e, a medicação que apresentou melhor desempenho foi a clorexidina gel 2%, justificando seu uso como medicação intracanal.

Para avaliar a presença de leveduras do gênero Candida em bolsa

periodontal de pacientes com periodontite crônica, Martins et al. (2002) realizaram um estudo com 88 indivíduos. O material coletado foi semeado em ágar sabouraud dextrose com cloranfenicol e os isolados de Candida identificados através de provas

bioquímicas. Os autores concluíram que leveduras do gênero Candida foram isoladas da

cavidade bucal em 31,82% dos pacientes e a Candida albicans foi a espécie mais

(27)

Em 2005, Gonçalves ressaltou que, em função da imunossupressão, microrganismos atípicos, tais como: Staphylococcus epidermidis, Candida albicans, Enterococcus faecalis e Clastridium difficile podem ser encontrados na microbiota

subgengival. Entretanto, a presença, em altos níveis, de citocinas inflamatórias liberadas por esses microrganismos, no fluido gengival, pode resultar em maior destruição periodontal.

No que diz respeito à presença de C. albicans em lesões de cárie, Carvalho

et al. (2007) ressaltaram que a cavidade oral de crianças é colonizada, principalmente, por C albicans e que a presença desse microrganismo pode, de uma forma pacífica,

favorecer o aparecimento de cáries em crianças. Porém, há necessidade de mais trabalhos para elucidar cientificamente, visto a etiologia da cárie ser mutifatorial.

Como relatado, a Candida albicans parece participar das diversas infecções

da cavidade bucal. Entretanto, a colonização por Candida na população saudável não

desencadeia uma candidíase grave, como pode ocorrer em indivíduos enfermos, principalmente quando submetidos a tratamentos prolongados com antibióticos, corticosteróides, drogas imunossupressoras ou radioterapia, levando a um risco maior de candidíases sistêmicas a partir de lesões bucais (FLAITZ; BAKER, 2000).

2.3 Tratamento da candidíase com antifúngicos convencionais

(28)

estivesse completamente esclarecido. Na década de 50, foi substituído por agentes antifúngicos (ANDRADE, 2006).

O grande impulso da terapia antifúngica teve início com a introdução dos antifúngicos poliênicos como a nistatina utilizada para o tratamento da candidíase superficial e, principalmente, da anfotericina B utilizada para o tratamento de micoses profundas. Esses antifúngicos recebem esse nome em razão da habilidade de atuarem nos meios ácido e básico. Entretanto, novas substâncias sintéticas ativas contra leveduras vêm merecendo destaque especial, como a 5-flucitosina e os derivados azólicos, entre os quais o miconazol, clotrimazol, cetoconazol, fluconazol e itrazonazol (SALLES, 2000; TAVARES, 2001; SOYSA; SAMARANAYKE; ELLEPOLA, 2008).

Segundo Andrade (2006), com a descoberta dos azóis, um grande avanço foi dado à terapia antimicótica. Esses são considerados menos tóxicos que a anfotericina B, apresentam largo espectro de atividade e alguns deles podem ser administrados por via oral para exercer ação sistêmica. São bastante utilizados os imidazólicos de primeira e de segunda geração, como, respectivamente, o miconazol e cetoconazol, porém o miconazol, sob a forma injetável, tem uso restrito, devido à toxicidade que acarreta reações colaterais em diversos graus, sendo recomendado empregar o miconazol na forma de gel oral.

Como o objetivo de avaliar a eficácia “in vitro” das drogas anfotericina B,

cetoconazol, miconazol e itraconazol frente às cepas de Candida albicans, Costa et al.

(29)

ressaltaram que tratamentos com antifúngicos poliênicos podem causar efeitos tóxicos, mesmo em doses necessárias para se atingir bons resultados com os antifúngicos.

Em 2005, Branenkamp et al. estudaram leveduras do gênero Candida na

cavidade bucal frente aos antifúngicos fluconazol, 5- fluorocitosina e cetoconazol. Para isso, selecionaram pacientes com candidíase e compararam com 50 indivíduos- controle pareados quanto a sexo, idade e condições bucais. As amostras de saliva estimulada foram semeadas em ágar Sabouraud dextrose com cloranfenicol e incubadas a 37º C por 48 horas. Os resultados mostraram que a prevalência de Candida foi similar entre os

grupos testados e todos os isolados foram sensíveis ao fluconazol.

Portanto, os antifúngicos existentes no mercado, atualmente, possuem limitações terapêuticas, principalmente quando considerado os efeitos colaterais como a nefrotoxicidade e a hepatotoxicidade. E o fato de alguns antifúngicos apresentarem ação fungistática e não fungicida (azóis), pode contribuir para o surgimento de cepas resistentes (RANG; DALE; RITTER, 1997; ZACCHINO et al., 2003).

(30)

2.4 Tratamento da candidíase com plantas medicinais

A fitoterapia pode ser historicamente definida como a ciência que trata dos problemas de saúde, utilizando os vegetais (fitocomplexos), sendo contemporânea ao início da civilização. As plantas são tradicionalmente usadas por populações de todos os continentes no controle de doenças e pragas. Algumas das espécies que eles utilizavam continuam empregadas até os dias de hoje, tais como: Papaver somniferum (papoula), Scilla maritima (scila), Aloe Vera (babosa) e Ricinus communis (óleo de rícino)

(LAVABRE, 1993).

O comércio de ervas medicinais, no Brasil, começou com os índios e, atualmente, em qualquer cidade, é possível comprar plantas, pós e ungüentos em mercados populares. Essa alternativa é utilizada tanto dentro de um contexto cultural, na medicina popular, quanto na forma de fitoterápicos, pelo fato de essas plantas serem fontes importantes de produtos naturais biologicamente ativos, muitos dos quais constituem modelos para a síntese de um grande número de fármacos, revelando nesses produtos alta diversidade em termos de estrutura e de propriedades físico-química e biológica (WALL e WANI, 1996)

Na década de 1970, a Organização Mundial de Saúde reconheceu os benefícios da medicina chinesa (paradigma oriental à base de extratos de plantas), onde surgem pesquisas e desenvolvimento de medicamentos obtidos de fontes naturais.

Levantamentos realizados no período de 1981 a 2002 pela Annual Reports of Medicinal Chemistry demonstraram que, dentre 90 novas substâncias com potencial

(31)

Apesar do aumento dos estudos sobre plantas medicinais, somente de 15 a 17% destas foram estudadas quanto ao seu potencial medicinal. Considerando a grande biodiversidade das regiões Norte e Nordeste brasileiros e o uso popular indiscriminado de plantas medicinais, esse número poderia ser bem maior (RABELO, 2003).

Dentre os principais produtos de origem vegetal com atividade antimicrobiana, pode-se referir as proteínas de origem vegetal, óleos essenciais e extratos. Destes, muitos óleos essenciais e extratos isolados de plantas exercem atividades biológicas in vitro, o que justifica a caracterização das atividades dessas

plantas (PHONGPAICHIT; SUBHADHIRASAKUL; WATTANAPIROMSAKUL,

2005; LIMA et al., 2006).

2.4.1 Óleos essenciais e Extratos vegetais

Os óleos essenciais (OE) presentes na fragância dos vegetais são metabólitos secundários de plantas e, de uma forma geral, são misturas complexas de substâncias voláteis, lipofílicas, geralmente odoríferas e líquidas. Apresentam propriedades físico-químicas, como, por exemplo, a de serem geralmente líquidos de aparência oleosa à temperatura ambiente, advindo daí a designação de óleo. Sua principal característica, entretanto, é a volatilidade, diferindo dos óleos fixos, misturas de substâncias lipídicas, obtidos geralmente de sementes. Outra característica importante é o aroma agradável e intenso, sendo por isso chamados de essências (BRUNETON, 1995; SIMÕES; SPITZER, 1999).

(32)

essencial em torno de 0,1 a 0,5% e, raramente, de 1 a 5% do peso verde (CRAVEIRO et al. 1976; BRUNETON, 1995).

Segundo Souza et al. (2005) e Oliveira et al. (2006), os óleos essenciais constituem os elementos contidos em muitos órgãos vegetais e estão relacionados com diversas funções necessárias à sobrevivência vegetal, exercendo papel fundamental na defesa contra microrganismos. Cientificamente, cerca de 60% dos óleos essenciais possuem propriedades antifúngicas e 35% exibem propriedades antibacterianas.

LIMA; PASTORE; LIMA (2000) analisaram a atividade antimicrobiana do óleo essencial presente na casca da castanha de caju sobre microrganismos da cavidade oral: Streptococcus mutans, Staphylococcus aureus, Candida albicans e Candida utilis.

A amostra demonstrou potente atividade do óleo sobre bactérias Gram-positivas, porém baixa atividade contra os fungos.

Almeida et al. (2006) avaliaram o óleo essencial de Bowdichia virgilioides

Kunt, popularmente conhecida no nordeste brasileiro como “sucupira”, quanto à sua eficácia sobre cepas de Candida albicans, Candida guilliermondii e Candida stellatoidea. O estudo foi realizado pelo método de cavidades em meio sólido. Os

autores concluíram que o óleo de Bowdichia virgilioides teve fraca atividade

antimicrobiana contra os microrganismos testados.

No mesmo ano, Nunes et al. avaliaram a atividade antimicrobiana do óleo essencial de Sida cordifolia L. (malva- branca), encontrada de norte a sul do Brasil,

contra quatro diferentes cepas de bactérias e nove fungos, incluindo Candida albicans, Candida guilliermondii, Candida stellatoidea, Candida krusei e Candida tropicalis. A

(33)

concluíram que a atividade antimicrobiana do óleo de Sida cordifolia L foi satisfatória

contra as bactérias e os fungos testados.

Quanto aos extratos, esses são produtos obtidos pelo tratamento de substâncias vegetais, por um solvente apropriado, o qual é evaporado até a consistência desejada. E o conhecimento sobre o potencial terapêutico dos vegetais tem despertado o interesse científico, buscando, nesse conhecimento, novos caminhos para o controle e tratamento de diversas doenças (COUTINHO et al., 2004).

Em 2007, Botelho et al. ressaltaram que espécies vegetais brasileiras são usualmente utilizadas como antifúngicos e que o Brasil, devido à sua diversidade vegetal, é um país conhecido mundialmente pela variedade de produtos com ação medicinal, largamente utilizados nas diversas regiões do país.

Na região Norte do Brasil, tem-se uma das maiores biodiversidades, com um número satisfatório de óleos essenciais e extratos utilizados, popularmente, no tratamento de infecções fúngicas. Dentre as diversas espécies, muitas já vêm sendo estudadas na Universidade Federal do Pará (UFPA), EMBRAPA Amazônia Oriental e Museu Paraense Emílio Goeldi, e algumas merecem destaque:

a) Copaifera multijuga (copaíba)

(34)

latino-americanos à época em que aqui chegaram os primeiros exploradores europeus, no século XVI. Esse conhecimento, tudo indica, veio da observação do comportamento de certos animais que, quando feridos, esfregavam-se nos troncos das copaibeiras para cicatrizarem suas feridas, como observou o holandês Gaspar Barléu (SALVADOR, 1975; LÉRV, 1993).

Popularmente conhecidas como copaibeiras, as copaíbas são encontradas facilmente nas Regiões Amazônica e Centro-oeste do Brasil. Entre as espécies mais abundantes, destacam-se: C. officinalis L. (norte do Amazonas, Roraima, Colombia,

Venezuela e San Salvador), C. guianensis Desf. (Guianas), C. reticulata Ducke, C. multijuga Hayne (Amazônia), C. confertiflora Bth (Piauí), C. langsdorffii Desf. (Brasil,

Argentina e Paraguay), C. coriacea Mart. (Bahia), C. cearensis Huber ex Ducke (Ceará)

(LEITE, 1993; PERROT, 1994).

Segundo Van den Berg (1992), as copaibeiras são árvores de crescimento lento, alcançam de 25 a 40 metros de altura, podendo viver até 400 anos. O tronco é áspero, de coloração escura, medindo de 0,4 a 4 metros de diâmetro. As folhas são alternadas, pecioladas e penuladas. Os frutos contêm uma semente ovóide envolvida por um arilo abundante e colorido. As flores são pequenas, apétalas, hermafroditas e arranjadas em panículos axilares.

(35)

O óleo de copaíba é um líquido transparente, terapêutico, viscoso, de sabor amargo, com uma cor entre amarelo até marrom claro. Pelas propriedades químicas e medicinais, o óleo é bastante procurado nos mercados regionais, nacionais e internacionais e é amplamente utilizado na medicina popular, principalmente na região Norte e Nordeste, devido a suas propriedades medicinais como antiinflamatório, antibacteriano, anestésico, tratamento de infecções fúngicas, infecções pulmonares e bronquite crônica (BRANDÃO et al., 2006).

De acordo com Veiga e Pinto (2002), a disseminação da indústria de produtos naturais em todo mundo e no Brasil, nos últimos anos, levou à comercialização extensiva do óleo de copaíba pelos laboratórios farmacêuticos. Das pequenas cidades do interior da Amazônia, os óleos de copaíba são transportados para as cidades de Manaus e Belém, de onde são exportados para a Europa e América do Norte ou enviados para a região sudeste, para serem vendidos pelas farmácias que comercializam produtos naturais.

Uma das áreas em que se vem pesquisando intensamente a utilização do óleo de copaíba, atualmente, é a odontológica. Bandeira et al (1999) estudaram a composição do óleo essencial, separado da resina do óleo de Copaifera multijuga e sua

compatibilidade biológica em molares de rato, associados ao hidróxido de cálcio, como veículo, e às atividades bactericida e bacteriostática das duas frações frente ao óleo bruto. Os estudos de atividade antibacteriana mostraram maiores atividades bactericida e bacteriostática do óleo de Copaifera multijuga, frente à Streptococcus mutans,

enquanto o óleo essencial apresentou melhor ação bactericida e a resina apresentou-se apenas bacteriostática.

(36)

os fungos Candida albicans, Candida tropicalis e Candida parapsilosis. Os resultados

mostraram atividade pronunciada contra as bactérias Gram–positivas, porém o óleo de copaíba não exibiu atividade contra as bactérias Gram-negativas e nem contra os fungos testados.

b) Carapa guianensis Aubl. (andiroba)

A carapa guianensis é uma árvore de grande porte, que chega a atingir 55

metros de altura. A casca é grossa, tem sabor amargo e se desprende facilmente em grandes placas. As flores têm cor creme e o fruto é uma cápsula que se abre quando cai no chão, liberando quatro a seis sementes. De agosto a outubro, floresce na Amazônia e frutifica, de janeiro a maio (FERRAZ, 2002 e COSTA et al., 2007).

Dentre as espécies nativas da Amazônia, a madeira da andiroba é uma das mais estudadas, sendo considerada nobre e sucedânea do mogno. O óleo contido na amêndoa da andiroba é amarelo-claro e extremamente amargo, quando submetido a temperatura inferior a 250C, solidifica-se, adquirindo consistência parecida com a da vaselina. É utilizado na preparação de sabão e de cosméticos, entretanto, alguns grupos indígenas e populações tradicionais utilizam o óleo como repelente de insetos e no tratamento de artrite, distensões musculares, alterações dos tecidos cutâneos e como antibacteriano (CLAY, 2000).

(37)

Para avaliar a eficácia de plantas da ilha do Marajó, região Norte do Brasil, Hammer e Johns (1993) incluíram, no estudo, quatro plantas medicinais (Carapa guianensis, Elephanropus scaber, Piper umbellatum, Stachytarpheta cayenensis)

utilizadas pelos moradores da região e anotaram o modo de preparo e o uso medicinal. No laboratório, os extratos das plantas foram submetidos a análises e estabelecidos seus componentes químicos. Os autores concluíram que as quatro plantas estudadas apresentaram eficácia medicinal.

Em 2007, Packer e Luz avaliaram a eficácia antifúngica e antibacteriana dos óleos de andiroba, copaíba, alecrim, alho e melaleuca frente às cepas de Staphylococcus aureus (ATCC 6538), Escherichia coli (ATCC 8739), Pseudomonas aeruginosa

(ATCC 9027) e Candida albicans (ATCC 10231). O método de escolha foi o de ágar

com orifício modificado. Os melhores resultados foram obtidos com os óleos de melaleuca e alecrim que apresentaram atividade bacteriostática e fungistática para as quatro cepas em questão, enquanto que os óleos de andiroba, copaíba e alho não apresentaram atividade frente aos microrganismos testados.

c) Piper aduncum (pimenta de macaco) e Piper hispidinervum (pimenta

longa)

O gênero Piper é um dos maiores da família Piperaceae, com pelo menos

1000 espécies distribuídas nas regiões tropicais e subtropicais. As espécies do gênero

Piper (Piperaceae) são amplamente aplicadas na medicina popular em função das

(38)

A coleção de germoplasma de Piper da Embrapa Acre conta com duas

espécies: P. hispidinervum (Pimenta longa) e P. aduncum (Pimenta de macaco). Dentre

essas espécies, a pimenta longa é nativa da Amazônia Brasileira, pioneira de ocorrência em áreas do Estado do Acre, sendo encontrada, espontaneamente, em áreas do tipo climático. No seu habitat natural, vegeta em solos de baixa fertilidade, por isso é indicada para cultivo em áreas modificadas da Amazônia (BARROS e OLIVEIRA, 1997).

Na década de 70, um grupo de pesquisadores, trabalhando com óleos essenciais no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), identificou a pimenta longa (Piper hispidinervum) como grande produtora de óleo essencial rico em

safrol (87 a 97%), um fenil éter que ocorre como componente volátil em algumas espécies de plantas. Essa substância é utilizada como precursora na fabricação de inseticidas biodegradáveis, de cosméticos e de produtos farmacêuticos e apresenta excelente atividade antifúngica (LUNZ et al., 1996; ESTRELA et al., 2006).

A outra espécie chamada de Piper aduncum (pimenta- de- macaco) é uma

planta nativa da região Amazônica, com alto teor de óleo essencial 2,5 a 4%, rico em Dilapiol e vem sendo testado, em estudos fitopatológicos, com excelente atividade fungicida, acaricida, bactericida e larvicida, com a vantagem de ser um produto biodegradável, preservar o meio ambiente e proteção à saúde do consumidor (BASTOS e ALBUQUERQUE, 2004; CASTRO et al., 2006).

(39)

No mesmo ano, Souza et al. realizaram um estudo para avaliar in vitro o

efeito fungistático ou fungitóxico dos óleos essenciais de Piper hispidinervum (pimenta

longa), Piper aduncum (pimenta de macaco), Carapa guianensis (andiroba) e Copaifera sp (copaíba) sobre o fungo Colletotrichum gloeosporioides (agente causal da

antracnose do côco). Os óleos foram utilizados na concentração de 100, 200, 500, 700 e 1000 ppm em meio BDA (batata, dextrose e ágar). Os autores concluíram que o óleo de

P. hispidinervum foi o mais eficiente, inibindo o crescimento micelial em torno de 80%,

seguido dos óleos de P. aduncum e de copaíba que, na concentração de 1000 ppm,

inibiram o crescimento em 67% e 49,65%, respectivamente. O óleo de andiroba não teve efeito na inibição do fungo.

d) Annona glabra L. (Araticum do brejo)

O araticunzeiro do brejo (Annona glabra) é uma espécie nativa da região

tropical com ampla distribuição geográfica. No Brasil, ocorre, espontaneamente, desde a Amazônia até o Estado de Santa Catarina, ocupando, com maior freqüência, áreas periodicamente inundadas. Os frutos, embora comestíveis, não têm tanto valor comercial, no entanto, o araticunzeiro tem recebido a atenção de pesquisadores por ser utilizado na medicina popular como inseticida e antimicrobiano (CARVALHO, 2001).

e) Azadirachta indica A. Juss (Nim indiano)

(40)

imparipenadas, com freqüência aglomeradas nos extremos dos ramos, simples e sem estípulas. As flores são de coloração branca, aromáticas, reunidas em inflorescências densas, com estames crescentes formando um tubo, pentâmeras e hermafroditas. O fruto é uma baga ovalada, com 1,5 a 2 cm de comprimento e, quando maduro, apresenta polpa amarelada e casca branca dura, contendo um óleo marrom no interior de uma semente ou, raramente, em duas (ARAÚJO et al., 2000).

A planta é originária de clima tropical, com diâmetro entre 25 e 30 cm. A madeira, com densidade variando de 0,56 a 0,85g/cmm3, apresenta uma coloração avermelhada, dura e resistente ao ataque de cupins, desenvolve-se bem em temperaturas acima de 20oC, em solos bem drenados, não ácidos, com altitudes abaixo de 700m. Do Nim preparam-se extratos aquosos ou alcoólicos das folhas, das sementes e da casca e na prensagem das sementes obtém-se o óleo. Todos esses produtos apresentam maior ou menor ação repelente e antifúngica, sendo biodegradáveis (SAIRAM, 2000).

Vários produtos antifúngicos e repelentes a insetos são extraídos do óleo de nim. O princípio ativo nesses produtos é o “azadiractin”, substância usada como ingrediente na preparação de vários produtos farmacêuticos, tais como: ungüentos, cosméticos, cremes, loções, tônico capilar e creme dental devido apresentar propriedades antivirais e antibacterianas. É também, importante no controle de pragas, pois tem largo espectro de ação, não tem ação fitotóxica, é praticamente atóxica ao homem e não agride a natureza (BISWAS et al., 1995).

Segundo Subapriya e Nagini (2005), a Azadirachta indica, tem atraído o

(41)

Biswas et al. (2002) ressaltaram que o extrato da folha de Nim, o óleo de Nim e as sementes são efetivas contra certos fungos incluindo: Trichophyton, Epidermophyton, Microsporum, Trichosporon, Geotricum e Candida. A alta atividade

antimicótica com extratos de diferentes partes do Nim tem sido muito reportada na literatura.

Gualtieri et al. (2004) realizaram um estudo com o objetivo de avaliar a atividade antimicrobiana do extrato de Azadirachta indica sobre vários

microorganismos como: S. aureus ATCC 25923, P. aeruginosa ATCC 27853, C. krusei

ATCC 6258 e C. albicans ATCC 90028. Os autores concluíram que o extrato, na

concentração de 0,02g/ml, apresentou ação antifúngica e antibacteriana contra S. aureus

ATCC 25923, P. aeruginosa ATCC 27853, C. krusei ATCC 6258, porém não

apresentou atividade contra cepa de C. albicans ATCC 90028.

Darães et al. (2005) verificaram a suscetibilidade de C. albicans aos extratos

alcoólico e aquoso de Azadirarachta indica (nim), usada há séculos na Índia, na

manutenção da saúde bucal. O método utilizado foi o de difusão em ágar e suspensões de C. albicans (ATCC 18804 e selvagem) foram cultivadas a 24h, semeadas em àgar

sabouraud e discos estéreis embebidos em 15µl de cada extrato foram colocados sobre o ágar. Para o controle, foram utilizados nistatina, álcool e água destilada estéril. Os autores concluíram que as amostras de nim testadas não apresentaram eficácia na inibição do crescimento in vitro de C. albicans, em comparação com os controles

(42)

f) Bryophyllum calycinum Salisb. (pirarucu)

Dentro da família Crassulaceae, apenas um gênero, exótico, tem uma espécie muito usada na medicina popular que é o Bryophyllum e, deste gênero pertence

uma espécie ornamental e bastante aproveitada na medicina caseira: Bryophyllum calycinum Salisb. (VAN DEN BERG, 1982).

A planta Bryophyllum calycinum é conhecida popularmente como pirarucu,

folha da fortuna, saião, São Raimundo, erva- da -costa, folha–da-costa, folha- grossa e orelha -de–monge, e pertencente à família Crassulaceae e ao gênero Bryophyllum (VAN

DEN BERG, 1982).

É uma planta nativa da África tropical e largamente disseminada no Brasil, com até 50 cm de altura, de ramos herbáceos cobertos de penugem, ereto, com haste suculenta e bastante enrijecida. Possui folhas vivíparas opostas, pinadas, com um a cinco folíolos muito suculentos, com ápice arredondado, base arredondada, nervação imersa, brilhosas e com aspecto sedoso. As suas flores de coloração rósea apresentam-se em cachos no ápice dos ramos, as folhas são ovais, arredondadas na base e serrilhadas nas bordas. Os frutos são constituídos de pequenas cápsulas contendo sementes (LORENZI e MATOS, 2002).

(43)

g) Eleutherine plicata Herb. (Marupazinho)

A Eleutherine plicata, é uma planta herbácea, rizomática e bulbosa, de

bulbos avermelhados. As folhas são simples, inteiras, plissadas longitudinalmente, de cerca de 25 cm de comprimento, com nervuras longitudinais, inflorescência em panículas de flores rosas, no ápice de um escapo, que se abrem apenas ao por do sol e pertence à família das Iridaceae (VIEIRA, 1992).

O princípio ativo da E. plicata é a sapogenina esteroidal e é comumente

encontrada na Região Amazônica, pelo nome de Marupazinho, sendo também encontrada, em outras localidades, com os nomes de Coquinho, Marupa-ú e Marupari (ALBUQUERQUE, 1989).

A Eleutherine plicata e várias outras plantas, que podem ser encontradas

com freqüência, na região Amazônica, vem, ultimamente, sendo estudada de forma mais abrangente, para que se tenha um maior embasamento científico a respeito de sua utilização pelas populações ribeirinhas e que, muitas vezes, podem trazer avanços no campo das terapias que utilizam fitomedicamentos para o combate de doenças. Pois não há dados na literatura científica que validem este ou qualquer outro uso tradicional da planta (SCHULTES, 1990).

Segundo Mors (2000), a E. plicata é amplamente utilizada na medicina

(44)

Os indígenas das Guaianas empregam seus bulbos para o preparo de emplastro em aplicações externas contra contusões e ferimentos, visando acelerar a cicatrização, já o suco é usado como medicação interna contra epilepsia. O extrato é potencialmente útil no tratamento de doenças coronárias por suas propriedades antimicrobianas (GONÇALVES, 2005).

h) Mammea americana L (Abricó)

O gênero Mammea pertencente à família Cluseaceae e a espécie Mammea americana é encontrada na América tropical e Caribe onde é conhecida também como

Abricó, Abricó-de-são-domingos, Abricó-do-pará e Abricoteiro (FENNER, 2006). O abricó é produto de uma árvore muito frondosa e grande, de forma piramidal, podendo atingir até 15 metros de altura. As folhas são pecioladas, verde-escuras, nernicosas, medindo até 14 cm de comprimento. As flores são brancas e perfumadas. É cultivada em toda parte do Brasil, especialmente no Estado do Pará. O fruto, muito gostoso, apresenta uma massa cor de abóbora, podendo ir à mesa no estado natural. As sementes possuem propriedades vermífugas (MOURÃO, 2000).

i) Psidium guajava var. (goiabeira)

A espécie Psidium guajava pertence à família Myrtaceae. É conhecida, na

(45)

Gerais. Apresenta excelentes condições para exploração em escala comercial, em função de seus frutos atingirem bons preços no mercado e serem muito apreciados pelas suas características, tanto para o consumo em mesa como para a fabricação de produtos industrializados (LOZOYA et al., 2002).

Segundo Martinez (1997), a Psidium guajava é uma árvore de pequeno

porte, galhada, com caule tortuoso. Trata-se de um arbusto de quase 7,0 metros de altura, apresentando folhas aromáticas opostas, de textura coriácea de 4-8 cm de comprimento por 3-6 cm de largura. Apresenta flores alvas, vistosas, solitárias e frutos de tamanho e forma variada, com baga amarela de polpa abundante. Há duas variedades mais comuns, a de frutos com polpa vermelha (P. guajava var. pomífera) e a de polpa

branca (P. guajava var. pyrifera).

Na região Amazônica, as folhas de P. guajava são empregadas

popularmente no tratamento caseiro de desordens gastrintestinais, em bochechos no tratamento de inflamações da boca e da garganta (MATOS, 2002). Adicionalmente comprovaram atividade antimicrobiana (JAIARJ et al., 1999), sedativa (LUTTERODT, 1988) e antioxidante (MARTIN et al.,1998; WANG, 2000; NADERI et al., 2003).

Martinez et al. (1997) estudaram a atividade antimicrobiana do extrato fluido a 40% de Psidium guajava frente a cepas de microrganismos Staphylococcus aureus, Bacillus subtilis, Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa e a levedura Candida albicans. Os resultados mostraram uma excelente atividade do extrato contra

as bactérias testadas, porém não apresentaram atividade antifúngica.

(46)

parapsilosis e C. tropicalis, o extrato de Psidium guajava (goiabeira) foi o que

apresentou melhor atividade antifúngica e atividade moderada em bactérias Gram-positivas.

Ruiz (2006) avaliou a atividade antifúngica de doze extratos de plantas medicinais contra cepas de Candida albicans (ATCC 10231), isolados clínicos e contra

o fungo filamentoso Aspergillus niger (ATCC 16404). Dos extratos avaliados, a Psidium guajava apresentou atividade significativa contra Candida albicans com halo

de inibição > 18mm, porém não mostrou atividade contra isolados clínicos de Candida albicans e nem contra Aspergillus niger.

A eficácia do extrato de Psidium guajava (goiabeira) também foi avaliada, in vitro, sobre leveduras do gênero Candida da cavidade oral. Para avaliação

antimicrobiana, foi utilizado o método de difusão em meio sólido. Diante dos resultados, os autores concluíram que o extrato da folha da Psidium guajava apresentou

atividade antifúngica bastante satisfatória sobre as leveduras de C. albicans, C. tropicalis, C. stelatoidea e C. krusei, podendo ser utilizado topicamente como meio

alternativo no tratamento da candidíase oral (ALVES et al., 2006).

Em 2007, Nair e Chanda avaliaram a atividade antimicrobiana in vitro de

três extratos de Psidium guajava (metanol, acetona e dimetilformaldeído) contra 91

(47)

j) Syzygium aromaticum L. (cravo-da-índia)

O cravo-da-índia é originário do Sudeste da África, região das Ilhas Moluscas, e chegou ao Brasil com os colonizadores portugueses. Séculos atrás, era tão disputado, que países europeus, como Holanda e França, costumavam entrar em disputas comerciais por sua posse. No começo do século XIX, plantas de cravo da índia foram levadas a países tropicais, dentre eles, o Brasil que, atualmente, desenvolve muitos trabalhos devido a suas propriedades populares de disfarçar o mau hálito, ter ação antisséptica, aliviar os gases, combater as náuseas, estimular o aparelho digestivo e reduzir a dor de dente (SCHIPER, 1999; FECURY, 2006).

Segundo Delespaul et al. (2000) e Raina et al. (2001), o cravo-da-índia é a gema seca, sendo usado principalmente como condimento na culinária, devido ao seu marcante aroma e sabor, conferido por um composto fenólico volátil, o eugenol. Nas folhas, ele chega a representar aproximadamente 95% do óleo extraído e no cravo 70 a 85%. Na odontologia, o eugenol é muito utilizado como componente de seladores e outros produtos antissépticos de higiene bucal, tendo comprovado efeito bactericida, nematicida, anti-viral e fungicida.

O eugenol é um fenol e se encontra largamente distribuído no reino vegetal, apresentando efeitos antiinflamatório, cicatrizante e analgésico. É um composto comumente utilizado como antimicrobiano e antifúngico, com amplo espectro de ação contra Aspergillus niger, Sacchacomyces cerevisae, Candida albicans, Streptococus mutans, Mycoderma sp. Lactobacillus acidophilus e Bacilus cereus, entre outras

(48)

Nascimento et al. (2000) avaliaram atividade antifúngica e antimicrobiana do cravo da índia e fitofármacos frente a microorganismos sensíveis e resistentes a antibióticos. O método utilizado foi o de difusão em ágar e utilizadas 14 amostras de microrganismos, entre eles, a Candida albicans. Os resultados da utilização de extratos

em casos de resistência a antibióticos mostraram sinergismo. Porém, os autores ressaltaram que ainda há necessidade de trabalhos mais detalhados sobre o uso terapêutico das plantas, principalmente sobre microrganismos resistentes.

Salvaterra et al. (2005) avaliaram a ação antimicrobiana, in vitro, de

produtos naturais como: sálvia, romã, agrião, gengibre, própolis, copaíba e óleo do cravo-da-índia, para uso rotineiro na microbiota oral em comparação com o Periogard. O óleo do cravo da índia, o própolis e o gengibre, quando testados puros, resultaram em halo de inibição de 100%, já o óleo de copaíba e o agrião não apresentaram ação inibitória. Os autores concluíram que o extrato de própolis e o óleo essencial do cravo da índia apresentaram boa ação inibitória in vitro da microbiota oral, comparável à do

produto Periogard.

Amaral e Bara (2005) relataram que produtos naturais com ação antiséptica, antiinflamatória e/ou antimicrobiana têm sido alternativamente utilizados. Baseados nesses achados, os autores realizaram um estudo com o objetivo de avaliar a eficácia antifúngica do óleo essencial do cravo da índia sobre sementes de arroz, soja, milho e feijão acometidos por doenças fúngicas. Os resultados mostraram que o cravo-da-índia demonstrou 100% de inibição sobre o crescimento dos fungos, indicando que os princípios ativos do cravo possuem o mesmo mecanismo de ação do antifúngico convencional atuando sobre a parede celular do fungo.

(49)

Candida albicans. Quando a preparação do cravo foi administrada no interior da

cavidade oral dos camundongos, os sintomas orais foram melhorando e o número de células viáveis de Candida foram diminuindo. Entretanto, quando a administração foi

intragástrica, os sintomas orais não diminuíram. Esses achados demonstram que a ingestão oral do cravo pode suprimir o crescimento de C albicans no trato alimentar,

incluindo a cavidade oral.

Hem et al. (2007) avaliaram a eficácia e toxicidade, in vitro, do eugenol

contra C. albicans, devido aos níveis significativos de resistências do microrganismo

frente os agentes antifúngicos convencionais. Investigaram os efeitos do eugenol na formação do biofilme, aderência das células de C. albicans e na formação subseqüente

do biofilme e células de C. albicans. Os resultados indicaram que o eugenol inibiu o

crescimento de células de C. albicans e, em eritrócitos humanos, mostrou baixa

atividade hemolítica. Os autores concluíram que o eugenol apresenta potente atividade,

in vitro, contra C. albicans com baixa citotoxicidade, permitindo concluir que tem

(50)

3 OBJETIVO

• Avaliar in vitro a atividade antifúngica de óleos essenciais e extratos,

presentes na região Amazônica, sobre a cepa padrão de Candida albicans.

• Determinar a concentração inibitória mínima dos óleos e extratos que apresentarem atividade antifúngica.

• Realizar um screening para servir como guia na seleção de plantas com

(51)

4. MATERIAL E MÉTODOS

4.1 Local de estudo

A pesquisa experimental foi realizada no Laboratório de Microbiologia do Faculdade de Farmácia do Instituto de Ciências da Universidade Federal do Pará (UFPA).

4.2 Material botânico e obtenção da matéria prima

A seleção das espécies vegetais incluídas no estudo foi baseada em pesquisas que vêm sendo desenvolvidas no Museu Paraense Emílio Goeldi, no Laboratório de Fitopatologia da EMBRAPA Amazônia Oriental e no Laboratório de Microbiologia da Universidade Federal do Pará (UFPA), as quais foram previamente selecionadas de acordo com a utilização e crença da população da região Norte brasileira.

Os óleos essenciais das espécies estudadas foram identificados e extraídos no Laboratório de Agroindústria da EMBRABA Amazônia Oriental, pela técnica de Arraste a vapor (SOARES; SOUSA; PIRES, 1988).

Os extratos foram preparados segundo a metodologia utilizada pelo Laboratório de Fitoquímica do Departamento de Farmácia (BARBOSA; PINTO, 2004). 4.2.1. Óleos essenciais

(52)

Copaifera multijuga

(copaíba)

As folhas de copaíba foram coletadas no plantio experimental da EMBRAPA Amazônia Oriental de Santarém (oeste do Pará) e identificadas no Laboratório de Botânica desta Instituição, sendo uma exsicata depositada no Herbário IAN da EMBRAPA Amazônia Oriental (Figura 1).

Figura 1- Folhas de Copafiera multijuga (copaíba). Exsicata doada pelo Laboratório de Botânica da

(53)

Carapa guianensis

(andiroba)

As folhas de andiroba foram coletadas no plantio experimental da EMBRAPA Amazônia Oriental de Belém- Pará e identificadas no Laboratório de Botânica desta Instituição, sendo uma exsicata depositada no Herbário IAN da EMBRAPA Amazônia Oriental (Figura 2).

Figura 2- Folhas de Carapa guianensis (andiroba). Exsicata doada pelo Laboratório de Botânica da

(54)

Piper aduncum

(Pimenta de macaco)

As folhas da pimenta de macaco foram coletadas no plantio experimental da EMBRAPA Amazônia Oriental de Tomé-Açú e identificadas no Laboratório de Botânica desta Instituição, sendo uma exsicata depositada no Herbário IAN da EMBRAPA Amazônia Oriental (Figura 3).

Figura 3- Folhas de Piper aduncum (Pimenta de macaco). Exsicata doada pelo Laboratório de Botânica

(55)

Piper hispidinervum

(Pimenta longa)

As folhas da pimenta longa foram coletadas no plantio experimental da EMBRAPA Amazônia Oriental de Belém- Pará e identificadas no Laboratório de Botânica desta Instituição, sendo uma exsicata depositada no Herbário IAN da EMBRAPA Amazônia Oriental (Figura 4).

Figura 4- Folhas de Piper hispidinervum (Pimenta longa). Exsicata doada pelo Laboratório de Botânica

(56)

4.2.2. Extratos vegetais

Os extratos que tiveram sua atividade antifúngica avaliada foram provenientes de sete espécies vegetais presentes na região Amazônica, dentre elas:

Annona glabra

(Araticum do brejo)

As folhas de Annona glabra foram coletadas no plantio experimental da

EMBRAPA Amazônia Oriental de Belém- Pará e identificadas no Laboratório de Botânica desta Instituição, sendo uma exsicata depositada no Herbário IAN da EMBRAPA Amazônia Oriental (Figura 5).

Figura 5- Folhas de Annona glabra (Araticum do brejo). Exsicata doada pelo Laboratório de Botânica da

(57)

Azadirachta indica

(Nim)

As folhas de Azadirachta indica foram coletadas no plantio experimental da

EMBRAPA Amazônia Oriental de Belém- Pará e identificadas no Laboratório de Botânica desta Instituição, sendo uma exsicata depositada no Herbário IAN de EMBRAPA Amazônia Oriental (Figura 6).

Figura 6- Folhas de Azadirachta indica (Nim indiano). Exsicata doada pelo Laboratório de Botânica da

(58)

Bryophyllum calycinum

(Pirarucu)

As folhas de Bryophyllum calycinum (Pirarucu) foram coletadas no plantio

experimental da EMBRAPA Amazônia Oriental de Belém- Pará e identificadas no Laboratório de Botânica desta Instituição, sendo uma exsicata depositada no Herbário IAN da EMBRAPA Amazônia Oriental (Figura 7).

Figura 7- Folhas de Bryophyllum calycinum (Pirarucu). Exsicata doada pelo Laboratório de Botânica da

(59)

Eleutherine plicata

(Marupazinho)

O bulbo de marupazinho foi coletado no Horto do EMAÚS localizado no bairro do Benguí em Belém do Pará. A identificação foi realizada no Departamento de Botânica do Museu Paraense Emílio Goeldi (Figura 8).

Figura 8- Folhas de Eleutherine plicata (Marupazinho). Exsicata preparada e identificada no

(60)

Mammea americana

(abricó)

As folhas de Mammea americana (abricó) foram coletadas no plantio

experimental da EMBRAPA Amazônia Oriental de Belém- Pará e identificadas no Laboratório de Botânica desta Instituição, sendo uma exsicata depositada no Herbário IAN da EMBRAPA Amazônia Oriental (Figura 9).

Figura 9- Folhas de Mammea americana (abricó). Exsicata doada pelo Laboratório de Botânica da

(61)

Psidium guajava

(goiabeira)

As folhas de Psidium guajava (goiabeira) foram coletadas no plantio

experimental da EMBRAPA Amazônia Oriental de Belém- Pará e identificadas no Laboratório de Botânica desta Instituição, sendo uma exsicata depositada no Herbário IAN da EMBRAPA Amazônia Oriental (Figura 10).

Figura 10- Folhas de Psidium guajava (goiabeira). Exsicata doada pelo Laboratório de Botânica da

(62)

Syzygium aromaticum

(cravo-da-índia)

O cravo foi obtido no mercado público da cidade de Belém Estado do Pará. A identificação e extração foram realizadas no laboratório de Agroindústria da EMBRAPA Amazônia Oriental de Belém- Pará (Figura 11).

Imagem

Figura  1-  Folhas  de  Copafiera  multijuga  (copaíba).  Exsicata  doada  pelo  Laboratório  de  Botânica  da  EMBRAPA- Amazônia Oriental
Figura  2-  Folhas  de  Carapa  guianensis  (andiroba).  Exsicata  doada  pelo  Laboratório  de  Botânica  da  EMBRAPA- Amazônia Oriental
Figura 3- Folhas de Piper aduncum (Pimenta de macaco). Exsicata doada pelo Laboratório de Botânica  da EMBRAPA- Amazônia Oriental
Figura 4- Folhas de Piper hispidinervum (Pimenta longa). Exsicata doada pelo Laboratório de Botânica  da EMBRAPA- Amazônia Oriental
+7

Referências

Documentos relacionados

A restauração pela solução de reciclagem a frio in situ de pavimento flexível servindo como base para revestimento traz benefícios visíveis devido ao reapoveitamento

i) A valorização dos valores mobiliários admitidos à cotação ou negociação em mercados regulamentados será feita com base na última cotação disponível no Momento

We conducted a scientometric study focused on the use of ecological niche models to predict the distribution of invasive species. We analysed papers published in

Apesar dos seus benefícios para a população, o sistema de saúde brasileiro apresenta inúmeros problemas que inviabilizam a implantação do cuidado farmacêutico, como o

Desta forma, na Procissão Luminosa podem ser observados algumas expressões que remetem ao sincretismo religioso entre a santa Nossa Senhora dos Navegantes e a

Halbwachs (2006) traz à luz as memórias internas, as memórias externas, a memória individual e a coletiva, o que possibilita fazer conexão com muitos aspectos

falciparum to the classic antimalarial drug classes, such as the aminoquinolines and sulphadoxine- pyrimethamine, and the emerging resistance to the arte- misinins, the availability