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MAPEAMENTO DOS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO NO BRASIL

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Revista UNIABEU, V.10, Número 26, agosto-dezembro de 2017.

MAPEAMENTO DOS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

NO BRASIL

Natane de Cassia Leivas de Medeiros1

Flaviani Souto Bolzan Medeiros2

Andreas Dittmar Weise3

Resumo: Nos últimos anos percebe-se um crescimento significativo do número de estudantes no ensino superior, principalmente no curso de graduação em Administração. Deste modo, o presente artigo tem como objetivo mapear os cursos de graduação em Administração e suas diversas habilitações existentes no Brasil até o momento. Para isso, utilizaram-se na primeira etapa dados secundários por meio de pesquisa bibliográfica e na segunda foram usados dados primários coletados em instituições cadastradas no portal e-MEC por estado do país. Os resultados apontaram que a referida graduação está presente em todos os estados brasileiros, com destaque para a região Nordeste, que apresenta o terceiro maior número de cursos, como também, para o estado da Bahia, que possui mais cursos que outros estados – como o Rio Grande do Sul e o Rio de Janeiro – e para a cidade de São Paulo, que oferta mais graduações que toda a região Norte do Brasil. Dessa forma, foi possível ter uma visão da abrangência da graduação nessa área no país, ao todo, com a oferta de mais de 3.500 cursos, e sua predominância nas regiões mais desenvolvidas economicamente.

Palavras-chave: Administração; Mapeamento; Brasil.

MAPPING OF GRADUATION COURSES IN ADMINISTRATION IN BRAZIL

Abstract: In recent years, there has been a significant increase in the number of students in higher education, especially in the undergraduate program in Administration. In this way, the present article aims to map the undergraduate courses in Administration and its various qualifications in Brazil to date. For this, secondary data were used in the first step by means of bibliographic research and in the second, primary data were collected from institutions registered in the e-MEC portal by the states of the country. The results indicate that the mentioned graduation is present in all Brazilian states, with emphasis on the Northeast region that presents the third largest number of courses, as well as for the State of Bahia that has more courses than other states - such as Rio Grande of the South and Rio de Janeiro - and to the city of São Paulo that offers more graduations than all the North region of Brazil. In this way, it was possible to have a vision of the graduation scope in this area in the country, in all, with the offer of more than 3.500 courses, and its predominance in the most economically developed regions.

Keywords: Administration; Mapping; Brazil. 1. INTRODUÇÃO

O mercado, atualmente, está passando por aceleradas mudanças, tanto tecnológicas como nas estruturas organizacionais, e no campo da educação isso não é diferente. Para Neves (2011), a educação superior vem passando por grandes transformações em meio a globalização e ao advento da sociedade do conhecimento. Além disso, nos últimos anos, o ensino superior no Brasil passou por um acentuado crescimento, caracterizado pelo aumento de matrículas, cursos, funções docentes entre outros (MARTINS, 2000). Sob esse

1 Graduada em Administração pelo Centro Universitário Franciscano (UNIFRA). 2 Doutoranda em Administração pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). 3 Doutor em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

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enfoque, Bach et al. (2011) acrescentam que, com a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases nº 9.394 da Educação Superior de 1996, houve um acréscimo significativo no número de Instituições de Ensino Superior (IES) no país.

Nesse sentido, o curso de graduação em Administração, segundo Carvalho, Carvalho e Bezerra (2010), possui o maior contingente de universitários no sistema superior de ensino no Brasil. As estatísticas revelam que esses cursos se multiplicaram de maneira muito significativa no último decênio (PINTO; SALUME, 2013). Magalhães, Jaramillo e Patrus (2014) atribuem essa proliferação nos cursos de Administração em função da expansão tanto da economia como de mercados, como também pelo surgimento de novas empresas, e, ainda, pelos incentivos governamentais através de políticas de acesso ao ensino superior.

Entretanto, o ensino da Administração no contexto universitário é muito recente no Brasil quando comparado com outros países (MOTTA, 1983). A Administração se desenvolveu, no entendimento de Oliveira, Lourenço e Castro (2013, p. 2), “em paralelo à estruturação do capitalismo e a dinamicidade das organizações burocráticas, que se tornaram mais complexas e diversas, exigindo profissionais cada vez mais preparados para conduzirem-nas aos seus objetivos”.

Sob essa perspectiva, Hocayen-da-Silva, Castro e Maciel (2008) ponderam que a realidade e o ambiente externo das organizações vêm apresentando maior complexidade e importância, consequentemente, requerem maiores desafios para gerir os sistemas organizacionais. Masiero (2012) corrobora que nos últimos tempos discute-se sobre os mais variados assuntos, tais como: qualidade, direito dos consumidores, meio ambiente, globalização, qualidade de vida no trabalho etc., demonstrando, assim, uma necessidade que a Administração seja cada vez mais dinâmica e com capacidade de se adaptar aos mais diferentes contextos atuais.

Deste modo, considerando a constante expansão dos cursos de graduação em Administração no país e os novos desafios que o mercado oferece ao futuro administrador, surgiu o interesse no mapeamento desses cursos, a fim de identificar as mais diversas habilitações por distribuição geográfica. Portanto, este artigo tem como objetivo mapear os cursos de graduação em Administração e suas diversas habilitações existentes no Brasil até o momento. Além da presente seção (1), o trabalho está dividido em mais quatro, a saber: (2) a fundamentação teórica que embasou esta pesquisa; (3) os procedimentos

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metodológicos adotados apresentando a forma de coleta e análise dos dados; (4) os resultados com o mapeamento dos cursos de Administração no Brasil; e (5) encerra-se com as considerações finais a partir do estudo realizado, acompanhadas de sugestões para novas pesquisas.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Esta seção está desmembrada em dois tópicos: o primeiro traz um breve relato da graduação no Brasil, e o segundo, discute o ensino de Administração no país.

2.1 Breve relato da graduação no Brasil

Costa e Rauber (2009) esclarecem que somente no ano de 1908, com a chegada da Família Real, D. João VI criou instituições consideradas de ensino superior, a exemplo os cursos de Medicina, Engenharia e Economia. Nesse sentido, Mendonça (2000, p. 134) complementa que:

Ainda no ano de 1808, cria-se, no Rio de Janeiro, a Academia de Marinha, e, em 1810, a Academia Real Militar, para a formação de oficiais e de engenheiros civis e militares. Também em 1808, criaram-se os cursos de anatomia e cirurgia, para a formação de cirurgiões militares, que se instalaram, significativamente, no Hospital Militar (como também era o caso do curso da Bahia, citado anteriormente). A esses cursos, de início simples aulas ou cadeiras, acrescentaram-se, em 1809, os de medicina e, em 1813, constituiu-se, a partir desses cursos, a Academia de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro. Outros cursos foram ainda criados, na Bahia e no Rio de Janeiro, todos eles marcados pela mesma preocupação pragmática de criar uma infraestrutura que garantisse a sobrevivência da Corte na colônia, tornada Reino-Unido. Na Bahia, a cadeira de economia (1808), e os cursos de agricultura (1812), de química (1817) e de desenho técnico (1817). No Rio, o laboratório de química (1812) e o curso de agricultura (1814).

Mas, somente entre as décadas de 1950 e 1970 houve a criação de instituições federais em todo o Brasil, em razão da descentralização do ensino superior, bem como pela criação, no ano de 1961, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Porém, foi a partir da década de 1970 que ocorreu um crescimento expressivo no número de matrículas – de 300.000 em 1970 para 1.500.000 em 1980 (SANTOS; LIMA; MACIEL, 2010). Entretanto, nos anos 1980, o ensino privado avança em decorrência da demanda, enquanto que o ensino público se mantém estagnado. Já nos anos 1990, a oferta de vagas cresce no sistema privado chegando a números jamais vistos na história do país (SIQUEIRA, 2002). Sob a ótica de Cunha (2004), o aumento das instituições privadas, principalmente nas

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modalidades de universidade e centros universitários, foi o que resultou na multiplicação do número de alunos no setor.

Durante o governo Fernando Henrique Cardoso,o ensino superior privado era responsável por 60% do efetivo discente, chegando a 70% no final do governo, no entanto, “o número de universidades públicas ficou estagnado, mas as privadas subiram de 63 a 84. E o de centros universitários, de zero a 77, dos quais 74 privados” (CUNHA, 2004, p. 809). Todavia, a característica marcante deste período é a forma elitista do setor público, que delimitava as vagas ofertadas no período noturno, logo, aquela pessoa que trabalhasse – a maioria destes com menor renda – teriam acesso apenas às instituições privadas que, por sua vez, ofereciam cursos de menor qualidade (COLOSSI; CONSENTINO; QUEIROZ, 2001). Apesar disso, Siqueira (2002) acrescenta que, “o número de alunos nas universidades do país cresceu em 30% em 1994. […] O país iniciou a década com 1.540.080 alunos matriculados em todo o sistema e, em 1998, alcançou a marca de 2.125.958”.

Em 2001, continuou a expansão, chegando a 3.036.113 matriculados, e no ano de 2010 passou para 6.379.299. Esse crescimento acarretou, em vista da situação econômica do país, na necessidade de mão de obra qualificada em diversos setores, gerando um aquecimento no ensino superior. Além disso, a proposta apresentada pelo Plano Nacional de Educação (2001-2010) trouxe algumas políticas públicas para estimular o crescimento do ensino superior no país (ALVES; CASTRO; SOUTO, 2012).

2.2 O ensino de Administração no Brasil

Em relação ao ensino da Administração no Brasil, Bertero (2006) cita que o país, além dos Estados Unidos, foi um dos primeiros a estruturar o ensino da Administração, criando escolas, cursos, bem como departamentos e faculdades na área. Esse movimento teve origem em São Paulo, para a Administração de Negócios, e no Rio de Janeiro para a Administração Pública. Os primeiros registros para o ensino da Administração no país apontam para o início do século XX, época em que o Brasil estava numa fase de plena expansão comercial, consequentemente, houve a demanda por profissionais capacitados a fim de atender as exigências administrativas que se faziam presentes, o que resultou na necessidade de organização do ensino comercial (PINTO; MOTTER JUNIOR, 2012).

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Complementarmente, Canopf, Festinalli e Ichikawa (2005) lembram que a expansão das empresas nacionais e a instalação de multinacionais no país é um dos primeiros movimentos que traz a demanda por graduações em Administração. Este desenvolvimento intensificou a necessidade de profissionais capacitados, aptos às tomadas de decisões, saber organizacional e execução de tarefas necessárias aos negócios. Oliveira e Sauerbronn (2007) explicam que apenas mais tarde, em 1931, com a criação do Ministério da Educação, os cursos superiores são regulamentados. Surge então, o Instituto de Organização Racional do Trabalho (Idort) e, em seguida, o Departamento de Administração do Setor Público (Dasp), e a partir deste último, em 1944, é criada a Fundação Getúlio Vargas (FGV), com o foco na formação em Administração pública e privada.

Ao tratar do ensino da Administração, Romualdo (2012) considera importante mencionar a criação da Universidade de São Paulo (USP), em 1934, como também a criação da Faculdade de Economia e Administração (FEA), no ano de 1946, porém, no caso do curso de Administração da USP, este estava relacionado com a área de Economia, a administração tinha um lugar serviente. Martins (1989) descreve que, no ano de 1952, foi criada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) a Escola Brasileira de Administração Pública (EBAP) e, a partir dessa instituição no Rio de Janeiro, a FGV se preocupou em ter uma escola destinada para a formação de Administradores de Empresas, e isso possibilitou, no ano de 1954, a criação da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (EAESP). Nesta mesma época, outras instituições abriram suas escolas, como a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que em 1951 criou a Faculdade de Ciências Econômicas; em 1954, a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro inaugurou o Instituto de Administração e Gerência (IAG) e, em 1959, a Universidade Federal da Bahia (UFBA) criou a sua Escola de Administração (OLIVEIRA; SAUERBRONN, 2007).

De acordo com Siqueira (2002), em 1966, o Brasil já possuía em torno de 30 escolas de Administração, no entanto, a maioria delas não tinha professores com formação específica. Por essa razão, a EBAP e o Ministério da Educação (MEC) desenvolveram o PRONAPA (Programa Nacional de Aperfeiçoamento de Professores de Administração), responsável por qualificar os docentes através de bolsas integrais nos cursos de pós-graduação. Entre os anos de 1960 e 1970, o ensino superior em administração teve uma forte expansão, advinda dos mesmos fatores que resultaram na sua implantação no país (CANOPF; FESTINALLI; ICHIKAWA, 2005). Em seguida, conforme Siqueira (2002), por volta dos anos

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1980, os programas de pós-graduação em Administração e em Administração Pública ganharam caráter como área de pesquisa/ensino. Já nos anos 1990, houve um enorme crescimento na oferta de cursos de Administração.

A partir da institucionalização do ensino de Administração nos anos 50, o mesmo passou a ser difundido como “produto de exportação”, saindo de um número de 300 instituições ainda nos anos 60 e fechando o ano 2000 com aproximadamente 1.500, considerando apenas os cursos reconhecidos pelo Conselho Nacional de Educação (SIQUEIRA, 2002, p. 10).

De acordo com Motta, Melo e Paixão (2012), no ano de 2006 havia cerca de 770.000 alunos matriculados em cursos presenciais de graduação em Administração no país, logo, 16,4% do total de matrículas do período. Além disso, se considerarem-se a expansão do ensino a distância, os programas de pós-graduação (stricto sensu e lato sensu) e a educação executiva, pode-se afirmar que a área de Administração possui uma das maiores dimensões do país, se não a maior.

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Para a realização desse estudo, em sua primeira etapa, utilizou-se uma pesquisa bibliográfica. Na visão de Reis e Sanz (2008), um trabalho bibliográfico fundamenta-se em contribuições secundárias, onde as informações são extraídas de diferentes autores que versam a respeito do tema objeto daquela pesquisa. Na segunda etapa, foram usados dados primários, ou seja, coletados em primeira mão pelo pesquisador, tendo uma finalidade específica ao abordar o que está sendo considerado naquele estudo (MALHOTRA, 2012).

Sendo assim, este trabalho buscou mapear os cursos presenciais de graduação em Administração existentes no Brasil até o presente momento. Para isso, a coleta de dados consistiu em uma pesquisa por estados no portal e-MEC (Brasil, 2014). Os dados coletados foram mapeados de acordo com a distribuição geográfica dos cursos no país e sua interpretação baseada no material pesquisado a respeito do tema. Salienta-se que a presente pesquisa foi realizada durante os meses de janeiro a novembro de 2014 e contou com o auxílio de ferramentas do software Microsoft Office Excel®.

4. MAPEAMENTO DOS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

A seguir, a partir do mapeamento realizado, visualiza-se, na Figura 1, a distribuição dos cursos de Administração e suas especificidades no país.

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Figura 1- Distribuição dos Cursos de Administração no Brasil

Fonte: Elaborado pelos autores com base nos dados da pesquisa.

No Brasil, atualmente, são oferecidos 3.513 cursos de Administração e suas especificidades, não havendo nenhum deles em suspensão ou fase de fechamento. Destes, 3.440 são cursos de graduação em Administração. Ademais, através da Figura 1, pode-se observar que a graduação em Administração está presente em todos os estados brasileiros, sendo o Sudeste (1.647 cursos), Sul (741 cursos) e Nordeste (608 cursos) as regiões que possuem maior concentração. Somente o estado de São Paulo possui 949 cursos, o que representa 27% dos cursos disponíveis no país nos dias de hoje.

Administração

Legenda para capitais

n07 cursosn09 cursosn13 cursosn15 cursos

n18 cursosn19 cursosn22 cursosn25 cursos

n26 cursosn28 cursosn29 cursosn32 cursos

n34 cursosn38 cursosn44 cursosn45 cursos

n46 cursosn69 cursosn87 cursosn92 cursos

n114 cursosn119 cursosn293 cursos

Legenda para cidades

l01 curso l02 cursos l03 cursos l04 cursos

l05 cursos l06 cursos l07 cursos l08 cursos

l09 cursos l10 cursos l11 cursos l12 cursos

l13 cursos l14 cursos l15 cursos l16 cursos

l18 cursos l19 cursos l21 cursos l22 cursos

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Mesmo havendo grande concentração em determinadas áreas, os cursos encontram-se bem distribuídos por região, tendo em vista que apenas no estado do Amazonas a graduação é oferecida apenas na capital. Uma situação atípica é o estado da Bahia (230 cursos), que oferta mais cursos que os estados do Rio Grande do Sul (221 cursos), Rio de Janeiro (216 cursos) e Santa Catarina (192 cursos), além disso, a Bahia é o 4º estado com maior número de graduações. A região com a menor oferta é a Norte com 177 graduações em Administração, sendo menor inclusive que a cidade de São Paulo que possui atualmente 293 cursos. O estado com o menor volume de cursos é o Acre, que disponibiliza apenas 8 cursos, sendo 7 deles na capital, Rio Branco. Conforme explicitado anteriormente, além dos cursos de graduação em Administração, há outros na área com algumas especificidades. É o caso do curso de Administração Pública (32 cursos) representado pela Figura 2.

Figura 2- Mapeamento dos cursos de Administração Pública

Fonte: Elaborado pelos autores com base nos dados da pesquisa (2014). Administração Pública LEGENDA • Preto – 01 curso • Azul– 02 cursos • Vermelho– 03 cursos

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A partir da Figura 2, percebe-se que os cursos Administração Pública possuem pouca representatividade no país, no entanto, encontram-se bem distribuídos. Diferentemente do que ocorre com a graduação em Administração, curso que tem a maior concentração na região Nordeste (13 cursos), seguida pelo Sudeste (10 cursos), estando presente em todas as regiões do país. Na Figura 3 apresenta-se o mapeamento dos cursos de graduação em Administração Hospitalar ofertados no Brasil.

Figura 3- Mapeamento dos cursos de Administração Hospitalar

Fonte: Elaborado pelos autores com base nos dados da pesquisa.

Ao analisar a Figura 3, percebe-se que o curso de Administração Hospitalar possui apenas 7 cursos oferecidos no Brasil, cuja distribuição segue a seguinte ordem: 3 na região Sudeste, 3 na região Sul e 1 no Nordeste, sendo todos ofertados por instituições privadas. O mapeamento referente à graduação em Administração de Empresas (13 cursos) pode ser visualizado na Figura 4, a seguir.

Administração Hospitalar

LEGENDA

• Preto – 01 curso

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Figura 4- Mapeamento dos cursos de Administração de Empresas

Fonte: Elaborado pelos autores com base nos dados da pesquisa.

Verifica-se, na Figura 4, que o estado brasileiro que disponibiliza a maior quantidade de cursos de graduação em Administração de Empresas é Pernambuco (4 cursos). Novamente, o Nordeste aparece como uma região de destaque, o que demonstra o seu crescimento econômico. Todavia, mesmo com poucas instituições ofertando este curso, ele encontra-se em todas as regiões do país.

Percebe-se que a Administração é uma área que está incluída em praticamente todas as profissões, seja na saúde, na tecnologia, ou até mesmo na agricultura. O seu conceito está presente em diversas profissões, e, com o passar do tempo, surgiu uma demanda de opções de cursos de graduação mais específicas, mas ainda no campo da Administração. Desta forma, o curso de Administração ganhou novas modalidades, conforme segue exposto na Figura 5. Administração de Empresas LEGENDA • Preto – 01 curso • Azul– 02 cursos • Vermelho – 03 cursos

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Figura 5 - Mapeamento dos cursos de Administração em diversas áreas

Fonte: Elaborado pelos autores com base nos dados da pesquisa.

Ao analisar a Figura 5, nota-se que, com exceção do curso de Administração em Recursos Humanos (4 cursos), todos os demais possuem apenas uma única oferta em todo o território nacional. Outro apontamento relevante diz respeito à localização dos mesmos, pois a maioria está presente na região Sul do país (7 cursos). Dentre as opções ofertadas, a grande maioria trata-se de extensões de áreas abordadas durante a graduação, exceto os cursos de Administração Rural (1), localizado no estado de Goiás, onde a agricultura e pecuária são as atividades predominantes na região; o curso de Administração Universitária (1), no estado da Amazônia; e o curso de Administração Rural e Industrial (1), no estado do Rio Grande do Sul, que, assim como Goiás, tem suas principais atividades voltadas para a agricultura e pecuária.

Além destes cursos, a Administração Hospitalar, apresentada na Figura 3, aparece novamente de forma mais específica com os cursos de Administração Hospitalar e Serviços de Saúde (1 curso) e Administração em Sistemas e Serviços de Saúde (1 curso). Portanto, percebe-se que o estudo da Administração se faz presente em todas as áreas, visto que todo profissional lida com clientes ou pacientes, e, de certa forma, necessita ter as noções

• Administração Rural

• Administração Hoteleira

• Administração Universitária

• Administração de Supermercados • Administração de Banco de Dados

• Administração Rural e Agroindustrial

• Administração em Comércio Exterior • Administração da Produção e Operações

• Administração em Gestão Organizacional • Administração de Negócios Internacionais • Administração Hospitalar e Serviços de Saúde • Administração em Sistemas e Serviços de Saúde • Administração de Compras, Estoque e Logística • Administração com Habilitação em Administração

de Empresas

Δ Administração de Recursos Humanos

LEGENDA

• 01 curso Δ 04 cursos

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básicas para administrar seus negócios e sua carreira. Neste sentido, surgiram as graduações em Administração com ênfase em outras áreas, servindo como um complemento e trazendo a gestão para a realidade de cada setor. Sendo assim, sua representatividade pode ser analisada através do Quadro 1.

Quadro 1- Cursos de Graduação em Administração

Cursos Quantidade Percentual

Administração 3.440 97,92%

Administração da produção e operações 1 0,03%

Administração de banco de dados 1 0,03%

Administração de compras, estoque e logística 1 0,03%

Administração de empresas 13 0,37%

Administração com habilitação em administração de empresas 1 0,03%

Administração de negócios internacionais 1 0,03%

Administração de recursos humanos 4 0,11%

Administração de supermercados 1 0,03%

Administração em comércio exterior 3 0,09%

Administração em gestão organizacional 2 0,05%

Administração em sistemas e serviços de saúde 1 0,03%

Administração hospitalar 7 0,19%

Administração hospitalar e serviços de saúde 1 0,03%

Administração hoteleira 1 0,03%

Administração pública 32 0,91%

Administração rural 1 0,03%

Administração rural e agroindustrial 1 0,03%

Administração universitária 1 0,03%

Total 3.513 100,00%

Fonte: Elaborado pelos autores com base nos dados da pesquisa.

Por tratar-se de um curso que para sua criação necessita basicamente de uma sala de aula, sua presença e oferta torna-se possível em todos os cantos do país, isto sem considerar a modalidade EAD (Ensino a Distância) que torna sua abrangência ainda maior.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O curso de Administração é uma das graduações mais procuradas no Brasil, logo, sua oferta ocorre em todos os estados, capitais e regiões metropolitanas do país. Sendo assim, com a realização deste estudo, constatou-se que existe a oferta de mais de 3.500 cursos, com predominância nas regiões mais desenvolvidas economicamente.

No entanto, este trabalho revelou que a região Nordeste possui uma grande parcela das ofertas atuais, sendo a terceira maior região com cursos de Administração no Brasil. Assim, deve-se destacar o estado da Bahia, que oferta mais cursos que os estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. Outro ponto importante é o volume de

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graduações que a cidade de São Paulo oferece atualmente, sendo maior que toda a região Norte do país.

Analisando os mapas, é possível observar que a distribuição das graduações é uniforme em muitos estados, não estando mais concentrada apenas nas regiões metropolitanas. Desta forma, é possível disponibilizar opções de acesso a todos os públicos, das diversas classes sociais.

Este estudo possibilitou ter uma visão da abrangência do curso de Administração no Brasil, o que torna interessante retomá-lo aplicando a outros cursos da área de Ciências Sociais. Além disso, novas pesquisas podem ser realizadas, como no caso de um mapeamento demonstrando as instituições públicas e privadas e sua predominância ou, até mesmo, com índices de vagas ofertadas, habitantes por municípios, renda per capita etc.

REFERÊNCIAS

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Submetido: 07 de abril de 2017 Aceito: 27 de outubro de 2017

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Figura 1- Distribuição dos Cursos de Administração no Brasil
Figura 2- Mapeamento dos cursos de Administração Pública
Figura 3- Mapeamento dos cursos de Administração Hospitalar
Figura 4- Mapeamento dos cursos de Administração de Empresas
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