A centralidade de Sete Lagoas e sua Relação com os Fluxos Populacionais
desde sua Industrialização efetiva (1960 - 2010)*
Tereza Cristina de Azevedo Bernardes Faria1 Marly Nogueira² Felipe Bertelli de Oliveira2
Palavras-chave: Migração; Centralidade Urbana; Cidades Médias; Sete Lagoas;
1 - Introdução
*Trabalho apresentado no XVIII Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, realizado em Águas de Lindóia/SP – Brasil, de 19 a 23 de novembro de 2012
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Graduanda em Geografia IGC/UFMG
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Na visão de Corrêa (2001), a definição de o que é uma cidade média é uma tarefa complexa, já que esta é considerada uma expressão vaga, com múltiplos significados e que possui vantagens de cidades pequenas e as desvantagens encontradas nas grandes cidades. A cidade média seria um tipo de combinação peculiar de três variáveis: tamanho demográfico, funções urbanas e organização do espaço intra-urbano.
Segundo Amorim Filho (2001):
A cidade média deve ser capaz de manter interações constantes e de um nível razoável de intensidade e de qualidade tanto com se espaço regional, quanto com aglomerações urbanas de nível superior. A cidade média deve ter condições necessárias para estabelecer relações de dinamização com o espaço rural microrregional que a envolve. Uma cidade média só deve ser considerada uma cidade média na medida em que já apresente uma certa autonomia na criação de pelo menos uma parcela de seus equipamentos de relações externas. Os sistema de redes de cada cidade média deve apresentar uma intensidade e um grau de conectividade tais que já facilitem as já referidas interações com o espaço microrregional e com os níveis superiores da hierarquia urbana.
Localizado na região central do estado de Minas Gerais, no contato entre duas regiões importantíssimas, as Minas, representada pelo Quadrilátero Ferrífero e as Gerais, (região noroeste de minas tradicionalmente pecuarista), o município de Sete Lagoas conquistou sua autonomia respeitável em relação à Belo Horizonte.
Sua autonomia considerável remete ao fato de que Sete Lagoas é capaz de satisfazer as necessidades de consumo e de serviços da população do município e de sua área de influência. A microrregião de Sete Lagoas é abrange os seguintes municípios (Mapa 1): Araçaí, Baldim, Cachoeira da Prata, Caetanópolis, Capim Branco, Cordisburgo, Fortuna de Minas, Funilândia, Inhaúma, Jaboticatubas, Jequitibá, Maravilhas, Matozinhos, Papagaios, Paraopeba, Pequi, Prudente de Morais, Santana do Pirapama, Santana do Riacho e Sete Lagoas (sede).
Com uma população de 214.152 habitantes, sendo a maioria rural, o PIB 2009 de Sete Lagoas foi estimado em 4.105.512 milhões de reais, sendo que o setor de serviços contribui com a maior porcentagem, cerca de 45% segundo o IBGE.
O fato é que, Sete Lagoas exerce sua função de centralidade, já que atende as necessidades do setor produtivo, do setor secundário e do terciário regionalmente. Para explicar o surgimento do município com uma importante centralidade, um tópico será dedicado ao histórico da cidade.
Segundo Nogueira (2003), a centralidade de Sete Lagoas tanto numa escala estadual, como numa escala microrregional, caracteriza-se pela ascendência que a cidade tem, de oferecer seus serviços a todas as cidades da rede urbana, que não ultrapassam o nível hierárquico local. Embora o esse centro urbano esteja tão próximo de Belo Horizonte e receba influência deste em nível mesorregional, ele consegue manter uma autonomia respeitável diante dos municípios que compõem sua área de influência. Uma das razões que explicariam tal fato, foi proposta por SANTOS (2001), quando este define as cidades médias como lugar da técnica e do trabalho.
Mapa 1: Microrregião de Sete Lagoas
1.1 – Histórico de Sete Lagoas e a construção de sua centralidade
Como já foi citado, Sete Lagoas está situada na entre a região das Minas e das Gerais, devido a esse fato, o município passou a ser conhecido como “Boca do Sertão”. Ou seja, está no contato de duas regiões que possuem particularidades fisionômicas e econômicas. A primeira, diz respeito a uma porção do território mineiro onde ocorrem jazidas de minerais ferrosos, além de uma cobertura vegetal mais robusta, caracterizada como floresta estacional semi-decidual. Por outro lado, as Gerais possuem em abundância calcários do Grupo Bambuí e uma vegetação típica de cerrado, e ainda abrange a Bacia do Rio São Francisco, onde a pecuária extensiva foi praticada desde os primórdios (NOGUEIRA,2003).
A economia da região sete-lagoana era baseada na pecuária, justamente pelo fato de abastecer a região das Minas, naquela época, a porção mais aquecida economicamente de Minas Gerais. No entanto, havia nos arredores de Sete Lagoas um traço industrial, representado por três unidades da Cia de Fiação e Tecelagem Cedro e Cachoeira. Apesar dessas pequenas atividades exercidas ali, o município ainda se mantinha isolado, no que diz respeito ao acesso. O papel das elites, locais e regionais, foram cruciais para o desenvolvimento econômico de Sete Lagoas e de sua afirmação como centralidade.
A implantação da Estrada de Ferro Central do Brasil, em 1896, foi articulada por um importante médico da região, Doutor João Antônio Avelar. Com a chegada da EFCB, o isolamento do centro urbano passa a diminuir e este passa a exercer trocas com municípios não só de sua hinterlândia, mas de regiões mais distantes, tornando-se um notável centro de distribuição de bens e serviços (NOGUEIRA, 2003). Outro reflexo da implantação deste empreendimento está ligado às transformações de toda a hinterlândia, como do pólo influenciador também. Desse modo todos os setores socioeconômicos sofreram impactos positivos com a chegada da ferrovia. Tais impactos são: expressivo aumento populacional, expansão dos limites urbanos, avanços na agropecuária, na indústria e no comércio.
Na década de 1930, Sete Lagoas já era considerada um importante centro comercial, abastecendo boa parte da região Norte do estado de Minas Gerais. Houve uma expansão da economia local e a formação de uma classe ruralista que se tornou crucial no processo de desenvolvimento industrial do município.
A pecuária leiteira se desenvolveu de maneira considerável, e para confirmar ainda mais importância conquistada por Sete Lagoas, foi instalada no fim dos anos 40, a primeira fábrica de leite em pó da Itambé, fora de Belo Horizonte. Além disso, a região sete-lagoana foi considerada durante grande parte do século XX a maior bacia leiteira de Minas Gerais. Sendo assim, a pecuária foi um verdadeiro fator centralizador da política e da economia (NOGUEIRA, 2006).
Para reafirmar a relevância da cidade, no que diz respeito à agropecuária, foi instalado no inicio do último século um pequeno centro de pesquisa agropecuária voltado para pesquisas relacionadas às culturas típicas do cerrado. Esse foi o alicerce para o que hoje é a sede da Embrapa, criada em 1973, na região de Sete Lagoas.
Além de possuir um grande centro de pesquisa em sua área de influência, a cidade foi palco da criação do Banco Agrícola de Sete Lagoas em 1925. Em 1980, esse pequeno banco, o AGRIMISA, já tinha agências nas principais cidades do Brasil, adquirindo um status de banco nacional.
Em meados de 1960, o setor guseiro estadual foi transferido das cidades de Itaúna e Divinópolis para Sete Lagoas, já que esta possuía atrativos como, jazidas de calcário, malha viária, matéria prima abundante e carvão mineral. Foi desse modo que a cidade se tornou o maior pólo guseiro não integrado do Brasil (NOGUEIRA,2006).
Com a chegada da indústria guseira, o centro urbano experimenta uma expansão socioeconômica reafirmando a sua centralidade. O crescimento da população urbana se torna expressivo, principalmente devido aos imigrantes oriundos de sua hinterlândia menos favorecida, formando uma nova classe: a operária (NOGUEIRA,2006).
O apogeu dessa indústria nos anos 80 e 90, permite que Sete Lagoas se firme como pólo regional, atingindo o status de cidade média, a partir de então. Assim, o crescimento explosivo da cidade leva a sua modernização, o setor terciário se expande, já que novas atividades comerciais e de serviços surgem.
O centro urbano pesquisado, também influencia sua hinterlândia oferecendo serviços relacionados à saúde e educação. A Santa Casa de Misericórdia, criada em 1937, é um hospital de referência regional, e atende pessoas não só de sua área de influência como também das demais microrregiões mineiras. Além desse importante centro de saúde, a cidade também é referência quando se fala em educação. A Escola Técnica de Sete Lagoas e a Fundação Educacional Monsenhor Messias, hoje chamada de UNIFEMM (Centro Universitário Monsenhor Messias), exercem um papel expressivo, atraindo estudantes de toda a região e de algumas porções de Minas e do Brasil.
Assim como os equipamentos hospitalares e educacionais, Sete Lagoas se modernizou e atraiu para o seu território municipal novas atividades representadas pelo setor de
autopeças, de capital italiano, e pela montagem de veículos leves da IVECO, pertencente ao grupo FIAT (NOGUEIRA,2006).
Percebe-se então que a centralidade de Sete Lagoas foi sendo construída aos poucos, com a influência de agentes sociais, como a elite local e também devido às suas particularidades econômicas e fisionômicas que permitiram o aproveitamento das particularidades existentes.
O objetivo principal deste trabalho é entender a centralidade de Sete Lagoas, a partir da exploração de dados referentes ao fluxo e ao crescimento populacional do município. Dentre os objetivos específicos espera-se conhecer a evolução demográfica da população, explorar os dados referentes à migração nas últimas décadas, avaliar os fluxos populacionais e por fim, entender a dinâmica populacional.
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-Metodologia
Para confecção do presente trabalho, primeiramente foi realizado um levantamento bibliográfico sobre o assunto abordado. Após essa primeira etapa, coletou-se os dados necessários dos Censos Demográficos realizados nas últimas décadas, e estes foram trabalhados no Excel 2007. Foram utilizados os seguintes dados:
• Taxa de Crescimento Relativo;
((Nf – Ni) / Ni) / t
Sendo: Ni = número de indivíduos no início do período considerado Nf = número de indivíduos no final do período considerado
t = duração do período considerado.
• População Absoluta dos anos 1960, 1970, 1980, 1991, 2000 e 2010; • População Urbana e Rural; Feminina e Masculina.
Desse modo, com os dados processados em formas de tabelas e gráficos, foi possível a elaboração dos resultados a seguir.
3 – Resultados
3.1 – Caracterização Geral da População
Tabela 1: População absoluta e crescimento relativo de Sete Lagoas População
Anos Crescimento Relativo (%)
1960 1970 1980 1991 2000 2010 60-70 70-80 80-91 91-00 00-10 60-2010 TOTAL 41656 66585 100628 143950 184692 214152 59,8 51,1 43,1 28,3 15,9 514,1 URBANA 36482 61142 94604 140060 180613 208956 67,6 54,7 48 29 15,6 572,8 RURAL 5174 5543 6024 3890 4079 5196 7,1 8,7 -35,4 4,9 27,3 0,4
A partir da Tabela 1, pode-se perceber que entre os anos de 1960 e 2010, Sete Lagoas obteve um crescimento bastante considerável. Em 1960, a população sete-lagoana era estimada em 41.656 habitantes, segundo o Censo Demográfico do IBGE de 2010, o mais recente, a população atual do município é de 214.152 habitantes. Já foi destacado que a chegada da indústria guseira impactou e trouxe transformações socioeconômicas, principalmente a expansão do contingente urbano de acordo com a tabela. O crescimento
negativo da população rural ocorreu entre os anos 1980 e 1990, esse fato pode estar atrelado ao apogeu da indústria de transformação. Já nos anos seguintes, a população rural registra um aumento que pode ter relação à crise vivida pelo setor de ferro gusa após os anos 90, contribuindo para que a ela retorne à zona rural registrando assim, um aumento do número de pessoas residentes ali após o ano 2000.
3.2 – Dinâmica Demográfica de Sete Lagoas
A tendência mundial, no que diz respeito à evolução populacional, é que todo país sofra mudanças na sua estrutura etária. Países desenvolvidos, como Itália, Japão e Canadá, dentre outros, já completaram o processo de evolução etária, chamado de transição demográfica por muitos demógrafos.
Sabe-se que toda a população mundial vem passando por um processo de transição demográfica. Alguns países se encontram em fases mais avançadas e outros estão nas fases iniciais. Os países desenvolvidos como a Inglaterra, Itália, França, Japão e Canadá, dentre outros, experimentam um momento em que as taxas de fecundidade estão abaixo da chamada taxa de reposição, 2,1, influenciando na estrutura etária, provocando um envelhecimento populacional.
Em meados do século XVII as taxas de fecundidade e de mortalidade na Europa eram altíssimas, gerando um crescimento populacional bem tímido. Porém, no período entre 1650 e 1850, a urbanização, seguida das melhorias na saúde e na higiene, provocaram um declínio da mortalidade, proporcionando então uma explosão demográfica, já que muitas crianças continuaram nascendo e número de mortes foi reduzido. Após 1850 a 1950, ocorre um declínio da fecundidade entre as mulheres européias. Tal fato está atrelado à migração para o meio urbano, aumentando os custos de vida, à ocorrência das Grandes Guerras, obrigando as mulheres a se inserirem no mercado de trabalho, e por fim, à mudança do papel da criança que antes contribuía com a renda e com a nova divisão de trabalho deixa de trabalhar, se transformando em “despesas”.
No caso dos países em desenvolvimento a transição demográfica teve início bem mais tarde, após os anos 40 do século XX. Tais países foram responsáveis pela explosão demográfica que ocorreu entre os anos 40 e 70. O fato que mais chama atenção dos estudiosos é a maneira como alguns dos países em desenvolvimento, como o Brasil, chegaram às fases evoluídas da transição em tão pouco tempo. Em apenas 50 anos, o Brasil passou pelo processo que a Europa levou 150 anos para concluir, e sem nenhuma política incisiva para que a fecundidade reduzisse, como foi realizado na China, com a política do filho único, por exemplo.
Em 1970 a média de fecundidade da mulher brasileira era 5,8 filhos, em 1991 era 2,9 e em 2000, 2,3 filhos. Merrick e Berquó (1983 apud ALVES, 2002) consideram o declínio da fecundidade no âmbito do casamento o elemento principal da aceleração da transição da fecundidade no Brasil, que se intensificou nos anos 1970 com a propagação de mecanismos de restrição do crescimento da família para grupos e regiões de baixa renda. Os autores apresentam os seguintes fatores socioeconômicos que contribuíram com a queda da fecundidade: crescimento dos níveis educacionais e diminuição do analfabetismo, especialmente entre as mulheres; crescimento da taxa de participação feminina no mercado de trabalho; mudança no padrão de consumo devido à inclusão de bens de consumo duráveis e aumento das expectativas de consumo da classe de baixa renda.
A taxa de fecundidade no Brasil, próxima de 2 filhos por mulher, na primeira década do século XXI, pode alcançar entre 1,6 e 1,8 filhos após 2020. Na virada do milênio essas
taxas já eram encontradas entre os grupos socioeconômicos mais favorecidos da população brasileira (PERPÉTUO & WONG, 1999 apud ALVES, 2002).
A análise dos Censos de 1991 e 2000 permite a observação de tendências deste período. Essas tendências revelam o declínio moderado da fecundidade no Brasil e a manutenção praticamente estável da taxa de fecundidade nas regiões mais desenvolvidas do país. Sendo assim, a maior queda ocorreu nas regiões em que a fecundidade ainda era alta (IBGE, 2002 apud BERQUÓ & CAVENAGHI, 2004).
Os níveis de fecundidade têm preocupado não somente os estudiosos da área, mas, sobretudo os formuladores de políticas públicas, dadas suas implicações sociais. Em meados dos anos 50, países subdesenvolvidos como o Brasil, apresentavam uma elevada taxa de fecundidade em relação aos países desenvolvidos. Após os processos de urbanização e industrialização dos brasileiros, ou seja, após a modernização da sociedade e o desenvolvimento da economia, as taxas de fecundidade tiveram redução significativa. Outro fator importante para a diminuição da fecundidade no Brasil foi à inserção da mulher no mercado de trabalho e o aumento do seu nível de escolaridade. Esse argumento se comprova tendo em vista que em regiões onde a população feminina é mais pobre e com menos informação a taxa de fecundidade não apresenta grande redução, como é o caso do nordeste brasileiro e do norte de Minas e Vale do Jequitinhonha e Mucuri.
Gráfico 2: Pirâmide Etária de Sete Lagoas - 2000
Gráfico 3: Pirâmide Etária de Sete Lagoas - 2010
A partir da análise das pirâmides etárias de Sete Lagoas dos anos de 1991, 2000 e 2010, verifica-se que os componentes, ápice, base e corpo da pirâmide, sofreram modificações, ou seja, a estrutura etária está sendo alterada aos poucos. O ápice sofreu uma expansão, o que indica que a população sete-lagoana está vivendo mais, já que a qualidade na saúde vem melhorando, proporcionando um aumento na expectativa de vida ao nascer.
A base, por sua vez, sofreu uma diminuição devido à redução da fecundidade no Brasil e nos seus municípios. Em relação ao corpo da pirâmide ele se manteve relevante e em destaque, enquanto as mudanças na base e no ápice foram mais marcantes. A manutenção de certa estabilidade do corpo, ou seja, dos indivíduos em idade ativa pode estar atrelado ao fato de que os imigrantes que chegaram à cidade se encaixavam nas características típicas desta porção da pirâmide.
Nas tabelas abaixo, onde se encontram os dados referentes à emigração (2 e 3) e imigração (4 e 5), observa-se que a imigração nos períodos analisados sempre foi maior que a emigração, as vezes a primeira era o dobro da segunda. Ou seja, desde 1980, o período que tinha os dados disponíveis, o saldo migratório de Sete Lagoas tem sido positivo desde os anos analisados.
O movimento pendular, trajeto diário dos moradores de Sete Lagoas que trabalham em outras localidades, expresso na tabela 6, permite um exercício sobre a espacialidade da influência sete-lagoana no território mineiro, principalmente.
Tabela 2: Emigração de Sete Lagoas (1975/1980 e 1986/1991) Emigração
1975/1980 1986/1991
Município UF N Município UF N
Belo Horizonte MG 2419 Belo Horizonte MG 948
Prudente de Morais MG 335 Contagem MG 288
Brasília DF 270 Inhaúma MG 259
Contagem MG 234 Prudente de Morais MG 231
Curvelo MG 221 Montes Claros MG 201
Pedro Leopoldo MG 204 Papagaios MG 198
São Paulo SP 196 Curvelo MG 177
Pirapora MG 180 Pedro Leopoldo MG 168
Matozinhos MG 164 Brasília DF 167
Felixlândia MG 158 Jequitibá MG 163
Montes Claros MG 147 Funilândia MG 155
João Pinheiro MG 133 Paraopeba MG 123
Inhaúma MG 132 Baldim MG 106
Três Marias MG 108 Barbacena MG 104
Araçaí MG 107 São Paulo SP 100
Cordisburgo MG 102 Divinópolis MG 99
Vespasiano MG 99 Ribeirão das Naves MG 97
Funilândia MG 91 Matozinhos MG 96
Rio de Janeiro RJ 91 Cordisburgo MG 86
Ribeirão das Neves MG 85 Vitória ES 83
Divinópolis MG 80 Cachoeira da Prata MG 81
Paraopeba MG 78 Araguaina MG 79
Santana de Pirapama MG 74 Diamantina MG 78
Betim MG 69 Esmeraldas MG 77
Formiga MG 69 Bauru SP 74
Goiânia DF 61 Porteirinha MG 73
Capim Branco MG 59 Fortuna de Minas MG 71
Corinto MG 58 Pindamonhangaba SP 70
Pompéu MG 56 Paracatu MG 69
Itauna MG 56 Três Marias MG 66
Ipatinga MG 55 Santana de Pirapama MG 64
Salvador BA 51 Carmo do Paranaíba MG 63
Caetanópolis MG 46 Uberlândia MG 60
Coronel Fabriciano MG 42 Orós CE 60
Emigração
1975/1980 1986/1991
Rio Branco AC 40 Pompéu MG 56
Jequitibá MG 38 Santa Luzia MG 56
Diamantina MG 38 Arcos MG 55
Guarda-Mor MG 38 Felixlândia MG 53
Cristalina GO 38 Caetanópolis MG 50
Sabará MG 37 Valinhos SP 49
Uberlândia MG 36 Santos Dumont MG 48
Governador Valadares MG 36 Sabará MG 48
Paracatu MG 35 Itambacuri MG 47
São Bernardo do Campo SP 34 Gouveia MG 45
São Gonçalo do Abaeté MG 33 Formosa GO 45
Oliveira MG 32 Igarapé MG 44
Santa Luzia MG 31 Morada Nova de Minas MG 44
Araguari MG 31 Montanha ES 43
TOTAL 6868 TOTAL 5574
TOTAL GERAL 8330 TOTAL GERAL 7406
PERCENTUAL 82,4% PERCENTUAL 75,3%
Tabela 3: Emigração de Sete Lagoas (1995/2000 e 2005/2010) Emigração
1995/2000 2005/2010
Município UF N Município UF N
Belo Horizonte MG 1558 Belo Horizonte MG 1738
Curvelo MG 242 Curvelo MG 333
São Paulo SP 204 Prudente de Morais MG 315
Matozinhos MG 199 Contagem MG 240
Inhaúma MG 197 Betim MG 211
Prudente de Morais MG 192 Três Marias MG 206
Ribeirão das Neves MG 178 Caetanópolis MG 205 Pedro Leopoldo MG 175 Ribeirão das Neves MG 177
Brasília DF 172 Paraopeba MG 169
Contagem MG 154 Funilândia MG 167
Montes Claros MG 154 Montes Claros MG 153
Funilândia MG 152 Jequitibá MG 144
João Pinheiro MG 138 Recife PE 144
Uberlândia MG 134 Santana de Pirapama MG 143
Santana de Pirapama MG 120 Divinópolis MG 138
Divinópolis MG 112 Brasília DF 133
Paraopeba MG 105 Inhaúma MG 130
Jequitibá MG 104 Corinto MG 121
Betim MG 104 Pedro Leopoldo MG 114
Pompéu MG 95 Nova Serrana MG 108
Emigração
1995/2000 2005/2010
Santo André SP 94 Vespasiano MG 104
Capim Branco MG 89 Matozinhos MG 92
Itaúna MG 84 Fortuna de Minas MG 89
Lavras MG 81 Sabará MG 85
Ibiá MG 77 Cordisburgo MG 81
Santa Luzia MG 76 Vitória ES 74
Diamantina MG 76 Maravilhas MG 74
Pará de Minas MG 74 Patrocínio MG 74
Coronel Fabriciano MG 71 Jaboticatubas MG 73
Nova Lima MG 71 Felixlândia MG 71
Juíz de Fora MG 71 Fortaleza MG 68
Marataízes ES 67 Guanhães MG 66
Papagaios MG 65 Araçaí MG 63
Várzea da Palma MG 64 Guarulhos SP 60
Patos de Minas MG 61 Maringá PR 58
Itaquaquecetuba SP 61 Duque de Caxias RJ 57
Araçaí MG 59 Coração de Jesus MG 57
Jundiaí SP 57 Balneário Camboriú SC 52
Baldim MG 55 Ibirité MG 51
Esmeraldas MG 55 Rio de Janeiro RJ 51
Felixlândia MG 52 Foz do Iguaçu PR 47
São Gonçalo do Abaeté MG 51 Várzea da Palma MG 47 Santo Antônio do Monte MG 51 Pouso Alegre MG 43
Conselheiro Lafayete MG 49 Curitiba PR 42
Caetanópolis MG 46 Florianópolis SC 42
Vinhedo SP 46 São Leopoldo RS 41
Nova Serrana MG 45 Manhuaçu MG 38
Cordisburgo MG 44 Goiânia GO 37
TOTAL 6376 TOTAL 6935
TOTAL GERAL 8427 TOTAL GERAL 9269
PERCENTUAL 75,7% PERCENTUAL 74,8%
Tabela 4: Imigração para Sete Lagoas (1975/1980 e 1986/1991) Imigração
1975/1980 1986/1991
Município UF N Município UF N
Belo Horizonte MG 2122 Belo Horizonte MG 2672
Santana do Pirapama MG 1796 Curvelo MG 648
Curvelo MG 917 Santana do Pirapama MG 620
Jequitibá MG 587 São Paulo SP 373
Diamantina MG 455 Bocaíuva MG 372
Imigração
1975/1980 1986/1991
João Pinheiro MG 382 Jequitibá MG 344
Corinto MG 367 Cordisburgo MG 342
Buenópolis MG 366 Corinto MG 342
Pompéu MG 339 Pompéu MG 297
Paraopeba MG 302 Buenópolis MG 285
Felixlândia MG 296 Várzea da Palma MG 231
São Paulo SP 283 Pirapora MG 227
Três Marias MG 269 Paraopeba MG 217
Inhaúma MG 266 Diamantina MG 216
Pirapora MG 250 Campinas SP 209
Esmeraldas MG 237 Contagem MG 196
Montes Claros MG 234 Inhaúma MG 196
Funilândia MG 224 Três Marias MG 175
Papagaios MG 221 João Pinheiro MG 172
Araçaí MG 190 Rio de Janeiro RJ 159
Prudente de Morais MG 178 Brasília DF 146
Caetanópolis MG 177 Monte Azul MG 141
Várzea da Palma MG 165 Vespasiano MG 137
Governador Valadares MG 153 Congonhas do Norte MG 137 Cachoeira da Prata MG 151 Cachoeira da Prata MG 128 Fortuna de Minas MG 150 Brasília de Minas MG 118 Rio de Janeiro RJ 147 Couto de Magalhães de Minas MG 117
Baldim MG 129 Capim Branco MG 116
Morada Nova de Minas MG 114 Pedro Leopoldo MG 115
Abaeté MG 109 Fortuna de Minas MG 108
Capim Branco MG 103 Betim MG 99
Araçuaí MG 103 Juiz de Fora MG 98
Matosinhos MG 103 Araçuaí MG 92
Patos de Minas MG 102 Prudente de Moraes MG 88
Pedro Laopoldo MG 94 Funilândia MG 86
Brasília DF 90 Buritizeiro MG 86 Porteirinha MG 90 Porteirinha MG 85 Maravilhas MG 89 Itaúna MG 85 Pitangui MG 88 Viçosa MG 84 Sacramento MG 88 Itaobim MG 80 Sabinópolis MG 78 Juramento MG 80
Coronel Fabriciano MG 77 Esmeraldas MG 79
Bocaíuva MG 73 Morra da Garça MG 79
Divinópolis MG 72 Coronel Fabriciano MG 78
Santo Hipólito MG 70 Unaí MG 77
Capitão Enéas MG 70 Papagaios MG 71
Gouveia MG 60 Formiga MG 71
Imigração
1975/1980 1986/1991
TOTAL 13498 TOTAL 11414
TOTAL GERAL 17075 TOTAL GERAL 14625
PERCENTUAL 79,1% PERCENTUAL 78,0%
Tabela 5: Imigração para Sete Lagoas (1975/1980 e 1986/1991) Imigração
1995/2000 2005/2010
Município UF N Município UF N
Belo Horizonte MG 3452 Belo Horizonte MG 2223
Curvelo MG 722 Curvelo MG 382
Santana do Pirapama MG 686 Santana do Pirapama MG 374
Contagem MG 492 Cordisburgo MG 338
Diamantina MG 479 Diamantina MG 331
Corinto MG 378 Corinto MG 312
Montes Claros MG 374 São Paulo SP 312
Paraopeba MG 353 Contagem MG 301
Rio de Janeiro RJ 297 Brasília DF 272
Várzea da Palma MG 280 Betim MG 264
Três Marias MG 274 Montes Claros MG 254
Buenópolis MG 256 Pedro Leopoldo MG 245
Pirapora MG 245 Jequitibá MG 220
Cordisburgo MG 242 Paraopeba MG 213
São Paulo SP 232 Três Marias MG 189
Felixlândia MG 225 Cachoeira da Prata MG 180
Prudente de Morais MG 218 Matozinhos MG 168
Pompéu MG 216 Várzea da Palma MG 161
Morro da Garça MG 189 Bocaíuva MG 154
Divinópolis MG 187 Inhaúma MG 150
Jequitibá MG 163 Augusto de Lima MG 142
Araçaí MG 160 Pirapora MG 133
Caetanópolis MG 153 Araçaí MG 133
Inhauma MG 151 Patos de Minas MG 132
João Pinheiro MG 140 Santa Luzia MG 129
Raposos MG 138 Ribeirão das Neves MG 127
Baldim MG 137 Gouveia MG 125
Ribeirão das Neves MG 118 Prudente de Morais MG 111
Funilândia MG 118 João Pinheiro MG 111
Uberlândia MG 114 Rio de Janeiro RJ 104
Pedro Leopoldo MG 108 Papagaios MG 102
Gouveia MG 107 Uberaba MG 100
Presidente Juscelino MG 104 Funilândia MG 99
Inimutaba MG 104 Ipatinga MG 96
Imigração
1995/2000 2005/2010
Angra dos Reis RJ 94 Caetanópolis MG 95
Morada Nova de Minas MG 93 Ibirité MG 90
Pitangui MG 89 Pompéu MG 87
Bocaíuva MG 89 Ibiaí MG 86
Juíz de Fora MG 83 Baldim MG 85
Viçosa MG 82 Lagoa Santa MG 82
Esmeraldas MG 78 Juiz de Fora MG 79
Itabira MG 75 Vespasiano MG 77
Marabá PA 74 Felixlândia MG 77
Ipatinga MG 74 Divinópolis MG 74
Coritiba PR 73 Serro MG 74
Paracatu MG 71 Sorocaba SP 74
Teófilo Otoni MG 71 Uberlândia MG 72
Bom Despacho MG 68 Presidente Juscelino MG 70
TOTAL 12825 TOTAL 9905
TOTAL GERAL 16670 TOTAL GERAL 14034
PERCENTUAL 76,9% PERCENTUAL 70,6%
Tabela 6: Movimento Pendular em Sete Lagoas (2000)
Movimento Pendular Origem Destino
Município UF N Município UF N
Belo Horizonte MG 495 Belo Horizonte MG 2366
Prudente de Morais MG 468 Prudente de Morais MG 248
Contagem MG 180 São Paulo SP 155
Inhaúma MG 172 Matozinhos MG 143
Paraopeba MG 143 Contagem MG 140
Cachoeira da Prata MG 129 Papagaios MG 138
Pedro Leopoldo MG 111 Pedro Leopoldo MG 136
Araçaí MG 106 Inhaúma MG 118
Caetanópolis MG 100 Rio de Janeiro RJ 99
Cordisburgo MG 94 Caetanópolis MG 82 Funilândia MG 87 Esmeraldas MG 72 Curvelo MG 82 Viçosa MG 68 Matozinhos MG 81 Betim MG 65 Betim MG 81 Funilândia MG 61 Baldim MG 57 Paraopebas MG 56
Esmeraldas MG 56 Cachoeira da Prata MG 50
Jequitibá MG 52 Capim Branco MG 47
Santana de Pirapama MG 50 Curvelo MG 44
Gouveia MG 45 Montes Claros MG 43
Movimento Pendular O i D ti
Montes Claros MG 39 Araçaí MG 35
Fortuna de Minas MG 39 Flores de Goiás GO 32
Capim Branco MG 35 Nova Lima MG 31
Turmalina MG 31 Jequitibá MG 30
Santa Luzia MG 29 Diamantina MG 29
Ribeirão das Neves MG 29 Uberaba MG 29
Três Marias MG 27 Vespasiano MG 29
Pirapora MG 23 Santana de Pirapama MG 29
Vazante MG 23 Ouro Preto MG 28
Lagoa dos Patos MG 22 Pirapora MG 28
Brumadinho MG 22 Corinto MG 23
Itaúna MG 22 Alfenas MG 23
Coronel Fabriciano MG 20 Pompéu MG 21
Caeté MG 19 Buenópolis MG 19
Presidente Juscelino MG 19 Muriaé MG 19
Sabará MG 18 Juiz de Fora MG 19
Pará de Minas MG 18 Uberlândia MG 19
Caratinga MG 17 Nova Serra MG 16
Barão de Cocais MG 16 Florestal MG 16
Miguel Pereira RJ 16 Capelinha MG 15
Várzea da Palma MG 15 Cachoeiro do Itapemirim ES 12
Minas Novas MG 14 Cabeceira Grande MG 12
Guanhães MG 14 Itatiaiuçu MG 12
São Gonçalo do Rio Preto MG 14 Barbacena MG 12
Ipatinga MG 13 Jaíba MG 11
São João Evangelista MG 13 Brasília DF 11
Congonhas do Norte MG 12 Ribeirão das Neves MG 11
Lagoa Santa MG 11 Barão de Cocais MG 11
Barreiros PE 11 Belo Vale MG 11
TOTAL 3.228 TOTAL 4.756
TOTAL GERAL 3.538 TOTAL GERAL 5.731
PERCENTUAL 91,2 PERCENTUAL 82,9
4 – Considerações Finais
A apuração dos resultados envolvendo os processos de evolução e mobilidade populacional, permite observar que Sete Lagoas influencia uma vasta área, o que reafirma a sua centralidade urbana. Os serviços oferecidos pela cidade atraem as populações de muitos municípios, em busca de trabalho, educação, comércio e atendimento hospitalar. O desenvolvimento econômico de Sete Lagoas, ligado principalmente à chegada das sidrúrgicas, levou à uma expansão populacional, sobretudo no “corpo’ da pirâmide etária, que representa a população em idade ativa (PIA).
De acordo Nogueira (2003), Sete Lagoas é uma cidade média que está muito proxima de Belo Horizonte, mas que consegue se afirmar e forjar uma relativa autonomia frente à metrópole, e, devido à tal fato, possui um insersão privilegiada na rede urbana mineira. Ainda de acordo com a referida autora, Sete Lagoas, assim como as demais cidades médias de interior de Minas, tem a capacidade de concentrar as atividades do trabalho e da técnica (SANTOS; SILVEIRA, 2001), comandando determinados fluxos regionais, formandoa sua própria hinterlândia.
5 – Referências
ALVES, José Eustáquio Diniz. A Polêmica Malthus versus Condorcet reavaliada à luz da transição demográfica. Rio de Janeiro, Escola Nacional de Ciências Estatísticas, 56 p., n. 4, 2002.
AMORIM FILHO, O.; SERRA, R. V. Evolução e perspectivas do papel das cidades médias no planejamento urbano e regional. In: ANDRADE, T. A.; SERRA, R. V. (org.) Cidades médias brasileiras. Rio de Janeiro: IPEA, 2001. p.1-34.
BERQUÓ, Elza; CAVENAGUI, Suzana. Mapeamento sócio-econômico e demográfico dos regimes de fecundidade no Brasil e sua variação entre 1991 e 2000. Trabalho apresentado no XIV Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, realizado em Caxambu – MG – Brasil, de 20- 24 de Setembro de 2004.
IBGE, Instituto de Geografia e Estatística, Censos Demográficos 1991, 2000 e 2010. ITAMBÉ, http://www.itambe.com.br/pagina/472/home.aspx, acesso em 15/03/2012.
NOGUEIRA, Marly, A construção de uma centralidade urbana: Sete Lagoas. Sociedade & Natureza, Uberlândia, n°18, ano 35. 109-121. 2006.
NOGUEIRA, Marly. Sete Lagoas: a dinâmica funcional de um lugar na rede urbana de Minas Gerais. Rio de Janeiro, UFRJ/IGEO, 2003. Tese de Doutorado.
SANTOS, Milton; SILVEIRA, Maria Laura. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. Rio de Janeiro. Record, 2001.
PREFEITURA DE SETE LAGOAS, http://www.setelagoas.mg.gov.br, acesso em 15/03/2012