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COMPATIBILIDADE ENTRE FORMAÇÃO PROFISSIONAL E ATUAL OCUPAÇÃO: A EXPERIÊNCIA RECENTE DA POPULAÇÃO OCUPADA NA REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO

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COMPATIBILIDADE ENTRE FORMAÇÃO

PROFISSIONAL E ATUAL OCUPAÇÃO:

A EXPERIÊNCIA RECENTE

DA POPULAÇÃO OCUPADA

NA REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO

1

Margareth Izumi Watanabe2 Paula Montagner3

Admitindo, como ponto de partida, que a emergência de um novo paradigma de produção, com a substituição do padrão eletro-mecânico pela automação flexível de base microeletrônica, associada ao fenômeno de globalização da economia, que desafia as empresas a aumentarem a produtividade e a se tornarem competitivas estaria exigindo trabalhadores mais qualificados, o objetivo do texto é exami-nar em que medida a qualificação obtida através de processos de aprendizado formalizado – formas sistematizadas como cursos e trei-namentos – apresenta compatibilidade com o trabalho exercido. Tendo em vista este objetivo, foi realizado um exercício exploratório que buscou mensurar a proporção de ocupados que exerciam ocupações associadas à formação obtida, incluindo-se tanto os cursos de capaci-tação contratados e/ou promovidos pelas empresas e os realizados por iniciativa individual, como os cursos de nível superior e/ou profissio-nalizantes ofertados pelos sistemas de ensino.

As informações utilizadas para esta análise provêm de um questionário suplementar4 da Pesquisa de Emprego e Desemprego

1 Este texto constitui uma síntese de idéias previamente exploradas nos relatórios:

Dificuldades e Expectativas dos Empregadores. Relatório XV, São Paulo, abril de

1998, mimeo e Relatório de Pesquisa SEADE – FINEP III, São Paulo, junho de

1998, mimeo. As autoras agradecem às instituições pela cessão dos dados, isentando-as de responsabilidades sobre as análises.

2 Socióloga. Analista da Fundação SEADE. 3 Economista, Analista da Fundação SEADE.

4 Entre março e dezembro de 1997, foram entrevistadas cerca de 65.000 pessoas com pelo menos 15 anos de idade, residentes na Região Metropolitana de São Paulo.

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(PED), elaborada em convênio entre a Fundação SEADE, o DIEESE, a Secretaria Estadual de Educação e a FINEP. Este suplemento permitiu captar informações detalhadas relativas às habilitações ob-tidas pelos ocupados na Região Metropolitana de São Paulo nos cursos de 2º grau Técnico e de 3º grau5 e o principal curso complementar realizado pelo indivíduo com o objetivo de ampliar suas oportunidades de inserção profissional.

Entendeu-se como cursos complementares aqueles que estendem a formação obtida na escola e/ou são realizados de forma complementar ao aprendizado obtido na prática de trabalho. Foram também incluídos os cursos de extensão universitária e de pós-gradua-ção, sendo entretanto identificados de forma diferenciada: foram denominados como cursos livres aqueles que não exigiam como pré-requisito a conclusão do 3º grau e os demais considerados como cursos de pós-graduação.

Ficou explícito ao entrevistado que entendia-se por curso complementar todo o processo sistemático de aquisição de conheci-mentos, excluídos seminários, palestras e conferências.

Uma vez identificados os cursos complementares através de nome ou tema, e aceitando a indicação de que aquele curso era considerado pelo indivíduo como o mais importante para a atual ocupação, estes foram agregados segundo sua proximidade em relação às diferentes famílias de ocupações. Deste modo, cursos para corte de cabelos, para realização de tintura em cabelos, para a elaboração de penteados foram classificados como cursos livres para cabeleireiros. Da mesma forma, os diferentes cursos destinados a familiarizar os usuários com os diferentes programas de linguagem dos computado-res, independentemente do estágio de conhecimento obtido, foram denominados cursos livres de informática.

5 A partir da Lei Federal n. 9.349/96, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, e do Decreto Federal n. 2.208, de 17 de abril de 1997, foram alteradas as denominações referentes aos vários níveis e modalidades de ensino. O antigo ensino de 1º grau denomina-se ensino fundamental, o 2º grau, ensino médio, o 3º grau, ensino superior, sendo que atualmente os antigos cursos de 2º grau profissionalizante tornaram-se parte de um novo sub-sistema, o de educação profissional. No presente estudo foram, entretanto, mantidas as antigas denomi-nações.

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Quanto à distribuição dos cursos complementares segundo áreas de formação destacam-se os de informática, datilografia e lín-guas estrangeiras, que correspondem a um terço do total de cursos citados como o mais importante para a atual ocupação. Além destes, podem ainda ser destacados os de corte e costura, mecânica, enferma-gem, vendas, cabeleireiros, vigilância e administração. Estes, somados aos três primeiros, totalizaram mais de 50% das indicações.

Na identificação dos cursos profissionalizantes e dos cor-respondentes ao 3º grau foram utilizadas as classificações fornecidas pela Secretaria Estadual de Educação e pelo MEC. Estas também foram agregadas segundo sua proximidade em relação às diferentes famílias de ocupações.

Para indicar a existência de compatibilidade entre forma-ção profissional e trabalho exercido foram discriminadas diversas situações. Para os ocupados que realizaram 2º grau técnico ou 3º grau, foram aceitas como compatíveis situações em que a ocupação corres-pondia à mesma área da graduação ou do curso técnico e/ou a ocupação envolvia a mesma área do curso complementar. No presente estudo, esta situação será denominada como compatibilidade total.

Nos casos em que isto não ocorreu, foram diferenciados três tipos de situação: quando a ocupação envolvia tarefas de chefia, gerência ou de direção; quando a ocupação, apesar de diferente da formação, correspondia a um nível de escolaridade compatível; e a terceira, considerada como de incompatibilidade, quando verificou-se descolamento total entre as áreas de formação e de trabalho. As duas primeiras situações serão denominadas como sendo de compatibilida-de parcial.

No que diz respeito à primeira situação, as atividades de chefia, gerência e direção, por significarem uma situação positiva, serão tratadas como representando uma compatibilidade parcial entre formação e trabalho.

A segunda situação inclui os ocupados que exerciam tare-fas cuja área de formação aparentemente não apresenta compatibili-dade com a ocupação. Nestes casos, devido à agregação dos códigos das ocupações e das áreas de formação, a compatibilidade entre ocupação e formação, mesmo que exista, não pode ser captada adequadamente. É o caso, por exemplo, de um ocupado que exerce o cargo de técnico em administração hospitalar e cuja área de formação era de técnico

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em contabilidade. Em tal situação, as habilidades obtidas no curso técnico realizado são aparentemente compatíveis com a área de atua-ção ocupacional, podendo ser, portanto, aceito como uma trajetória coerente.

Quanto aos ocupados que não fizeram cursos profissiona-lizantes e aqueles que não atingiram o 2º grau, buscou-se diferenciá-los segundo a realização de curso complementar e o tipo de posto de trabalho que se encontravam inseridos, definido pelo vínculo empre-gatício, o tamanho da empresa e o tempo de permanência no atual emprego.

A seguir serão apresentadas as informações relativas à distribuição dos ocupados segundo nível de instrução obtido.

1 OCUPADOS COM 3º GRAU COMPLETO

Entre os ocupados da RMSP, cerca de 14% haviam concluí-do o 3º grau. A maioria (75%) havia realizaconcluí-do cursos complementares à graduação, entre os quais os de pós-graduação apresentaram menor participação (22%) que os cursos livres (78%). Devido às especificida-des que caracterizam os cursos de pós-graduação, estes foram especificida- desta-cados dos cursos complementares, sendo portanto distinguidos dos cursos livres.

Tabela 1

DISTRIBUIÇÃO DOS OCUPADOS COM 3º GRAU COMPLETO, SEGUNDO REALIZAÇÃO DE CURSOS COMPLEMENTARES

REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO 1997(1)

em porcentagem Participação no total

de ocupados de ocupados com 3º grauDistribuição no total

3º grau completo 14,2 100,0

Com curso de pós-graduação 2,3 16,3

Graduação e curso livre 8,3 58,5

Graduação sem curso livre 3,6 25,2

Fonte: SEP. Convênio SEADE – DIEESE. Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED. (1) Março a novembro de 1997.

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Entre os cursos de 3º grau realizados pelos ocupados, destacam-se Administração, Engenharia, Direito, Pedagogia e Letras, responsáveis por mais de 50% do total de cursos de ensino superior freqüentados pelos ocupados (Tabela 2).

Tabela 2

DISTRIBUIÇÃO DOS OCUPADOS COM 3º GRAU, SEGUNDO ÁREA DE FORMAÇÃO DO CURSO DE GRADUAÇÃO

REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO 1997(1)

em porcentagem Distribuição no total de ocupados

com 3º grau Total 100,0 Administração 18,4 Engenharia 11,3 Direito 10,8 Pedagogia 5,3 Letras 4,9 Contabilidade 4,6 Economia 4,3 Psicologia 3,7 Programação de computadores/ processamento de dados 3,2 Medicina 2,8

Marketing, publicidade e propaganda 2,3

Odontologia 1,9 Educação física 1,9 Biologia 1,7 Arquitetura 1,6 Jornalismo 1,5 Outros cursos 19,8

Fonte: SEP. Convênio SEADE – DIEESE. Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED. (1) Março a novembro de 1997.

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Ressalte-se a concentração observada nos cursos de Admi-nistração e Engenharia, áreas cujo campo de aplicabilidade é mais generalizante, permitindo a estes profissionais uma maior flexibilida-de.

Quanto à compatibilidade total entre os cursos realizados e a atual ocupação, verifica-se maior aderência para aqueles ocupados que realizaram cursos de pós-graduação: 44% exerciam tarefas com-patíveis com o curso complementar realizado (Tabela 3). Entre os ocupados que só realizaram cursos livres, este percentual corresponde a 27%, proporção semelhante à encontrada entre ocupados que só realizaram a graduação (26%).

Tabela 3

DISTRIBUIÇÃO DOS OCUPADOS

COM 3º GRAU COMPLETO POR TIPO DE ESPECIALIZAÇÃO, SEGUNDO COMPATIBILIDADE ENTRE A OCUPAÇÃO ATUAL

E O CURSO COMPLEMENTAR AO 3º GRAU REALIZADO REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO 1997(1)

em porcentagem Participação no total

de ocupados de ocupados com 3º grauDistribuição no total

3º grau completo 14,2

Com curso de pós-graduação 2,3 100,0

Compatibilidade total 1,0 43,7

Compatibilidade parcial 0,9 40,4

Incompatibilidade 0,4 15,9

Graduação e curso livre 8,3 100,0

Compatibilidade total 2,2 26,6

Compatibilidade parcial 3,2 38,3

Incompatibilidade 2,9 35,1

Graduação sem curso livre 3,6 100,0

Compatibilidade total 0,9 26,0

Compatibilidade parcial 1,4 38,4

Incompatibilidade 1,3 35,6

Fonte: SEP. Convênio SEADE – DIEESE. Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED. (1) Março a novembro de 1997.

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Esta correspondência entre formação e trabalho fica mais evidente quando se agregam os ocupados para os quais a corres-pondência não era explícita, mas que ocupavam cargos de direção ou de gerência, ou de nível superior, ou seja, denominados como compa-tibilidade parcial. Nesse caso, cerca de 84% apresentavam vinculação entre a ocupação exercida e a formação adquirida. Para os demais ocupados com 3º grau, independentemente de terem realizado curso livre ou não, este percentual fica em torno de 65%.

O fato de não se observarem diferenças substantivas quan-to à compatibilidade quan-total de formação e ocupação entre os segmenquan-tos que realizaram cursos livres (26,6%) e aqueles que só tinham a graduação (26,0%) permite inferir que os cursos livres não resultaram numa inserção mais compatível com a formação obtida. Corrobora esta indicação a maior concentração de cursos livres em áreas mais gené-ricas, o que acaba por não permitir maior especialização na formação específica.

Verifica-se que, independentemente do sexo, os ocupados com pós-graduação apresentaram patamares superiores de corres-pondência total entre formação e trabalho. Entretanto, pode-se desta-car a proporção mais reduzida de mulheres em situações que permi-tam indicar correspondência entre ocupação e formação obtida. En-quanto entre os homens que não cursaram pós-graduação a situação de incompatibilidade correspondia a cerca de 23%, independente da realização de curso livre, entre as mulheres era praticamente o dobro, 48% e 50%, se realizaram ou não cursos livres (Tabela 4).

2 OCUPADOS COM 2º GRAU TÉCNICO

Para 6,6% dos ocupados, o grau de instrução mais elevado corresponde ao 2º grau técnico concluído. A maioria destes (65%), além de realizar curso profissionalizante, estendeu sua formação através da realização de cursos livres.

Entre os principais cursos técnicos profissionalizantes com equivalência ao 2º grau realizados pelos ocupados destacam-se Contabilidade, Normal e Programação, que correspondem a 56,2% do total dos cursos técnicos realizados (Tabela 6).

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Tabela 4

DISTRIBUIÇÃO DOS OCUPADOS

COM 3º GRAU COMPLETO POR TIPO DE ESPECIALIZAÇÃO, POR SEXO, SEGUNDO COMPATIBILIDADE ENTRE A OCUPAÇÃO ATUAL

E O CURSO COMPLEMENTAR AO 3º GRAU REALIZADO REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO 1997(1)

em porcentagem 3º grau completo Homens Mulheres Participação no total de ocupados Distribuição no total de ocupados com 3º grau Participação no total de ocupados Distribuição no total de ocupados com 3º grau Total 7,5 6,7 Com curso de pós-graduação 1,2 100,0 1,1 100,0 Compatibilidade total 0,5 42,0 0,5 45,7 Compatibilidade parcial 0,6 51,6 0,3 27,7 Incompatibilidade (2)- (2)- 0,3 26,6 Graduação e curso livre 4,4 100,0 4,0 100,0 Compatibilidade total 1,3 29,5 0,9 23,4 Compatibilidade parcial 2,1 47,6 1,1 28,2 Incompatibilidade 1,0 23,0 1,9 48,4 Graduação

sem curso livre 1,9 100,0 1,7 100,0

Compatibilidade

total 0,6 30,6 0,3 20,6

Compatibilidade

parcial 0,9 46,2 0,5 29,5

Incompatibilidade 0,4 23,2 0,8 49,9

Fonte: SEP. Convênio SEADE – DIEESE. Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED. (1) Março a novembro de 1997.

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Tabela 5

DISTRIBUIÇÃO DOS OCUPADOS COM 2º GRAU TÉCNICO, SEGUNDO REALIZAÇÃO DE CURSOS COMPLEMENTARES

REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO 1997(1)

em porcentagem Participação no total

de ocupados de ocupados com 2º grau técnicoDistribuição no total

2º grau técnico completo 6,6 100,0

Com curso livre 4,3 64,7

Sem curso livre 2,3 35,3

Fonte: SEP. Convênio SEADE – DIEESE. Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED. (1) Março a novembro de 1997.

Tabela 6

DISTRIBUIÇÃO DOS OCUPADOS COM 2º GRAU PROFISSIONALIZANTE,

SEGUNDO ÁREA DE FORMAÇÃO DO CURSO TÉCNICO REALIZADO REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO 1997(1)

em porcentagem Distribuição no total de ocupados

com 2º grau profissionalizante

Total 100,0 Contabilidade 26,3 Normal ou magistério 19,9 Programador 10,8 Administração 9,1 Eletrônica 6,8 Secretariado 5,8 Mecânica 4,5 Outros cursos 16,8

Fonte: SEP. Convênio SEADE – DIEESE. Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED. (1) Março a novembro de 1997.

(10)

A historicamente predominante oferta de cursos na área de magistério e contabilidade, tem sido creditada aos baixos investi-mentos requeridos para sua instalação. Entretanto, o fato de a procura manter-se expressiva leva à consideração de que possivelmente estes cursos, em especial os de contabilidade, acabem por fornecer compe-tências e habilidades básicas de uso mais generalizado, que podem portanto ser mobilizadas em diferentes situações. Resta a dúvida se dada esta forma de apropriação parcial dos conteúdos, não seria necessária uma maior reflexão sobre os objetivos deste curso, envol-vendo possível reformatação quanto a sua duração e conteúdos a serem ministrados.

Maior correspondência entre os cursos realizados e a atual ocupação é observada entre aqueles ocupados que realizaram cursos livres, dos quais cerca de 27% exerciam tarefas compatíveis com o curso técnico ou complementar realizado. Entre aqueles que não realizaram curso livre, este percentual decresce para 15% (Tabela 7).

Tabela 7

DISTRIBUIÇÃO DOS OCUPADOS

COM 2º GRAU TÉCNICO POR REALIZAÇÃO DE CURSO LIVRE, SEGUNDO COMPATIBILIDADE ENTRE A OCUPAÇÃO ATUAL

E O TIPO DE ESPECIALIZAÇÃO REALIZADA REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO 1997(1)

em porcentagem Participação no total

de ocupados de ocupados com 2º grau técnicoDistribuição no total

2º Grau técnico completo 6,6

Com curso livre 4,3 100,0

Compatibilidade total 1,2 27,2

Compatibilidade parcial 0,9 22,2

Incompatibilidade 2,2 50,6

Sem curso livre 2,3 100,0

Compatibilidade total 0,4 15,3

Compatibilidade parcial 0,6 25,5

Incompatibilidade 1,4 59,2

Fonte: SEP. Convênio SEADE – DIEESE. Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED. (1) Março a novembro de 1997.

(11)

Entre aqueles com formação técnica, a maior parte ocupa-va cargos que aparentemente não tinham nenhuma correspondência com sua formação, ou seja, em que não se verifica compatibilidade entre formação e ocupação. Ocupados nestas situações correspondiam a cerca de 51% entre os que realizaram cursos livres e a 59% entre os que não realizaram. Estes patamares são muito superiores aos regis-trados entre os ocupados com 3º grau.

Caso se realize o exercício de agregar os ocupados para os quais não era explícita a correspondência, mas que exerciam cargos de direção ou de gerência, ou ainda tarefas de nível técnico, os percentuais que poderiam ser considerados compatíveis aumentam em ambos os subgrupos, ainda que esta situação seja mais favorável para os que realizaram curso livre. Nesse exercício, cerca de 49% dos ocupados que realizaram curso livre apresentavam vinculação entre a ocupação exercida e a formação adquirida, contra 40% para os que não realizaram curso livre.

Por sexo, observa-se a mesma tendência de maior corres-pondência entre formação e trabalho entre aqueles que realizaram cursos livres. Entretanto, conforme observado entre os ocupados de 3º grau, a proporção de mulheres para as quais é possível indicar maior compatibilidade é inferior à observada entre os homens.

Quando se comparam as situações dos ocupados com 3º grau e com 2º grau técnico, verifica-se que a proporção de incompati-bilidade entre os mulheres com nível superior sem pós-graduação é muito semelhante à verificada entre os homens com 2º grau técnico (Tabela 8).

3 OCUPADOS COM 2º GRAU NÃO PROFISSIONALIZANTE

Para cerca de 13% dos ocupados da RMSP, o grau mais elevado concluído foi o 2º grau não profissionalizante. Como nos grupos de ocupados com maior escolaridade, a maioria havia realizado cursos livres, pois cerca de 66% dos ocupados com 2º grau não profis-sionalizante haviam realizado cursos complementares.

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Tabela 8

DISTRIBUIÇÃO DOS OCUPADOS

COM 2º GRAU TÉCNICO POR REALIZAÇÃO DE CURSO LIVRE, POR SEXO, SEGUNDO COMPATIBILIDADE ENTRE A OCUPAÇÃO ATUAL

E O TIPO DE ESPECIALIZAÇÃO REALIZADA REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO

MARÇO A OUTUBRO DE 1997 em porcentagem 2º grau técnico completo Homens Mulheres Participação no total de ocupados Distribuição no total de ocupados com 3º grau Participação no total de ocupados Distribuição no total de ocupados com 2º grau técnico Total 3,3 3,3

Com curso livre 2,2 100,0 2,1 100,0

Compatibilidade

total 0,6 27,2 0,6 27,3

Compatibilidade

parcial 0,6 26,0 0,4 18,3

Incompatibilidade 1,0 46,8 1,2 54,4

Sem curso livre 1,1 100,0 1,2 100,0

Compatibilidade

total (2) – (2) – (2) – (2) –

Compatibilidade

parcial 0,4 33,1 (2) – (2) –

Incompatibilidade 0,6 55,0 0,8 63,2

Fonte: SEP. Convênio SEADE – DIEESE. Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED. (1) Março a novembro de 1997.

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Neste grupo, a análise da compatibilidade somente pode ser realizada considerando-se a importância do curso complementar para definir sua situação no mercado de trabalho. Para os ocupados que não realizaram cursos livres, serão detalhadas as informações relativas ao posto ocupado, como vínculo empregatício, o tamanho da empresa e tempo de permanência no atual posto.

Para apenas 13% dos ocupados com 2º grau não profissio-nalizante que realizaram cursos livres verifica-se compatibilidade entre as tarefas desempenhadas e as habilidades desenvolvidas no curso complementar realizado (Tabela 10).

Tabela 9

DISTRIBUIÇÃO DOS OCUPADOS COM 2º GRAU PROPEDÊUTICO, SEGUNDO REALIZAÇÃO DE CURSOS COMPLEMENTARES

REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO 1997(1) Participação no total

de ocupados

Distribuição no total de ocupados com 2º grau propedêutico

2º Grau propedêutico completo 12,7 100,0

Com curso livre 8,3 65,7

Sem curso livre 4,3 34,3

Fonte: SEP. Convênio SEADE – DIEESE. Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED. (1) Março a novembro de 1997.

Tabela 10

DISTRIBUIÇÃO DOS OCUPADOS COM 2º GRAU PROPEDÊUTICO QUE REALIZARAM CURSO LIVRE, SEGUNDO COMPATIBILIDADE

ENTRE A OCUPAÇÃO ATUAL E O TIPO DE CURSO REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO 1997(1)

em porcentagem Participação no total

de ocupados

Distribuição no total de ocupados com 2º grau propedêutico e com curso livre 2º grau propedêutico completo 12,7

Com curso livre 8,3 100,0

Compatibilidade total 1,1 12,8

Compatibilidade parcial 1,2 14,3

Incompatibilidade 6,1 72,9

Fonte: SEP. Convênio SEADE – DIEESE. Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED. (1) Março a novembro de 1997.

(14)

Ao agregar a estes ocupados aqueles para os quais não era explícita a correspondência, mas que ocupavam cargos de direção ou de gerência, os percentuais observados são bem inferiores aos verifi-cados para os ocupados com 3º grau ou 2º grau técnico, independen-temente de terem realizado ou não um curso livre. Para os ocupados com 2º grau não profissionalizante e curso livre, a proporção de ocupados em situações que apresentam correspondência entre forma-ção e trabalho era de 27,1%.

Assim como nos outros grupos de escolaridade analisados, verifica-se também para as mulheres uma menor proporção de ocupa-das em situações que envolvem correspondência entre ocupação e trabalho. Cerca de 81% das ocupadas com 2º grau que realizaram cursos livres estavam em situações em que este descolamento era verificado, atingindo o maior percentual entre todos os grupos anali-sados. Para os homens, a proporção, ainda que elevada, é 15 pontos percentuais inferior à encontrada entre as mulheres deste grupo (Tabela 11).

Tabela 11

DISTRIBUIÇÃO DOS OCUPADOS

COM 2º GRAU PROPEDÊUTICO QUE REALIZARAM CURSO LIVRE, POR SEXO, SEGUNDO COMPATIBILIDADE

ENTRE A OCUPAÇÃO ATUAL E O TIPO DE CURSO REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO 1997(1)

em porcentagem Homens Mulheres 2º grau propedêutico completo Participação no total de ocupados Distribuição no total de ocupados com 2º grau propedêutico e com curso livre

Participação no total de ocupados Distribuição no total de ocupados com 2º grau propedêutico e com curso livre

Com curso livre 4,5 100,0 3,8 100,0

Compatibilidade total 0,7 14,8 0,4 10,4

Compatibilidade parcial 0,9 19,4 0,3 8,3

Incompatibilidade 3,0 65,9 3,1 81,2

Fonte: SEP. Convênio SEADE – DIEESE. Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED. (1) Março a novembro de 1997.

(15)

4 OCUPADOS COM 1º GRAU COMPLETO

Do total de ocupados, 20% tinham 1º grau completo. Como nos outros grupos analisados, ainda que em menor proporção, a maioria havia realizado pelo menos um curso livre. Cerca de 51% destes ocupados haviam realizado cursos complementares, em propor-ções semelhantes para homens e mulheres.

Para a parcela que realizou cursos complementares, obser-va-se compatibilidade entre ocupação e curso complementar em 20% dos casos. Note-se que este percentual é maior que o encontrado entre aqueles com 2º grau não profissionalizante (Tabela 13).

Ao agregar a estes ocupados aqueles para os quais não era explícita a correspondência, mas que ocupavam cargos de direção ou de gerência, os percentuais observados mostram-se, entretanto, seme-lhantes aos verificados entre os ocupados com 2º grau não profissio-nalizante e que também realizaram curso livre. A proporção de ocu-pados em situações que apresentam esta correspondência entre for-mação e trabalho era de 28,4% entre aqueles com 1º grau, e de 27,1%, entre os com 2º grau não profissionalizante.

Por sexo, também neste grupo de escolaridade, a proporção de mulheres em situações de descolamento entre ocupação e formação complementar é maior que a observada entre os homens (Tabela 14). Vale destacar ainda o fato que, apesar da proporção ser inferior à

Tabela 12

DISTRIBUIÇÃO DOS OCUPADOS COM 1º GRAU COMPLETO, SEGUNDO REALIZAÇÃO DE CURSOS COMPLEMENTARES

REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO 1997(1)

em porcentagem Participação no total

de ocupados de ocupados com 1º grauDistribuição no total

1º grau completo 20,2 100,0

Com curso livre 10,2 50,8

Sem curso livre 9,9 49,2

Fonte: SEP. Convênio SEADE – DIEESE. Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED. (1) Março a novembro de 1997.

(16)

registrada pelas mulheres, foi entre os homens ocupados com 1º grau que se verificou maior proporção relativa (68,8%) de situações de incompatibilidade entre ocupação e trabalho, comparativamente a outros grupos segundo grau de escolaridade.

Tabela 13

DISTRIBUIÇÃO DOS OCUPADOS COM 1º GRAU COMPLETO QUE REALIZARAM CURSO LIVRE, SEGUNDO COMPATIBILIDADE

ENTRE A OCUPAÇÃO ATUAL E O TIPO DE CURSO REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO

MARÇO A OUTUBRO DE 1997 1997(1)

em porcentagem Participação no total

de ocupados

Distribuição no total de ocupados com 1º grau

e com curso livre

1º grau completo 20,2

Com curso livre 10,2 100,0

Compatibilidade total 2,0 19,9

Compatibilidade parcial 0,9 8,5

Incompatibilidade 7,3 71,6

Fonte: SEP. Convênio SEADE – DIEESE. Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED. (1) Março a novembro de 1997.

Tabela 14

DISTRIBUIÇÃO DOS OCUPADOS

COM 1º GRAU COMPLETO E QUE REALIZARAM CURSO LIVRE, SEGUNDO SEXO E COMPATIBILIDADE

ENTRE A OCUPAÇÃO ATUAL E O TIPO DE CURSO REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO 1997(1)

em porcentagem

Homens Mulheres

1º Grau Completo Participação no total de ocupados Distribuição no total de ocupados com 1º grau Participação no total de ocupados Distribuição no total de ocupados com 1º grau

Com curso livre 6,1 100,0 4,1 100,0

Compatibilidade total 1,3 20,6 0,8 18,9

Compatibilidade parcial 0,7 10,7 (2)– (2)–

Incompatibilidade 4,2 68,8 3,1 75,7

Fonte: SEP. Convênio SEADE – DIEESE. Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED. (1) Março a novembro de 1997.

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5 OCUPADOS COM 1º GRAU INCOMPLETO

Correspondendo à maior parcela entre os grupos segundo grau de escolaridade, os ocupados com 1º grau incompleto repre-sentavam a 46% do total. Ao contrário do observado nos outros grupos de ocupados, a maioria não havia realizado curso livre. Entre os ocupados com este grau de escolaridade, apenas 21,5% haviam reali-zado pelo menos um curso complementar, sendo a proporção entre homens (23,2%) pouco superior à encontrada entre as mulheres (19%).

Para esta parcela que realizou cursos complementares, verificou-se compatibilidade em 28,4% dos casos – percentual superior aos encontrados entre os outros grupos analisados, com exceção do subgrupo do 3º grau que havia realizado pós-graduação (Tabela 16).

Ao agregar a estes ocupados aqueles para os quais não era explícita a correspondência, mas que ocupavam cargos de direção ou de gerência, a proporção encontrada foi de 37%. Estes patamares mostram-se, entretanto, inferiores àqueles registrados pelos ocupados com 2º grau técnico e por todos os subgrupos de ocupados com 3º grau. O mesmo comportamento descrito para os grupos anterio-res se mantém quando se desagregam as informações por sexo (Tabela 17).

Tabela 15

DISTRIBUIÇÃO DOS OCUPADOS COM 1º GRAU INCOMPLETO, SEGUNDO REALIZAÇÃO DE CURSOS COMPLEMENTARES

REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO – 1997(1)

em porcentagem Participação no total

de ocupados

Distribuição no total de ocupados com 1º grau incompleto

1º grau incompleto 46,3 100,0

Com curso livre 10,0 21,5

Sem curso livre 36,3 78,5

Fonte: SEP. Convênio SEADE – DIEESE. Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED. (1) Março a novembro de 1997.

(18)

Tabela 16

DISTRIBUIÇÃO DOS OCUPADOS

COM 1º GRAU INCOMPLETO QUE REALIZARAM CURSO LIVRE, SEGUNDO COMPATIBILIDADE

ENTRE A OCUPAÇÃO ATUAL E O TIPO DE CURSO REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO 1997(1)

em porcentagem Participação no total

de ocupados

Distribuição no total de ocupados com 1º grau incompleto

1º grau incompleto 46,3

Com curso livre 10,0 100,0

Compatibilidade total 2,8 28,4

Compatibilidade parcial 0,8 8,3

Incompatibilidade 6,3 63,2

Fonte: SEP. Convênio SEADE – DIEESE. Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED. (1) Março a novembro de 1997.

Tabela 17

DISTRIBUIÇÃO DOS OCUPADOS

COM 1º GRAU INCOMPLETO E QUE REALIZARAM CURSO LIVRE, SEGUNDO SEXO E COMPATIBILIDADE

ENTRE A OCUPAÇÃO ATUAL E O TIPO DE CURSO REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO 1997(1)

em porcentagem Homens Mulheres 1º grau incompleto Participação no total de ocupados Distribuição no total de ocupados com 1º grau incompleto Participação no total de ocupados Distribuição no total de ocupados com 1º grau incompleto

Com curso livre 6,6 100,0 3,4 100,0

Compatibilidade total 2,1 32,1 0,7 21,3

Compatibilidade parcial 0,6 9,6 (2)– (2)–

Incompatibilidade 3,8 58,3 2,5 72,8

Fonte: SEP. Convênio SEADE – DIEESE. Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED. (1) Março a novembro de 1997.

(19)

Estes resultados parecem demonstrar que, tal como obser-vado em outros países, haveria um descolamento substantivo entre a formação escolar dos indivíduos e suas inserções ocupacionais. No caso da RMSP, esta situação ocorre com elevada freqüência, mesmo entre os ocupados com formação técnica ou com 3º grau que, por terem mais de 25 anos, em tese já haveriam concluído sua formação. O segmento para o qual esta situação não se mostrou relevante é constituído apenas por aqueles que atingiram a pós-graduação, e que, portanto, têm um grau de especialização obtido às custas de um investimento muito longo.

A realização ou não de cursos livres, por sua vez, não resultou em diferenças expressivas tanto para os ocupados com 3º, 2º e 1º graus completos. Este resultado deve ser visto com cautela, pois como a procura por cursos livres está concentrada em cursos de aplicabilidade mais generalizante (informática, línguas estrangeiras e datilografia), a incompatibilidade verificada poderia significar que estes cursos, em especial os primeiros, estariam permitindo uma qualificação de base.

O fato de um percentual expressivo de ocupados terem realizado cursos complementares (44%) indica que a busca por quali-ficação é uma realidade, inclusive para os menos escolarizados. Como se trata de investimentos promovidos pelo próprio indivíduo, isto coloca a necessidade de um maior acompanhamento e controle quanto a autorização e reconhecimento destes pelos órgãos competentes.

Ressalte-se que mesmo entre os desempregados é expres-siva a realização de cursos complementares. Embora em proporção inferior aos ocupados, cerca de 37% dos desempregados haviam reali-zado pelo menos um curso complementar. Quanto aos tipos de cursos realizados, da mesma forma que para os ocupados, predominam infor-mática, datilografia e línguas estrangeiras, responsáveis por 57% dos cursos. Esta proporção é superior à observada entre os ocupados (38%).

Buscando verificar diferenciações na condição de inserção encontrada, procurou-se introduzir duas outras variáveis, rendimento e estabilidade. Entretanto, devido à larga segmentação necessária, a amostra não comportava a caracterização das diferenças salariais no interior dos vários segmentos por nível de escolaridade e realização de cursos complementares, mas foi possível identificar se existiam

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dife-renças expressivas quanto à estabilidade no posto de trabalho, expres-sa no tempo de permanência na ocupação.

Para os ocupados com 2º grau não profissionalizante, 1º grau completo e 1º grau incompleto, o tempo de permanência na atual ocupação encontrado é bastante semelhante, correspondendo a 47 meses, 42 meses e 48 meses, respectivamente. As diferenças na exten-são da permanência entre aqueles que haviam realizado ou não curso livre aparentemente são mais significativas entre os ocupados com menor grau de instrução do que entre aqueles com 2º grau.

Enquanto entre os ocupados com 1º grau incompleto e que realizaram pelo menos um curso livre, o tempo de permanência médio na ocupação era de 58 meses, para aqueles que não haviam concluído qualquer curso esta média correspondia a 45 meses, equivalendo a um diferencial de 13 meses em favor dos primeiros.

Já entre aqueles com o 1º grau completo, que realizaram ou não curso livre, estas médias eram de 45 meses e 38 meses, representando uma situação pouco mais favorável para aqueles que realizaram curso livre. Já entre os ocupados com 2º grau propedêu-tico, estas médias correspondiam, respectivamente, a 48 meses e 44 meses.

Apenas para os ocupados que não tinham completado o ensino fundamental e que haviam realizado curso livre verificou-se tempo de permanência elevada, equivalente ao encontrado entre os ocupados com 2º grau técnico (54 meses).

Indicações relativas aos atributos pessoais entre aqueles com 1º grau incompleto com curso livre mostram que pelo menos 50% dentre eles tinham 40 anos e mais e 66% eram homens, enquanto os ocupados com 2º grau técnico encontravam-se predominantemente nas faixas etárias com menos de 40 anos (76%) e havia relativo equilíbrio na proporção de homens e mulheres.

A combinação destas informações sugere, portanto, que para aqueles com menor grau de instrução, a permanência no quadro funcional está combinada a um maior investimento por parte dos empregadores em termos de sua capacitação. Entre os mais jovens, por outro lado, tenderia a predominar a iniciativa própria, associada à busca de um posto de trabalho mais adequado.

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Vale destacar ainda que o tempo de permanência médio encontrado entre os ocupados com 3º grau completo era de 93 meses, o que corresponde a quase o dobro de meses encontrado entre aqueles que, no máximo, haviam atingido o 2º grau não profissionalizante e a 39 meses mais que o observado entre os ocupados com 2º grau técnico. Comparado o tempo de permanência médio dos ocupados cuja situação ocupacional não se mostrava incompatível com sua trajetória educacional e daqueles em que esta foi considerada explícita, observa-se ainda que para estes últimos havia menor estabilidade, ainda que os patamares médios não fossem substancialmente diver-gentes em relação aos ocupados agregados na primeira situação.

A partir deste exercício, concluí-se que há maior proporção de situações de incompatibilidade para os indivíduos com menores níveis de escolaridade. No entanto, mesmo para aqueles que obtiveram habilitação escolar de caráter específico, como os técnicos e profissio-nais com nível superior, a proporção dos que estariam exercendo atividades descoladas de sua formação permanece elevado.

Note-se ainda que, no que respeita à maior estabilidade no posto de trabalho, as situações mais favoráveis foram encontradas entre aqueles com maior escolaridade. No entanto, a diferença no tempo médio de permanência daqueles com curso livres era apenas pouco superior à encontrada entre aqueles que não os haviam feito.

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