• Nenhum resultado encontrado

Excesso infravermelho e atividade magnética em estrelas da sequência principal

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Excesso infravermelho e atividade magnética em estrelas da sequência principal"

Copied!
65
0
0

Texto

(1)

Departamento de F´ısica Te´orica e Experimental Programa de P´os-Graduac¸˜ao em F´ısica

Excesso Infravermelho e Atividade Magn´

etica em

Estrelas da Sequˆ

encia Principal

Roseane de Lima Gomes

Natal-RN Julho/2018

(2)

Excesso Infravermelho e Atividade Magn´

etica em

Estrelas da Sequˆ

encia Principal

Disserta¸c˜ao de Mestrado apresentada ao Programa de P´os-Gradua¸c˜ao em F´ısica de Departamento de F´ısica Te´orica e Experimental da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito parcial para a obten¸c˜ao do grau de mestre em F´ısica

Orientador: Prof. Dr. Jos´e Renan de Medeiros

Natal-RN Julho/2018

(3)

Gomes, Roseane de Lima.

Excesso infravermelho e atividade magnética em estrelas da sequência principal / Roseane de Lima Gomes. - 2018.

64 f.: il.

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências Exatas e da Terra, Programa de Pós-Graduação em Física.

Orientador: Prof. Dr. José Renan de Medeiros.

1. Atividade magnética Dissertação. 2. Cromosférica -Dissertação. 3. Coronal - -Dissertação. 4. Excesso infravermelho - Dissertação. I. Medeiros, José Renan de. II. Título.

RN/UF/BCZM CDU 524.3

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Central Zila Mamede

(4)
(5)

A Deus, pela oportunidade de estar concluindo esta etapa profissional e pessoal da minha vida.

Aos meus pais, pela educa¸c˜ao e incentivo para progredir nos estudos. Aos professores da UFRPE, da qual fiz minha gradua¸c˜ao, especialmente aos professores Dr. Antˆonio Carlos Miranda e Dr. Alexandro Cardoso pela orienta¸c˜ao e por sempre me incentivarem a progredir na minha vida acadˆemica.

Ao professor Dr. Renan de Medeiros, por me receber nesta institui¸c˜ao e acreditar que posso fazer ciˆencia junto com sua equipe e pela sua orienta¸c˜ao na pesquisa e na minha vida acadˆemica como um todo. Aos professores Bruno, Francisco, Gandhi e Brady por terem partilhado seus conhecimentos e experiˆencias atrav´es das disciplinas cursadas na p´os-gradua¸c˜ao.

Aos amigos da UFRPE que fiz ao longo da minha gradua¸c˜ao. Aos amigos que fiz aqui na UFRN durante esta Jornada. Aos meus amigos do NAOS: Suzierly, Danielly, Jos´e Edvaldo, Rodrigo, Luciano, M´arcio, Milton, Antˆonio Dgerson e Jenny Bravo, pelo companheirismo, pelos ensinamentos, conselhos, incentivo nos estudos e apoio nas fases da constru¸c˜ao deste trabalho.

Ao meu amado companheiro e amigo Rafael Alves Freire que me deu incentivo e apoio para realizar meu sonho de estar nesta jornada.

´

A agˆencia de financiamento e Pesquisa CAPES pelo suporte financeiro.

(6)
(7)

por

Roseane de Lima Gomes

Resumo

Existem diversos estudos relacionados `a atividade magn´etica cromosf´erica e coronal, como fator determinante da idade, al´em de rela¸c˜oes com a metalicidade e rota¸c˜ao das estrelas. Por´em, ainda n˜ao ´e muito conhecida a rela¸c˜ao entre a atividade magn´etica e o excesso da radia¸c˜ao do infravermelho (IR) estelar, o qual indica poss´ıvel presen¸ca de discos circunstelares ou planetas. Para a realiza¸c˜ao deste estudo in´edito, selecionamos 128 estrelas, do cat´alogo deEiroa et al.(2013), de tipo espectral F, G e K, classe de luminosi-dade V e que possuem valores para os Fluxos Ca II (−5, 4 < log R0HK < −4, 0) e Raio-X, indicadores da atividade magn´etica na cromosfera e na coroa da estrela, respectivamente. Relacionamos estes parˆametros aos fluxos no infravermelho, nas bandas fotom´etricas do WISE (3,4 µm e 22 µm), IRAS (12 µm e 25 µm), AKARI (9 µm e 18 µm) e SPITZER/ MIPS (24 µm e 70 µm) para uma subamostra de 33 estrelas que mostram ter excesso no IR, afim de estudarmos o comportamento da atividade magn´etica na presen¸ca de discos circunstelares. Nesse contexto, percebemos que os fluxos do IR m´edio aumentam en-quanto o fluxo de Ca II decresce, esta tendˆencia tamb´em se revela maior para as estrelas de temperatura mais altas. Al´em disso, percebemos semelhante anticorrela¸c˜ao entre a emiss˜ao coronal e o fluxo IR, por´em com maior evidˆencia para estrelas do tipo G. Para o IR distante percebemos uma fraca correla¸c˜ao com a atividade cromosf´erica e coronal. Em uma ´ultima an´alise, observamos a correla¸c˜ao entre R0HK e RX da amostra que, como esperado, concorda com diversos trabalhos presentes na literatura, vimos ainda que tal comportamento n˜ao se diferencia diante da presen¸ca ou n˜ao de discos circunstelares. Palavras-chaves: Atividade, Cromosf´erica, Coronal, Excesso Infravermelho.

(8)

determinant of age, as well as the relations with metallicity and rotation of stars. However, the relationship between magnetic activity and the excess of stellar infrared (IR) radiation, which indicates the presence of circumstellar discs or planets, is not yet well known. For the accomplishment of this unprecedented study, we selected 128 stars, from the catalog Eiroa et al. (2013), with spectral type F, G and K, class of luminosity V and that have values for the fluxes Ca II (−5.4 < log R0HK < −4.0) and X-ray, indicators the magnetic activity in the chromosphere and in the corona of the star, respectively. These parameters were related to infrared fluxes in the WISE (3.4 µm and 22 µm), IRAS (12 µm and 25 µm), AKARI (9 µm and 18 µm) and SPITZER / MIPS (24 µm and 70 µm) photometric bands for a subsample of 33 stars that shows IR excess, in order to study the behavior of magnetic activity in the presence of circumstellar discs. In this context, we noticed that the medium IR fluxes increase as the Ca II flux decreases, this tendency is also shown to be increased for the higher temperature stars. In addition, we observed a similar anti-correlation between coronal emission and IR flux, but with greater evidence for type G stars. For the far IR, we noticed a weak correlation with the chromospheric and coronal activity. In a last analysis, we observed the correlation between R0HK and RX of the sample which, as expected, agrees with several works present in the literature, we also noticed that such behavior does not differentiate in the presence, or not, of circumstellar discs.

Keywords: Activity, Chromospheric, Coronal, Infrared excess.

(9)

1.1 Regi˜ao de forma¸c˜ao estelar LH 95 da Grande Nuvem de Magalh˜aes. Fonte: http://eternosaprendizes.com/2009/09/26/lh-95-hubble-mostra-bercario-estelar-na-galaxia-vizinha-grande-nuvem-de-magalhaes/ . . . 2 1.2 Plˆeiades ou aglomerado estelar ou aglomerado aberto Messier 45 (M45).

Fonte: https://www.sciencealert.com/look-up-the-pleiades-star-cluster-shines -brightest-this-month . . . 2 1.3 Aglomerado de estrelas ainda em forma¸c˜ao e sua respectiva nuvem

molecu-lar, na Pequena Nuvem de Magalh˜aes. Fonte: http://chandra.harvard.edu/ photo/2013/ngc602/ . . . 4 1.4 Diagrama HR que mostra as rela¸c˜oes de cor, temperatura e tipo espectral

no eixo x, e luminosidade e magnitude absoluta no eixo y. Fonte: Adaptado de https://www.e-education.psu.edu/astro801/content/l4 p6.html . . . 5 1.5 Estrutura de estrela tipo solar (Fonte: Adaptado de: https://www.khanacade

my.org/partner-content/amnh/the-universe/stars/a/our-star-the-sun) . . . 7 1.6 Diagrama de SED da estrela HD 113766 com excesso IR, retirada do

tra-balho de Da Costa et al. (2017). Os c´ırculos vermelhos representam os fluxos oriundos da miss˜ao WISE; os c´ırculos verdes representam os fluxos da miss˜ao 2MASS.(figura adaptada) . . . 11

(10)

emiss˜ao cromosf´erica para os maiores fluxos no IR. Os c´ırculos pretos, os quadrados verdes e os triˆangulos vermelhos indicam os tipos espectrais F, G e K, respectivamente. Os c´ırculos vazados indicam a existˆencia de planetas ao redor das estrelas. . . 24 3.2 Diagrama log R0HK versus fluxo W4 (22 µm) de estrelas com excesso no IR.

Detalhes sobre a faixa hachurada e os s´ımbolos s˜ao os mesmos descritos na figura 3.1 . . . 25 3.3 Diagrama log R0HK versus fluxo AKARI em 9 µm de estrelas com excesso no

IR. Detalhes sobre a faixa hachurada e os s´ımbolos s˜ao os mesmos descritos na figura 3.1 . . . 26 3.4 Diagrama log R0HK versus fluxo AKARI em 18 µm de estrelas com excesso

no IR. Detalhes sobre a faixa hachurada e os s´ımbolos s˜ao os mesmos des-critos na figura 3.1 . . . 26 3.5 Diagrama log R0HK versus fluxo IRAS em 12 µm de estrelas com excesso no

IR. Detalhes sobre a faixa hachurada e os s´ımbolos s˜ao os mesmos descritos na figura 3.1 . . . 27 3.6 Diagrama log R0HK versus fluxo IRAS em 25 µm de estrelas com excesso no

IR. Detalhes sobre a faixa hachurada e os s´ımbolos s˜ao os mesmos descritos na figura 3.1 . . . 27 3.7 Diagrama log R0HK versus fluxo MIPS em 24 µm das estrelas com excesso no

IR. Detalhes sobre a faixa hachurada e os s´ımbolos s˜ao os mesmos descritos na figura 3.1 . . . 29

(11)

3.8 Diagrama log R0HK versus fluxo MIPS em 70 µm de estrelas com excesso no IR. A faixa hachurada indica o desaparecimento dos fluxos cromosf´erico e no IR. Os s´ımbolos s˜ao os mesmos descritos na figura 3.1 . . . 29 3.9 Diagrama log RX versus fluxo W1 (3,4 µm) de estrelas com excesso no IR.

Os c´ırculos pretos, os quadrados verdes e os triˆangulos vermelhos indicam os tipos espectrais F, G e K, respectivamente. Os c´ırculos vazados indicam a existˆencia de planetas ao redor das estrelas. . . 31 3.10 Diagrama log RX versus fluxo W4 (22 µm) de estrelas com excesso no IR.

Os s´ımbolos s˜ao os mesmos descritos na figura 3.9 . . . 31 3.11 Diagrama log RX versus fluxo AKARI em 9 µm de estrelas com excesso no

IR. Os s´ımbolos s˜ao os mesmos descritos na figura 3.9 . . . 32 3.12 Diagrama log RX versus fluxo AKARI em 18 µm de estrelas com excesso

no IR. Os s´ımbolos s˜ao os mesmos descritos na figura 3.9 . . . 32 3.13 Diagrama log RX versus fluxo IRAS em 12 µm de estrelas com excesso no

IR. Os s´ımbolos s˜ao os mesmos descritos na figura 3.9 . . . 33 3.14 Diagrama log RX versus fluxo IRAS em 25 µm de estrelas com excesso no

IR. Os s´ımbolos s˜ao os mesmos descritos na figura 3.9 . . . 33 3.15 Diagrama log RX versus fluxo MIPS em 24 µm das estrelas com excesso

no IR. Os s´ımbolos s˜ao os mesmos descritos na figura 3.9 . . . 34 3.16 Diagrama log RX versus fluxo MIPS em 70 µm de estrelas com excesso no

IR. Os s´ımbolos s˜ao os mesmos descritos na figura 3.9 . . . 34 3.17 Rela¸c˜ao entre a atividade coronal (log RX) e cromosf´erica (log R0HK) da

amostra de estrelas com excesso no IR. Os s´ımbolos se diferenciam pelo intervalo de fluxo da banda W4 do WISE e a existˆencia de planetas, de acordo com a legenda. . . 36 3.18 Rela¸c˜ao entre a atividade coronal (log RX) e cromosf´erica (log R0HK) da

amostra de estrelas sem excesso no IR. Os s´ımbolos destacados com os c´ırculos maiores indicam a existˆencia de planetas, de acordo com a legenda. 37

(12)
(13)

Agradecimentos ii

Resumo iv

Lista de Figuras viii

Lista de Tabelas ix

1 Introdu¸c˜ao 1

1.1 Forma¸c˜ao e Classifica¸c˜ao das Estrelas . . . 1

1.2 A Estrutura Estelar . . . 6

1.3 Radia¸c˜ao no Infravermelho . . . 8

1.3.1 O Excesso de Infravermelho (IR) . . . 10

1.4 Motiva¸c˜ao e Plano de Trabalho . . . 12

2 Parˆametros Astrof´ısicos 14 2.1 Miss˜oes no Infravermelho . . . 14

2.1.1 IRAS . . . 14

2.1.2 SPITZER . . . 15

2.1.3 AKARI . . . 16

2.1.4 WISE . . . 17

2.1.5 HERSCHEL . . . 17

2.2 Atividade Cromosf´erica . . . 18 x

(14)

4 Conclus˜oes e Perspectivas 38 4.1 Conclus˜oes. . . 38 4.2 Perspectivas . . . 39

(15)

INTRODUC

¸ ˜

AO

1.1

Forma¸

ao e Classifica¸

ao das Estrelas

As estrelas se formam a partir do colapso gravitacional de nuvens de g´as molecu-lar (Shu et al. 1987). Essas nuvens enriquecidas, principalmente de hidrogˆenio e h´elio e compostas tamb´em de elementos pesados, distribuem-se em algumas regi˜oes dentro das gal´axias e s˜ao denominadas de nebulosas difusas. Estas nuvens s˜ao muito mais densas do que as outras existentes no espa¸co interestelar, pois possuem em m´edia uma ordem de dezenas de part´ıculas por cent´ımetro c´ubico (Myers 1999).

A figura 1.1 mostra a imagem de uma nuvem molecular localizada em uma gal´axia sat´elite da Via-L´actea, a Grande Nuvem de Magalh˜aes. As part´ıculas de g´as da nuvem se atraem gravitacionalmente. Com o passar do tempo, as part´ıculas migram para o centro de massa da nuvem, e enquanto colapsam irradiam energia. Durante o colapso algumas sub-regi˜oes da nuvem atingem certa densidade que faz com a nuvem comece a se fragmentar. Surgem ent˜ao pontos independentes que continuam colapsando. Estes pontos v˜ao ficando cada vez mais densos at´e que se formam pequenas estruturas f´ısicas: pequenas esferas de g´as que posteriormente se transformar˜ao em estrelas. Logo, uma nuvem de g´as molecular n˜ao origina apenas uma, mas v´arias estrelas.

Alguns exemplos de aglomerados de estrelas que foram formados dessa maneira e que podemos ver no c´eu s˜ao as Plˆeiades e as H´ıades, na constela¸c˜ao de Touro. A figura 1.2

(16)

Figura 1.1: Regi˜ao de forma¸c˜ao estelar LH 95 da Grande Nuvem de Ma-galh˜aes. Fonte: http://eternosaprendizes.com/2009/09/26/lh-95-hubble-mostra-bercario-estelar-na-galaxia-vizinha-grande-nuvem-de-magalhaes/

mostra a imagem das Plˆeiades, onde podemos ver parte do material da nuvem que formou o aglomerado, ainda em forma de g´as entre as estrelas.

Figura 1.2: Plˆeiades ou aglomerado estelar ou aglomerado aberto Messier 45 (M45). Fonte: https://www.sciencealert.com/look-up-the-pleiades-star-cluster-shines -brightest-this-month

Neste est´agio, as esferas de g´as conseguem irradiar toda a energia armazenada na forma de radia¸c˜ao t´ermica atrav´es da queda do g´as que fica em seu entorno e com isso seus interiores ficam relativamente frios. Estes objetos s˜ao chamados de protoestrelas. As protoestrelas s˜ao frequentemente acompanhadas de um disco circunstelar que ´e um disco de g´as e poeira que circunda a protoestrela.

Finalmente quando o est´agio do colapso se encontra com uma quantidade de massa suficientemente densa, sua regi˜ao central inicia o processo de fus˜ao nuclear (Bahcall 2000).

(17)

Neste momento temos a estrela propriamente dita. Quando se inicia esta fase da fus˜ao nuclear, a estrela passa a fazer parte da Sequˆencia Principal. Se o objeto formado n˜ao tiver massa suficiente para dar in´ıcio `as rea¸c˜oes de fus˜ao nuclear, ele n˜ao ´e considerado uma estrela e objetos deste tipo passam a ser chamados de An˜as marrons (Basri 2000).

Quando as primeiras estrelas s˜ao formadas ainda resta muito material colapsando na nuvem, temos assim um aglomerado de estrelas jovens coexistindo com a nuvem colap-sante. Um exemplo deste tipo ´e mostrado na figura 1.3 onde vemos uma nuvem mole-cular na Pequena Nuvem de Magalh˜aes que deu origem a um aglomerado de estrelas e que continua colapsando formando outras estrelas. Geralmente, mais de uma protoestrela ´

e formada a partir do colapso do mesmo fragmento da nuvem. Assim s˜ao formados os sistemas estelares bin´arios ou m´ultiplos (Batten 1973).

Um sistema estelar bin´ario ´e um sistema composto por duas estrelas orbitando em torno de um mesmo centro gravitacional. Na Via L´actea, pelo menos um ter¸co dos sistemas estelares s˜ao bin´arios. Normalmente aparentam ser uma ´unica estrela `a olho nu, ou dependendo das distˆancias envolvidas, at´e mesmo quando vistas por sistemas especiais. Um exemplo de sistema bin´ario ´e a Gam Vir (HD 110379J) na constela¸c˜ao de Virgem. Ela ´e constitu´ıda por duas estrelas que tem exatamente o mesmo brilho, com per´ıodo de revolu¸c˜ao de 180 anos.

Sistemas estelares m´ultiplos s˜ao sistemas compostos por mais de duas estrelas. Siste-mas estelares m´ultiplos com trˆes estrelas s˜ao denominados triplos; com quatro, qu´adruplos; com cinco, qu´ıntuplos, e assim sucessivamente. Estes sistemas s˜ao menores do que os cha-mados clusters, grupos de estrelas compostos de 100 a 1000 estrelas, aproximadamente. Um exemplo deste sistema ´e a estrela mais brilhante da constela¸c˜ao de Centaurus, a Alf Cen (HD 128620J), que constitui um sistema estelar triplo, onde trˆes estrelas orbitam uma em torno da outra. Uma delas ´e a estrela mais pr´oxima do nosso Sistema Solar, a Alf Cen C (Proxima Cen), que foi descoberta por Innes (1915) .

As estrelas s˜ao diferentes umas das outras devido a uma grande variedade de aspectos: temperatura, luminosidade, composi¸c˜ao qu´ımica, massa, raio, idade, etc. Com base nes-ses parˆametros, alguns obtidos a partir da fotometria, outros pela espectroscopia, foram criados sistemas de classifica¸c˜ao das estrelas. A partir das caracter´ısticas globais e das linhas de absor¸c˜ao dos espectros das estrelas, definimos os tipos espectrais. A intensidade

(18)

Figura 1.3: Aglomerado de estrelas ainda em forma¸c˜ao e sua respectiva nuvem molecular, na Pequena Nuvem de Magalh˜aes. Fonte: http://chandra.harvard.edu/ photo/2013/ngc602/

de algumas linhas est´a diretamente relacionada com a temperatura superficial da estrela. Por exemplo, as estrelas mais quentes, com temperaturas superficiais acima de 25000 K formam o tipo O; as mais frias, com temperaturas entre 2700 K e 3500 K, s˜ao do tipo M. A classifica¸c˜ao dos tipos espectrais e a defini¸c˜ao das classes de luminosidade no di-agrama HR (Hertzsprung-Russell) s˜ao ´uteis para compreendermos sobre informa¸c˜oes da massa e do est´agio evolutivo da estrela. Assim, construindo um diagrama HR para uma popula¸c˜ao de estrelas, podemos determinar em que est´agio de sua vida a estrela se en-contra e qual seu prov´avel destino.

O diagrama HR foi publicado pelo dinamarquˆesHertzsprung(1911), e pelo americano Russell (1913), mostrando uma rela¸c˜ao existente entre a luminosidade de uma estrela e sua temperatura efetiva. Historicamente, a rela¸c˜ao magnitude versus tipo espectral j´a havia sido publicada por Rosenberg (1910). Hertzsprung (1911) descobriu que estrelas da mesma cor podiam ser divididas entre luminosas, no qual ele chamou de gigantes, e estrelas de baixa luminosidade, denominadas de an˜as.

A figura1.4 mostra um diagrama HR para um conjunto de estrelas nas proximidades do Sol. Nesse diagrama, adota-se a conven¸c˜ao de que a temperatura cresce para a

(19)

es-Figura 1.4: Diagrama HR que mostra as rela¸c˜oes de cor, temperatura e tipo espectral no eixo x, e luminosidade e magnitude absoluta no eixo y. Fonte: Adaptado de https://www.e-education.psu.edu/astro801/content/l4 p6.html

querda, e a luminosidade para cima. A primeira coisa que se nota em um diagrama HR, ´

e que as estrelas n˜ao se distribuem igualmente, mas se concentram em algumas partes dele. A maior parte das estrelas est´a alinhada ao longo de uma estreita faixa na diagonal que vai do extremo superior esquerdo (estrelas quentes e muito luminosas), at´e o extremo inferior direito (estrelas frias e pouco luminosas). Essa faixa ´e chamada de Sequˆencia Principal (Brown et al. 1995). O fator que determina onde uma estrela se localiza na Sequˆencia Principal ´e a sua massa: estrelas mais massivas s˜ao mais quentes e mais

(20)

lu-possuem magnitudes absolutas entre MV = +2, 5 e +4 e tipos espectrais de G0 a K3. Bem no topo do diagrama existem algumas estrelas ainda mais luminosas denominadas supergigantes, com classe de luminosidade I.

Finalmente, algumas estrelas se concentram no canto inferior esquerdo (estrelas quen-tes e pouco luminosas): s˜ao chamadas an˜as brancas. Apesar do nome, as an˜as brancas na verdade cobrem um intervalo de temperatura e cores que abrange desde as estrelas mais quentes (azuis ou brancas) com temperaturas superficiais efetivas de at´e 170 000 K, at´e as estrelas mais frias (vermelhas) com temperaturas superficiais de apenas 4500 K (McCook & Sion 1999).

1.2

A Estrutura Estelar

Uma estrela pode ser dividida em duas amplas regi˜oes: a atmosfera e o interior estelar. A atmosfera estelar ´e subdivida em trˆes regi˜oes: a fotosfera, a cromosfera e a coroa. O interior estelar ´e subdivido tamb´em em trˆes partes: o n´ucleo, a zona radiativa e a zona convectiva. Apesar das estrelas terem caracter´ısticas diferentes umas das outras em cada processo evolutivo, as observa¸c˜oes do Sol fornecem uma melhor compreens˜ao das estrelas em geral. Na figura 1.5 vemos a estrutura de uma estrela como o Sol.

A fotosfera ´e a parte mais vis´ıvel da estrela com cerca de 300 km de espessura e temperatura de 5785 K. ´E atrav´es desta regi˜ao que recebemos a maior quantidade de luz. A superf´ıcie fotosf´erica tem aparˆencia de um l´ıquido em ebuli¸c˜ao cheio de bolhas ou grˆanulos. O fenˆomeno mais not´avel que ocorre na superf´ıcie fotosf´erica ´e das manchas solares que s˜ao regi˜oes irregulares que aparecem mais escuras do que a fotosfera

(21)

circun-Figura 1.5: Estrutura de estrela tipo solar (Fonte: Adaptado de: https://www.khanacade my.org/partner-content/amnh/the-universe/stars/a/our-star-the-sun)

dante. As machas solares s˜ao as regi˜oes mais frias do que as outras partes da estrela. Isso acontece porque o campo magn´etico nesta ´area impede a convec¸c˜ao do calor, ou seja, o calor das partes mais internas n˜ao sobe at´e a fotosfera. As manchas geralmente apare-cem aos pares devido a bipolaridade dos intensos campos magn´eticos (Chen et al. 2017), ou seja, uma mancha associada `a polaridade norte vem sempre acompanhada por outra mancha na polaridade sul do campo magn´etico.

A cromosfera ´e a camada da atmosfera solar logo acima da fotosfera. ´E uma regi˜ao de cor avermelhada, de baixa densidade e vis´ıvel durante os eclipses solares (imediata-mente antes e depois da totalidade do eclipse). Possui uma extens˜ao de 10000 Km e a temperatura aumenta da base at´e o topo e possui um valor m´edio de 15000 K. Esse aque-cimento da cromosfera deve ter uma fonte de energia que n˜ao s˜ao os f´otons produzidos no interior do Sol, pois se a energia fosse gerada por f´otons a cromosfera deveria ser mais fria do que fotosfera, e n˜ao mais quente. Atualmente, acredita-se que a fonte de energia s˜ao os campos magn´eticos vari´aveis formados na fotosfera e transportados para a coroa por correntes el´etricas, deixando parte de sua energia na cromosfera.

(22)

s˜ao emitidas da coroa atrav´es do meio interplanet´ario e que causam uma perda de massa solar em torno de 10−13M por ano. Estes ventos possuem uma velocidade de aproxima-damente 2000 km/s, podendo atingir a Terra com uma velocidade de 500 km/s. Eles s˜ao resultado da grande diferen¸ca de press˜ao entre a coroa solar e o espa¸co interplanet´ario, sendo empurrados para longe do Sol apesar de suportarem grande atra¸c˜ao gravitacional. Por possuir uma origem muito complexa e pela carˆencia de informa¸c˜oes, ainda existem muitas quest˜oes em aberto sobre a gera¸c˜ao do vento solar.

Logo abaixo da fotosfera est´a a zona convectiva e ela ´e caracterizada pela presen¸ca de c´elulas de convec¸c˜ao de vida curta que possuem milhares de quilˆometros de extens˜ao. Estas c´elulas formam-se e dissipam-se em minutos e s˜ao respons´aveis pela forma¸c˜ao dos grˆanulos na superf´ıcie solar.

Abaixo da zona convectiva est´a a zona radiativa onde a energia flui por radia¸c˜ao, isto ´

e, n˜ao h´a movimento das parcelas de g´as, apenas transporte de f´otons. Abaixo da zona radiativa temos finalmente o n´ucleo que ´e a regi˜ao central da estrela e possui temperaturas que chegam a 15 milh˜oes de Kelvins. ´E no n´ucleo que ocorre a produ¸c˜ao de energia da estrela atrav´es das rea¸c˜oes termonucleares.

1.3

Radia¸

ao no Infravermelho

A observa¸c˜ao de comprimentos de onda diferentes nos permite conhecer a estrutura e processos f´ısicos espec´ıficos de acordo com o interesse do estudo. A radia¸c˜ao do infraver-melho (IR), por exemplo, pode nos revelar diversas informa¸c˜oes que est˜ao ocultas na luz

(23)

vis´ıvel. A radia¸c˜ao infravermelha ´e emitida por qualquer objeto que tenha temperatura acima do zero absoluto (-273,15°C) que ´e a temperatura de menor energia poss´ıvel. Geral-mente corpos incandescentes emitem mais infravermelho do que luz vis´ıvel. Um exemplo disto ´e o nosso pr´oprio Sol, que emite 60% da sua radia¸c˜ao no infravermelho. Quanto mais elevada for a temperatura do objeto, maior ´e sua emiss˜ao no infravermelho.

V´arios dispositivos utilizados no dia-a-dia funcionam atrav´es da radia¸c˜ao infraverme-lha. Os controles remotos s˜ao um belo exemplo, pois eles emitem a radia¸c˜ao por meio de um LED para ser captada por um sensor no aparelho eletrˆonico, como a televis˜ao. Outros exemplos s˜ao os leitores de c´odigos de barras e os mouses dos computadores.

Ainda n˜ao existem limites definidos com precis˜ao entre as diferentes regi˜oes do espec-tro eleespec-tromagn´etico, mas geralmente a radia¸c˜ao eletromagn´etica na faixa do infravermelho ´

e considerada a regi˜ao no intervalo de 0,7 µm a 350 µm, onde o limite inferior (0,7 µm) ´

e dado pelo limite da vis˜ao humana e o limite superior (350 µm) ´e o in´ıcio da regi˜ao do micro-ondas. A radia¸c˜ao no infravermelho se subdivide em trˆes regi˜oes espectrais: infra-vermelho pr´oximo, m´edio e distante. A seguir estudaremos cada uma dessas faixas.

O Infravermelho pr´oximo (Near Infrared ) compreende a faixa de comprimento de onda de 0,7 µm `a 5,5 µm. As observa¸c˜oes feitas no IR pr´oximo s˜ao capazes de revelar imagens de estrelas avermelhadas e mais frias como as an˜as e gigantes vermelhas. A gigante vermelha ´e o est´agio evolutivo da estrela no qual produz metais pesados, possui temperaturas entre 2000 e 3500 K e ´e o que mais irradia intensamente no IR pr´oximo (Lan¸con et al. 2007). As an˜as vermelhas (ou an˜as M), estrelas menores que o Sol, pos-suem temperaturas de cerca de 3000 K e tamb´em irradiam com grande intensidade no IR pr´oximo. Diversos estudos no IR pr´oximo em an˜as M est˜ao presentes na literatura (ex. Cushing et al. 2005;Jones et al. 1994;Leggett et al. 1996, 2001;Reid et al. 2001).

O Infravermelho m´edio (Medium Infrared ) abrange comprimentos de onda entre 5,5 µm e 40 µm. As detec¸c˜oes neste espectro s˜ao feitas por sat´elites localizados acima da nossa atmosfera terrestre para que as imagens n˜ao sejam contaminadas pela pr´opria atmosfera que absorve e emite IR. Tais sat´elites utilizam detectores com cristais, como

(24)

Os asteroides e poeira de cometas tamb´em emitem maior parte de sua energia no IR m´edio. A poeira que brilha no IR m´edio ´e a poeira quente (warm dust ). O mapeamento da poeira zodiacal, com temperaturas da ordem de 200 a 300 K, ´e feito tamb´em por IR m´edio. Tal poeira ´e composta de silicatos (como as rochas da Terra) que emitem maior parte de sua radia¸c˜ao em comprimentos em torno de 10 µm (Reach et al. 2003).

Os estudos atrav´es do IR m´edio nos permite extrair informa¸c˜oes da forma¸c˜ao do nosso Sistema Solar e tamb´em dos discos protoplanet´arios e discos de materiais que circundam estrelas jovens, e s˜ao estes discos que fornecem a mat´eria-prima para a forma¸c˜ao de novos planetas.

O Infravermelho distante (Far Infrared ) inclui os comprimentos de onda que v˜ao de 40 µm at´e 350 µm e ´e a partir dele que podemos observar a mat´eria fria do universo com temperaturas abaixo de 140 K. A maioria dos centros das gal´axias brilha intensamente no IR distante (Telesco & Harper 1980). O centro de nossa Gal´axia (a Via L´actea) irradia no IR distante por causa do grande n´umero de estrelas que concentram nuvens de poeira densas ao redor delas. Estas estrelas aquecem a poeira e ocorre um grande aumento na intensidade no IR distante.

1.3.1

O Excesso de Infravermelho (IR)

V´arias miss˜oes espaciais que observam no infravermelho, entre elas o IRAS (Infrared Astronomical Sattelite), o SPITZER, o WISE (Wide Infrared Survey Explorer ) e o HERS-CHEL permitiram detectar discos de detritos, ou planetas, ao redor de estrelas por meio do excesso em seus fluxos.

(25)

infraverme-lho. Dentre eles, Da Costa et al. (2017) eKuchner et al. (2016) encontraram excesso em estrelas atrav´es da base de dados do WISE. Trabalhos como os de Uzpen et al. (2007) e Hales et al. (2009) basearam suas buscas por discos de detritos em dados da miss˜ao SPITZER.

Estes, e outros autores, buscam indicativos de excesso no IR com base na Distribui¸c˜ao Espectral de Energia (Spectral Energy Distributions - SED) em v´arias bandas fotom´etricas (Cotten & Song 2016). A figura 1.6 mostra o exemplo da SED de uma estrela com claro excesso no IR em 12 µm e 22 µm. Em contraste, a figura 1.7mostra a SED de uma estrela sem excesso IR.

Figura 1.6: Diagrama de SED da estrela HD 113766 com excesso IR, retirada do trabalho de

Da Costa et al. (2017). Os c´ırculos vermelhos representam os fluxos oriundos da miss˜ao WISE;

(26)

Figura 1.7: Diagrama de SED da estrela HD 6470 sem excesso IR, retirada do trabalho de

Da Costa et al. (2017). Os c´ırculos vermelhos representam os fluxos oriundos da miss˜ao WISE;

os c´ırculos verdes representam os fluxos da miss˜ao 2MASS.

1.4

Motiva¸

ao e Plano de Trabalho

Existem diversos estudos relacionados `a atividade magn´etica da estrela como fa-tor determinante da idade al´em de rela¸c˜oes com a metalicidade e rota¸c˜ao estelar (por ex.: de Medeiros & Mayor 1995;Giampapa et al. 1979;Pace 2013;Pace & Pasquini 2004; Rocha-Pinto & Maciel 1998). Por´em, ainda n˜ao ´e muito conhecida a rela¸c˜ao entre os in-dicadores da atividade cromosf´erica e coronal com a radia¸c˜ao no infravermelho (IR), que atrav´es do seu excesso, pode indicar a presen¸ca de discos circunstelares.

Ser´a que a intensidade da atividade magn´etica ´e afetada pela presen¸ca de material cir-cunstelar? Como estes fluxos interagem frente `a existˆencia de discos, ou planetas? O que pode nos dizer a associa¸c˜ao destes parˆametros com as caracter´ısticas f´ısicas das estrelas? Estas quest˜oes s˜ao pertinentes, pois, queremos ter a possibilidade de entender melhor as poss´ıveis causas e efeitos da atmosfera estelar na presen¸ca, ou n˜ao, de discos, planetas ou em sistemas com ambos.

(27)

rela¸c˜oes entre a atividade magn´etica e o fluxo infravermelho de estrelas da Sequˆencia Principal com discos circunstelares e est´a organizada da seguinte forma:

No cap´ıtulo 2 apresentamos informa¸c˜oes de algumas miss˜oes no infravermelho, uma fundamenta¸c˜ao te´orica da atividade magn´etica estelar, e os dados observacionais destes parˆametros que s˜ao utilizados neste trabalho.

No cap´ıtulo 3 apresentamos e discutimos os principais resultados do nosso trabalho. Finalmente, no cap´ıtulo 4 discutimos nossas principais conclus˜oes e apresentamos al-gumas perspectivas de continuidade para este trabalho.

(28)

2.1

Miss˜

oes no Infravermelho

Como a maior parte da radia¸c˜ao infravermelha ´e bloqueada pela atmosfera da Terra, esta n˜ao pode ser observada de sua superf´ıcie. Diante disso, houve a necessidade de se lan¸carem ao espa¸co, telesc´opios que observam no infravermelho. Muitas ´areas do espa¸co est˜ao cheias de nuvens de g´as e de poeira que bloqueiam a passagem da luz. A radia¸c˜ao infravermelha consegue passar por estas nuvens e permite observar estrelas em forma¸c˜ao, o centro das gal´axias e a forma¸c˜ao de novos sistemas planet´arios. Como o infravermelho ´e basicamente uma radia¸c˜ao de calor, o telesc´opio deve ser esfriado pr´oximo ao zero absoluto, ou seja, a -273◦ C, para poder observar sinais do espa¸co, sem sofrer a interferˆencia do calor do pr´oprio telesc´opio. Para isso, foram constru´ıdos v´arios telesc´opios espaciais para observa¸c˜ao no infravermelho (IR), alguns dedicados `a busca de objetos mais frios como asteroides, discos e exoplanetas. A seguir, discutiremos sobre algumas destas miss˜oes, cujas observa¸c˜oes no infravermelho ser˜ao utilizadas nessa disserta¸c˜ao.

2.1.1

IRAS

O IRAS (InfraRed Astronomical Satellite) foi uma miss˜ao espacial em conjunto entre a NASA, os Pa´ıses Baixos e o Reino Unido, lan¸cado em 26 de janeiro de 1983. O IRAS foi lan¸cado para fazer um estudo completo do c´eu na faixa de comprimentos de onda

(29)

entre 12 e 100 µm. As observa¸c˜oes do IRAS aumentaram em 7% o cat´alogo de objetos infravermelhos conhecidos no c´eu, chegando a detectar 350.000 objetos nesta radia¸c˜ao. O IRAS levou a bordo um telesc´opio do tipo Ritchey-Chr´etien refrigerado a h´elio, a uma temperatura de 10 K, e continha 62 detectores, que juntos podiam observar em bandas centradas em 12, 25, 60 e 100 micrˆometros (Neugebauer et al. 1984), com uma precis˜ao na localiza¸c˜ao dos objetos observados de 0,5 minutos de arco.

O sat´elite IRAS detectou os primeiros discos de detritos, principalmente em torno de estrelas tipo A (Cheng et al. 1992), como tamb´em realizou descobertas significativas de excessos em infravermelho em estrelas da Sequˆencia Principal como, por exemplo, VEGA (Aumann et al. 1984). O excesso observado foi atribu´ıdo `a emiss˜ao t´ermica de part´ıculas s´olidas ao redor destas estrelas. Outra estrela detectada pelo IRAS foi a estrela β Pictoris (HD 39060), que mostrou de maneira consistente que a poeira estava localizada em um disco circunstelar achatado (Smith & Terrile 1984). O IRAS deixou de funcionar em 21 de novembro de 1983.

2.1.2

SPITZER

O telesc´opio espacial SPITZER (inicialmente chamado de SIRTF - Space InfraRed Telescope Facility) foi lan¸cado ao espa¸co pelo foguete Delta II da Esta¸c˜ao da For¸ca A´erea de Cabo Canaveral, Estado da Fl´orida, em 25 de agosto de 2003.

Lan¸cado pela NASA e gerenciado pelo Jet Propulsion Laboratory (JPL), este telesc´opio possui 85 cm de diˆametro de abertura (Werner et al. 2004). Todas as suas partes cons-tituintes, exceto a base de suporte do espelho, s˜ao feitos de uma liga leve de ber´ılio. O ber´ılio ´e um material muito resistente e ´e um bom material para ser usado na constru¸c˜ao de telesc´opios de infravermelho, porque tem baixa absor¸c˜ao de calor a baixas temperaturas. A cˆamara de m´ultiplos instrumentos consiste em um compartimento resfriado do te-lesc´opio que cont´em trˆes instrumentos cient´ıficos: o IRAC, o IRS e o MIPS, como tamb´em, os sensores de calibra¸c˜ao respons´aveis por parte do direcionamento do telesc´opio.

O IRAC (InfraRed Array Camera) tem a finalidade de tirar fotografias, principalmente, em comprimentos de ondas do infravermelho pr´oximo. Este instrumento consiste em uma cˆamera de quatro bandas, que fornece simultaneamente imagens de 5,12 x 5,12 arco minuto, com comprimento de ondas de 3,6 µm; 4,5 µm; 5,8 µm e 8,0 µm. Cada um dos

(30)

e comprimento de onda longo de 19 µm at´e 38 µm (Houck et al. 2004).

O MIPS (Multiband Imaging Photometer for Spitzer ) fornece imagens e an´alise es-pectrogr´afica limitada, principalmente para comprimentos de ondas do infravermelho dis-tante. O detector de sil´ıcio, com tratamento especial com arsˆenio, consiste em um detector de 128 x 128 pixels de tamanho, para obter imagens em 24 µm. O detector de 32 x 32 pixels ´e para imagens em 70 µm e o detector de 2 x 20 pixels ´e usado para obter imagens em 160 µm. O detector de 32 x 32 pixel observa comprimentos de onda entre 50 - 100 µm (Rieke et al. 2004). O campo de vis˜ao do MIPS varia de 5 x 5 arco minuto, para comprimentos de ondas curtas e 0,5 x 5 arco minuto, para comprimentos de ondas longas. O telesc´opio espacial SPITZER descobriu t´ıpicos discos de detritos em torno de estrelas do tipo solar com fortes emiss˜oes em 70 µm (Trilling et al. 2008).

2.1.3

AKARI

O AKARI, conhecido anteriormente por ASTRO-F ou IRIS (InfraRed Imaging Sur-veyor ) foi um observat´orio espacial japonˆes no infravermelho pertencente `a JAXA (Japan Aerospace eXploration Agency). Esta miss˜ao foi um plano audacioso para fazer uma pes-quisa de todo o c´eu, com melhor sensibilidade e maiores resolu¸c˜ao espacial e cobertura de comprimento de onda do que o IRAS (Murakami et al. 2007).

A miss˜ao tinha um telesc´opio de 68,5 cm resfriado a uma temperatura de 6 K que observava na faixa de comprimento de onda de 1,7 µm (infravermelho pr´oximo) a 180 µm (infravermelho distante). O telesc´opio foi lan¸cado no espa¸co, na noite entre 21 e 22 de Fevereiro de 2006, por um foguete M-V e foi colocado em uma ´orbita polar a uma altitude de aproximadamente 750 km.

(31)

tipos de instrumentos: o FIS (Far-Infrared Surveyor ) para observa¸c˜oes de infraverme-lho distante (50 µm a 180 µm)(Kawada et al. 2007) e o IRC (InfraRed Camera) para observa¸c˜oes de infravermelho pr´oximo (1,8 µm a 5,5 µm) e m´edio (5,8 µm a 26,5 µm) (Onaka et al. 2007). Ap´os a realiza¸c˜ao de um grande n´umero de observa¸c˜oes, a opera¸c˜ao do sat´elite AKARI foi conclu´ıda em 24 de novembro de 2011.

Estudos de Fujiwara et al. (2009) relatam sobre a descoberta de um excesso signifi-cativo em 18 µm para a estrela da Sequˆencia Principal HD 106797 atrav´es dos dados do AKARI / IRC, indicando ser uma estrela candidata a possuir disco cisrcunstelar.

2.1.4

WISE

O WISE (Wide-Field Infrared Survey Explorer ) foi uma miss˜ao da NASA, que operou entre os anos 2009 e 2011. Este telesc´opio foi lan¸cado em 14 de dezembro de 2009, atrav´es do foguete Delta II mapeando todo o c´eu com fotografias em quatro bandas do infravermelho m´edio: W1 (3,4 µm); W2 (4,6 µm); W3 (12 µm); W4 (22 µm). Sua miss˜ao principal durou 10 meses utilizando uma lente de 40 cm de diˆametro (Wright et al. 2010). Em outubro de 2010 seu resfriamento de hidrogˆenio esgotou-se, e durante 4 meses a miss˜ao tornou-se uma extens˜ao denominada de NEOWISE, que realizou um estudo sobre corpos menores pr´oximos da ´orbita da Terra (incluindo asteroides e cometas potencial-mente perigosos) usando sua capacidade restante at´e 17 de fevereiro de 2011, quando sua transmiss˜ao foi ent˜ao desligada. Mas em setembro de 2013, a NASA reativou a miss˜ao com o principal objetivo de escanear objetos pr´oximos da Terra (ou NEOs - Near-Earth Objects). As caracter´ısticas e o desempenho inicial da reativa¸c˜ao da miss˜ao NEOWISE est˜ao descritos em Mainzer et al. (2014).

O WISE descobriu a primeira an˜a Y (Cushing et al. 2011) e o primeiro asteroide troiano da Terra (Miles 2011), assim como outras dezenas de milhares de novos aster´oides.

2.1.5

HERSCHEL

O observat´orio espacial Herschel foi uma sonda espacial da Agˆencia Espacial Europ´eia - ESA que operou entre 2009 e 2013. Foi o primeiro telesc´opio a cobrir a faixa que vai do infravermelho `a faixa do sub-mil´ımetro do espectro eletromagn´etico (Pilbratt et al.

(32)

sens´ıvel a comprimentos de onda de aproximadamente 200 a 670 µm (Griffin et al. 2010). HIFI (Heterodyne Instrument for the Far-Infrared ): um espectrˆometro de alta re-solu¸c˜ao que combina a leitura de ondas com frequˆencia de 480 a 1250 e de 1410 a 1910 GHz (correspondente ao comprimento de onda de 157 a 625 µm)(de Graauw et al. 2010). O observat´orio espacial HERSCHEL permitiu profundas pesquisas sobre as propri-edades e evolu¸c˜ao do material contido em discos circunstelares (Mathews et al. 2010; Thureau et al. 2014).

2.2

Atividade Cromosf´

erica

A atividade cromosf´erica (R0HK) tem sua origem no d´ınamo magn´etico estelar que se manifesta, por exemplo, nas linhas de emiss˜ao H e K do Ca II (Mamajek & Hillenbrand 2008). Este parˆametro pode nos indicar os n´ıveis de atividade da estrela, al´em de outras propriedades. Estudos feitos por Wright et al. (2004) mostram que estrelas do tipo solar apresentam baixos n´ıveis de atividade quando est˜ao no fim de sua vida na Sequˆencia Prin-cipal, pois no final deste est´agio est´a ocorrendo grandes mudan¸cas na estrutura interior destas estrelas. Portanto, a atividade cromosf´erica ´e usada como um dos m´etodos para c´alculos estimativos da idade das estrelas (por ex. Pace 2013; Vican & Schneider 2014).

Atualmente, existem diversas outras metodologias que estimam a idade estelar para sa-ber em que est´agio evolutivo se encontra tal objeto. Dentre elas est˜ao: a t´ecnica de girocro-nologia (Barnes 2007), que se utiliza apenas com base na rota¸c˜ao estelar; a localiza¸c˜ao no diagrama HR (Sierchio et al. 2014) a abundˆancia do elemento L´ıtio (Zuckerman & Song 2004) e emiss˜ao de raio-X (Mamajek & Hillenbrand 2008).

(33)

Duncan et al.(1991) mostraram em seu trabalho o c´alculo da atividade cromosf´erica, que ´e feito utilizando medidas do espectrˆometro HKP-2, do observat´orio de Monte Wilson (Calif´ornia - EUA), atrav´es da seguinte equa¸c˜ao:

S = α(NH + NK) (NR+ NV)

(2.1)

Onde α ´e uma constante de proporcionalidade, determinada a partir de observa¸c˜oes em estrelas padr˜ao, atrav´es do fotˆometro HKP-1. Com a introdu¸c˜ao do espectrˆometro HKP-2, esse valor foi determinado, a partir de observa¸c˜oes de muitas noites, com um valor de α = 2, 40, para que em m´edia, os valores de S sejam iguais aos dos fluxos H e K determinados ao longo de aproximadamente 10 anos de observa¸c˜ao com o HKP-1.

O HKP-2 usa um fotomultiplicador para detectar o n´umero de contagem de f´otons N em quatro canais. Dois canais s˜ao bandas do cont´ınuo de 20 ˚A de largura. Um deles ´e o canal R que se estende desde 3991,07 a 4011,07 ˚A, e o outro, ´e o canal V que vai de 3891,07 a 3911,07 ˚A. Os outros dois canais, “H”e “K”, est˜ao centrados nas linhas de H e K do Ca II.

Entretanto, deve ser feita uma calibra¸c˜ao nos valores de S, para subtrair o fluxo fo-tosf´erico que est˜ao inseridos no fluxo total coletado, pois o objetivo ´e ter apenas o fluxo cromosf´erico para se obter o ´ındice R0HK. Para isso, Rutten (1984) fez uma calibra¸c˜ao, com base em trabalhos anteriores de Middelkoop (1982), no qual introduz um fator de convers˜ao (Ccf) que transforma o fluxo dos canais R e V para o cont´ınuo, para estrelas de diferentes temperaturas (Tef).

FH0 + FK0 = SCcfTef410 −14

(2.2) A equa¸c˜ao acima representa o fluxo superficial relativo, em unidades arbitr´arias, nas bandas 1,09 ˚A do espectrˆometro HKP-2. Para Middelkoop (1982), o fator de convers˜ao para estrelas da Sequˆencia Principal, com 0, 3 < B − V < 1, 6, ´e dado por:

(34)

Substituindo a equa¸c˜ao2.2 na equa¸c˜ao2.4 e definido FCaII = FH + FK temos o fluxo cromosf´erico dado por:

FCaII = 1, 285 × 10−8SCcfTef4 (2.5)

2.3

Atividade Coronal

O estudo da origem e comportamento da atividade coronal come¸ca com o surgimento dos sat´elites de raio-X, Einstein (Giacconi et al. 1979) e ROSAT (Truemper 1992).

O indicador da atividade coronal (RX) ´e um parˆametro que servir´a de an´alise da intera¸c˜ao estrela-disco de detritos (atrav´es da detec¸c˜ao de excesso de infravermelho), j´a que tamb´em serve de an´alise de intera¸c˜ao estrela-planeta como se observa em diversos trabalhos (por ex. Cuntz et al. 2000; Kashyap et al. 2008; Poppenhaeger & Wolk 2014; Schmitt 2017).

Este ´ındice de atividade ´e dado pela raz˜ao entre a luminosidade de raio-X (LX) e a luminosidade bolom´etrica (Lbol). Esta raz˜ao ´e necess´aria, pois a atividade coronal fica independente dos efeitos provocados pelo raio estelar, j´a que a luminosidade ´e um parˆametro que depende do raio estelar.

Mamajek & Hillenbrand(2008) calcularam o ´ındice de atividade coronal RX, para sua amostra de estrelas, utilizando primeiramente a equa¸c˜ao para encontrar a luminosidade de raio-X dada por:

LX = 4πD2CXfX (2.6)

(35)

por:

CX = (8, 31 + 5, 30 · HR1) · 10−12 erg · cm−2contagens−1 (2.7) Este fator de convers˜ao ´e necess´ario para que se possa transformar as taxas de conta-gens de f´otons do sat´elite em fluxos de raio-X na Terra. Mamajek & Hillenbrand (2008) utilizaram a taxa HR1 da miss˜ao ROSAT. Esta taxa ´e equivalente a um ´ındice de cores fotom´etrico e ´e calculada como uma diferen¸ca normalizada das contagens corrigidas da exposi¸c˜ao em duas bandas de energia:

HR1 = (A − B)

(A + B) (2.8)

Onde A ´e a banda de mais alta energia e B a de mais baixa energia. Logo, encontrada a luminosidade de raio-X (LX), e tendo calculada a luminosidade bolom´etrica Lbol, tˆem-se o ´ındice de atividade Coronal RX:

log RX = log  LX Lbol  (2.9)

2.4

Dados da Amostra

Baseada no cat´alogo de Eiroa et al.(2013), nossa amostra constitui-se de 128 estrelas de tipos espectrais F, G e K, classe de luminosidade V, com −5, 4 < log R0HK < −4, 0 para o fluxo de Ca II, e −8, 3 < log RX < −4, 1, para o fluxo de raio-X, os quais indicam a atividade magn´etica na cromosfera e na coroa da estrela, respectivamente.

Desta sele¸c˜ao, 33 estrelas mostram terem excesso em infravermelho (IR) que pode indicar poss´ıvel presen¸ca de discos quentes ou frios ao redor da estrela. Esta subamostra contem 10 estrelas do tipo F, 12 do tipo G e 11 do tipo K. Sete destas estrelas possuem planetas confirmados. Ainda dentro desse conjunto, todas as estrelas possuem valores para a atividade cromosf´erica que variam de −5, 101 ≤ log R0HK ≤ −4, 300. J´a para o ´ındice de atividade coronal, temos valores no intervalo de −7, 0 ≤ log RX ≤ −4, 3, onde

apenas duas estrelas n˜ao possuem valor para a atividade coronal.

(36)

infraverme-tipo G e 40 do infraverme-tipo K, todas de classe de luminosidade V. Nesta subamostra, 16 estrelas possuem planetas, onde duas delas indicam ter um planeta ainda n˜ao confirmado (HD 145675 ou 14 Her; HD 143761 ou rho CrB).

Coletamos tamb´em dados para o ´ındice RX do trabalho de Miller et al. (2015). No entanto, 23 estrelas n˜ao puderam ser consideradas por n˜ao terem seus fluxos de raios-X dispon´ıveis na literatura.

(37)

RESULTADOS E DISCUSS ˜

OES

Ap´os a descri¸c˜ao da nossa amostra, analisaremos as rela¸c˜oes entre os indicadores de ati-vidade magn´etica e os indicadores de emiss˜ao no IR obtidos pelas miss˜oes WISE, AKARI, IRAS e SPITZER, al´em de outros parˆametros f´ısicos descritos no cap´ıtulo anterior. Nosso objetivo aqui ´e tentar obter respostas a algumas das quest˜oes levantadas na se¸c˜ao1.4 que apresenta a motiva¸c˜ao do nosso trabalho.

3.1

Atividade Cromosf´

erica versus emiss˜

ao no IR

Os diagramas que apresentamos aqui, relacionam o ´ındice de atividade cromosf´erica com os fluxos das bandas fotom´etricas para as estrelas com excesso no infravermelho (IR).

Para a miss˜ao WISE temos a rela¸c˜ao dos fluxos W1 que varia de 3,40 a 21,00 Jy (figura 3.1) e W4 que varia de 0,09 a 0,64 Jy (figura 3.2), ambos em fun¸c˜ao do indicador de atividade cromosf´erica.

Percebemos que, conforme o fluxo no infravermelho aumenta, a atividade cromosf´erica diminui. Tal tendˆencia parece ser maior para as estrelas de temperatura mais elevada (ti-pos espectrais F e G). Este resultado pode ser um indicativo de uma anti-correla¸c˜ao entre a intensidade dos indicadores de atividade cromosf´erica e o fluxo no IR de estrelas com excesso.

(38)

2.5

5.0

7.5

10.0

12.5

15.0

17.5

20.0

Fluxo W1 (Jy)

5.0

4.8

A

tiv

id

ad

e

C

ro

m

Figura 3.1: Diagrama log R0HK versus fluxo W1 (3,4 µm) de estrelas com excesso no IR. A faixa hachurada indica a regi˜ao de transi¸c˜ao do desparecimento da emiss˜ao cromosf´erica para os maiores fluxos no IR. Os c´ırculos pretos, os quadrados verdes e os triˆangulos vermelhos indicam os tipos espectrais F, G e K, respectivamente. Os c´ırculos vazados indicam a existˆencia de planetas ao redor das estrelas.

As bandas W1 e W4 representam duas regi˜oes de temperaturas compreendidas entre 700-800 K e 200-300 K, respectivamente. O segundo intervalo envolve valores de tempe-raturas observadas nos Cintur˜oes de Aster´oides que v˜ao de 150-250K e de objetos com temperaturas pr´oximas a da Terra (∼ 300K) (Da Costa et al. 2017; Wright et al. 2010). Independente da regi˜ao de temperatura, observa-se a tendˆencia de um desaparecimento da emiss˜ao cromosf´erica com o aumento do fluxo no IR. Em ambas as bandas, W1 e W4, observa-se uma aparente regi˜ao (faixa hachurada) de transi¸c˜ao marcando este desapare-cimento da emiss˜ao cromosf´erica.

Observamos que nesta amostra existem sete estrelas que possuem planetas, das quais cinco delas (HD 19994, HD 40307, HD 69830, HD 117176 e HD 210277) encontram-se na regi˜ao onde os valores de atividade cromosf´erica s˜ao menores, o que poderia indicar um conjunto de estrelas com planetas menos ativas do que as outras (HD 10647 e HD 206860). Al´em deste resultado, ele tamb´em indica que a presen¸ca de discos de detritos n˜ao

(39)

´

e correlacionada `a presen¸ca de companheiros planet´arios (Maldonado et al. 2017), como tamb´em n˜ao h´a uma clara evidˆencia da associa¸c˜ao dos n´ıveis de atividade cromosf´erica e a presen¸ca destes exoplanetas (Canto Martins et al. 2011).

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

Fluxo W4 (Jy)

5.0

4.8

4.6

4.4

A

tiv

id

ad

e

C

ro

m

os

ri

ca

(l

og

R

0

HK

)

Tipo FTipo GTipo K

Estrelas c/

planetas

Figura 3.2: Diagrama log R0HK versus fluxo W4 (22 µm) de estrelas com excesso no IR. Detalhes sobre a faixa hachurada e os s´ımbolos s˜ao os mesmos descritos na figura 3.1

Nas miss˜oes AKARI temos o fluxo para a banda em 9 µm que varia de 0,59 a 3,90 Jy (figura 3.3) e o fluxo em 18 µm variando de 0,15 `a 0,98 Jy (figura 3.4), relacionados com o indicador de atividade cromosf´erico. Para o fluxo AKARI 18, cinco estrelas n˜ao apresentam valores para o fluxo no infravermelho neste comprimento de onda: duas do tipo K (HD 5133 e HD 23484) e trˆes do tipo G (HD 30495, HD 43162 e HD 210277). Claramente, o comportamento de R0HK em fun¸c˜ao do fluxo no IR mostra o mesmo cen´ario observado nas bandas WISE. A figura 3.4com fluxos da banda AKARI em 18 µm mostra particularmente, um cen´ario idˆentico ao da figura3.2que mostra os fluxos no IR da banda W4 do WISE em 22 µm. A regi˜ao hachurada demarca o desaparecimento de atividade cromosf´erica elevada, situada em ambas as figuras3.2 e3.4 no mesmo intervalo de valores do fluxo no IR, em torno de 0,3 e 0,4 Jy.

(40)

0.5

1.0

1.5

2.0

2.5

3.0

3.5

4.0

Fluxo AKARI 9 (Jy)

5.0

4.8

A

tiv

id

ad

e

C

ro

m

Figura 3.3: Diagrama log R0HK versus fluxo AKARI em 9 µm de estrelas com excesso no IR. Detalhes sobre a faixa hachurada e os s´ımbolos s˜ao os mesmos descritos na figura 3.1

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

Fluxo AKARI 18 (Jy)

5.1

5.0

4.9

4.8

4.7

4.6

4.5

4.4

4.3

A

tiv

id

ad

e

C

ro

m

os

ri

ca

(l

og

R

0

HK

)

Tipo FTipo GTipo K

Estrelas c/

planetas

Figura 3.4: Diagrama log R0HK versus fluxo AKARI em 18 µm de estrelas com excesso no IR. Detalhes sobre a faixa hachurada e os s´ımbolos s˜ao os mesmos descritos na figura 3.1

(41)

0.5

1.0

1.5

2.0

2.5

3.0

Fluxo IRAS 12 (Jy)

5.0

4.8

4.6

4.4

A

tiv

id

ad

e

C

ro

m

os

ri

ca

(l

og

R

0

HK

)

Tipo FTipo GTipo K

Estrelas c/

planetas

Figura 3.5: Diagrama log R0HK versus fluxo IRAS em 12 µm de estrelas com excesso no IR. Detalhes sobre a faixa hachurada e os s´ımbolos s˜ao os mesmos descritos na figura 3.1

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

Fluxo IRAS 25 (Jy)

5.0

4.8

4.6

4.4

A

tiv

id

ad

e

C

ro

m

os

ri

ca

(l

og

R

0

HK

)

Tipo FTipo GTipo K

Estrelas c/

planetas

Figura 3.6: Diagrama log R0HK versus fluxo IRAS em 25 µm de estrelas com excesso no IR. Detalhes sobre a faixa hachurada e os s´ımbolos s˜ao os mesmos descritos na figura 3.1

(42)

Finalmente, o comportamento de R0HK em fun¸c˜ao do fluxo no infravermelho medido pelo telesc´opio SPITZER/MIPS ´e ilustrado nas figuras 3.7 e 3.8. Novamente, o cen´ario para a distribui¸c˜ao do indicador cromosf´erico versus fluxo no IR se repete, em particular para a banda SPITZER em 24 µm, com desaparecimento de fluxos cromosf´ericos elevados para grandes valores do fluxo no IR.

Para a banda SPITZER em 70 µm tal cen´ario ´e pouco delineado, devido a limita¸c˜ao na amostra de estrelas com grandes valores de fluxo em IR.

De uma forma geral, a distribui¸c˜ao do indicador cromosf´erico R0HK em fun¸c˜ao do fluxo no IR, para a presente amostra de estrelas com excesso no IR, mostra dois comportamentos bem distintos, delineados pela regi˜ao hachurada ilustrada nas figuras3.1a3.8: `a esquerda dessa regi˜ao que corresponde aos valores mais baixos do fluxo no IR, o parˆametro R0HK mostra um amplo espectro de valores, variando de estrelas com atividade baixa (R0HK ∼ −5, 0) a estrelas com atividade elevada (R0

HK ∼ −4, 4). `A direita da referida regi˜ao, que corresponde a fluxos IR intermedi´arios a elevados, n˜ao se observa a presen¸ca de estrelas ativas, ou seja, h´a um desaparecimento de valores elevados de R0HK com o aumento do fluxo no IR.

(43)

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

Fluxo Spitzer/MIPS 24 (Jy)

5.0

4.8

4.6

4.4

A

tiv

id

ad

e

C

ro

m

os

ri

ca

(l

og

R

0

HK

)

Tipo FTipo GTipo K

Estrelas c/

planetas

Figura 3.7: Diagrama log R0HK versus fluxo MIPS em 24 µm das estrelas com excesso no IR. Detalhes sobre a faixa hachurada e os s´ımbolos s˜ao os mesmos descritos na figura 3.1

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

Fluxo Spitzer/MIPS 70 (Jy)

5.0

4.8

4.6

4.4

A

tiv

id

ad

e

C

ro

m

os

ri

ca

(l

og

R

0

HK

)

Tipo FTipo GTipo K

Estrelas c/

planetas

Figura 3.8: Diagrama log R0HK versus fluxo MIPS em 70 µm de estrelas com excesso no IR. A faixa hachurada indica o desaparecimento dos fluxos cromosf´erico e no IR. Os s´ımbolos s˜ao os mesmos descritos na figura 3.1

(44)

mesmos intervalos de valores descritos na sec¸c˜ao anterior. As figuras3.9a3.15mostram as distribui¸c˜oes do fluxo log RX em fun¸c˜ao dos fluxos no IR obtidas pelos referidos sat´elites. Para maior completeza de detalhes, as estrelas est˜ao separadas por tipos espectrais F, G e K, havendo tamb´em uma indica¸c˜ao sobre a presen¸ca ou n˜ao de planeta orbitando a estrela.

De uma forma geral, apesar da amostra de estrelas com fluxo RX ser menor do que aquela com indicadores de fluxo cromosf´erico, analisada na sec¸c˜ao anterior, observa-se aqui o mesmo cen´ario para o comportamento da emiss˜ao coronal em fun¸c˜ao do fluxo no IR: a tendˆencia para uma diminui¸c˜ao do fluxo de emiss˜ao coronal com o aumento do fluxo no IR, independe do comprimento de onda, ou seja, da banda observada. Tal fato ´e mais claro, particularmente para as estrelas de tipo espectral G, bem como para as estrelas com planetas (figura 3.10).

O cen´ario para o fluxo da banda SPITZER em 70 µm (figura 3.16) mostra que o seu comportamento ´e visivelmente limitado pelos baixos valores de fluxos de emiss˜ao em IR, da mesma maneira observada para a distribui¸c˜ao do indicador cromosf´erico em fun¸c˜ao do fluxo no IR desta banda.

(45)

2.5

5.0

7.5

10.0

12.5

15.0

17.5

20.0

Fluxo W1 (Jy)

7.0

6.5

6.0

5.5

5.0

4.5

A

tiv

id

ad

e

C

or

on

al

(l

og

R

X

)

Tipo F Tipo G Tipo K Estrelas c/ planetas

Figura 3.9: Diagrama log RX versus fluxo W1 (3,4 µm) de estrelas com excesso no IR. Os c´ırculos pretos, os quadrados verdes e os triˆangulos vermelhos indicam os tipos espectrais F, G e K, respectivamente. Os c´ırculos vazados indicam a existˆencia de planetas ao redor das estrelas.

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

Fluxo W4 (Jy)

7.0

6.5

6.0

5.5

5.0

4.5

A

tiv

id

ad

e

C

or

on

al

(l

og

R

X

)

Tipo F Tipo G Tipo K Estrelas c/ planetas

Figura 3.10: Diagrama log RX versus fluxo W4 (22 µm) de estrelas com excesso no IR. Os s´ımbolos s˜ao os mesmos descritos na figura 3.9

(46)

0.5

1.0

1.5

2.0

2.5

3.0

3.5

4.0

Fluxo AKARI 9 (Jy)

7.0

6.5

6.0

A

tiv

id

ad

e

C

Tipo F Tipo G Tipo K Estrelas c/ planetas

Figura 3.11: Diagrama log RX versus fluxo AKARI em 9 µm de estrelas com excesso no IR. Os s´ımbolos s˜ao os mesmos descritos na figura 3.9

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

Fluxo AKARI 18 (Jy)

7.0

6.5

6.0

5.5

5.0

4.5

A

tiv

id

ad

e

C

or

on

al

(l

og

R

X

)

Tipo F Tipo G Tipo K Estrelas c/ planetas

Figura 3.12: Diagrama log RX versus fluxo AKARI em 18 µm de estrelas com excesso no IR. Os s´ımbolos s˜ao os mesmos descritos na figura 3.9

(47)

0.5

1.0

1.5

2.0

2.5

3.0

Fluxo IRAS 12 (Jy)

7.0

6.5

6.0

5.5

5.0

4.5

A

tiv

id

ad

e

C

or

on

al

(l

og

R

X

)

Tipo F Tipo G Tipo K Estrelas c/ planetas

Figura 3.13: Diagrama log RX versus fluxo IRAS em 12 µm de estrelas com excesso no IR. Os s´ımbolos s˜ao os mesmos descritos na figura 3.9

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

Fluxo IRAS 25 (Jy)

7.0

6.5

6.0

5.5

5.0

4.5

A

tiv

id

ad

e

C

or

on

al

(l

og

R

X

)

Tipo F Tipo G Tipo K Estrelas c/ planetas

Figura 3.14: Diagrama log RX versus fluxo IRAS em 25 µm de estrelas com excesso no IR. Os s´ımbolos s˜ao os mesmos descritos na figura 3.9

(48)

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

Fluxo Spitzer/MIPS 24 (Jy)

7.0

6.5

6.0

A

tiv

id

ad

e

C

Tipo F Tipo G Tipo K Estrelas c/ planetas

Figura 3.15: Diagrama log RX versus fluxo MIPS em 24 µm das estrelas com excesso no IR. Os s´ımbolos s˜ao os mesmos descritos na figura 3.9

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

Fluxo Spitzer/MIPS 70 (Jy)

7.0

6.5

6.0

5.5

5.0

4.5

A

tiv

id

ad

e

C

or

on

al

(l

og

R

X

)

Tipo F Tipo G Tipo K Estrelas c/ planetas

Figura 3.16: Diagrama log RX versus fluxo MIPS em 70 µm de estrelas com excesso no IR. Os s´ımbolos s˜ao os mesmos descritos na figura 3.9

(49)

3.3

Diagramas R

0HK

versus R

X

A an´alise da distribui¸c˜ao do fluxo de Ca II (log R0HK) em fun¸c˜ao do fluxo de raio-X (log RX) ´e apresentada em diversos trabalhos mostrando uma forte tendˆencia a uma correla¸c˜ao entre esses parˆametros (ex: Hempelmann et al. 1996; Mamajek & Hillenbrand 2008; Schrijver et al. 1992; Sterzik & Schmitt 1997). Mamajek & Hillenbrand (2008) in-vestigam esta rela¸c˜ao em uma amostra de estrelas do tipo solar. No presente trabalho, al´em de verificar se nossa amostra corrobora com a correla¸c˜ao entre os parˆametros R0HK e RX mostrada nos trabalhos acima citados, iremos observar se tal tendˆencia est´a associada a presen¸ca ou n˜ao de discos de detritos. De fato, o resultado observado ´e que, conforme o indicador de atividade cromosf´erica cresce, a atividade coronal tamb´em aumenta (figura 3.17), reiterando os resultados pr´evios da literatura.

No diagrama dos indicadores de atividade cromosf´erica e coronal da amostra sem excesso no IR ´e observada uma tendˆencia semelhante ao cen´ario acima destacado (figura 3.18), apesar das limita¸c˜oes da nossa amostra em rela¸c˜ao `as estrelas com medidas de fluxo de raio-X. Al´em disso, para a subamostra de estrelas com excesso no IR observamos uma menor dispers˜ao comparada a distribui¸c˜ao de estrelas sem excesso no IR, em particular na regi˜ao de baixa atividade, ou seja, de baixos valores de R0HK e RX.

Outro aspecto observado na figura3.17 ´e a clara evidˆencia de que estrelas com fluxos no IR maiores do que cerca de 0,35 jy apresentam baixa atividade cromosf´erica.

Os resultados tamb´em corroboram com o fato de que a presen¸ca de planetas n˜ao ´e, ne-cessariamente, um fator que aumente a probabilidade de existˆencia de discos (K´osp´al et al. 2009) j´a que 16 estrelas sem excesso possuem planetas enquanto apenas 7 estrelas, com excesso, possuem companheiros planet´arios. Al´em deste fato, percebemos uma grande va-ria¸c˜ao dos n´ıveis de atividade magn´etica para estas estrelas com planetas, independente de haver discos ou n˜ao, logo a varia¸c˜ao dos indicadores de atividade cromosf´erica e coronal para estrelas com excesso e planetas parece ser indistingu´ıvel daquelas com planetas e sem excesso.

(50)

7.0

6.5

6.0

5.5

5.0

4.5

Atividade Coronal (log

R

X

)

5.0

4.8

4.6

4.4

A

tiv

id

ad

e

C

ro

m

os

ri

ca

(l

og

R

0

HK

)

W4 > 0, 35

Estrelas c/ planetas

Figura 3.17: Rela¸c˜ao entre a atividade coronal (log RX) e cromosf´erica (log R0HK) da amostra de estrelas com excesso no IR. Os s´ımbolos se diferenciam pelo intervalo de fluxo da banda W4 do WISE e a existˆencia de planetas, de acordo com a legenda.

(51)

8

7

6

5

4

Atividade Coronal (log

R

X

)

5.2

5.0

4.8

4.6

4.4

A

tiv

id

ad

e

C

ro

m

os

ri

ca

(l

og

R

0

HK

)

Estrelas s/ excesso IR

Estrelas c/ planetas

Figura 3.18: Rela¸c˜ao entre a atividade coronal (log RX) e cromosf´erica (log R0HK) da amos-tra de estrelas sem excesso no IR. Os s´ımbolos destacados com os c´ırculos maiores indicam a existˆencia de planetas, de acordo com a legenda.

(52)

4.1

Conclus˜

oes

Este trabalho trouxe de forma pioneira, uma investiga¸c˜ao sobre a rela¸c˜ao entre a atividade cromosf´erica e coronal de estrelas da Sequˆencia Principal e discos circunstelares indicados pelo excesso no IR.

Este estudo mostrou que para todas as miss˜oes analisadas com filtros de 3,4 a 25 µm, a distribui¸c˜ao do indicador de atividade cromosf´erica em fun¸c˜ao do fluxo no IR apresenta uma prov´avel anticorrela¸c˜ao: o fluxo no IR cresce enquanto o indicador cromosf´erico diminui. Entretanto, duas regi˜oes se destacam nestes diagramas: uma em que, para baixos valores de fluxos no IR ocorre uma ampla varia¸c˜ao da atividade R0HK e outra em que, para os fluxos intermedi´arios a elevados no IR n˜ao observamos a presen¸ca de estrelas ativas.

Com rela¸c˜ao `a distribui¸c˜ao do indicador de atividade coronal em fun¸c˜ao do fluxo no IR, o cen´ario ´e semelhante ao do comportamento da atividade cromosf´erica: h´a uma diminua¸c˜ao do fluxo de emiss˜ao coronal com o aumento do fluxo no IR em todas as bandas com filtros at´e 25 µm. Tal fato mostra-se mais evidente para estrelas de tipo espectral G como tamb´em para aquelas com planetas.

O comportamento do fluxo na banda em 70 µm, relacionado `a atividade magn´etica, mostra-se claramente limitado pelos baixos valores de fluxos no IR para ambas atividades,

(53)

cromosf´erica e coronal.

Os resultados do comportamento entre a emiss˜ao cromosf´erica e coronal da amostra de estrelas com disco de detrito e da amostra de estrelas sem disco corroboram com diversos trabalhos da literatura: o aumento da atividade cromosf´erica ´e seguido do crescimento da atividade coronal. Al´em disso, percebemos que a varia¸c˜ao dos indicadores de atividade magn´etica para as estrelas com discos e planetas aparenta ser indistingu´ıvel da subamostra de estrelas sem discos e com planetas.

4.2

Perspectivas

Diante dos resultados apresentados, surge a necessidade de uma investiga¸c˜ao mais am-pla sobre como a atividade cromosf´erica e coronal s˜ao efetivamente afetadas pela presen¸ca de discos de detritos indicadas pelo excesso no IR.

Nossa perspectiva ´e fazer um estudo te´orico mais profundo sobre a complexidade das rela¸c˜oes entre a atividade magn´etica (R0HK e RX) e o excesso no infravermelho; trabalhar com amostras maiores e observar as rela¸c˜oes destes indicadores de atividade com dados no IR da miss˜ao HERSCHEL, assim como outras importantes miss˜oes, para verificar se os resultados s˜ao pertinentes. Al´em disso, relacionaremos estas atividades com outras caracter´ısticas e propriedades f´ısicas das estrelas, bem como os parˆametros dos discos de detritos para que nos proporcionem melhor entendimento das influˆencias fotosf´erica e coronal com a pr´opria estrela e com o meio interplanet´ario.

(54)

Basri, G. 2000, Scientific American, 282, 76

Batten, A. H. 1973, Binary and multiple systems of stars

Brown, L. M., Pais, A., & Pippard, B. 1995, Twentieth century physics

Canto Martins, B. L., Das Chagas, M. L., Alves, S., et al. 2011, A&A, 530, A73 Chen, F., Rempel, M., & Fan, Y. 2017, ApJ, 846, 149

Cheng, K.-P., Bruhweiler, F. C., Kondo, Y., & Grady, C. A. 1992, ApJ, 396, L83 Cotten, T. H. & Song, I. 2016, ApJS, 225, 15

Cuntz, M., Saar, S. H., & Musielak, Z. E. 2000, ApJ, 533, L151

Cushing, M. C., Kirkpatrick, J. D., Gelino, C. R., et al. 2011, ApJ, 743, 50 Cushing, M. C., Rayner, J. T., & Vacca, W. D. 2005, ApJ, 623, 1115

Da Costa, A. D., Canto Martins, B. L., Le˜ao, I. C., et al. 2017, ApJ, 837, 15 de Graauw, T., Helmich, F. P., Phillips, T. G., et al. 2010, A&A, 518, L6

(55)

de Medeiros, J. R. & Mayor, M. 1995, A&A, 302, 745

Duncan, D. K., Vaughan, A. H., Wilson, O. C., et al. 1991, ApJS, 76, 383 Eiroa, C., Marshall, J. P., Mora, A., et al. 2013, A&A, 555, A11

Fazio, G. G., Hora, J. L., Allen, L. E., et al. 2004, ApJS, 154, 10

Fujiwara, H., Ishihara, D., Kataza, H., et al. 2009, in Astronomical Society of the Pacific Conference Series, Vol. 418, AKARI, a Light to Illuminate the Misty Universe, ed. T. Onaka, G. J. White, T. Nakagawa, & I. Yamamura, 109

Giacconi, R., Branduardi, G., Briel, U., et al. 1979, ApJ, 230, 540 Giampapa, M. S., Gilliam, L. B., & Worden, S. P. 1979, ApJ, 229, 1143 Griffin, M. J., Abergel, A., Abreu, A., et al. 2010, A&A, 518, L3

Hales, A. S., Barlow, M. J., Drew, J. E., et al. 2009, ApJ, 695, 75

Hempelmann, A., Schmitt, J. H. M. M., & St¸epie´n, K. 1996, A&A, 305, 284

Herschel, W. 1800a, Philosophical Transactions of the Royal Society of London Series I, 90, 284

Herschel, W. 1800b, Philosophical Transactions of the Royal Society of London Series I, 90, 255

Hertzsprung, E. 1911, Publikationen des Astrophysikalischen Observatoriums zu Potsdam, 63

Houck, J. R., Roellig, T. L., van Cleve, J., et al. 2004, ApJS, 154, 18

Innes, R. T. A. 1915, Circular of the Union Observatory Johannesburg, 30, 235

Jones, H. R. A., Longmore, A. J., Jameson, R. F., & Mountain, C. M. 1994, MNRAS, 267, 413

Kashyap, V. L., Drake, J. J., & Saar, S. H. 2008, ApJ, 687, 1339 Kawada, M., Baba, H., Barthel, P. D., et al. 2007, PASJ, 59, S389

Referências

Documentos relacionados

Os principais objectivos definidos foram a observação e realização dos procedimentos nas diferentes vertentes de atividade do cirurgião, aplicação correta da terminologia cirúrgica,

O relatório encontra-se dividido em 4 secções: a introdução, onde são explicitados os objetivos gerais; o corpo de trabalho, que consiste numa descrição sumária das

psicológicos, sociais e ambientais. Assim podemos observar que é de extrema importância a QV e a PS andarem juntas, pois não adianta ter uma meta de promoção de saúde se

Os principais resultados obtidos pelo modelo numérico foram que a implementação da metodologia baseada no risco (Cenário C) resultou numa descida média por disjuntor, de 38% no

This means, to start with, that people like Dennett and Dretslte (unlilte for instance D. Jacltso~l&#34; refuse to consider the so called phenomenal conscious~less as

“É difícil, entre outras coisas, pela vigilância constante que temos de exercer sobre nós próprios para evitar os simplismos, as facilidades, as

A educação vivencia um momento em que o processo de inclusão dos alunos com deficiência nas instituições de ensino regular, tem sido ponto de partida para

Objetivou-se avaliar o efeito da substituição do farelo de soja por mazoferm sobre as características de carcaça e qualidade da carne de ovinos da raça Santa Inês.. Os artigos