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Scholae 3.0: aprendendo empreendendo

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE ESCOLA DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

Scholae 3.0: aprendendo empreendendo

POLLIANNA TORRES DOS SANTOS MEDEIROS DA SILVA

Natal - RN 2020

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE ESCOLA DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

Scholae 3.0: aprendendo empreendendo

POLLIANNA TORRES DOS SANTOS MEDEIROS DA SILVA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciência, Tecnologia e Inovação, como requisito para obtenção do título de Mestre em Ciência, Tecnologia e Inovação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Área de Concentração: Educação Subárea Ensino-aprendizagem

Orientador: Prof. Dr. GLÁUCIO BEZERRA BRANDÃO

Natal - RN 2020

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POLLIANNA TORRES DOS SANTOS MEDEIROS DA SILVA

Scholae 3.0: aprendendo empreendendo

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Ciência, Tecnologia e Inovação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Ciência Tecnologia e Inovação

Aprovado em 17/06/2020

BANCA EXAMINADORA

____________________________________ Prof. Dr. GLÁUCIO BEZERRA BRANDÃO

Presidente da Banca Examinadora

______________________________________________________ Prof. Dra. CLAUDIA MARIA FERNANDES ARAUJO RIBEIRO

Membro externo ao PPgCTI

__________________________________________________ Prof. Dra. KELLY KALIANE REGO DA PAZ RODRIGUES

Membro da Escola de Ciência e Tecnologia

______________________________________________ Prof. Dr. ORIVALDO VIEIRA DE SANTANA JUNIOR

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“Dedico esta Dissertação a Deus, por me guiar e me dá forças diante das dificuldades e desafios. A minha amada filha Bia Torres, a culpada por não me fazer desistir diante das dificuldades. Ao meu amado esposo Leandro Medeiros, que tanto me apoia e me incentiva. A minha amada mãe, Maria da Trindade por sempre me ajudar e ser meu suporte. Aos meus irmãos, Cândido Filho e Herculana Torres por sempre acreditarem em mim.”

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AGRADECIMENTOS

A minha mãe, Maria da Trindade por ser exemplo de coragem, luta e persistência na busca dos meus objetivos. Por ser minha primeira referência na dedicação dos meus estudos.

A minha filha Bia, meu amor, minha vida, meu tudo. Aquela que me ajuda a ser um ser humano melhor, feliz e por me proporcionar desfrutar de um amor único.

Ao meu esposo Leandro, por me ouvir, me ajudar e ficar comigo nos momentos de maiores angústias.

A minha irmã, Herculana minha referência de humanidade, generosidade e humildade. Ela que sempre me apoia, que acredita em mim mais do que eu, e que vibra com qualquer conquista minha, me incentivando e me ajudando a enfrentar todos os obstáculos que aparecem.

Ao meu irmão Cândido Filho por sempre dizer eu te amo Popó, a qualquer hora, qualquer tempo, mal sabe ele que a expressão desse sentimento move montanhas.

Ao meu Pai por toda dedicação e apoio.

A minha sogra Lene Medeiros por ficar com Bia para que eu pudesse concluir minhas atividades e compromissos do Mestrado.

Aos meus familiares que acompanharam toda essa minha jornada. Ao Professor Gláucio, pela acolhida e confiança na execução do projeto. Ao Professor Orivaldo, pela parceria e atenção inclusive com o projeto URA. Aos meus alunos da Escola Estadual Professor Francisco Barbosa por sempre acreditar no projeto Scholae 3.0 e estarem dispostos a participar de todas as nossas ações, sempre com dedicação e compromisso.

Ao meu time: Fabrício Rogério, Johnatan Highlander e Abson Luis por serem os motivadores das ações da Scholae 3.0 com tanta dedicação e amor. Sem eles o projeto não impactaria tantos jovens e tantas escolas.

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A Brenda, integrante do URA, sempre disponível, contribuindo com o mundo da robótica para os nossos alunos.

A Silvana e Janaina Ibiapina, as responsáveis por me apresentarem o mundo do empreendedorismo com a In2job.

A minha amiga Jussiara Lima, por me ajudar com as atividades da escola para que pudesse concluir as atividades do Mestrado, estando sempre ao meu lado para o que precisasse.

A minha amiga do Mestrado Ana Caline, que sempre me ajudou e me ouviu nos momentos de maiores angústias.

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SILVA, Pollianna Torres dos Santos Medeiros da. Scholae 3.0: aprendendo empreendendo. Dissertação (Mestrado Profissional em Ciência, Tecnologia e Inovação) –Programa de Pós-Graduação em Ciência, Tecnologia e Inovação (PPgCTI). Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Natal/RN, 2020.

RESUMO

Segundo o Fórum Econômico Mundial 65% dos jovens do ensino básico irão trabalhar em profissões que ainda não existem. Um estudo encomendado pela Dell Technologies para o IFTF (Institute for the future), prevê que “graças ao avanço tecnológico, até 2030, aproximadamente 85% das profissões serão novas, ou seja, ainda nem foram inventadas”. Com todo avanço e mudanças que estamos vivendo precisamos entender como nossos jovens irão se qualificar para ocupar essas profissões ainda desconhecidas, já que vivemos em um cenário desanimador das suas formações. Estudos do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) apontam que o abandono escolar a cada ano é de 575 mil alunos - praticamente, a cada minuto 1 aluno abandona uma escola de ensino médio no Brasil. Especificamente no Rio Grande do Norte, no ensino médio, o índice possui uma nota de 3,2 onde a média desejada é 7,0. É importante existir um intermediário entre as escolas e os alunos para que aumente o interesse pelo conhecimento e diminuição da evasão escolar, bem como, preparar tais alunos para profissões ainda inexistentes. Assim, sugere a Scholae 3.0, que significa escola em Latim e trata-se de uma nova abordagem que visa preparar os estudantes do ensino médio para o mundo: o do empreendedorismo inovador. A abordagem da Scholae 3.0 foi aplicada com alunos do ensino médio da rede pública de ensino do Rio Grande do Norte impactando cerca de 1000 estudantes. As ações do projeto foram realizadas na incubadora inPACTA, nos laboratórios da Escola de Ciência e Tecnologia e na própria escola dos alunos. Como resultado da pesquisa tem-se a criação da Metodologia Scholae 3.0, baseada em métodos e ferramentas empreendedoras, criativas e inovadoras, que resultaram em ações e participações em Seminários de Educação Empreendedora da ABENGE, Associação Brasileira de Educação em Engenharia e Semana de Ciência e Tecnologia da UFRN, além das intervenções nas próprias escolas como Amostra Temática, Feira de Conhecimento, ações avaliativas, projetos de conclusão de curso e monitoria. Despertando nos alunos da escola pública uma nova forma de pensar baseada na identificação de oportunidades e criação de startups. A Scholae 3.0 pretende desenvolver o estudante para o mundo atual, através da capacitação destes jovens em ferramentas que despertem seu potencial empreendedor, para que criem objetivos de sustentação bem definidos ainda jovens, favorecendo a implementação de empreendimentos que possam maturar em suas mentes e levá-los a entender que possuem um papel importante no presente e no futuro da Sociedade: a empregabilidade e geração de renda, para si e para outros.

Palavras-chaves: Empreendedorismo-Inovador; Ciência com Modelo de Negócio;

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SILVA, Pollianna Torres dos Santos Medeiros da. Scholae 3.0: aprendendo empreendendo. Dissertação (Mestrado Profissional em Ciência, Tecnologia e Inovação) –Programa de Pós-Graduação em Ciência, Tecnologia e Inovação (PPgCTI). Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Natal/RN, 2020.

ABSTRACT

According to the World Economic Forum 65% of young people in basic education will work in professions that do not yet exist. A study commissioned by Dell Technologies for the IFTF (Institute for the future), predicts that “thanks to technological advances, by 2030, approximately 85% of professions will be new, that is, they have not even been invented yet”. With all the advances and changes that we are experiencing, we need to understand how our young people will qualify to occupy these professions that are still unknown, since we live in a discouraging scenario of their backgrounds. Studies by IDEB (Basic Education Development Index) show that school dropout each year is 575 thousand students - practically every minute 1 student leaves a high school in Brazil. Specifically in Rio Grande do Norte, in high school, the index has a score of 3.2 where the desired average is 7.0. It is important to have an intermediary between schools and students in order to increase interest in knowledge and decrease school dropout, as well as prepare such students for professions that do not yet exist. Thus, Scholae 3.0 appears. Scholae means school in Latin and it is a new approach that aims to prepare high school students for the world: that of innovative entrepreneurship. The Scholae 3.0 approach, was applied to high school students from the public school system in Rio Grande do Norte, impacting around 1000 students. The project's actions were carried out in the inPACTA incubator, in the laboratories of the School of Science and Technology and in the students' own school. As a result of the research, the Scholae Methodology 3.0 was created, based on entrepreneurial, creative and innovative methods and tools, which resulted in actions and participations in Entrepreneurial Education Seminars of ABENGE, Brazilian Association of Education in Engineering and Science Week and Technology at UFRN, in addition to interventions in the schools themselves, such as Thematic Sample, Knowledge Fair, evaluative actions, course completion projects and monitoring. Awakening in public school students a new way of thinking based on the identification of opportunities and the creation of startups. Scholae 3.0 intends to develop the student for the current world, through the training of these youngsters in tools that awaken their entrepreneurial potential, so that they create well-defined support objectives while still young, favoring the implementation of ventures that can insert in their minds and take them them to understand that they have an important role in the present and in the future of the Society: employability and income generation, for themselves and for others.

Keywords:Entrepreneurship-Innovator; Science with Business Model; Immersion;

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Ficha Catalográfica

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Central Zila Mamede

Silva, Pollianna Torres Dos Santos Medeiros da.

Scholae 3.0: aprendendo empreendendo / Pollianna Torres Dos Santos Medeiros da Silva. - 2020.

81f.: il.

Dissertação (Mestrado)-Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Escola de Ciência e Tecnologia, Programa de Pós Graduação em Ciência

Tecnologia e Inovação, Natal, 2020. Orientador: Dr. Gláucio Bezerra Brandão. Coorientador: Dr. Orivaldo Vieira de Santana Júnior.

1. Empreendedorismo-Inovador - Dissertação. 2. Ciência com Modelo de Negócio - Dissertação. 3. Imersão - Dissertação. 4. Sala de Aula

Invertida - Dissertação. I. Brandão, Gláucio Bezerra. II. Santana Júnior, Orivaldo Vieira de. III. Título.

RN/UF/BCZM CDU 005.32

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LISTA DE SIGLAS

ABENGE: Associação Brasileira de Educação em Engenharia BNCC: Base Nacional Comum Curricular

BNDS: Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social CEEP: Centro de Educação Profissional

DEPEC: Departamento de Pesquisa Econômica E 3.0: Escola 3.0

EEFIC: Escola Estadual Professor Francisco Ivo Cavalcanti EEPFB: Escola Estadual Professor Francisco Barbosa EEWG: Escola Estadual Governador Walfredo Gurgel

FLOCA: Escola Estadual Desembargador Floriano Cavalcante

GÊNESES: Geração de Novas Empresas de Software, Informação e Serviços) IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IDEB: Índice de desenvolvimento da Educação Básica IES: Instituição de Ensino Superior

INEP: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira

inPACTA: Incubadora de Processos Acadêmicos, Científicos e Tecnológicos Aplicados LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação

OCDE: Organização de Cooperação e de Desenvolvimento ODS: Objetivo de Desenvolvimento Sustentável

ONU: Organização das Nações Unidas

PISA: Programme for International Student Assessment RN: Rio Grande do Norte

SEBRAE: Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SEEC: Secretaria de Educação e da Cultura

SOFTEX: Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro

TH: Tríplice Hélice

TRIZ: Teoria da Resolução Inventiva de Problemas UFRN: Universidade Federal do Rio Grande do Norte

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1- Nine windows modelos de ensino ... 21

Figura 2- Ranking das dez habilidades exigidas para os jovens até 2020 ... 27

Figura 3- Indicadores de avaliação do IDEB... 28

Figura 4- Adaptação da Tríplice Hélice ... 34

Figura 5- Lean Canvas ... 35

Figura 6- etapas da metodologia Scholae 3.0 ... 43

Figura 7- Alunos na inPACTA participando da oficina ... 46

Figura 8- Alunos no Laboratório da ECT manipulando o Trello ... 48

Figura 9- Alunos apresentando suas produções na Feira do Conhecimento ... 50

Figura 10- I Mostra de Administração ... 52

Figura 11- oficina aplicando o Lean Canvas idealizando a Persona ... 54

Figura 12- alunos participando da oficina Startup Missão Rocket ... 55

Figura 13- etapas da Jornada do Herói ... 57

Figura 14- capacitação dos alunos com as empresas Junior da UFRN ... 57

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Distribuição percentual da população segundo a mentalidade empreendedora Brasil 2017/2018... 25 Tabela 2- Startups criadas pelos alunos ... 46

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1-Principais recomendações dos especialistas para melhoria das condições para empreender no Brasil-2018 ... 26

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1- Taxas do número de empreendedores segundo o nível de escolaridade por

estágio de empreendimento Brasil- 2018 ... 25

Gráfico 2- Construindo um Departamento de Marketing Inovador ... 60

Gráfico 3- aumentando a produtividade da equipe utilizando o Trello (A) ... 62

Gráfico 4- Aumentando a produtividade da equipe utilizando o Trello (B) ... 63

Gráfico 5- aplicando o Lean Canvas idealizando a Persona (A) ... 65

Gráfico 6- aplicando o Lean Canvas idealizando a persona (B) ... 67

Gráfico 7- Aplicando o Lean Canvas idealizando a persona (C) ... 69

Gráfico 8- Startup Missão Rocket (A) ... 71

Gráfico 9- Startup Missão Rocket (B) ... 72

Gráfico 10- Startup Missão Rocket (C) ... 73

Gráfico 11- Jornada do Herói (A)... 74

Gráfico 12- Jornada do Herói (B) ... 75

Gráfico 13- Jornada do Herói (C) ... 76

Gráfico 14- Jornada do Herói (D)... 76

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 17

2. FUNDAMENTAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA ... 20

2.1 Dimensões da educação: modelo 1.0, 2.0 e 3.0 ... 20

2.2 Desenvolvimento Econômico e Educação ... 22

2.3 Educação vs Empreendedorismo ... 24 2.4 Educação Empreendedora ... 29 2.5 Empreendedorismo Inovador ... 31 3.0 DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO ... 32 3.1 Scholae 3.0 A origem ... 33 3.2 Lean Canvas ... 35 3.3 Formação de Equipe ... 37

3.4 Apresentação do Projeto Scholae 3.0 para a escola ... 38

4 MÉTODOS ... 39 a) Lean Startup: ... 39 b) Effectuation ... 39 c)Design Thinking ... 40 d) Hackathon ... 40 e) Brainstorm ... 40 f) Análise de Swot ... 40 g) kanban ... 41 h) Círculo Dourado ... 41 i) Persona ... 41 j) Benchmarketing ... 41 k) Lean Canvas: ... 41 l) Storytelling ... 42 m) Pitch ... 42

5 METODOLOGIA DESENVOLVIDA SCHOLAE 3.0 ... 43

6 CASES ... 45

6.1 Construindo um Departamento de Marketing Inovador ... 45

6.2 Aumentando a produtividade da equipe com a ferramenta Trello ... 47

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6.4 I Mostra de Administração da EEPFB: desafios e responsabilidades do

Administrador na atualidade ... 51

6.5 Aplicando o Lean Canvas: idealizando a persona ... 53

6.6 Startup Missão Rocket ... 55

6.7 Jornada do Herói ... 56

7 ANALYTICS... 59

7.1Construindo um Departamento de Marketing Inovador ... 59

7.2 Aumentando a produtividade da equipe utilizando o Trello. ... 61

7.3 Aplicando o Lean Canvas idealizando a persona. ... 64

7.4 Startup Missão Rocket ... 70

7.5 Jornada do Herói ... 73

8 CONCLUSÃO ... 78

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1 INTRODUÇÃO

Com o alto índice de desemprego no país, as escolas necessitam não só prover uma capacitação diferenciada para seus estudantes, como também lhes darem objetivos para alcançarem, tornando a escola mais atrativa e retentora.

O sistema educacional brasileiro forma seus estudantes de modo linear, fazendo com que tenham as mesmas competências de modo a formarem profissionais "em série", os quais disputarão os mesmos espaços, o que pode ser entendido como a fonte do desemprego. Competências iguais disputam empregos iguais. Embora as escolas tenham algumas diferenças interessantes, apenas o nível escolar e a formação de professores em educação para o empreendedorismo podem ajudar a antecipar as atividades de educação para o empreendedorismo na escola (RUSKOVAARA; HÄMÄLÄINEN; PIHKALA, 2016).

A proposta da Scholae 3.0 vem no sentido de incutir o pensamento empreendedor interdisciplinar inovador na mente estudantil para que entendam que terão de prover o próprio Mercado, através do desenvolvimento e fortalecimento da liderança, iniciativa, criatividade, e de soluções a serem criadas. Partindo do princípio: osprofessores terão um papel importante como guia para a educação dos jovens que tem o mundo online à disposição, a carga horária será flexível e o estudante poderá aprender junto com colegas e outros mentores (STARTSE. EDTECH CONFERENCE 2019., [s.d.]) surge o conceito 3.0 na educação dessa forma a abordagem da Scholae 3.0 pretende desenvolver o estudante para o mundo atual.

Desde as duas últimas décadas, o tema empreendedorismo vem sendo cada vez mais disseminado na área educacional como estratégia de formação para o mundo do trabalho. O termo empreendedorismo, originado do campo empresarial/mercado, tornou-se área de conhecimento, especialmente no ensino superior e em cursos profissionalizantes, de nível médio. Mas, nas últimas décadas, vem progressivamente deslocando-se para o nível da educação básica, incentivado principalmente por organismos internacionais. Entre esses organismos, destacam-se a Organização de Cooperação e de Desenvolvimento (OCDE), a Organização das Nações Unidas (ONU) e Organização das Nações Unidas para a Educação a Ciência e a Cultura (UNESCO), por meio do Projeto Regional de Educação para a América Latina e o Caribe (PRELAC, [s.d.]).

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A palavra Scholae 3.0 significa escola em Latim e sua abordagem desperta o pensamento empreendedor nos estudantes, fazendo com que deixem de pensar "qual a profissão devo ter" e passem a mentalizar "qual o problema devo resolver".

A importância do pensamento empreendedor ser inserido logo na escola básica faz com que os estudantes que têm essa oportunidade possam desenvolver habilidades e competências que vão fazer uma grande diferença quando esses mesmos estudantes estiverem na universidade.

Esse pensamento empreendedor não se trata apenas de abrir um novo negócio, como muita gente imagina. É um novo modo de pensar, uma competência que pode ser desenvolvida. Mas o caminho da mudança não tem uma fórmula mágica, ele exige muito aprendizado. Por isso, a missão da Educação Empreendedora é desenvolver pessoas para o empoderamento, com atitudes e mentalidade empreendedoras, para que possam encontrar soluções para os diversos problemas. Antes de mudar o mundo, é preciso preparar os jovens, estruturar seus sonhos pessoais e profissionais para que eles saibam planejar, buscar informações e estabelecer metas (SEBRAE, 2017).

A Scholae 3.0 atua na implementação desse pensamento por meio de oficinas específicas que estão relacionadas diretamente com os conteúdos que os estudantes aprendem na sala de aula e alinhadas às competências da Base Nacional Comum Curricular. A metodologia é baseada em problemas, norteados pela agenda 2030, o plano indica 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, os ODS, e 169 metas, para erradicar a pobreza e promover vida digna para todos, dentro dos limites do planeta. Especificamente no objetivo 4.2 da ODS4 tem-se que: “Até 2030, aumentar substancialmente o número de jovens e adultos que tenham habilidades relevantes, inclusive competências técnicas e profissionais, para emprego, trabalho decente e empreendedorismo.”

Os alunos identificam oportunidades e partindo de tentativas, erros e acertos na construção dos seus projetos os mesmos podem refletir sobre suas estratégias e tomada de decisão.

Sabendo que, pesquisas acadêmicas mostraram que a Educação para o Empreendedorismo aumenta a Intenção Empreendedora (MARESCH et al., 2016) Presume-se que isso favoreça e dê respaldo científico ao que a Scholae 3.0 propõe, uma vez que situa o estudante na condição de agente ativo na relação entre os conceitos que

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estão sendo ministrados em sala de aula em ciências, matemática, física etc. e os produtos que podem surgir das ideias desenvolvidas por eles nas oficinas realizadas pelo projeto.

O objetivo da Scholae 3.0 é através da metodologia desenvolvida criar jovens líderes empreendedores, desenvolvendo uma relação de ensino e aprendizagem criando talentos nas escolas que desemboquem na UFRN ou em outras IES com uma postura empreendedora e inovadora tão necessária para a nossa sociedade.

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2. FUNDAMENTAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

2.1 Dimensões da educação: modelo 1.0, 2.0 e 3.0

A sala de aula como conhecemos na maior parte do mundo teve sua origem na era da Revolução Industrial, nesse período os modelos das fábricas eram seguidos pelas escolas, a educação era balizada por formação de alunos em série inspirados pelo sistema fordista de linha de produção. Estas características ajudam a compor o modelo de educação 1.0, aquele em que é centrado no docente, conhecedor de tudo.

O modelo de ensino 2.0 é mais criativo e conectado, trouxe a experiência do aprendizado cooperativo, o ensino é abrangente, contextualizado, entretanto, a educação é centrada no aluno, ainda inexperiente e que não consegue definir reais decisões eficazes para a sua formação.

“Na Escola 2.0, a gerência é difícil e o foco nebuloso: embora se atribua poder ao aluno, as mentes muito verdes carecem de direção, conhecimento consolidado, o que os leva a pensar suas experiências como verdade absolutas” (BRANDÃO, 2018) .

A aprendizagem na maior parte das escolas e universidades é totalmente obsoleta, porque insistem em produzir uma pedagogia baseada na transmissão de informação e isso nos tempos de hoje é desnecessário, já que a informação está vinculada a qualquer tempo e hora na internet.

Enquanto no modelo industrial de sala de aula, os estudantes eram formados para se adaptarem ao trabalho nas fábricas, o mercado atual, voltado para a inovação, não está sendo abastecido do mesmo modo e suas novas necessidades não estão sendo acompanhadas pelo ambiente educacional.

Tomando como base a teoria da resolução inventiva de problemas, a TRIZ, uma metodologia russa desenvolvida por Genrikh Altshuller, amplamente utilizada nas áreas da engenharia e gestão, tendo grande importância na melhoria da eficácia no desenvolvimento de novos produtos ou serviços e melhoria de produtos ou serviços já existentes por parte das organizações.

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Na definição de Savransky "TRIZ é uma metodologia sistemática, orientada ao ser humano, baseada em conhecimento, para a solução inventiva de problemas” (GERALDO; PIRES, 2016).

De forma a gerar subsídios para alcançar o objetivo proposto para a criação da metodologia Scholae 3.0 tem-se o seguinte problema a ser respondido: como solucionar problemas e praticar inovações no modelo de ensino atual desenvolvendo habilidades e competências nos jovens?

A TRIZ trabalha a criatividade e ensina criar inovação do zero, por isso foi desenvolvida uma de suas ferramentas a Nine Windows, conforme figura 1, a qual é definida como um método para explorar problemas e seus possíveis impactos, examinando o passado, o presente e o futuro das áreas de alto nível e de suas subseções relacionadas, fazendo com que nosso pensamento deixe a inércia psicológica e comece a pensar de uma maneira não linear impulsionando o pensamento criativo.

Figura 1: Nine windows modelos de ensino

Past Present Future

Super- System System Sub-system Fonte: autor

Analisando o método de ensino atual, percebe-se a necessidade de a escola adotar uma prática de fazer os alunos pensarem e executarem para aprender o que é necessário no Século XXI. Diante disto, a metodologia Scholae 3.0 pretende utilizar as benesses dos modelos 1.0 e 2.0 de ensino aliando tecnologia com uma visão mais pragmática.

A análise das sugestões de melhorias e intervenções técnicas sob a ótica da TRIZ comprova que a adoção desta metodologia contribui para elevar os resultados da inovação no processo de ensino e aprendizagem dos alunos.

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2.2 Desenvolvimento Econômico e Educação

Apesar do Brasil ter conseguido aumentar a escolaridade média, não avançamos na qualidade do ensino. É fácil entender que a educação influencia a economia e a ausência de qualidade no ensino afeta o desenvolvimento brasileiro.

De fato, o país aumentou constantemente seu investimento público em educação nos últimos anos, segundo o Departamento de Pesquisas Econômicas (DEPEC) do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDS) sobre perspectivas de 2018-2023 do crescimento da economia brasileira, atingindo 6% do PIB em 2014 (ou 5,2% do PIB em 2013, pela métrica da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE). Entretanto, os montantes investidos não estão sendo traduzidos em melhores resultados na educação. Nesse sentido, um exemplo procede da Prova Brasil, criada com o objetivo de avaliar a qualidade do ensino ministrado nas escolas das redes públicas e promovida pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Seus resultados mais recentes mostram uma melhora nos anos iniciais, mas uma estagnação nos anos finais (ensino médio), em que apenas cerca de 10% a 20% dos alunos aprendem o considerado adequado.

No âmbito internacional, costuma-se analisar os dados do Programme for International Student Assessment (Pisa). Entre setenta países, o Brasil ficou na 63ª posição em ciências, na 59ª em leitura e na 66ª colocação em matemática. Esses dados ajudam a demonstrar que a qualidade da nossa educação ainda é um gargalo importante, que acaba extrapolando para a qualificação profissional e, consequentemente, para o mercado de trabalho. Sem a melhora desses aspectos, portanto, o desafio do crescimento sustentável fica ainda mais difícil.

Sabe-se que, desenvolvimento econômico é um processo de mudanças sociais e econômicas que ocorrem numa determinada região ou país e que contribuem para a melhoria do bem-estar da população.

Outro gargalo importante diz respeito ao capital humano do país, caracterizado pelo baixo nível de educação da população. Apesar de termos aumentado o gasto com educação nos últimos anos, tal movimento não foi suficiente para melhorar os resultados, principalmente em relação à qualidade do ensino.

A educação para o empreendedorismo tornou-se uma ferramenta importante em um cenário econômico de evolução e transformação cada vez mais rápida e acelerada. O

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autor destaca que o empreendedorismo tem sido o centro das políticas públicas em diversos países e ressalta o reconhecimento da importância do empreendedorismo como sendo uma política pública que pode gerar benefícios para a sociedade e para a economia mundial, sendo por isso que já ganhou destaque frente a vários organismos internacionais (ASSIS, 2014).

Em nível mundial, a educação empreendedora vem ganhando força e crescendo em muitos países, com a proposta de atender às novas exigências de formação profissional e pessoal para uma sociedade em rápidas e contínuas transformações. A disciplina de empreendedorismo vem sendo incentivada nas instituições educacionais públicas e privadas como essencial, tanto no nível da educação básica, como em cursos profissionalizantes e cada vez mais vem ganhando espaço dentro das salas de aulas, de todos os níveis (SILVA; CARIA, 2015).

A implantação nos currículos escolares da disciplina de empreendedorismo, ou da educação empreendedora no sistema educacional, tem sido apresentada como sendo uma importante ferramenta ou política de contenção da evasão escolar e também como sendo uma iniciativa positiva para a promoção da empregabilidade e, consequentemente, à promoção do desenvolvimento social e econômico nos países desenvolvidos, conforme documento disponível no portal eletrônico do MEC, sob o título “Educação Econômica e Empreendedorismo na educação Pública: promovendo o protagonismos infanto-juvenil”. De acordo com este documento,

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) quer uma escola democrática e participativa, autônoma e responsável, flexível e comprometida, atualizada e inovadora, humana e holística. Esses princípios contidos nos seus artigos vão encontrar concordância com os princípios norteadores do empreendedorismo.

Tanto as definições iniciais como as atualizadas do empreendedorismo exigem do empreendedor comportamento quanto os definidos pela LDB. Conclui-se que LDB quer uma escola empreendedora (“BRASIL. Educação econômica e empreendedorismo na educação pública: promovendo o protagonismo infanto-juvenil.”, 2015)

É no Ensino Médio, como etapa final da educação básica, que o empreendedorismo vem sendo mais incentivado como uma estratégia para conter a evasão e, dessa forma, garantir uma melhoria da empregabilidade.

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2.3 Educação vs Empreendedorismo

A prática do empreendedorismo mostra-se cada vez mais freqüente no Brasil diante das dificuldades socioeconômicas e redução de oportunidades para aqueles que querem ingressar no mercado de trabalho. No entanto, a prática do empreendedorismo convive com a falência de muitas organizações, em decorrência dos baixos níveis de educação e da desmotivação dos empreendedores.

De acordo com Dornelas (2005, p. 26), “o movimento do empreendedorismo no Brasil começou a tomar forma na década de 1990, quando entidades como Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e Softex (Sociedade Brasileira para Exportação de Software) foram criadas”.

O mesmo autor destaca algumas ações que também contribuíram para o crescimento da prática do empreendedorismo no Brasil: os programas Softex e GENESIS (Geração de Novas Empresas de Software, Informação e Serviços) que apoiavam atividades de empreendedorismo em software, o programa Brasil Empreendedor, do Governo Federal, dirigido à capacitação de mais de 6 milhões de empreendedores em todo o país, os programas EMPRETEC e Jovem Empreendedor do Sebrae, entre outros. (ARAÚJO; WOLF, 2011).

Com a redução dos postos formais de trabalho que se identifica no Brasil, o empreendedorismo passa a ser visto como uma opção de carreira e uma forma de absorver os diplomados que não conseguem se colocar no mercado de trabalho. Identifica-se, portanto, a necessidade de criação de um novo perfil profissional, destinado a ocupar um espaço capaz de canalizar este desejo empreendedor dos brasileiros, cabendo às instituições educadoras e, mais especificamente, aos educadores, contribuir para o desenvolvimento de uma educação empreendedora, incentivando os alunos a explorarem o espaço potencial para o empreendedorismo no país (ARAÚJO; WOLF, 2011).

A pesquisa GEM (Global Entrepreneurship Monitor) avalia as condições para se empreender no país. O Gráfico 1, mostra taxas do número de empreendedores segundo nível de escolaridade por estágio de empreendimento no Brasil.

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Fonte: GEM 2018

Considerando os níveis de escolaridade, parece não influenciar decisivamente na opção do indivíduo de dar início a uma atividade empreendedora. Assim, entende-se que o grau de escolaridade não é um fator determinante para reais ocupações no mercado de trabalho, assim como empreender.

Tomando os dois níveis de escolaridade extremos, percebe-se que entre os brasileiros com nível superior completo, 15,9% deles estavam empreendendo em estágio inicial, enquanto 15,4%, como mostra o Gráfico 1, daqueles que possuem o ensino fundamental incompleto o fazem da mesma forma.

A Tabela 1 mostra a distribuição percentual da população segundo a mentalidade empreendedora do brasileiro, é observado que muitos desejam possuir o seu próprio negócio. Muitos sonham em ter seu próprio negócio já que esse desejo é manifestado por 33% da população. Nota-se que, em 2018, o percentual de pessoas que afirmam ter o sonho de um negócio próprio é muito próximo do percentual daquelas que observam boas oportunidades para novos negócios, sugerindo, com isso, um ajuste entre a percepção de uma realidade concreta e a manifestação de uma vontade (SEBRAE, [s.d.]).

Tabela 1: Distribuição percentual da população segundo a mentalidade empreendedora Brasil 2017/2018

Fonte: GEM Brasil 2018

Gráfico 1: Taxas do número de empreendedores segundo o nível de escolaridade por estágio de empreendimento Brasil- 2018

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O relatório GEM também apresenta as principais recomendações dos especialistas para melhorar as condições para empreender no país. O quadro 1 mostra as recomendações.

Quadro 1:Principais recomendações dos especialistas para melhoria das condições para empreender no Brasil-2018

Fonte GEM 2018

É notório a implementação de melhorias em aspectos vitais às atividades empreendedoras no País. Pensando no número de desempregados, já perto de treze milhões e com 11% dos trabalhadores que cursaram faculdade ganhando um salário mínimo é necessário urgentemente uma maior difusão de educação empreendedora nas escolas, políticas e programas governamentais de apoio ao empreendedorismo, desenvolvimento tecnológico e infraestrutura entre outros tantos aspectos ligados ao tema.

“Podemos identificar três grandes desafios contemporâneos a) sociedade da informação e sociedade do conhecimento; b) sociedade da esgarçadura das condições humanas, traduzida na violência, na concentração de renda na mão de minorias, na destruição da relação interpessoal, etc.; c) sociedade do não emprego e das novas configurações do trabalho” (PIMENTA, S. G.; ANASTASIOU, 2002).

O cumprimento desses desafios tem por base o perfil socioeconômico dos participantes e o atual momento econômico do país que tem levado ao aumento do número de jovens que nem trabalham, chegando a 23% do total da população entre 15 e 29 anos. Destes jovens apenas 11,9% dos pardos e negros estudam e trabalham, percentual 5% inferior aos que se declaram brancos (IBGE, 2018). Perfil este que necessita de atenção especial para não abandonarem a escola e podem ter no empreendedorismo oportunidades de geração de renda.

Segundo o Fórum Econômico Mundial realizado em 2018, 65% dos jovens irão trabalhar em profissões que ainda não existem. Isso pode ser observado na Figura 2,

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Figura 2: Ranking das dez habilidades exigidas para os jovens até 2020

Fonte: Fórum Econômico Mundial

Sobre as habilidades que os mesmos devem desenvolver está em primeira posição a resolução de problemas complexos, em seguida pensamento crítico e criatividade. Estas habilidades compõem a educação empreendedora, aí está o elo necessário para o desenvolvimento econômico: educação e empreendedorismo. Mas, como iremos desenvolver nestas jovens habilidades empreendedoras se nas escolas em sua maioria ainda predomina o modelo de ensino 1.0?

As crianças precisam ser ensinadas a serem criativas e inovadoras, a fazer coisas que as máquinas não podem fazer.

Os novos papéis do futuro não exigem uma educação tradicional e sim uma combinação do conjunto de habilidades. Os campos da cibersegurança, computação em nuvem, design digital exigem essa combinação.

Precisa-se investir no desenvolvimento dessas habilidades e responder ao cenário de mudança, libertando esse modelo tradicional de ensino que privilegia a educação formal.

Sobre o ranking das dez habilidades apresentados na Figura 2 destacam-se: ● Solução de problemas complexos;

● Pensamento Crítico; ● Criatividade;

● Gestão de Pessoas; ● Coordenação;

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● Capacidade de julgamento e tomada de decisão; ● Orientação para servir;

● Negociação;

● Flexibilidade cognitiva;

O relatório “The Future Jobs” produzido pelo Fórum Econômico Mundial, afirma que as mudanças previstas estão orientadas pela Quarta Revolução Industrial formada pela era da robótica, inteligência artificial, automação no transporte etc.

Vale destacar que, as habilidades dos profissionais estão mudando devido a este movimento. Para isto, deve-se criar métodos e novos modelos de aprendizagem a era agora é aprender, desaprender e reaprender.

Com tanta informação disponível, encontrar uma ponte motivadora para que o aluno desperte e saia do estado passivo, de espectador, e desenvolva habilidades e competências, induz professores e profissionais da educação a pensar e conhecer sobre como se produz uma aprendizagem significativa e como se constrói o conhecimento (BUENO, M., KOEHLER, S., SELLMANN, M., SILVA, M., 2012).

Associando as habilidades ditas necessárias para os nossos jovens com os índices dos indicadores de avaliação da educação básica é desanimador. Tratando especificamente do Rio Grande no Norte, onde as taxas de abandono escolar e evasão são drásticas, analisando os indicadores, como mostra a Figura 3, que medem a qualidade do aprendizado nacional e estabelecem metas para a melhoria do ensino, observa-se que são necessárias mudanças imediatas para a melhoria e o avanço da nossa educação.

Figura 3: Indicadores de avaliação do IDEB

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2.4 Educação Empreendedora

Uma educação empreendedora pressupõe desenvolver um conjunto de propostas com alguns grandes eixos que se integram: aprendizagem, desenvolvimento da autoestima/autoconhecimento, formação do aluno empreendedor e do aluno-cidadão. Além de focar a aprendizagem, é importante preparar os alunos para que sejam empreendedores, inovadores, criativos; que tenham um bom conhecimento de si mesmos, uma boa autoestima e que aprendam a ser cidadãos, com um comportamento ético e preocupação social crescentes.

Essa tentativa de mudança do status quo no ensino desses conteúdos implicam uma mudança de paradigma, que deve ocorrer de acordo com as exigências do complexo e exigente ambiente organizacional, levando-?‐se em consideração das inúmeras dificuldades que se deparam aqueles profissionais que assim consideram urgente essa dinâmica da educação empreendedora, pois “os valores do nosso ensino não sinalizam para o empreendedorismo, estando voltados, em todos os níveis, para a formação de profissionais que irão buscar emprego no mercado de trabalho”(DOLABELA, 1999).

Vale destacar o artigo, de que analisa um método alternativo de ensino que visa a maior participação do aluno e o desenvolvimento de habilidades práticas, concluindo que o uso de tal método possivelmente aumenta o envolvimento do aluno com o aprendizado, além de proporcionar vários benefícios (YU LUN, 2011).

O empreendedor é aquele que faz as coisas acontecerem, se antecipa aos fatos e tem uma visão futura da organização, ao ponto de, modificarem o estilo de vida da população, inovando, criando ou recriando coisas e comportamentos” (DORNELAS, 2014).

Como possível instrumento para a diminuição da lacuna entre os avanços científicos e tecnológicos, junto às instituições de ensino, surge a Educação Empreendedora (EE). O termo advém de um programa de negócios realizado na América do Norte chamado Entrepreneurship Education, o qual incentivava seus participantes a entender e criar o seu próprio negócio (FOWLER, 2010).

Educar significa evoluir sem mudar as nossas raízes; pelo contrário, reconhecendo e ampliando as energias que dela emanam. É também despertar a rebeldia, a criatividade, a força da inovação para construir um mundo melhor. Mas é principalmente construir a capacidade de cooperar, de dirigir energias para a construção do coletivo. É substituir a

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lógica do utilitarismo e do individualismo pela construção do humano, do social, da qualidade de vida para todos (DOLABELA, 2003).

A educação para o empreendedorismo desperta a consciência das pessoas sobre o pensamento empreendedor, habilidades empreendedoras e outras qualidades gerais de negócios, essa atividade requer estudantes com independência, autoconfiança, perseverança, coragem, caráter e integridade.

Um dos maiores desafios atuais quanto se trata de educação consiste na forma como os conteúdos devem ser transmitidos aos alunos, havendo discordâncias consideráveis entre pesquisadores da área. Entretanto, a utilização de dinâmicas e atividades específicas que tornem determinados conteúdos mais atrativos e ao mesmo tempo, despertam a curiosidade dos discentes, é importante e necessária no atual contexto educacional (GOMES; SILVA, 2018).

É com essa perspectiva que a inPACTA, incubadora da Escola de Ciência e Tecnologia da UFRN favorece e apoia a aplicação do projeto Scholae 3.0, não sendo um ambiente aliado somente a pesquisa, mas a transformação da ciência em inovação de fato, com a prática dessa abordagem empreendedora, isso alimenta que as experiências longe das salas de aula são mais enriquecedoras e produtivas.

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2.5 Empreendedorismo Inovador

O projeto Scholae 3.0 no desenvolvimento da sua metodologia utiliza alguns princípios baseados em ferramentas e técnicas inovadoras, são eles: Lean startup (RIES, 2012): construir (converter as ideias em produtos), medir (ver como os clientes respondem) e aprender (pivotar ou perseverar), lógica empreendedora do Effectuation, “Na lógica de Effectuation, a ideia é controlar um futuro imprevisível. Como isso é possível? Ao se cocriar o futuro ao invés de tentar prevê-lo”, explica a pesquisadora Sara Sarasvathy, criadora do método, ao delinear os princípios do Effectuation.

A estrutura de Sarasvathy é básica e vai muito além do empreendedorismo, podendo envolver qualquer projeto na carreira: “é preciso usar o que está sob seu controle (quem é você, o que você sabe, quem você conhece, que recursos tem) para criar ideias factíveis em parceria com quem se interessar” (BRANDÃO, 2019).

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3.0 DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO

Considerando que,

(a) É necessário identificar estudantes talentosos e incentivar seu ingresso nas áreas científicas e tecnológicas;

(b) Deve-se proporcionar desafios aos estudantes visando o aprimoramento de suas formações;

(c) Promover o estímulo e despertar o interesse pelo o empreendedorismo; (d) Aproximar as instituições de ensino superior, os institutos de pesquisa e

sociedades científicas das instituições do ensino médio para que desemboquem nas IES com uma nova perspectiva e pensamentos disruptivos;

(e) Os estudantes devem ser protagonistas do seu aprendizado seguindo um modelo diferente do atual, totalmente inovador e não linear contribuindo para a criatividade e inovação.

(f) O empreendedorismo inovador deve ter o engajamento de uma quantidade considerável de professores;

(g) Uma educação empreendedora é um dos motores da economia;

Em um mundo conectado, com muita informação e novas tecnologias, para que os jovens sejam o futuro do nosso país eles terão que desenvolver competências e habilidades exigidas pelo mercado, para isso as escolas têm um papel fundamental na construção dessas competências e habilidades. Mas será que o modelo de ensino atual de nossas escolas é efetivo para realizar esse feito?

Pensando em existir um intermediário entre as escolas e os alunos para que aumente o interesse pelo conhecimento e diminuição da evasão escolar, bem como, preparar tais alunos para profissões ainda inexistentes foi desenvolvido uma metodologia denominada Scholae 3.0.

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3.1 Scholae 3.0 A origem

Inicialmente o projeto denominava-se Escola 3.0 (E 3.0) e foi proposta como submissão para a seleção do Mestrado em Ciência, Tecnologia e Inovação do Programa de Pós- graduação da Escola de Ciência e Tecnologia o PPgCTI, sob orientação do Professor Gláucio Brandão, ainda na fase de ideação pretendia-se aplicar uma abordagem de ensino com o objetivo de preparar os estudantes do ensino médio para o mundo: o do empreendedorismo inovador, capacitando e despertando nestes jovens seu potencial empreendedor. A proposta seria aplicar a abordagem nas escolas de ensino médio da rede estadual de ensino que atualmente, segundo a SEEC, conta com 103.365 alunos matriculados e 315 escolas no RN. Com o passar do tempo e aplicação das validações do projeto ele passou a ser denominado Scholae 3.0. Scholae significa escola em Latim, e casa perfeitamente com o projeto tendo em vista a busca por disseminar a Ciência, já que sua origem é latina sendo inovador e inspirador.

Entretanto, a porta de entrada para a validação desta abordagem seriam as escolas técnicas da rede estadual de ensino do Rio Grande do Norte, instituições estas apoiadas pelo programa Brasil Profissionalizado, o qual busca o fortalecimento do ensino médio integrado à educação profissional nas redes estaduais de educação profissional. Instituído no ano de 2007, foi criado por meio do Decreto nº 6.302, de 12 de dezembro daquele ano.

O Programa atua no fomento de ações que visam à expansão, ampliação e modernização das escolas das redes estaduais de Educação Profissional e Tecnológica, com a finalidade de expandir e ampliar a oferta de cursos técnicos de nível médio, principalmente do ensino médio integrado à educação profissional e tecnológica.

O Programa chegou ao Rio Grande do Norte (RN) em 2009 para a construção de 10 centros de educação profissional, dos quais 8 estão em funcionamento e 2 em fase de conclusão e recursos para a reforma e ampliação de 57 escolas que foram concluídas de 53 do total. Segundo a Secretaria de Educação e Cultura (SEEC) atualmente no RN o ensino profissionalizante possui: 53 escolas em tempo regular e 12 escolas em tempo integral, com 24.056 estudantes matriculados. Os cursos ofertados pela rede são: Administração, Manutenção e Suporte em Informática, Segurança do Trabalho, Sistema de Energia Renovável, Nutrição e Dietética, Informática, Recursos Humanos, Edificações, Meio Ambiente, Agroecologia, Guia de Turismo e Mineração.

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Fazendo a ligação entre a sociedade do conhecimento, no contexto da Tríplice Hélice (TH), temos a universidade como entidade fundamental para o desenvolvimento econômico. Sob essa perspectiva, a universidade é o motor da inovação. Para isto, ela deve interagir com as demais esferas da TH (governo e empresas) e deve fazer com que as suas pesquisas resultem em resultados aplicáveis na sociedade.

A Universidade empreendedora, assim chamada por Etzkovikz, deve parar de consumir o excedente da sociedade e deve ter como foco a geração de valor econômico e social. Por isso, a então Scholae 3.0 alinhada com os pensamentos de Etzkovikz, capaz de associar as três esferas envolvidas no processo fez uma adaptação da TH, visando viabilizar o transbordamento científico da academia para a sociedade como mostra a Figura 4.

Figura 4: Adaptação da Tríplice Hélice

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3.2 Lean Canvas

No modelo convencional de empreendedorismo, a elaboração do plano de negócios é o primeiro passo para qualquer empreitada. Basicamente, trata-se de um documento que busca descrever como determinada oportunidade será explorada. Baseando-se em indicadores e projeções, busca-se prever o sucesso de um empreendimento (NARDES; MIRANDA, 2014).

Como trata-se de um projeto o modelo de negócio foi pensado com o objetivo de resolver a problemática de deficiência de educação empreendedora nas escolas apresentando uma solução eficaz no desenvolvimento de competências e habilidades para os estudantes. Então, o Lean Canvas, apresentado na Figura 5, ferramenta criada por Ash Maurya com base no Business Model Canvas é uma ótima ferramenta para ser usada no início de um projeto, pois enfatiza hipóteses que precisam ser logo validadas pelo projeto ajudando a embasar e programar as hipóteses desejadas.

Figura 5: Lean Canvas

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Como mostra a Figura 5 os nove blocos do Lean Canvas foram preenchidos inserindo uma proposta de valor impactante associada a vantagem competitiva. Tendo em vista, que as ações da Scholae 3.0 acontecem em sua maioria na incubadora, cumprindo com um dos itinerários formativos da BNCC. Além da preservação da criação intelectual dos alunos na inserção dos seus projetos na plataforma Hoodid. Quanto ao seguimento de clientes os alunos e professores das escolas públicas compõem este quadrante. Já para a solução do problema em questão: ensino passivo, métodos de ensino ultrapassados e pedagogia baseada na transmissão de informação a aplicação da metodologia Scholae 3.0 é capaz de solucionar tais questões.

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3.3 Formação de Equipe

Desde então, as ações estão sendo planejadas e executadas com o apoio da inPACTA, incubadora da UFRN. O projeto Scholae 3.0 tem como orientador o Professor Dr. Gláucio Bezerra Brandão. A equipe está sendo formada com graduandos do Curso de Ciência e Tecnologia. Até o momento possui dois graduandos em Engenharia e um graduando em C&T com ênfase em Negócios Tecnológicos, esses ocupam a posição de mentores, contamos também com a colaboração da Professora Herculana Torres, esta é integrante do corpo docente da Escola de Ciência e Tecnologia da UFRN.

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3.4 Apresentação do Projeto Scholae 3.0 para a escola

O “Start” do projeto dar-se na apresentação de toda a metodologia e escopo para a escola, quanto para os discentes que serão contemplados com a iniciativa. Nessa abordagem conhece-se a equipe escolar envolvida e os alunos. Apresenta-se os objetivos, as vivências e experiências e explica-se sobre algumas ferramentas e conceitos do processo de inovação. Com a aceitação dos envolvidos (alunos e escola) as oficinas criadas a partir da Metodologia Scholae 3.0 são realizadas.

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4 MÉTODOS

A Scholae 3.0 atua na implementação do pensamento empreendedor por meio de oficinas específicas que estão relacionadas diretamente com os conteúdos que os estudantes aprendem na sala de aula e alinhadas às competências da BNCC (Base Nacional Comum Curricular).

A metodologia é baseada em problemas, norteados pela agenda 2030, o plano indica 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, os ODS, e 169 metas, para erradicar a pobreza e promover vida digna para todos, dentro dos limites do planeta. Especificamente no objetivo 4.2 da ODS4 tem-se que: “Até 2030, aumentar substancialmente o número de jovens e adultos que tenham habilidades relevantes, inclusive competências técnicas e profissionais, para emprego, trabalho decente e empreendedorismo.”

Os métodos aplicados estão alicerçados no tripé da Lean Startup, na teoria do Effectuation e na lógica do learning by doing- aprendendo fazendo.

Para o desenvolvimento da Metodologia Scholae 3.0 foram utilizados alguns métodos em suas oficinas que serão elencados abaixo:

a) Lean Startup: O tripé da Lean startup (RIES, 2012): construir (converter as ideias em produtos), medir (ver como os clientes respondem) e aprender (pivotar ou perseverar) busca responder as questões a fim de minimizar os fracassos e aumentar os casos de sucesso dos alunos participantes da oficina, tendo em vista que, este método lida melhor com o dinamismo e incertezas presentes na criação e desenvolvimento de uma startup do que a abordagem tradicional, que sustenta a confecção de um plano de negócio. É um método enxuto que evita desperdícios e aprimora os novos modelos de gestão ajustando as peculiaridades de cada organização.

A aprendizagem validada é o processo de demonstrar empiricamente que uma equipe descobriu verdades valiosas acerca das perspectivas de negócio presentes e futuras de uma startup. Ela é mais concreta, mais exata e mais rápida do que prognósticos de mercado ou o clássico planejamento empresarial (NARDES; MIRANDA, 2014).

b) Effectuation: “Na lógica de Effectuation, a ideia é controlar um futuro imprevisível. Como isso é possível? Ao se cocriar o futuro ao invés de tentar prevê-lo”, explica a pesquisadora Sara Sarasvathy, criadora do método, ao delinear os princípios do Effectuation. A estrutura de Sarasvathy é básica e vai muito além do empreendedorismo,

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podendo envolver qualquer projeto na carreira: “é preciso usar o que está sob seu controle (quem é você, o que você sabe, quem você conhece, que recursos tem) para criar ideias factíveis em parceria com quem se interessar”(BRANDÃO, 2019).

c)Design Thinking: Trata-se de uma abordagem colaborativa de resolução de problemas, centrada no usuário, gerando inovação através de interação e práticas criativas.

Autores com Cardon e Leonard definem o termo como uma ferramenta que visa a compreensão, visualização e descrição de problemas complexos para, através da criatividade, auxiliar no desenvolvimento de soluções para tais problemas. O Design Thinking apresenta três princípios em sua abordagem que são: empatia, colaboração e experimentação. Esses pilares versam para a aplicação na prática de suas fases desde ideação, inspiração e implementação (MACEDO; MIGUEL; CASAROTTO FILHO, 2015).

d) Hackathon: A palavra hackathon é a junção das palavras “hack” e “maratona”, que se refere a um evento em que pequenos grupos de participantes trabalham intensamente por um curto período para implementar um protótipo (TANDON, J., AKHAVIAN, R., GUMINA, M., 2017). Hoje, tem se tornado comum utilizar hackathons como competições para a solução de problemas reais de instituições, empresas e escolas e têm sido executadas por ecossistemas de inovação país afora para gerarem soluções mais econômicas e o nascimento de startups. Esse tipo de formato vai de encontro ao conceito fundamental das oficinas aplicadas pela Scholae 3.0

e) Brainstorm: É uma estratégia de aprimorar a capacidade criativa, conhecida também como “tempestade de ideias”. Foi desenvolvido pelo publicitário norte-americano Alex Faickney Osborn, inicialmente surgiu como uma dinâmica de grupo que visava a soluções audaciosas para problemas, o emergir de ideias inovadoras etc., mediada por um líder cujo papel era encorajar os participantes a se expressarem (MACEDO; MIGUEL; CASAROTTO FILHO, 2015).

f) Análise de Swot: A análise SWOT (Strengths, Weaknesses, Oppotunities e Threats), que na sua tradução é força fraqueza, oportunidade e ameaça, é uma técnica utilizada para a gestão e o planejamento das startups. Surgiu na década de 60 com o objetivo de avaliar o comportamento diante do mercado competitivo das organizações. É uma dessas ferramentas que proporcionam ao gestor ou até mesmo o pequeno empresário de como está sua empresa perante seus concorrentes fazendo assim que conheça e estude o seu comportamento, buscando melhorias, fortalecendo os pontos positivos, indicando aqueles que devem melhorar.

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g) kanban: processo ágil de Gestão: Kanban significa cartão e é uma ferramenta visual criada para acompanhar o fluxo de trabalho e o trabalho em progresso. O quadro KanBan, normalmente é dividido em: a Fazer (“To Do”), Fazendo (“Doing”) e Feito (“Done”), auxiliando a visualização do que está em andamento e limitando o trabalho em progresso, a divisão “fazendo” pode ser subdividida para permitir o acompanhamento do seu progresso, como por exemplo subdividida em Modelado, Em desenvolvimento, Desenvolvido, Em implantação e Pronto. Regras de limitação podem ser estabelecidas de acordo com a capacidade da equipe, como um número máximo de atividades no campo fazendo (RIBEIRO, RAFAEL DIAS; RIBEIRO, 2015). Este método de processo ágil motiva os participantes a identificar tarefas a serem cumpridas, organizá-las por importância e/ou prazo de entrega, dividi-las, determinar quem irá cumprir tal tarefa e progredir em seu desenvolvimento, por exemplo, do “a fazer” ao “concluído”. Além da versatilidade do uso para atividades em grupo, assim como, para planejamento individual. h) Círculo Dourado: Esta ferramenta foi desenvolvida por Simon Sinek. O Golden Circle é representado por 3 palavras simples: O quê? Como? e por quê? Estes termos trazem grandes elucidações a respeito das razões por que determinadas pessoas e organizações conquistam o sucesso e outras não. A partir dela será possível desenvolver a verdadeira motivação para a existência da sua startup.

i) Persona: São personagens fictícios criados para representar os clientes ideias do seu negócio. Ela é baseada em dados reais sobre comportamento e características demográficas dos clientes, assim como uma criação de suas histórias pessoais, motivações, objetivos, desafios e preocupações. Personas são personagens fictícios, criados por meio de combinações de comportamentos observados nos consumidores de perfis extremos, reproduzindo os seus desejos, necessidades, motivações e expectativas, reunindo características significativas de um grupo mais abrangente (VIANNA, M., VIANNA, Y., ADLER, I., LUCENA, B., RUSSO, 2012).

j) Benchmarketing: Processo contínuo de avaliar produtos, serviços e práticas dos concorrentes mais fortes e daquelas empresas que são reconhecidas como líderes empresariais.

k) Lean Canvas: modelo de negócio é uma ferramenta criada por Ash Maurya com base no Business Model Canvas, que tem maior ênfase em hipóteses que precisam ser validadas cedo na vida de uma startup. Um dos exemplos dessa ênfase é a necessidade de encontrar o encaixe entre o problema de um mercado e a solução oferecida pela startup,

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ao invés de se preocupar com estratégias de relacionamento ou de parcerias. É composto pelos seguintes blocos: problema, seguimento de clientes, proposta de valor, solução, métricas chaves, canais, estrutura de custos, fontes de receita e vantagem competitiva. l) Storytelling: Arte de contar histórias, é uma fermenta de comunicação estruturada em uma sequência de acontecimentos, misturando sentidos e emoções, relatando experiências de forma impactante

m) Pitch: Trata-se de uma apresentação rápida de uma ideia ou oportunidade de negócio para a conquista de investidores ou clientes. Embora seja mais popular em startups e em empresas de tecnologia, ele pode ser aplicado e desenvolvido em outros tipos de negócios e atividades. Normalmente, as apresentações consistem em abordar a estratégia inicial da ideia, problema identificado, a solução proposta e a finalização com a conclusão.

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5 METODOLOGIA DESENVOLVIDA SCHOLAE 3.0

A participação do aluno no processo de aprendizagem e a adoção de métodos que possam simular a prática com o uso de novas tecnologias podem auxiliar no processo de melhoria do ensino, assim através dos métodos já apresentados foi possível descrever a Metodologia Scholae 3.0. Nela é possível entender que de uma forma enxuta os alunos conseguem idealizar projetos que possam torna-se em algo concreto, levando em consideração algumas premissas e fatores importantes, pois empreender e inovar envolve lidar com todos os riscos sobre a ideia, para tanto, inovação se baseia na capacidade que a invenção tenha de gerar receita.

As metodologias precisam acompanhar os objetivos pretendidos. Se queremos que os alunos sejam proativos, precisamos adotar metodologias em que os alunos se envolvam em atividades cada vez mais complexas, em que tenham que tomar decisões e avaliar os resultados, com apoio de materiais relevantes. Se queremos que sejam criativos, eles precisam experimentar inúmeras novas possibilidades de mostrar sua iniciativa (MORAN, 2015).

Pensando nisso, de uma forma sistêmica e organizada a Figura 6 representa as etapas da metodologia que busca desenvolver o fortalecimento da liderança, iniciativa e criatividade.

Fonte: autor

A Metodologia inicia-se com a criação, esta pode ser representada pelos seguintes métodos: Lean Startup, Effectuation, Design Thinking, Hackathon e Brainstorm. Os alunos participantes das oficinas baseiam-se por ferramentas inovadoras, colaborativas, exercem a empatia, entendendo e implementando suas ideias.

CRIAÇÃO DEFINIÇÃO DESENVOLVIMENTO ENTREGA

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A Definição de objetivos é o momento em que os alunos entendem de maneira clara o que de fato irão realizar. Os métodos correspondentes a esta fase são: Análise de Swot, Kanban e Círculo Dourado.

O Desenvolvimento traça estratégias para a concretização dos objetivos. Utilizando técnicas que aprimorem os seus projetos e viabilizem análises importantes para suas atividades. Sendo esta fase então representada por: Persona, Benchmarketing e Lean Canvas.

A última fase da metodologia é representada pela Entrega. Nela os alunos apresentam seus projetos utilizando os métodos: Pitch e Storytelling. Nesta etapa final os alunos submetem suas criações em uma plataforma digital Hoodid para que a sua propriedade intelectual seja preservada.

As oficinas oriundas da Metodologia Scholae 3.0 foram realizadas com alunos do Ensino Médio da rede pública de ensino das seguintes escolas: Escola Estadual Professor Francisco Barbosa, CEEP Lourdinha Guerra, Escola Estadual Francisco Ivo Cavalcanti, Escola Estadual Walfredo Gurgel e Escola Estadual Floriano Cavalcante. Estas ações resultaram em ações e participações em Seminários de Educação Empreendedora da ABENGE, Associação Brasileira de Educação em Engenharia e Semana de Ciência e Tecnologia da UFRN, além das intervenções nas próprias escolas como Amostra Temática, Feira de Conhecimento, ações avaliativas, projetos de conclusão de curso e monitoria.

Para a criação da metodologia Scholae 3.0 foram utilizados treze métodos, estes compõem as etapas como foram apresentadas na Figura 6, cabe ao aplicador da metodologia decidir quais os objetivos desejam atingir para então aplicar a metodologia A seguir serão apresentados os cases com a validação metodológica da Scholae 3.0.

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6 CASES

6.1 Construindo um Departamento de Marketing Inovador

A primeira oficina do projeto Scholae 3.0 foi realizada com 25 alunos do 2° ano do ensino Médio Técnico em Administração da EEPFB no dia 02 de agosto de 2018. O formato da oficina seguiu as 4 etapas da metodologia Scholae 3.0.

A oficina foi aplicada pelo docente responsável pela turma na inPACTA no período de três horas, o conceito fundamental da oficina foi explorar estratégias na criação de um produto inovador partindo de uma ideia, montando uma startup e influenciando possíveis clientes na decisão de compra.

Os alunos foram divididos em grupos para realizarem cada etapa da metodologia e foram seguindo as fases conforme cronometragem de tempo, já que a oficina foi em formato de maratona. Após apresentar a metodologia os seis grupos foram formados em uma dinâmica de integração para então, definir o Departamento de Marketing e suas subseções. Logo em seguida foi feito um brainstorm, para a definição do produto ou serviço para ser oferecido pela Startup. Após o brainstorm os alunos criaram um produto analisando aspectos como: inovação, viabilidade, oportunidades e ameaças, slogan e clientes. Utilizaram ainda a técnica Kanban para o acompanhamento do fluxo de produção e execução de suas tarefas, conseguindo resolver problemas, fomentar a criatividade, experimentando novas ideias e desenvolvendo habilidades e técnicas inovadoras. A Tabela 2 mostra as startups que os alunos criaram.

A aprendizagem validada é o processo de demonstrar empiricamente que uma equipe descobriu verdades valiosas acerca das perspectivas de negócio presentes e futuras de uma startup. Ela é mais concreta, mais exata e mais rápida do que prognósticos de mercado ou o clássico planejamento empresarial (RIES, 2012).

Após as duas etapas realizadas foi feito um intervalo. Ao retorno, os alunos participaram de uma capacitação sobre impressões 3D, com um dos nossos mentores.

Ao final do hackathon, os cinco times, ou melhor startups, apresentaram em formato de Picth suas produções para uma banca avaliadora, composta por professores e alunos da Escola de Ciência e Tecnologia (ECT-UFRN). A equipe vencedora obteve o direito de confeccionar seu produto na Dolores, impressora 3D da inPACTA.

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Tabela 2: Startups criadas pelos alunos

Problemática Startup Segmento

Material esportivos de baixo custo e compactos que auxiliem os atletas.

Vênus

Artigos esportivos (óculos, relógio que controlam a frequência cardíaca).

Produto inovador

no segmento de beleza. Mark Extreme

Rímel, hidratante de cílios. Equipamento portátil. Hexo-eloacústica Adaptador acoplado em instrumentos musicais. Câmera fotográfica

que fotografa de acordo com o ambiente.

Cath Foth

Câmera digital com troca de lentes de acordo com o ambiente.

Serviço de entrega

por aviação. Sky Company

Serviço de entrega em larga escala para empresas e indústrias.

Fonte: autor

Ao final os alunos responderam um formulário do Google Forms com o objetivo de avaliar os conhecimentos dos alunos sobre os termos inovadores, quais as habilidades foram construídas, como esses alunos avaliavam essas práticas empreendedoras nas escolas. A Figura 7 mostra a participação dos alunos na oficina.

Figura 7: Alunos na inPACTA participando da oficina

Referências

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