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Abu Yazid Bistami 87

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INTRODUÇÃO

17

SOBRE AMANTES E MENDIGOS

37

Mestre Eckhart de Hochheim 39 Husayn Ibn Mansur Al-Hallaj 42 Mahmud Shabestari 43 Anisa Ymithani 45 Ayn al Quzat Hamadani 46 Jalal ad-Din Muhammad Rumi 47 Sumnun, o Enamorado 48 Shamsu-d-Din Muhammad-i-Hafiz 49 Mestre Eckhart de Hochheim 50 Abdul Rahman Jami 56 Corão, Sura 94 57 Salomão 58 Abu Yazid Bistami 60 Corão, Sura 92 62 Ayn Al-Quzat Hamadani 64 Madyida, a Beduína 65 Hakim Sanai 66 Abu Yazid Bistami 67 Omar Ibn Al-Farid 68 Husayn Ibn Mansur Al-Hallaj 78 Abdul Rahman Jami 80 Anônimo inglês do século XIV 81 Shamsu-d-Din Muhammad-i-Hafiz 84 Li Po 85 Nasrudin 86 Abu Yazid Bistami 87 Evangelho segundo São Mateus 88 Jalal ad-Din Muhammad Rumi 89 Abu’l-Qasim Al-Junayd 90 Tierno Bokar 93

(4)

Manuel Aguiar Abu Yazid Bistami 96 Manuscrito da Regra dos Essênios 99 Shri Ramana Maharshi 101 Abu’l-Hasan Al-Nuri 102 São João da Cruz 103 Jalal ad-Din Muhammad Rumi 106 Dhul-Nun Al-Misri 109 Abu Yazid Bistami 110 Nasrudin 111 Buda 112 Jalal ad-Din Muhammad Rumi 113 Husayn Ibn Mansur Al-Hallaj 114 Hakim Sanai 116 Muhyiddin Ibn Arabi 117 Omar Khayyaam 120 Abd-Al Qadir-Dyili 122 Anônimo 123 Chefe índio Seattle 124 Sutra das Cem Palavras 127 Pao Yang 128 Jalal ad-Din Muhammad Rumi 129 São Francisco de Assis 133 Abu’l-Qasim Al-Junayd 134 Nasrudin 135 Mestre Eckhart de Hochheim 136 Jalal ad-Din Muhammad Rumi 138 Rabia Al-Adawiyya 140 Anônimo 141 Anônimo 142 Mestre Eckhart de Hochheim 143 APÊNDICE

145

Notas biográficas dos autores citados 147

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“A oração foi o refrigério dos meus olhos.”

Profeta Muhammad (S.A.S.)¹

Já era noite alta quando Mullah Nasrudin² foi visto por

um amigo passeando na rua. Este, surpreso, aproximou-se dele

e perguntou:

– O que fazes a esta hora da noite na rua, Nasrudin?

– Pois olha só: perdi o sono e saí para procurá-lo – res-pondeu o Mullah.

Será que somos tão incongruentes como Nasrudin em

nossa consciência de uma perda e de uma procura? Procura-mos por todos os cantos de nossa casa e por todas as ruas de

nossa cidade o hábito do sono que perdemos, e esta perda nos

impede de viver o encontro com uma vigília inesperada.

Buscamos o sono com empenho, mas não procuramos o

vigiar e o despertar!

¹ Nota do Editor: Os muçulmanos, toda vez que mencionarem o nome de Muhammad (Maomé), devem fazê-lo seguido de uma bênção. S.A.S. é a abre-viação de Salla llahu Alayhim wa Salam, que significa: “Que Allah bendiga ao Profeta e lhe dê a Paz”. ² Nota do Editor: Nasrudin é uma personagem lendária entre os sufis, para os quais não importa o homem e sua existência real ou não, mas sua mensagem, transmitida em histórias que atravessaram os séculos.

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Sobre Amantes & Mendigos

“O que encontrou aquele que Te perdeu?

E o que perdeu aquele que Te encontrou?”

Ibn Ata’ Alá Al Iskandari

“Aquele que conhece a si mesmo, conhece o seu Senhor.”

Hadith³

Acaso neste século alguém deseja erguer-se para agrade-cer, inclinar-se para adorar, ajoelhar-se para implorar, estender

suas mãos para mendigar a Luz, alegrar-se por reconhecer em

seu foro interno esta Grandeza imensa e sutil, pública e secre-ta, amorosa e forte, amável e discreta, Majestosa e Provedora

da Vida? Acaso alguém precisa algo mais do que os recursos

vitais para as satisfações, honrosas ou imaginárias desta vida?

Inquietudes várias e curiosas expectativas distraem-nos de uma

tomada de consciência sobre o nosso prazo no tempo da ter-ra; mas isto, que não deveríamos ver de forma dramática nem

angustiante, por ser inerente à nossa existência, acaba sendo

preterido até os últimos momentos de vida.

Estes gestos, os gestos da oração, inspirados e

aprendi-dos cada vez, séculos a fio, pela urgência de um chamado que

inspira ao corpo, num momento dado, o acordo total da en-trega, suas fases sucessivas necessárias ao reconhecimento, estes

gestos somente se manifestam por uma necessidade causada

pela consciência de uma ausência insustentável, ou pela cons-tatação transbordante de uma presença. Os gestos na oração

são um acordo testemunhal e corpóreo da progressão de um

estado interior de súplica, de reconhecimento e gratidão ou de

³ Hadiths são ditos do Profeta Muhammad, corretamente anotados por seus discípulos.

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Anisa Ymithani

Obediência

A

forma mais baixa de obediência é agir levado por outro.

A forma mais elevada de obediência é renunciar à con-

duta que se deseja manifestar. A forma superior de obediên-cia é ser capaz de não realizar absolutamente nenhuma ação

e, quando isto é possível, também o são as outras formas

de obediência. Juntas constituem o que os seres em sua ig-norância imaginam que é uma coisa só: obediência.

“O que primeiro deves aprender é que o que costumas

chamar de obediência é sempre hábito ou servilismo, te cause

ou não prazer.”

(8)

Sobre Amantes & Mendigos

Mestre Eckhart de Hochheim

A posse de Deus e o retiro

3

M

uitos gostariam de afastar-se completamente do

mundo e viver na solidão para encontrar a paz; ou

permanecer na igreja; isto seria o melhor? Eu respondo: Não!

E anota o motivo.

Aquele cuja atitude é reta sente-se bem em qualquer lu-

gar e com todo o mundo. Mas, aquele que é carente desta re-tidão sente-se mal em todos os lugares e com todo o mundo.

Pois aquele que assume sua razão de ser, na verdade, Deus

está nele. Quem possui Deus completamente, na verdade,

possui Deus em todos os lugares, na rua, com todo o mundo,

tanto na igreja como na solidão ou na cela. Contanto que o

possua corretamente e o possua sempre, nada poderá distraí-lo Dele. Por quê?

Quando possui somente Deus, este homem não tem

outra meta que não seja Ele. Assim, todas as coisas para ele

são somente Deus. Esse homem traz Deus em todas as suas

(9)

Madyida, a Beduína

E

stranhos espíritos aqueles dos habitantes deste mundo!

Encontram-se numa morada na qual todos receberam

o aviso de preparar-se para abandoná-la para uma viagem

iminente. Não obstante, continuam passando seu tempo em

jogos inúteis, como se o chamado não fosse dirigido a eles,

como se os interesses empenhados não fossem os seus, e so-mente envolvessem pessoas alheias a seu grupo.

9 9 Madyida, a Beduina, viveu no século VIII.

(10)

Sobre Amantes & Mendigos

Nasrudin

N

asrudin – o astuto personagem de milhares de histórias

humorísticas da tradição sufi – estava certa vez em sua

casa, quando escutou os passos sigilosos de um intruso. Com

uma sensação de medo misturada ao desejo de dar-lhe uma

lição, ocultou-se rapidamente num grande armário.

Ao revirar a casa inteira sem encontrar nada para levar,

o ladrão chegou diante do armário em que se escondia Nas-rudin.

Assim que abriu uma das portas, deu um passo para

trás!

– Oh! Hodja! – gritou: o que estás procurando aí den-tro?

Nasrudin suspirou e respondeu:

– Pois é, sabendo que em minha casa não encontrarias

nada para levar, escondi-me de pura vergonha.

(11)

Tierno Bokar

Os pássaros brancos

e os pássaros negros

O

s homens são uns diante dos outros comparáveis a mu-

ros que estão frente a frente. Cada muro está perfura-do por inúmeras pequenas cavidades onde pássaros brancos

e pássaros negros fazem seus ninhos. Os pássaros negros são

os maus pensamentos e as palavras grosseiras. Os pássaros

brancos são os pensamentos positivos e as palavras amáveis.

Estes, por causa de sua forma, não podem mais entrar nos

vãos dos pássaros semelhantes e ocorre o mesmo com os pás-saros negros e sua própria forma. Agora imaginemos dois

homens que se consideram inimigos. Vamos chamá-los de

Yusuf e Alí.

Um certo dia, Yusuf, convencido de que Alí quer lhe

fazer mal, sente-se cheio de cólera e envia-lhe um mau pensa-mento. Ao fazer isto, Yusuf solta um pássaro negro, liberando

ao mesmo tempo o vão correspondente. Seu pássaro negro

voa em direção a Alí e busca um buraco vazio com sua forma

para fazer o ninho. Se, por um lado Alí não envia nenhum

mau pensamento em resposta ao pensamento de Yusuf, ne-nhum buraco negro ficará vazio. Como não encontra onde

entrar em Alí, o pássaro negro volta com sua carga negativa e

(12)

Manuel Aguiar

São João da Cruz

ntrei num mundo ignorado,

e fiquei não sabendo,

toda ciência transcendendo.

Não soube onde eu entrava

porque, quando ali me vi,

sem saber onde estava,

grandes coisas entendi;

não direi o que senti,

pois fiquei não sabendo,

toda ciência transcendendo.

De paz e de piedade

era a ciência perfeita,

em profunda soledade,

entendida via reta;

era coisa tão secreta,

que fiquei balbuciando,

toda ciência transcendendo.

Estava tão enlevado,

tão absorto e alheio,

que ficou o meu sentido

E

(13)

Jalal ad-Din Muhammad Rumi

e insistes em encontrá-lo,

abstém-te por um instante de buscá-lo.

Se insistes em conhecê-lo,

permanece um instante sem conhecê-lo.

Se buscas o mistério de Sua Essência,

se afastará de Suas aparências;

Se buscas Suas aparências,

estarás velado à Sua Essência.

Mas se te liberas da Essência e das aparências,

Então, estende os teus braços, dorme como te apraz,

ao abrigo de Sua proteção.

S

(14)

Sobre Amantes & Mendigos

ídas referências para quatro dos autores, por se considerar insuficien-tes os dados coletados. São eles Abd al Qadir Dyili, Anisa Ymithani, Madyida e Pao Yang. Agradecemos a quaisquer indicações neste sen-tido, para futura reedição.

Abdul Rahman Jami

Imad al-Din Abad Al-Rahman Nur al-Din Jami nasceu na província iraniana de Khurasan, em 7 de novembro de 1414. Vi- veu até a idade de oitenta e um anos, falecendo em 9 de novem-bro de 1492, em Herat, no Afeganistão, onde sua tumba até hoje é visitada. Foi um homem de grande virtude e um erudito desta-cado, de reconhecida sabedoria. Escreveu muitos livros e tratados, em prosa e em verso. Seus trabalhos sobre a Ciência da Realidade discorrem sobre os mistérios do sufismo. Na obra intitulada Silsi-lat al-Dhahab (A Cadeia Dourada), apresenta um incisivo rediscorrem sobre os mistérios do sufismo. Na obra intitulada Silsi-lato sobre as diferentes seitas e suas doutrinas, distinguindo claramen-te entre a verdade e a falsidade. Breves, porém também úteis, são seus tratados sobre semântica, rima e prosódica, a arte da poesia e aritmética. Desde cedo se destacou como estudante do mais alto ní- vel, mesmo sem estudar muito. No campo esotérico, rapidamen-te alcançou e logo superou seus professores. Conta-se que um dia o famoso astrônomo e matemático Ali Kushhu entrou em uma classe onde estava Jami, começando a fazer difíceis pergun-tas sobre astronomia. Espontaneamente e sem parar para pensar, Jami deu completas e definitivas respostas a todas as perguntas. Ali Kushhu ficou pasmo. Mais tarde, este comentou com seus próprios alunos: “Desde esse dia entendi que a inpiração sagra-da ocorre aqui neste mundo”. Na adolescência, foi reconhecido como poeta e orador e convidado à corte de Herat. Durante anos teve a proteção do sultão Hussein Baykara, que construiu uma madrassa (escola) para que Jami nela ensinasse. Foi considerado

(15)

em pouco tempo o homem mais sábio de Herat, então o epicen-tro da civilização islâmica. Quando abandonou sua educação formal para lançar-se no caminho sufi, Jami começou um programa rigoroso de exercícios espirituais prescritos por Sa’d al-Din Kashghari. Levou durante al-gum tempo uma vida ascética, consagrada ao estudo, à poesia e ao cultivo da espiritualidade. Em sua vida cotidiana foi um homem austero, que não enfeitava sua casa nem tinha escravos e dava em caridade o dinheiro que recebia. Era inimigo de adular e ser adula-do. Preferia reverenciar os homens santos. Ao longo de sua vida, Jami foi uma personalidade destacada em todo o mundo muçulmano. Sua poesia era recitada desde a Asia Central até o Magreb, África. Deixou muitos trabalhos. En-tre as obras mais conhecidas no Ocidente está Layla e Majnun, uma história de amor em verso que recorda o trabalho de Nizami com o mesmo título e as tradições populares dos desertos árabes. Como outros poetas, Jami adota um olhar místico sobre o amor e a beleza, a separação e a reunião. Na mesma categoria está Yusuf e Zulaika, um relato poético da história de amor do Profeta José e Zulaika, a esposa de Pothifar1. Em Nafahat al-Uns (Hálitos da

Amizade), obra muito consultada pelos estudiosos do misticismo islâmico, Jami enumera as diferentes categorias de homens espiri-tuais e os principais graus de conhecimento que alcançam. Ao longo do caminho sufi, Jami teve vários companheiros, alguns dos quais recolheram e transmitiram os seus ditos. Um exemplo: Abd al-Ghafur Lari chegou um dia queixando-se de ter que misturar-se com as pessoas comuns. Jami respondeu: “Nós não podemos retirar as pessoas de Deus da terra. O buscador deve aprender a conduzir-se de tal maneira que não seja afetado por elas”. O conjunto de sua obra representa uma síntese fundamen- tal das diversas correntes da tradição literária persa. O amor mun-1 Pothifar era um eunuco e general de exército egípcio que comprou José, filho de Jacó, como escravo (Fonte: Wikipédia).

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Sobre Amantes & Mendigos dano e o amor místico são os temas que inspiram sua escrita, que o consagraria como o último dos poetas clássicos da Pérsia e tam-bém o último dos grandes poetas místicos do Islã. Ainda em vida recebeu o epíteto de Selo dos Poetas. Fontes:

Abd-Ar Rahmân Al Jâmî, Vie des soufis ou lês haleines de la familiarité, Paris, Michel Allard, 1977.

Hasan Lufti Shushud, Maestros de sabiduría de Asia Central, Montevideo, Instituto Jabí, 2004.

Jami, Layla y Majnún, Madrid, Editorial Sufi, 2001.

Abu Yazid Bistami

Abu Yazid Tayfur Ibn ‘Isa Ibn Surushan Al-Bistam, místico muçulmano, apelidado o “sultão dos iniciados”, uma das grandes figuras do sufismo. Neto de um zoroastriano2 , nasceu por vol-ta do ano 778 em Bistam, pequena vila iraniana, onde passou a maior parte de sua vida e veio a falecer em 849 (Attar aponta o ano de 874 como o de sua morte). Fundou a escola extática (ébria) do sufismo e é famoso pela sua audácia na expressão da absorção completa em Deus. Seu ensinamento, que era a expressão direta de sua vida interior, lhe valeu a admiração de personalidades di-versas, ainda que ele mesmo não tenha assumido a atividade ou a responsabilidade de um diretor de consciência ou de um pregador público. Teve cento e treze professores espirituais e de todos eles extraiu algum benefício. Abu Yazid não deixou nenhum escrito. O essencial de sua experiência espiritual foi transmitida sob a forma de máximas

2 O zoroastrismo é uma religião monoteísta, fundada na antiga Pérsia pelo profeta Zaratustra, a quem os gregos chamavam de Zoroastro. De acordo com os historiado-res da religião, algumas das suas concepções religiosas, como a crença no paraíso, na ressurreição, no juízo final e na vinda de um messias, viriam a influenciar o judaísmo, o cristianismo e o islamismo (Fonte: Wikipédia).

Referências

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