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Socialização de filhotes com mais de 8 semanas. Tratamento de gatos portadores de cistite idiopática EDIÇÃO IV ANO III. Dr.

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A ciência por trás de nossas marcas

EDIÇÃO IV ANO III

Dr. Ralph Merrill

Socialização de filhotes com mais de 8 semanas

Tratamento de gatos portadores de cistite idiopática

C.A.Tony Buffington, Jody L. Westropp, Dennis J. Chew e Roger R. Bolus

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Socialização de Filhotes no Centro WALTHAM® para Nutrição de Mascotes a partir de oito semanas de idade

O período entre a 8ª e 12ª semanas de idade é uma época particularmente importante para os filhotes, porque é nesta idade que eles se demonstram altamente sensíveis aos efeitos benéficos da socialização. Embora este seja provavelmente o período mais importante para a ocorrência da socialização, esta não deve ser interrompida ao seu final; tanto filhotes como cães adultos podem se beneficiar de atividades de socialização durante a vida inteira. Os filhotes atendidos no Centro WALTHAM® para Nutrição de Mascotes são submetidos a um programa de socialização cuidadosamente projetado, a fim de garantir que recebam o melhor impulso inicial para a vida e possam se tornar cães adultos saudáveis e felizes. Este programa é mantido durante toda a vida dos animais.

A partir das oito semanas de idade, o principal objetivo da socialização é apresentar os filhotes a grande variedade de pessoas, cães, objetos e situações diferentes. Todos estes elementos devem ser encontrados pela primeira vez de forma positiva para que os filhotes não se amedrontem. Um cachorro bem socializado deve ser capaz de lidar com quaisquer coisas novas que venha a encontrar no decorrer de sua vida.

O programa de atendimento realizado no Centro WALTHAM® para Nutrição de Mascotes Às oito semanas de idade os cãezinhos já estão completamente desmamados e deixam suas mães para viver aos pares em seus novos alojamentos. Cada filhote é designado para um grupo de mais ou menos cinco ou seis outros filhotes e cães adultos (chamados de cães “sentinelas”), cujo bom comportamento com relação a filhotes já é bem conhecido. Todos os dias, o grupo de cãezinhos é solto para brincar com os cães adultos em áreas amplas e o comportamento de cada filhote é monitorado para que qualquer indicação de comportamento indesejável possa ser relatada, a fim de que este seja modificado por treinadores experientes. Além de se exercitarem e brincarem com seus atendentes humanos regulares e seus amigos caninos, os filhotes são conduzidos regularmente em visitas a nossas áreas de escritórios, onde têm oportunidade de interagir com uma grande quantidade de pessoas e experimentar paisagens,

sons e cheiros diferentes. Eles continuam passando bastante tempo com outros filhotes e cães adultos de grande variedade de formatos, tamanhos e idades, com quem podem brincar e interagir à vontade. Isto ajuda em sua aprendizagem e prática dos comportamentos caninos apropriados que precisarão demonstrar quando se tornarem adultos.

Nesta idade, os filhotes também precisam se acostumar a passar um certo período de tempo sozinhos, afastados tanto de pessoas como de seus companheiros de ninhada. Isto ocorre por meio de um processo gradual em que começam passando períodos muito breves (cerca de dois minutos), cuja duração vai sendo gradualmente aumentada para períodos mais longos.

É importante recordar que, apesar de possuírem uma grande quantidade de energia, filhotes também se cansam muito depressa. Além de todos os períodos de socialização e de brincadeiras que lhes são designados, os filhotes do Centro WALTHAM® para Nutrição de Mascotes também recebem tempo suficiente para permanecerem sem seres perturbados, durante o qual podem dormir ou simplesmente descansar.

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A Escola para filhotes

Além do treinamento que ocorre ao longo do dia durante seus períodos de exercício e de interação com pessoas, um treinamento mais formal começa quando ingressam na “Escola para Filhotes”, aproximadamente com sete semanas de idade. Os filhotes permanecem na escola por aproximadamente trinta minutos diários. Na Escola para Filhotes, os filhotes continuam a conhecer grande variedade de objetos diferentes, são acostumados com atividades de rotina, tais como banho e limpeza ou exames de saúde e continuam a se relacionar com outros filhotes e com cães adultos. É neste momento que começa seu treinamento básico, quando ingressam no esquema da Fundação do Cãozinho Bom Cidadão patrocinado pelo Kennel Club [Clube do Canil]. Todo treinamento é realizado mediante reforço positivo, recompensando o bom comportamento e ignorando os comportamentos indesejados.

Os filhotes continuam a receber o treinamento básico de obediência que foi inicialmente introduzido de forma muito gradual quando tinham mais ou menos cinco semanas de vida.

Na Escola para Filhotes as pessoas se vestem com muitas roupas diferentes e algumas vezes colocam perucas, cabelos e barbas falsas. Isto ajuda os filhotes a se acostumarem a encontrar muitas pessoas de aspectos diferentes e a aprender que todos os seres humanos são seus amigos, qualquer que seja o seu aspecto físico. Nesta época, os cãezinhos também conhecem novos objetos, inclusive cadeiras de rodas, bicicletas e guarda-chuvas. No Centro WALTHAM® para Nutrição de Mascotes também dispomos de uma sala de socialização especialmente projetada para que os filhotes possam se acostumar com objetos como máquinas de lavar, televisores e rádios, ao mesmo tempo que recebem elogios e guloseimas, o que transforma a visita em uma situação positiva e divertida.

Vacinas

Após o período de vacinação, os filhotes são considerados como totalmente protegidos. Antes deste ponto, toda a socialização e treinamento ocorrem ao redor dos alojamentos dos próprios filhotes ou em áreas dos escritórios separadas justamente para eles. A partir do momento em que foram totalmente vacinados, os filhotes podem visitar áreas localizadas no exterior. São agora conduzido em passeios regulares pelos jardins e em áreas mais comunitárias, ao longo das quais podem experimentar grande variedade de espetáculos, sons e cheiros diferentes.

O Jardim Sensorial

Assim que os filhotes estiverem totalmente vacinados e puderem ser levados a passear fora de seus alojamentos iniciais, são conduzidos em visitas ao Jardim Sensorial. O Jardim Sensorial é formado por três áreas principais. A primeira é uma área reservada

para brincadeiras, em que os filhotes têm oportunidade de explorar alturas, sons, cheiros e texturas de solo diferentes. A segunda área tem uma área aquática, que permite aos filhotes brincar entre uma seqüência aleatória de jatos de água. A área final contém um labirinto e buracos onde podem escavar. Este labirinto é formado por ervas e plantas escolhidas para estimulação sensorial. Estas fornecem grande variedade de estímulos sensoriais diferentes para os filhotes e permitem a estes cachorrinhos encontrarem grande variedade de objetos e cheiros novos, de forma positiva e divertida. As visitas ao jardim sensorial se tornam uma parte agradável da rotina de todos os dias, tanto para filhotes como para cães adultos residentes no Centro WALTHAM® para Nutrição de Mascotes e estas visitas continuarão de forma regular ao longo de suas vidas.

Conclusões

A partir da idade de oito semanas, grande ênfase é dada ao fornecimento de ampla variedade de experiências diferentes para os filhotes. Isto permite aos filhotes se tornarem capazes de lidar satisfatoriamente com novas experiências ao longo de suas vidas. Contudo, é essencial que todas estas coisas que um filhote experimenta sejam divertidas e positivas. Cada filhote é um indivíduo em particular e é importante lembrar que nem todos irão reagir da mesma forma em uma situação dada. O monitoramento constante de nossos filhotes nos permite tratar cada um deles de acordo com suas necessidades individuais, ao mesmo tempo em que se desenvolve até se tornar adulto.

O programa de atendimento no Centro WALTHAM® para Nutrição de Mascotes foi cuidadosamente montado a fim de garantir os melhores cuidados possíveis para todos os nossos filhotes. O bem-estar de todos e de cada um de nossos filhotes é monitorado ao longo de toda a sua vida e

quaisquer problemas, sejam de saúde ou de comportamento, são imediatamente tratados. No Centro WALTHAM® para Nutrição de Mascotes damos um alto grau de importância às atividades de amparo a cada filhote, para permitir que, ao crescer, se transformem em cães adultos saudáveis e emocional e c u l t u r a l m e n t e equilibrados. Socialização de Filhotes no Centro WALTHAM®

Ciência para Cães

Fonte: WALTHAM® - Revisado pela Veterinária Roberta A. de Paula.

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Introdução:

Sintomas do canal urinário inferior (Lower Urinary Tract Signs ou LUTS, como hematuria, disuria, polaciúria, mictação em lugares inapropriados da casa do cliente, com ou sem obstrução uretral) afetam certa de 1,5% dos gatos apresentados a veterinários em atendimento ambulatorial primário (Lund et alii, 1999). Além disso, a eliminação anormal é uma causa comum para a entrega de gatos a abrigos de animais (Patronek et alii, 1996). Grande interesse veterinário foi focalizado no comportamento felino de eliminação inapropriada, sendo que as principais causas desses sintomas do canal urinário inferior são a urolitíase e a obstrução uretral, embora grande variedade de relatórios tenha concluído que nenhuma causa específica tenha sido identificada na maioria dos casos (literatura revista por Westropp et alii, 2005).

Os sintomas do canal urinário inferior podem ser associados a distúrbios afetando a bexiga ou a uretra a partir do lúmen, tais como urolitíase e infecções do canal urinário; a anormalidades intrínsecas tais como carcinoma celular transicional; e a distúrbios de outros sistemas de órgãos, tais como distúrbios de eliminação de ordem comportamental (Neilson, 2004) ou ainda a cistite idiopática (Buffington, 2004). Os gatos portadores de cistite intersticial (uma variedade da cistite idiopática), por exemplo, parecem apresentar aumento de atividade em seu sistema de respostas à tensão e diminuição da função adrenocortical em resposta a circunstâncias provocadoras de tensão (Westropp et alii, 2003; Buffington, 2004).

Alguns gatos portadores de sintomas do canal urinário inferior parecem demonstrar-se extremamente sensíveis ao ambiente que os rodeia, um fenômeno que poderia afetar a expressão da doença (Buffington et alii, 2006). A sensibilidade dos gatos com relação a seu ambiente é reconhecida de longa data (Darwin, 1872; Cannon, 1929). Recentes estudos etológicos realizados em jardins zoológicos (Carlstead et alii, 1992), pesquisas laboratoriais (Carlstead et alii, 1993) e instalações de abrigo temporário (Kessler e Turner, 1999) demonstraram que os gatos submetidos a um ambiente empobrecido (com falta da novidade e complexidade apropriadas) ou a ambientes imprevisíveis demonstram decréscimo nos níveis de atividade e acréscimos em seus comportamentos de ocultação.

O ambiente interno de alguns gatos domésticos também pode ser monótono e previsível, o que talvez seja uma causa de tensão para eles (Van Rooijen, 1991). O sucesso da adaptação de gatos a ambientes domésticos pode, deste modo, depender da qualidade do ambiente

e da capacidade de adaptação do gato (Koolhaas et alii, 1999).

Modificações ambientais podem beneficiar gatos criados em situação doméstica. Já foi documentado que o enriquecimento do ambiente pode melhorar a saúde e o bem-estar dos animais na maioria das circunstâncias (Widman et alii, 1992; Carlstead & Shepherdson, 2000; Buffington, 2002; Van de Weerd et alii, 2003) mas não em todas (Newberry, 1995). Definimos a modificação ambiental multimodal (Multimodal Environmental Modification ou MEMO) como a instituição de mudanças no ambiente habitado pelo gato em uma tentativa de reduzir os sintomas do canal urinário inferior (Lower Urinary Tract Signs ou LUTS) através da diminuição da probabilidade de ativação de seu sistema de resposta à tensão. Estas mudanças incluem a educação do cliente [humano] e combinações variáveis de mudanças no ambiente físico inanimado e na dieta do felino, do mesmo modo que em suas interações com outros gatos, animais de outras espécies e os humanos que se movem dentro do ambiente do felino em questão (Westropp & Buffington, 2004). Concordamos com van Praag et alii (2000) no sentido de que, dado nosso estado atual de conhecimentos, a importância relativa de fatores contribuintes individuais não pode ser facilmente isolada em qualquer caso particular. Isto pode ser devido ao fato de que as respostas de um indivíduo (tanto positivas como negativas) a seu ambiente dependem de fatores exclusivos de seu histórico, de suas expectativas e do contexto (ambiente) em que o animal vive. A função de variáveis individuais sobre o enriquecimento ambiental foi estudada, particularmente os efeitos da socialização e da atividade geral (Bernstein, 1973; Rosenzweig et alii, 1978) mas os resultados geralmente revelaram que nenhuma variável em particular poderia ser responsabilizada por todas as conseqüências do enriquecimento (van Praag et alii, 2000). Deste modo, a MEMO tenta incluir e estender o conceito do enriquecimento ambiental a fim de incluir tantas características do ambiente do felino quantas forem possíveis (Buffington, 2002; Rochlitz, 2005).

Com base no papel potencial do ambiente sobre o tratamento dos LUTS, foram sugeridas recomendações provisórias para a MEMO de gatos domésticos (Buffington, 2002). O presente estudo foi projetado para iniciar a investigação dos efeitos da MEMO sobre a recorrência dos LUTS em gatos confinados em ambiente doméstico portadores de cistite cujas causas não tenham sido determinadas.

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Materiais e Métodos:

Foram referidos para inclusão no estudo gatos e gatas entre um e dez anos de idade, avaliados por clínicos do Hospital Veterinário da Universidade Estadual de Ohio ou em clínicas de atendimento primário na área de Columbus, estado de Ohio (Tabela I). Ofereceu-se aos clientes ingresso neste estudo no caso de seus gatos terem sofrido pelo menos dois ataques de LUTS durante os dez meses anteriores ao estudo, embora a freqüência mediana (semanal) fosse muito mais elevada (Tabela II, Figura 1).

Os quadros clínicos incluíam combinações variadas de hematuria, disuria, estrangúria, polaciúria e mictação em lugares inapropriados da casa do cliente. Embora a avaliação clínica variasse conforme os procedimentos clínicos, foi requerida previamente à inclusão de todos os pacientes a ausência de evidências de infecções bacterianas do canal urinário inferior (com base na presença em concentrados da urina e a ausência de piuria ou de micro-organismos observáveis) mediante urinoanálise e urólitos radiodensos revelados por imagens radiológicas simples. (Buffington et alii, 1997). Devido à severidade da doença nestes gatos, a terapia anterior tinha incluído grande variedade de tratamentos, inclusive combinações variáveis de medicamentos e intervenções ambientais individuais (dieta, bandeja de areia), antes de serem indicados para inclusão no estudo. Com base nos relatórios dos clientes, um regime específico de MEMO não tinha sido prescrito para nenhum dos felinos anteriormente à sua indicação para inclusão potencial no estudo.

Foi obtido consentimento informado para inclusão no estudo MEMO dos clientes cujos gatos

satisfaziam os critérios de inclusão. Foram conduzidas entrevistas com os clientes, fosse pessoalmente, fosse por telefone, a fim de se obter uma revisão dos sistemas e do histórico ambiental (Westropp & Buffington, 2004). O prontuário incluía um questionário padronizado, que deveria ser completamente preenchido pelo cliente. Foram apresentadas questões a respeito de LUTS e de uma variedade de manifestações clínicas correspondentes a vários outros sistemas orgânicos e sobre o presente ambiente do felino (questionário disponível em www. indoorcat.org). Os clientes também foram interrogados a respeito de vários aspectos do comportamento de seu gato ou gata, incluindo a freqüência de atitudes observadas de nervosismo, medo ou agressão. Estes termos não foram definidos para os clientes, salvo mediante sua solicitação; quando esta foi feita, os termos foram definidos de acordo com definições-padrão de dicionários: nervosismo geralmente significa que o animal é facilmente excitável ou irritado, assustado, tímido ou apreensivo; medo geralmente indica que o animal foge, se esconde ou recua perante estímulos de que normalmente não afetariam um felino desta forma; e agressão representa atitudes hostis, destrutivas ou causadoras de ferimentos.

Com base nesta entrevista, um plano individual de MEMO foi desenvolvido em colaboração com o cliente e com base nos fatores ambientais identificados durante a entrevista. Os objetivos do plano eram (1) dar condições aos clientes para entender como seus esforços contribuiriam para a recuperação do felino e remissão dos LUTS; (2) ajudar o cliente a administrar o ambiente normal do gato; e (3) ajudar a diminuir a percepção do gato sobre ameaças ambientais, quaisquer que fossem sua fonte ou fontes potenciais.

O texto na íntegra pode ser encontrado em www.pedigree.com.br

Tratamento de gatos portadores de cistite idiopática

Ciência para Gatos

Tabela I. – Descrição dos sujeitos (média mais ou menos desvio padrão) e número de ocorrências (em percentagens) durante a aplicação da terapia de MEMO.

Moradia Machos Fêmeas Idade Gatos por moradia Acompanhamento Gatos sofrendo recorrência após início da terapia de MEMO: ____________________________________________________________________________________________

Anos: Número: Dias: Número (%):

____________________________________________________________________________________________ Todos: Único: 6 6 4,5±2,5 1 319±135 3 (25%) Vários: 18 16 4,7±2,4 3,2±1,8 304±95 10 (29%) Sem Medicação: Único: 6 5 4,5±2,4 1 347±147 2 (18%) Vários: 15 12 4,9±2,4 2,9±1,2 298±101 7 (26%) Com Medicação: Único: 0 1 4 1 168 1 (100%) Vários: 3 4 3,9±2,1 4,6±3,1 305±95 3 (43%) ____________________________________________________________________________________________

Fonte: WALTHAM® - Revisado pela Veterinária Roberta A. de Paula.

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AGENDA

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Dr. Archivaldo Reche Junior Médico Veterinário pela FMVZ-USP

Mestre em Clínica Veterinária pela FMVZ – USP Prof. Doutor no Departamento de Clínica Médica da FMVZ – USP

Diferentemente do que se observa na espécie canina, na qual as doenças urinárias mais comuns são as infecções bacterianas associadas ou não aos cálculos de bexiga e/ou uretra, na grande maioria dos felinos não se consegue chegar ao agente causal, constituindo-se em verdadeiro desafio diagnóstico para o clínico. Portanto, a etiologia das doenças do trato urinário inferior dos felinos pode ser multifatorial, complexa e muitas vezes indeterminada. Em 1990, Clasper sugere, pela primeira vez, uma provável semelhança entre a doença idiopática do trato urinário inferior dos felinos (DITUIF) e a cistite intersticial (CI) humana. Tanto a doença urinária felina como a humana, caracterizam-se por manifestações clínicas resultantes da inflamação das vias urinárias inferiores, tais como: hematúria, disúria e polaquiúria, sem uma definição do agente causal. Desde então inúmeras pesquisas têm sido realizadas na tentativa de se comprovar essas semelhanças e consolidar o felino como um modelo para o estudo da cistite intersticial humana.

Dentre as teorias propostas para explicar a inflamação vesical nas cistites intersticiais felina e humana, incluem-se as infecções virais, mastocitose vesical e defeito na camada superficial da mucosa urinária de glicosaminoglicanas. Merecem destaque as evidências de que o processo inflamatório vesical tanto de gatos como de pessoas com CI, seja mediado por neurotransmissores liberados de fibras nervosas vesicais aferentes e/ou eferentes determinando um caráter neurogênico a inflamação vesical, em ambas as espécies.

As recentes descobertas de que tanto os felinos quanto os humanos com CI apresentam um aumento no número de fibras simpáticas na bexiga, além de contribuírem para a teoria de que o processo inflamatório vesical teria um caráter neurogênico, poderiam, também, definir uma possível participação do sistema nervoso autonômico - simpático na patogenia de ambas as doenças urinárias.

Outro aspecto bastante interessante e que, de certa forma, demonstra o envolvimento do sistema nervoso simpático (SNS) na patogenia das doenças urinárias felina e humana é a observação da recrudescência ou agravamento dos sintomas frente a situações de estresse. Mudanças bruscas no manejo ambiental, viagens, introdução de novos animais ou mesmo moradores na propriedade, participações de exposições e até mesmo mudanças climáticas podem ser consideradas situações estressantes para alguns felinos.

Os gatos com CI parecem apresentar uma diminuição significante da excreção urinária de glicosaminoglicanas (GAGs), substâncias que podem exercer importante função de proteção ao epitélio vesical,

controlando sua permeabilidade. A diminuição qualitativa e quantitativa da camada das glicosaminoglicanas, também é considerada um achado freqüente entre os pacientes humanos com CI. Portanto, o baixo nível urinário das GAGs, normalmente, está associado a um aumento na permeabilidade desse epitélio, permitindo que constituintes da urina cheguem às camadas subepiteliais e, conseqüentemente, induzam o aparecimento do processo inflamatório. A permeabilidade epitelial da bexiga de gatos com CI foi recentemente avaliada através da administração intravesical de salicilato de sódio, com posterior mensuração dos níveis da droga na corrente sangüínea. Observou-se que a concentração plasmática do salicilato foi sete a oito vezes maior do que a observada em felinos normais.

Considerando a provável etiopatogenia neurogênica da inflamação vesical em gatos com CI, bem como a relevante participação do SNS, o clínico deve recomendar aos proprietários de felinos com CI evitar ao máximo situações potencialmente estressantes para o paciente, tais como viagens, participações em feiras e exposições, mudanças repentinas no manejo dietético e introdução de novos animais na propriedade.

Os fármacos que diminuem a liberação de neurotransmissores no SNC, tais como o antidepressivo tricíclico - amitriptilina, na dose 2mg -10mg/gato parece controlar os principais sinais e sintomas da CIF, além disso, a amitriptilina também parece ter efeito na minimização da inflamação vesical por diminuir a degranulação de mastócitos e consequentemente a liberação de substâncias potencialmente vasoativas. Os principais efeitos colaterais observados com o uso crônico da amitriptilina foram à sedação e o ganho de peso.

A mudança da dieta também parece diminuir o risco das recidivas dos sinais e sintomas da CIF. Em estudo recente, concluiu-se que os gatos que ingeriam dietas úmidas comerciais, tinham menos recidivas da doença urinária, quando comparados aos gatos que ingeriam a mesma dieta só que na forma desidratada – ração seca. Portanto, embora se desconheça o mecanismo pelo qual a dieta úmida poderia “proteger” as vias urinárias inferiores desses pacientes, recomenda-se que os gatos que tenham CI, recebam dietas comerciais que proporcionem a formação de urina mais diluída, tais como as dietas comerciais enlatadas.

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