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O nome do Deus de Israel

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Academic year: 2021

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O nome do Deus de Israel

Em português, quando queremos nos referir a uma entidade sobrenatural, a um ser divino, ou até mesmo a algo profano que seja cultuado ou reverenciado, usamos o termo “deus”, o qual não é um nome próprio, mas sim um termo genérico, um título, uma catego-ria, usado tanto para designar o Eterno, Único e Verdadeiro de Israel, como todos os seres (falsos, imaginários ou mesmo demoníacos) divinizados das diferentes religiões e mitolo-gias pagãs que se fizeram presentes no mundo... Além disso, deus é uma palavra latina de origem protoindo-europeia, que se formou a partir de Dyeus1 (a divindade principal desse

panteão pagão, significando “celeste” ou “céu”) e de deiwos (“brilhante”)2,3.

Zeus, Júpiter, Brahman e Marduk, por exemplo, são nomes de deuses mitológicos conhecidos. Contudo os cristãos não usam habitualmente nenhum nome para designar Deus (apenas o contexto e a letra inicial maiúscula costumam fazer a diferença).

É certo que estão disponíveis dois nomes habitualmente, Jeová/Iehowah ou Javé/ Iahweh (e muita polêmica sobre qual o correto), mas ambos os nomes costumam ser pou-co ou nada usados na maior parte da cristandade.

Os cristãos, muçulmanos, judeus, espíritas e muitos adeptos da Nova Era e do esote-rismo creem em um Deus, e todos falam ser o Deus único... Mas será que todos eles estão falando do mesmo Deus? A verdade é que ninguém sabe exatamente de qual divindade cada pessoa está falando de fato se não usar um nome personalizado ou não associar uma particu-laridade ou referência. Por isso quando alguém diz: “Meu Deus”, podemos questionar: “Será que o Deus dele é Aquele que adoro?”

Os americanos registraram em suas notas de dólar “In God We Trust”, ou seja, tradu-zindo, “Em Deus Confiamos”, mas muitos duvidam que esse Deus, associado à pirâmide e ao olho de deus (ou do deus egípcio Hórus, para alguns), e de influência maçônica, seja o Deus bíblico, apesar de os americanos se assumirem como um povo predominantemente cristão. E o mesmo pode ser dito das notas brasileiras, com seu “Deus Seja Louvado”

ins-1 Existe um mandamento bíblico (Ex. 23:13,24) para não se referir nomes de deuses pagãos, por isso

aparecem riscados. Zacarias 13:2 fala que o Eterno eliminará da terra o nome dos ídolos (demônios, deu-ses falsos) e Seu nome será o único (Zac. 14:9). Ver ainda salmo 16:2-4.

Em hebraico “satan” significa “adversário” (não sendo um nome pessoal de um demônio).

2  Assim surgiu no latim, Deus, que apenas no português se manteve inalterado... Os espanhóis usam

“Dios” (e os judeus sefaraditas hispânicos para evitar a ideia de politeísmo falam “Dio”); os franceses “Dieux” e os italianos “Dio”.

A palavra “dia” em português e em inglês “day” (lido “dei”) também resultam daí (céu brilhante).

3 Curiosamente Nahash, que é o termo hebraico que designa a serpente no Paraíso, também pode

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crito... Porém, e ao contrário do “deus deste mundo”, o Criador Eterno não está associado a mamon (o dinheiro).

Parece que na falta de um nome, apenas o contexto ou a identificação por associação poderão definir de algum modo a situação e o destinatário. Mas quem se lembra de falar de que segue não um deus qualquer, mas sim o Deus de Israel, ou o Deus de Abraão4,

Isa-que e Jacó, ou o Pai/Abba de Yeshua? Contudo, vemos Isa-que juntamente com a Aliança no Monte Sinai, os israelitas ficaram sabendo que o seu Elohim/Poder/Autoridade foi/é/será YHWH5 e não uma divindade pagã (imaginária ou demoníaca), das muitas que surgiram nas mitologias politeístas em todo mundo.

Sabemos que o nome do Altíssimo de Israel, YHWH, é fundamental, o que é com-provado pelas vezes em que nas Escrituras se fala da importância do Seu nome, assim como de fazer algo em Seu nome6. Ficou referenciado biblicamente que devemos santificar7 e glorificar8 Seu nome, constituindo torre forte que acolhe o justo9, o Nome que será invocado por lábios puros10 e para quem respeita Seu nome11, brilhará o sol da justiça12, da proteção e

4 O Eterno se apresentou a Abraão como El Shadday (o Todo-Poderoso, embora este termo não seja

correto). Apesar das dificuldades e incertezas na etimologia são possíveis e mais próximos os significados: O Poder da Montanha ou O Poder Auto-Suficiente (e ainda O Poder Destruidor).

5   Essas quatro letras (consoantes) transliteradas do hebraico constituem o Tetragrama Sagrado, o qual expressa o nome (pessoalizado) do Criador Eterno e significa intrinsecamente tanto o Ser como a Eternidade, nas forma do verbo ser (‘ehyeh asher ehyeh’ = ‘Eu Serei Quem Serei’, ou ‘Eu Sou Aquele que É’).

Isso não significa obrigatoriamente que o Criador Eterno tenha um nome em Sua natureza absoluta, mas quando Ele se deu a conhecer a Israel, através de Moisés, fê-lo de um modo pessoal e imanente, não transcendente (Ex. 3:15: “É o Meu nome para sempre e assim Me invocarão de geração em geração”; Êx. 6:3 “Meu nome, YHWH, não lhes fiz conhecer”). “Eu sou YHWH: esse é o Meu Nome” (Isaías 42:8).

Embora aparente que a primeira vez que o nome de Deus foi revelado foi a Moisés em Exodo 3:14, porém o nome aparece no livro de Jó, em 12:9, o qual é anterior ao êxodo e Jó não era um hebreu. E existem testemunhos arqueológicos do uso de Nome (embora em forma incompleta) na região do Levante e Egito.

6 Mesmo que fazer algo em Seu nome tenha um sentido de representatividade ou de adesão harmônica à

Sua vontade e mandamentos. Sendo ainda um modo menos direto de nos referirmos a Deus.

7  Na oração do Pai Nosso é referido: “Santificado seja Vosso nome”.

8  Salmo 86:12.

9  Provérbios 18:10.

10  De acordo com Sofonias 3:9.

11 Respeitar o Seu nome significa cumprir Sua vontade de modo persistente e verdadeiro. 12  Malaquias 3:20.

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a salvação13, mas estará ausente e será sem efeito para aqueles que aborrecem o bem e

amam o mal14!

Usar o nome pessoal do Eterno evita confusões e pode determinar15 um

relaciona-mento mais próximo, verdadeiro e definido... Tanto que muitos nomes hebraicos são te-ofóricos, ou seja, incluem parte (nunca a totalidade) do nome divino YHWH16: em sua

forma abreviada, Yah, que é usada independente ou no final de um nome (como Elias que é na verdade Eliyah ou Eliyahu17) ou em AleluYah (que significa “louvai a Yah”);

ou em sua forma Yeho, usada como prefixo no início de nomes teofóricos: Yehoshua (YHWH salva ou YHWH é salvação), o nome do sucessor de Moshê (Moisés), tra-duzido como Josué.

No entanto, os israelitas acabaram contrariando esse desígnio. Com receio de invo-carem o nome em vão, ou seja, inútil e falsamente (ou de modo supersticioso e mágico), quebrando um mandamento divino18, assim como para evitar que o nome sagrado fosse

zoado e blasfemado por gente ímpia (como aconteceu na Babilônia) começaram a não falar o nome, usando antes substitutos19 e proibindo o uso oral do Nome20: HaShem (O 13 Salmos 91:14-16; 106:8; 116:4,13, Isaías 45:21; Oseias 13:4; Joel 2:32/3:5 (e Atos 2:21, aludindo a

Joel).

14 Miqueias 3:2,4.

15 No mínimo por não haverem confusões e ambiguidades.

16 Embora muitos israelitas iníquos tivessem nomes teofóricos, pois a posse de um nome não implica

automaticamente uma qualidade ou realidade espiritual.

17 Yahu é mais tardio que Yah (talvez para distinguir de uma divindade egípcia lunar chamada Iah, Ioh

ou Aah).

18 Êx. 20:7 e Lev. 22:32.

19 Essa falha foi intensificada pelo cristianismo. Os tradutores das versões bíblicas cristãs decidiram

na maior parte das versões omitir o nome divino YHWH (presente inicialmente mais de 6000 vezes na Escritura hebraica), o substituindo pelo termo SENHOR, ecoando Jeremias 23:27 “Eles tentam fazer Meu povo esquecer Meu Nome (....) por causa de Baal”.

Contudo existem algumas exceções, tanto atualmente como ao logo da história da cristandade, em que o nome aparece escrito como Tetragrama ou como Jeová ou Javé/Iahweh.

20 Proibindo e mesmo ameaçando que não herdaria o mundo vindouro quem o pronunciasse; o

que pode ser considerado como indo contra a Lei escrita. Jeremias 23:27 “Eles tentam fazer Meu povo esquecer Meu Nome”.

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Nome), o Eterno, o Altíssimo, (El Elyon) o Santo (HaKadosh), por exemplo, ou Adonai (Meu Senhor21), assim como o termo genérico e titular, Elohim22 (associado e traduzido

imperfeitamente para idiomas gentílicos como Deus)... Também El23 ou Eloah (traduzidos

como Deus) são pouco usados, excetuando em nomes (como Imanuel, Ishamel, Israel, Da-niel) ou em certos livros bíblicos como Jó e Salmos (no caso de Eloah24).

Talvez Amós 6:10 esteja relacionado com a proibição de usar o Nome em público: “E dirá: ‘Silêncio’! Pois não se deve pronunciar o nome do Eterno!”

Surgiram em consequência disso dois efeitos colaterais:

a) o modo como se pronuncia YHWH adequadamente foi esquecido, pelo menos para a grande maioria das pessoas (para isso também contribuiu a escrita do hebraico bíblico não registrar as vogais, mas apenas as consoantes25).

Atualmente, em consequência de estarmos vivendo um momento de restauração26 (ain-pronunciar o Nome, mesmo que a intenção seja adequada (e considerando ainda que o Nome apenas poderia ser escutado por pessoas em estado puro). E o mundo está cada vez mais impuro e contra Deus. De fato, no período do segundo templo o nome de Deus era vocalizado apenas pelo sumo-sacerdote, uma vez ao ano e no Santo dos Santos (possivelmente também poderia ser vocalizado pelos sacerdotes quando eram recitadas as bênçãos sacerdotais).E nas orações privadas (mas não em público).

Tudo isso começou, ou se efetivou, após a morte de um sumo-sacerdote, Simeão, o Justo, no séc. 3 a.e.c.

21 Adonai é só usado para o Eterno. Para qualquer outro ser ou pessoa existe o termo “adoni”,

signifi-cando igualmente “meu senhor”, ou adon (senhor).

22 É uma forma plural, assumida como plural majestático do Eterno, mas também significando

“autori-dades” ou “poderes”.

23 O termo El não era exclusivo dos israelitas, pois também os cananeus (na mitologia cananeia El era pai

de Baal) e outros povos do Oriente Médio usavam esse nome como representativo genérico da divindade (como se usa Deus) ou para designar a divindade suprema (superior às demais; henoteísmo). Assim, os hebreus, particularmente no tempo dos Patriarcas, costumavam usá-lo associado a um adjetivo para con-seguir alguma diferenciação (El-Shadday, El Olam; El-Elyon, por exemplo). Note-se que apenas com Moisés Deus se apresentou com um nome personalizado.

Sabendo ainda que o El ugarítico era comparado a um touro, não foi casual que os israelitas tenham feito uma imagem de um bezerro de ouro no Sinai.

24 Em aramaico: Elah.

25 Os sinais massoréticos que definem as vogais surgiram apenas alguns séculos atrás. No hebraico

moderno também não se costuma usar os sinais vocálicos, a não ser em situações particulares como livros infantis, cursos de hebraico, ou religiosos destinados a um público ampliado, por exemplo.

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da tímido e limitado, embora também já perturbado por confusões) da realidade bíblica despojada de tradições pagãs, muitos começaram a discutir mais intensamente qual será a verdadeira vocalização de YHWH, embora aparentemente faltem as fontes indiscutíveis que revelem qual a pronúncia verdadeira do nome.

No entanto, perante a iniquidade global e a facilidade com que pessoas abusam de nomes sagrados para intentos pessoais e egoístas é compreensível esse ocultamento.

b) O uso de Senhor e de Adonai podem gerar problemas de idolatria: em hebrai-co (e em outras línguas semitas ou aparentadas, hebrai-como o fenício-cananeu) “senhor”, “marido”, “mestre”, “proprietário” ou “amo” é “baal” ou “adon”, mas esses termos tam-bém são nomes de deuses pagãos. Esse problema surge particularmente quando se usam os termos isolados e se o entendimento da divindade for incorreto ou fluido. Embora se dissermos que YHWH é senhor/marido/amo de Israel, o termo “baal” vai ocorrer como substantivo comum e não como um deus pagão.

Muito provavelmente para diminuir esse problema existe o termo “adon” (e ado-ni sigado-nifica “meu senhor”27). No entanto, também essa palavra pode ser relacionada

aos fenícios e cananeus e acaba associada ao deus grego Adônis (deus da vegetação e fertilidade)... Não foi mero acaso que Isaías e Ezequiel reclamaram que as mulheres israelitas cultuavam idolatricamente esse deus nos jardins de Jerusalém (Isaías 17:10; Ezequiel 8:14)28.

Adonai parece se relacionar como inversão parcial de AdoniYah (“meu Senhor é Yah”)29, embora esteja em linha com Shadday e Sinai30.

Em suma, falar apenas “O Senhor” pode estimular confusão31 (se não estiver nela).

Isso foi referido em Jeremias (23:27) quando YHWH acusou os israelitas de esquece-rem Seu nome como seus pais esqueceram por causa de Baal (Senhor)32... Mas talvez 27 Ou “minha Fundação”, ou ”meu Senhor e Pai” (a raiz ‘dn no ugarítico expressa ‘pai e senhor’, o o

sufixo -ai, indica um reforço da palavra onde está (ressaltando assim o caráter único do termo).

28 Baal, juntamente com Adônis, assume outros nomes como Hadad e Tamuz.

29 Teve um rei israelita com esse nome, Adonias, do grego, mas que em hebraico é Adoniyah (meu

senhor é Yah).

30 Também de etimologia indefinida, havendo várias hipóteses para seu significado. 31 Mas “o Senhor YHWH” ou “nosso senhor Yeshua” é diferente.

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arqueo-seja matemática espiritual “predestinada” haver um profeta de YHWH para 450 profetas de Baal (do Senhor) (1 Reis 18:22,24,36-40)... De qualquer modo proclamarei o nome YHWH (Deut. 32:3; Cântico de Moisés)33.

Oseias 2:16 YHWH fala que Israel, a esposa infiel, não mais O chamará de “meu senhor” (baali), mas sim de “meu marido” (e embora marido fosse inicialmente designado por baal, como referido antes, agora “meu marido” vai ser designado como Ishi34)...

Al-gumas traduções bíblicas que ignoram o problema acabam gerando situações como: “E naquele dia, diz o Senhor [Baal}, ela me chamará meu marido; e não me chamará mais meu Baal [Senhor]”.

“Então me transportou ao deserto, em espírito, onde vi uma mulher sentada sobre uma besta escarlate cheia de títulos blasfemos” (Rev. 17:3).

Só após a derrota e a destruição dos muitos povos que, agrupados com Gog/ Magog35, atacarão Israel, as nações saberão que o Eterno é YHWH e Seu nome estará com os vencedores (Jeremias 16:21; Ezequiel 38 e 39; Rev. 20:7-9 e 22:4)36. “Todos os povos caminham, cada um em nome do seu deus: nós, porém, caminhamos em nome de YHWH, nosso Deus, para sempre e eternamente”.

(Miqueias 4:5); o Primeiro e Último, o único Deus (Isaías 44:6 e 48:12).

lógicos, o monoteísmo raramente prevaleceu em Israel. Mesmo que YHWH não tivesse deixado de ser adorado, o povo (e os reis e a elite política) recorriam habitualmente, de modo complementar, a deuses pagãos... Faz lembrar o catolicismo, no qual predomina a prática popular (não desencorajada oficialmente) de recorrer a inúmeros santos e santas, de acordo com as necessidades específicas, acabando se consti-tuindo como um politeísmo pagão na prática.

33 Existem evidências que o Nome de Deus aparecia nos primeiros textos cristãos, até o séc. 3,

inclusiva-mente em paelo-hebraico, mas depois começou a ser suprimido...E continua sendo “corrigido” nas maior parte das versões atuais.

34 Ish é um termo que aparece logo em Gênesis referente a Adão, após ter surgido Eva. Ish significa

homem, por vezes com um aspecto de sabedoria e santidade, mas principalmente enquanto marido. Em Gen. 2:21, no texto hebraico Eva (Havah, em hebraico) é chamada de Ishah (que em português é traduzido como “mulher”, perdendo-se todo sentido de associação íntima, complementar e igualitária que existe no hebraico).

35 Particularmente Mosoc, Tubal, a Pérsia, Gomer, Phut e Cuche. Gog pode representar o conjunto das

nações gentílicas rebeldes a YHWH.

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“Manifestei Teu nome aos homens” e “Lhes dei a conhecer Teu Nome” (João 17:6,26)37... De fato, Seu povo saberá Seu nome (Isaías 52:6) e os estrangeiros

que buscam servi-Lo e amam Seu Nome (Isaías 56:6,7).

De um modo sintetizador o uso de Eterno, Altíssimo, Pai Eterno, Criador, Eloah, Elohim Eterno são designações que embora não sejam tão precisas como YHWH38 ou

Yah não promovem tão facilmente idolatria ou blasfêmia como pode acontecer se for usado apenas Deus ou, especialmente, Senhor. E mantêm a ideia de restrição do uso vocalizado do nome pessoal do Eterno, à semelhança de não se tratar ao pai terreno pelo seu nome pessoal, por motivos de respeito.

Por outro lado, muitos conhecem nomes de deuses pagãos, e facilmente identificam nomes de demônios. Mas, paralelamente, afirmam que o Eterno de Israel tem muitos nomes ou que Seu nome não interessa, ao contrário do constatado biblicamente, e jus-tificando assim sua ignorância e desinteresse obstinados39.

“Em ti confiam os que conhecem o Teu nome; porque tu, YHWH, não abandonas aqueles que Te buscam” (Salmos 9:10)

“Saberão que só Tu tens o nome YHWH, o Altíssimo sobre toda a terra” (Salmos 83:18)

Bom é render graças a YHWH, e cantar louvores ao Teu nome, ó Altíssimo” (Salmos 92:1)

“Tributai a YHWH a glória devida ao Seu nome” (Salmos 96:8)

37 No entanto, o nome não foi escrito. Note-se que os textos eram habitualmente lidos em voz alta

para todos escutarem. Tem quem sabendo o Nome (por revelação ou transmissão personalizada) costu-ma usá-lo em casa provadamente nas orações, costu-mas não em público.

38 O nome, mais que títulos, apelidos, eufemismos e outras figuras de linguagem, identifica a pessoa

e representa sua realidade e caráter. Shem em hebraico significa “nome” e “caráter”.

39 Em Mateus 26:64, Yeshua afirmou sobre o “Filho do Homem sentado à direita do Poder”. O uso

distintivo de “O Poder” (ou do Poderoso, em Marcos 14:62) e não “à direita de Deus”, ou do Altíssimo como esperado e habitual... E foi condenado à morte por blasfêmia.

Sabendo que o sinédrio considerava blasfemo proclamar o nome pessoal (inefável) de Deus e que Yeshua falou em João 17:26 que ele tinha dado a conhecer o Nome do Pai (já tinha sido proibido afirmá-lo) é muito possível que a referência a Poder ou Poderoso esteja associada ao nome pessoal de Deus. Note-se que no evangelho de Mateus, por seu uso inicial no meio judaico, aparece ‘Reino dos Céus’ em vez de ‘Reino de Deus’.

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“Louvem o Seu nome, grande e tremendo; pois é santo” (Salmos 99:3) “Que a minha boca Louve a YHWH; e bendiga toda a carne o Seu santo nome para

todo o sempre” (Salmos 145:21)

“Louvem o nome de YHWH, pois só o Seu nome é sublime; a Sua glória está acima da terra e dos Céus” (Salmos 148:13).

Que Seu nome seja bendito de eternidade em eternidade (Daniel 2:20).

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O nome do Servo/cordeiro/filho

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ungido

YHWH atribuía nomes, e também os mudava (dentro do contexto hebraico), con-forme as realizações e missões das pessoas, pois no hebraico os nomes não são mera-mente nomes ao gosto de cada um, mas encerram um contexto específico, uma missão, caráter, etc.

Assim, não é para admirar que o nome do ungido Yeshua41 signifique “YHWH é

salvação” ou “YHWH salva [liberta]”42.

No entanto, o nome Jesus, fruto de transliteração e adaptação (Yeshua > Iesous (grego)43 > Iesu44 (latim) e finalmente Jesus, no século 16 (quando a letra J foi

adiciona-da ao alfabeto ocidental45) não pode conter a simbologia presente no nome e nas letras

hebraicas de modo intrínseco (inerente) e real, mas apenas relacionado artificialmente. Por tudo isso, em vez de ser usado o nome Jesus46, o qual é um nome alterado ao lon-40 Deve-se considerar que em Aramaico, Talya pode significar: cordeiro, jovem/filho ou servo. 41 Yeshua é a forma abreviada de Yehoshua, que predominou após o exílio babilônico. Yehoshua tem

o sentido teofórico mais exato e discernível., mas provavelmente para evitar a profanação do nome o prefixo teofórico ‘Yeho-’ foi reduzido para ‘Ye-’.

Mas também é possível que possa ter sido Yashua.

42 No hebraico bíblico: yesha (salvação), yasha (salvar). Nota: YeshaYah(u) (salvação por YHWH). 43 No grego não poderia ficar Iesua (embora fosse a transliteração mais próxima), pois desse jeito

seria considerado um nome feminino. Assim, o “a” (correspondente ao ayn) foi substituído por um “s” grego (sigma). Também a letra hebraica shin (transliterada como sh, ch ou x) foi substituída por um “s”. Ressalte-se que como o grego tem declinações, o “s” final de Iesous apenas é lido no caso nominativo (nas outras declinações fica Iesou, Iesoi ou Iesoun).

44 O latim também tem formas declinadas, como Iesum. No italiano, o nome usado é Gesù. 45 Foi um modo de distinguir o “i” inicial e lhe dar um sentido de consoante (era um i estilizado).

Contudo sua vocalização de “i” era mantida, como ainda se verifica no idioma alemão.

46 Também o rei babilônico substituiu os nomes hebraicos de Daniel e seus companheiros (Daniel 1:7)

por nomes babilônicos (Baltazar, referência a Baal, em vez de Daniel).

Curiosamente, Cristo virou sobrenome: “Jesus Cristo”, quando na verdade deveria ser “Jesus, o Cristo”, ou o “Cristo Jesus”... Porém ninguém comete o erro de falar “Jesus Messias”, embora Messias (do he-braico) e Cristo (do grego) representem o mesmo (Ungido).

Além disso, foneticamente (não na forma escrita), Jesus soa no hebraico como “Jecavalo”, pois em hebraico cavalo é falado “sus’.

Outra coincidência, ou não, alguns povos celtas europeus (gauleses) tinham uma divindade chamada Hesus, a qual fazia parte de uma trindade/tríade de deuses.

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go dos tempos, variando conforme os idiomas e os sotaques de cada país e povo, é melhor ser usado o nome Yeshua: o nome que o anjo indicou e que os familiares, discípulos e se-guidores iniciais do Cordeiro usaram; o nome que salva (pois ele refere verdadeiramente que YHWH é salvação).

No hebraico Yehoshua e Yeshua têm uma validade e significância íntima que se perde quando se traduz por Josué e Jesus. O sentido de libertação/salvação é

com-pletamente eliminado47.

Note-se, no entanto, que usar tanto o nome pessoal do Altíssimo de Israel como o nome original do Cordeiro Ungido, apesar de poder ser espiritualmente significativo, apenas poderá servir como diferencial positivo para quem busca cumprir sinceramente a

vontade e as leis divinas, de acordo com o testemunho de Yeshua48.

O uso dos nomes, por si sós, sem uma submissão verdadeira à autoridade divina, pode acabar sendo evidência de superstição, legalismo, elitismo e até invocação do nome sagrado em vão. Por outro lado, não usar o nome pessoal do Eterno de Israel ou o nome original do Cordeiro, não significa automaticamente que a pessoa esteja afastada dos ca-minhos do Altíssimo (principalmente se for por motivos de desconhecimento ou razões educacionais/culturais fortes).

Bem-aventurada Filadélfia, que apesar de ter pouca força, guardou a Palavra e não renegou o Nome (Rev. 3:8).

FIM

47 Outro caso de ocultamento corruptivo do sentido original acontece com o nome Yaacov (Jacó/Jacob)

que em português e espanhol passou a Tiago no Novo Testamento (em inglês virou James). No italiano a diferença foi menos intensa : Giacobbe e Giacomo. Contudo no latim existia uma proximidade maior: Iacob e Iacobus (em concordância com o grego).

Referências

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