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EDUCAÇÃO PARA A PAZ: PROPOSTA EXTENSIONISTA NA MODALIDADE À DISTÂNCIA

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Academic year: 2021

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ÁREA TEMÁTICA: (marque uma das opções)

( ) COMUNICAÇÃO ( ) CULTURA

( ) DIREITOS HUMANOS E JUSTIÇA ( X ) EDUCAÇÃO

( ) MEIO AMBIENTE ( ) SAÚDE

( ) TRABALHO ( ) TECNOLOGIA

EDUCAÇÃO PARA A PAZ: PROPOSTA EXTENSIONISTA NA MODALIDADE À DISTÂNCIA

SALLES FILHO, Nei Alberto1

SCREMIN, Rafael Trentin2

RESUMO – A terceira edição do Curso de Fundamentos Teóricos e Metodológicos da Educação para a Paz – Primeira Educação na Modalidade de Educação à Distância (EAD) é um dos desdobramentos do Projeto de Extensão Núcleo de Estudos e Formação de Professores em Educação para a Paz e Convivências (NEP), desenvolvido na UEPG, desde 2008. Um dos objetivos do NEP/UEPG é divulgar e ampliar as reflexões e ações desenvolvidas nas escolas e já acompanhadas e sistematizadas nas temáticas de prevenção de violências, educação em valores e direitos humanos, mediação de conflitos e educação para a paz. Nesse sentido, o curso apresenta os eixos: Fundamentos – história, desenvolvimento e conceitos da Educação para a Paz e Direitos Humanos; Metodologia – estratégias de mediação de conflitos e prevenção de violências nas escolas – nos aspectos vivenciais de corpo, arte, música, dinâmicas de grupo, etc; Processos de pesquisa e intervenção pedagógica de projetos de Educação para a Paz nas escolas; O curso tem duração de 96 horas, sendo 16 horas presencias (Oficina Introdutória (08 horas) e Seminário Final (08 horas) e 80 horas no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) da Universidade Aberta do Brasil/Universidade Estadual de Ponta Grossa (UAB/UEPG). Para essa edição foram definidos os municípios de Telêmaco Borba e Jaguariaíva por possuírem cursos de Pedagogia (EAD) e salas para web conferências. O referido projeto encontra-se em fase final de estruturação para seguir os trâmites institucionais.

PALAVRAS CHAVE – Educação, Formação de Professores, Educação.

_________________________________________________________________________________

1

Mestre, Professor Coordenador do NEP, nei.alberto@hotmail.com 2

(2)

Introdução

No ano de 2009 e 2010, realizamos as edições do Curso de Fundamentos Teóricos e Metodológicos da Educação para a Paz, que envolveu trinta professores (rede municipal e estadual). Estes professores, ao longo do segundo semestre dos anos de 2009 e 2010 desenvolveram projetos de Educação para a Paz (EP) nas escolas de Ponta Grossa, apresentando os resultados em Seminário Final. As experiências nos motivaram a estruturar uma proposta a ser discutida e em seguida encaminhada, dessa vez na modalidade EAD, em parceria com o sistema UAB/UEPG, adaptando a proposta inicial para o ambiente virtual de aprendizagem (AVA), buscando ampliar as questões da Educação para a Paz na região. Este artigo vai apresentar os fundamentos e a metodologia previstas para tal proposta, ainda em fase de discussão final junto à coordenação da Universidade Aberta do Brasil – UAB/UEPG, tanto nas questões teóricas quanto proposta metodológica.

Em relação aos aspectos teóricos, retomamos a questão da década de 2001 a 2010 que foi estabelecida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) como a década por uma Cultura de Paz. Mesmo assim, e, considerando todos os esforços, a discussão sobre EP ainda é marcada por preconceito e desconfiança por diversos profissionais da educação. Ainda, quando aceitam o termo, este vem pensado numa perspectiva de paz passiva, não ativa, no sentido de discussões educacionais e sociais. Embora conceitualmente várias questões mereçam destaque, optamos pelo entendimento básico Cultura da Paz, segundo a UNESCO:

A cultura da paz se constitui dos valores, atitudes e comportamentos que refletem o respeito à vida, à pessoa humana e à sua dignidade, aos direitos humanos, entendidos em seu conjunto, interdependentes e indissociáveis. Viver em uma cultura de paz significa repudiar todas as formas de violência, especialmente a cotidiana, e promover os princípios da liberdade, justiça, solidariedade e tolerância, bem como estimular e compreensão entre os povos e as pessoas (apud MILANI, 2003, p.36).

Ainda segundo Milani o conceito de Cultura da Paz ainda está em construção, carecendo de debate e discussão “que equilibre especificidade e abrangência, consistência e fluidez, bem como aplicabilidade aos inúmeros contextos e realidades.” (MILANI, 2003, p.37). Se o conceito de Cultura da Paz está em construção, podemos dizer que a EP, ao mesmo tempo em que ainda faz sua estruturação de conhecimento, já traz muita discussão educacional que lhe dá suporte. Isso fica evidenciado ao analisarmos o que nos diz Milani:

No que se refere à escola, a abordagem da Cultura da Paz ressalta diversas necessidades e estratégias: uma relação educador-educando fundamentada no afeto, respeito e diálogo; um ensino que incorpore a dimensão dos valores éticos e humanos; processos decisórios democráticos, com a efetiva participação dos alunos e de seus pais nos destinos da comunidade escolar; implementação de programas de capacitação continuada de professores; aproveitamento das oportunidades educativas para o aprendizado do respeito às diferenças e a resolução pacífica de conflitos; abandono de modelo vigente de competição e individualismo por outro, fundamentado na cooperação e no trabalho conjunto, etc. (2003, p.39)

Podemos observar que, o proposto acima está em sintonia com grande parte da discussão educacional brasileira dos últimos anos. Uma educação com perspectiva crítica, dotada de maior possibilidade de autonomia, participação e onde os professores tenham formação de qualidade voltada para o desenvolvimento dos alunos e da sociedade. Nesse sentido, reconhecidamente, a formação continuada de professores tem avançado em quantidade e qualidade. Porém, também é verdade esse avanço está voltado mais para a discussão teórica e metodológica das áreas de conhecimento já constituídas e, em menor escala, para as questões relacionadas à violência, paz e conflitos. Parte disso decorre porque existe a percepção que as áreas específicas podem incluir os temas da violência e paz junto aos conteúdos já constituídos historicamente. Por outro lado, ainda não fica claro para muitos professores porque e como fazer isso em seu trabalho. Essa discussão sobre o papel da EP é expressa por Rabanni:

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Inspirados nos trabalhos dos movimentos pela paz e em função da experiência histórica de suas regiões, os educadores pela paz tem se inclinado mais por uma paz que por outra. Em países marcados pela guerra, é evidente que o objetivo primordial tenha sido evitar novas tragédias e matanças. Em países economicamente menos desenvolvidos, a preocupação principal tem sido com a violência estrutural e a EP tem sido relacionada com uma educação para o desenvolvimento, a justiça e a igualdade de oportunidades. (2003, p.77)

Podemos dizer que a EP, na formação de professores, na realidade brasileira, tem a função de discutir violências, paz e conflitos numa perspectiva crítica, criativa e relacionada com a estrutura das relações humanas na vida pessoal e em sociedade.1 Nesse raciocínio, na medida em que fica mais clara a perspectiva da EP para a educação brasileira, Rabbani complementa:

A questão é o que a educação pode fazer para promover esse tipo de paz como justiça e desenvolvimento? O nosso argumento, retomando o que já vinha sendo discutido pelos teóricos da EP, é que não é suficiente informar sobre as injustiças e desigualdades para se criar uma atitude necessária para superar as injustiças sociais. Mas importante que o quê ensinamos é

como ensinamos. (2003, P.77)

É possível acrescentar mais uma palavra ao pensamento de Rabanni, que seria o “por que” ensinamos as questões da paz e violências. Acreditamos que a falta de clareza do professores sobre a EP pode ser o maior obstáculo para sua efetivação na escola. Por isso, insistimos na reflexão sobre o tema na formação de professores. Nesse sentido, propomos como desdobramento das ações do Núcleo de Formação de Professores em Educação para a Paz e Convivência (NEP/UEPG) a presente ação, agora com a nova experiência na modalidade de Educação à distância.

Objetivos

- Ampliar a discussão sobre a Educação para a Paz na formação de professores;

- Construir/analisar mecanismos adequados para a formação de professores e projetos de extensão na modalidade EAD,

- Relacionar a formação continuada pessoal com a necessidade de intervenção no universo educacional;

- Compreender a Educação para a Paz como estratégia humana, política e social na formação de professores

- Realizar/executar projeto de Educação para a Paz nas Escolas; - Apresentar relatório e participar do seminário final do curso.

Metodologia

De maneira inicial, para discussão junto à coordenação da ETAPA I - Local: Oficina Introdutória (PRESENCIAL)

Telêmaco Borba: Prof. Rafael Trentin Scremin e Prof.ª Hermínia Regina Bugeste Marinho Local: Pólo EAD

Jaguariaíva: Prof. Nei Alberto Salles Filho e Prof. Ricardo Domingues Ribas Local: Pólo EAD

Datas: Julho/2011 (08 horas)

Ação – Participação como aluno no curso de formação - Utilização do Projetor Multimídia Etapa II – Estudos Complementares em Educação para a Paz (MODALIDADE À DISTÂNCIA)

1

Cabe registrar que muitos projetos de valores, paz e relacionamento humano que são desenvolvidos em

escolas, ignoram a discussão estrutural, traduzindo expressões de paz sob o olhar de “ser bonzinho”, “não reclamar” ou “não discutir”. Como já foi dito por Freire, uma visão “míope” da Educação para a Paz.

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Local: AVA – UNIDADE I – Plataforma Moodle Data: DUAS SEMANAS – Mês de Julho/2011 Carga Horária: 20 horas

Ação – Realizar aprofundamento dos temas tratados na oficina introdutória Utilização do sistema UAB/UEPG como suporte.

Etapa III – Estudos Complementares em Educação para a Paz (MODALIDADE À DISTÂNCIA) Local: AVA – UNIDADE II – Plataforma Moodle

Data: DUAS SEMANAS – Mês de Agosto/2011 Carga Horária: 20 horas

Ação – Estruturar o projeto de intervenção em Educação para a Paz para aplicação na escola Utilização do sistema UAB/UEPG como suporte.

Etapa IV – Estudos Complementares em Educação para a Paz (MODALIDADE À DISTÂNCIA) Local: AVA – UNIDADE III – Plataforma Moodle

Data: QUATRO SEMANAS – Meses de Setembro e Outubro/2011 Carga Horária: 40 horas

Ação – Aplicar o projeto de intervenção em suas escolas e discutir o andamentos no AVA Utilização do sistema UAB/UEPG como suporte.

Etapa V - Seminário Final - Apresentação dos resultados da intervenção (PRESENCIAL) Data: Novembro de 2011.

Local: POLOS EAD em Telêmaco Borba e Jaguariaíva com os mesmos docentes do Oficina Introdutória

Carga Horária: 08 horas

Ação – Apresentação do resultados da intervenção realizada a partir do projeto. AVALIAÇÃO

- Apresentação de relatório final da propostas;

- Participação na Oficina Introdutória e no Seminário Final (presenciais);

- Freqüência de 75% durante o curso, considerados os critérios da EAD na UAB/UEPG. Nota mínima para certificação – 7,0 (sete).

Resultados

O projeto aqui apresentado está em fase de estruturação, portanto, sem resultados concretos. Porém, acreditamos que essa nova modalidade de extensão, explorando a educação à distância, na medida em que avançam as propostas em EAD no país e na UEPG, possibilitam a valorização maior do acadêmico como aluno ativo na Universidade. Assim a articulação entre o conhecimento da Educação para a Paz com os seminários presenciais e, especialmente com o trabalhoa ser realizado no AVA, contribuem para contemplar os três pilares da universidade: ensino, pesquisa e extensão, de uma maneira responsável e ética.

Conclusões

Consideramos que mais do que possibilitar um programa extensionista para os alunos da EAD, estamos proporcionando uma aproximação necessária, entre aluno e instituição. Ainda existe uma grande lacuna que impossibilita a real conscientização do aluno EAD quanto sujeito ativo da instituição. A proposta organizada pelo NEP busca que os alunos compreendam saberes muitas vezes ignorados na práxis escolar, e cada vez mais necessários pelo próprio, assim como, fazer que esse conhecimento reflita positivamente na comunidade envolvida, através de possibilidades reais de intervenção, conscientização e reflexão através do projeto extensionista.

Referencias

FREIRE, Ana Maria. Educação para a paz segundo Paulo Freire. Revista Educação. JARES, Xésus. Educação para a paz: sua teoria e sua prática. Porto Alegre: Artmed, 2002,

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______. Pedagogia da convivência. São Paulo: Editora Palas Athena, 2008.

MILANI, Feizi Masrour. Cultura de paz X violências: papel e desafios da escola. In:MILANI, F.M; JESUS, R.D.P (orgs.) Cultura da Paz: estratégias, mapas e bússolas.Salvador: INPAZ, 2003.

RABBANI, Martha Jalali. Educação para a paz: desenvolvimento histórico, objetivos e metodologia. In: MILANI, F.M; JESUS, R.D.P. Cultura da Paz: estratégias, mapas e bússolas. Salvador: INPAZ, 2003

Referências

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