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SENTENÇA JULGADA IMPROCEDENTE. ESTADO PERDE AÇÃO CONTRA POLICIAL QUE BATEU VIATURA EM PERSEGUIÇÃO POLICIAL

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Academic year: 2021

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SENTENÇA JULGADA IMPROCEDENTE. ESTADO PERDE AÇÃO CONTRA POLICIAL QUE BATEU VIATURA EM PERSEGUIÇÃO POLICIAL. CONDENADO A PAGAR CUSTAS PROCESSUAIS E HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

A APRA - Associação de Praças do Estado do Paraná gostaria de compartilhar uma AÇÃO JULGADA IMPROCENDENTE em que o Estado do Paraná ajuizou em face de policial militar que bateu a viatura durante acompanhamento tático/perseguição.

Da pretensão:

“Alegou, em síntese, que o réu é policial militar lotado no 14.° Batalhão de Polícia Militar de Foz do Iguaçu. Narrou que em 30/Mar/2013, por volta das 21h10min, o réu envolveu-se em acidente que resultou em danos de grave monta na viatura de propriedade da Secretaria do Estado de Segurança Pública. Sustenta que incidente ocorreu por culpa do réu, que dirigia em alta velocidade, sem observar o dever de prudência no trânsito – alega que o servidor não conduzia o automóvel com atenção e cuidados indispensáveis à segurança. Aduziu que o prejuízo material decorrente importa em R$ 14.000,00, conforme orçamento de valor mais baixo. Argumentou, enfim, que o Inquérito Técnico instaurado demonstrou a responsabilidade do réu no sinistro, motivo pelo qual requereu a procedência do pedido, com a condenação do réu no pagamento dos danos respectivos. Juntou documentos.”

Da contestação do réu:

“O réu foi devidamente citado e apresentou contestação, por meio da qual refutou os pedidos formulados pelo autor. Em miúdos, afirmou que não pode ser responsabilizado pelo evento, visto que estava no estrito cumprimento de suas funções, em perseguição a pessoa suspeita da prática de um homicídio. Disse, ademais, que a viatura estava em estado ruim e, mesmo transitando em velocidade compatível com a via, os freios não funcionaram adequadamente, além de que não havia sinalização adequada. Pediu, enfim, a improcedência dos pedidos.”

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Destarte, em sua fundamentação o r. juízo asseverou que a conduta do réu é plenamente justificável, bem como nem todo acompanhamento tático é pacífico, in verbis:

“Não há dúvidas de que o incidente ocorreu por ocasião de uma perseguição policial. O réu, condutor da viatura, imprimiu alta velocidade no intuito de capturar o piloto de uma motocicleta suspeito de ter perpetrado o delito de homicídio. Diante disso, a conduta apurada é plenamente justificável.” (Grifou-se)

E ainda.

“De fato, nem todo acompanhamento tático policial é pacífico (Grifou-se). Na grande maioria dos casos existe tentativa de fuga por parte dos suspeitos, e é aí que entra em jogo a audácia e perspicácia policial no sentido de perseguir os suspeitos e alcançar o alvo, com a respectiva prisão e apreensão dos instrumentos e produtos de crime. No caso dos autos não foi diferente. O réu se viu obrigado a acelerar a viatura na captura do suspeito, no estrito cumprimento de seu dever legal. Dada à conduta do suspeito, o qual inclusive estava com veículo mais veloz, não haveria outra atitude possível ao policial se não iniciar a perseguição.”

Comentou sobre a inexistência de nexo causal e da responsabilidade

subjetiva do servidor público:

“Não se olvide, outrossim, que a responsabilidade do servidor público, causador do dano, é subjetiva – seja a lesão causada à terceiro ou à Administração Pública. Por isso, em conformidade com a teoria da responsabilidade civil, é imprescindível a configuração da ação ou omissão, do dano, do nexo causal e da culpa (Grifou-se).

E mais.

“Não obstante, no caso vertente, sendo o causador do dano agente estatal, a culpa deve ser grave, ou seja, decorrente de atinada falta de cautela, o que certamente não ocorreu no caso.”

Ainda no corpo da sentença o Magistrado lembrou que decorreu de um

tenso acompanhamento tático, e que ser torna legitimada pelo estrito cumprimento do dever legal.

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“Na medida em que o fato decorreu de um tenso acompanhamento tático policial, é certo que a conduta perpetrada pelo agente se torna legitimada, já que agindo no estrito cumprimento de um dever legal sua conduta restou abarcada pela excludente da responsabilidade.” (Grifou-se)

Citou doutrina:

“Outrossim, é imprescindível consignar que “(...) um fato considerado ilícito perde esse caráter quando praticado o cumprimento de um dever legal. Quem age limitando-se a cumprir um dever legal que lhe é imposto por lei penal ou extrapenal e procede sem abusos no cumprimento desse dever não ingressa no campo da ilicitude. O cumprimento do dever legal é causa de justificação em que o dever cumprido representa valor predominante em relação ao interesse que é lesado (...)”. (STOCO, Rui. Tratado de Responsabilidade Civil. 6ª ed. São Paulo: RT, 2004, p. 181).”

O E. Tribunal de Justiça do Paraná foi mencionado na r. sentença: “AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS. ACIDENTE DE TRÂNSITO. VIATURA POLICIAL MILITAR. RESPONSABILIDADE CIVIL. RELAÇÃO DE CAUSALIDADE INEXISTENTE. CULPA NÃO DEMONSTRADA. 1. O ato danoso não pode ser imputado ao apelado, haja vista que o acidente decorreu de uma situação de condução arriscada, pois, em caso de perseguição, se exige alta velocidade do condutor. 2. Ausente a relação de causalidade entre o evento danoso e o ato imputado ao apelado, bem como a sua culpa, não se pode falar em responsabilidade civil pela ocorrência do acidente de trânsito. Apelação desprovida. (TJPR – 5.ª C. Cível – AC 401.657-1 – Rel. Des. Rosene Arão de Cristo Pereira – DJ 01/Nov/07).”

“APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS. VIATURA DA GUARDA MUNICIPAL. CAPOTAMENTO OCORRIDO DURANTE PERSEGUIÇÃO A SUPEITOS QUE PORTAVAM ARMA DE FOGO. ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL. EXCLUDENTE DE RESPONSABILIDADE CIVIL. RECURSO DESPROVIDO. O estrito cumprimento de dever legal afasta a ilicitude do ato, razão pela qual não se atribui responsabilidade por danos causados em viatura policial da guarda municipal, em razão de capotamento ocorrido durante uma perseguição. (TJPR – 1ª C. Cível – AC 907.972-7 – Rel. Des. Fernando César Zeni – J. 06/Nov/2012).”

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“DIREITO PÚBLICO. AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS. VIATURA POLICIAL MILITAR. ACIDENTE DE TRÂNSITO OCORRIDO DURANTE PERSEGUIÇÃO POLICIAL. ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL. EXCLUDENTE DE RESPONSABILIDADE CIVIL. APELAÇÃO UM PROVIDA E APELAÇÃO DOIS PREJUDICADA. O estrito cumprimento de dever legal afasta a ilicitude do ato, razão pela qual não se atribui responsabilidade por danos causados a viatura militar em acidente automobilístico ocorrido durante uma perseguição policial. (TJPR – 1ª C. Cível – AC 523.197-6 – Rel. Des. Dulce Maria Cecconi – J. 13/Jan/2009).”

Outros precedentes de Estados também foram lembrados:

“AGENTE POLICIAL. AUSÊNCIA DE DOLO OU CULPA GRAVE EM SUA CONDUTA. INEXISTÊNCIA DA OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR. SENTENÇA REFORMADA. RECURSO PROVIDO. Não comprovada a ocorrência de dolo ou de culpa grave, resultando, o sinistro, "dos riscos normais inerentes às atividades desenvolvidas pelo servidor, não se pode, para efeito de ação regressiva ou de indenização direta, responsabilizá-lo pelos danos decorrentes. (TJSC – 2ª Câmara de Direito Público – Processo nº 2011.072488-1 – Rel. Des. João Henrique Blasi – J. 24/Fev/2012).”

“REPARAÇÃO DE DANOS Ação movida em face de policiais militares para ressarcimento de gastos com reparos realizados em viatura envolvida em acidente de trânsito. Improcedência do pedido decretada corretamente em primeiro grau. Circunstâncias peculiares do caso vertente que permitem ilidir a presunção de culpa que milita contra o condutor que invade a contramão de direção, provocando o sinistro. Policiais que atendiam a uma ocorrência de furto e passaram a perseguir os suspeitos da prática do crime, identificando-se o estrito cumprimento do dever funcional. Apelo da Fazenda Estadual não provido. (TJSP – 8. Câmara de Direito Público – AC nº 0001828- 36.2010.8.26.0663 – Rel. Des. Paulo Dimas Mascaretti – J. 23/Mai/2012).”

Assim segue Dispositivo:

“Por estas razões, atento a tudo o que foi exposto, julgo improcedentes os pedidos formulados na inicial, com o que resolvo o mérito, nos moldes do artigo 487, inciso I, do Novo Código de Processo Civil.

Ante a sucumbência, condeno o autor no pagamento das despesas e custas processuais, e ainda em honorários de advogado, que fixo em

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10% sobre o valor atualizado da causa, atendendo ao trabalho desenvolvido e grau de complexidade da demanda, tudo em conformidade com o disposto no artigo 85, §§ 2.º e 3.º, inciso I, do Novo Código de Processo Civil. Sobre os honorários incidirão juros de 1% ao mês, a partir do trânsito em julgado (art. 85, § 16, NCPC), e correção monetária pelo IPCA, contada desta sentença.”

Como visto o julgado em questão demonstra que os bombeiros e

policiais militares do ESTADO DO PARANÁ e do BRASIL não executam uma missão exata, com previsibilidade de resultados, sendo de extrema relevância o julgado para balizar casos análogos em que sejam ocasionadas avarias ou demais danos materiais por parte de militares estaduais quanto estiverem realizando suas missões constitucionais de acompanhamento tático, perseguições, resgates, etc.

Respeitosamente, Vice Presidente da APRA,

Referências

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