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A administração participativa: uma resposta estratégica a nova organização produtiva?

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. 1199400063 .. 1111111111111111111111111111111111111111

'''...,..

--ESCOLA

DE

ADMINISTRACÃO

DE,

EMPRESAS

DE

SÃO

PAULO

FUNDACÃO

GETúLIO

VARGAS

Déa Lúcia Pimentel Teixeira

A ADMINISTRACÃO

PARTICIPATIVA:

UMA

RESPOSTA

ESTRAT~GICA

À

NOVA

ORGANIZACÃO

PRODUTIVA?

Tese apresentada a Escola de

Administração de Empresas de São

Paulo da Fundaçio Getúlio Vargas para

obtenção do título de Doutor em

Administra~ão de Empresas na Área de

Concentração: Organização, Recursos

Humanos e Planejamento. São Paulo junho/1993 ". --...•..• ~ ~

-•

I. _O" ~---- ~,l

(2)

da economia é a .~scensão de aavs«

i n-st:i ru ic ãee governantes para servi r

aos interesse~:; do poder econômico

privado r r sn enec ione í Outra

,

€' a

difusão do modelo -socis I

terceiro-munaiet:s , com i lhas ieen-ssmenr e

privilegiadas em me.io a um lIIar de

miséria e desesP>:?l"o".

"Cada vez mais a proda~ão pode

ser deslocada para eone s de alta

repressão e tis ixoe salários,

dirigida a setores privilegiadas na

ec an aais g l obs I . Dest ,:;I. msrre i1"<1

grandes parcelas da popa Ja~.!i'o

tornam-se supérfluas para a produ~.!:ffJ e

poss·.ivelmente até mesmo como mercado,

Ford compreendeu

vender c s r ro-s se seus tr sb«Lhs dor e e

não fossem suficientemente belll pagos

p,3.ra comprarem carros, eles mesmos. "

HDAH CHOHSKY (Professor do Departa.ento de Lingüística e Filosofia do Hassachussetts Institute of Technolog~ )

(3)

.4

minha pequen~J. I'amllia e ao

meu grande companheiro pelo

in aue

sr

ioruive l e permanente

apoio.

do

funcionários

In-st:i

t at

o de

ÁOs ,~Iunos,

Economia J com 05 L7uais convi vi por

um

t

oneo per lodo d,~ minha vida, como

homenagem nas minhas despedidas.

E, especialmente, ao ARTHUR e

I(LAU88 (meus netos,' que

conr ri buYr ss: maravi lhosa e

fortemente para a

revitaliz.'lçifo de meus

sentimentos de

(4)

RESUMO

TEIXEIRA, Déa Lúcia P. A ADMINISTRACÃO

PARTICIPATIVA: UMA RESPOSTA ESTRAT~GICA ~ NOVA ORGANIZACÃO

PRODUTIVA? Sio Paulo, EAESP-FGV, 1993, 214 pp. Tese de

Doutoramento apresentada ao Curso de Pds-Graduaçio em

Administraçio de Empresas da EAESP-FGV na 'rea de

Concentraçio: Organizaçio, Recursos Humanos e Planejamento.

o

presente trabalho procura mostrar que existe uma

intrínse~a correlaçio entre os paradigmas econ8micos de

produçio gerados dentro do modo de produçio capitalista e as

r'..ecnlcas. ou por

construídos. No caso específico, dos recursos humanos na empresa.

as formas de organizaçio

Os padrões resultantes sio impostos na medida em que utilizados para assegurar a condutibilidade, o controle,

c alcance dos resultados visados e a legitimidade do

processo produtivo a nível das unidades de produçio.

As características desses padrões nio sio

universais, - e por esse motivo, denominados por vezes de

e variam basicamente em funçio da fase do

processo produtivo e do de desenvolvimento das

forças sociais envolvidas; das características estruturais sócio-econ8micas, políticas e culturais do país, decorrentes

de sua inserçio e evoluçio do capitalismo

internac iona 1 ;

c on f untu r a í s .

e desses ,-efl exos a nível de

Essa instrumentalizaçio propiciada ao capital

pelas teorias de admihistraçio enquanto estratégias de RH sio introduzidas com o advento do capitalismo monopolista, a partir do Ta~lorismo, que desenvolve formas de organizaçio

(5)

produ~io em massa, internacionalmente.

o chamado Fordismo que se estende

Na fase de internacionalizaçio do Fordismo, uma

nova etapa de acumulaçio do capital

é

a Teoria

de-Relaç6es Humanas quem oferece novas contribuiç5es para o alcance da produtividade.

Nd. atualidade, da década dos 70, nos

países mais avançados .• constr6i-se uma nova Por ma de

organizaçio produtiva, a Especializaçio Flexível

+un damen ta da n a incorporaçio do progresso técnico, € S€-llS

primeiros reflexos começam a chegar aos países de

industrializaçio tardia.

Esta tese recupera através da anilise hist6rica, a dinimica desse processo de interaçio entre os sist ema.;:-, econômicos o s admin ist1-ativos, nos países mais.

industrializados e no Brasil. meio da pesquisa de

campo e a escolha de um elemento constante das estratégias de recursos humanos, a Administraçio Participativa, procura-se exemplifical- - no país - a natureza, o conteüdo, a s

formas e os resultados dessa correlaç:io na atualidade.

Finalmente, sio examinadas as tendências

perspectivas dessa nova forma organizacional da força-de-trabalho face ao processo

país, de reestruturaç:io e

de transiç:io recém-iniciado no ajuste das empresas industriais

mais dinâmicas, com vistas ao alcance de níveis de

competitividade mais consentâneos

à

busca de um

(6)

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO .... ... i

INTRODUÇÃO. ... .. ... ... ... ... . ... .. .. 1

1. OS FUNDAMENTOS HISTóRICOS E TEóRICOS DA

ORGANI-ZAÇÃO DO TRABALHO NO MODO DE PRODUÇÃO

CAPITA-LISTA. . ... .... . . 4

1.1. A Organização do Trabalho na História e

na Dinâmica do Capitalismo.. ... .. ... ... 4 1.2. A Introdução da Administração

Sistematiza-da: Técnica ou Estratégia... . .... .. .. 15

1.3. A Definição de Estrat~gia ... 20

2. AS TEORIAS GERAIS FUNDAMENTAIS DE ADMINISTRA-çÃO OU AS ESTRAT~GIAS DE RECURSOS HUMANOS

UTI-LIZADOS NO DECORRER DO CAPITALISMO

MONOPO-LISTA .. ... \.. 24

2.1. Introduç~o ... 24

2.2. Um Estudo Inovador .... 26

2.3. A "Escola" de Administraç~o Científica ou

Ta~lorismo... 28

2.4. A "Escola" de Relações Humanas .. 41

2.5. A "Escola" Contingencial · 45

2.5.1. A Transição para o Novo

Paradig-ma Econômico de Produção nos

Países mais Industrializados... 45 2.5.2. Os Componentes do

Contingencia-lismo e suas Características... 49

2.5.3. A Administração Participativa... 54

2.5.3.1. Conceit ua cão . . . .. 54

(7)

3.

CONSEQüÊNCIAS

E TENDÊNCIAS

DA CONSTITUICÃO

DE UM

NOVO PADRÃO DE PRODUCÃO

A

NÍVEL

DA ORGANIZACÃO

DO TRABALHO

NA

EMPRESA,

NOS PAÍSES

DE

INDUS-TRIALIZACÃO

MAIS AV ANCA DA ... ...

69

4.

A ATUACÃO

DAS "ESCOLAS"

DE ADMINISTRACÃO

NO

BRA-SIL. ... ...

80

5.

A ADMINISTRACÃO

PARTICIPATIVA

PRATICADA

NO

BRA-SIL. ... ...

92

5.1. A Metodologia Adotada ···

92

5.1.1 . Tabulação do Universo

Identifica-do . 94

5.1.2. Composição e CaracteriLação da

Amostra.. . . . 97

5.2. O Processo de Adoção da AP... 101 5.3. O Processo de Implantação da AP... 114 5.4. O Processo de Avaliação da Implantação da

AP Realizada pelos Entrevistados 149

6.

CONSIDERAC5ES

FINAIS

.

.. .... .... ... 157

REFERÊNCIAS

BIBLIOGR~FICAS

.

203

(8)

i

AP.RESENTAC;Ã[)

E ~;tE!: 1"a h<:1.1 h o ~ fruto de doze anos de pesquisa e

doc ên cia na UI\! IC(.111F' bu~:;Cando e)<p1.1 Ca1"

exemplificar para os alu.nos, com fatos históricos e dados da

o a administraçio de

capitalismo e suas

E'mp 1-E·S:,:l.~::.

ínt :i.m<:l.~>

com ec on ômico s ,

sociais, políticos e, portanto, culturais dessas sociedades .

[";pi:?:C i f i c amen t (.:,., v r ven c... \ i.a no In'::;t::i,t:ut~ode'

Economia e o trato com as teorias, sistemas e processos

" .

(':.'Con omi Co s :i. n c e ntiV:"", Fam :i.n f1u e n ci,':l,r a m o ':::1'1 +o qu e di':':'

engajamento predominante d os pFocessos administrativos à

evoluçio do sistema econômico, ~ sua dinimica e aos padr5es

organizaç5o da produçio constituídos historicamente;

em sua plenitude na

literatura especializada conhecida,

Um e s t fmu l o 91"a t: i fic a n t c' foi-me proPoFcionado

pelos alunos das disciplinas Teoria das Organizaç5es

o fe'I"e c :i.da':::,p (.:,:,'1o cU 1" 1":í. c: u 1U fYI do

curso de Ci&ncias Econômicas, que, logo nas primeiras aulas

de cada semestre, PFocuravam-me a fim de manifestar

'"'Ul-presa e conteúdo dos

demonstrar seu interesse pela abordagem utilizada.

O

fato do

conceitos e de e: ut: i 1iz a1"

interpretaçio do processo histórico, o entend:i.mentn

sistema econBmico e a ident:ificaç~o da

inter-existente entre os procesos sócio-econ8micos

políticos e as teorias e t~cnicas de administraçio, - nunca

anteriormente aplicadas a essa área específica -, provocava

(9)

ii

c onh ec ímento que aparentemente se "1.·P :i.9u r' a v a como não

integrado

à

estrutura do curso.

Para a maioria, não s6 dos alunos mas, das pessoas

J • • t r ..,

:"'. a n!TI 1n 1. ~::. . 1-ctç a o de empresas existe no imbito de

c ad a 01" SI<,\ni;!.<,\(;:50., planejada E: po r

proprietários ou prepostos, objetivando o alcance do mais

E'~fic ie n te d e sE~mPeri h o d a uni d a d e par<:1. •• !TIE~1h or ..

interesses das pessoas envolvidas na produção daqueles bens

ou ser v ic0',::· seus consumidores. COg:i.t<:I.dc)'!:;ou

COnhf:2Ctdo s os reais pressupostos e a n o r' I:: (.,:.i:iitri!

esse funcionamento assim como os demais papiis c ump 1-id os

pelas t~cnicas e pstrat~gias adotadas.

[':;;';;;:::1. "n0\/ :i. dadf=':" percebida tornava-se n a

uma motivação para o aprofundamento dos

pesquisas na área da administração de recursos humanos,

cujos temas aguçam minha faceta de socióloga. Em especial,

porque as políticas de RH nas empresas sempre oc:up,;I, 1-:,:\m.,

ideologicamente, um papel secUndário perante as das demais

áreas (financeira, m:::\1"k et i nSI , F' r eleIUI~:...::)0 (·:·~tc . ) } n a

verdade representem uma estrat~gia

de expansão da empresa no mercado.

fundamental no contexto

o projeto de redigir e divulgar essa

forma de entender a realidade de funcionamento das unidades

de produ,io e a concepçio de suas estrat~gias de RH passou

inicialmente pela apo'!:;ti 1as e a r t í s o s

produzidos individualmente ou em conjunto com a professora

Maria Carolina Azevedo Ferreira de Souza que c:om p<."\ 1-til h ou

comigo a montagem desses programas e as aulas para os alunos

da graduação em Ci~ncias EconSmicas no Instituto de Economia

da Unicamp, nos primeiros anos da d~cada dos anos 80.

Só agora estou concretizando esse antigo projeto

(10)

iii

fio conduto'( desse tema ( a Administraçio

Participativa, forma de gestio de empresas tão em voga a

- onde (muito mais

pC)"1em i za d ::~do que apJ.icad:::\.Por meio de seu estudo, da

1-ec o n sI:itu i(j. ;~o do processo histclrico e d ,:\ . t1n e r p1- F: .tac 'J<:1.0 da

d :i.n ~).mic ::;1 E:' funcionamento do sistema econômico

d e mon5t \-,oi.r instrínseca correlaç:io existente entre os

paradigmas econômicos gerados dentro do modo de produc

i10

f:?: padr(5e':;. d,~,:' ad min ie t r a c ão por

,.,

~)ao imp o sto s n a med id a

assegurar a condutibilidade. o controle, o

a l c an ce d o s resultados visados e a legitimidade do processo

produtivo a nível das unidades de produç:io.

As características pa d r' õe'"; n ~\o

universais e variam basicamente em ·I~as.;:.:·do

processo produtivo desenvolvimento das

envolvidas; das características estruturais

';:; óc :i.0'- e c o nf.)fi!ic:;:1r:,:,... p o 1 ]~t iC <":\ ',:; e cti."1tu r'<:\:i.f:, do P ,,\í';:;,dec:o1-r' e ntE~S

+

orri!:::t dc· inserçffio e evoluçffio dentro do capitalismo

:i. n t e1-n a c:i.o n (":\1 desses reflexos d o s

cO!1juntur,':1.i ~:. fun c ionamcn (:C) de mel- c'!l.c! os , de

desenvolvimento de '::;eto rE~'::; indU~, I::1-Ia:i.s , po I ítí ca s

econBmicas e sociais adotadas,

classes sociais etc. Por esse motivo, por vezes

s50 denominados de configuraç:5es.

Participativa ~ UITI{!t. inovação

or9 a ni2:a c i o n,':"1.1 qu e sF: e nquc\d1-<:1. n o p

"I.

d1-;,:fto a dITIi n i ~::.t1-a t i v o ITIa i s

recente surgido no período de transit;ão para o novo modelo

de p1-od uc

ã

o flexível de base microeletr8nica, nas economias

capitalistas mais avançadas, a partir da década dos anos 60.

(11)

iv

a dm in í s t r a t í vo ITI,:\:i.s; r e c en t if!:,

o padI"~~o

pacho õe~:;

'J .

an ai ise que s(=.. PI" t?t e n de r e c o n s t r' u i'i"

ant ~?1"ior e s E', por meio de seu enquadramento ~ dinimica e ~s fases de evoluçio do processo produtivo e das for~as sociais no capitalismo, evidenciar sua inerente forma instrumental.

,

pr' o c e sf:",os; ~:;i!:~1"<':lo apresentado em sete

partes assim organizadas:

in tr od uc ão :i.n:i.c ía discussão do assunto

apontando os pressupostos que o embasam.

o

primeiro capítulo faz um retrospecto das etapas

de evo luc ão do controle do processo de trabalho pelo

do feu.d:::\l:i.s.mo

capitalismo até o surgimento do capitalismo monopolista,

quando é introduzida a administração sistematizada para, a

n ível das unidades produtivas, :I..n ~::.~r ut 111e nt"1..'J'1:i?::::l.'i" () novo

c on t '(0"1.e conf'O)"111:",0;;: ~(o mí5o""de-oh r'<:1.

características, e da legitil1la~io das formas organizacionais

Discute ainda o uso de terminologia variada para

íd ert

t

í fíc ar o s padrões administrativos (artc ,

téc n :i. c a, e s t r' a t é9ia;' .

o

segundo descreve sintet:i.camente e interpreta os fundamentos das principais teorias gerais de administraçio

( o T<:l.!::I 1 o r :i.S',mo .' ,:1. •• E"!:;c: o 1.:::1.•• de Human a s e ()

Contingencialismo), que prop5em, a cada novo padrio dp

Pl"odw;:ão ou etapa de acumu.laçio em curso, nos p<~,íS;E~S

avanc ad os, :i. n s t r umen t o s e str ,:\t ég icos de

contro le do processo produtivo d en t 1"0

(12)

v

Participativ8, para exemplificar a correlaçio existente

entre padrio de produçio e padrio administrativo.

No terceiro capítulo sio apresentadas algumas

conseqU&ncias e tend&ncias das novas formas organizacionais

sobre as relaç5es sociais de trabalho na empresa e na

sociedade, constatadas por pesquisadores em seus estudos

referentes aos países mais avançados.

o

quarto capítulo recupera o panorama

introduç%o e atuaçâo das principais teorias gerais de

administra~âo no Brasil, face ao avan~o da industrializaçio

e mudança do radrio econ6mico internacional de organizaçio

da procuçao,! - que exige ajustes por parte do setor

industrial, no contexto s6cio-econBmico, político

cultural de país terceiro-mundista, pautado por par~metros

atraso e deterioraçio

indicativos de crises, estagnaçio,

geral.

o

quinto descreve a pesquisa de campo realizada em

28 empresas autodenominadas de Administraçio Participativa.

Analisa o contexto, as origens, os objetivos, as fases e

formas adotadas, o conteJdo e instrumentos de arlicaçio, os

problemas e resultados da aplica~io.

Finalmente, as Consideraç5es Finais do trabalho

examinam as formas propostas de Administra~io Participativa,

as conseqU&ncias de sua aplicaçio e suas perspectivas dE

viabilizaçio no contexto da evoluçio da industrializaçio

brasilEira frEnte

de produ~io.

a construçio do novo padrio internacional

~ preciso salientar que a dimensio dessa abordagem

foi-me despertada pelo meu professor, ainda no curso dE

mestrado na Escola de Administraç~o de Empresas de Sio Paulo

(13)

vi

Cl~udio Prestes Motta, a cujos dotes de mestre extremamente

prepar ad o , d e d i c ad o e engajado na realidade nacional.

atribuo meu interesse pelo 'assunto e pelo aprofundamento dessas id~ias por meio das aulas, discuss5es, orientações e

bate-papos mantidos,

Fernando. dedico meu profundo respeIto qU<;I,J.id:i:\dE'Sde verdadeiro mestre

agradecimentos pelo seu interesse e disponibilidade na

') , ,,,'

1- •.,,'a ,1Z :;;1,ç:::;1,o dE' 1,.1,m p ,-o c e~'5s o de o1-iE~n t "•.ç:i~o c0111Pe

t

f~n te e 1ibe ,-aI

que tornou muito agradável

acomp ;;,n h <~,m(,:-:-nte.,

a tarefa de produzir

como se ve, nunca e o trabalho de um 0nico autor, Diga-se de passagem, nenhum trabaJ.ho é. Mas, em especial, a realizaçio de uma tese e seu alcance dependem sobremaneira da contribuiç%o de uma série de pessoas. N~o é por outro motivo que os agradecimentos e dedicat6rias sio peças complementares e inseparáveis do tema desenvolvido, e

t 1 ' e-r sempre presentes na sua PU) ,Icaçao.

c difíciOl.

colaboradores. desde os autores consultados; os colegas que emitiram suas opiniões e contribuíram com suas idéias; os empresários que abriram as portas de suas empresas para

mi nh a s f:~nt revist ad(J~~ que pac ientelTlent€':'

,

as lTIinhas í n d a s ac de s e as minhas

d~vidas; as entidades que me auxiliaram de in0meras formas: financeiramente ou realizando contatos ou prestando servi~os

de varIada natureza (Coordenaç5o de Aperfeiçoamento de

I'J.i.ve 1 SUp€'\-i.or CAPES " do Minist~rio da

Educa,io; Associaç~o Nacional de Administraçio Participativa ,- AI~PAR; Fundo de Apoio ao Ensino e à Pesquisa - FAEP e

Instituto de Economia, da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP; Fundaçio Economia de CalTlpinas - FECAMP; Escola de Administraçio de Empresas de Sio Paulo da Fundaç50 Get~lio

(14)

vii

Vargas - EAESP-FGV); os funcionários que decifraram meus

borr5es, datilografaram e digitaram infindáveis pJginas,

xerocaram in~meras cópias, vasculharam publicaç5es p dados,

imprimiram e encadernaram o trabalho; os familiares, amigos

e colegas de trabalho que enfrentaram minhas i1- 1-i

t

aç: \-)e~;,

impaci~ncias, ainda que temporários e finitos; e

m in ha :i.l-m::'\ qU('~ colabOI-OU

I ••' 'oi

na orgalzaçao e reVlsao

dos primeiros textos elaborados.

Vocis viabilizaram esta tEse E neste sentido minha

gratid50 é imensa.

que mais de perto :::1.o l ons o do

l::r aba1 ho c o n cC) 1- 1- E 1- :::\III seu desenvolvimento

agradecer as horas de intermináveis discussôes

sobre o assunto e o fato de que vocfs: Maria Carolina de

Souza, Sonia Terezinha Tomazini, Sérgio Cosmo Fernand~s e

sempre encontraram um tempo para mim,

Especialmente Carol e ()~:;m<·:l.l" que 1.el" ::".rn todo o trabalho,

críticas e transmitiram suas op r n i 101o e s r::-:'

contribui~5es, ajudando-me a melhor expor m i nlvas í d éí a s e

Obrigada Regina Voloch Santin, Pedro Antonio Biffi

e E'l izab eth Solange dos Santos Oliveira pelo c:;:l.p·i"icho na

digitaç50 e montagem final do trabalho.

que além da contribui~io e apoio

profissional ofereceu-me especialmente nessa

, . t j

E'SP 1r1 .:o ((c:' compreens5o, solidariedade, dedicaç50 e amor,

-que s6 a partilha integral de uma caminhada conjunta pela

turbulenta estrada d e p1-<:( t: i c<:\men t e h- i n t :::\ anos,

permite entender, admirar e p~ocurar corresponder - ofereço

(15)

INTRODUCÃO

Entender a l6gica das inovaç5es organizacionais

introduzidas a partir da década dos anos oitenta, no Brasil,

especificamente a estrat~gia de recursos humanos, r e c ém-:

adotada em determinadas empresas de diferentes setores

a ndu s t r ía í s caract erí zada d e modo como

Mas. esse objetivo nio se esgota em si prdpr:i.o.

importante na medida em que possibilita

explicar. e mais que isso, exemplificar, a forma pela qual

os processos administrativos surgem. evoluem e passam a

constituir padr5es em funçio do papel inst:r·umentB.J.

assumem. Ou seja, os padr5es administrativos sio criados e

utilizados pelos modelos econBmicos de produçio construídos

pelo capitalismo, no sentido de assegurar o alcance de seus

objetivos a nível das unldades produtivas. de acordo com as

c:ir c:un ~:;l:ân c :i.a·::; de d e se nv o1. '" ilTIento

funcionamento desses p ,;\1-::!l.d i 9 In ,'" ~::. n o -s diferentes países

capi t ali s t (:I.~:; .

aprofundamento desse conhec:ilTlento

adquire significado desde que: 1) alicer~ado solidamente na

evoluçio do processo histórico brasileiro, ev í.de ntemen t e .'

definido em funç50 de um contexto sócio-econ8lT1ico e político

ma ís amp 1C) ,

a

nível

í nte r n ac í on al ; c on s í d e r ado a

parti·r : 2.A) dos determinantes

t

eór í.cos da produção

capitalista, isto

i,

da dinimica específica da evoluçio das

t t '

es ru uras do paIs (caracteristicamente enquadradas entre os

chamados países terceiro lTIundistas ou de industrialização

tardia); e 2.B) das manifestaç5es de car~ter conjuntural que

afetam o conte~do. o grau, a especificidade e a dinimica do

Pl-acesso.

(16)

Constrói-se todo esse cenário com a inten,io de

evidenciar que as mudan,as organizacionais extrapolam os

limites, os estilos e as decis5es internos ~ gestio

empresarial _ Principalmente as que se referem e afetam a

força-de-trabalho, da que

diretamente os impactos dessas mudanças pois participa do

processo de produ~io, mas em geral

influir sobre ele_

nio tem condi,5es de

torna-se um imperativo do presente

trabalho embasar-se numa perspectiva de altera~5es de

padr5es econBmicos de competitividade e busca de engajamento

dos palses menos desenvolvidos nos mercados internacionais;

de transformaç5es tecnológicas emergentes marcadas pelo

processo de automaçio microeletrBnica; de mudan~as sociais

profundas caracterizadas pelo crescimento alarmante da

pobreza e da misJria; de um cenário s6cio-econ8mico e

político marcado po r- c1-1se (:",,

descompromlSsos das classes dirigentes com a populaçio; de

transforma~5es políticas definidas por um processo lento e

conturbado de evoluçio, é de se esperar, para um regime mais

democrático, mais igualit~rio e mais justo_

de um quadro referencial que

permitirá a reflexio sobre as perspectivas e tendincias das

novas Po rma s d e ol-ganização do t rab a lh c E.' seus conteüdo-;:;

assim como suas repercuss5es sobre a força-de-trabalho e sua

participação no processo s6cio-econ6mico e político do país

passa pela tentativa de apontar os modelos organizacionais

adotados, suas características e peculiaridades em relaçio

aos padr5es utilizados pelos países desenvolvidos e os

pap~is que cumprem:

no processo de industrialização brasileira em

termos do aumento da produtividade, da melhoria da

(17)

3

custos de produ~ipi e do conseqUente aumento da competitividadei

no controle, capacita,io e redu,~o da rotatividade

da m~\o-de+oh r <:\ i

na legitima,~o de estilos,

de 9f7,··:;;tio;

na mediaçio de conflitos sociais;

estrat~gias e modelos

no processo de concentraçio da riqueza; na mobilizaçio de classes sociais; e

no ,"iltendimento r eiv ind ic aç

l-)

ef::. da classe trabalhadora quanto a melhoria das condiç5es de trabalho, a melhoria do padrio de assalariamento e

beneT1Cl.Oc.;, enfim,1'" de

cidadania almejada em lodos os seus dIreltos.

A

identiticaç~o da 16gica gerencial que embasa,

determina padr5es p orienta a elaboraçio de inovaç5es

organizacionais com seus conte~dos e funç5es específicas, especialmente a nível d~ gest~o do trabalho nas unidades

domínio pctblico

. t'" .

121<:], ~~ - E~nc1.:;:1. ou de in ~:,t1-ume ntos de:' t1"ans +or ma

c

~~C! da':::.

trabalhistas em r e a r s. ne90C1."\Ç:OE'::;. N cet c:unno m"',J.SL

~ , J. '

o emocr a c 1.'::0"com dE p1<:1.1"1f!:j <:\m~:::nt o conjunto

entre as classes sociais envolvidas no processo de produ,~o, ou en t~\O, a possibilidade de sua constru~~o a partir de seu

embasamento em reivindicaç5es das classes trabalhadoras. Possibilitará ainda, evidenciar aos poderes constituídos a

importincia e a necessidade da elaboraçio de políticas voltadas para a torç:a-de-trabalho de setores eSPEcíficos da

indct5tI"ia , Corno sub~,idi <:H' c\ con -:;,truc ão instrumentos de intervençio.

(18)

4

1.

OS FUNDAMENTOS

HISTóRICOS

E TEóRICOS

DA ORGANIZAC~O

DO

TRABALHO

NO MODO DE PRODUC~O CAPITALISTA

1.1.

A Organi,a,ão do Trabalho na História e na Dinâmica do Capitalismo

A organiza~io do trabalho dE SE~l"E"!:; humanos f~, atividade já apontada na História da AntigUidade.

Po r ém , as at ividadef:; humanas

isto é, utilizar como base para realizar

e avaliar essas atividades, um método ou corpo teórico

formado por preceitos, regras, princípios. normas e

empregá-10 com um fim precípuo pré-estabelecido e generalizado para lodo o sistema social, no caso o lucro. somente ocorre, em

sua forma acabada, a partir do capitalismo industrial.

E,

justamente, na sua etapa monopolista, quando a introdu~io e

d e s e n vol vime n t o ds•. ma qu i n a r i,',\, oCo '" r i cI:;:'. na etap a

coneorrencial, ~romove uma reorganizaç50 técnica na forma de

produçio, construindo um novo processo de trabalho que

efetiva o controle real do capital sobre o trabalho. Ao

lTIesmote mt> () , passa a exigir uma reformulaçio da forma de

p1an e.i amento , c on t:1-()"I. E: E-~ 1.i'~'9:i. t í ma c ão do

trabalho, mais adequado ~s características do novo processo,

condiç5es de organizaçio dos mercados e de

intercapi ta i s • estágio dos conflitos

soe tais .

forma administrativa de s e n vo lve+ s e lentamente,

à

medida em que o sistema de f~brica evolui, e vai assumindo uma conformaçio que emerge no fim do siculo XIX, a pa,-til- da eXP021-im.:::,nl:açãode técnicas í so lad as ou parciais inspiradas inclusive em modalidades utilizadas pelo capital comercial e por organizaç5es religiosas e militares.

(19)

,

E de Bl"aVE:~rm(!l.n, ~:~ 5("·9 uint:fê: afiI"macão : "O P01-ém, lidando com o trabalho a s s aI a r í ad o , que

custo para toda hOl"a n ão pr od u t Lva , numa

c ae ít al is

t

a ,

r ep r e s enta um

seqUincia de tecnologia rapidamente revolucionadora, para a qual seus pr6pI"ios esforços necessariamente contribuíram, e €~~>pica••.ad o pel a

acumular capital,

necessidade de exibir um excedente e

ensejou uma arte inteiramente nova de

administrar, que mesmo em suas primitivas manifestac;:5es era muito mais completa, auto-consciente, esmerada e calculista

d (;) qU€~ qU<''t1.'IUE-T CC)is;<.-\ a nte1- i0\-" .e

Para entender a produção capitalista,

processo de produção ou processo de traba1.ho (que transforma mat~rias-primas e insumos em produtos com valor de uso), e o

processo dp obtenção de mais-valia pelo caPItalIsta (ou

que produz valor excedente). Somente em condiç5es capitalistas de produção, o processo de

t r ab a Iho é fundamentalmente uma forma de produção de valor

excedente e or me í o do

mercadorias. Essa característica viabiliza-se na medida em que a produção ocorre no contexto das forças e re"1aç5es

.. I I U

SOClalS te procuçao por exigfncias dos movimentos de capital

de e produtividade (resultados dos dois

produç:ão, sua vez,

s cc ía ís de

mov imen tos J respectivamente) .

propriedade ou nio-propriedade entre os agentes de prodll~ão

e os meios de produ~ão resultando na subordinaç:ão do

tr aba1 hCJ <3.o C :::lpj.t<:s.1I e xPr e s s ~~() taITIb,i'"ITI do c(Jnt:r ()}.:.::lOOE~a1 que C) capital pode assim exercer sobre o processo de produção.

p BRAVERKAH, H. Trabalho e Capital Monopolista - A Degrada~ão do Trabalho no Século

xx.

Rio de

Janeiro: Zahar, 1980 (2! ed.>, p.66.

(20)

6

~ neste sentido que o processo de trabalho pode

s er en c a rad o como o "c o rac ão " da econ om ia" pois; ':,1.1.<:'.

natureza expressa í ner ent e s relações de

produ~io capitalista, dando origem assim aos imp u Is o s

fundamentais para a mudança social. ~ ao mesmo tempo forma

de produ,io, de reprDdu~io de capital e de domina,io social,

que seu objetivo 01timo

i

a busca de maximizaçio da

produ~io do valor excedente. Inclui nio s6 as condi~5es

mate'( iais ou tcec n o ogl" 1 C ,:..s de:' fabricaçio de mercadorias

(submetidas ~s necessidades de valoriza,io), mas também a

forma social de organizaçio do trabalho

em

que a produçio se

r e a I i.z a ,

o

desenvolvimento do pr'()C:E~S~,O de t rab a 1ho,

portanto, e determinado pela fase de desenvolvimento das

forças produtivas, apresentando-se historicamente como

resposta aos movimentos do capital frente a concorrincia

intercapitalista, e ao estágio e nível dos conflitos sociais

manifestos pelas contradiç5es do sistema,

Assim. a manufatura sucede a c:ooperaçio simples e

,;::'sue edl,d:::'l (ou. '::,1'3tema de

ribrica). cuja fase atual evolui para um grau elevado de

" ,~

r:-aucomaçao, ~sses de t raba 1ho s ao ,,., n a I . t ó •

'll~:, 0'(:1.<:\ do

capitalismo, marcos que definem etapas características de

evolu~io e controle do processo de produçio pelo capital.s

Expressão utili2ada por PAllOIX, C. e. seu artigo: O Processo de Trabalho: do Fordislo ao Neotordismo. lo: TROHTI, H. e outros (Col.) Processo de Trabalho e Estratégias de Classe. Rio de Janeiro: Zahar, 1982, pp. 69-97; enfoque este talbé. utiliLado por outros autores, entre eles: SOHH-RETHEl, A. A EconOlia Dual de Transição. In: TRONTI, H. e outros (Col.) (1982), op.cit.; ERBER, F. e outros. O Estudo do Processo de Trabalho: Notas para Discussão. Rio de Janeiro: literatura EconÔlica, vol. 3(2). 1981, pp. 95-184; PEREIRA. V.H.C. O Coração da Fábrica. Rio de Janeiro: Ca.pus, 1979.

Processo descrito .inuciosa.ente por Carlos Alonso de Oliveira el sua Tese de Doutora.ento: O Processo de ,Industrialização - Do CapitaliSlO Originário ao Atrasado. 'Campinas: UNICAHP-IE. 1985.

(21)

7

o

artesanato caracteriza o processo de produçlo no

feudalismo, a cooperaçio simples ou putting aut caracteriza

pri-capitalista na Inglaterra, evoluindo no

período de transição para o capitalismo, para a manufatura

(tambim chamada de cooperação avançada). f o sistema de

f~brica ou indJstria mecanizada que marca concretamente a

retirada do controle do processo de produçio das mios dos

sua transferincia capitalistas,

integrando-o plenamente na forma capitalista de organização

do sistema produtivo exigido pelos movimentos do capital.

Esse processo de dominação do capital

de: p·(oduc;.io s, i s t: e ITIa d e

("o,l-I::esanato,putt.ii1g out e manu Pa t ur a ) , pe lo

fábrica e pelas sucessivas alteraç5es que foram

se processando na evolução dos processos de produçio, que a

cada etapa correspondiam a um avanço caracterizado no

s en I:id o d ::':\ "unp 1 :i. a(~ão do

trabalho, da desqualificação da lTIão-de-obra, da redução de

seu custo de reprodução, enfilTlda desapropriação do saber e

do c ou t r ole

tr ab ::;\1h0:::0 .

dos operários em relaç~o ao processo de

o artes~o detém todo o processo de

produ~5o E a cooPEra~5o caracteriza-sE pela realizaç~o

conjunta de trabalhos impossíveis de serem realizados por

uma só pessoa,

No putting Qut, a quantidade produzida passa a ser

determinada pelo c ome r c í an t e qu e financia a produção

(distribui matéria-prima aos produtores diretos). e realiza

a comercialização do produto fora do imbito das gl.lildas

(associaç5es dos artesãos). E a cooperaçio baseia-se no

atendimento da coordenaçio (determinaçio de quantidades a

p\-odll~~ida~> de a s er-em

(22)

8

Na manufatura j~ se verlflca a separa,io do

produtor direto dos seus meios de produçio e o processo de

produção, desenvolvido pelos

totalidade,

?

decomposto em várias fases e reordenado de

modo a que cada trabalhador realize uma etapa do trabalho.

Porém, habilidadE': manual do

trab al h ador ain d a é o fatal" básico do Pl"OCf:~S'~:;Ode Pl"odu,io.

~ ele quem determina o ritmo de produ~ão e comanda o

processo de trabalho, visto que detém os conhecimentos do

que nio há ainda uma

subordina~io completa do trabalhador ao capital. No que diz

,~ d t ! 1!

execu~ao (O :raJa '0, ele produz usando os meios

mas este nio tem como impor-lhe

um ritmo ou mesmo determinar como as tarefas devem ser

feitas-Ó, Va 1 e dize1" , nio tem condiç5es de coordenar e

c: o nt 1"o1<:1.I" o processo de produ~io, que é empírico e,

port an t o , t o t <01'1 meo t e sujeito a variaç5es oriundas das

habiI id:;'Hle~;i.ndiv Ld ua i.s, .t E~mpos e movimen tC)~)

dispendidos para a realiza~ão das tarefas.

de um lado, introduz uma forma

de coopera~io no trabalho, o que possibilita

redu~io do tempo de trabalho necessário para a produ~io de

um determinado produto. Portanto, j~ ocorre um aumento,

limitado, da produtividade do trabalho, e um aumento do

t r ab a l h o e xc ed en t e .

lado, propicia a divisão técnica do

trabalho - parceli2a,io das tarefas - e a especializa~io das

tarefas, o que viri a representar a desqualificaçio técnica

do t r ab a l h o , e poI"ta nto, da Porc a-de-"

trabalho. Essa etapa representa um avan~o no sentido da

embora

(23)

9

produtor direto. A subordinaçio ao capital é portanto apenas formal, visto que a rapidez, força, habilidade manual do

trabalhador é que vio determinar o ritmo e o volume de

produ~io. Ou seja, o trabalhador com sua for~a-de-trabalho, é o sujeito ativo no processo de produçio: SE· LI. t r ab a 1ho

técnico\. e habilidade manual. OCO-,

instrumentos de trabalho nio mais lhe pertençam, e le o s

opera, ele os comanda. A ma nIIf a

t

l.1I-a , entio, ainda impõe limites para a expansio do capital.

I~ ma n u Fat u r a e xi

s

e UITI

t

rab a l h ado r E~spec:i<!\lizado.

formaçio e especializaçio, e,

portanto, !oi ulTla limitaçio do nJmero disponível

trabalhadores. Isso lhes

di

certo poder de barganha diante

cio pr·oPl-:i.etil-iodos; meios de pr oducâo .. impondo um "·rn:~io" ao

processo de reduçio do valor da for~a-de-trabalho, d os

sal~rios. Na manufatura, pois, nio se consegue uma regulaçio o r 9<:In iz a d ::~. dos

1,· S

sa.arlOS .. oma-se a essa limitaçio o fato de que é o trabalhador que mim P

éí

E~ c} l- i t111o dE." tr :;:1b a 1 h o. I s·:;;ü difi~ulta o aumento da produtividade do trabalho. Apesar da presença de tais fatores limitantes consegue-se, entretanto,

via prolongamento d~

jornada de trabalho.

A

extra~5o da mais-valia relativa, por·ém, emb o r<ô\ pelo .j.. ]. ~J;;.,.1 l-. o aumento dE:"

produtividade alcançado, i extremamente limitada pelas

das capital/trabalho entio

vigentes, ainda reguladas pelo próprio trabalhador, n a

medida em qUE:"o ritmo do trabalho é por este determinado.

ex t r:;":l.":~\O da mai~:·-v(:"\1ia po t en c í.aLiza a

valori2a~io do capital nia e passível ainda, na sua plenitude.

de ser atingida,

Essas limitaç5es em relaçio ~ sua estreita base t~cnica que nio propicia o total controle da força-de-trabalho, que nio destrói as outras formas de produçio, pois

(24)

18

máx imo a pr o d ut í v í d ade, enfim, a sua

inadequada organiza~io estabelece limites ~ acumula~io de

fica na dependincia do apoio do Estado:

legisla~io para controle do mercado de trabalho, políticas mercantilistas e viol&ncia extra-econ8mica (monopólios, privil~gios, limitaçio da concorrincia etc,),

Apesar de suas limitações a manufatura

6

uma fase

dE-~ a van ••:C) , de desenvolvimento do capitalismo pois suas

contribuiç5es em relaçio

à

reorganizaçio do processo de

trabalho, ~ desqualifica~io e reduçio do valor da

força-de-t

rabaí h o e (-:-~.:.pecla, '1'

a

z a

c

'Jao ape r

'rE~

i

c

oamen

t

o do~::,

:i,n st:r ume n t o~> d e trabalho forn e cer ,':\ITIas bases para a

Revolu~io Industrial

c ap ital .

e a submissio real do t1-aba1 ho a o

Nas palavras de Marx·, pela anilise e decomposiçio

do ofício manual, ~",~:;pec , '1' 1,1

1a , ].z

ac

ao do s instr umen t o~:,, a

formaçiü de oper~rios parcelares e o seu agrupamento nUITI

mecanismo de conjunto, a divisio manufatureira cria a

diferencia~io qualitativa e a proporcionalidade quantitativa

dos prCJce'5S(j~:, ',;OC1a1S dE' produção, pa r t Lc u lar

argani~açio do trabalho aumenta as suas forças produtivas,

A

divisão do trabalho, na sua forma capitalista - e nas bases hist6ricas dadas, nio poderia assumir nenhuma outra forma -nio i mais do que um método particular de produzir

mais-valia relativa onde, ~ custa do trabalhador, aumenta o

rendimento do capital, aquilo a que se chama riqueza social. ~ custa do trabalhador individual, de s en vo Ive a

c o 1e t :i,v<OI, do

t

r ah a 1 h o P a r a o c<:I,Pi ta 1is t :~~,Cr ia c í 1- C uns t

â

n c ia':::,

novas que asseguram a dominaçic do capital

trab a1ho, POl- tantoI como um P 1-os1-es so

hist6rico, uma fase necess~ria na forma~io econ8mica da

KARX, K. EI Capital. KéKico: Fondo de Cultura Econó.ica, vol. I, cap.XI1, 1946 (G! ed,', p. 297, citado por HOTTA, F.C.P, Organiza~ão Nascente, Pré-capitalislo e Kanufatura. Revista de Adlinistra,ão de ElPresas. Rio de Janeiro: vol. 26(4), out./dez, 1986, p. 27.

(25)

11

s oc í ed ade e como um meio civilizado e requintado de

E~XP1or <":\Ção ,

56 ~ superada e, conseqüentemente, s6 ( completado o processo de constituição do capitalismo quando

submete-se definitivamente o trabalho ao capital, com o

surgimento da produção mecanizada, organizada como grande indl,Á~~tr i a, E o ponto de partida desse processo é a

transformação da máquina-ferramenta, ao

retirar-se a primeira das mãos do trabalhador e tornJ-la um elemento de um mecanismo,

A Revolu~io Industrial torna possível adaptar ~ máquina a ferramenta antes empunhada pelo homem,

A

máquina

executar trabalhos anteriormente executados de

A

habilidade manual deixa de ser necessária; o trabalhador hJbil, e sp e cia 1í aad o , criativo,

de í mo ortânc í a . P-: at í v id ad e de)

a de uma engrenagem que completa o

trabalho da máquina, portanto. sob seu comando. ou então a

de um vigia que acompanha e auxilia o trabalho morto, O que '6(':; Pi"ec J.':;;.a• ,::,iot1",',,!:J a1.hadOi"ei:, que si9 am o S€,'U

'I" it mo,

o

surgimento da ind~5tria mecanizada possibilita assim a definitiva desqualificação do trabalho, passando o operJrio, de sujeito ativo no processo, a sujeito passivo, Por isso ele ~ obrigado a ajustar-se ao ritmo da m~quina:

"Na manu+a tur a e no artes an ato , o trab a lh ad o r SE~ serve de

fábrica, ele serve a máquina, LJ ~ dele que parte o movimento do meio de trabalho; aqui ,,::-1 E' P \"e c:is a

acompanhar o movimento, os trabalhadores

(26)

12

mecanismo mo r to, in d ep en d en t e del e s , ao qual são

inc or PC>l-ad o s como um ap êndi ce v1.'10 .•• .,

(J f<ü o de a pr o d u

t

ivid a de n ~~o ser ma La c o nt ro 1 ada

pelo homem, mas sim pela m~quina, vai levar a uma reclu,ão no

tempo de trabalho, e, por conseguinte, do valor da

força-de-trabalho. Consegue-se, reduzir os custos dos

pl-odutos , o que permite - do ponto de vista de cada empresa

individualmente - reduzir o valor de seu produto para melhor

competir com os rivais no mercado, visando a obtençio de um

lucro extraordin~riD (que, evidentemente, poder~ desaparecer

à

medida que o processo se generalize, a não ser que cada

uso de outros mecanismos de c o nc:o r r e n c~ 1:;:\ .-.. o

que de falo ocorrerá).

A

divisão do trabalho. que anteriormente se dava

em funçio das características do homem, passa a ter como

base as características das máquinas, tornando o trabalho

especializado sup~rfluo. dep(·::ndênci(:I. do

trabalho ao c ap i t aI progressiva desqualificação do

trabalho. Na medida em que nã~ há mais necessidade de

podem

participantes ao mercado de trabalho, inclusive, mulheres e

crian~as. ~ a máquina a responsável pela qualidade do

entio, a antiga limita~io do n~mero de

.trabalhadores especializados, o que vem a concorrer para a

possível reduçio de sal~rios e dependincia do trabalhador:

"Com a ferramenta de trabalho, transfere-se tamb~m a

virtuosidade, em seu manejo, do trabalhador para a máquina.

A etl.c<:\c:ia da ferramenta { emancipada das limita~5es

pessoai~:; da for~a-de-trabalho humano. Com isso, supera-se o

fundamento técnico sobre o qual repousa a divisão de

trabalho na manufatura. No lugar da hierarquia de oper~rios

especiali2ados que caracteriza a manufatura, SU1-ge, POl"

(27)

13

isso, na f~brica autom~tica, ~;\ igu(:i.laç~itoou.

nivela~iG dos trabalhos, que os auxiliares da maquinaria precisam executar, No lugar das diferen~as artificialmente

crladas entre os trabalhadores parciais surgem de modo

Pl-E?:pondel-:::\ntE'as d i Pe r en c a s na t ur a ís d e id a d e e 5E'><O",9

(!lpr o f' u nd,'i', ,- ':;fi: E' completa-se a separa~io entre

t r ab a l h o mental. e manual uma vea que o volume de produçio e

o tempo de tl-abalho socialmente necess~rio para a fabrica~io das mercadorias convertem-se em uma funç50 e determinaçio

téc ni.,:::';\'::"

Com a generalizaçio da miquina torna-se possível. a

(:;:)(tl-a\:.~{onãr:.'! ';;ó da ma ía+va Lí a abs o l uta como tamb ém d a mais ....

, ,

s e u s ma x1mCI'.:; limites, Isto

é,

ao

prolongamenlo da jornada de trabalho (caso não haja leis que <:\ r e s ulem r , pode-se associar aumento de produtividade e redução de sal1ri05, redundando em aumento de trabalho nio pagcI, te n d o como Ií mí te , como j~ foi assinalado,

necessidades b1sicas do trabalhador,

Um

mínimo que possa

I ,A,

So )1-eV },v e n c 1<,I 1-eP1-o d u ç: ~\ o n ", medida dos inleresses do capital,

A

Revoluçâo Industrial, portanto,

capltal plov0 o sistema de produ~~o capitalista das m~quinas

apropriadas ~s suas relaç5es sociais de produçio e ~s suas

n e c e s e í.d ad e s de acumulaç:ão,

habilidade t~cnica dCI homem e,

em

con seqiíênc ia,

transferfncia total do controle do processo produtivo das

mãos dos; Of-'E-T<:í.I"iospara as dos capitalistas, "O 'S'>e9r~'clodo

sucesso da fábrica, o motivo da sua adoç:ão, ci que ela tirava dos oP€r~rios e transferia aos capitalistas o controle do

(28)

14

processo de produção. Disciplina e fiscalização podiam

r edu a ír ()S custos, na falta de uma tecnologia suc e r Lo r .

"'I'

Enquanto na manufatura o trabalhador perde o

controle sobre o produto de seu trabalho, na ind~stria ele perde o controle sobre o processo de trabalho em função da

cap ít a l no direcionamento e incorporaçio da r e vo luc ão técnico-científica ao processo de prod u cã o . "Não foi ~ fibrica a vapor que nos deu o capitalismo;

capitaLí s mo que produ a iu <~. fábl-ica;~ vapor".t.

foi o

Cl t:apita'1 passa pois nesse estágio até mesmo a

dispensar a aç~o do Estado para regular sal~rios, mercado de tr ab a lh o E ass ím pl-opicic).r a maior valorizaç~o do capital pois adquire c:ondiç5es de redução do valor da força-de-trabalho pela sua desqualificação e aumento da produtividade

do trabalho na f~brica assim como pela manutenção de um

exército de reserva pelo incremento do capital fixo em

relação

à

absorção de mão-de-obra.

forma a dominação dupla que o

capital necessita manter sobre o trabalho para atingir seus objetivos de valorização e acumula~ão: a propriedade dos

meio~> dE:: P ""oduc ~i\o e o c:o ntr o'1e r eaIs obre o pr oc:fi.'S S C) dE':

Pl-oduç:~io.

A introduç:io da maquinal- ia não é

defIní t ivo no processo de dominação E': contl-O1e do de t1-ab<.<.1ho Pf.~lo c ap i t al Ls to P(')\" que se t rata de

o passo

pr cc e s s o

1-121at;ões

sociais e de movimentos do capital que possuem uma dinimica

própria e estão em contínua transformaç:ão, PE': 1-CeP

t

i v e1 na

economia, na política, nos mercados, nas ideologias, nos conflitos sociais, no progresso técnico etc. Assim, uma vez

KARGLIN. S.A. Orige. e funções do Parcela.eoto das Tarefas, -Para que Serve. os Padrões7- In: Gorz. A. (Org.). Critica da Divisão do Trabalho. São Paulo: Kartios Fontes. 1980, p. 58 .

KARGlIN, S.A. (198&). op.cit" p. 17.

(29)

15

que se modificam as condiç:5es em que ocorre o processo de

t r aba1ho }

in :::\1tei"

á

v ei5

-e s s ên cia e obfe t ívo s sejam

as formas de dominaçio e controle exercidas pelo capital passam a assumir formas diferenciadas} tanto ao Ii:t 'lo?1 111<:1.cI"o e c on ôm i c()'Õ', como no

microecon8mico de organizaçio do trabalho dentro de cada un idade pl"odl.ll~iva .

No níve1 macroeconômico) 05 movimentos do capita1

dá :::'t i='l"o cIU,j:r-ra o } ,::\0 aprofundamento da divisio do trabalho}

à

i'h~Oi'P01-aç:~10de) progl"eS'50 técnico, .- que m;:U"C,':\)""UTI a~:. etc\pa~:;. manufatureira e da maquinaria do processo de produ~io

passaram a exigir ao nível das unidades produtivas o

exerC1Clo de um controle mais rígido que assegurasse a

supera~io do controle manufatureiro numa etapa avan,ada da

ind~stria mecanizada.

1,2. A Introduçdo da Administra~ão Sistemalizadd: Té~nica ou

E~t r att:?9 iei

o

a transrorma~io da administraç:io do processo de

trabalho que vem complementar a funç:io de controle exercido

sobre o processo de produ~io no sentido do

alcance de seus objetivos.

Isto ocorre no final do século

XIX

quando o

desenvolvimento tecnológico e sua aplicaçio crescente no

processo produtivo levam ~ aceleraçio da tendência ~

bases para o surgimento de sua etapa monopolista, Por outro lado, conflitos sociais eclodem nos países que passavam pela

Revoluçio Industrial como r esu1tado dos

peIo tem or de

serem substituídos pelas m~quinas que mais e mais eram

(30)

16

condi~5es imp5e-se ao capital, ac nível interno das empresas, formular políticas,

confronto

instrumentalizem as novas configuraç5es de mercado, no

objetivos dp produtividade e lucratividade, pela acentuaçio ou renovaçio do exercício do controle sobre o processo de trabalho e a força-de-trabalho.

Essa nova estrat~gia do capital procurando superar a·:;Lí mitac de s da adm í ní stracão manufat:ul"eil-'·:l.do processo de trabalho surgiu com a aparincia de implantação de técnicas

racionalizadoras mas na realidade contribuíram

fundamentalmente para a extração da mais-valia, sem alterar

~ . d 1 u .. j j ,.,

a essenCla as re.açoes socIaIs (e pro(uçao.

E.ssa a rte (~>egundo técnica ()U

estratégia inteiramente nova de administrar concentra-se prioritariamente na adapta~iü e controle da mio-dE-obra no processo de tl-abalho assim como na legitimação dessas formas

frente as necessidades e aos movimentos de acumulação do 1.~apit::,,"l, o estJgio e a conformação assumida pelos conflitos sociais.

~ verdade que os movimentos de concentraçio e

centralização do capital incumbem-se desse controle pela

alteração das bases técnicas do cap it a I, isto

é,

c:ondiç:5es ma t er iai s <tecnológicas;' P1-od uc ão . E historicamente o sent ido da

r

nco rccr a

c

ão de Lnova cde s

tecnológicas tem sido o de eliminar trabalho vivo e de

tornar o processo de trabalho cada vez mais controlado pela própria máqLlina, como pode-se observar pela evolu~ão do processo de trabalho da coopera~ão simples para a manufatura e posteriormente para a grande ind~stria.

(31)

17

Porém, nível das unidades produtivas,

administraçio da força-de-trabalho torna-se um imperativo

c ap ita Lí st a a p a r t i r da í ntr o du

c

ão da p r o du cã o mecan í z ad a ,

na forma de grande ind~stria, no sentido nio apenas de

organizJ-la 8 controlá-la, mas de, principalmente, promover

uma inédita conforma.;ão da ~ão-de-obra ao novo processo de

t r ab a l h o , qu e '::;8 In s tal a como t~xigência do capital, 0:

legitim~-la a cada fase de expansão do capitalismo.

Em

med í d as de

administrativa das unidades produtivas, objetivando a

um padrão limitado utilizado tradicionalmente

na Organi2a~ão do trabalho nas empresas desde o surgimento

da ind~stria e apoiado em modelos da manufatura -, ocorrem

c ap i

t

a'1 iS01() . c en t r a l í.z ac ão

os mov í men t o s de

;ju s;t ame ntIO,' Com

pela c on co r r ên c ia

in

t

er Cap it:;.;..1 is t <:t que d ~~o01- igem <1 E'~:;S<·;i.nova fa ~:;e d8 E'HPansão

do sistema econ8mico ou um novo padrão de crescimento mais

intensivo face ao esgotamento do padrão maiS eHtensivo

ocorrido durante todo o século

XIX.

Foi também em fun~ão do

nível de acumu '1a~ao gera(o'-' j que

v i ab il I z am Zl.~; inovaç:5es administrativas implantadas uma vez

qu e hoU V E: "::',1..\Fio rt:e f in a n c ei1-o pa r'!I. .."t r Ca1- com as despesas

de c o1-r e n t e~; ,

SU1-gem assim as "e s c o I as" ou teo rí as ger ais de

administra~ão, sucedendo-se "no transcorrer deste s~culo,

com o sentido de instrumentalizar o capital, fornecendo-lhe

técnicas administrativas que possibilitem melhor controle E

rendimento dos processos de produ~lo e da forç:a-de-trabalho

(32)

18

emprego e para as negocia~6es trabalhistas, contribuindo na busca cio >?:~quilíbriodas +o rc as sociais envolvidas".u

Por outro lado. deve-se esclarecer que as chamadas l~cnicas administrativas promovidas por essas teorias, em

função do desempenhado un í da de s

produtivas da economia capitalista, exprimem uma forma de atua~ão de ordem política-ideológica uma vez que referem-se, em seu imbito, ao sentido de promover, assegurar, redefinir

e legitimar as características do sistema social onde se

instrumento passivo desse slstema, visto que elas gozam de um grau de autonomia sobre as condiç5es concretas em que se dão as relaç5es, que lhes permite um campo amplo de atua,~o

segundo um leque bastante diversificado de estilos de

intr:::r v e n

c

ã

o ". I=:: <:'.ind .;:1. , essas prar't .rcas nãc)

aos procedimentos t'e c n:lCO~;. de manutenção e c ontr o1e condi~5es em que se processa o trabalho em cada organiza~ão. Elas são práticas baseadas em diretri2es que exprimem uma política organizacional, e qualquer política, mesmo aquela

cu i ()c:ontel.:ldo predominantemente de e IF.:mentos objetivos ou t~cnicos, encerra tamb~m elementos do desejo, do lastro cultural e da postura ideológica dos homens que a

e l ab o r am fi: "Não e><istem políticas de

administração de Recursos Humanos isentas da percepç~o de -e da op~ão por - sistemas definidos de rela~5es sociais.

reproduzem e redefinem, para o contexto

específico das organizaç5es, as condiç5es e características

ciosistern<7\ social em qUE: se insel-em".

fP

TEIXEIRA, D.L.P. e SOUZA, H.C.A.F. de. Organiaa~ão do Processo de Trabalho na Evolu~ão do Capitalismo. Revista de Adlinistra~ão de Elpresas. Rio de Janeiro: yol. 25(4), DUt./dez. 1985,

p. 70.

fISCHER, R.H. ·Pondo os Pingos nos Is" Sobre as Rela~ões do Trabalho e Políticas de Adlinistração de Recursos HulilloS. In: FLEURY, H.T.l. e FISCHER, R.H. (Coord.

>.

Processo e Rela~ões do Trabalho no Brasil. São Paulo: ATLAS, 1985, pp. 33-34.

(33)

19

Fica claro dessa maneira que as estrat~gias de

recursos humanos ou políticas de recursos humanos ou

tJcnicas administrativas relativas a recursos humanos sio

determinadas em primeira instincia pelas características das

relações de trabalho vigentes na sociedade abrangente,

advindas n50 56 da dinimica de funcionamento do sistema

econômico =, que 1hfE.'S fornecem uma marca Ln d e l éve l , ma s

também das peculiaridades emergentes do modo de conslituiçio

e evo lu c ão da est·ful~u\-,,(social. Se.cunda·.-iamente, r c ceb em <:,

:i.n·1~"1u ên c í.a , a nível do (reflexo concreto do

movimento de capitais e onde o processo de acumulaç~o se

da qu.al ~EI.

fn:~nte ,,\OS;

0<'-.:> quais

<:'.l-concorrentes e parceiros de produ,io com

c on t rac e n a c on sum idOI" e s , t raba 1 hadol"es,

institui~5es governamentais, de cr~dito e investimento,

etc..).

n a s

'2·:;;t 1-<:l t é:9 ía ·,õ· d:::-t .,:; or9an i zac;-5e~~,1"esu 1t am p1-imordi <:, 1meri te d os

processos de concentra~io e centralizaç50 de capitais, isto

~, do processo de acumulaç50 de capltal que se traduz nas

unidades produtivas e setores industriais em geral, em

diferentes dinimicas de crescimento assim como em estruturas

de mercado com diferentes padr5es competitivos. E neste

caso, buscam corrigir problemas de mercado no processo de

a 1o c aç:

ã

o d e r e c u r s os; .

Essa ~ uma abordagem que implica na concep~ão da

emo resa como um "locu·;:, d e a c umu lac ão capitalista",

principal questio envolve a discussio da aplicaçio dos

re c u rso s acumulados e conseqUentemente na o r saní.zacãc do

processo de trabalho a nível da renovação das condiç5es

(34)

29

Nesse sentido as opç:5es realizadas pelos tomadores

de decisio dentro da empresa quanto a necessidade de

inlervençâo relativa a recursos humanos possuem um papel

pois refletem a conformaç:io da

soe iedade <:l que pe;··(tence quanto a

c ontetido , forma, estilo e mesmo natureza possam apresentar

variaç5es explicáveis em termos das diferentes influincias e

configura,5es que o contexto social apresenta.

me-smo

t

empo uma

determinincia a nível tecirico das relaç5es de trabalho,

! . I. • 1" . j .j

SUOSlscem espeC1T1Clla~es

por' conj un t O~:· e segmentos dp fatores que explicam a

j .f .,J! "1

(1 erenCla~ao OJservave .

Essa forma de an~lise que percorre a gama de

determinaç5es do geral para o específico permite captar as

orientaç5es gerais dos processos de mudança a nível das

assim como permite

detectar simples diferencia~5es conjunturais e de estilo.

Mais rigorosamente.

c:halTlada~:;de ".c.t ... t' ' .. _.I

\::... >.1 a.efll<!i.::> pr' odu c io de

recursos humanos ulTlavez que integram o nível institucional

de adminis~raçio das organizaç5es, embora mascaradamente nio

sejam tratadas neste sentido e, mesmo, utilizadas como

pr~ticas (ou t~cnicas) imbuídas de neutralidade com relaiio

aos seus objetivos de gestio dos recursos humanos.

1.3. A Defini~ão de E~traté9ia

Quanto a nomenclatura utilizada neste estudo

recursos humanos, política de recursos

humanos e técnicas administrativas de recursos humanos),

(35)

21

vez que cont~m determinados atributos cuja exterioriza;io

implica no entendimento dos aspectos aqui analisados.

Definir uma estrat~gia em seu sentido mais amplo

significa para Ronald compatibilizaçio que a

entre os Sf?US r ecu r S()~~, ( . . .), as

OPC)j- tun id ades e a,::;ame ac as; d o meio amb iente". deVE:'ndose r

enl:ãcJenfocados dois ;:\SP'2CtoSfU.ndamf-~ntais: "j,Q) ,,( alocação

dos recursos da empresa e 2Q) a descrição das interaç5es

. ,.

ma is c r at acas que ela deve ter com o meio ambiente na

'!:;eu':;ob i et ivo<.:;" .

Torna-se importante enfatizar que o '::; ,,\uto1-eSi) (;\.c!

recursos da empresa, referem-se a todos os

instrumentos disponíveis para c alcance dos objetivos da

empresa, entre eles, os recursos humanos, embora, em geral.

este aspecto seja relegado a elemento secund~rio, constante

apenas de políticas, ou planos relativos

níveis; a drní n í str at í vo s d ~\

Exc;E.'P C i on :;).1mente o n:í.veJ. ins t i t uc i on<":\'1 de

administração. Por vezes são mencionados como capital humano

e at~ mesmo como patrim8nio da empresa.

por s6 deixa entrever uma

estrat~gia de recursos humanos na medida em que n50 cogitar

desses recursos a nível institucional ~ simplesmente admitir

que na sociedade capitalista os elementos 'rund~ilmentais,

críticos ou. decisivos n~o incluem os; recursos humanos mas

sim os aspectos de crescimento, de produtos, de mercado c

financeiros que, em ~ltima instincia, refletem a necessidade

econômica dos movim~",nt:()~~de va lo rí z acão e acumu lac ão de

cap ital, assim mascarando ou não mencionando ac-,

necessidades de se manter a subordinação do trabalho a fim

de se garantir a extraç:io de mais-valia. Deste modo tais

DEGEN, R.J .. O que

é

Estratégia EIPresarial? Kanagelent Journal, Kanagelent Center do Brasil, n2 18, n~J. 1979, pp. 2-3.

(36)

22

necessidades sio respondidas por níveis que adotam medidas mais t~cnicas, consideradas científicas, e que portanto, sio vistos como praticando um tratamento imbuído de neutralidade com rela~io aos recursos humanos.

A

inclus50 dos recursos humanos como integrantes

da estrat~gia da empresa foi enfatizada por Ansoff, ao

evo luir de seu con ceí to de est rat ésí s•. emPl"fE":;al"ial,onde o~:; aspectos malS valorizados eram os citados anteriormente, para a administraçio estratégical~, onde a estratégia de

c ada ou recurso da organiza~io n ome ad o

separadamente no sent ido da empresa conseguir melhor' mon itOI"a1", e':;,pe cif ic ame nt(c;:. , todas as mudanças externas e melhor prever suas perspectivas de evoluçio, uma vez que essas mudan~as interferem profundamente na previsio p na coordenaçio dos recursos da empresa para a consecuçio dos padr5es e direçio do crescimento.

política de recursos humanos seria utilizadas neste trabalho como sin8nimos pois

cbmp5em um corpo teórico ou doutrinário que expressa a

filosofia da organizaçio com respeito aos seus recursos

hum:anos, composto técn icas ou

administl'ativas, embora oriundas de níveis administrativos

diferentes. Quando for a diferen~a ser~

S50 ainda usadas indistintamente as express5es t~cnicas e pr~ticas administrativas desde que ambas sejam entendidas como despojadas do car~ter de neutralidade, tantas vezes evocado pelos administradores, pois ao comporem e stratégias de administraç:io , ..têm, em 9el-a l , 5e rev e 1adou m

instrumento ideo16gico eficiente para fundamentar propostas

(37)

23

mod e rnizan te s c aeita lrstas ",t!l

desenvolvimentistas em sociedades

Também Tragtenberg'6, encara toda Teoria Geral da

Pldmini'::;1:ra,:0:ocomo "id~?'()1Óg:i.c a , na med id a E'In que

t

raz em 5i

a ambigUidade básica do processo ideológico, que consiste no seguinte: vincula-se ela ~s determina,5es sociais reais, enquanto t~cnica (de trabalho industrial, adm in i st r a t í vo •

comercial) por mediaçio do trabalho; e afasta-se dessas determ:i.na~5es sociais c omp on d o-r s e

. t 't' iz ad

SlS'elna:l~O organIzai o, refletindo deformadamente o real,

enquanto id e o íón íc o? •

UI

t6

FISCHER.

R.H.

(19SS),

op.cit.,

p, 31.

(38)

24

2.

AS TEORIAS

GERAIS FUNDAMENTAIS

DE ADMINISTRAC~O

OU AS

ESTRAT~GIAS

DE

RECURSOS HUMANOS UTILIZADAS

NO DECORRER

DO CAPITALISMO

MONOPOLISTAH'

2.1. Lntr-o duc ão

(.lCi en tender tr ab a 1ho como

determinadas pelas as,

econBmicas, sociais e políticas estabelecidas na sociedade

capitalista uma nature2a específica que ci a da produ~;o de

mercadorias significar um meio para o alcance da valorizaçio

do C<:l.p :i.t: <:1.1 , obtido atrav~s da dominaçio exercida pelo

cap it a l s.obre o tra h a Lh o tan to na Fo r ma de PI-opl-iedade sobre

os meios de produ~io quanto no controle real efetuado sobre

ü processo de produ~io.

o

capital portanto necessita da cooperaçio do

trabalho pal'a alcançar seus objetivos. Assim,

sobre o trabalho sofre modificaç5es n;o

56

em funçio dos movimentos de acumulaçio e valorizaç5o do

capital, decorrentes da competiçio intercapitalista, mas

tambim em conseqti~ncia do est~gio e nível dos conflitos

Para analisar as relaç5es de trabalho na sociedade

h~ que se considerar nio

56

esses movimentos que expressam a

dinimica do sistema mas tamb~m as condicionantes históricas

de constituiçio e evoluçio da estrutura social a nível

econBmico, político-institucional, cultural e ideológico.

j,. A literatura básica referente a teoria geral da ad.inistra,io consultada para esse assunto

abrangeu enfoques interpretativos e descritivos. Interpretativos· MOTTA, F.C.P. Teoria Geral da Adlinistraçio -

u.a

Introdu~ão. São Paulo: Pioneira, 1977 (~ ed.I: HOTTA, F.C.P. e PEREIRA, L.C.D. Introdu,ão

à

Organi2a,ão Burocrática. são Paulo: Brasiliense, 198.; KOUZELIS, N.P.Organización !I Burocracia. Barcelona: Península, 1975 (2ª ed.li KLIKSBERG, B. El Pensa.iento Organilativo: del Ta~loris.o a la Moderna Teoría de la Organización. Buenos Aires: Depalla, 1971) ETZIOHI, A. Organiza,ões Hodernas. São Paulo: Pioneira, 1964. E descritivo: CHIAVENATTO, I. Teoria Geral da Adlinistra,ão. São Paulo: HcGraw-Hill, 1979 (2 vol.'.

(39)

25

o níVE'l macro de funcionamento de uma determinada

'ror mac io soe ia1 que para sobreviver tem

reproduzir as condiç5es de produ,ão (forças produtivas e

relaç;5es de produção), o capital, as c1aSSf-:s

sociais c a ideologia.

Mas h~ tamb~m o nível das unidades produtivas (no

í.ndu s t r í a í s ) ,

encarregam dos mencionados processos, basicamente por meio

do c on t r o l e e organização do t r ab a l h o, chamados n0~SSf?:

c ont e:-c:t o de tcicnicas, políticas ou estrat~gias de RH. Tais

prodll.tiv::."'\·::>

pe~:;qu i sas

post

i=~

r io1- ITI \~nte 1-esu 1t anI:e'::;

r e a l Iz ad o s f..: pI" Ctfi~:;'5i(Jn,1i,::;·

especializados, passam a compor "e s c ola s " ou

teorias gerais da administração que se desenvolvem ao longo

do c ars í t a lí smo , elaborando principios, normas e estratégias

no sentido de contribuir o conjunto das

unidades à dinimica de acumulação.

l'-l'::"stesent í d o , a dm i n istr a c ão

correspondem a padr5es ou paradigmas econ8micos de produção

e a fases ou etapas configuradas no desenvolvimento do

c:ap :i.t al :i.·;::,mo } influ0ncias das condiç5es

estruturais e conjunturais (nio s6 econSmicas mas sociais,

políticas e culturais), dos países onde se aplicam.

Essa abordagem aqui proposta elegeu para an~lise

tr&s padr5es administrativos distintos construídos o

momento no modo de produ~io capitalista (o t a:ll (JI"is mçjI

rela~5es humanas e o conlingencialismo), assim

como uma estratigia especifica cóntida nesse 01timo padrio:

a administraçio participativa.

Out I"as "escolas" sur s em nesse per iodo POl"ém

(40)

26

algumas realizam interpreta~5es das demais (neste caso, com

o uso mais apropriado do termo teorias): a estruturalista e

a sistêmicai e outras apenas complementam ou aper'ei~oam

padd5e<.::. b eh av í o r ismo ..

1, .

n eo+c a s s ic a •

contingencialisla etc.

2.2. Um Estudo Inovador

Antes de prosseguir com a interpretação dos tr~s

padr5es administrativos mencionados cabe um

trabalho que guarda certa semelhan~a com o enfoque aqui

proposto, apresentado h~ décadas atr~s. Embora referindo-se

c r e sc ímen to

identificadas no sentido de demonstrar que a elas

associam-se estruturas empresariais peculiares (ao contr~rio do que

anteriormente se propagava), o autor utiliza-se do processo

histórico, - das fases de expansão das empresas pa r a

com ,;;.

finalidade de explicar o P 1"o c(0',:~:;~:>o d e e s

t

1" UtUI" aG:

ã

o d a ~:;

Organi2aç5es em suas formas adaptativas, através da an~lise

de seu processo hist6rico de expans50 -, pesquisa setenta

entre as maiores empresas norte-americanas no sentido de

Lonfirmar sua hip6tese que demarcou um novo paradigma no

estudo da administraçio dE empresas: as diferentes formas de

organizaçio (estrutura, desenho organizacional por meio do

qual a empresa ~ administrada>, resultam de diferentes tipos

de Ci"eSCí men to (resultante das estrat~gias de determinar

objetivos, de planejaI", de adota r linhas de ação e a Loc acão

dE I"e c1.11"'SoS para o

objE-:tí vo s ) . P a r a o a ut0\" existem tipos de estrat~gias

concebidas pelos executivos como respostas ~s oportunidades

e necessidades provocadas por mudanças ambientais que,

CHANDLER, A.D. Strateg~ aod Structure: Chapters in the Histor~ of the A.ericao Industrial Enterprise. ta.bridge, Mass: The HIT Press, 1962.

Imagem

TABELA Ir
TABELA IH
TABELA 5 SETORES INDUSTRIAIS  ---------------------------------------Fr Eletro-eletrânico e .J ~aterial de transporte 5 Alimentício 4 Têxt.il e confec~ões 4 ~etal-lIecânico 2 Quí.ico 2 Construção civil &#34;Co Produtos agropecuários i Papel i Hadein

Referências

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