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(1)

 

 

PROGRAMA DE PÓS‐GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO  

MESTRADO EM ARQUITETURA E URBANISMO 

 

GUSTAVO LUIZ MESTRINER 

 

A

 

CIDADE

 

COMPACTA

 

E

 

OS

 

PROJETOS

 

URBANOS

 

CONTEMPORÂNEOS

 

INVENTÁRIO

 

ANALÍTICO

 

DE

 

ESTUDOS

 

DE

 

CASO

 

EM

 

VAZIOS

 

URBANOS

 

EM

 

ÁREAS

 

CENTRAIS

 

 

 

Orientador: Profº Carlos Leite de Souza 

 

(2)

 

GUSTAVO LUIZ MESTRINER 

 

A CIDADE COMPACTA E OS PROJETOS URBANOS CONTEMPORÂNEOS. INVENTÁRIO ANALÍTICO 

DE ESTUDOS DE CASO EM VAZIOS URBANOS EM ÁREAS CENTRAIS 

   

Dissertação apresentada à Coordenação do Programa de Pós‐graduação em  Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie para  obtenção do título de Mestre em Arquitetura e Urbanismo. 

     

Orientador: Prof. Dr. Carlos Leite de Souza   

 

(3)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

   

 

 

Mestriner, Gustavo Luiz. 

A Cidade Compacta e os Projetos Urbanos 

Contemporâneos. Inventário Analítico de Estudos de Casos  em Vazios Urbanos em Áreas Centrais / Gustavo Luiz  Mestriner. São Paulo, 2008. 

    119 f.; 30cm. 

  Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo)  – Universidade Presbiteriana Mackenzie, 2008. 

 

(4)

GUSTAVO LUIZ MESTRINER 

 

A CIDADE COMPACTA E OS PROJETOS URBANOS CONTEMPORÂNEOS. INVENTÁRIO ANALÍTICO 

DE ESTUDOS DE CASO EM VAZIOS URBANOS EM ÁREAS CENTRAIS 

 

Dissertação apresentada à Coordenação do Programa de Pós‐graduação em  Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie para  obtenção do título de Mestre em Arquitetura e Urbanismo. 

    

BANCA EXAMINADORA 

 

Prof. Dr. Carlos Leite de Souza 

Universidade Presbiteriana Mackenzie 

 

Prof. Dr. José Magalhães Junior 

Universidade Presbiteriana Mackenzie 

 

(5)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(6)

AGRADECIMENTOS

 

 

Meus reais agradecimentos ao Mackenzie, pela estrutura de seu corpo docente e administrativo,  para a o desenvolvimento sólido de seus alunos em suas pesquisas. 

A CAPES, pela bolsa de estudo parcial propiciada, ao Mackenzie pela complementação da  mesma, e ao Mackpesquisa, pelo apoio na publicação do material. Sem eles, este trabalho não  teria sido realizado. 

Ao Prof. Dr. Carlos Leite, pelo apoio, pela clareza na definição dos caminhos que poderiam ser  tomados, pelo auxílio na construção do conhecimento, e pela sua dedicação para com seus  orientandos. E ao Grupo de Pesquisa “Projetos Urbanos Contemporâneos”, pela riqueza  bibliográfica ofertada. 

À Prof. Dra. Gilda Collet Bruna, pelo incentivo, quando me orientou na graduação, a buscar a  pós‐graduação. 

À minha esposa novamente, pelo amor incondicional, pelo incentivo, pelo apoio e pela  compreensão na graduação, na especialização, e agora no mestrado. 

(7)

À minha família, em especial às mestrandas Vivian e Lilian (minha esposa e minha cunhada), por  compartilhar da mesma experiência de uma pós‐graduação. 

Aos meus amigos de sala, em especial, Camila Oliveira, Rechilene Maia e Ricardo Caco Ramos. 

Às minhas irmãs, meu sobrinho, e aos meus amigos e parentes que tiveram paciência e  compreensão pela minha ausência. 

E a todas as pessoas que colaboraram para a efetivação e realização deste mestrado, e por fim,  desta pesquisa. 

(8)

RESUMO

 

 

Cidades pelo mundo inteiro passam por um processo de mutação urbana jamais visto. Os dados  do desenvolvimento substancial demográfico nas cidades, somados aos êxodos urbanos 

oriundos das zonas rurais são as causas do inchaço, e posterior espraiamento urbano explosivo  causado nas cidades. 

Neste processo, a valorização da terra nos centros urbanos e o incentivo fiscal e de mão de obra  mais barata nas cidades vizinhas, fez com que as grandes indústrias se deslocassem dos centros  urbanos, deixando grandes áreas obsoletas. Por outro lado, as cidades, inicialmente criadas para  a celebração da vida, e para celebrar o que temos em comum, hoje são poços drenantes de  recursos energéticos, e direta e indiretamente, a maior fonte poluidora do planeta. 

Desta forma, os novos projetos urbanos devem levar em consideração essa realidade complexa,  para então atender certos princípios contemporâneos, como o desenvolvimento urbano 

(9)

construindo um inventário analítico das obras selecionadas, com maiores detalhamentos e  sempre os relacionando à nossa realidade e contexto locais. 

 

Palavras – chave: Cidade compacta. Projetos urbanos contemporâneos. Vazios urbanos.  Desenvolvimento urbano sustentável. 

(10)

ABSTRACT

 

 

Cities all over the world, go through a process of urban changing never seen before. Data from  great developing population in cities, added with the urban exodus from rural areas, are the  causes of swelling, and later, an explosive urban sprawlling caused in cities.  

In this process, the land appreciation in urban centers and tax incentives and the cheaper labor  in neighboring towns, made that big industries change from urban centers, leaving the obsolete  large areas. On the other hand, the cities, originally created for the celebration of life, and to  celebrate what we have in common, today are draining energy resources, and the most polluting  source of the planet. 

The new urban projects should consider this complex reality, then look for some contemporaries  principles, such as sustainable urban development, productive restructuring, the environments  of research and technological innovation and biotechnology. To do so, development agiencies  have been created to conciliate the public and private interests. We explore the concept of  compact city, in the light of contemporary urban projects in wastelands in central areas. To  context, we selected some case studies, building an analytical inventory and always relating  them to our context and reality. 

(11)

LISTA

 

DE

 

ILUSTRAÇÕES

 

 

Figura 1 – Exposição no Tate Modern      22 

Figura 2 – As três maiores representações financeiras num mapa mundi   invertido, formando “yes”      28 

Tabela 1 – Ranking e classificação quanto ao índice de competitividade   entre nações      29 

Tabela 2 – Distribuição setorial dos investimentos estrangeiros diretos relativos   aos países de origens e destinos destes investimentos, 1970‐2003       30 

Tabela 3 – Estoque de IED no Brasil, participação estrangeira total, distribuição   por atividade econômica principal, base 2000      31 

Figura 3 – Foto de satélite da mancha urbana de São Paulo      32 

Figura 4 – As cidades como pontos estratégicos      33 

Figura 5 – Cabos de fibra óptica submarinos em uso      34 

(12)

Figura 7 – São Paulo      37 

Figura 8 – O território fragmentado de São Paulo      39 

Figura 9 – Antigas áreas industriais de Barcelona      40 

Figura 10 – Potsdamer Platz      41 

Figura 11 – London Docklands Development Corporation, primeiro programa de   regeneração urbana em vazios urbanos do Reino Unido, criado em 1981     42 

Figura 12 – Cluster urbano em Barcelona      43 

Figura 13 – Cluster urbano em São Francisco      44 

Figura 14 – Crescimento populacional mundial nas áreas urbanas         46 

Figura 15 e 16 – O espraiamento urbano americano. Cidade de Miami        47 

Figura 17 – A poluição atmosférica em São Paulo mata indiretamente oito pessoas   por dia, e reduz em dois anos a expectativa de vida dos habitantes      48 

(13)

que proporciona a riqueza do encontro, do inesperado      50 

Figura 20 – Usos mistos compactos cria nós de redução de jornadas, e criam  vizinhanças mais atraentes e sustentáveis      51 

Figura 21 – Foto exposta no Tate Modern: São Paulo em “Size and Diversity”.   Contraste entre Paraisópolis e Morumbi. São Paulo      52 

Figura 22 – Serra da Cantareira, em São Paulo. Área de proteção ambiental   invadida pelo espraiamento urbano       53 

Figura 23 e 24 – A mancha central marca a projeção que a população da   metrópole inteira ocuparia se a densidade fosse igual a da Favela   Paraisópolis, que atinge em alguns pontos 1.000hab/ha      54 

Figura 25 – Foto exposta no Tate Modern. São Paulo em “Size and Diversity”.   Copan, em São Paulo       55 

Figura 26 – Docklands antes do processo de regeneração urbana      57 

Figura 27 – Vazios urbanos no bairro Plobenou, em Barcelona      58 

(14)

Figura 29 – Vazios urbanos em Paris (1989)       61 

Figura 30 – Docklands em transformação      63 

Figura 31 – Discussão sobre os projetos em Mission Bay      64 

Figura 32 – Prédio onde fica instalada a agência 22@ em Barcelona        65  Figura 33 – Campus de biotecnologia da Universidade da Califórnia, em Mission  

Bay, São Francisco      66 

Figura 34 – Campus da Universidade de Barcelona em um edifício industrial  

reconvertido, no bairro Poblenou,  em Barcelona      67 

Tabela 4 – Melhores cidades européias para expansão de negócios e investimento    68  Tabela 5 – Melhores cidades européias em termos de qualidade de vida  

para empregados      69 

Tabela 6 – Ranking das cidades não‐européias onde as empresas investiriam      70  Gráfico 1 – Cidades européias que mais investem em si mesmas      71 

Figura 35 – Battery Park City, Manhatan, Nova Iorque      72 

(15)

Figura 37 – Euralille, em Lille       74 

Figura 38 – 22@, em Barcelona      75 

Figura 39 – Vale do Silício, região da Califórnia      77 

Figura 40 – Áreas de redesenvolvimento de São Francisco.       78 

Figura 41 – Laboratório da UCSF em Mission Bay      79 

Figura 42 – Projeto de Desenvolvimento de Mission Bay (geral)      80 

Figura 43 – A linha amarela demarca a área de intervenção, e a linha vermelha    demarca a área de implantação da UCSF      81 

Figura 44 – Centro de visitação da Catellus na área de intervenção        81 

Figura 45 – Padrões de ocupação e volumetria      82 

Figura 46 – Uso das quadras. Plano de Redesenvolvimento Mission Bay Norte      82 

Tabela 7 – Padrões de ocupação, por zoneamento      83 

Figura 47 – Zoneamento do Plano de Redesenvolvimento Misssion Bay Sul      83 

Figura 48 – Projeto urbano para o Campus da UCSF      84 

(16)

Figura 50 – Centro de Tecnologia Genética      85 

Figura 51, 52, 53 e 54 – Campus Centro Comunitário da UCSF      86 

Figura 55 – Metrô de superfície em Mission Bay      87 

Figura 56 – Linha de metrô que liga Mission Bay ao centro de São Francisco      87 

Figura 57 – Rotas de pedestres e Ciclovias       88 

Figura 58 – Espaço público no campus da UCSF      89 

Figura 59 – Montreal, em destaque Cité Multimédia      90 

Figura 60 – Localização das principais áreas de Montreal      91 

Figura 61 – Vazio urbano, espaços desutilizados      92 

Figura 62 – Espaço em transformação      93 

Figura 63 – Edifício construído em Cité Multimédia       94 

Figura 64 – Edifício reconvertido em Cité Multimédia      94 

Figura 65 – Motorola, uma das empresas a se estabalecer na área        95 

Figura 66 – Implantação da área e diversos usos      96 

(17)

Figura 68 e 69 – Vista externa e interna de um dos edifícios da Cité Multimédia      98 

Figura 70 – Canal Lachine após sua revitalização      99 

Figura 71 e 72 – A revitalização do Canal Lachine e a criação de ciclovias             100 

Figura 73 – Tranformação do território de Poblenou             101 

Figura 74 – Vista aérea do bairro Poblenou, em Barcelona                102 

Figura 75 – Projeto que demarca as quadras de intervenção na área do bairro   Poblenou, em Barcelona             103 

Figura 76 – Projeto de um edifício em uma das quadras             104 

Figura 77 – Prédio da T‐systems, construído em 22@             105 

Figura 78 – Planta de infra‐estruturas a serem instaladas             106 

Figura 79 – Instalação de novas infra‐estruturas             107 

Figura 80 e 81 – Prédios residenciais e parque linear                  109 

Figura 82 e 83 – Avenida Diagonal             110 

(18)

Figura 85 – Catálogo do patrimônio arquitetônico de Plobenou               111  Figura 86 – Skyline formado pelas gruas e guindastes em Plobenou             112  Figura 87 e 88 – Antigos prédios industriais reconvertidos                113   

(19)

LISTA

 

DE

 

ABREVIATURAS

 

E

 

SIGLAS

 

 

LDDC   London Docklands Development Corporation (Agencia de desenvolvimento dos  Portos de Londres) 

USFC     University San Francisco Campus (Campus da Universidade de São Francisco) 

TAV     Trem de Alta Velocidade. 

MPGM   Modificação do Plano Geral Metropolitano. 

PGM     Plano Geral Metropolitano. 

PEI     Plano Especial de Infra‐estruturas. 

TIC     Tecnologia da Informação e Comunicação. 

CIAM    Congresso Internacional de Arquitetura Moderna 

SFRA    San Francisco Redevelopment Agency (Agencia de Redesenvolvimento de São   Francisco) 

(20)

SUMÁRIO

  

      pag. 

1   INTRODUÇÃO         22 

2   CONCEITUAÇÃO   

2.1  Cidades e sociedades informacionais          27 

2.2  Regeneração urbana e reestruturação produtiva        39  2.3  A cidade compacta e o desenvolvimento urbano sustentável    46 

3  PROJETOS URBANOS CONTEMPORÂNEOS : CONTEXTUALIZAÇÃO 

3.1  Vazios urbanos em áreas centrais        57 

3.2  O papel das agências de desenvolvimento urbano        63 

3.3  Projetos urbanos contemporâneos        72 

4  ESTUDOS DE CASO : INVENTÁRIO ANALÍTICO   

4.1  Mission Bay, São Francisco, EUA         

   4.1.1   Introdução        77 

   4.1.2  A agência de desenvolvimento          80 

   4.1.3  Projetos Urbanos        82 

4.1.4  Desenvolvimento urbano sustentável        87 

(21)

4.2  Cité multimédia, Montreal, Canadá         

   4.2.1   Introdução        90 

   4.2.2  A agência de desenvolvimento          93 

   4.2.3  Projetos Urbanos        96 

   4.2.4  Desenvolvimento urbano sustentável        99 

4.3   22@, Barcelona, Espanha          

   4.3.1   Introdução      101 

   4.3.2  A agência de desenvolvimento        105 

   4.3.3  Projetos Urbanos      108 

   4.3.4  Desenvolvimento urbano sustentável      111 

5  CONCLUSÕES      114 

6  BIBLIOGRAFIA       115 

(22)

1

 

.

 

INTRODUÇÃO

  

 

Em Londres, na galeria de arte moderna e contemporânea Tate Modern, onde se encontrava  uma exposição chamada Global City discutiu‐se e foram expostos os dados e estatísticas  demográficas e urbanas das dez maiores metrópoles do mundo, entre elas, São Paulo. E várias  perguntas foram colocadas de modo a refletir como 

essas metrópoles vão se comportar nos próximos 

cinqüenta anos, ao absorver verdadeiros êxodos rurais, e  indicies demográficos substanciais. Na entrada principal,  a especulação introdutória era: “Há cem anos, apenas  10% da população mundial viviam em cidades. 

Atualmente, somos mais de 50%, e até 2050, seremos  mais de 75%”. 1 

Somamos a isso, o crescimento absurdo da população  mundial nos dois últimos séculos (de 1 bilhão para 7  bilhões de habitantes), e já visualizamos o impacto que o 

1

Em visita feita em julho de 2007 pelo autor. Disponível também em www.tate.org.uk 

(23)

crescimento urbano e demográfico causou ao meio ambiente. Na atual crise ambiental em que  vive o planeta, vimos a importância da conscientização de todos os atores envolvidos, na  construção de um ambiente urbano sustentável, e damos o primeiro passo, nós, arquitetos,  quando transmitimos a esses atores, e a todos, o sentimento solidário dessa busca, em tentar  quebrar essa barreira que impede a maioria da população, de projetar o futuro para além da sua  segunda geração. 

A atual reflexão em como serão desenhadas nossas metrópoles nas próximas décadas, desafia o  papel do arquiteto nessa busca pelo desenvolvimento urbano sustentável, e nos faz buscar, uma  base conceitual, uma construção inicial do conhecimento, para em estudos posteriores, 

avançarmos nesse tema. 

Nesse contexto, buscamos os projetos urbanos contemporâneos, que contemplam essa busca  por um desenvolvimento urbano sustentável. Para tanto, focamos tais projetos, em áreas que se  esvaziaram, por conta da saída das indústrias dos centros urbanos, ou pela transformação  produtiva que ocorreu nas últimas décadas, da passagem do fordismo, com suas plantas  produtivas enormes, para a atual fragmentação da indústria, num sistema produtivo mais  complexo, mais compacto, mais eficiente, mais produtivo, e mais competitivo.  

(24)

centrais. Essas áreas foram selecionadas, por causa da contradição em aumentar o espraiamento  urbano, que, além de invadir áreas verdes destinadas às reservas, aumentam o fluxo de 

deslocamento das pessoas e mercadorias, opondo‐se ao desenvolvimento urbano sustentável já  citado. Para abordarmos estas contradições e justificativas, nos referenciamos sempre na  conceituação da cidade compacta. Ou seja, visa‐se o estudo de casos de Projetos Urbanos  Contemporâneos que tem atuado no sentido de fazer a cidade compacta2. 

TEMA E OBJETO  

O tema dessa pesquisa são os projetos urbanos contemporâneos, à luz de seu objeto, a 

metrópole, e seus vazios urbanos em áreas centrais. Abordaremos este tema e objeto, levando  sempre em consideração como background o conceito das cidades compactas.  

Faz‐se necessário então, uma busca por estudos de casos, para ficar explícito o tema e o objeto  que estamos dissertando. Vários estudos de casos foram analisados, mas apenas três deles  foram selecionados para esta dissertação, pois levam fundamentalmente em consideração o  conceito de cidade compacta, de desenvolvimento urbano sustentável, em vazios urbanos, e em  áreas centrais. São eles: 

2 

esta investigação insere‐se no Grupo de Pesquisa Projetos Urbanos Contemporâneos em Vazios Urbanos, liderado 

(25)

  1 – Mission Bay, em São Francisco, Estados Unidos;    2 – Cidade Multimídia, em Montreal, Canadá;    3 – 22@, em Barcelona, Espanha; 

  Trata‐se de projetos urbanos que estão em evidência e em desenvolvimento, mas que  estão em elevado estágio de eficiente realização3. 

OBJETIVOS E JUSTIFICATIVA 

Busca‐se um inventário analítico dos projetos urbanos contemporâneos, em vazios urbanos em  áreas centrais, a fim de constituir uma base conceitual e analítica desses projetos, e assim, trazer  para São Paulo um aporte conceitual que ajude na promoção do desenvolvimento de projetos  urbanos futuros. São Paulo, nossa maior metrópole, precisa urgentemente promover tais  políticas públicas e receber projetos urbanos que promovam a sua regeneração de áreas  centrais. A intenção é sistematizar um inventário que possa servir de instrumento crítico de  pesquisa às abordagens possíveis para as nossas demandas locais: projeto se estuda e se  pesquisa a partir daquilo que já foi produzido, através de uma análise crítica. Podem e devem  servir de subsídio às nossas carências locais. 

3 

(26)

METODOLOGIA 

Inicialmente, buscou‐se a conceituação dos temas envolvidos, através da definição do quadro  teórico, logo após, a leitura dos autores envolvidos, para finalmente, avançarmos na construção  e seleção de um quadro analítico de projetos urbanos contemporâneos, em vazios urbanos em  áreas centrais. Foram selecionados apenas casos internacionais, pelo aporte dos projetos  realizados. Enfatizamos que não se pode importá‐los como modelos, mas servem como  referencial na construção de uma crítica construtiva a respeito.

 

(27)

2

 

.

 

CONCEITUAÇÃO

 

 

2.1

 

CIDADES

 

E

 

SOCIEDADES

 

INFORMACIONAIS

 

 

A economia capitalista passa por um processo constante de reestruturação, onde ocorre cada  vez mais uma hierarquização das estruturas econômicas em cada país, mostrando o alto poder  de adaptação do capitalismo contemporâneo.  

Países e sociedades que se adaptaram a reestruturação capitalista, mesmo com alto ou baixo  poder de desenvolvimento tecnológico e informacional, se incorporaram à economia global  (Castells, 2005). A ação destas realidades se expressa na cidade e no seu tecido urbano. 

Caracterizada pela revolução tecnológica4, pela formação de uma economia global e pelo 

surgimento de uma forma informacional de produção econômica e gestão, este momento 

do capitalismo provoca profundas modificações na estrutura das cidades, condicionando 

sua dinâmica de crescimento. (Carlos Leite, 2007 – pg. 2) 

4 Conforme Manuel Castells (2005), a revolução tecnológica é composta por um conjunto de tecnologias, como  tecnologia da informação, da comunicação, genética, eletrônica, informática, nanotecnologia, entre outras. Porém, 

a associação entre revolução industrial e revolução informacional deve ser cautelosa, por causa da disparidade de 

avanço na produção de bens e riquezas, que a revolução industrial proporcionou, sendo esta, muito maior do que a 

(28)

 

Vimos assim, que as grandes corporações e empresas multinacionais, visando lucratividade, com  mão de obra mais barata, somados a incentivos fiscais, exportam a produção de seus produtos,  gerando assim, filiais estabelecidas fora de seu país de origem. Porém, são apenas filiais de  produção, mas não de concentração do grande capital, apenas geram administração e  gerenciamento no local da produção. No entanto,para a administração e gerenciamento, as  movimentações financeiras internacionais, a produção e transporte de mercadoria, as empresas  determinam lugares estratégicos para implantação das suas filiais, como zona de processamento  das exportações, centros bancários off‐shore, cidades globais, portos, e enormes distritos 

industriais (Sassen, 2001). 

Segundo Castells (2005), na economia atual, a  tecnologia é o principal fator gerador de  produtividade, inclusive, a tecnologia  organizacional e a de gerenciamento. A 

produtividade está ligada à fonte de riqueza das  sociedades. Todavia, agentes econômicos trazem  a perspectiva de que a produtividade não é um  objetivo em si, assim como investimentos em  tecnologia não são feitos por causa da inovação 

Figura 2: As três maiores representações financeiras 

num mapa mundi invertido, formando “yes”. 

Fonte:  foto do autor na exposição do escritório OMA 

(29)

Tabela 1

Ranking e classificação quanto ao índice de 

competitividade entre nações. 

Fonte: Fiesp.

tecnológica. As empresas e a sociedade não buscam tecnologia   ou aumento da produtividade por causa do desenvolvimento  da humanidade, mas se enquadram às regras do sistema  econômico vigente, que trará sucesso ou fracasso na sua  escolha.  

“...as  empresas  estarão  motivadas  não  pela  produtividade, e sim pela lucratividade e pelo aumento  do valor de suas ações, para os quais a produtividade  e a tecnologia podem ser meios importantes, mas com  certeza, não são os únicos. E as instituições políticas,  moldadas  por  um  conselho  maior  de  valores  maximização da competitividade de suas economias5.  A lucratividade e a competitividade são os verdadeiros  determinantes  da  inovação  tecnológica  do  crescimento da produtividade.” (Castells, 2005  ‐ pg.  136). 

 

5 Conforme a tabela 1, o Brasil ocupa a 39ª colocação, pois este índice está formulado com base na renda per capita  (PIB), no desenvolvimento humano, taxa de crescimento, e outros fatores que constituem o conceito de 

(30)

Fonte: Fiesp. 

Mas um fator que incidiu bruscamente  no capitalismo global nas últimas  décadas, foi o Investimento 

Estrangeiro Direto. O Investimento  Estrangeiro Direto é a causa de  mudanças radicais em diversas  sociedades, e nas suas estruturas  econômicas. O IED se caracterizou,  quando o processo de exportações de  mercadorias se transformou, e os  países começaram a exportar capital,  gerando assim, instituições financeiras  diferenciadas, refinadas e 

especializadas numa nova forma de  gerar capital no mercado financeiro  internacional (Sassen, 2001). 

 

Na tabela 2, vimos os investimentos  estrangeiros em diversos setores, e 

Tabela 2

Distribuição setorial dos investimentos estrangeiros diretos relativos aos 

países de origens e destinos destes investimentos, 1970‐2003. 

Grupo de países  e setores

1970 1990 2003 1970 1990 2003

Bilhões de dólares Participação 

(porcentagem)

A. Origem dos fluxos de IED

   Países desenvolvidos

     Primário 29 160 400 22,7 11,2 5,3

    Secundário 58 556 2117 45,2 38,7 27,9

    Terciário 41 720 5058 32,1 50,1 66,8

    Total 129 1436 7575 100 100 100

B. Destino dos fluxos de IED

  Países desenvolvidos

    Primário 12 94 428 16,2 9,1 6,5

   Secundário 44 439 2081 60,2 42,5 31,9

    Terciário 17 499 4015 23,6 48,4 61,5

    Total 73 1032 6524 100 100 100

  Países em desenvolvimento

     Primário ‐ 46 144 ‐ 21,9 7,1

    Secundário ‐ 102 779 ‐ 48,6 38,3

    Terciário ‐ 62 1110* ‐ 29,5 54,6

    Total ‐ 210 2033 ‐ 100 100

Fonte: UNCTAD 

*Dentro deste setor, em Atividades de Negócios, uma parte considerável do        

investimento está na China, o qual responde por 60% das economias em 

(31)

como a exportação do capital alternou‐se nesses setores, mas nada se compara a evolução do  setor terciário entre países desenvolvidos nas últimas 3 décadas. 

 

Segundo dados da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados ‐ SEADE (2003), só o Estado  de São Paulo representa 31,8 % do Produto Interno Bruto nacional (PIB), e ainda, a Região  Metropolitana de São Paulo, representa 49,4 % do estado. Se somarmos o PIB das 12 cidades do  Estado de São Paulo mais bem colocadas no ranking da produção do PIB nacional, teremos  17,14% do montante nacional, sendo que só a capital do Estado, responde por 9,44% de tudo  que é produzido no país. Isso nos mostra uma hierarquia radiocêntrica, uma distribuição  organizada e polarizada das cidades dentro do Estado, demonstrando que a capital é a grande  representante no cenário econômico internacional, conforme mostra a tabela 3. Seus recursos  são maiores do que todos os outros estados 

somados. 

 

Segundo Sassen (2001), o Investimento  Estrangeiro Direto exige de cidades que  representam seu país no mercado financeiro  internacional e globalizado, uma infra‐ estrutura de serviços e telecomunicações, 

Tabela 3

Estoque de IED no Brasil, participação estrangeira total, 

distribuição por atividade econômica principal, base 2000. 

Setores U$ em 

bilhões

Estado 

de S.P. 

(U$ bi)

% do 

total

Primário 2,4 1,4 58,3

Secundário 34,7 23,3 67,1

Terciário 65,9 43,3 65,7

    Total 103,0 68,0 63,7

(32)

caracterizando assim, o que vários autores chamam de cidade global6. 

 

Por causa da descentralização industrial, achou‐se que as cidades ficariam obsoletas, e que, com  a criação de tecnologia que levasse comandos de 

operações a qualquer lugar do planeta, as cidades  grandes faleceriam. Mas, uma nova estruturação de  controle centralizado e a expansão das 

telecomunicações em larga escala nas cidades 

centralizadas, trariam uma densificação, gerando uma  estrutura informacional densa, com geração da  economia diversificada e globalizada (Sassen, 2001). 

 

Antes, onde costumava haver dois principais  parceiros econômicos – empresas e governos  federais – há agora um terceiro: a cidade global. 

6 As transformações na economia mundial teriam conduzido a uma crise da centralidade econômica das metrópoles  que perderam o controle sobre as atividades industriais, porque as empresas por elas responsáveis, favorecidas 

pelo  desenvolvimento  das  novas  tecnologias  de  comunicação  e  informação,  passaram  a  dispor  de  maior 

flexibilidade para escolher os lugares de menor custo para suas sedes. Se, por um lado, as metrópoles pareciam 

caminhar para um futuro incerto, por outro, readquiriam importância estratégica como locais destinados ao setor 

terciário, acompanhando a mudança de direção da economia mundial. Não se tratava, portanto, da perda de sua 

centralidade econômica, mas de sua re‐significação no interior do sistema produtivo internacional (Carvalho, 

2000)." 

Figura 3: Foto de satélite da mancha urbana de São 

Paulo 

(33)

A tecnologia de informação, que tornou possível a economia global, criou intensas redes  de comunicação centradas na cidade. Empresas que operam globalmente dependem de  uma infra‐estrutura de serviços e recursos humanos capacitados, existentes apenas nas  cidades.(Rogers, 2001 – pg. 161) 

 

A partir do quadro da economia mundial, Sassen (2001) definiu as cidades globais como os  lugares mais propícios ao desenvolvimento de estruturas chave da sociedade informacional,  identificando Nova Iorque, Londres e Tóquio como seus três principais pólos. Essas metrópoles  cobrem, sem interrupção, todas as zonas horárias de um dia, o que permite que o mercado  financeiro esteja sempre aberto. Para Sassen, são quatro as principais determinantes que  definem as cidades globais: empresas financeiras que operam nos mercados globais, 

conseqüentemente pontos de comando da economia mundial; centro de inovação de produção  tecnológica; e enfim, um mercado para tais 

inovações. 

A cidade global está no centro desta nova ordem  econômica e espacial, que propõe uma nova  interação entre pessoas, conhecimento e meio  ambiente. Além disso, as cidades globais são  locais de imensa concentração do poder 

(34)

econômico. Os serviços financeiros proporcionam enormes lucros. No início de 2000, conforme  informativo da Bolsa de Valores de São Paulo, a Bovespa, todas as operações no mercado de  renda variável do país se concentraram apenas na Bovespa, que hoje é realizada exclusivamente  por meio de seu sistema eletrônico. Ainda segundo dados da Bovespa, o mercado de ações no  Brasil movimentou mais de 200 bilhões de dólares em 20057.  

 

Figura 5: Cabos de fibra óptica submarinos em uso 

Fonte: TeleGeography Research 

7 No início de 2000, a Bovespa respondia por 95% das operações no mercado de renda variável do país, o que  culminou, no mesmo ano, com a integração de todas as bolsas de valores do país, passando assim, a concentrar 

(35)

Segundo o Banco Mundial, só a bolsa de Nova York responde por 2/3 de todas as ações norte‐ americanas, e a bolsa de Tóquio, por 90% das ações japonesas, o que nos mostra uma alta  concentração de movimentação financeira num mercado internacional globalizado. 

Porém, segundo o GaWC (Globalization and World Cities ‐ Study Group & Network), um grupo de  estudos fundados por Peter Hall, Saskia Sassen e Nigel Thrift, São Paulo se enquadra num 

segundo quadro de cidades globais. Eles dividem esse ranking em três grupos principais: A –  Alpha world cities (Londres, Nova Iorque, Paris, Tóquio, Chicago, Frankfurt, Hong Kong, Los  Angeles, Milão e Singapura); B – Beta world cities (São Francisco, Sydney, Toronto, Zurich,  Bruxelas, Madri, Cidade do México, São Paulo, Moscow e Seul); C – Gamma world cities (outras  35 cidades). 

E ainda, Ferreira (2003), em sua tese de doutorado, afirma que a cidade de São Paulo pouco  corresponde à essa imagem de cidade global: “Mais do que globais, as dinâmicas que dirigem a  produção da cidade de São Paulo são a representação do mais arcaico patrimonialismo”. 

(36)

compreensão só se realiza quando todas são percebidas como expressão de um único processo:  a transformação das metrópoles em cidades globais.  

 

Figura 6: As cidades globais, segundo o GaWC 

Fonte: www.lboro.ac.uk/gawc/

 

(37)

Figura 7: São Paulo Fonte: www.wikipedia.org 

áreas centrais, para preparar estas áreas para a instalação de empresas voltadas às novas  economias baseadas em pesquisas, em tecnologia, em biotecnologia, e outros. Mas para tanto,  vários critérios foram considerados, como as questões de regenaração urbana, reestruturação  produtiva e o desenvolvimento urbano sustentável. 

 

Esses critérios, que recolocam em destaque certas cidades e principiam a rearticulação de  outras, foram criadas em determinados lugares, necessitando um meio cultural, financeiro e  social diverso do das cidades industriais. Porém, as cidades guardam seu papel fundamental,  pois formam diversidade, atraem e dispersam valores que nelas se transformam (Carvalho,  2000; Duarte, 2002).  

 

(38)

suas ações.  

 

A nova tecnologia está libertando o aprendizado das atividades de ontem – as fábricas, o  escritório, a universidade – e estão sendo substituídos por conexões flexíveis ligadas em  rede às fontes de informação. As pessoas, cada vez mais, irão utilizar o conhecimento  quando quiserem e não apenas onde ele é institucionalizado: as pessoas serão capazes de  conectar a rede mundial de computadores e comunicar‐se em casa, num café ou no  parque. O aprendizado, a moradia e o trabalho irão se sobrepor continuamente.(Rogers,  2001 – pg. 162) 

 

Para estas sobreposições acontecerem, as novas tecnologias atuarão como recursos  indispensáveis. A rapidez e a escala das transformações são fatores importantes nesta   discussão, pois atuam sobre os processos de reestruturação produtiva. 

(39)

Figura 8:  o território fragmentado de São Paulo. Foto: Nelson Kon 

Fonte: Leite, 2002

Figura 8:  O território fragmentado de São Paulo. Foto: Nelson Kon 

Fonte: Leite, 2002

2.2

 

REGENERAÇÃO

 

URBANA

 

E

 

REESTRUTURAÇÃO

 

PRODUTIVA

 

 

Regeneração urbana é um processo de recuperação de áreas em transformação, que prioriza a  reestruturação produtiva. Um novo conjunto de ações que programam novas funções ao  território deteriorado, em um processo chamado de refuncionalização urbana. 

Os processos de regeneração urbana e os novos equipamentos urbanos operam como agentes  transformadores da metrópole, enquanto o vazio urbano se revela no processo de reorganização  do território fragmentado e desarticulado, 

ilustrando a imensa dificuldade dos países 

periféricos em resolver os problemas espaciais de  suas metrópoles superpopulosas (Carlos Leite,  2002). 

Analisar o desenvolvimento urbano a partir do  processo de reestruturação produtiva, contempla  as mudanças de mercado de trabalho e a 

redefinição do papel das cidades. O 

(40)

Figura 9:  antigas áreas industriais de Barcelona 

Fonte: www.22barcelona.com   dos vazios urbanos e o desenvolvimento de infra‐estruturas, são algumas das condições  contemporâneas para o surgimento do conceito de planejamento estratégico. 

Porém, estratégias e projetos urbanos em vazios urbanos, dos quais abordamos neste trabalho,  devem operar novas funções e programas produtivos – diferentemente, portanto, dos 

programas de revitalização de áreas centrais tradicionais, normalmente de viés cultural, turístico  e cenográfico. Por outro lado, no atual quadro de 

competição global das cidades, os programas de  reestruturação produtiva devem buscar aliar  competitividade e inovação através das várias 

oportunidades geradas pelos novos sistemas produtivos.  Esses novos sistemas produtivos estão relacionados a um  intenso movimento de desindustrialização nos países  centrais, tornando as antigas áreas industriais em áreas  decadentes e ao mesmo tempo, em espaços potenciais para  a implantação de grandes complexos imobiliários 

elaborados para regenerar e recuperar essas áreas. 

(41)

Figura 10:  Potsdamer Platz Fonte: Powell, 2000 

subsídio fundamental na regeneração urbana de nossas metrópoles. Os projetos atuais de  “refuncionalização” do território apontam novos parâmetros de atuação: a refuncionalização do  espaço deteriorado é a alternativa que o projeto urbano contemporâneo deve oferecer. 

Programas urbanos regeneradores do território de vocação produtiva: atividades sócio‐

econômicas específicas para cada área que de fato impulsionem o seu crescimento através de  atividades, funções e programas claros. 

Não podemos confundir aqui, a perda da produtividade econômica com a descaracterização de  uma área. Projetos e programas já realizados na Europa mostram a importância das antigas  áreas produtivas ao buscar novos papéis, novas funções e novos programas produtivos, mas que  conservam sua característica fundamental, sua 

vocação produtiva. Nesse contexto, a 

regeneração urbana deve estar envolvida num  processo de desenvolvimento balanceado,  onde projetos pilotos devem atrair e  estabelecer novos usos e novos programas  produtivos. 

(42)

Figura 11: London Docklands Development Corporation, primeiro 

programa de regeneração urbana em vazios urbanos do Reino 

Unido, criado em 1981, que gerou grande gentrificação. 

Fonte: www.dockland.co.uk  

princípios gerais devem buscar combinar: uma visão compartilhada; promover resultados o mais  rápido possível; responder a uma demanda potencial; buscar objetivos sociais e ambientais que  beneficiam as necessidades comerciais e de investimento; capital humano para novas atividades;  senso de parceria e cooperativismo entre interesses públicos e privados. 

No entanto, existem ainda algumas preocupações. Primeiro, o problema da especulação  imobiliária, que pode trazer gentrificação8. 

Segundo, o problema dos pacotes de  financiamentos para os tipos de projetos  complexos que são necessários, e que podem  levar anos para serem realizados. E ainda, a  descontinuidade política, que em longos 

contratos de gerenciamento, principalmente em  parcerias público‐privado, podem sofrer 

alterações em seus mecanismos, advinda de  possível alteração das prioridades políticas. 

8 Derivado do termo gentrification, a gentrificação é um processo de enobrecimento de uma determinada área,  onde ocorre a expulsão de moradores, quando a valorização de uma área degradada anteriormente, forma uma 

especulação, tornando o custo de vida e o preço dos aluguéis inviáveis aos padrões dos moradores originais, 

(43)

Figura 12:  Cluster urbano em Barcelona. Fonte: www.22barcelona.com  

Recentemente estudado, uma das ferramentas eficientes contemporâneas para a regeneração  urbana através de programas urbanos regeneradores, é o cluster urbano. Responsável por  transformações no espaço urbano reutilizado, o cluster urbano se apresenta como um  instrumento de desenvolvimento local e um indutor de processos inovativos aliado às novas  demandas industriais e aos novos serviços 

tecnológicos. O território se reorganiza, atuando  com novas funções e demandas.  

(44)

Figura 13:  Cluster urbano em São Francisco. Fonte: www.sfgov.org  

O capital humano é a chave para o desenvolvimento econômico local desta nova economia:  empresas e pesquisas inovadoras e de alta tecnologia. Idéias criativas são o maior ingrediente  nas empresas ligadas a esse tipo de economia que predominará neste século. Nesta nova  economia baseada no conhecimento, estar em ambiente criativo é fundamental. 

Jamies Simmie (2001) co‐relaciona densidade e inovação, espaços inovativos e os padrões da  indústria de alta tecnologia, mostrando que densidade, diversidade e conhecimento, são  aspectos inseparáveis no 

processo de criação de um  ambiente inovador e criativo. 

A nova geografia industrial  tem mostrado algumas  hipóteses interessantes para  explicar as razões pelos quais  novas economias 

(45)

está associado a um cooperativismo e competitivismo entre as empresas, em um ambiente que  permite trocar experiências, fundamentadas em pesquisas. Para tanto, unir espacialmente áreas  de estudo, trabalho e moradia, é essencial para entender as inovações como um processo  econômico e social, e para a criação de um ambiente próspero e inovador. 

 Nos próximos capítulos, veremos que diversidade, tolerância e ambiente inovador, são  ingredientes fundamentais para o crescimento econômico, e para o desenvolvimento urbano  sustentável.  

 

 

 

 

 

 

(46)

Figura 14: Crescimento populacional mundial nas 

áreas urbanas 

Fonte: Urban Age, em www.urban‐age.net

2.3

    

A

 

CIDADE

 

COMPACTA

 

E

 

O

 

DESENVOLVIMENTO

 

URBANO

 

SUSTENTÁVEL

 

 

As cidades, como são concebidas atualmente representam uma enorme ameaça à própria  sobrevivência da humanidade – as áreas urbanas geram 75% da poluição, e o impulso ao 

crescimento urbano ultrapassam os limites considerados pelas instituições de proteção ao meio  ambiente. 

Em apenas um século, a população mundial  quadriplicou. O futuro da civilização será 

determinado pelas cidades e dentro das cidades.  O futuro das cidades é o futuro do planeta. Desta  forma, o volume de recursos consumidos e  poluição gerada aumentarão substancialmente.  Porém, pelo menos metade desta população  urbana em crescimento estará morando em  favelas sem as mínimas condições de 

(47)

Figura 15 e 16: O espraiamento urbano 

americano. Cidade de Miami. 

Fonte: www.transitmiami.com

bairros residenciais distantes levaram a um enorme  desenvolvimento dos subúrbios, construção de estradas,  aumento substancial do uso de automóveis, 

congestionamento e poluição do ar. 

As cidades são antes de tudo, o lugar de encontro das  pessoas. No entanto, uma grande parcela dos 

espaços públicos da cidade, incluindo quase a 

totalidade das ruas e praças, é agora dominada pelos  veículos automotivos: são lugares pensados para  atender às necessidades do trânsito. (Rogers, 2001 –  pg. 126) 

O deslocamento dos centros urbanos teve sua origem no  modelo de cidade‐jardim inglês, liderado por Ebenezer  Howard, que em 1898 produziu o livro “Tomorrow: A  Peaceful Path to Real Reform”, produzindo zonas de uso e  baixas densidades, visto como a resposta para os problemas  da época, desde a tuberculose até os preconceitos raciais. 

(48)

Figura 17: A poluição atmosférica em São Paulo mata 

indiretamente oito pessoas por dia, e reduz em dois anos a 

expectativa de vida dos habitantes. 

Fonte: Núcleo de Estudos para o Meio Ambiente da USP  urbana central, por causa da procura por segurança privada, pelo transporte individual e a  proliferação de espaços monofuncionais.  

O modelo americano de espraiamento urbano passou do limite de centro urbano e subúrbio,  para centro urbano, subúrbio e exúrbio (subúrbio do subúrbio), exponenciando a conurbação, e  trazendo trágicos desastres ambientais, além do aumento substancial de emissão de CO² pelos  automóveis, pois os transportes públicos de massa são pouco promovidos. 

A cada hora, 20 hectares de terreno cultivável se submetem ao desenvolvimento imobiliário  desenfreado. Entre 1970 e 1990, a população da área metropolitana de Chicago cresceu 4%,  enquanto que o terreno edificável aumentou 

46%9 

As comunidades devem se organizar com usos  mistos que devam ser agrupados em torno de  núcleos de transporte público de massa, com a  comunidade planejada em torno de distâncias  capazes de serem vencidas a pé ou de bicicleta.  

9

(49)

Figura 18: Sistema de bicicletas públicas em Barcelona, que 

visa a meta de despoluição da cidade 

Fonte: do autor, em visita feita em julho de 2007 

Um fator claro que tem mudado significamente o processo de desenvolvimento da cidade, é a  acessibilidade ao transporte. A expansão da rede de transporte público iniciou um processo de  dispersão e expansão nas cidades, de sua densidade e usos mistos tradicionais, para o 

desenvolvimento de subúrbios providos das estações de transportes públicos. O preço baixo das  terras em subúrbios, o expansivo uso do carro como meio de transporte individual, e a 

construção massiva de rodovias, fizeram com que os centros das cidades ficassem mais distantes  ainda de seus subúrbios, Esses fatores são os responsáveis pelo grande incremento de 

congestionamentos, barulho, poluição e pobreza ambiental,  e contribuem para esse processo  de descentralização. 

Hoje, o desenvolvimento urbano sustentável objetiva, a longo prazo, a criação de uma estrutura  flexível para uma comunidade forte, dentro de 

um ambiente saudável e limpo. Quando 

(50)

Figura 19: La Rambla, em Barcelona, modelo de 

espaço público multifuncional que proporciona a 

riqueza do encontro, do inesperado. 

Fonte: do autor, em visita feita em julho de 2007

um planejamento sustentável. 

O encontro das funções sociais dos cidadãos (moradia, trabalho e lazer) deve ser expresso na  condição urbana que o centro propicia. Os usos mistos e as densidades tradicionais dos centros  urbanos devem trazer de volta a vivência que foi perdida após a implementação do uso do carro  como transporte individual, e que, em algumas sociedades, onde essa mentalidade pobre é tão  exacerbada, que o carro acaba se transformando em status social, para demonstração do poder  de compra de cada indivíduo, mostrando claramente, a falta de cidadania e do espírito de  coletividade necessários para se viver em comunidade. 

A composição de atividades sobrepostas, permite  maior convivência e reduz as necessidades de  deslocamentos em automóveis, reduzindo  drasticamente a energia utilizada para  transporte, reduzindo também o 

(51)

 

Figura 20: usos mistos compactos criam nós de redução de jornadas, e criam vizinhanças mais atraentes e sustentáveis. 

Fonte: Rogers, 2001 

(52)

 

Figura 21: Foto exposta no Tate Modern: São Paulo em “Size and Diversity”. Contraste entre Paraisópolis e Morumbi. São Paulo 

Fonte: Tuca Vieira. Folha Imagem   

(53)

Figura 22: Serra da Cantareira, em São Paulo. Área de 

proteção ambiental envadida pelo espraiamento 

urbano. 

Fonte: Leite, 2002

Nesse sentido, uma cidade mais densa e pouco espraiada evitaria a invasão das áreas rurais, ou,  como no caso de São Paulo – pior ainda – a não invasão das reservas ambientais. Isto traz  benefícios ecológicos maiores. Através de um planejamento integrado, as cidades podem ser  pensadas tendo em vista um aumento de sua eficiência energética, menor consumo de recursos,  menor nível de poluição. Uma cidade densa e socialmente diversificada onde as atividades  econômicas e sociais se sobreponham e onde as comunidades sejam concentradas em torno das  unidades de vizinhança (Rogers, 2001) 

Podemos imaginar a cidade ocupando menos seu entorno, densificando seu centro. Podemos  comparar a ocupação que a cidade de São Paulo teria, se sua densidade fosse comparada a  outros centros urbanos, ou outras densidades de 

seus próprios bairros.  

A região metropolitana de São Paulo possui hoje  20 milhões de habitantes, numa área de 

8.500km2, e uma densidade de 23,5 hab/ha ‐ a  25ª cidade mais densa do mundo, porém, a 2ª  mais populosa10. Se aplicássemos a densidade 

10

(54)

média da Favela Paraisópolis (1000hab/ha11), toda essa população ocuparia apenas esta mancha  quadrada mais clara (figura 23), que possui 15 km em cada lado, e ocuparia apenas essa faixa do  centro expandido da cidade. 

 

Figura 23 e 24: a mancha central marca a projeção que a população da metrópole inteira ocuparia se a densidade fosse igual a da Favela 

Paraisópolis, que atinge em alguns pontos 1.000hab/ha. 

Fonte: do autor, em trabalho apresentado no Mackenzie 

 

Claro, que esta densidade estaria longe de ser adotada e aceita, mas trata‐se de uma simulação  para visualizarmos essas densidades à que estamos nos referindo. Este conceito, difere 

radicalmente do atual modelo urbano dominante, aquele dos Estados Unidos: uma cidade  dividida em zonas por funções, com áreas de escritórios centrais, shopping centers e áreas de 

11

(55)

Figura 25: Foto exposta no Tate Modern. São Paulo em “Size and Diversity”. Copan, em São 

Paulo. 

Fonte: Montagem de Andreas Gursky. Disponível em www.tate.org.uk 

lazer fora da cidade, bairros residenciais distantes e vias expressas. Tão poderosa é esta imagem  e tão intensas as forças que motivaram sua criação (estabelecidas pelos critérios comerciais de  mercado), que os países menos desenvolvidos estão ainda focados em uma trajetória que já  fracassou nos países desenvolvidos. 

 

Se o modelo de cidade compacta e sobreposta inclui a complexidade, o modelo de divisão por  zonas a rejeita, reduzindo a cidade a divisões simplistas e pacotes econômicos e administrativos  facilmente manejáveis. Os 

(56)

Projetado por Oscar Niemeyer em 1951, o edifício foi concluído em 1966, e é a maior estrutura  de concreto armado do país. O prédio tem 115 metros de altura, 120 mil metros quadrados de  área construída, 1.160 apartamentos que variam de 26 a 350 metros quadrados e cerca de cinco  mil moradores distribuídos em seis blocos. No térreo distribuem‐se cerca de 70 lojas, sendo  algumas delas: igreja (antigo cinema), alfaiate, fast‐food chinês, restaurantes, lavanderia,  lanchonetes, lojas de roupa e acessórios de moda, cabeleireiros, imobiliária, relojoaria, cafés,  vídeo locadora, telefones públicos, doceria, agência de turismo, papelaria e despachante. Esse  uso misto, permite aos moradores a aquisição de suas necessidades no próprio prédio. Neste  sentido, o edifício é um exemplo de ‘cidade sustentável’, pois se trata de uma cidade dentro de  outra cidade. 

Porém, o conceito de cidade sustentável reconhece que a cidade precisa atender aos nossos  objetivos sociais, ambientais, políticos e culturais, bem como aos objetivos econômicos e físicos.  É um organismo dinâmico tão complexo quanto à própria sociedade e suficientemente ágil para  reagir rapidamente às suas mudanças.  

 

Para ampliar esse conceito, recorreremos aos projetos urbanos contemporâneos, que atuam nos  vazios urbanos em áreas centrais. 

(57)

Figura 26: Docklands antes do processo de regeneração 

urbana, em 1982. 

Fonte:  www.lddc‐history.org.uk 

3

 

.

 

PROJETOS

 

URBANOS

 

CONTEMPORÂNEOS:

 

CONTEXTUALIZAÇÃO

 

 

 

3.1

 

VAZIOS

 

URBANOS

 

EM

 

ÁREAS

 

CENTRAIS

 

 

Entre as diferentes dimensões da crise urbana provocada pelo processo global de reestruturação  econômica que se tem identificado ao longo dos últimos 25 anos, destaca‐se o surgimento de  grandes áreas ociosas ou subutilizadas, particularmente nas cidades e setores urbanos, cujo  crescimento havia se amparado na indústria de transformação. Na última década emergiram as  metrópoles pós‐industriais e, com elas, as oportunidades e desafios oferecidas aos novos  projetos urbanos enquanto instrumento de 

regeneração territorial das áreas produtivas  deterioradas ou em transformação. 

(58)

Figura 27: Vazios urbanos no bairro Plobenou, em 

Barcelona. Áreas centrais desutilizadas com grandes 

expectativas de transformação. 

Fonte:  www.22barcelona.com

mar. O declínio industrial gerou o esvaziamento de áreas urbanas inteiras, transformações que  os territórios metropolitanos vêm sofrendo ao passar 

de cidade industrial para pós‐industrial e de serviços,  abandonando imensas áreas de atividades 

produtivas.  

O território metropolitano tornou‐se depositário de  enormes transformações ao mesmo tempo em que o  abandono e desperdício urbanos tornaram‐se 

evidentes: zonas industriais subtilizadas, armazéns e  depósitos industriais desocupados, edifícios centrais  abandonados, corredores e pátios ferroviários  desativados, os chamados vazios urbanos12. 

12 A definição desse espaço residual em sua origem francesa, terrain vague, está sob um contexto cultural: uma área 

sem limites claros, sem uso atual, vaga, em vacância, de difícil compreensão na percepção coletiva dos cidadãos, 

constituindo normalmente um rompimento na trama urbana. Mas é também uma área disponível, cheia de 

expectativas, de forte memória urbana, com potencial original: o espaço do possível, do futuro. (SOLÀ‐MORALES, 

(59)

Figura 28: Vazios urbanos em Montreal. Áreas centrais desutilizadas com grandes 

expectativas de transformação. 

Fonte:  www.citemultimedia.com 

A maior parte das cidades sofreram um agudo processo de diminuição da função 

industrial nos últimos 20 anos, deixando grandes áreas abandonadas, geralmente 

localizadas ao longo das principais vias de transporte, ao longo de rios, canais e junto ao 

mar. Não importa a causa que levou à decadência dessas áreas, se guerra ou perda da 

função industrial, tais áreas a serem recuperadas são uma importante oportunidade para 

melhorar o grau de sustentabilidade das cidades. (ROGERS, 2001 – pg. 56) 

Cada cidade tem sua história,  seus pontos de referência. Locais  que pertencem à memória da  cidade e que são pontos 

(60)

desativado. Mas como já não é mais possível recuperar essas áreas e reviver as antigas  atividades, temos que encontrar novos usos, novas atividades que tragam vida a essa área.  Assim como os demais recursos, os ambientes existentes não podem deixar de ser reciclado e  transformado. É mais inteligente a transformação dos espaços existentes e subutilizados do que  a sua negação e substituição. 

Muitos dos grandes problemas urbanos ocorrem por falta de continuidade. O vazio de uma  região sem atividade ou sem moradia pode se somar ao vazio dos terrenos baldios. As áreas  residuais metropolitanas devem suportar os novos projetos urbanos e articular as novas 

territorialidades. O vazio urbano e o terreno vago como instrumento potencial para a construção  do novo espaço público.  

As áreas residuais são também a presença viva de um potencial imenso. Da reconstrução, 

renovação, revitalização, mudança. A construção do novo território. Da nova vida 

coletiva. Da nova metrópole que está à espreita. A crise traz a angústia da ausência clara 

do uso atual, mas também a esperança de algo novo, indeterminado e promissor. (Carlos 

Leite, 2002 – pg. 113) 

No atual quadro de competitividade entre as cidades, somados à crise ambiental tão divulgada,  faz‐se necessário o reaproveitamento dessas áreas abandonadas, espaços urbanos com 

(61)

Figura 29: Vazios urbanos em Paris (1989). Áreas centrais desutilizadas com grandes 

expectativas de transformação. 

Fonte:  www.cabe.org 

sua regeneração urbana, e sua reestruturação produtiva. Tais projetos são casos de sucesso em  diversas cidades.  

Nessa nova análise do desenvolvimento urbano, a partir do processo de reestruturação 

produtiva em vazios urbanos em áreas centrais, devemos contemplar a redefinição do papel das  cidades num mercado globalizado e competitivo, onde as novas formas de planejamento e de  gestão urbanos, atendem os quesitos conceituais de uma nova ordem, da implantação de novas  formas de produção do capital, do conhecimento, e das novas tecnologias. Espaços urbanos que  perderam boa parte de suas 

funções produtivas, se  reconverteram em bairros  especializados nas indústrias  baseadas nas novas tecnologias da  informação e comunicação, 

biotecnologia, nanotecnologia, e  outras demandas desse mercado  que, são diretamente 

(62)

um mercado inovador e criativo, atrelado à pesquisa, com cooperação e competitividade entre  empresas e instituições de ensino e pesquisa. 

Vazios urbanos e terrenos vagos, regeneração urbana e reestruturação produtiva, mercado  inovativo e informacional, trabalho e pesquisa, ambiente criativo e sustentável. Ingredientes na  expectativa de uma nova forma de planejamento, que tem conseguido sua efetividade através  das agências de desenvolvimento urbano. 

Imagem

Tabela 1 Ranking e classificação quanto ao índice de  competitividade entre nações.  Fonte: Fiesp.tecnológica. As empresas e a sociedade não buscam tecnologia  ou aumento da produtividade por causa do desenvolvimento da humanidade, mas se enquadram às regr
Figura 3: Foto de satélite da mancha urbana de São  Paulo 
Figura 7: São Paulo Fonte: www.wikipedia.org  áreas centrais, para preparar estas áreas para a instalação de empresas voltadas às novas  economias baseadas em pesquisas, em tecnologia, em biotecnologia, e outros. Mas para tanto, vários critérios foram cons
Figura 8:  o território fragmentado de São Paulo. Foto: Nelson Kon  Fonte: Leite, 2002 Figura 8:  O território fragmentado de São Paulo.Foto: Nelson Kon  Fonte: Leite, 20022.2  REGENERAÇÃO URBANA E REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA    Regeneração urbana é um proces
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