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Logística resa aplicada a pilhas: um estudo de caso no Programa de Educação Tutorial (PET) do Curso de Engenharia Ambiental da UFC

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Academic year: 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA E CONTABILIDADE

DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO

KAUANA CAMPOS SILVA

LOGÍSTICA REVERSA APLICADA A PILHAS: ESTUDO DE CASO NO PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL (PET) DO CURSO DE ENGENHARIA

AMBIENTAL DA UFC

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KAUANA CAMPOS SILVA

LOGÍSTICA REVERSA APLICADA A PILHAS: UM ESTUDO DE CASO NO PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL (PET) DO CURSO DE ENGENHARIA

AMBIENTAL DA UFC

Monografia apresentada ao Curso de Administração da Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para a obtenção do Título de Bacharel em Administração.

Orientador: Profº Dr. Cláudio Bezerra Leopoldino

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KAUANA CAMPOS SILVA

LOGÍSTICA REVERSA APLICADA A PILHAS: UM ESTUDO DE CASO NO PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL (PET) DO CURSO DE ENGENHARIA

AMBIENTAL DA UFC

Monografia apresentada ao Curso de Administração da Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para a obtenção do Título de Bacharel em Administração.

Aprovada em: ____/____/_______.

BANCA EXAMINADORA

Nota .

_______________________________________________ _______ Prof. Dr. Cláudio Bezerra Leopoldino (Orientador)

Universidade Federal do Ceará (UFC)

Nota .

___________________________________________ _______ Prof. Dr. Francisco Isidro Pereira

Universidade Federal do Ceará (UFC)

Nota .

___________________________________________ _______ Profª. Dra Márcia Zabdiele Moreira

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“Sou apenas um. Mas ainda sou um. Não posso fazer tudo, mas ainda posso fazer algo. E porque não posso fazer tudo, não vou me recusar a fazer algo que posso”.

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AGRADECIMENTOS À Deus, por me manter firme na fé.

Sou especialmente grata aos meus amados pais, Cícero e Fideralina, pelo esforço incondicional para tornar possível a realização de todos os meus sonhos.

As minhas irmãs, Karolyne e Ester pelo companheirismo e por serem alegria em todos os momentos.

A minha família pelo carinho, orações e por vibrarem comigo a cada vitória. Aos pequenos, Haziel, Pedro e Sofia, por representarem a esperança em um futuro melhor.

Agradeço ao Prof. Cláudio Leopoldino, meu orientador, pelo apoio, incentivo e dedicação na durante a realização do trabalho.

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RESUMO

O excessivo consumo de produtos eletrônicos traz, aliado a ele, o grande consumo de pilhas. As pilhas, quando descartadas de maneira errada, causam danos à saúde humana e à natureza devido a sua alta capacidade toxicológica. A preocupação com a questão ambiental faz com que a Logística Reversa desses produtos seja uma ferramenta eficaz para o descarte correto. O objetivo deste trabalho é analisar como o Programa de Educação Tutorial (PET) do curso de Engenharia Ambiental da Universidade Federal do Ceará (UFC) atua na sensibilização da comunidade acadêmica e da sociedade sobre a importância de destinar corretamente esses produtos. A pesquisa foi realizada através de uma visita a sede do PET e questionário enviado através do correio eletrônico. Os resultados mostram que a reciclagem de resíduos em Instituições de Ensino Superior pode trazer benefícios relevantes à sociedade.

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ABSTRACT

The excessive consumption of eletronics brings it together with the large battery consumption. It’s remain waste when discarded in the wrong way, cause harm to human health and nature due to its high toxicological content. The concern over environmental issues makes the Reverse Logistics of those goods is na effective tool for proper disposal. The mais goal of this study is to analyze how the Tutorial Education Program (PET) of the Environmental Engineering course at the Federal University of Ceará (UFC) serves to raise awareness of the academic community and society about the importance of properly allocate those products.. The research was conducted through a visit to the headquarters of PET and questionnaire sent by e-mail. The results indicate that the recycling of waste batteries in higher educations institutions can bring relevant benefit to society.

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LISTA DE GRÁFICOS

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Elementos básicos da Logística ... 15

Figura 2 – Integração de Logísticas ... 17

Figura 3 – Canais de distribuição de pós-consumo ... 20

Figura 4 – Fluxos reversos de pós-venda ... 21

Figura 5 - Coletores ... 31

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LISTA DE QUADROS

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SUMÁRIO

LISTA DE GRÁFICOS ... 8

LISTA DE FIGURAS ... 9

LISTA DE QUADROS ... 10

1 INTRODUÇÃO ... 12

1.1 Objetivos ... 13

1.2 Metodologia ... 14

1.3 Organização do trabalho ... 14

2 LOGÍSTICA REVERSA E DIRETA ... 15

2.1 Logística reversa de pós-consumo ... 18

2.2 Logística reversa de pós-venda ... 21

2.3 Logística reversa de pilhas ... 22

3 METODOLOGIA ... 28

3.1 Caracterização da pesquisa... 28

3.2 Coleta e Tratamento de dados ... 28

4 ESTUDO DE CASO ... 30

4.1 Apresentação do projeto ... 30

4.2 Funcionamento do projeto ... 31

4.3 Destinação do Material Coletado ... 33

4.4 Repercussão do Projeto do PET ... 34

4.5 Dificuldades enfrentadas ... 35

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 36

REFERÊNCIAS ... 38

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1 INTRODUÇÃO

A produção de bens materiais e de consumo é crescente, como uma consequência do modo de vida urbano atual (MUCELIN; BELLINI, 2008). Isso acarreta em um aumento na quantidade de resíduos sólidos disponíveis no meio, causando prejuízos à natureza e aos seres humanos.

Segundo Lacerda (2006), existe a tendência de que a legislação ambiental caminhe no sentido de tornar as empresas responsáveis por todo o ciclo de vida de seus produtos, incluindo o destino após a entrega aos clientes e o impacto causado no meio ambiente. Hernández (2010) corrobora que a necessidade das empresas e de produtos se adequarem à Legislação Ambiental vigente, nacional e internacional, que atuam como padrão de conformidade para adaptação das organizações no cenário atual e exigidas pelos consumidores intermediários e finais, é um fator de grande importância a ser considerado.

A aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) ocorreu no Brasil em 02 de agosto de 2010, pela qual se institui sobre os princípios, objetivos e instrumentos, bem como as diretrizes relativas à gestão integrada e o gerenciamento dos resíduos, envolvendo também os perigosos, as responsabilidades aos geradores e ao poder público (BRASIL, 2010). Dentro da resolução, é instituída a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, incluindo os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, os consumidores e os titulares de serviços públicos de limpeza urbana. Adicionalmente, ainda incentiva o uso de insumos de menor agressividade ao meio ambiente, a produção e o consumo de produtos derivados de materiais reciclados e recicláveis (SOUZA et al., 2014).

Para Leite (2009) neste contexto, a logística reversa é considerada uma prática responsável do ponto de vista ambiental, tratando-se de uma ferramenta no processo de planejamento, implementação, controle da eficiência e informações relacionadas do ponto de consumo ao ponto de origem como o objetivo de reagregar valor ou efetuar o descarte adequadamente.

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tratada como um mecanismo de educação, como forma de promover atitudes e comportamentos que sejam portadores de uma cultura sustentável.

Em novembro de 2008, a Resolução CONAMA nº 401, criou procedimentos para o recolhimento de pilhas e baterias, considerando a ampla disseminação do uso de pilhas e baterias no território brasileiro e a consequente necessidade de conscientizar o consumidor desses produtos sobre os riscos à saúde e ao meio ambiente causados pelo descarte inadequado. Quando descartados, estes dispositivos liberam algumas substâncias, que fazem parte de sua composição química, que são potencialmente perigosas (BRUM; SILVEIRA, 2011).

Tendo em mente essa motivação, o presente trabalho vem tratar da logística reversa aplicada a pilhas através de um estudo de caso realizado no Programa de Educação Tutorial (PET), do curso de Engenharia Ambiental da Universidade Federal do Ceará.

A questão motivadora desta pesquisa assumiu a seguinte configuração: “Como transcorre o processo de logística reversa de pilhas realizado no Programa de Educação Tutorial (PET), do curso de Engenharia Ambiental da Universidade Federal do Ceará? ”. 1.1 Objetivos

Tem-se como objetivo geral analisar, sob a ótica da logística reversa, a atuação do Programa de Educação Tutorial (PET) do curso de Engenharia Ambiental da Universidade Federal do Ceará a respeito do problema de descarte inadequado de pilhas, atuando na sensibilização da comunidade acadêmica e da sociedade sobre a importância de destinar corretamente esses produtos.

Os objetivos específicos são:

 Analisar o projeto do PET para a coleta e encaminhamento para a reciclagem;

 Mapear o processo de coleta utilizado;

 Analisar as dificuldades existentes para a implantação e continuidade do projeto e

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1.2 Metodologia

A pesquisa caracteriza-se como um estudo de caso, tratando-se de uma investigação no PET, por meio do levantamento de dados primários sobre o projeto de recolhimento de pilhas através de entrevistas e questionários, e dados secundários, por meio da revisão da literatura e análise dos dados obtidos.

1.3 Organização do trabalho

Essa monografia está organizada em cinco capítulos, a saber:

O capítulo 1 contém a Introdução sobre o tema central da pesquisa, seus objetivos, a metodologia e a estruturação do trabalho. O segundo capítulo explana os conceitos de logística direta e reversa, bem como a logística reversa de pilhas. O capítulo três, por sua vez, trata da metodologia que foi utilizada durante o estudo. O quarto capítulo apresenta o estudo de caso realizado no PET. Em seguida, serão feitas considerações finais acerca do tema estudado.

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2 LOGÍSTICA REVERSA E DIRETA

Segundo Novaes (2007), na sua origem, o conceito de Logística estava essencialmente ligado às operações militares, porém, após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). A Logística apresentou uma evolução continuada, sendo hoje um dos elementos-chave na estratégia competitiva das empresas, já que agrega valor de lugar, de tempo e de informações à cadeia produtiva.

A Logística, segundo o Council of Supply Chain Management Professionals (2013), é “o processo de planejamento, implementação e controle do fluxo eficiente e eficaz de mercadorias, incluindo os serviços e informações relacionadas desde o ponto de origem até o ponto de consumo com o propósito de atender os requisitos dos clientes”. A figura 1 reproduz os elementos básicos da logística.

Figura 1 – Elementos básicos da Logística

Do ponto de origem

Fonte: Novaes (2007, p.36)

Segundo Bowersox e Closs (2007, p.19), o objetivo da logística é tornar disponíveis produtos e serviços no local onde são necessários, no momento em que são desejados.

Processo de planejar, operar e controlar

Fluxo e Armazenagem Matéria-prima Produtos em processo

Produtos acabados Informações

Dinheiro

Ao ponto de destino

De forma econômica, eficiente e efetiva

Satisfazendo as necessidades e preferências dos

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Segundo Frota (2010), a vida do produto, do ponto de vistas logístico, não termina com a entrega ao cliente. Os produtos tornam-se obsoletos, danificam-se ou estragam e são levados aos seus pontos de origem para conserto ou descarte.

Bowersox e Closs (2007, p.51), apresentam como o último objetivo do projeto logístico o “apoio ao ciclo de vida”, referindo-se a seu prolongamento além do fluxo direto dos materiais e à necessidade de considerar os fluxos reversos de produtos em geral. (LEITE, 2009, p.16).

Nessa perspectiva, observa-se uma evolução das atividades que devem ser gerenciadas pela logística. De acordo com o Conselho de Administração Logística (1993 apud Frota, 2010):

Os componentes de um sistema logístico típico são: serviços aos clientes, previsão de vendas, comunicação e distribuição, controle de estoque, manuseio de materiais, processamento de pedidos, peças de reposição e serviços de suporte, seleção do local da planta de armazém, análise da localização, compras, embalagem, manuseio de mercadorias devolvidas, recuperação e descarte de sucata, tráfego e transporte, e armazenagem e estocagem. (BALLOU, 2001).

Assim, segundo Frota (2010), começa-se a fazer referência a questões relacionadas à recuperação e ao descarte.

Com a aprovação da PNRS (2010) e com a crescente sensibilização da população sobre as questões ambientais como o aumento de resíduos sólidos e a dificuldade de disposição final desses materiais, empresas e o poder público estão se posicionando favoravelmente sobre do planejamento e manipulação dos resíduos servíveis e inservíveis (LEITE, 2003 apud MILANO; LIZARELLI, 2014).

Hernández (2010) afirma que como forma de contribuir com a gestão de materiais, a Logística tem se aperfeiçoado com ferramentas e métodos que perfaçam o movimento reverso na cadeia produtiva, e a esse caminho é dado o nome de Logística Reversa.

Segundo Leite (2009, p.15),

Os primeiros estudos sobre logística reversa são encontrados nas décadas de 1970 e 1980, tendo seu foco principal relacionado ao retorno de bens a serem processados em reciclagem de materiais, denominados e analisados como canais de distribuição reversos.

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tange à nova percepção de exigência e de conscientização do cliente (PONTINI; JANISSEK-MUNIZ, 2014).

De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (2010), entende-se a logística reversa como um instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada.

Os produtos e respectivos resíduos compreendidos pela obrigatoriedade da PNRS são: os agrotóxicos, seus resíduos e embalagens; pilhas e baterias; pneus, óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens; lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista; produtos eletroeletrônicos e seus componentes. Adicionalmente, foram identificados também como prioritários os medicamentos e as embalagens em geral (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESAS DE LIMPEZA PÚBLICA E RESÍDUOS ESPECIAIS, 2015).

Novaes (2007, p.53) afirma que a Logística Reversa cuida dos fluxos de materiais que se inicia nos pontos de consumo dos produtos e terminam nos pontos de origem, com o objetivo de recapturar valor ou de disposição final. Funcionando, assim, de forma complementar a logística direta, uma vez que esta se preocupa com o fluxo que direciona os bens da linha de produção até o consumidor final. A figura a seguir representa a integração das logísticas convencional e reversa.

Figura 2 – Integração de Logísticas

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A Logística Reversa é categorizada em dois subgrupos: consumo e pós-venda.

Como afirma Leite (2003 apud NOVAES, 2007), os canais de pós-consumo consistem no descarte do produto após um tempo de utilização, quando os mesmos perdem suas características básicas. Seu objetivo estratégico é agregar valor a um produto logístico constituído por bens inservíveis ao proprietário original ou que ainda possuam condições de utilização, por produtos descartados pelo fato de terem chegado ao fim da vida útil e por resíduos industriais. Esses produtos de pós-consumo poderão se originar de bens duráveis ou descartáveis e fluir por canais reversos de reuso, remanufatura ou reciclagem até a destinação final (LEITE, 2009).

Já o canal de distribuição pós-venda, preocupa-se com o retorno de embalagens e a devolução de produtos ao varejista ou ao fabricante (LEITE, 2003 apud NOVAES, 2007). Tem como objetivo estratégico agregar valor a um produto logístico que é devolvido por razões comerciais, erros no processamento de pedido, garantia dada pelo fabricante, defeitos ou falhas no funcionamento, avarias no transporte, entre outros motivos.

O conceito utilizado no presente trabalho é o de logística reversa de pós-consumo, uma vez que o projeto do PET recolhe pilhas exauridas.

2.1 Logística reversa de pós-consumo

Para Guarnieri et al. (2005), “a logística reversa de pós-consumo se caracteriza pelo planejamento, controle e disposição final dos bens pós-consumo, que são aqueles bens que estão no final de sua vida útil, devido ao uso.”

Leite (2009, p.38) afirma que esses bens ou seus materiais constituintes transformam-se em produtos denominados de pós-consumo e podem ser enviados a destinos finais tradicionais, como incineração ou aterros sanitários, considerados mais seguros de estocagem e eliminação, ou retornar ao ciclo produtivo, por meio dos canais de desmanche, reciclagem ou reuso em uma extensão de sua vida útil.

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Essas quantidades excedentes tornam-se “visíveis” para a sociedade em aterros sanitários, lixões, em locais abandonados, em rios ou córregos que circulam as cidades; ficam pouco visíveis quando são depositados em mares e rios e não sobrenadam ou quando são enterrados para posterior (FROTA, 2010). Ainda de acordo com Frota (2010), a sensibilidade ecológica, considerada uma nova vertente de preocupação, tem se convertido em um importante fator de incentivo à estruturação e à organização dos canais de distribuição reversos de pós-consumo.

Segundo Leite (2009, p. 20), a logística reversa de pós-consumo deverá planejar, operar e controlar o fluxo de retorno dos produtos e de seus materiais constituintes, classificados em função de seu estado de vida e de origem, em “em condições de uso”, ”fim da vida útil” e em “resíduos industriais”. As categorias estão assim definidas:

 Condições de uso: refere-se às atividades em que o bem durável e o semidurável apresentam interesse de reutilização, com sua vida útil estendida, adentrando ao canal reverso de ‘reuso’ em mercado de segunda mão até atingir o fim da vida útil.

 Fim da vida útil: nesta etapa os bens duráveis ou semiduráveis entrarão no canal reverso de remanufatura e reciclagem industrial, sendo desmontados na etapa de ‘desmanche’, onde seus componentes podem ser reaproveitados ou remanufaturados, retornando ao mercado secundário ou a indústria, que os reutilizará como uma parcela destinada ao canal reverso de reciclagem.

 Resíduos industriais: os materiais são reaproveitados e se constituem em matérias-primas secundárias, que voltam ao ciclo produtivo pelo mercado correspondente ou, em caso de não haver condições mencionadas, são encaminhados para seu destino final: os aterros sanitários e a incineração com recuperação energética.

Fuller e Allen (1995, p. 244 apud LEITE, 2009) citam as fontes de resíduos de pós-consumo: extração de materiais virgens, produção de materiais e produtos, atacadistas e varejistas e o consumidor final, os quais são dirigidos a dois sistemas de disposição final: o sistema considerado seguro (aterros sanitários ou reintegração ao ciclo produtivo) e o sistema não-seguro, que provoca poluição ambiental.

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 Bens descartáveis: produtos que apresentam vida útil entre semanas e um máximo de seis meses. Exemplos: embalagens, fraldas, pilhas e brinquedos.

 Bens duráveis: materiais com vida útil variando entre anos e algumas décadas, como por exemplo: automóveis, eletrodomésticos e aviões.  Bens semiduráveis: materiais que tem sua vida útil variando entre meses a,

no máximo, dois anos. Exemplos: baterias, óleos lubrificantes, entre outros.

As diversas possibilidades de recuperação dos bens produzidos e descartados são divididas em quatro subsistemas principais: reuso, remanufatura, reciclagem de materiais e incineração (LEITE, 2009).

Para Leite (2009), o sistema de remanufatura e o de reciclagem agregam valor econômico, ecológico e logístico aos bens de pós-consumo, criando condições para que os componentes e materiais sejam reintegrados ao ciclo produtivo e substituindo a utilização de novas matérias-primas, gerando uma economia reversa.

A figura 3 destaca os canais de distribuição de pós-consumo Figura 3 – Canais de distribuição de pós-consumo

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2.2 Logística reversa de pós-venda

Leite (2009) denomina logística reversa de pós-venda a área específica da logística reversa que se ocupa com o planejamento, da operação e do controle do fluxo físico e das informações referentes aos bens de pós-venda que retornam aos processos produtivos por motivos diversos.

Para Guarnieri et al (2005), a caracterização da logística reversa de pós-venda se dá quando há reutilização, a revenda como subproduto de segunda linha e a reciclagem de bens que são devolvidos pelo cliente a qualquer ponto da cadeia de distribuição por erros comerciais, expiração do prazo de validade e devolução por falhas na qualidade, ao varejista, ao atacadista ou diretamente à indústria. A figura a seguir mostra, de forma simplificada, os fluxos reversos de pós-venda.

Figura 4 – Fluxos reversos de pós-venda

Fonte: Pontini (2011, adaptado de LEITE, 2009, p.190)

O produto logístico de pós-venda constitui-se de bens com pouco ou nenhum uso que retornam ao ciclo de negócios, devido ao fato de terem sido devolvidos para ajustar condições logísticas de canais de distribuição entre os elos da cadeia de distribuição direta (Leite, 2009, p. 198).

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Classificam-se como devoluções por garantia/qualidade os produtos que apresentam defeitos de fabricação ou de funcionamento, avarias no produto ou na embalagem. Leite (2009, p. 19), “esses produtos poderão ser submetidos a consertos ou reformas que permitam o retorno ao mercado primário ou mercados secundários, agregando-lhes novamente valor comercial”.

Na classificação comercial agrupam-se em classes: estoque e embalagens retornáveis. A categoria estoques é caracterizada pelo retorno de produtos motivados por: erros de expedição, excesso de estoques no canal de distribuição, mercadorias em consignação, liquidação da estação de vendas, pontas de estoque e etc. Já a categoria embalagens retornáveis, refere-se aos diversos tipos de embalagens que transitam entre fornecedor e cliente (LEITE, 2009).

A classificação substituição de componentes, conforme Leite (2009, p. 197):

Decorre da substituição de componentes de bens duráveis e semiduráveis em manutenções e consertos ao longo de sua vida útil, entrando em canais reversos remanufaturados. Quando tecnicamente possível, retornam ao mercado primário ou secundário ou são enviados à reciclagem ou para uma disposição final, na impossibilidade de reaproveitamento.

Para Leite (2009), o objetivo econômico da logística reversa, em determinado canal reverso de pós-venda, é a visão estratégica de recapturar valor financeiro do bem de pós-venda, a obediência às legislações e a busca da competitividade, por meio da diferenciação de serviços.

Um processo de logística reversa de pós-venda bem gerenciado nas empresas constitui uma fonte de vantagem competitiva através da diferenciação no atendimento, que agrega valor perceptível aos clientes e os fideliza (GUARNIERI et at, 2005).

2.3 Logística reversa de pilhas

O avanço da tecnologia tem aumentado a demanda por equipamentos portáteis movidos a pilhas, proporcionando conforto e bem-estar à sociedade. Além dos benefícios, o avanço tecnológico traz uma ameaça ambiental, as pilhas, apesar do aspecto inofensivo é, hoje, um grave problema ambiental (PEIXOTO, 2011).

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As pilhas podem receber as denominações de: palito (AAA), pequeno (AA), médio (C) e grande (D). Podendo apresentar-se nas formas: cilíndricas, retangulares ou prismáticos, botões e moedas (PEIXOTO, 2011).

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24

Quadro 1 – Tipos de pilhas e baterias mais consumidas no Brasil

Tipo

Espécie Reduzida

Espécie

Oxidada Eletrólito Alguns Usos

PR

IMÁR

IA

S

Zinco-carbono MnO2 Zn NH4Cl

Brinquedos, controle remoto

e relógios.

Zinco-cloreto MnO2 Zn ZnCl2 Brinquedos e

rádios.

Zinco-ar O2 (do ar) Zn em pó KOH

Aparelhos auditivos e

Bips.

Manganês (alcalino) MnO2 Zn em pó KOH

Rádios, flash luminosos e brinquedos.

Óxido de mercúrio HgO Zn em pó NaOH

ou KOH

Equipamentos médicos e

militares.

Óxido de prata Ag2O Zn em pó NaOH

ou KOH

Relógios eletrônicos e calculadoras.

Lítio MnO2 Li Solvente

orgânico Relógios e equipamentos fotográficos. SE C U N D Á R IA S

Lítio-íon LiCoO2 Carbono

cristalizado

Solvente orgânico

Computadores e celulares.

Níquel-metal hidreto Ni (OH)2 H Solução

de KOH

Computadores e filmadoras.

Chumbo-ácido PbO2 Pb H2SO4

Baterias automotivas, luzes e sistemas

de alarme.

Níquel-cádmio NiOOH Cd NaOH

ou KOH

Celulares e ferramentas eletro portáteis.

Fonte: Peixoto (2011, apud CFETEQ, 2009)

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26

Quadro 2 – Principais efeitos à saúde causados por metais

METAL PRINCIPAIS EFEITOS À SAÚDE

Cádmio (Cd)

 Câncer

 Disfunções digestivas

 Problemas pulmonares

Chumbo (Pb)

 Disfunção renal

 Dores abdominais

 Encefalopatia

 Neurite periférica (paralisia)

 Problemas pulmonares

 Teratogênico

Lítio (Li)

 Disfunção renal

 Disfunção do sistema neurológico

 Disfunções renais, hepáticas e respiratórias

Mercúrio (Hg)

 Congestão, inapetência, indigestão e dermatite

 Distúrbios gastrintestinais

 Inflamações na boca e lesões no aparelho digestivo

 Distúrbios neurológicos e lesões cerebrais

 Teratogênico, mutagênico e possível carcinogênico

Níquel (Ni)

 Dermatites

 Lesões no sistema respiratório

 Distúrbios gastrintestinais

 Teratogênico, genotóxico e mutagênico

 Alterações no sistema imunológico

Zinco (Zn)

 Alterações hematológicas

 Lesões no sistema respiratório e digestivo

 Distúrbios gastrintestinais

Cobalto (Co)

 Lesões no sistema respiratório

 Distúrbios hematológicos

 Possível carcinogênico humano

 Lesões e irritações na pele

 Distúrbios gastrintestinais Cromo (Cr)  Câncer do aparelho respiratório

 Lesões nasais e perfuração do septo e na pele

Prata (Ag)

 Argiría (descoloração da pele e outros tecidos)

 Dores estomacais e distúrbios digestivos

 Problemas no Sistema Respiratório

 Necrose da medula óssea, fígado, rins e lesões oculares

Manganês (Mn)

 Disfunção cerebral e do Sistema Imunológico

 Disfunções renais, hepáticas e respiratórias

 Teratogênico

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Segundo Peixoto (2011), os resíduos de origem industrial classe I, classificados como perigosos, constituem um problema quanto à sua disposição. A destinação final ou tratamento dos mesmos não é de responsabilidade do poder público, mas das empresas produtoras. Não é permitido a essas empresas dispor os resíduos em aterros sanitários da municipalidade. Os resíduos domésticos não são classificados como classe I, mas podem conter resíduos perigosos, como é o caso das pilhas.

De acordo com o Art. 33 da PNRS (2010), os fabricantes, os importadores, os distribuidores e os comerciantes de pilhas, são obrigados a estruturar e implementar sistemas de logística reversa, mediante retorno dos produtos após o uso pelo consumidor, de forma independente do serviço público de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos.

A reciclagem de pilhas pode não possuir como principal objetivo refazer o ciclo para a produção de novas pilhas, mas poderá objetivar a recuperação de metais para utilização em outros fins. O problema causado pela disposição inadequada de pilhas pode ser resolvido por meio da redução das substâncias tóxicas presentes nas células, ou seja, redução de poluição na fonte (PEIXOTO, 2011).

Para Peixoto (2011), no caso das pilhas a reciclagem é uma forma de gestão mais apropriada, devido não só ao potencial de periculosidade destes produtos, mas também as vantagens econômicas decorrentes da recuperação dos metais contidos e valorização nos respectivos mercados. Peixoto (2011) salienta “que no caso desses resíduos os critérios ambientais devem ser priorizados face os econômicos, pelo fato de conterem substâncias tóxicas que podem causar danos graves ao homem e ao meio ambiente”.

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3 METODOLOGIA

O vocábulo método se origina do grego meta, que significa direção e de hodos que se refere a caminho. Com isso, define-se método como seguir um caminho ou ordem a que se sujeita qualquer tipo de atividade, com vistas a chegar a um fim determinado (SANTOS, 2013).

Gil (1999) acrescenta que o método científico é um conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos adotados para se atingir o conhecimento. Nesta seção são detalhados a caracterização da pesquisa e o método de coleta de dados.

3.1 Caracterização da pesquisa

Para Gil (2010, p. 27) toda pesquisa tem seus objetivos e em relação aos objetivos mais gerais, as pesquisas podem ser classificadas em exploratórias, descritivas e explicativas. Do ponto de vista dos objetivos, esta pesquisa classifica-se como descritiva. Para Andrade (2010), nesse tipo de pesquisa os fatos são observados, registrados, analisados, classificados e interpretados.

A pesquisa caracteriza-se, quanto aos procedimentos, como bibliográfica, pois foi desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos (GIL, 1999).

O presente estudo trata-se de um estudo de caso, pois envolve um estudo acerca de um objeto, a logística reversa de pilhas, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento (YIN, 2001; GIL, 2010 apud PRODANOV; FREITAS, 2013). O estudo de caso possui uma metodologia de pesquisa classificada como aplicada.

3.2 Coleta e Tratamento de dados

O processo de coleta de dados fundamenta-se em colher informações por intermédio de observações e questionários semi-estruturados, documentos e materiais visuais, bem como registrar informações (CRESWELL, 2007).

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29

O questionário foi aplicado durante o mês de janeiro de 2016, através de e-mail, com os dois alunos que fazem parte do projeto. Os mesmos foram escolhidos, por serem, atualmente, os responsáveis por todo o processo de coleta e encaminhamento das pilhas.

Quanto à forma, as perguntas podem ser classificadas em três categorias: abertas, fechadas e de múltipla escolha (MARCONI E LAKATOS, 2010, p. 187). Para este trabalho, as perguntas são abertas, pois permitem ao informante responder livremente e emitir opiniões. A coleta de dados secundários se deu através da revisão de literatura acerca do tema estudado e da análise de dados.

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4 ESTUDO DE CASO

O elevado crescimento populacional estimula as pessoas ao consumismo, e não diferentes são os produtos eletrônicos (SOUZA, 2014). Associado a isso, tem-se o grande uso de pilhas que se destinam a uso geral e são empregadas em uma gama variada de equipamentos como, por exemplo: controles remotos, relógios, brinquedos, rádios e outros (WOLFF; CONCEIÇÃO 2011).

Pensando nisso, um projeto foi desenvolvido pelo Programa de Educação Tutorial (PET) do curso de Engenharia Ambiental da UFC e tem atuado contra esse problema por meio da coleta de pilhas no Campus do Pici, da Universidade Federal do Ceará e no bairro Planalto Pici.

4.1 Apresentação do projeto

O projeto teve início em 2012 a partir de indagações dos estudantes do grupo PET sobre a destinação das pilhas após seu uso. E desde então vem realizando ações de sensibilização na comunidade acadêmica em comércios do bairro Planalto Pici (UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, 2014).

Inicialmente, o PET realizou um mapeamento dos pontos comerciais do determinado bairro para verificar quais comercializavam pilhas e o destino das pilhas exauridas. De posse dos resultados, verificou-se que quase 100% dos comerciantes descartavam esses resíduos no lixo comum, caracterizando-se como um grave problema ambiental (ABREU et al 2014).

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Figura 5 - Coletores

Fonte: Arquivo PET

Adicionalmente, coletores foram instalados no próprio campus onde o projeto foi desenvolvido.

Além do comércio, ações sobre educação ambiental foram realizadas em instituições de ensino no bairro vizinho ao Campus do Pici, pois acreditou-se que dessa forma, o conhecimento seria disseminado entre mais pessoas e como consequência, uma maior quantidade de material seria arrecadado. O principal objetivo é o de conscientizar crianças a adolescentes sobre a importância de descartar corretamente as pilhas e para incentivá-los, foram disponibilizados coletores também nas escolas (ABREU, 2014).

4.2 Funcionamento do projeto

O projeto é informado aos alunos da Universidade e aos comerciantes através de panfletos que explicam a sua existência e a necessidade de colaboração da comunidade para o seu desenvolvimento.

Na UFC, os estudantes gerenciam a coleta desses materiais em pontos de grande circulação (UFC, 2015), com o objetivo de ter um ponto de recolhimento das pilhas mais próximos dos estudantes.

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Quadro 3 – Pontos de Coleta

Número Nome Endereço

1 Merc. Senegal Rua 21 de abril, 536

2 Merc. Ciano Rua Chile c/ Viriato Ribeiro, 1464

3 Merc. Oliveira Rua Chile c/ Paraguai, 561

4 Merc. O Louro Rua Chile, 840

5 Pap. Ponto do Papel Rua Mário Andrade c/ Chile, 1498

6 Merc. André Rua Gaspar Lemos c/ Dr. José Luís, 57

7 Merc. s/ nome Rua Fernão Magalhães, 577

8 Merc. Moreira Rua Cláudio Manuel c/ Maranhão, 1755

9 Merc. Da Loira Rua Maranhão, 1500A

10 Merc. s/ nome Rua Piauí, 1968

11 Merc. Edilânia Rua Piauí, 1802

12 Merc. Pinheiro Rua Piauí, 1110

13 Merc. Sobral Rua Álvares Maciel, 977

14 Merc. Souza Aragão Rua Estado do Rio, 243

15 Merc. Ki Frango Rua Estado do Rio, 693

16 Merc. Moreira Rua Espírito Santo, 80

17 Merc. Brasil Rua Pernambuco, 1896

18 Merc. s/ nome Rua Alagoas, 3331

19 Novo Mercadinho Rua Alagoas, 2943

20 Merc. Paraíso Rua Alagoas, 2688

21 Merc. Central Rua Guanabara, 809

22 Merc. Santana Rua Rio Grande do Norte, 1110

23 Merc. Real Rua Rio Grande do Norte, 1270

24 Merc. São Francisco Rua Rio Grande do Norte, 1215

25 Merc. Liderança Rua Rio Grande do Sul, 1414

26 Merc. Raiumundinho Rua 3 de Maio, 1425

27 Biblioteca UFC Campus do Pici (UFC)

28 Silvio Cópias Campus do Pici (UFC)

29 Coord. EEMA Campus do Pici (UFC)

30 Cantina da Jô Campus do Pici (UFC)

31 Campus do

Porangabussu Campus do Porangabussu (UFC)

32 Campus do Benfica Campus do Benfica (UFC)

33 UFCTV Campus do Benfica (UFC)

Fonte: Arquivo PET (2014).

Após a implantação dos coletores, as pilhas são recolhidas em um intervalo de dois meses ou até que os coletores estejam cheios (ABREU et al. 2014).

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33

Todo o conteúdo de pilhas arrecadado é destino para a ABINEE, seguindo as normas exigidas pela entidade. A figura 6 representa o mapeamento dos processos de coleta e encaminhamento.

Figura 6 – Mapeamento dos processos de coleta e encaminhamento.

Fonte: Dados da pesquisa (2016).

4.3 Destinação do Material Coletado

O Programa ABINEE Recebe Pilhas é uma iniciativa conjunta de fabricantes e importadores de pilhas e baterias portáteis, que uniram esforços visando atender à Resolução CONAMA 401/2008, responsabilizando-se pelo pós-consumo de diversas marcas (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA ELÉTRICA ELETRÔNICA, 2015).

A ABINEE iniciou a implantação do programa de Logística Reversa de pilhas e baterias de uso doméstico em 05 de novembro de 2011, conforme estabelecia a Resolução CONAMA 401 (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica, 2011). Ainda segundo a Associação, houve um cuidado especial dos fabricantes no sentido de buscar uma auditoria externa para prévia avaliação do processo de destinação final dos produtos pós-consumo.

As pilhas e baterias de uso doméstico coletadas nos postos de recolhimento estão sendo encaminhadas à empresa Suzaquim Indústria Química, localizada em São Paulo, e os custos da destinação final são arcados pelos fabricantes e importadores (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA ELÉTRICA ELETRÔNICA, 2011)

Não há disponibilidade de dados a respeito da quantidade de pilhas recicladas e não recicladas.

Pontos de coleta Alocação e

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34

O sucesso do Programa da ABINEE depende do apoio dos consumidores para que não descartem suas pilhas e baterias usadas no lixo comum, mas sim as entreguem aos estabelecimentos onde adquiriram o produto, em assistências técnicas ou mesmo nos postos de recebimento. No Ceará, existem 39 pontos de coleta, distribuídos nas cidades de Fortaleza, Eusébio, Caucaia, Sobral e Juazeiro do Norte (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA ELÉTRICA ELETRÔNICA, 2015).

4.4 Repercussão do Projeto do PET

Com a divulgação do projeto, conseguiu-se visibilidade entre os meios de comunicação do Estado que acolheu o projeto, além da crescente aderência da população como um todo. Estima-se que, entre o primeiro e o quarto ano da ação, houve um crescimento de aproximadamente 400%, o que evidencia que as pessoas estão tendo mais acesso a informações acerca do projeto e colaborando mais com o mesmo.

Hoje, mais de 40% das pilhas coletadas são provenientes da universidade, o que despertou o interesse numa posterior institucionalização do projeto pelos direitos da Universidade Federal do Ceará (ABREU et al 2014). O gráfico abaixo mostra a representatividade dos lugares onde o projeto foi implantado e a quantidade de pilhas recolhidas em cada um.

Gráfico 1 – Representatividade do recolhimento de pilhas

Fonte: Arquivo PET (2014).

0 5 10 15 20 25 30 35 40

Escolas Universidade Comércios

(kg) Pilhas

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4.5 Dificuldades enfrentadas

Contudo, devido ao crescimento o projeto do PET enfrenta algumas dificuldades relacionadas à pequena quantidade de alunos, apenas dois, para fazer a coleta do material em todo o bairro do Planalto Pici. Como também a resistência de alguns comerciantes em abrigar os coletores, principalmente, a aderência de grandes redes de supermercado, em sua maioria por questões burocráticas (ABREU et al 2014).

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo geral deste trabalho era analisar, a luz da logística reversa, o projeto do PET para o recolhimento das pilhas, uma vez que o mesmo atua no combate ao descarte inadequado desses produtos em alguns Campus da Universidade Federal do Ceará e na comunidade do bairro Planalto Pici. Este objetivo foi alcançado ao analisar a importância da destinação correta das pilhas, uma vez que as mesmas ao serem descartadas no lixo comum, podem causar danos tanto ao homem quanto ao meio ambiente.

Os objetivos específicos também foram atingidos. Primeiramente, realizou-se um levantamento bibliográfico acerca dos conceitos de logística direta e logística reversa. Constatou-se que o projeto realizado pelo PET se caracteriza como logística reversa de pós-consumo, já que recolhe pilhas exauridas. Em seguida, foi analisado o projeto do PET para a coleta e encaminhamento do material recolhido para a reciclagem, que fica a cargo de terceiros, mapeando o processo de coleta utilizado.

Em seguida, foram analisadas as dificuldades para a continuidade do projeto. Com a divulgação do projeto o número de adesões cresceu e com isso verificou-se que a maior dificuldade consiste no pequeno número de alunos que fazem a coleta nos pontos onde existem coletores, atualmente, o PET conta apenas com dois alunos para a realização desta atividade.

Com isso, sugere-se que o PET busque parcerias com PETs de outros cursos a fim de que a abrangência do projeto seja maior; informar aos alunos dos outros Campus da Universidade Federal do Ceará sobre o projeto, pois observou-se que os alunos da mesma instituição desconhecem o projeto. Bem como buscar a colaboração da iniciativa privada, uma vez que as empresas têm interesse em melhorar sua imagem institucional através de práticas ambientalmente corretas.

A principal limitação do presente trabalho foi o acesso a documentos oficiais no PET.

Este trabalho permitiu um aprofundamento na temática da logística reversa como uma prática que traz benefícios ao ambiente, já que leva a uma reflexão sobre maneiras corretas de descarte.

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REFERÊNCIAS

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APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO APLICADOS AOS ALUNOS DO PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL DO CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL DA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

Histórico do projeto

1. Como surgiu o projeto?

2. Há quanto tempo o projeto existe? Funcionamento do projeto

1. Como o projeto do PET é informado aos alunos da UFC e nos outros pontos de coleta? 2. Como você analisa a aceitação e colaboração da comunidade com o projeto?

3. Quais as dificuldades existentes para a implantação e continuidade do projeto? 4. Como se dá o processo de recolhimento e encaminhamento das pilhas?

 Quais são os pontos de coleta das pilhas?  Quem recolhe as pilhas nos pontos de coleta?

Imagem

Figura 1  –  Elementos básicos da Logística
Figura 2  –  Integração de Logísticas
Figura 4  –  Fluxos reversos de pós-venda
Figura 5 - Coletores
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Referências

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