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O impacto dos restos a pagar no período de transição de gestores públicos

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(1)

FACULDADE DE DIREITO

DEPARTAMENTO DE DIREITO PRIVADO CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO

SILVANI MATOS NOGUEIRA

O IMPACTO DOS RESTOS A PAGAR NO PERÍODO DE

TRANSIÇÃO DE GESTORES PÚBLICOS

FORTALEZA

(2)

SILVANI MATOS NOGUEIRA

O IMPACTO DOS RESTOS A PAGAR NO PERÍODO DE

TRANSIÇÃO DE GESTORES PÚBLICOS

Monografia apresentada ao Curso de Direito da Universidade Federal do Ceará como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Direito.

(3)

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação Universidade Federal do Ceará

Biblioteca Universitária

Gerada automaticamente pelo módulo Catalog, mediante os dados fornecidos pelo(a) autor(a)

N715i Nogueira, Silvani Matos.

O impacto dos restos a pagar no período de transição de gestores públicos / Silvani Matos Nogueira. – 2016.

43 f.

Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) – Universidade Federal do Ceará, Faculdade de Direito, Curso de Direito, Fortaleza, 2016.

Orientação: Prof. Dr. Regnoberto Marques de Melo Júnior.

1. Lei de Responsabilidade Fiscal. 2. Endividamento Público. 3. Restos a pagar. I. Título.

(4)

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO

7

2. LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL 10

3. PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS 11

4. PLANEJAMENTO PÚBLICO 13

5. RECEITA PÚBLICA 16

5.1

RECEITA ORÇAMENTÁRIA

17

5.2

RECEITA EXTRAORÇAMENTÁRIA

17

5.3 Estágios da receita 18

5.3.1 Previsão 18

5.3.2 Lançamento 18

5.3.3 Arrecadação 19

5.3.4 Recolhimento 19

6. DESPESA PÚBLICA 19

6.1

DESPESA ORÇAMENTÁRIA

21

6.2

DESPESA EXTRAORÇAMENTÁRIA

22

6.3

ESTÁGIOS DA DESPESA

23

6.3.1 Empenho 23

6.3.2 Liquidação 24

6.3.3 Pagamento 24

7. RESTOS A PAGAR 25

8. VEDAÇÕES E SANÇÕES 33

9. CONCLUSÃO 39

(5)

RESUMO

Um dos grandes problemas enfrentados pelos gestores públicos é o endividamento, principalmente no período de transição de governantes. A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), criada por meio da Lei Complementar número 101, de 04 de maio do ano 2000, determina procedimentos que devem ser seguidos, quanto ao controle dos gastos públicos, pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal e, por fim, pelos Municípios. A LRF estabelece normas orientadoras para o equilíbrio das finanças públicas, bem como sanções em caso de descumprimento. Com isso, pretende-se, inclusive, realizar a transmissão da boa herança administrativa na transição de gestores públicos. Trata-se de uma questão de controle de despesas frente ao desempenho da arrecadação, analisando, conjuntamente, entre outras legislações correlatas, o Plano Plurianual, a Lei Orçamentária Anual, bem como a Lei de Diretrizes Orçamentárias. O trabalho demonstra a relevância do cumprimento da inscrição de restos a pagar com a situação financeira favorável para a próxima gestão pública, assim como deixa evidente a responsabilidade no cumprimento da citada lei, para o equilíbrio das contas públicas e arrecadação. Para isso, foram analisados a referida lei, os princípios orçamentários e do planejamento público, da receita, da despesa e dos restos a pagar. Foi incluído na presente pesquisa a dinâmica do processo eleitoral (vedações) e sanções. Conclui-se que o impacto dos restos a pagar, no período de transição de gestores públicos, caso não haja um planejamento eficiente, acarreta a elevação dos riscos de endividamento público.

(6)

ABSTRACT

One of the major problems faced by public managers is the debt, especially in the period of transition of rulers. The law of Fiscal responsibility (LRF), established by complementary law 101, number 04 of may of the year 2000, deter -mines procedures to be followed, as the control of public expenditure, by the Union, the States, the Federal District and the municipalities. The LRF esta-blishes guidelines for the Public Budgeting, as well as sanctions in case of noncompliance. With this, the aim is to even perform the transmission of good ad -ministrative heritage in the transition of public managers. It is a question of con-trol of expenditure outside the performance of the collection, analysing, jointly, among other related legislation, the multi-annual plannig, the Annual Budget Law, as well as the budget guidelines law. The work demonstrates the impor-tance of compliance with the inscription of the pay with the favourable financial situation for the next public management, as well as makes clear the responsi-bility in compliance with the aforementioned law, for the balance of public ac-counts and collection. For this, we analyzed the said law, the budgetary princi-ples and public planning, revenue, expenditure and debris to pay. Was included in the present research the dynamics of the election process (seals) and sancti-ons. It is concluded that the impact of the pay in the period of transition of public managers, if there is not an efficient planning, entails high risks of public debt.

(7)

1.

INTRODUÇÃO

O orçamento público é um documento aprovado por lei que contém

a previsão de receitas e a estimativa de despesas de um governo num dado

exercício. Com isso, o gestor público poderá planejar seus gastos e

investimentos, compatibilizando-os com as receitas disponíveis. É uma

importante ferramenta que permite aos cidadãos a fiscalização dos atos

administrativos dos mandatários.

Na vigência de um exercício financeiro, o orçamento estabelece

temporalmente o momento em que receitas e despesas devam ocorrer.

Conforme dispõe o Art. 34 da Lei nº 4.320/64 (Lei das Finanças Públicas), “o

exercício financeiro coincidirá com o ano civil”. De acordo com o Arts. 35 e 36,

caput, da lei acima citada, as receitas arrecadadas e as despesas empenhadas

compreendem o exercício financeiro, sendo considerados restos a pagar as

despesas empenhadas e não pagas até o último dia do ano.

Parte-se, logo, para o seguinte pergunta: “ como os restos a pagar

impactam no período de transição de gestores públicos? ”. Justifica-se, com

isso, a apresentação do presente estudo.

O objetivo geral do trabalho é verificar o impacto dos restos a pagar

no período de mudança dos gestores públicos. De modo específico, objetiva

demonstrar como atua o controle da lei de responsabilidade fiscal para o

equilíbrio financeiro; apresentar o planejamento na gestão pública; analisar a

receita e a despesa públicas, e, por fim, expor sobre a inscrição dos restos a

pagar na transição de gestores públicos.

Nesta pesquisa, demonstra-se a relevância de um rigoroso controle

nos gastos públicos. Este rigor é justificado a fim de combater a longa trajetória

de dívidas exorbitantes, sem planejamento e sem fontes de arrecadação para

pagamento, transmitindo para os mandatários seguintes.

Aspectos relativos à LRF são analisados como forma de conter

despesas sem receitas e equilibrar o orçamento público. Para isso, a

(8)

controle: Plano Plurianual (PPA), Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei

Orçamentária Anual (LOA).

A relevância da transparência da gestão pública é apreciada, como

forma de garantir aos interessados o acesso às informações das ações

praticadas pelos gestores públicos.

A imputação da responsabilidade dos maus gestores públicos, assim

considerados quando ocorre o descumprimento dos dispositivos legais

pertinentes, é também posta em relevo. Essa responsabilização é verificada

por meio das sanções administrativas, penais, políticas ou morais.

Para melhor entendimento de como os restos a pagar impactam na

transição de gestão, o trabalho foi dividido em partes.

O primeiro capítulo aborda acerca da LRF: demonstra a relevância,

os objetivos e os aspectos no rigor do controle dos gastos públicos.

Os princípios orçamentários são explanados no segundo capítulo.

Expõe acerca do exercício financeiro e do ciclo orçamentário para um melhor

entendimento dos elementos que norteiam a matéria.

O planejamento público é apresentado no terceiro capítulo. Expõe

sobre exercício financeiro e ciclo orçamentário no planejamento público,

demonstra como funciona a integração entre o PPA, a LDO e a LOA e quais

demonstrativos são imprescindíveis para a transparência da gestão pública.

A receita pública é alvo no quarto capítulo. Neste encontram-se os

conceitos, o regime contábil, as espécies, os estágios, as ocorrências, bem

como o que ocorre com a anulação de despesa e a conversão em receita.

A despesa pública é representada no quinto capítulo. Expõe os

significados, o regime contábil, as espécies, os estágios e as ocorrências.

Os restos a pagar são comentados no sexto capítulo. São

mencionadas as definições e as possibilidades de inscrição da dívida em restos

a pagar de acordo com a Constituição Federal; da LRF; da Lei no 4.320, de 17

de março de 1964 e do Decreto-Lei 201, de 27 de fevereiro de 1967, bem como

(9)

As vedações e sanções são citadas no sétimo capítulo. Identifica as

vedações de acordo com calendário eleitoral e os tipos de punições para o

gestor público que não administrou as contas públicas na forma legal.

Por fim, o artigo científico apresenta as considerações na conclusão

(10)

2.

LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL (LRF)

A Lei Complementar nº 101, criada em 04 de maio de 2000,

determina princípios e regras do regime fiscal. Deve ser observada pela União,

pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios, assim como as

administrações diretas, autarquias, fundações públicas e empresas estatais

dependentes. Suas normas devem ser obedecidas por todas as esferas dos

poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, assim como o Ministério Público e

Tribunal de Contas.

A LRF surgiu no ordenamento jurídico brasileiro como melhoria na

gestão financeira da coisa pública. Esta lei estabelece o controle racional,

proporcional e probo do orçamento, tendo por base a redução do deficit

público.

A Lei Complementar no. 101 expõe condições para o atendimento de

limites a serem cumpridos para as principais variáveis fiscais. Oferece,

portanto, condições a fim de cumprir de objetivos e metas fiscais, bem como as

formas de combate de eventuais desvios.

O criterioso controle encontra-se no endividamento público, nas

despesas com seguridade e ações de duração continuada, nos custos com

pessoal e na administração financeira e patrimonial.

Ela impõe uma rigorosa conduta fiscal aos gestores na

administração do patrimônio público. A eficiência compreende a atuação

responsável entre a receita arrecadada e a despesa realizada.

A citada lei determina que, no último ano de legislatura e do

mandato do chefe do executivo federal, estadual e municipal, não poderá ser

assumida a despesa que não tiver condições de ser paga dentro do mesmo

exercício. Em caso de restar alguma parcela a ser paga no exercício seguinte,

o valor não deverá ultrapassar ao caixa disponível.

Trata-se de um modo de agir de forma planejada, responsável,

controlada e transparente, a fim de coibir riscos e retificar desvios que possam

atingir o equilíbrio entre receitas e despesas. O planejamento se refere ao

(11)

ferramentas seguintes: Plano Plurianual (PPA), Lei de Diretrizes Orçamentárias

(LDO), bem como a Lei Orçamentária Anual (LOA). A transparência está na

ampla publicidade dos atos ligados à gestão de receitas e despesas pelo

mandatário. Por fim, o controle é exercido pelo Tribunal de Contas e Casas

Legislativas. Tanto o Ministério Público, como o cidadão podem também

exercer o controle nos termos da Carta Magna e da própria LRF.

A citada lei determina regras quanto ao cumprimento de

arrecadação de receitas e realização de despesas, assim como aos limites e

condições em caso de: renúncia de receitas, geração de despesas, despesas

com dívidas consolidada e mobiliária, concessão de garantia, inscrição em

restos a pagar e realização de operações de crédito, inclusive por antecipação

de receita.

A inclusão dos valores inscritos em restos a pagar deve constar em

documentos específicos de controle, assim como em balanços e

demonstrativos que individualizam tais espécies de despesas e constam dos

arquivos da Administração Pública. O Relatório de Gestão Fiscal, conforme Art.

55, III, ‘b’, itens 1,3 e 4, da LRF, quanto aos restos a pagar, deve conter as

despesas liquidadas, empenhadas e não liquidadas, bem como empenhos

cancelados.

3.

PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS

O exercício financeiro compreende entre primeiro de janeiro e trinta

e um de dezembro de cada ano. Deve conter as variações qualitativas e

quantitativas que afetem os elementos patrimoniais da Administração Pública.

Por sua vez, o ciclo orçamentário possui o lapso temporal em que são

processadas as atividades típicas do orçamento público, desde sua concepção

até apreciação final. Compreende um período maior do que o exercício

financeiro, pois engloba todas as fases do processo orçamentário: elaboração;

discussão e votação da Lei Orçamentária Anual; execução e

(12)

O orçamento público surgiu como ferramenta de controle do gasto

público. Os princípios surgiram para fins de vinculação do orçamento a

determinadas regras, destacando-se os seguintes: periodicidade, totalidade,

globalização, exclusividade, especialização, publicidade, equilíbrio, orçamento

bruto e desvinculação das receitas.

A periodicidade determina que o orçamento não deverá ultrapassar

um exercício financeiro (1º de janeiro a 31 de dezembro) (Lei n° 4.320/64 art.

34).

A totalidade prevê que deve existir apenas um orçamento em cada

exercício financeiro para cada ente federativo. Com isso, objetiva-se eliminar

orçamentos paralelos (Lei n° 4.320/64, art. 2°).

A globalização regra que o orçamento deve conter todas as receitas

e despesas (Lei n° 4.320/64, arts. 2°, 3° e 4°). Este princípio, no entanto, não

se aplica ao Plano Plurianual (PPA), pois nem todas devem estar contidas no

PPA.

A exclusividade orienta que o orçamento não deve conter matéria

estranha à orçamentária, exceto autorização para abertura de créditos

suplementares e contratação de operações de crédito (mesmo que por

antecipação de receita) (Lei n° 4.320/64, art. 7°). As exceções ao princípio

possibilitam uma margem de flexibilidade para a realização de alterações

orçamentárias.

A especialização refere-se à discriminação de receitas e despesas,

demonstrando a origem e aplicação de recursos (Lei n° 4.320/64, art. 15°).

Com isso, combate-se a “ação guarda-chuva”, que é genérica, bastante

flexível. As exceções são os programas especiais de trabalho (exemplo,

proteção à testemunha) e reserva de contingência (para evitar prováveis

perdas decorrentes de situações emergenciais) que são dotações globais, pois

prescindem de discriminação. Não se trata de dotação ilimitada (sem valores

definidos), pois esta é vedada.

A publicidade designa que as decisões orçamentárias devem ser

divulgadas por meios de comunicações oficiais para conhecimento público e

(13)

O equilíbrio informa que, em cada exercício financeiro, o montante

da despesa autorizada não será maior que à receita prevista para o período

(LRF, art. 4°, I, “a”).

O orçamento bruto determina que todas as parcelas da despesa e

da receita devem aparecer no orçamento em seus valores brutos, sem

deduções (Lei n° 4.320/64 art. 6°), independentemente se o saldo líquido é

positivo ou negativo. É diferente do princípio da globalização.

A desvinculação das receitas veda a vinculação de receita de

impostos a órgão, fundo ou despesa para atender a determinados gastos, salvo

os casos previstos na Constituição (Constituição Federal, art. 167, inc. IV).

Portanto, o orçamento público obedece aos princípios a fim de

exercer o controle sobre a dívida, sob o ponto de vista da formalização

orçamentária.

4.

PLANEJAMENTO PÚBLICO

O planejamento estrutural das ações governamentais refere-se à

decisão no que diz respeito aos objetivos, recursos e políticas sobre aquisição,

utilização e disposição de recursos. O planejamento e o orçamento de cada

ente são compostos do Plano Plurianual (PPA), da Lei de Diretrizes

Orçamentárias (LDO) e da Lei Orçamentária Anual (LOA). Estas leis preveem

as receitas e fixam as despesas por meio dos planejamentos.

O PPA é uma lei de iniciativa do Governo Executivo Federal que

define, de modo regionalizado, diretrizes, objetivos e metas da administração

pública para as despesas de capital e outras decorrentes delas e para as

relativas aos programas de educação continuada. É uma ferramenta de

planejamento de médio prazo, que dura quatro anos, sendo três do governo

que o elaborou, abrangendo até o primeiro ano do mandato seguinte.

Ele retrata as intenções do gestor público para um período de quatro

anos. Ele pode ser revisado, enquanto viger, por inclusão, exclusão ou

(14)

A elaboração do plano de forma regionalizada promove que

oportunidades de investimentos sejam determinadas conforme realidades

regionais e locais. Com isso, busca-se um equilíbrio no desenvolvimento das

diversas regiões do país.

Sob pena de crime de responsabilidade, nenhum investimento, cuja

execução ultrapasse um exercício financeiro, poderá ser iniciado sem a prévia

inclusão no PPA ou em lei que autorize a inclusão, conforme previsto na

Constituição Federal, Art. 167, § 1º.

A LDO compreende metas e prioridades da Administração Pública

Federal, bem como inclui despesas de capital para o exercício financeiro

subsequente. Ele também dispõe acerca das alterações da legislação

tributária, bem possui a função, inclusive, de estabelecer a política de aplicação

das agências financeiras oficiais de fomento. Ele representa um elo entre o

PPA e LOA, uma vez que é um plano prévio à LOA, assim como o PPA é um

plano prévio à LDO.

É obrigatória a autorização específica na LDO para fins de

concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação de

cargos, empregos e funções ou alteração de estrutura de carreiras, assim

como a admissão ou contratação de pessoal pelos órgãos e entidades da

Administração Pública Direta ou Indireta, inclusive fundações instituídas e

mantidas por ela, exceto no caso de sociedades de economia mista e

empresas públicas.

O presidente da república deverá enviar o projeto anual de LDO até

oito meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro (15 de abril).

O Congresso Nacional deverá devolvê-lo para sanção até o encerramento do

primeiro período da sessão legislativa (17 de julho), que não será interrompida

sem aprovação do projeto (CF, Art. 57, § 2º).

A LOA é uma lei especial que contém somente a previsão das

receitas e fixação das despesas públicas, sendo liberadas, excepcionalmente,

as autorizações para créditos suplementares e operações de crédito, inclusive

por antecipação de receita orçamentária. A vigência é de um ano.

A LOA poderá conter autorização do Executivo para abrir limite de

(15)

como para realizar em qualquer mês financeiro operações de crédito por

antecipação de receita para atender as insuficiências de caixa.

A finalidade é a efetivar objetivos e metas estabelecidos no PPA. É o

cumprimento anual das etapa do PPA, em conformidade com o que foi

estabelecido na LDO. Em relação à vigência, a LOA deverá ser encaminhada

ao Legislativo quatro meses antes do final do exercício financeiro (31 de

agosto), e devolvido ao executivo até o encerramento da sessão legislativa (22

de dezembro) do exercício de sua elaboração.

De acordo com o § 3º do art. 165 da Constituição Federal, "o Poder

Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, o

relatório resumido da execução orçamentária”. Este relatório, conforme dispõe

o art. 52 da LRF, será publicado até trinta dias após o encerramento de cada

bimestre, composto de balanço orçamentário especificando receitas e

despesas e demonstrativo da execução detalhada de receitas e despesas.

O Relatório de Gestão Fiscal (RGF) deverá ser emitido e assinado

ao final de cada quadrimestre pelos titulares dos Poderes e órgãos citados pela

Lei Fiscal. De acordo com o Art. 54, parágrafo único da LRF, os agentes

públicos responsáveis pela área financeira do ente também deverão assiná-lo.

No caso dos Municípios com menos de cinquenta mil habitantes, os

demonstrativos do RREO constantes do art. 53 e o RGF poderão ser

divulgados semestralmente, conforme o art. 63, inciso II, da LRF. O § 1º cita

que a divulgação deve ocorrer até trinta dias após o encerramento do

semestre.

Já em relação ao Município que supere os limites relativos à

despesa total com pessoal ou à dívida consolidada, tal faculdade não será

concedida, devendo ser cumpridos os mesmos prazos atribuídos às demais

(16)

5.

RECEITA PÚBLICA

Sérgio Mendes nos ensina, em sua obra “Administração Financeira e

Orçamentária, no capítulo “Receitas”, que, em sentido amplo, a receita pública

corresponde a todas as entradas de bens e direitos, em certo período de

tempo, que o Estado usa para fins de financiar seus gastos, podendo, ou não,

ser incorporada ao patrimônio, independentemente de contrapartida no

passivo. Em sentido estrito, compreende todas as entradas de bens e direitos,

em certo lapso temporal, que se incorporam ao patrimônio público sem a

necessidade de devolução posterior. De qualquer forma, a receita arrecadada é

um instrumento condicionante à execução orçamentária da despesa.

Dispõe o artigo 38 da Lei 4.320 que o valor correspondente a uma

eventual anulação da despesa empenhada deverá retornar à dotação inicial e,

quando essa anulação ocorrer após o encerramento do exercício em que a

despesa tiver sido empenhada (despesa inscrita em Restos a Pagar), a

importância correspondente reverterá como receita do exercício em que ocorrer

a referida anulação. O valor da despesa relativa ao cancelamento só pode ser

convertido em receita se houver uma disponibilidade guardada em caixa para

aquela finalidade.

Assim, as receitas arrecadadas são obtidas pelo ente com meios

próprios e são compatíveis conforme o critério da competência. O mesmo não

pode ocorrer com as receitas recebidas, que, pelo regime de caixa, apenas

podem ser contabilizadas pelo ente que as recebe quando efetivamente

transferidas pelo ente que as detinha.

O regime de caixa é adotado para as receitas. Estabelece que

pertencem ao mesmo exercício financeiro as receitas nele arrecadadas. A

causa para a adoção do regime de caixa às receitas é fundada na constatação

de que, a maioria dos entes da federação, em especial aos municípios, nem

todas as receitas são arrecadadas. Algumas, inclusive, transferidas por

mandamento constitucional.

Tal sistemática possibilita maior segurança e realidade à

escrituração orçamentária, evitando o uso de dados fictícios. Estes dados

(17)

A receita pública é classificada em duas categorias: orçamentária e

extraorçamentária.

5.1 RECEITA ORÇAMENTÁRIA

Corresponde a entradas de recursos que o Estado utiliza para

honrar seus gastos, transitando pelo patrimônio público. É prevista no

orçamento e designa fonte para pagamento de despesa autorizada. Tem por

base a fonte econômica de sua geração, exceto as transferências entre órgãos

e esferas de governo cuja classificação é conforme o destino dos recursos, se

para aplicações correntes ou de capital. A receita orçamentária é composta

pelas seguintes receitas: corrente e de capital. Destacam-se na categoria de

receita corrente: tributária, de contribuições, patrimonial, agropecuária,

industrial, de serviços, transferências correntes e outras receitas correntes. Na

categoria receita de capital, destacam-se: operações de crédito, alienação de

bens, recebimento de dívidas e auxílios recebidos pelo órgão ou entidade.

A codificação da receita para efeito da elaboração do

acompanhamento e da avaliação do orçamento compreende 8 dígitos, nesta

ordem: categoria econômica; fonte; rubrica; alínea, e os 4 seguintes separados

dos primeiros por um ponto e entre eles, de 2 em 2, também por um ponto,

indicam as subalíneas.

A receita gasta com determinada finalidade é agrupada em uma

mesma codificação, conhecida como fonte. A fonte é o agrupamento de

receitas por natureza sob determinados códigos, mediante a vinculação legal

dos respectivos dispêndios.

5.2

RECEITA EXTRAORÇAMENTÁRIA

Possui caráter transitório, não é prevista no orçamento e designa

fato de natureza financeira, decorrente da própria gestão das entidades. Assim,

o Estado é depositário de valores não oportunamente restituídos aos

(18)

também, com prescrições, insubsistências, decisões administrativas e

sentenças favoráveis. São receitas extraorçamentárias: valores em poder de

agentes financeiros e outras entidades; salários não reclamados de servidores;

consignações e outras retenções não pagas ou recolhidas no período; valores

recebidos de bens de ausentes; valores registrados em depósitos de diversas

origens (administrativos, judiciais e provisões para cheques não resgatados no

exercício); saldos em poder dos fundos especiais, e inscrições de restos a

pagar e do serviço de dívida a pagar, bem como saldos em poder dos fundos

especiais.

5.3 ESTÁGIOS DA RECEITA

Para que haja recursos, faz-se necessário o cumprimento de quatro

estágios para o processamento da receita: previsão, lançamento, arrecadação

e recolhimento (IBAM- Instituto Brasileiro de Administração Municipal, 2001).

5.3.1 Previsão

É a estimativa de quanto se deve arrecadar no exercício por parte do

governo. Por meio desta fase, as despesas são autorizadas. Uma parcela da

receita poderá sofrer lançamentos, correspondendo aos impostos diretos,

taxas, contribuições de melhoria, etc.

5.3.2 Lançamento

É a identificação do devedor ou do contribuinte. Corresponde ao ato

da repartição competente que verifica a procedência do crédito fiscal ao

devedor e inscreve a débito deste. Os impostos diretos e quaisquer outras

rendas com vencimentos determinados em lei, regulamentos ou contratos são

(19)

5.3.3 Arrecadação

Corresponde aos pagamentos efetuados pelos contribuintes às

repartições fiscais e rede bancária autorizada.

5.3.4. Recolhimento

Corresponde ao repasse dos valores recebidos pelos agentes

arrecadadores ao Banco do Brasil para crédito da Receita da União do Tesouro

Nacional ou bancos estaduais para crédito da conta da Receita Estadual do

Tesouro Estadual ou da conta Receita Municipal do Tesouro Municipal,

conforme o caso.

Conclui-se, então, que os estágios da receita pública representam a

fase reconhecida e o comportamento da cada uma. Com isso, facilitam-se o

conhecimento e a gestão de entrada de recursos.

6. DESPESA PÚBLICA

A despesa pública corresponde à distribuição e ao emprego das

receitas para o custeio dos diferentes setores da Administração e para os

investimentos.

Para as despesas foi adotado o critério da competência, ao dispor

que são computados no exercício todos os gastos legalmente empenhados,

ainda que não pagos no mesmo período.

O art. 36 da lei n° 4.320/64 ainda distingue as despesas em

processadas e não processadas. As processadas referem-se a empenhos

executados e liquidados, prontos para o pagamento; as despesas não

processadas são os empenhos de contratos e convênios em plena execução,

(20)

Após o cumprimento da condição estabelecida, conforme art. 58, a

despesa está processada, podendo prosseguir ao pagamento, com inscrição

na contabilidade. Entretanto, se a despesa não for paga até o término do

exercício financeiro o crédito será inscrito em restos a pagar, com quitação a se

realizar no próximo exercício. Restos a pagar, portanto, referem-se apenas aos

empenhos processados.

Quanto aos empenhos não processados, referentes a projetos de

convênios ou contratos em plena execução, sem o implemento da condição

prevista, seus registros contábeis ocorrerão nas contas de compensação. Com

isso, evita-se a inclusão no registro do passivo financeiro da entidade e a

consequente visualização enganosa de sua real situação financeira.

O parágrafo único do art. 36 ordena que os empenhos que correrem

à conta de créditos com vigência plurianual e que ainda não foram liquidados,

só serão computados como restos a pagar no último ano de vigência do

crédito.

O art. 35 encerra o princípio da competência para os registros

contábeis de receita e despesa públicas. Cria-se, então, uma correspondência

entre o recurso e o período de sua geração, ao qual deverá ser escriturado a

fim de preservar a ordem da contabilidade pública, trazendo transparência na

gestão e previsibilidade financeira. Esta divisão de competência, porém, nem

sempre é rigidamente observada, pois, pelo princípio da continuidade do

serviço público, as obrigações não pagas em um exercício podem ser

transferidas para o próximo exercício financeiro.

A dívida pública compreende a dívida flutuante e a dívida

consolidada. A dívida flutuante corresponde aos seguintes compromissos

exigíveis, cujo pagamento independe de autorização orçamentária: os restos a

pagar, excluídos os serviços da dívida; os serviços da dívida; os depósitos,

inclusive consignações em folha; as operações de crédito por antecipação de

receita e o papel-moeda ou moeda fiduciária. A dívida consolidada abrange os

compromissos de exigibilidade acima de 12 meses contraídos mediante

emissão de títulos ou celebração de contratos para atender a desequilíbrio

orçamentário, ou a financiamento de obras e serviços públicos, e que

(21)

6.1

DESPESA ORÇAMENTÁRIA

É a despesa, autorizada pelo Poder Legislativo, que integra o

orçamento na sua elaboração. A despesa orçamentária é composta pelas

seguintes despesas: corrente e de capital. Destacam-se na categoria de

despesa corrente: pessoal e encargos sociais, juros e encargos da dívida

interna, juros e encargos da dívida externa e outras despesas correntes. Na

categoria despesa de capital, integram: investimentos, inversões financeiras,

amortização da dívida interna e amortização da dívida externa.

A modalidade de aplicação indica quem realiza o gasto. Com isso,

efetua-se a despesa por aplicação direta ou através de transferências na

mesma ou em outras esferas da Administração Pública, ou mesmo a entidades

privadas, no país ou no exterior. Os tipos são: transferência intragovernamental

a entidades não integrantes do orçamento fiscal e da seguridade social;

transferências à União; transferências aos Estados e ao Distrito Federal;

transferências aos Municípios; transferências a instituições provadas sem fins

lucrativos; transferências a instituições multigovernamentais; transferências ao

exterior (governos); transferências ao exterior (organismos internacionais);

transferências ao exterior (fundos internacionais) e aplicações diretas.

Os elementos da despesa correspondem ao objeto do gasto.

Destacam-se: aposentadorias e reformas; pensões; contratação por tempo

determinado, outros benefícios previdenciários; benefício mensal ao deficiente

e ao idoso; contribuição a entidades fechadas de previdência; outros benefícios

assistentes; salário-família; outros benefícios de natureza social; vencimentos

de vantagens fixas (pessoal civil); vencimentos de vantagens fixas (pessoal

militar); obrigações patronais; diárias (civil); diárias (militar); outras despesas

variáveis (pessoa civil); auxílio-financeiro aos estudantes; auxílio-fardamento;

auxílio-financeiro a pesquisadores; juros sobre a dívida por contrato; outros

encargos sobre a dívida por contrato; juros, deságios e descontos da dívida

mobiliária; outros encargos sobre a dívida mobiliária; encargos sobre operação

de crédito por antecipação de receita; material de consumo; material de

distribuição gratuita; passagens e despesas com locomoção; serviços de

(22)

mão-de-obra; arrendamento mercantil; outros serviços de terceiros (pessoa jurídica);

contribuições; auxílios; subvenções sociais; subvenções econômicas;

equalização de preços e taxas; auxílio-alimentação; auxílio-transporte; obras e

instalações; equipamentos e material permanente; aquisição de imóveis;

aquisição de bens para revenda; aquisição de títulos de crédito; aquisição de

títulos representativos de capital já integralizado; constituição ou aumento de

capital e emendas; concessão de empréstimos; depósitos compulsórios;

principal da dívida contratual resgatado; principal da dívida mobiliária

resgatado; correção monetária ou cambial da dívida contratual resgatada;

correção monetária ou cambial da dívida mobiliária resgatada; correção

monetária de operações de crédito por antecipação de receita; principal

corrigido da dívida mobiliária refinanciado; principal corrigido da dívida

contratual refinanciado; distribuição de receitas; sentenças judiciais; despesas

de exercício anteriores; indenizações e restituições; indenizações trabalhistas;

indenização pela execução de trabalhos de campo e regime de execução

especial

A classificação da despesa quanto à sua natureza corresponde à

agregação de 6 dígitos na seguinte ordem: categoria econômica (primeira),

grupo (segunda), modalidade de aplicação (terceira e quarta) e objeto de gasto

(quinta e sexta).

6.2

DESPESA EXTRAORÇAMENTÁRIA

É a despesa que não integra o orçamento do poder público.

Compreende devoluções dos valores de terceiros que foram recebidos

anteriormente.

6.3 Estágios da despesa

São três estágios de realização da despesa: empenho, liquidação e

pagamento. Publicada a LOA e observadas as normas de execução

(23)

orçamentárias utilizam seus créditos, considerando a realização ou execução

de despesa. A execução orçamentária corresponde ao empenho e à

liquidação; o pagamento já é a execução financeira.

6.3.1 Empenho

A despesa empenhada é aquela: ordenada por agente competente,

investido ou delegado, previamente empenhada, anteriormente autorizada por

lei orçamentária ou constante de créditos adicionais, e, finalmente, advinda de

processo licitatório ou dos casos de dispensa de tais formalidades. A referida

despesa deve ocorrer até o limite dos créditos orçamentários previstos na Lei

de Orçamento.

Com base na dotação orçamentária à respectiva despesa, após a

realização do empenho, inicia-se o cumprimento do contrato, convênio ou

determinação legal.

No decorrer do exercício, o empenho deverá ser anulado

parcialmente, quando o valor exceder o montante da despesa realizada;

totalmente, quando o serviço contratado não foi realizado ou quando o

empenho foi emitido de forma incorreta.

No encerramento do exercício, deverá ser anulado quando se referir

a despesas não liquidadas, exceto nos casos previstos em restos a pagar.

São três modalidades de empenho que variam conforme natureza e

finalidade: ordinário, global e por estimativa.

O empenho é considerado ordinário quando se refere a despesas

com montante previamente conhecido e cujo pagamento deve ocorrer de uma

só vez. O empenho é global quando atende às despesas com montante

previamente conhecido, porém de pagamento parcelado. É previsto em

contrato, como, por exemplo, prestação de serviços por terceiros. O empenho

por estimativa acolhe despesas cujo valor não se possa determinar com

antecedência, a exemplo das contas de água, luz e telefone.

Para cada empenho será extraída uma nota de empenho.

Registra-se esta operação indicando o nome do credor, a especificação e a importância

(24)

É vedado aos municípios empenhar, no último mês do mandato do

prefeito, mais do que um duodécimo da despesa prevista no orçamento vigente

ou assumir compromissos financeiros para execução depois do término do

mandato, exceto nos casos de calamidade pública.

6.3.2 Liquidação

A liquidação da despesa consiste na verificação do direito adquirido

pelo credor, por meio da apuração da origem e do objeto do que se deve

pagar, da importância exata e a quem se deve pagar para extinguir a

obrigação.

Envolve, portanto, todos os atos de verificação e conferência, desde

o ingresso do material ou prestação do serviço, até o reconhecimento da

despesa, para que se conclua se houve implemento da condição ou não.

6.3.3 Pagamento

O pagamento é estágio que se dá por ordem da autoridade

administrativa competente, determinando que uma determinada despesa seja

paga. Consiste na entrega de recursos equivalentes à dívida líquida ao credor

por meio de ordem bancária (OB).

O regime de competência exige que as despesas sejam

contabilizadas no exercício em que foram gerados. Por ter sido realizado no

ano anterior, o eventual pagamento da despesa no exercício seguinte deve ser

considerado extraorçamentário.

O suprimento de fundos é a modalidade de pagamento de despesa

permitida em casos excepcionais e só quando sua realização não possa

subordinar-se ao processo normal de atendimento por meio de OB. Nesta

modalidade, poderão ser atendidas as seguintes despesas: de pequeno vulto,

de serviços que exijam pronto pagamento em espécie e as que devam ser

(25)

De acordo com a análise, os estágios aumentam o grau de

confiabilidade nas operações dos atos dos gestores. O objetivo é evitar

possíveis falhas, fraudes ou desvios dos recursos públicos.

7. RESTOS A PAGAR

Restos a Pagar são, conforme definição do art. 36 da Lei no

4.320/64, "as despesas empenhadas, mas não pagas até o dia 31 de

dezembro".

Logo, os restos a pagar são obrigações assumidas pelo ente público

enviadas ao efetivo pagamento, uma vez reconhecidas a certeza de liquidez do

direito do credor.

A expressão "restos a pagar" é composta de duas partes:

a) restos – a diferença entre o total das obrigações assumidas pelo ente

público no exercício financeiro e o volume das obrigações pagas no mesmo

período. Indica, conseqüentemente, o que o governo deveria ter pago no

exercício, no entanto, não o fez;

b) a pagar – indicativo de que a obrigação assumida e ainda não paga será

quitada no próximo seguinte.

Sobre o exposto, Hélio Kohama afirma que,

Restos a pagar constituem uma operação do sistema financeiro de escrituração contábil, sendo a despesa realizada normalmente pela sua liquidação, e lançada como Despesa Orçamentária do Exercício a Pagar. O saldo que porventura houver nessa conta no dia 31 de dezembro será transferido para a conta de Restos a Pagar de despesas processadas, após o devido relacionamento para efeitos de inscrição (...) São restos a pagar de despesas processadas aquele cujo empenho foi entregue ao credor, que por sua vez forneceu o material, prestou o serviço ou ainda executou a obra, e a despesa foi considerada liquidada por ter sido cumprido o terceiro estágio correspondente à liquidação, estando na fase do pagamento, sendo considerada, em termos orçamentários, despesa realizada (KOHAMA, 1998, p. 172-4).

São restos a pagar processados as despesas liquidadas, enquanto

(26)

empenho, no primeiro caso, não pode ser anulado, enquanto que, no segundo,

já é passível.

Enquanto os restos a pagar referem-se a despesas administrativas,

o serviço de dívidas a pagar compreende despesas financeiras com juros e

amortizações empenhadas e não pagas.

A LRF ratifica a base do conceito de restos a pagar, pois, enquanto

não ocorrer o implemento da situação prevista, não haverá o reconhecimento

da liquidez do direito do credor. Não se pode, portanto, emitir o empenho, ser

considerado processado nem contabilizado como resíduo a ser quitado em

próximo exercício financeiro.

Após o cumprimento da condição estabelecida, vide art. 58, a

despesa está processada, podendo prosseguir ao pagamento, com inscrição

na contabilidade pública. Todavia, se a despesa não for paga até o término do

exercício financeiro, dia 31 de dezembro, fim do ano civil, o crédito será inscrito

em restos a pagar, com quitação a se realizar no próximo exercício. Restos a

pagar, portanto, referem-se apenas aos empenhos processados (Lei n°

4.320/64, art. 58).

O parágrafo único do art. 36 ordena que os empenhos que correrem

à conta de créditos com vigência plurianual e que ainda não foram liquidados,

só serão computados como restos a pagar no último ano de vigência do crédito

(art. 36, parágrafo único lei n° 4.320/64).

Na apuração da disponibilidade de caixa, são considerados os

encargos e as despesas compromissadas a pagar até o final do exercício (art.

42, parágrafo único, LRF), como o pagamento das despesas já empenhadas e

o pagamento de obrigações constitucionais até o final do ano.

Para proceder ao pagamentodos restos a pagar, a lei distingue três

situações práticas (art. 37, lei n°4.320/64):

A primeira envolve os restos de exercício anterior com existência de

crédito próprio no orçamento respectivo capaz de atendê-los. Apesar do

empenho não ter sido processado na época devida em que foi gerada, a

(27)

seguinte, à conta de dotação específica. Neste caso, há crédito próprio no

orçamento anterior com saldo suficiente para atendê-las.

A segunda corresponde aos restos a pagar com prescrição

interrompida. Na hipótese do administrador não integrar os restos a pagar ao

patrimônio, nem chamar os credores, apresentando os créditos sempre como

compromissos já prescritos legalmente e, se algum credor provocar o

pagamento dentro do prazo legal, terá seu empenho processado e pago

conforme o art. 37. Dessa forma, os valores advindos destes restos prescritos

serão convertidos em patrimônio.

A terceira situação é a de compromisso reconhecido depois do

encerramento do exercício respectivo. Neste caso, é necessário que a

autoridade competente reconheça a despesa a pagar, mesmo que não

empenhada no exercício de origem, e admita a ocorrência, neste exercício, de

sua contrapartida. É o caso da prestação de um serviço contínuo

disponibilizado em dezembro. Como se trata do último mês de um exercício

financeiro, apenas cobrará do órgão público no início do exercício posterior.

Tratando-se de obrigação líquida e certa, o administrador deveria empenhá-la

por estimativa e incluí-la no item orçamentário "despesas contratadas em

execução".

Se não o fizer, o gestor público a pagará com suplementação da

dotação por meio de inclusão nas "despesas de exercícios anteriores", que

contará com reserva de contingência.

Quanto à inscrição e pagamento dos restos a pagar é vedado, ao

titular de Poder ou órgão referido no art. 20, nos últimos oito meses do seu

mandato, contrair obrigação de despesa que não possa ser cumprida

integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício

seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito (art.

42, LRF).

Dentre as várias limitações à atividade administrativa impostas pela

LRF, encontra-se a que veda o gestor público contrair obrigação de despesa

que não possa ser cumprida integralmente dentro de seu mandato, ou que

tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente

(28)

que o ordenador de despesas verifique se há disponibilidade de caixa líquida,

deduzindo todas as despesas que o vincularão até o final do mandato, a fim de

previamente saber se poderá ou não assumir nova despesa.

Os restos a pagar têm como base a organização da atividade

financeira do Estado em ciclos e a impossibilidade do cumprimento de

determinadas despesas dentro do exercício.

Pressuposto de uma gestão financeira responsável, a escrituração

deverá divisar os ciclos da movimentação econômica. Para melhor publicidade

dos atos administrativos, os períodos de arrecadação e de gasto público devem

ser discriminados.

O administrador pode, no final de mandato, determinar o empenho

de despesa sem recursos financeiros, contando com verba que será repassada

por convênio, desde que este já foi assinado. Se o gestor contrair obrigação de

despesa a partir de maio do último ano de seu mandato que não poderá ser

integralmente cumprida até seu término, o respectivo empenho poderá ser

inscrito em restos a pagar, desde que haja suficiente disponibilidade de caixa

para saldá-lo no exercício seguinte. O mandamento também se aplica às

obrigações acessórias, sendo que as disponibilidades de caixa deverão ser

consideradas para seu respectivo pagamento.

Por sua vez, o art. 59 da Lei nº 4.320/64 determina que: “O empenho

da despesa não poderá exceder o limite dos créditos concedidos”. O artigo não

limita a quantidade de empenhos; apenas determina que os valores

empenhados não superem o limite da dotação previamente fixada.

A norma referida da LRF, por outro lado, proíbe contrair obrigação

de despesa nos oito últimos meses de mandato. Não se aplica às despesas

empenhadas nos últimos oito meses geradas em decorrência de obrigações

anteriormente assumidas. Portanto, a despesa assumida antecipadamente ao

período eleitoral, ainda que seu empenho ocorra neste ínterim, não vincula seu

ordenador a cumpri-la integralmente em seu mandato ou que reserve

disponibilidade de caixa do próximo exercício (LRF, art. 42).

A LRF impõe ao gestor assumir obrigação de despesa nos últimos

oito meses de mandato que se adéqüe à capacidade financeira de sua

(29)

equilíbrio entre os recursos de caixa e os restos a pagar. Isto ocorre nas

seguintes situações (LRF, art. 42):

a) se o saldo financeiroem abril, final do período pré-eleitoral (para fins do art.

42), for de superávit, o gestor poderá assumir despesa até o limite do superávit

somado ao total de receita realizada. Ao término do mandato, o saldo

financeiro não deve ser deficitário.

b) se o saldo financeiro em abril for zerado ou deficitário, o valor total das

despesas assumidas nos últimos oito meses de mandato não poderá superar o

valor das receitas a ser realizadas neste período. Nesta posição, o saldo

financeiro em 31 de dezembro deverá, pelo menos, ser o mesmo do período

pré-eleitoral. Não se exige, então, que o gestor crie superávit nem zere a dívida

flutuante, contanto que não deixe restos a pagar ao próximo exercício.

Assim procedendo, o administrador estará respeitando, quanto às

despesas assumidas antes e depois do início do prazo eleitoral, a ordem

cronológica de pagamento dos credores, nos moldes dos artigos 1º, inciso XII,

do Decreto-Lei n. 201/67; e 5º e 92 da Lei n. 8.666/93.

Não poderão ser cancelados, por motivo de inexistência de

disponibilidade de caixa, os empenhos originados de obrigações

constitucionais ou legais destinados ao pagamento da dívida que, nos termos

do disposto no § 2º, do art. 9º da LRF, não podem ser objeto de limitação de

empenho. Se ao administrador é vedado limitar tais empenhos, também estará

impedido de promove-lhes o cancelamento.

A questão da suficiente disponibilidade de caixa do exercício

seguinte para saldar os restos a pagar do exercício anterior suscita dúvidas

quanto às despesas providas de obras que ultrapassem o final de mandato

eletivo.

As obras plurianuais demandam alocação de recursos em mais de

um exercício financeiro e são permitidas desde que constem no PPA e na LDO

(30)

Pelo princípio da continuidade do serviço público, sendo reservado

nestes instrumentos o contingente necessário ao seu pagamento, o

administrador público não é obrigado a prover recursos financeiros para quitar

a parcela da obra plurianual que será executada com dotação do orçamento

seguinte.

A Administração contrata as obras plurianuais em sua totalidade,

indicando no contrato o crédito orçamentário à conta da qual correrá a despesa

a ser realizada no exercício em que for contratado. Posteriormente, serão

firmados termos aditivos, indicando os créditos referentes às parcelas a serem

executadas no próximo exercício. Logo, tratando-se de obra plurianual que

conste no PPA e na LDO, sendo discriminada a porção orçamentária a ela

destinada, ao gestor público em final de mandato cumpre pagar as parcelas da

obrigação que vençam até o dia 31 de dezembro.

É vedado o aumento de despesa de pessoal nos 180 dias anteriores

ao final do mandato, conforme dispõe art. 21, parágrafo único, da LRF.

Para efeito do disposto no art. 42 da LRF, considerar-se-á contraída

a obrigação de despesa, no momento do ato emanado da autoridade

competente, que cria compromisso de pagamento, pendente ou não de

implemento de condição, conforme define o art. 58 da Lei n° 4.320/64.

As despesas empenhadas e liquidadas no exercício não poderão ser

canceladas com o objetivo de serem empenhadas nos anos seguintes na

dotação "despesas de exercício anterior" ou outra qualquer, tendo em vista o

regime de competência para os dispêndios públicos (IN nº 03/2000 do TCM,

art. 23, §1°).

O art. 42 da LRF veda ao gestor público, nos últimos oito meses do

seu mandato, contrair obrigação de despesa que não possa ser cumprida

integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício

seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito.

Cabe assinalar que, no projeto original, tal proibição se estendia a todo o

exercício financeiro referente ao último ano do mandato.

Logo, no art. 1º, § 1º, da LRF, que define o conceito de

responsabilidade na gestão fiscal, constata-se que o novo regime pressupõe a

(31)

capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas. Além disso, estabelece que

a lei de diretrizes orçamentárias disponha sobre o equilíbrio entre receitas e

despesas (LRF, art. 4º, I, a). Ainda em favor do equilíbrio fiscal, fixa-se regra

rígida para as previsões de receita (art. 12), limita-se a concessão de renúncia

de receita (art. 14), e se disciplina a geração de novas despesas (arts. 15, 16,

17, 21, 24). Logo, LRF está sempre voltada a combater o deficit público.

O momento em que se considera o ato de contrair obrigação de

despesa consumado é aquele em que o ato estará perfeito e acabado por meio

da despesa líquida. A partir deste último o credor tem seu direito adquirido nos

moldes do art. 63 da Lei nº 4.320/64

O poder público ao desistir do dispêndio, até a fase do empenho,

baseando-se no princípio da supremacia do interesse público, estaria

cometendo, para efeitos criminais, a desistência voluntária. Uma despesa

pública liquidada até abril de um ano para ser paga no exercício subseqüente,

principalmente no final de mandato, escaparia do prazo de oito meses previstos

na legislação que trata de finanças públicas.

Os recursos legalmente vinculados a uma finalidade específica

deverão ser utilizados exclusivamente para atender ao objeto de sua

vinculação, ainda que, em exercício diverso daquele em que ocorrer a

obrigação de acordo com o art. 8º, parágrafo único da LRF. Por esse motivo, a

disponibilidade de caixa deverá constar na escrituração das contas públicas, de

modo que os recursos vinculados a órgão, fundo ou despesa obrigatória fiquem

identificados e lançados de forma individualizada em obediência ao art. 50,

inciso I, da LRF.

Os fluxos financeiros elaborados até o final do exercício, para efeito

de se apurar a capacidade de pagamento necessária para que se possam

contrair novas obrigações de despesa, dentro dos oito últimos meses do

mandato, devem ser feitos isoladamente: um para cada natureza de recurso,

sendo que os saldos deles não se podem compensar. A programação

financeira deve ser feita para cada um dos poderes e órgãos referidos no art.

20 da LRF. Eis o planejamento exigido pelo regime de Gestão Fiscal

(32)

Desse modo, pode-se dizer que os elementos históricos presentes

na formulação da LRF, bem como sua interpretação lógico-sistemática,

conduzem à idéia de que não é possível o gestor público, no período citado no

art. 42, inscrever despesas em restos a pagar sem suficiente provisão de caixa.

A aceitação de tal prática negaria toda a finalidade da LRF.

A Secretaria do Tesouro Nacional - STN editou a Portaria nº 447, de

13 de setembro de 2002, definindo que, por ocasião do encerramento de cada

exercício, o beneficiário de transferência intergovernamental, observando o

roteiro contábil contido no quadro anexo à citada portaria, deve contabilizar os

restos a pagar registrados pela União, relativos a tributos já arrecadados e que

comporão transferências constitucionais no ano seguinte, como “restos a

receber” (ativo financeiro) em contrapartida a transferências

intergovernamentais (receitas). O neologismo “restos a receber” desafia o

regime de caixa imposto para a contabilização das receitas públicas, segundo o

art. 35, I, da Lei nº 4.320/64.

Na avaliação da disponibilidade financeira, serão excluídos os

recursos que pertencem ao regime próprio de previdência; nos moldes da

Portaria STN nº 440/2003, uma vez que tais valores são absolutamente

vinculados (aposentadorias e pensões) e têm a função constitucional de,

mediante engrandecimento capitalizado, garantir o equilíbrio atuarial do

sistema (art. 40, CF), sendo que este, por outro lado, apresenta baixo estoque

de restos a pagar.

Os deficits orçamentários dos três primeiros anos de gestão podem

acarretar parecer desfavorável do órgão de controle interno. Contrariam o

regime de responsabilidade fiscal e, via de consequência, a programação

financeira e o hoje obrigatório instituto da limitação de empenho (LRF, arts. 8º e

9º). Já o deficit dos oito últimos meses, além da negativa decisão dos tribunais

de contas, também acarreta remessa dos autos ao Ministério Público uma vez

que caracteriza transgressão àquele dispositivo. Por outro lado, se houver do

passivo financeiro solvente anterior a LRF e, nos últimos oito meses, não

ocorrer o crescimento líquido de restos a pagar e, ainda assim, subsistir falta

de caixa para tal resíduo passivo, verificada tal hipótese, é porque, após aquela

(33)

Na data de cinco de abril, não deve ocorrer o lastro para gastos em

que já houve adimplemento contratual por parte de terceiros (empenhos e

restos a pagar liquidados), à vista desse hiato financeiro. O ordenador de

despesas autorizará exclusivamente as obras emergenciais, limitando-se, em

regra, ao custeio de serviços já há muito instalados no Município.

A fixação da despesa e a previsão da receita impactam diretamente

no equilíbrio fiscal. Portanto, a inscrição da dívida em restos a pagar, sem a

suficiente cobertura financeira, acarreta no desequilíbrio orçamentário. O

rigoroso controle nos gastos públicos objetiva combater os gastos excessivos

que começam no primeiro período eletivo e continuam nos mandatos

seguintes.

Há uma relação de causa e efeito entre o ato de contrair obrigação

de despesa que não possa ser paga e a inscrição em restos a pagar sem

suficiente provisão de caixa. O zelo nas finanças públicas em busca do

equilíbrio fiscal está em considerar como infração duas situações

correlacionadas: contrair obrigação de despesa sem previsão de pagamento

(causa) e inscrever em restos a pagar sem a correspondente reserva financeira

(efeito).

8 VEDAÇÕES E SANÇÕES

A Resolução nº 23.450/2015 do Tribunal Superior Eleitoral dispõe

sobre o calendário eleitoral de 2016. São citadas, a seguir, as datas com suas

respectivas vedações com o objetivo de evitar o mau uso do recurso público:

a) 01 de janeiro – Data a partir da qual fica vedada a distribuição

gratuita de bens, valores ou benefícios por parte da Administração

Pública, exceto nos casos de calamidade pública, de estado de

emergência ou de programas sociais já autorizados em lei e já em

execução orçamentária no exercício anterior, casos em que o

Ministério Público poderá promover o acompanhamento de sua

execução financeira e administrativa.

b) 05 de abril (180 dias antes) – Data a partir da qual, até a posse dos

(34)

pleito, revisão geral da remuneração dos servidores públicos que

exceda a recomposição da perda de seu poder aquisitivo ao longo do

ano de eleição (Lei nº 9.504/97, art. 73, inc. VIII).

c) 02 de julho (3 meses antes)– Data a partir da qual são vedadas aos

agentes públicos as seguintes condutas:

1 - nomear, contratar ou de qualquer forma admitir, demitir sem justa

causa, suprimir ou readaptar vantagens ou por outros meios dificultar

o exercício funcional e ainda, ex oficio, remover, transferir ou

exonerar servidor público, na circunscrição do pleito, até a posse dos

eleitos (Lei nº 9.504/97, art. 73, incs. V e VI).

Exceções:

a) Nomeação ou exoneração de cargos em comissão e

designação ou dispensa de funções de confiança;

b) Nomeação para cargos do Poder Judiciário, do Ministério

Público, dos Tribunais ou Conselhos de Contas e dos órgãos da

Presidência da República;

c) Nomeação dos aprovados em concurso público homologado

até 02 de julho de 2016;

d) Nomeação ou contratação necessária à instalação ou ao

funcionamento inadiável de serviços públicos essenciais, com prévia

e expressa autorização do chefe do Poder Executivo.

e) Transferência ou remoção ex ofício de militares, de policiais

civis e de agentes penitenciários;

2 - Realizar transferência voluntária de recursos da União aos

Estados e Municípios, sob pena de nulidade de pleno direito,

ressalvados os recursos destinados a cumprir obrigação formal

preexistente para execução de obra ou de serviço em andamento e

com cronograma prefixado, e aos destinados a atender situações de

emergência e de calamidade pública.

Em relação às sanções, a LRF impõe limite de gastos a todos os

entes da federação, seus Poderes e órgãos da administração direta e indireta,

com pessoal e seguridade social; além de restrições para o endividamento

público e regras para sua administração.

A LRF estabelece parâmetros e limites para gastos e

(35)

transferência de recursos voluntários, proibição de contratação de operações

de crédito, contingenciamento de créditos, etc.).

As sanções penais ou os crimes contra as finanças públicas estão

inseridos no Código Penal, Decreto-Lei nº 2.848/40, alterado pela Lei n°

10.028/00. A alteração fez-se necessária para inclusão dos crimes cometidos

contra as finanças públicas.

A LRF determina, ainda, regras de gerência das gestões patrimonial

e financeira relacionadas às disponibilidades de caixa, preservação do

patrimônio público e empresas controladas, além de impor limitações de gastos

no último ano do final dos mandatos do Presidente da República,

Governadores de Estado e Distrito Federal, Prefeitos, presidentes dos órgãos

dos Poderes Legislativo e Judiciário, Ministério Público, Tribunais de Contas,

presidentes de autarquias, dirigentes de fundações públicas, reitores das

universidades, entre outros.

Estabelece regras para transferências voluntárias de recursos entre

os entes da federação e destinação de recursos públicos para o setor privado,

bem como veda, como regra, o socorro a instituições do Sistema Financeiro

Nacional (SFN), porém autoriza a criação de fundos e de outros mecanismos

do SFN para fins de prevenção de insolvência e de outros riscos, constituídos

pelas instituições do SFN.

Segundo art. 37, § 4º, da Carta Magna, os atos de improbidade

administrativa acarretarão suspensão de direitos políticos, perda da função

pública, indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, bem como da

sanção penal cabível.

Um dos pilares básicos da LRF – a responsabilização – ocorrerá

sempre que houver descumprimento às regras estabelecidas na LRF. A

responsabilização do mau gestor poderá ser implementada através de sanções

administrativas, penais, políticas ou morais.

As sanções administrativas correspondem à perda do cargo ou

função pública; à proibição de contratação de operações de crédito, inclusive

por antecipação de receita; e à suspensão ou impedimento em receber

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