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Políticas públicas e governança ambiental para a construção do Plano Nacional de Gestão Sustentável do Solo e da Água no Brasil.

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Academic year: 2022

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UNIVERSIDAD DE CÓRDOBA

INSTITUTO DE SOCIOLOGÍA Y ESTUDIOS CAMPESINOS

DEPARTAMENTO DE CIENCIAS SOCIALES, FILOSOFÍA, GEOGRAFÍA Y TRADUCCIÓN E INTERPRETACIÓN

TESIS DOCTORAL

POLÍTICAS PÚBLICAS Y GOBERNANZA AMBIENTAL PARA LA CONSTRUCCIÓN DEL PLAN NACIONAL DE GESTIÓN SOSTENIBLE

DE SUELOS Y AGUA EN BRASIL

(PUBLIC POLICIES AND ENVIRONMENTAL GOVERNANCE FOR THE CONSTRUCTION OF THE PLAN NATIONAL FOR SUSTAINABLE SOIL AND

WATER MANAGEMENT IN BRAZIL)

DOCTORANDA JULIA FRANCO STUCHI

DIRECTOR DE TESIS DAVID GALLAR HERNÁNDEZ

PROGRAMA DE DOCTORADO

RECURSOS NATURALES Y GESTIÓN SOSTENIBLE

SEPTIEMBRE DE 2022

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TITULO: POLÍTICAS PÚBLICAS E GOVERNANÇA AMBIENTAL PARA A

CONSTRUÇÃO DO PLANO NACIONAL DE GESTÃO SUSTENTÁVEL DO SOLO E DA ÁGUA NO BRASIL

AUTOR: Julia Franco Stuchi

© Edita: UCOPress. 2022 Campus de Rabanales Ctra. Nacional IV, Km. 396 A 14071 Córdoba

https://www.uco.es/ucopress/index.php/es/

ucopress@uco.es

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RESUMEN

Se estima que en Brasil las áreas degradadas ocupan aproximadamente del 16,5% (TCU, 2015) al 22% (Bai, et al., 2018) del territorio nacional con niveles variables de degradación, causados por varios factores, lo que condujo al aumento erosión del suelo y de los recursos hídricos. Si bien el país se caracteriza por su amplio marco legislativo con diversas políticas públicas ambientales orientadas a la conservación ambiental y la sustentabilidad en la agricultura, los problemas ambientales persisten y se agravan de manera preocupante. Así, el Tribunal de Cuentas Federal (TCU) realizó una auditoría identificando deficiencias en la legislación debido a la complejidad y dispersión de la legislación brasileña, así como la superposición y disociación de leyes sobre uso de suelo y agua, lo que representa una situación de riesgo considerable al país con el avance de la degradación de estos recursos (TCU, 2015). Buscando atender las solicitudes del TCU, este estudio ofrece subsidios para comprender mejor las brechas en la gobernanza ambiental brasileña identificadas por la auditoría, con el objetivo de proporcionar una base fundamental de insumos en la construcción de un Plan Nacional para la Gestión Sostenible de Suelos y Agua en Brasil (Plan SoloÁguaBr). El estudio fue encargado por la Empresa Brasileña de Investigación Agropecuaria (Embrapa), con el objetivo de promover el levantamiento, análisis e identificación de las contribuciones de las políticas ambientales federales para apoyar la construcción participativa del Plan SoloÁguaBr. Como objetivos de la investigación, con su correspondiente propuesta metodológica, se estructuraron tres fases, a saber: 1) la identificación, selección y análisis (con relación a los ejes estructurantes del Plan de políticas públicas ambientales rurales a nivel nacional, con enfoque en la conservación de suelos y aguas; 2) el alineamiento del Plan con las tendencias internacionales de la Agenda 2030 de la ONU, con la estructura de gobernanza ambiental nacional, y con los diferentes grupos de actores que la componen; 3) el análisis de experiencias exitosas de gobernanza en la gestión y coordinación interinstitucional en el ámbito de las políticas seleccionadas, con el objetivo de apoyar la formulación del Plan SoloÁguaBr a partir de lecciones aprendidas en torno a cuatro grandes temas: los arreglos interinstitucionales e integración de redes personales, la ampliación de agentes multiplicadores, los lineamientos y estrategias de integración, y una mayor articulación política e institucional. Algunas conclusiones generales apuntan, en el Bloque 1 de resultados, a la necesidad de fortalecer la nueva política del Plan SoloÁguaBr desde una perspectiva integral basada en todos los ejes y aprovechando los instrumentos de gestión ambiental ya existentes (tanto técnico-operativos como de cooperación interinstitucional) en las políticas analizadas; a la necesidad de basar este Plan en el complejo entramado institucional desvelado en el Bloque 2; y a aprovechar los aprendizajes generados por las experiencias exitosas analizados en el Bloque 3. En definitiva, se considera fundamental tener en cuenta los distintos paradigmas socioecológicos de ciencia con y para la sociedad orientados a la construcción de políticas públicas para promover territorios y sistemas agroalimentarios más sostenibles, inclusivos y justos. A lo largo de la tesis se presentan distintos aprendizajes en torno a la gestión y coordinación interinstitucional tanto a nivel federal y estadual como a nivel internacional (Agenda 2030 de la ONU) que pueden complementar y fortalecer al Plan SoloÁguaBr.

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POLÍTICAS PÚBLICAS E GOVERNANÇA AMBIENTAL PARA A CONSTRUÇÃO DO PLANO NACIONAL DE GESTÃO SUSTENTÁVEL

DO SOLO E DA ÁGUA NO BRASIL

Por

Julia Franco Stuchi

Tesis presentada como parte de los requerimientos para optar al grado de Doctor por la Universidad de Córdoba

Programa de Doctorado en Recursos Naturales y Gestión Sostenible Instituto de Sociología y Estudios Campesinos

Departamento de Ciencias Sociales, Filosofía, Geografía y Traducción e Interpretación Universidad de Córdoba

2022

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AGRADECIMENTOS

Inicialmente, meu profundo agradecimento a todas as oportunidades, acontecimentos e pessoas que fizeram com que esta tese fosse possível acontecer. Foi um processo longo, envolvendo diversas pessoas, em algumas circunstâncias, em muitos lugares, de encontro com uma série de propósitos. A todos estes, minha mais sincera gratidão. Esta tese foi o resultado de um esforço conjunto de muitas pessoas, no campo profissional e pessoal, que sem elas não seria possível concretizá-la, o que me incumbe uma difícil tarefa de agradecer nominalmente a tod@s e cada um. Um agradecimento soberano ao Mestre Iroko, para que siga me ajudando a compreender o respeito e poder do tempo das coisas.

Inicialmente, não poderia deixar de agradecer a Ángel Calle e David Gallar, que oportunizaram meu ingresso na UCO, representando o princípio de tudo. Ángel, agradeço sinceramente pelo aceite como primeiro diretor da tese, pelas valiosas contribuições intelectuais e por não deixar nosso barco afundar, passando o bastão para David.

David, destaco aqui meus mais profundos agradecimentos por todo este trabalho, como o principal esteio em todos os momentos de tempestades. Com um senso de alterismo incrível, foi capaz de compreender as imensas dificuldades de uma mulher, mãe “carreira solo” de duas pequenas, dividindo o tempo entre a tese e o trabalho, e fazendo malabarismos entre as turbulências no decorrer destes anos. Considero sua passagem pela minha vida como um presente, como uma pessoa admirável, com críticas construtivas e divertidas, sempre presente, com alto astral (até nos momentos mais difíceis das masmorras da ciência), e sempre motivador. Além de todo o apoio com as tramitações e processos, agradeço com a mente por toda a riquíssima bagagem profissional e intelectual, e agradeço com o coração por todo acolhimento, compreensão e motivação frente às dificuldades.

Partindo do princípio do desenvolvimento da tese, um agradecimento especial e profundo ao meu querido amigo Jorge Lima (in memoriam). Jorge foi o ponto de partida do primeiro projeto para a tese, para que tudo isso pudesse ser concretizado, além de todas as outras valiosas contribuições com meus processos de vida. Embora não tenhamos conseguido concretizar nosso plano inicial, mesmo que no plano material não seja possível fazer chegar este agradecimento, onde quer que você esteja, que sinta minha eterna gratidão pelo seu apoio.

Na ordem cronológica, agradeço a todas as incríveis mulheres da Embrapa Solos que me acolheram temporariamente diante das tempestades com o rumo da tese. À estas poderosas mulheres: Ana, Rachel, Elaine, Marysol, Berna e Margareth, muito obrigada.

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Partindo para a esfera da concretização do trabalho, meus profundos agradecimentos para Petula Ponciano. Uma estimada amiga (com seus valiosos conselhos que reverberam em mim sempre) e uma profissional exemplar, que desde seu cargo de gestora, foi capaz de articular as necessidades e oportunidades, para finalmente dar o prumo para esta tese dentro do contexto perfeito. Além de uma profissional admirável, levo Petula no meu coração, porque sem ela muitos acontecimentos na minha vida profissional não seriam possíveis.

Com este novo prumo, destaco um agradecimento especial ao Aluísio Granato, que sem ele não seria possível a realização deste trabalho. Meus sinceros agradecimentos por todas as provações da vida nos processos de aprendizado em todos os âmbitos, que me transformaram em uma pessoa mais resiliente, com muito a aprender nos nossos encontros e desencontros.

Agradecimentos especiais a FAO, por alavancar a importância deste estudo com o convite em apresentá-lo no Global Symposium on Soil Erosion (GSER19). Ainda, destacando- o dentre mais de 500 participantes de 100 diferentes países, com o convite para a publicação de parte deste estudo em Special Issue na revista Land Degradation & Development (LDD).

Agradecimentos especiais à Clara Lefevre, Isabelle Verberk e Eduardo Mansur, por todo o apoio e parceria, participando ativamente do desenvolvimento de atividades em conjunto, reconhecendo publicamente nossos esforços em esfera internacional que impulsionaram a construção do Plano SoloÁguaBr.

Na sequência dos fatos, agradecimentos especiais para @s pesquisadores envolvidos na publicação do artigo na LDD, que alavancaram esta tese. Joyce Monteiro, minha estimada amiga, que contribuiu com a organização inicial das ideias; agradeço de coração por tudo, especialmente pelo carinho, acolhimento e amparo nas horas mais difíceis. Helga Hissa, incansável parceira nos momentos mais críticos, contribuindo com sua experiência em políticas públicas; agradeço pela presteza e empatia.

Agradeço também a outro grupo de pesquisadoras que trabalharam em conjunto para uma parte da realização deste trabalho no âmbito do Projeto SoloÁguaBr, Rachel e Margareth, além das prestativas estagiárias, especialmente a Carol. Para Rachel, um agradecimento especial por todos os tipos de aprendizado e apoio (especialmente nos momentos mais críticos), especialmente em seu exemplo como profissional e da encantadora pessoa que é.

Para a parte mais prática, agradecimentos especiais a toda equipe da Universidad de Córdoba, desde os aprendizados com @s professores, até a parte operacional das tramitações, destacando a prestativa Mª Ángeles e o fundamental apoio de Arturo Chica.

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Agradeço aos gestores da Embrapa Solos por entenderem a necessidade da finalização deste estudo, permitindo a conciliação desta tese com outras tarefas. Também aos colegas de trabalho pelo entendimento deste processo.

Agradeço a tod@s meus queridos amigos e colaboradores pelo apoio neste caminhar, com destaque à minha iluminada e sempre viva Fada Madrinha (Regina), e ao Dado; ao Mestre querido e amigo de todas as horas Mamona, e Sissa; à minha irmã de alma Melina (por acreditar junto comigo); ao Micuim (pelo amparo e inesperada sinergia); aos amados amigos Bri e Dudinha (pela parceria); e tantos e tantas que sinto a luz da alegria da vida ao encontrá-l@s.

Agradeço também à Marina pelas contribuições finais nos últimos retoques.

Por último, mas a parte mais importante, o maior agradecimento de todos à minha família, pelo incansável apoio, porque ela representa o motor da engrenagem da minha vida para todos os processos, além estenderem meus braços, minhas pernas e meu coração para os cuidados das minhas pequenas nos meus momentos inevitáveis de ausência. Aos meus pais por absolutamente tudo, começando pelo exemplo de vida, que me faltam palavras para expressar.

À minha querida irmã, pela profunda e linda amizade, e por todo couching, em todos os momentos. E ao incrível casal, Cris e João, que passaram a ser parte da nossa família, por todo o carinho, zelo e apreço diários. Ao meu irmão, por contribuir com o nosso crescimento, da sua forma. Ao Amine, por sua gentileza e generosidade. Por fim, às minhas pequenas crias Maya e Malu, meus mais preciosos tesouros, pela compreensão pelas minhas ausências e dedicação intensiva a este trabalho; mais que tudo, pelos aprendizados com nossa convivência, que me impulsionam para ser uma pessoa melhor, diariamente.

Por fim, agradeço às sinergias, que nos impulsionam e nos retroalimentam, dentro de cada uma e de todas as pessoas que acreditam no potencial que temos de promover mudanças na construção de propostas reais para um mundo melhor. Que possamos somar sempre, acreditando que nossos valores em protestar frete às atrocidades ambientais que presenciamos, às desigualdades sociais que sentimos, e às injustiças com a apropriação do poder e da tomada de decisões, potencializem nossa capacidade de ação para as mudanças.

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SUMÁRIO

I INTRODUÇÃO ... 27

II OBJETIVOS ... 34

2.1 Objetivo geral ... 34

2.2 Objetivos específicos ... 34

III MARCO CONCEITUAL ... 36

3.1 Sustentabilidade dos recursos solo e água – enfoque integral ... 36

3.1.1 Metabolismo social ... 39

3.1.2 Ecologia política ... 42

3.1.3 Sistemas agroalimentares sustentáveis... 47

3.1.4 Enfoque socioambiental ... 52

3.1.5 Perspectiva de gênero nas políticas públicas ambientais ... 54

3.1.6 Panorama de restauração e conservação dos recursos solo e água ... 57

3.1.7 Mecanismos internacionais de gestão do solo e da água ... 60

3.2 Governança ambiental - políticas públicas e gestão para a sustentabilidade ... 64

3.2.1 Aprendizados em governança ambiental ... 67

3.2.2 Mudanças de paradigmas ... 69

3.2.3 Co-criação de políticas públicas ... 71

3.2.4 Novas formas de ciência para a sociedade ... 73

IV ESTADO DA QUESTÃO ... 78

4.1 Agenda 2030 e Objetivos de Desenvolvimento sustentável (ODS) ... 78

4.2 Breve histórico das principais políticas públicas brasileiras para a gestão sustentável do solo e da água ... 85

4.3 Proposta do Plano Nacional de Gestão Sustentável do Solo e da Água - Plano SoloÁguaBr. ... 121

V METODOLOGIA ... 132

5.1 Análise de políticas públicas ambientais com relação aos seis eixos propostos para o Plano SoloÁguaBr ... 133

5.1.1 Identificação e seleção das políticas públicas do estudo... 134

(10)

5.1.2 Alinhamento e análise de conteúdo das políticas públicas selecionadas sob a

perspectiva dos eixos propostos no Plano SoloÁguaBr ... 135

5.2 Mapeamento das tendências internacionais da ONU (Agenda 2030) e de instituições-chave da governança ambiental brasileira ... 140

5.2.1 Alinhamento do Plano SoloÁguaBr à Agenda 2030 da ONU ... 140

5.2.2 Identificação dos grupos de atores institucionais da governança ambiental brasileira ... 142

5.2.3 Mapeamento das instituições-chave das políticas públicas nacionais selecionadas ...143

5.3 Análise das experiências exitosas em gestão e coordenação interinstitucional dentro das políticas selecionadas para subsidiar a formulação do Plano SoloÁguaBr ...144

VI RESULTADOS ... 150

6.1 Bloco 1 - Análise de políticas públicas ambientais com relação aos seis eixos propostos para o Plano SoloÁguaBr ... 153

6.1.1 Políticas públicas nacionais e estaduais identificadas e selecionadas ... 154

6.1.2 Políticas públicas nacionais e estaduais alinhadas e analisadas com relação aos seis eixos propostos e Quadros-síntese por políticas ... 154

6.1.2.1. Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) ... 166

6.1.2.2 Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) ... 184

6.1.2.3 Novo Código Florestal Brasileiro (Código Florestal) ... 199

6.1.2.4 Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (PNAPO) ... 213

6.1.2.5 Política Nacional de Mudanças Climáticas (PNMC) ... 228

6.1.2.6 Política Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (PROVEG) ... 240

6.1.2.7 Política Nacional de Combate à Desertificação e Mitigação aos Efeitos da Seca (PNCDMES) ... 252

6.1.2.8 Políticas Públicas Estaduais ... 264

6.1.3 Conclusões parciais do Bloco 1 ... 273

6.2 Bloco 2 - Mapeamentos de tendências internacionais da ONU (Agenda 2030) e de instituições-chave da governança ambiental brasileira ... 290

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6.2.1 Mapeamento dos ODS alinhados às potencialidades da contribuição do Plano

para a Agenda 2030 ... 293

6.2.2 Identificação dos grupos de atores institucionais da governança ambiental brasileira ... 312

6.2.2.1 Governo Federal... 312

6.2.2.2 Governo Estadual ... 321

6.2.2.3 Pesquisa / Ensino ... 323

6.2.2.4 Sociedade Civil Organizada ... 325

6.2.2.5 Setor Privado ... 329

6.2.3 Mapeamento de instituições relacionadas à gestão do solo e da água no Brasi..330

6.2.3.1 Instituições mapeadas relacionadas às sete políticas selecionadas ... 332

6.2.3.2 Instituições mapeadas relacionadas aos grupos de atores sociais ... 335

6.2.3.3 Instituições mapeadas relacionadas aos grupos de atores sociais distribuídos em cada política ... 337

6.2.3.4 Instituições mapeadas relacionadas às Unidade de Federação ... 340

6.2.4 Conclusões parciais do Bloco 2 ... 342

6.2.4.1 Panorama dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) no Brasil como oportunidade para o Plano SoloÁguaBr ... 343

6.2.4.2 Identificação dos grupos de atores institucionais ... 343

6.2.4.3 Mapeamento de instituições relacionadas à gestão do solo e da água no Brasil344 6.3 Bloco 3 - Contribuições pautadas nas análises de experiências exitosas em gestão e interação interinstitucional para subsidiar a construção do Plano SoloÁguaBr ... 346

6.3.1 Macrotema A - Arranjos e redes (Arranjos institucionais e redes interpessoais) ...361

A.1 Experiências exitosas ... 364

A.2 Classificação das experiências dentro das políticas selecionadas ... 375

A.3 Número de instituições envolvidas nas experiências exitosas ... 379

A.4 Indicação de outros atores-chave ... 387

Conclusões Parciais - Macrotema A (Arranjos e redes) ... 390

6.3.2 Macrotema B – Agentes multiplicadores ... 392

B.1 Grupos de atores ... 395

B.2 Fatores de engajamento e motivação ... 411

(12)

B.3 Inclusão e representatividade ... 423

B.4 Estratégias e ferramentas de comunicação ... 437

Conclusões parciais - Macrotema B (Agentes multiplicadores) ... 443

6.3.3 Macrotema C – Integração (Diretrizes e estratégias de integração) ... 448

C.1 Ganhos institucionais ... 449

C.2 Fortalecimento da relação de confiança ... 459

C.3 Problemas e Dificuldades ... 471

Conclusões parciais Macrotema C (Integração) ... 492

6.3.4 Macrotema D - Articulação (Articulação política e institucional) ... 496

D.1 Grau de eficiência das políticas ... 497

D.2 Complementaridade das experiências exitosas com as políticas ... 507

D.3 Cooperação entre políticas ... 516

D.4 Relevância dos seis eixos ... 521

Conclusões Parciais - Macrotema D (Articulação) ... 528

VII CONCLUSÕES ... 535

VIII REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS NAO ESTA FORMATADO ... 542

ANEXOS ... 571

(13)

12 LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Framework da estrutura do Plano SoloÁguaBr. ... 32

Figura 2: Exemplos de solos degradados nos estados do Rio de Janeiro e do Maranhão, Brasil. ...39

Figura 3: Processo geral do metabolismo (de matéria e energia) entre a sociedade e a natureza. ...40

Figura 4: Espaço de Troca de Saberes ocorrido na Universidade de Viçosa, Brasil. ... 51

Figura 5: Porcentagem dos usos da água no Brasil em 2020. ... 59

Figura 6: Representação gráfica da identificação global dos 17 ODS. ... 80

Figura 7: Esquema comparativo entre ODM e ODS ... 81

Figura 8: Estrutura da Comissão Nacional para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (CNODS) ... 84

Figura 9: Linha do tempo da legislação sobre a vegetação nativa. ... 95

Figura 10: Estrutura e eixos componentes do Paraná Rural ... 116

Figura 11: Representação do sistema de gestão participativa do Programa Rio Rural. ... 121

Figura 12: Seis eixos estruturantes propostos para o Plano SoloÁguaBr. ... 124

Figura 13: Fluxograma da estrutura organizacional do Projeto SoloÁguaBr. ... 125

Figura 14: Framework metodológico inicial para parte do alcance do resultado 1 do Projeto SoloÁguaBr... 127

Figura 15: Fluxograma metodológico da metodologia de seleção e análise das políticas públicas deste estudo ... 134

Figura 16: Carta introdutória ao questionário. ... 147

Figura 17: Análise dos eixos em função das contribuições das sete políticas públicas nacionais para a construção do Plano SoloÁguaBr. ... 161

Figura 18: Pontuação da contribuição das políticas analisadas em função dos seis eixos propostos para a construção do Plano SoloÁguaBr ... 164

Figura 19: Quadro-síntese completo do alinhamento das sete políticas nacionais selecionadas com relação aos seis eixos propostos. ... 166

Figura 20: Contribuições da análise da PNMA em função dos seis eixos propostos para a construção do Plano SoloÁguaBR. ... 167

Figura 21: Contribuições da análise da PNRH em função dos seis eixos propostos para a construção do Plano SoloÁguaBR. ... 185

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Figura 22: Contribuições da análise do Código Florestal em função dos seis eixos propostos para a construção do Plano SoloÁguaBr. ... 200 Figura 23: Contribuições da análise da PNAPO em função dos seis eixos propostos para a construção do Plano SoloÁguaBr. ... 213 Figura 24: Contribuições da análise da PNMC em função dos seis eixos propostos para a construção do Plano SoloÁguaBr. ... 228 Figura 25: Contribuições da análise da PROVEG em função dos seis eixos propostos para a construção do Plano SoloÁguaBr. ... 241 Figura 26: Contribuições da análise da PNCDMES em função dos seis eixos propostos para a construção do Plano SoloÁguaBr. ... 252 Figura 27: Pontuação da contribuição das políticas estaduais analisadas em função dos seis eixos propostos para a construção do Plano SoloÁguaBr. ... 265 Figura 28: Quadro-síntese da pontuação das cinco políticas estaduais com relação aos seis eixos propostos para o Plano SoloÁguaBr. ... 266 Figura 29: Estrutura organizacional dos atores institucionais do Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia... 324 Figura 30: Imagem do Mapa dinâmico das OSC das 815.676 organizações da sociedade civil no Brasil. ... 327 Figura 31: Instituições mapeadas por políticas relacionadas à gestão do solo e da água no Brasil.

...333 Figura 32: Instituições mapeadas por categoria relacionadas ao conhecimento e à gestão do solo e da água no Brasil. ... 336 Figura 33: Quantidade de instituições por grupo de atores sociais em cada uma das sete políticas em ordem crescente. ... 338 Figura 34: Número de instituições mapeadas por unidade da federação. ... 341 Figura 35: Distribuição dos grupos de atores sociais por políticas selecionadas. ... 360 Figura 36: Diversidade e quantificação dos tipos de experiências exitosas respondentes ao questionário ... 371 Figura 37: Representatividade das sete políticas públicas nas experiências de sucesso relatadas pelos respondentes do questionário. ... 378 Figura 38: Número de instituições envolvidas nas experiências de sucesso relatadas dentro dos seis grupos. ... 381 Figura 39: Número de instituições envolvidas nas experiências de sucesso relatadas dentro dos seis grupos para cada uma das políticas. ... 383

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Figura 40: Algumas das experiências exitosas respondentes ao questionário por bioma no Brasil. ... 403 Figura 41: Representatividade numérica dos grupos de atores dentro das políticas públicas.

...404 Figura 42: Identificação dos grupos de atores dentro do escopo das políticas públicas

selecionadas por este estudo. ... 406 Figura 43: Fatores para o engajamento e motivação dos atores na experiência exitosa relatada, em ordem crescente do percentual das respostas. ... 413 Figura 44: Fatores que propulsionaram a motivação e o engajamento dos atores envolvidos por política... 417 Figura 45: Fatores que propulsionaram a motivação e o engajamento dos atores envolvidos nas experiências exitosas por grupo de atores sociais. ... 421 Figura 46: Representatividade em ordem crescente da inclusão de grupos de atores nas experiências exitosas relatadas. ... 426 Figura 47: Inclusão de tipo de atores por política pré-selecionada dentro das experiências exitosas. ... 430 Figura 48: Principais estratégias de comunicação utilizadas pelos atores nas experiências exitosas. ... 439 Figura 49: Estratégias e ferramentas de comunicação utilizadas nas experiências exitosas por cada uma das políticas selecionadas. ... 440 Figura 50: Ganhos institucionais derivados das experiências exitosas ... 452 Figura 51: Principais ganhos institucionais com as experiências analisadas por política. .... 454 Figura 52: Principais ganhos institucionais com as experiências analisadas por grupo de atores.

...458 Figura 53: Fatores para o fortalecimento da relação de confiança entre as instituições

envolvidas nas experiências exitosas ... 462 Figura 54: Opções de respostas utilizadas para fortalecer as relações de confiança em cada uma das políticas analisadas. ... 466 Figura 55: Principais problemas e dificuldades no âmbito da gestão e coordenação interinstitucional das experiências exitosas relatadas. ... 474 Figura 56: Problemas e dificuldades encontrados nas experiências exitosas sob a perspectiva dos grupos de atores. ... 479 Figura 57: Porcentagem dos cinco maiores problemas e dificuldades encontrados sob a visão de cada grupo de atores, ponderando o número de problemas por grupo. ... 483

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Figura 58: Principais problemas e dificuldades das experiências encontradas nas experiências sob a perspectiva das políticas selecionadas. ... 485 Figura 59: Apresentação do número de respondentes por política, seus respectivos números de problemas e dificuldades encontrados nas experiências, e a relação entre estes números. ... 487 Figura 60: Fogo atinge aldeia Kuikuro, terra indígena do Xingu, Mato Grosso, em setembro de 2020. ... 489 Figura 61: Grau de eficiência da política na qual a experiência exitosa mais corresponde. 499 Figura 62: Número de respondentes das experiências relacionadas ao grau de eficiência das políticas selecionadas, agrupado por política. ... 501 Figura 63: Grau de eficiência das políticas de uma forma geral sob a perspectiva de cada grupo de atores. ... 505 Figura 64: Complementaridade das experiências exitosas (representadas pelas políticas selecionadas as quais se identificaram) com outras políticas e/ou iniciativas internacionais.

...510 Figura 65: Resultado de como as experiências pertencentes a uma das políticas relatam a conexão com as outras políticas. ... 514 Figura 66: Eixos mais relevantes para a construção de um Plano Nacional na opinião dos 84 respondentes do questionário. ... 523 Figura 67: Grau de relevância de cada um dos seis eixos propostos na visão dos 84 respondentes agrupados por política pública. ... 524

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Principais tipos de conflitos, suas descrições e redes de resistência relacionadas...44

Tabela 2: Tipologias das novas tendências aos sistemas agroalimentares ... 49

Tabela 3: Mecanismos de governança e participação popular, seus representantes e suas respectivas atuações. ... 66

Tabela 4: Paradigmas e princípios e suas sínteses ... 70

Tabela 5: Dimensões analíticas da co-criação e suas perguntas condutoras. ... 72

Tabela 6: Problemas e consequências que os povos indígenas vêm sendo afetados. ... 74

Tabela 7: Tipos de participação. ... 76

Tabela 8: Síntese da abordagem dos 5Ps estabelecidos pela ONU e seu alinhamento aos 17.82 Tabela 9: Estrutura de governança do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama). ... 88

Tabela 10: Principais componentes do SINGREH, suas respectivas representatividades e atribuições. ... 90

Tabela 11: Instrumentos institucionais de governança da PNMC. ... 92

Tabela 12: Definição de instrumentos e as alterações com o Novo Código Florestal. ... 96

Tabela 13: Principais marcos no âmbito da agroecologia nos anos 2000 até a homologação da PNAPO. ... 99

Tabela 14: Organização da implementação da PROVEG por meio do Planaveg. ... 105

Tabela 15: Políticas ambientais nacionais adicionais com perspectiva integral no âmbito territorial e de sistemas agroalimentares por ordem cronológica... 108

Tabela 16: Componentes, objetivos e principais atores responsáveis no âmbito do Projeto Microbacias ... 117

Tabela 17: Descrição e detalhamento dos seis eixos contidos no Projeto SoloÁguaBr que subsidiará a construção do Plano SoloÁguaBr e suas respectivas palavras-chave. ... 136

Tabela 18: Modelo de Ficha para efeitos ilustrativos ... 149

Tabela 19: Estrutura da seção de Resultados. ... 151

Tabela 20: Detalhamento das políticas públicas nacionais selecionadas. ... 155

Tabela 21: Detalhamento das políticas públicas estaduais pré-selecionadas pelo Projeto SoloÁguaBr... 157

Tabela 22: Eixos, suas descrições gerais propostas para o Plano SoloÁguaBr, e as palavras- chave de síntese utilizadas para cada um dos eixos para a análise. ... 159

Tabela 23: Quadro síntese das contribuições da PNMA em cada um dos eixos para a construção do Plano SoloÁguaBr. ... 183

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Tabela 24: Quadro síntese das contribuições da PNRH em cada um dos eixos para a construção

do Plano SoloÁguaBr. ... 197

Tabela 25: Quadro síntese das contribuições do Código Florestal em cada um dos eixos para a construção do Plano SoloÁguaBr. ... 211

Tabela 26: Quadro síntese das contribuições da PNAPO em cada um dos eixos para a construção do Plano SoloÁguaBr. ... 226

Tabela 27: Quadro síntese das contribuições da PNMC em cada um dos eixos para a construção do Plano SoloÁguaBr. ... 238

Tabela 28: Quadro síntese das contribuições da PROVEG em cada um dos eixos para a construção do Plano SoloÁguaBr. ... 251

Tabela 29: Quadro síntese das contribuições da PNCDMES em cada um dos eixos para a construção do Plano SoloÁguaBr. ... 262

Tabela 30: Principais contribuições do Paraná Rural para cada um dos eixos do Plano SoloÁguaBr... 268

Tabela 31: Alguns dos principais instrumentos técnico-operacionais, uma breve descrição dos mesmos e seus destaques dentro das principais políticas selecionadas. ... 275

Tabela 32: Instrumentos de governança, uma breve descrição dos mesmos e as políticas as quais estão relacionados ... 283

Tabela 33: Mapeamento do alinhamento das 36 metas dos 15 ODS às oportunidades do Plano SoloÁguaBr e seus principais eixos ... 295

Tabela 34: Espectro das instituições Governamentais Federais do Brasil dentro dos três Poderes que as representam ... 314

Tabela 35: Ministérios e respectivas instituições federais com interface no escopo do Plano Nacional ... 318

Tabela 36: Governança dos Entes Estaduais relacionados aos três poderes da União. ... 322

Tabela 37: Cada uma das perguntas do questionário relacionadas às possibilidades de contribuição para o Plano Nacional e as respectivas literaturas relacionadas. ... 349

Tabela 38: Perguntas do questionário subdivididas nos macrotemas abordados para esta seção. ...355

Tabela 39: Modelo de Ficha para efeitos ilustrativos. ... 357

Tabela 40: Estrutura de análise do Macrotema A (Arranjos e redes) ... 364

Tabela 41: Ficha 1 para organização da análise para a pergunta A.1. ... 366

Tabela 42: Descrição das 84 experiências exitosas em gestão e coordenação institucional que embasaram as respostas desta seção. ... 367

(19)

Tabela 43: Ficha 2 para organização da análise para a pergunta A.2. ... 376

Tabela 44: Ficha 3 para organização da análise para a pergunta A.3. ... 380

Tabela 45: Ficha 4 para organização da análise para a pergunta A.4. ... 388

Tabela 46: Indicação dos respondentes sobre as instituições as quais outros atores-chave e seus contatos estão vinculados à política selecionada para a contribuição com este estudo. ... 389

Tabela 47: Estrutura de análise do Macrotema B (Agentes multiplicadores) ... 394

Tabela 48: Ficha 5 para organização da análise para a pergunta B.1. ... 396

Tabela 49: Instituições que foram identificadas pelas respostas do questionário, as políticas as quais pertencem e seus respectivos estados principais de atuação. ... 398

Tabela 50: Ficha 6 para organização da análise para a pergunta B.2. ... 412

Tabela 51: Ficha 7 para organização da análise para a pergunta B.3. ... 425

Tabela 52: Ficha 8 para organização da análise para a pergunta B.4. ... 438

Tabela 53: Estrutura de análise do Macrotema C (Integração). ... 449

Tabela 54: Ficha 9 para organização da análise para a pergunta C.1. ... 451

Tabela 55: Ficha 10 para organização da análise para a pergunta C.2. ... 461

Tabela 56: Mecanismos da PNRH de gestão descentralizada. ... 470

Tabela 57: Ficha 11 para organização da análise para a pergunta C.3. ... 473

Tabela 58: Relação do número de respondentes por grupo de atores com relação aos problemas e dificuldades encontrados no âmbito das experiências exitosas. ... 482

Tabela 59: Exemplos da necessidade de maior integração entre instituições e políticas públicas em alguns instrumentos das políticas pré-selecionadas. ... 490

Tabela 60: Estrutura de análise do Macrotema D (Articulação). ... 497

Tabela 61: Ficha 12 para organização da análise para a pergunta D.1. ... 498

Tabela 62: Avaliação dos grupos de atores com relação a cada uma das políticas. ... 506

Tabela 63: Ficha 13 para organização da análise para a pergunta D.2. ... 508

Tabela 64: Ficha 14 para organização da análise para a pergunta D.3. ... 517

Tabela 65: Tipos de instrumentos da governança ambiental e exemplos. ... 519

Tabela 66: Ficha 15 para organização da análise para a pergunta D.4. ... 522

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LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS

AAE: Avaliação Ambiental Estratégica ABC: Academia Brasileira de Ciências

ABC: Agricultura de Baixa Emissão de Carbono ABC: Plano Agricultura de Baixo Carbono

ABEMA: Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente AEB: Agência Espacial Brasileira

AEW: Ambiente Educacional Web AIA: Avaliação de Impacto Ambiental

ANA: Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico ANA: Articulação Nacional de Agroecologia

ANAMMA: Associação Nacional de Órgãos Municipais de Meio Ambiente ANATER: Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural APA: Área de Proteção Ambiental

APP: Áreas de Preservação Permanente ARIE: Área de Relevante Interesse Ecológico ART: Anotação de Responsabilidade Técnica ASD: Áreas Susceptíveis à Desertificação ATER: Assistência Técnica e Extensão Rural

BCDAM: Sistema de Bases Compartilhadas de Dados sobre a Amazônia BIRD: Projeto Rio Rural

BNDES: Banco Nacional do Desenvolvimento CAE: Conselhos de Alimentação Escolar

CAISAN: Câmara ou instância governamental de gestão intersetorial de segurança alimentar e nutricional

CAPES: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior CAR: Cadastro Ambiental Rural

CATI: Coordenadoria de Assistência Técnica Integral CBH: Comitês de Bacias Hidrográficas

CCTs: Câmeras Consultivas Temáticas

CDB: Convenção sobre Diversidade Biológica

CDSA: Comissão de Desenvolvimento Sustentável do Agronegócio CEPAL: Comissão Econômica para a América Latina e Caribe CER: Comissões Executivas Regionais

CERH: Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos

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CF: Código Florestal CFC: clorofluorcarbonetos

CGEE: Centro de Gestão e Estudos Estratégicos CGEN: Conselho de Gestão do Patrimônio Genético CGFLOP: Comissão de Gestão de Florestas Públicas CGU: Controladoria Geral da União

CIAPO: Câmara Interministerial de Agroecologia e Produção Orgânica CIM: Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima

CIMGC: Comissão Interministerial de Mudança Global do Clima CMA: Comissão do Meio Ambiente

CMCH: Comissão de Coordenação das Atividades de Meteorologia, Climatologia e Hidrologia CMMA: Conselho Municipal de Meio Ambiente

CNA: Confederação Nacional da Agricultura

CNAPO: Comissão Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica CNCD: Comissão Nacional de Combate à Desertificação

CNDRS: Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável

CNDRS: Conselhos Estaduais de Desenvolvimento Sustentável e da Agricultura Familiar CNI: Confederação Nacional da Indústria

CNIJMA: Conferências Nacionais Infanto Juvenis pelo Meio Ambiente

CNODS: Comissão Nacional para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável CNODS: Comissão Nacional para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável CNPJ: Cadastros Nacionais de Empresas Jurídicas

CNPq: Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia CNRH: Conselho Nacional de Recursos Hídricos CNTBio: Comissão Técnica Nacional de Biossegurança

CNUMAD: Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolviment CNUMAD: Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento CONAB: Companhia Nacional de Abastecimento

CONAFLOR: Comissão Nacional de Florestas CONAMA: Conselho Nacional do Meio Ambiente

CONDRAF: Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável CONFAP: Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa CONSAD: Consórcios de Segurança Alimentar e Desenvolvimento Local Consea: Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional

CONSECTI: Conselho Nacional de Secretários Estaduais para a Ciência, Tecnologia e Inovação COP: Conferência das Partes

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CPOrgs: Comissões da Produção Orgânica CRA: Cota de Reserva Ambiental

CRAS: Centro de Referência de Assistência Social

CTEM: Câmara Técnica de Educação, Capacitação, Mobilização Social e Informação em Recursos Hídricos

CTGRHT: Câmara Técnica de Gestão de Recursos Hídricos Transfronteiriços DAP: Declaração de Aptidão ao Pronaf

DBCP: Pentaclorofenol

DDT: Toxafeno (também conhecido como Camfeclor) DHAA: Direito Humano à Alimentação Adequada DIEST: Diretoria de Estudos e Políticas do Estado EIA: Estudo de Impacto Ambiental

EMATER: Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural Embrapa: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária ETEs: Estações deTratamento de Esgoto

FAO: Food Agriculture Organization FAP: Fundações de Amparo à Pesquisa

FBMC: Fórum Brasileiro de Mudança do Clima FBN: Fixação Biológica do Nitrogênio

FINEP: Financiadora de Estudos e Projetos FLONA: Floresta Nacional

FMNC: Fundo Nacional sobre Mudança do Clima

FNDE: Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação FNE: Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste FNMA: Fundo Nacional de Meio Ambiente

GEE: Gases de Efeito Estufa GEF: Fundo para o Meio Ambiente GEF: Projeto Rio Rural

GSP: Agenda Global da Aliança Mundial do Solo GT: Grupo de Trabalho

IAP: Instituto Ambiental do Paraná

IBAM: Instituto Brasileiro de Administração Municipal

IBAMA: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IBASE: Instituto Base de Análises Sociais e Econômicas

IBDF: Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

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ICID: I Conferência Internacional sobre Impactos de Variações Climáticas e Desenvolvimento Sustentável em Regiões Semiáridas

ICMBio: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade ICMS: Impostos sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços ICTs: Instituições de Ciência e Tecnologia

IDH: Índices de Desenvolvimento Humano IES: Instituições de Ensino Superior

IICA: Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura ILPF: Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

IMA: Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina

Incra: Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária INCTs: Institutos Nacionais de Ciência, Tecnologia e Inovação INDE: Infra-Estrutura Nacional de Dados Espaciais

INEA: Instituto Nacional do Ambiente - Rio de Janeiro

INEMA: Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos - Bahia IPAAM: Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas

IPBES: Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos IPCC: Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas

IPEA: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada IPS: Instituições Participativas

LABHIDRO: Laboratório de Hidrologia LBD: Lei de Diretrizes e Bases da Educação LOA: Lei Orçamentária Anual

Losan: Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional MAPA: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento MCTI: Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações MDA: Ministério do Desenvolvimento Agrário MDL: Mecanismo de Desenvolvimento Limpo ME: Ministério da Educação

MEC: Ministério de Educação

MEI: Mobilização Empresarial pela Inovação MMA: Ministério do Meio Ambiente

MMC: Movimento de Mulheres Camponesas

MMFDH: Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos MOSC: Mapa das Organizações da Sociedade Civil

MP: Ministério Público

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MRE: Ministério de Relações Exteriores

MST: Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra NDC: Compromissos Climáticos Nacionais

NEAs: Núcleos de Estudo em Agroecologia e Produção Orgânica OCDE: Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico OCF: Observatório do Código Florestal

OCS: Organização de Controle Social

ODM: Objetivos de Desenvolvimento do Milênio ODS: Objetivos de Desenvolvimento Sustentável Oemas: Orgãos Estaduais de Meio Ambiente ONG: Organização Não-Governamental ONU: Organização das Nações Unidas OSC: Organizações da Sociedade Civil

OSCIP: Organização da sociedade civil de interesse público PAA: Programa de Aquisição de Alimentos

PAN-BRASIL: Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca

PARA: Programa de Monitoramento de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos PCS: Programas de Comunicação Social

PCSA-RS: Política Estadual de Conservação do Solo e da Água do Rio Grande do Sul PD&I: Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação

PDE: Plano Diretor da Embrapa

PEAAF: Programa de Educação Ambiental e Agricultura Familiar PEDs: Projetos de Execução Descentralizada

PEMH: Programa Estadual de Microbacias Hidrográficas

PGPAF: Programa de Garantia de Preços da Agricultura Familiar PIB: Produto Interno Bruto

PIUCS: Projeto Integrado de Uso, Manejo e Conservação do Solo PLANAPO: Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica Planaveg: Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa PNAE: Programa Nacional de Alimentação Escolar

PNAPO: Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica

PNATER: Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural para a Agricultura Familiar e Reforma Agrária

PNB: Política Nacional da Biodiversidade

PNC: rograma Nacional de Capacitação de Gestores Ambientais

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PNCD: Plano Nacional de Combate à Desertificação

PNCDMES: Política Nacional de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca PNDR: Política Nacional de Desenvolvimento Regional

PNEA: Política Nacional de Educação Ambiental

PNGATI: Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas PNJMA: Plano Nacional de Juventude e Meio Ambiente

PNLA: Portal Nacional de Licenciamento Ambiental PNMA: Política Nacional do Meio Ambiente

PNMC: Política Nacional de Mudanças Climáticas PNMH: Programa Nacional de Microbacias Hidrográficas

PNPCT: Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais PNPS: Politica Nacional de Participação Social

PNPSA: Política Nacional de Pagamentos por Serviços Ambientais

PNPSB: Plano Nacional para Promoção das Cadeias de Produtos da Sociobiodiversidade PNRH: Política Nacional de Recursos Hídricos

PNRS: Política Nacional de Resíduos Sólidos PNS: Política Nacional de Promoção da Saúde

PNSAN: Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional PNUMA: Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente PPA: Plano Plurianual

PPCDAm: Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal PPCerrado: Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento e das Queimadas no Cerrado

PRA: Programa de Recuperação Ambiental

PRAD: Projeto de Recuperação de Área Degradada PRAs: Programas de Regularização Ambiental

Proagro: Programa de Garantia da Produção Agropecuária

ProBio: Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira Prodes: Programa Despoluição de Bacias Hidrográficas

PRONAF: Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar

PronaSolos: Programa Nacional de Levantamento e Interpretação de Solos do Brasil PRONAT: Programa Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Territórios Rurais PRONATEC: Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego

PRONATER: Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária

ProNEA: Programa Nacional de Educação Ambiental

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PROVEG: Política Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa PSA: Pagamentos por Serviços Ambientais

PSR: Programa de Seguro Rural

RDS: Reserva de Fauna, Reserva de Desenvolvimento Sustentável REBRE: Rede Brasileira de Restauração Ecológica

RESEX: Reserva Extrativista

RIMA: Relatório de Impacto Ambiental RL: Reserva Legal

RPPN: Reserva Particular do Patrimônio Natural RPPN: Reservas Particulares do Patrimônio Natural RVC: Rede Virtual de Informação da Caatinga SAFs: Sistemas Agroflorestais

SBCS: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo SBF: Serviço Florestal Brasileiro

SBPC: Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência

SEAPPA: Secretaria de Agricultura do Estado de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento SEG: Sistema Embrapa de Gestão

SEGOV: Secretaria do Governo da Presidência da República SEMA: Secretaria Especial de Meio Ambiente

SFB: Serviço Florestal Brasileiro

SIAM: Sistema de Informação Ambiental do Mercosul

SIBEA: Sistema Brasileiro de Informação sobre Educação Ambiental SICAR: Sistema de Cadastro Ambiental Rural

SIGEPRO: Sistema de Georreferenciamento de Programas

SIGERCOM: Sistema de Informação do Gerenciamento Costeiro e Marinho SIGRH: Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos Hídricos

SINGREH: Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos SINIMA: Sistema Nacional de Informações sobre o Meio Ambiente

Sinir: Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos Sinisa: Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico

SIPRA: Sistema de Informação do Programa de Reforma Agrária SISA: Sistema de Incentivo a Serviços Ambientais no Acre Sisan: Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional SISFRAN: Sistema de Informação do Rio São Francisco SISNAMA: Sistema Nacional do Meio Ambiente

SMA: Coordenadoria de Fiscalização Ambiental - São Paulo

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SMCQ: Secretaria de Mudança do Clima e Qualidade Ambiental SNA: Sociedade Nacional da Agricultura

SNCTI: Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação SNIF: Sistema Nacional de Informações Florestais

SNIIC: Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais SNIRH: Sistema Nacional de Informações sobre os Recursos Hídricos SNUC: Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza SNVS: Sistema Nacional de Vigilância Sanitária

SOBRE: Sociedade Brasileira de Restauração Ecológica SPD: Sistema Plantio Direto

SPG: Sistemas Participativos de Garantia SRH/MMA: Secretaria de Recursos Hídricos

SRQA: Secretaria de Recursos Hídricos e Qualidade Ambiental Sudepe: Superintendência do Desenvolvimento da Pesca Sudhevea: Superintendência da Borracha

TCU: Tribunal de Contas da União

TIC: Tecnologias da Informação e Comunicação UCs: Unidades de Conservação

UF: Unidades de Federação

UFAL: Universidade Federal de Alagoas

UNCCD: Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca

UNCED: Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento UNFCCC: Convenção-Quadro da ONU sobre Mudanças do Clima

VPB: Valor Bruto de Produção ZAE: Zoneamento Agroecológico

ZARC: Zoneamento Agrícola de Risco Climático ZEE: Zoneamento Ecológico-Econômico

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I INTRODUÇÃO

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU, 2015), a conversão de áreas naturais em áreas produtivas possibilitou um amplo aumento na oferta de alimentos, fibras, energia e outras matérias primas para o desenvolvimento da humanidade. Entretanto, muitas terras que foram capazes de gerar riquezas por meio da atividade agropecuária, atualmente, encontram- se degradadas ou em processo de degradação. A exploração agrícola, devido a práticas agrícolas inadequadas, tem causado a degradação do solo e dos recursos hídricos e danos à biodiversidade, comprometendo alimentos, energia e segurança econômica em todo o mundo.

Aproximadamente 33% dos solos em todo o mundo apresentam algum nível de degradação (FAO, 2017a), exigindo que sejam tomadas medidas urgentes para recuperação destas áreas, bem como para evitar degradação de novas áreas e para promover uma possível transição em bases sustentáveis dos sistemas de produção agropecuários.

A erosão hídrica acelerada pelo uso e manejo inadequado do solo já é considerada como um dos mais graves problemas ambientais que a humanidade enfrenta na atualidade, na medida em que ocasiona a remoção da camada mais rica do solo com a consequente perda de nutrientes, poluição e assoreamento dos cursos d’água, enchentes e queda acentuada da produtividade agrícola (FAO, 2015; FAO, 2019a). A desigualdade e o caminho insustentável de crescimento levantaram preocupações preponderantes sobre o futuro do nosso planeta e da sociedade em todo o mundo, situação esta na qual diversos países têm se alarmado para a conservação e preservação dos recursos naturais, buscando também aumentar o crescimento econômico, e ao mesmo tempo, reduzir a pobreza e a fome que assolam a população mundial.

No Brasil estas áreas degradadas ocupam aproximadamente de 16,5% (TCU, 2015) a 22% (Bai et al., 2008) do território nacional com variados níveis de degradação, causados por diversos fatores, que levaram ao aumento da erosão dos recursos solo e água. Entre esses fatores, destacam-se: as más práticas de gestão da propriedade rural, como o uso de terras em desacordo com sua aptidão agrícola; o desmatamento de áreas de alta vulnerabilidade ambiental, como em topo de morros; o uso desmedido do fogo com queimadas para o preparo do solo e incêndios florestais para transformar florestas em pastagens, por exemplo; o preparo excessivo do solo com práticas como a aração e gradagem; a ausência de cobertura do solo, deixando-o exposto; a falta ou uso excessivo de aplicação de fertilizantes nitrogenados e corretivos de solo; a ausência de práticas mecânicas e vegetativas para o controle de enxurradas, como exemplos terraços e bacias de captação; o preparo do solo e plantio na

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direção da vertente; o excesso de tráfego de animais e/ou máquinas por área, causando compactação; bem como ausência de drenagem de águas pluviais em estradas vicinais e rodovias, dentre outros (Andrade e Freitas, 2019).

Para conter este quadro de degradação do solo associado ao avanço das práticas agrícolas no Brasil foi criado, em 1975, o Programa Nacional de Conservação do Solo (Brasil, 1975). Posteriormente, em 1987, este plano de 1975 foi substituído pelo Programa Nacional de Microbacias Hidrográficas (PNMH) (Brasil, 1987). O princípio básico do PNMH foi a descentralização das ações do poder executivo, visando a articulação das escalas administrativas municipais, estaduais e federais, além das instituições voltadas para a gestão rural na área da microbacia (Oliveira, 2004). Hespanhol (2005) destaca que a meta do programa era atuar em uma microbacias por município em todo o país, selecionar e equipar uma bacia piloto por estado, treinar 1000 técnicos anualmente e equipar 1000 oficinas locais de serviço de expansão e planificação de microbacias. No entanto, por não contar com estrutura e recursos suficientes para se manter, o PNMH foi descontinuado em 1992. Atualmente, apenas alguns estados brasileiros participam deste programa ou desenvolvem programas independentes em âmbito estadual com base no PNMH. Os estados do Paraná (PR) e Santa Catarina (SC) foram pioneiros com projetos de financiamento nos estados e evoluíram para políticas públicas bem consolidadas de desenvolvimento rural sustentável, que há 30 anos, desde os dias de hoje, permanecem como referências para outros estados e países. Posteriormente, os estados de São Paulo (SP), Rio Grande do Sul (RS) e Rio de Janeiro (RJ) iniciaram programas com o mesmo padrão (Hissa, 2021). Atualmente o Brasil é conhecido pelo enorme arcabouço de leis e normativas relacionadas à conservação ambiental e à sustentabilidade na agropecuária, mas os problemas ambientais persistem e se agravam de forma preocupante.

Mesmo considerando algumas leis nacionais como o Código Florestal (Lei nº.

12.651/2012), de proteção da vegetação nativa em propriedades privadas, ou a Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei nº. 9.433/1997), com destaque à gestão descentralizada voltadas ao uso eficiente da água, o Brasil ainda permanece aquém de uma gestão eficiente dos recursos solo e água. Destaca-se que a ausência de uma política nacional de manejo e conservação do solo, ao se praticar sistemas de produção agropecuária no Brasil, resultou em aproximadamente 65%

das pastagens brasileiras com algum nível de degradação (Ferreira Junior, 2020; Feltran- Barbieri e Féres, 2021) e com a presença de processos erosivos (Merten e Minella, 2013) que causaram o assoreamento e a redução da disponibilidade hídrica em diversas bacias hidrográficas do país.

(30)

Diante do exposto, tomando como base a grande importância do solo e da água para diferentes atividades humanas, e com o intuito de verificar se as políticas públicas nacionais não urbanas referentes ao solo e à água têm sido implementadas com sucesso, o Tribunal de Contas da União (TCU) realizou um levantamento sobre o tema. Como resultado foi gerado um Relatório de Auditoria sobre a Governança do Solo no Brasil (TCU, 2015), que constatou lacunas na governança ambiental brasileira e a inexistência de um instrumento nacional capaz de organizar as informações e normas, bem como nortear as ações de uso e conservação dos recursos solo e água no Brasil de forma integrada. Assim, alguns resultados importantes foram encontrados, dentre eles, que embora existam instrumentos legais que regem o tema, ainda assim existem diversas deficiências na legislação devido à complexidade e dispersão da legislação brasileira, bem como sobreposição e dissociação de leis sobre o uso do solo e da água, o que representa uma situação de risco considerável para o país com o avanço da degradação destes recursos (TCU, 2015). O TCU também acusou que a falta de informação e dificuldade de acesso aos dados de solos, devido à ausência de um único sistema ou plataforma que permita a interpretação de datas pelos profissionais, são fatores que comprometem o planejamento, a execução, e fiscalização das políticas públicas para a agricultura sustentável e uso do solo florestal (TCU, 2015).

Com base nestas indicações, em atendimento ao Acórdão n° 1942/2015 do TCU, foi elaborado o Programa Nacional de Levantamento e Interpretação de Solos do Brasil (Pronasolos), que entre outras providências determina a inclusão de um programa nacional de levantamento e interpretação de solos. A recomendação ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), foi feita neste sentido, para que sejam estabelecidos mecanismos colaborativos e permanentes para a organização, sistematização e operacionalidade de dados provenientes de levantamentos de solos do Brasil, evitando desperdícios e perdas de produção e da biodiversidade por desconhecimento das características do solo (TCU, 2015; Polidoro et al., 2016). Desta forma, o Pronasolos é um Programa de abrangência nacional do governo federal, multiministerial, multi-institucional, de execução operacional e orçamentária pública e privada, cujos principais objetivos são a retomada dos trabalhos sistemáticos de mapeamento e caracterização dos solos do Brasil, o estabelecimento do arcabouço para a sua governança e de uma base de dados integrada, na qual as informações de solos provenientes de trabalhos anteriores e as que vierem a ser produzidas estejam organizadas e sistematizadas para consulta e uso do público em geral (Polidoro et al., 2016). O Pronasolos atende parte das recomendações do TCU (2015), e encontra-se operando com vistas a alcançar as recomendações que lhe foram atribuídas.

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No entanto, os alcances para uma gestão integrada das políticas ambientais relacionadas aos recursos solo e água no país ainda requerem outros avanços de diferentes naturezas. Neste sentido, procurando contribuir com as recomendações do TCU, tendo como base as políticas públicas analisadas para a construção do Pronasolos, bem como o estabelecimento de áreas prioritárias em todas as regiões do país para a realização de estudos de solos, e a sinergia com a rede de especialistas e parceiros deste programa, está em execução o Projeto: Construção Participativa do Plano Nacional de Gestão Sustentável do Solo e Água - Projeto SoloÁguaBr (Andrade et al., 2020). O Projeto SoloÁguaBr é financiado pelo Sistema Embrapa de Gestão (SEG), e conta com a participação de colaboradores de diferentes regiões e biomas do Brasil, bem como de representantes de instituições internacionais. De acordo com Andrade et al.

(2020), o objetivo do referido projeto é propor, de forma participativa, um Plano Nacional de Gestão Sustentável dos Recursos Solo e Água (Plano SoloÁguaBr), visando estabelecer diretrizes e estratégias de ação para conter o avanço da degradação dos recursos solo e água, e aumentar a produção em bases sustentáveis e de outros serviços ecossistêmicos, gerando incrementos na resiliência dos sistemas agropecuários as mudanças do clima e maior segurança hídrica, alimentar e energética para o país.

A proposta do Plano SoloÁguaBr, prevê o levantamento e sistematização de informações sobre o arcabouço institucional, legal e tecnológico existente sobre a governança do solo e da água, capacitação de agentes multiplicadores de todas as cinco regiões do país, fortalecimento de redes interpessoais, estabelecimento de arranjos institucionais e ferramentas de monitoramento e gestão baseados em abordagens participativas considerando as especificidades das regiões e biomas do país (Andrade et al., 2020). Esta proposta procura atender uma das recomendações feitas pelo TCU (2015), publicada no evento promovido pelo próprio Tribunal de Contas da União, a Conferência de Solos em 2015, com o apoio da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo (SBCS), que solicita a

“Revisão e consolidação das diversas normas e leis dispersas que tratam do solo, permitindo a elaboração de um planejamento estratégico que estabeleça metas, responsáveis e prazos para as políticas públicas fundamentais ao desenvolvimento sustentável” (SBCS, 2015:14).

Para tal, o Projeto SoloÁguaBr tem como premissa aproximar a ciência e as demandas da sociedade das políticas públicas, como um processo cada vez mais necessário, pois decisões

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baseadas em resultados científicos com a representatividade local da sociedade procuram trazer maior efetividade e eficiência na gestão dos recursos naturais (Andrade et al., 2020). Esse processo participativo de construção de políticas públicas, onde os parlamentares levam em consideração conceitos e recomendações técnicas para a elaboração das leis é bastante recente no Brasil e tem obtido resultados positivos (Pereira et al., 2020). Segundo os autores, uma gestão mais justa e sustentável dos recursos solo e água no Brasil exigirá não apenas pequenas mudanças, mas sistêmicas e socioecológicas transformações. Desta forma, uma maior equidade política e inclusão de diversas partes interessadas na construção conjunta de novos conhecimentos e a abertura de diálogos para a mudança são fundamentais para encontrar caminhos promissores (Scoones et al., 2018).

Diante do exposto, este estudo pretende aportar uma base fundamental de de insumos para subsidiar a construção do Plano SoloÁguaBr, elaborado sob a encomenda do Projeto SoloÁguaBr, financiado pela Embrapa, visando contribuir como parte dos estudos prospectivos para compreender melhor as lacunas da governança ambiental brasileira identificadas pela auditoria do TCU (2015). Desta forma, visa contribuir com o desenvolvimento da elaboração do referido Plano, que faz parte da primeira etapa do Projeto SoloÁguaBr, onde o objetivo é promover o levantamento, análises e identificação das contribuições das políticas federais ambientais de apoio à construção participativa do Plano SoloÁguaBr. Para tal, mais no próximo tópico, serão abordados os objetivos geral e específicos deste estudo de forma mais detalhada.

A proposta do framework para a construção do Plano SoloÁguaBr foi pré-desenhada pela equipe do Projeto SoloÁguaBr (Andrade et al., 2020) contendo uma série de componentes, que envolvem seus objetivos propostos, premissas fundamentais, metas a serem alcançadas, prioridades mais relevantes, diretrizes e estratégias de ação, suas interfaces com as políticas ambientais, e possibilidades de uma estrutura institucional para que possam envolver os níveis federal, estadual e municipal, e que sejam capazes de gerar impactos positivos na gestão integrada do solo e da água nos diferentes biomas, bem como nas bacias e microbacias hidrográficas (Figura 1). Com o presente estudo prospectivo pretende-se contribuir com a construção dos componentes relacionados: às interfaces das políticas ambientais por meio da seleção, identificação e análise das mesmas, visando complementar seis eixos estratégicos propostos pelo Projeto (Legislação, Integração, Planejamento, Conservação, Recuperação e Monitoramento); ao mapeamento da estrutura institucional dos componentes destas políticas, relacionados às suas tendências de alcances, buscando uma maior envolvimento de diferentes grupos de atores alinhados às suas necessidades; diretrizes e estratégias de gestão e coordenação interinstitucional no âmbito destas políticas selecionadas, procurando considerar

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as distintas realidades nos diferentes biomas, bacias e microbacias hidrográficas; e premissas de uma gestão integrada em todos os níveis (federal, estadual e municipal) para uma gestão mais integrada sustentável, inclusiva e descentralizada dos recursos solo e água no Brasil.

Figura 1: Framework da estrutura do Plano SoloÁguaBr.

Fonte: Stuchi et al., 2020.

Contudo, destaca-se a importância de promover opções para o acesso das informações geradas em plataformas já existentes e operantes (como a do Pronasolos). Desta forma, espera- se que seja possível disponibilizar estes dados para consulta popular, democratizando o acesso à informação sobre um recorte da governança ambiental brasileira para qualquer pessoa interessada.

Ainda, cabe advertir que os esforços contidos neste trabalho chegam até a organização e sistematização da informação gerada sobre a governança ambiental brasileira. Os passos subsequentes, relacionados à elaboração e articulação do Plano SoloÁguaBr serão desenvolvidos pela equipe do Projeto, a mais além, para sua implementação ainda será necessário contar com a predisposição e sinergia de interesses dos entes governamentais legislativos e executivos, o que foge do escopo deste estudo. Não obstante, almeja-se que atores

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destes poderes identifiquem a mesma importância e prioridade nas quais o TCU denunciou as lacunas e a urgência dos ajustes necessários no âmbito do arcabouço normativo ambiental brasileiro, para que seja possível avançar de forma mais eficiente na gestão integrada e sustentável dos recursos solo e água no Brasil.

Referências

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