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Dificuldades no processo de ensino dos direitos humanos para alunos da Educação de Jovens e Adultos - EJA

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Academic year: 2022

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Curso de Especialização em Educação em e para os Direitos Humanos, no contexto da Diversidade Cultural

ANA CAROLINA LAUREANO BRANDÃO

DIFICULDADES NO PROCESSO DE ENSINO DOS DIREITOS HUMANOS PARA ALUNOS DA EDUCAÇÃO DE

JOVENS E ADULTOS - EJA

Brasília – DF 2015

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DIFICULDADES NO PROCESSO DE ENSINO DOS DIREITOS HUMANOS PARA ALUNOS DA EDUCAÇÃO DE

JOVENS E ADULTOS - EJA

Monografia apresentada a Universidade de Brasília (UnB) como requisito para obtenção do grau de Especialista em Educação em e para os Direitos Humanos, no contexto da Diversidade Cultural.

Professora Orientadora: Mestre Júlia Campos Clímaco

Brasília – DF 2015

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Brandão, Ana Carolina Laureano

Dificuldades no processo de ensino dos Direitos Humanos para alunos da Educacao de Jovens e Adultos - EJA/ Ana Carolina Laureano Brandão – Brasília - 2015.

40f.

Trabalho de Conclusão de Curso (Especialista) – Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia. 2015.

Orientador: Prof. Mestre Júlia Campos Clímaco. Instituto de Psicologia

1. Educação 2. EJA. 3. Direitos Humanos.

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DIFICULDADES NO PROCESSO DE ENSINO DOS DIREITOS HUMANOS PARA ALUNOS DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E

ADULTOS - EJA

A Comissão Examinadora, abaixo identificada, aprova o Trabalho de Conclusão do Curso de Especialização em Educação em e para os Direitos Humanos, no contexto da Diversidade Cultural do (a) aluno (a).

Nome do Aluno (a) Ana Carolina Laureano Brandão

Mestre Júlia Campos Clímaco Professora-Orientadora

Titulação, Nome completo, Professor- Examinador

Brasília, 14 de novembro de 2015.

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Dedico este trabalho a todos os meus alunos da Educação de Jovens e Adultos que bravamente enfrentam todas as barreiras diarias de uma sociedade injusta, racista, classista e desigual.

Dedico também aos meus amigos de profissão que trabalham sempre buscando fazer a diferença na formação profissional e pessoal de nossos alunos.

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Neste ponto recon heço que so zinha não sou e não consegu iria chega r aonde che guei. Entendendo qu e agradece r é uma demonstração de reconhecimento a todo auxilio e ajuda que me foi prestado, Agradeço a todos que de uma forma ou de outra contribu íram com apoio, força, motivação e ensinamentos para esta con qu ista.

Em especial , a gra deço à minha família que me forneceu apoio físico , emocional e psicoló gico. A meus amigos que por muitas ve ze s me acalmaram em momento de desespero. A todos os p rofessores que , prontamente, se d ispuse ram a pa rticipar das entre vistas de campo.

Agradeço também a tutora Elisa Matos Mene zes e a orientado ra Júlia Campos Clímaco que tiveram toda pa ciência do mundo comigo e meus trabalhos.

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Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade.

Art. 1 - Declaracao Universal dos Direitos Humanos

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Este traba lho apresenta um le va ntamento de dificuldades ocorridas dentro do processo de ensino e aprendiza gem no ato de leciona r para Edu cação de Jo vens e Adultos. Em especial, o trabalho busca compreende r as dificu ldades d e ensinar a temática dos Dire itos Humanos quando o público alvo são alunos fora da idade regu lar de ensino. E sses alu nos possuem vive ncias e e xpe riências de vida que jamais de vem se r desconside radas. O trabalho realiza entre vistas com sete professores d e socio lo gia de escolas púb lica s do Distrito Fede ral, para entender as dificuldades e limites deste processo e sugere uma proposta de inte rven ção a ser re alizada em uma escola púb lica localizada na Re gião Administrativa da Ceilând ia. A proposta de intervenção apre senta proced imentos práticos que visam à execu ção de formas de lidar com as dificuldades e barreiras enfrentadas pelos professores. Jamais os Direitos Humanos deixarão de ser ensinados, leciona r sempre fo i um ato de cora gem e com obstá culos. A proposta de intervenção bu sca au xiliar esses p rofessores da melh or forma para chega r a resultado s con sistentes. O publico alvo a se r atin gido se rão alunos do terceiro segmento da Educação de Joven s e Adultos. O terce iro se gmento tem duração de u m ano e meio e é correspondente aos Ensino Méd io re gula r, que tem d uração de três ano s. Pretende, a partir da e xecu ção desta proposta de interven ção , auxilia r os professores no p ro cesso de descon struir pre conceito s e sensos comuns enraizado s nos a lu nos com e xperiências de vida e vivencias p rofundas.

O respe ito aos lim ites e rea lidades d e cada aluno sempre de ve rá se r mantido, mas é n ecessá rio construir um cidadão crítico s frente uma sociedade de muda nças.

Palavras-chave: Educação. Educação de Jovens e Adultos. EJA. Direitos Humanos

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Gráfico 01 - Profesores entre vistados por re gião administrativa ....21

Gráfico 02 - Dificuldades no ato de le cionar ...23

Gráfico 03 - Dificuldades em leciona r sobre Direito s Hum anos ... 24

Tabela 01 - Solu ções e Estraté gias adotadas...27

Tabela 02 – Ações Interventivas – Sugestões...30

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1. INTRODUÇÃO ... 10

1.1 Formulação do problema ... 11

1.2 Objetivo Geral ... 11

1.3 Objetivos Específicos ... 12

1.4 Justificativa ... 12

2. REFERENCIAL TEÓRICO ... 13

2.1 Educação em Direitos Humanos ... 13

2.2 A Educação de Jovens e Adultos no Brasil ... 15

2.3 EJA e o Curriculo em Movimento ... 16

3. MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA ... 19

3.1 Contexto ... 19

3.2 Tipo de Pesquisa ... 19

3.3 Procedimentos ... 20

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 21

5. PROPOSTA DE AÇÁO INTERVENTIVA ... 29

6. CONCLUSÁO ... 31

7. REFERÊNCIAS ... 34

8. ANEXOS ... 36

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1. INTRODUÇÃO

O presente traba lh o tem por objetivo entender as dificuldades do ensino de Direito s Humanos para Edu cação de Jo vens e Adultos, de ssa forma foi escolhida a modalidade de questionário semie strutu rado pa ra a pesquisa de cam po. Analisando o currículo pedagó gico da Secretaria de Educação do Distrito Fede ral, podemos notar que a discip lina responsá ve l pe lo trabalho d ireto da temática de Dire ito s Humanos é a Sociolo gia. A sociologia consiste em um campo da ciência que estuda os ind ivíduos em sociedade. É uma vertente da s Ciê ncias So cia is, assim como a Antropologia e Ciência Politica. É de resp onsabilidade da socio lo gia no Ensino Médio, tanto pa ra educação re gu lar quanto pa ra EJA, o estudo de questõe s de gêne ro, cla sse, me rcad o de traba lho, discrim inações so ciais, se xualidade , entre outro s assuntos que envo lvem d iretame nte ou indiretamente os Dire itos Humanos. Dessa forma, entendendo a importância d esta discip lina pa ra os Direitos Humanos foram entre vistados oito p ro fessores de so cio lo gia que atuam na Educação de Joven s e Adultos e m Brasília. O obje tivo foi entender as dificuldades e obstáculos enfrantados pelos professores no ato de leciona r os conteú dos que en vo lve rm a tematica dos Direitos Humano s nas sala s de au la s da Educa ção de Jo vens e Adulto s. O ensino dos Direito s Humanos se torou obrigatório nos planos de ensino e curriculo em movimento do Distrito Federa l de sde 2014. Ne ste trabalho , além do le vantamento de dificuldades entrenta das, são proposta s surgestões de métodos de ensino dos Direito s Hu manos para o EJA. A intenção é auxiliar p rofessore s em salas de aulas para um processo tão dificil e especia l. A educação de adultos deve se r pautada no respeito às diferenças e limite s de cada um. Nas sala s de aulas do EJA, é po ssíve l encontrar pe ssoas com as mais dive rsas e xpe riên cia s de vida, e esse fato não pode ser ignorado. É importante pontuar que a inserção dos estudos na área d os Direitos Human os na Educação Básica é muito recente, e a inda e xiste um desp repar o dos p rofissionais da educa ção, assim como do Estado, com a melhor maneira de realiza r esse

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processo de ensino e aprendiza gem. Educar para os Direito s Humanos é formar cidadãos.

1.1 Formulação do problema

O inte resse po r e sse tema su rgiu de e xperiências vive nciadas e compartilhadas en tre p rofessores d as esco las púb licas do Distrito Federal. Após mu itos relato s das d ificuldades que o s professore s, principalmente os da disciplina de sociolo gia, enfrentam diariamente nas salas de aulas da Educacao de Joven s e Adulto s. Tendo em vista que a discip lina d e socio logia é a principal responsá ve l, dentro da s orientaçõe s do Currículo Peda gó gigco do Distrito Federal pa ra os Direito s Humanos, ela sofre d ive rso s p roblemas na s metodologias de ensino para o s diversos púb licos da e ducação que atua.

Sob esse a specto , sentiu -se a necessidade de ente nder se o problema era fre quente nas esco las de ensino do Distrito Fede ral.

Assim a ide ia do trabalho é de apresentar para professores su gestõe s de como lida r co m as d ificuldades do ensino do s Direito s Humanos para o EJA.

Assim, che ga -se a segu inte problemática: qua is são as dificuldades enfren tadas pelos p rofessores de sociolo gia ao lecionar a temática dos Direitos Humanos na Ed ucação de Jo ven s e Adultos?

1.2 Objetivo Geral

Analisar as dificuldades e obstáculos no processo de ensino e aprendizagem da temática dos Direitos Humanos para alunos da Educação de Jovens e Adultos – EJA em escolas do Distrito Federal, assim como propor uma solução para facilitar este processo educativo.

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1.3 Objetivos Específicos

1) Realizar levantamento de professores de sociologia que lecionam para a Educação de Jovens e Adultos no Distrito Federal;

2) Realizar entrevistas para compreender os problemas enfrentados ao lecionar a temática dos Direitos Humanos dentro de sala de aula;

3) Analisar os resultados obtidos nas entrevistas e propor uma ação de intervenção para superar obstáculos no processo educativo.

1.4 Justificativa

Esse traba lho entende que a escola é um dos principa is locais de formação de crianças, adolescentes, joven s e também a dultos . A partir disto, ne la de ve ha ve r semp re um pro cesso de adaptaçã o e reciclagem nas metodologias de ensino , pensando que a escola tem papel fundamental no processo de humaniza ção, formação de identidade e socia lização do s ind ivíduos. Assim, buscar co mpreender as dificuldades enfrentadas dia riamente por p rofessores e alunos quando a temática de Dire itos Humanos é trabalhada em salas de aulas das turmas de Educa ção de Jo vens e Adultos é fundamental para propo r mudanças na metodologia de ensino para este púb lico.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. Educação em Direitos Humanos

A questão dos Direitos Humanos na sociedade surge ligada a ideia de Dire itos dos Cidadãos. Ne ste ponto, Marshall (1967) colo ca que os Dire itos Humanos são um conjunto de direito s que en vo lvem dire itos político s, perpassando os direito s socia is e civis. Todos eles buscam a ga rantia da vida aos cidadã os.

Quando se fala em Direitos Humanos, é importante pontuar a sua maior ação de rep resentação : os mo vimentos sociais. Foi, e é, a partir destes movimentos que muitos direito s foram e são conquistados. L yra (1986) coloca que esses mo vimentos de luta e busca pelos direito s são o inicio de a lgo qu e é suprido mesmo sendo de e xtrema necessidade.

“Trata-se de fundamentar os Direitos Humanos, conscientizados, reivindicados e exercidos pelos povos, classes grupos e indivíduos em processo de libertação – e, quando me refiro aos Direitos Humanos, trato não só daqueles que já constam das declarações

“oficiais”, mas também dos que vão surgindo no processo mesmo e que, só eles, podem validar as derivações normativas, isto é, os incidentes de positivação, mediante os quais o Direito é formalizado.”

(Roberto Lyra Filho, 1986, p.229).

Entretanto, mesmo a partir do recon hecimento do que são os Direito s Humanos e de sua necessid ade social, a plen a incorpo ração desta temática su rge apenas em 2006, quando é criado o Plano Naciona l de Educa ção em Direito s Hu manos (PNEDH), que compreende o ato de educar para os Direitos Hum anos como formação de cidadãos mais sociais e con sciente s, assim co mo:

“É igualmente por meio dessa educação que se pode começar a mudar as percepções sociais radicais, discriminatórias e violentas, na maioria das vezes, legitimadoras das violações de direitos humanos. E reconstruir as crenças e valores sociais fundamentados no respeito ao ser humano e em conformidade com os preceitos democráticos e as regras do Estado de Direito.” (TAVARES, 2006, p.488)

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Educar para os Dire itos Humanos vem sendo pautado como necessário desde a Decla ração d e Viena (1993 ), constru ída na Conferência Mundial de Direito s Humanos, ou a partir de outros documentos da ONU, como por e xe mplo, Decênio das Nações Un idas para a Educação na Esfera dos Direitos Humanos (1 995-2004) e o Pro grama Mund ial para a Educaçã o em Dire itos Humanos (2004).

Entretanto no Brasil, foi apenas em 1996 que co meçou a se r normatizado os e studos de Dire ito s Humanos na educação. Os principais documen tos que tratam desta ação são:

 Constituição Federal (1988 );

 Lei de Diretrizes e Bases da Educaçã o (1996);

 Parâmetros Curricu lares da Educação (in icio em 1997);

 Pro grama Na ciona l de Direitos Human os (1996 e 2002 ); e

 Plano Nacional de Educação em Dire itos Humanos (2003 e 2006)

Entretanto, edu car para o s Direito s Humanos va i muito além de normatização e reconhecimento. É preciso sabe r como educar.

Morgado (2001) coloca que é necessá ria uma p rática pe dagó gica, onde o saber docente abrange uma gama de saberes necessários pa ra lidar com o lecionar os Direito s Humanos. Tavare s (2006) a rgumenta que tal saber, en vo lve três prin cipa is sabe res

“...saber curricular, o saber pedagógico e o saber expere ncia l. O prim eiro apo nta a n eces sid ade de q ue o curr íc ulo seja f lexív el par a adeq uar -se aos conte údo s de dire itos h umanos. O seg undo corres pon de às estratég ia s e aos re cursos u tiliza dos para articular conte údo s curricu lar es à tra ns versalid ade dos d ireit os huma nos. E o últ imo destac a q ue a vivê nc ia de ss es dire itos e a coerênc ia com s ua promoção e def esa são e ssenciais.”

(T AVARES, 20 06, p. 491).

Desta forma, Soares e Pulino (2015 ) afirmam que é preciso introdu zir no vas formas de educar, a partir do cotidiano vivido por cada ambiente escola r, não apenas cada escola, mas também cada sala de

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aula. É necessá rio saber o mom ento certo de se introdu zir um conhecimento que necessita tocar o s alunos. Assim Cha rlot (2006 apud Soares e Pulino 2 015) aponta que é necessária uma preparação pa ra atin gir a humaniza ção dos ind ivíduos.

2.2. A Educação de Jovens e Adultos no Brasil

Definindo a necessidade de Educa r para os Direitos Humanos e sabendo que é fundamental um recon hecimento do público para quem se destina rá a educação desta temática, é importante re conhecer que a Educação de Jo ve ns e Adulto s é um campo delicado e cuidadoso pa ra o exe rcício de lecio nar os Direito s Hu manos.

Tendo como base que a educa ção é dire ito de todos o s cidadãos brasileiros, se gund o a Constituição Federal de 1988 qu e afirma que a

“educação é direito de todos e dever do Estado e da Fa mília” (Artigo 205) e ainda com “ensino funda men tal ob rigató rio e g ratuito, inclusive sua oferta garantida para todos os que a ele não tivere m acesso na idade próp ria” (Artigo 208), partimos da afirmativa de que todos possuem dire ito à educação independente da idade ou condição em que se encontre. O Estado tem o deve r de ofertar, além da educação para crianças e a dolescentes, educação para pessoa s em idade fora dos anos re gu lare s de en sino. Assim surge a Educa ção de Jo vens e Adultos (EJA), pe nsada como uma possib ilidad e de atender a um público d iferenciad o, que não con clu iu o ensino obriga tório e não o pode fazê-lo junta mente com o ensin o re gula r.

A Educação de Joven s e Adultos é divid ida em três segmentos, sendo o prime iro segmento respo nsá vel pe los ano s in icia is da educação; o se gun do segu imento responsáve l pela s 5º, 6º, 7º, 8º e 9º anos; e o terceiro segmento respon sá vel pe los três a nos do Ensino Médio. Uma das ca racte rísticas do EJA é um ano letivo mais compacto, sendo cada série e xe cutada em um semestre. Pa ra o in gresso no EJA,

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os alunos de vem possuir idade igua l ou superio r a qu in ze anos para os primeiros e se gun dos se gmentos, e idade igua l ou sup erio r a de zo ito anos para o terceiro segmento . Todas estas definições e caracte rizações do EJA foram constru ídas a pa rtir de um a trajetó ria de mais de vinte anos, buscandoum enquadramento para o público a quem se destina. Em termos le gais, o EJA busca:

“[...] garantia de educação básica, para os jovens e adu ltos d as camad as pop ulares; inser ção org ân ica d a educa ção de jo ven s e adultos no siste ma de ensino do pa ís; a loc açã o de d otação orçam entária p ara o desen vo lvimento dos ser viços educ ac ion ais para jo vens e adu ltos no c onjunt o do s istema nac iona l de e nsino;

construçã o da id ent idade própr ia d a ed u cação de jo vens e adu ltos; g arantia de hab ilita ção e prof issio na lizaçã o dos educ adore s de jovens e adu ltos; e xerc íc io da g estão democrát ica n a e ducaç ão d e jo ve ns e a du ltos.”

(Funda ção Educ ar, 1988, p.18- 19).

Desta forma, é muito importante pontuar que o EJA se destina a um tipo de a luno, que, em sua maio ria, são pessoa s que já possuem família constitu ída e estão inseridas no mercado de trabalho. O que nos faz entender que mesmo o individuo estando em idade a vançada para o ensino re gular e tendo ocup ação e participaçã o econômica no país, sua educaçã o é direito, uma ve z que a educação não possui apenas o proposito de formar para o mercado de traba lh o, mas também para a sociedade e con vívio social.

2.3. Educacao de Jovens e Adultos e o Currículo em Movimento

Na realidade do Distrito Federa l (local onde a pesquisa se desenvo lve ) é ad otado o Cu rrícu lo em Mo vimento que propõe uma interd isciplina ridad e e formação humana do individuo. O currícu lo em

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movimento do EJA pontua uma necessidade de dia gno stico da esco la, em que:

“Ressalta-se a importância da UE realizar o diagnóstico esco lar para con hec imento do perf il de seus estud antes bem como de seus prof issio na is. O diag nóstico é um instrume nto importa nte para au xiliar no pla nejament o pedag óg ico d a esco la, na org anizaç ão e ajuste do Proj eto Polít ico P edag óg ic o, na f ormulação de propostas, projetos e prog ram as para a plic ação do curr ícu lo d e f orma a contemplar os anseio s dos estudante s, cons idera ndo sua s rea lidad es, diversidad es e espec if icidad es. (SE DF - Curr ícu lo em movimento, 201 4, p.24)”.

Dentro deste currículo em movimento, é encontrado tu do o que deve se r ensinado nas sa las de aula. A temática dos Direitos Humanos é de responsabilidade da Sociolo gia, uma das componentes das Ciências Humanas. Assim, encontramos os se guinte s pontos que devem ser atingido s ao lecionar a so ciolo gia pa ra o te rceiro se gmento do EJA, sendo os mais importante s:

“Fazer com que o aluno se perceba como integrante do todo so cial e, ao mesmo tempo, dos vário s g rupos e subg rupos q ue f ormam a socieda de; Re lac ion ar sua biog raf ia, ou de s ua f amília, com a histór ia soc ia l;

Compree nder o im portante p ape l das reg ras e dos proced imento s pad ronizados n a manutenç ão e na estab ilid ade d as f ormações soc ia is; A na lisar as q uestõe s da Soc io log ia com o ciênc ia, d iscut ir as institu içõ es sociais e o proce sso de soc ia lizaç ã o e, f inalm ente, debater as p oss ib ilid ades de mud ança so cia l; O ind ivídu o e o proces so soc ial: soc ia lizaç ão, is olame nto soc ia l;

Compree nder e va lorizar as d if erente s manif estaçõ es cultura is d e etnias e seg mentos socia is, ag indo de modo a pres er var o d ireito à d iver sidade, como pr inc íp io estétic o, polít ico e ético q ue su pera co nf litos e tens ões do mundo atua l; Co nstruir a id ent idad e socia l e po lít ica de modo a viab iliza r o exerc ício da cid adan ia p len a no conte xto do Esta do de Dir eito, atua nd o para q ue h aja ef etivame nte uma r eciproc ida de d e d ir eitos e d e veres entre o pod er púb lico e o cid adã o e, também, entre os dif erentes g rupo s”. (SEDF - Currículo em movimento, 2014, p.1 60).

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Assim, e xiste a re sponsabilidade pa ra a disciplina de so ciolo gia, e conse quentemente para seus p rofessore s, de ministrar o conteúdo vo ltado para a tematica dos Dire itos Humanos. Assim, p ara a Educação de Joven s e Adulto s é necessária uma atenção e cuidado diferenciado, devido à realidade dos alunos, com o mesmo propõe o currículo em movimento.

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3. MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA

3.1. Contexto

A pesquisa foi desenvolvida com professores de quatro escolas públicas do Distrito Federal. Foram realizadas oito entrevistas com professores de sociologia da Educação de Jovens e Adultos. As escolas foram escolhidas por um processo de indicação. A necessidade desta técnica surgiu devido ao fato de haver muitas carências de professores de sociologia nas escolas publicas do EJA, e principalmente nas escolas de regiões periféricas. A escolha pela disciplina de sociologia se deu pelo fato dela possuir muitos conteúdos diretamente ligados à temàtica dos Direitos Humanos. No EJA, a sociologia é ofertada uma vez por semana em um periodo de 50 minutos durante um semestre letivo. A disciplina de sociologia é obrigatória apenas no ensino médio. Dos oito professores entrevistados, todos cumprem uma carga horária de 20 horas semanais, sendo o limite de 16 horas em salas e 04 horas de coordenação geral. Para as entrevistas foi escolhido o horário das coordenações gerais dos professores, entretanto nem todos os professores são obrigados pelas escolas a cumprirem as horas de coordenação.

3.2. Tipo de Pesquisa

Segundo Marconi e Lakatos (20 03, p.132) a metodo lo gia é um campo a serviço d a ciência que p rocura transmitir o co nhecimento dos métodos que auxiliam na construção e elaboração do estudo científico.

Aborda assim o estudo da forma, ou dos instrumentos ne cessá rios para a construção de u m a pesquisa. Neste presente traba lho, a metodologia da in vestigação concentrará um esforço cu idadoso e m obter nova s informações. Desta forma, este trabalho tem por caracte rística trabalha r com dois níve is de pesqu isa: pesquisa biblio gráfica ou por fontes secundárias e entrevistas se miestrutu radas, pa ra a coleta de dados. A pesquisa biblio gráfica foi voltada pa ra asp ectos que nos direcionem para uma análise do ensinar Direito s Humanos e a realidade da Educação de Jo ven s e Adultos . Já as en tre vistas, foram

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direcionadas para compreender dificuldades e soluções para o processo de ensinar a temática dos Direito s Humanos na Educação de Jo vens e Adultos.

3.3. Procedimentos

Os p rocedimentos adotados pa ra a realização da pesquisa de campo se consistiu , em um primeiro momento, em entrar em contato com algumas re gionais de ensin o via te lefone para que ela s pudessem indica r e scolas de sua s re giões. Essa nece ssidade ocorreu devido ao fato de muitas escolas po ssuirem ca rências de professores para a discip lina de sociolo gia. Po sterio rmente foi feit a uma visita à escola para rea liza r a entre vista. As visitas foram semp re às qua rtas ou se xtas, pois são o s dia s em que o s professores da á rea de humanas estão em coo rdena çã o gera l. Fo ram feitas en tre vista s semiestrutu radas com o propó sito d e conhece r as dificuldades en contra das no ato de leciona r no contexto dos Direito s Humanos. Posterio rmente , foi realizada uma análise dos resu ltado s e foram constru ídas suge stões metodológicas pa ra auxilia r os p rofessore s no ato d e ensina r. As suge stões foram constru ídas a pa rtir de troca de saberes de melhores formas de leciona r a temática com o EJA. Os resu ltad os da pesquisa foram fornecidos a todos os entre vista dos.

As entre vistas oco rre ram em um período de qua se dois meses, setembro e outub ro de 2015. Dos oito professores entrevistados, três são de contra to temporário e cinco efetivos. Do s de contrato temporário, apenas dois pe rmanece riam na esco la o nde trabalham durante todo o a no de 2015. A s entre vistas foram realizadas nas escolas onde o s professores lecionam e no horário noturno. Buscou-se marcar a s entre vistas sempre nos ho rários de coordena ção, entretanto isso não foi possível em todas as escolas, po is a lgumas não e xigem o cumprimento das horas de coo rdenação na escola. As entre vistas ocorreram de forma semiestrutu rad a e encontram -se em anexo. Os nomes dos professores não serão re velados, por uma qu estão de sigilo ético.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A entre vista se inicou com o questio namento, aos professore s, sobre seu vín culo com a Secretaria de Educaçã o : 60% dos entre vistados são professores efetivo s. De sses 60%, um terço são professores com menos de um ano de contrato efetivo, tendo sido apro vados no último concurso da Secreta ria de Educa ção, no ano de 2013.

O se gundo ponto do que stioná rio aborda em qua l re gião administrativa cada professor leciona. Tivemos a se guinte distribu ição:

G r á f i c o 0 1 : P r o f e s o r e s e n t r e v i s t a d o s p o r r e g i ã o a d m i n i s t r a t i v a F o n t e : E l a b o r a d o p e l o a u t o r

O número significa tivo de p rofessore s na re gião administrativa da Ceilândia o correu pelo fato de ser a se gunda re gião d o DF com mais escolas públicas e com maior número de escolas com EJA.

Dando continuida de à entre vista , foi que stionado se os professores se gue m as orientações do currícu lo ped agó gico para a

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disciplina de socio logia , todos respon deram que sim, alguns coloca ram a necessidade de muitas ve ze s a van çar com o conteúd o, uma ve z que o ano letivo do EJA é redu zido, assim como o numero de aulas de socio lo gia. Na Edu cação de Jo vens e Adultos, é le ciona do apenas uma aula de sociolo gia por semana em cada turma do terceiro se gmento (co rrespondente a o Ensino Médio ). Cada aula semana l tem a duração média de 50 minutos, entretanto algu mas são mais curtas, como coloca um dos entrevistad os: “As turmas dos primeiros anos, eu dou aula no último ho rário, e eles não e spera m até o final da aula, quando dá 22h30 quere m ir e mbora”. Muito s a lunos não mo ram perto de suas escolas, a maioria dos alunos do EJA trabalha e e scolhe uma escola que fique entre o trajeto traba lho-ca sa, muitos deles n ão passam em casa antes de ire m às esco las. O h orário do ensino n oturno em todas as escolas do Distrito Federa l é a partir das 19h10 até as 22h50.

Entretanto a maior dificuldade aponta da pelos p rofessores do EJA é o fato de não haver livro didático para lecionar socio lo gia. Não e xiste um livro d idático direcionado para o trab alho de sociolo gia nas turmas de EJA, o que nos mostra um dos entre vistado s, uma professora de uma escola de Samambaia:

“É muito difícil ensinar sem um livro para os alunos, eu trabalho com o me smo livro do e ns in o regu lar e vo u adapta ndo, mas co m cortes de despes as que as esco la s estão pas sand o, nã o posso nem us ar a xerox para fa zer apost ilas e có pias d e textos.

Um dos livros utilizado s pela Secretaria de Educação é o livro Sociolo gia para jo ven s do Sécu lo XXI, da ed ito ra Imperia l Livro s, em contato com a editora, foi informado que realmente não há no mercado hoje um livro de socio lo gia que atenda às especificid ades do EJA, entretanto há um livro em faze de d esen volvimento pa ra o triênio de 2017 – 2019.

Outro ponto le vantado nas entre vista s, foi quais as dificuldades encontradas pe los professores para lecionar, e entre as co locaçõe s

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feitas pelos entre vistado s, vemos abaixo, na Tabela 1, as mais reco rrentes.

G r á f i c o 0 2 : D i f i c u l d a d e s n o a t o d e l e c i o n a r F o n t e : E l a b o r a d o p e l o a u t o r

Vemos que, além do problema da falta de livro didático para o EJA, o desintere sse dos alunos pela discip lina de sociologia é muito grande. Entretanto , é necessá rio po ntuar a importância da sociolo gia para os Direito s Humanos e pa ra a formação do ind ivíduo em sociedade. A socio logia é capa z de cria r uma refle xão d o individuo em sociedade, pa ra constru ir uma mud ança necessá ria , no campo dos Direito s Humanos. Questões de gên ero, trabalho, se xu alidade, raça e muitas outras p recisam se r debatidas em sala de aula para a desconstrução de sensos comuns carre gados na formação dos indivíduo s. Ainda assim, vendo a lé m da formação d o individuo, a socio lo gia é uma das disciplinas qu e mais cresce nas e xigên cias do Exame Na ciona l do Ensino Méd io (ENEM). Neste ano de 2015, o ENEM

(25)

trabalhou de z que stões diretamente relacionadas aos conteúdos da socio lo gia, além de uma redação com o tema “A persistência da violên cia contra mulher na socied ade brasileira”, que apontava a necessidade de se discutira cu ltura machista da so cie dade brasileira, questõe s de gênero, direto s humanos e rela ções interpe ssoais.

Em uma se gunda p arte da entre vista, quando foram trab alhadas questõe s d iretame nte ligadas ao s Direito s Humanos e m sala de aula, foi perguntado aos entre vistado s qua l a maior dificu lda de encontrada quando a aula aborda os Direitos Humanos. Abaixo, no Gráfico 2, vemos a s dificu lda des mais citadas.

G r á f i c o 0 3 – D i f i c u l d a d e s e m l e c i o n a r s o b r e D i r e i t o s H u m a n o s F o n t e : E l a b o r a d o p e l o a u t o r

Neste ponto, mu itos professore s co locam que p reconceito é o maior p roblema dentro de sa la de a ula, o que podem os obse rva r em uma fala de um dos entre vistados, um professor de uma escola de Ceilândia:

“Quando fui dar aula de sexualidade, foi praticamente impossív el. As p iad inhas em re laç ão à o pção s exua l era a div ersão d os a lun os . Eles n ão ent ende m e não querem entend er nada de orie ntação sex ua l, pesso as morrem

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todos os d ias com a homofobia e meus alu nos fa lam:

“bem feito para esse viadinho ”, é assustador.”

Muito s entre vistad os relatam que tra balhar os Direito s Humanos e as questõe s de se xu alidade é um dos processos mais d ifíce is. Quando falam de racismo ou machismo dentro de sala de aula, ainda e xiste uma ética na opinião dos alunos so bre o assunto, mas quando sã o abordadas questõ es re lacionadas a orientação se xual, tran sgêneros, LGBTT, relações homoafetivas, heteronormatividad e, não e xiste respeito e seriedade. Isso se tradu z em uma das falas desse mesmo professor da Ceilâ ndia:

“Eu acho que o posicionamento religioso de muitos alu nos, prin cipa lme nte mulheres, atra palha mu ito as aulas. E u tent o resp eitar, mas é d ifíc il c onstruir de bates quan do tud o é justif ica do com a re lig iã o. Eu ten ho uma alu na que le va a bíb lia p ara a sa la de au la e sempr e fa la passa gens da bíb lia quan do fa la sua opinião”.

Durante a s entre vista s, foi notado que a religião é muito presente nos a lunos do EJA. Essa modalidade de ensino atende a alunos maio res de idade que e stão fora da idade escolar. Boa pa rte dos alunos são ca sados e possuem família (filhos, netos). Passando pelas sa las de au las é possível ver muitos alunos com idades pró ximas aos 40 e 50 anos. Boa parte busca a conclusão do ensino médio para alcança r uma profissão melho r ou au mento de salá rio. Estes a lunos já possuem uma identidade formada, onde opiniões, co nhecimentos de vida e sensos co muns, são usados para pautar sua participação em sala. Muito s são guiados por condutas re ligiosas, que em sua maioria não aceitam as mudanças da sociedade (igualdad e de gênero, casamento ga y, mães solteiras) e isso d ificulta a mudança de pensamento. Um professor de Santa Maria a ssim e labora a questão:

“Eu tenho alunas senhorinhas, que vão para escola porque g ostam, não é consegu ir empreg o. Elas têm toda uma histor ia de v ida que eu não po sso apag ar. Não tem

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como eu che gar na sala e fa lar qu e o q ue e la pen sa tá errado. S e uma se nhor inha vir a pra mim e fala qu e é errado h omem casar com homem, como eu vou f alar que errado é ela. ”

O processo de e nsino e ap rendiza gem e xige, além de tudo, respeito. É ne cessário re speita r o s limites e pra zos de cada aluno.

Muita s ve zes, na socio lo gia , não se rá possíve l mudar uma forma de pensar enra izada cultu ralmente e m um aluno, como mostra um professor de Ceilâ ndia:

“É difícil falar de direitos humanos com os alunos do EJA.

Ele s não mudar ão a forma deles de pe n sar. Uma ve z fu i falar d a Reduç ão d a Ma ior id ade Pen al e um senh or me falou que s eu filh o foi ass ass ina do por um menor, que hoje está so lto. Eu ace ito tu do o qu e eles me fa lam, procuro nã o causar polemic a quan do pa sso ativ ida des ou nas prov as. A ge nte tem que respeitar. ”

Em segu ida, fora m questionadas se os professo res vêem a necessidade de tra balhar temas que envo lvem diretame nte os Direito s Humanos. Um prof essor de Ceilândia respondeu da se gu inte maneira:

“Sim, é preciso. Alguns alunos não enxergam realidades difere ntes das de les . Vejo muito rac ism o em sala. Acho que o rac ismo é o pr inc ip al pont o. Outro ponto importa nte é o Bu llying . Ess e mês aluno morreu na minha e sco la p or causa d e Bu llying . P assou n o jorn al, tod o mundo viu. Não era meu aluno, mas era da escola.”

Dentro da so cio logia , um dos p ontos mais impo rtantes trabalhados com alunos do ensino re gula r é o bu llying, entretanto no currícu lo peda gó gico do EJA, esse n ão é um tema abordado. Caso s de bullying nas escolas são comumente visto s em meio a adolescentes, entretanto discriminações oco rrem e m todo ambiente escola r, como relata uma p rofessora da Samambaia:

“Eu acho muito importante falar de direitos humanos.

Vejo em sa las de aulas muit as co isa s erradas. E os alu nos n em tem noção disso. Uma ve z dois alunos meu s

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que sã o marido e mulher br igar am em sala e o car a mandou a mu lher d ele ca lar a boc a e chamou ela d e demôn io n a frente de tod o mun do. Fique i fur iosa.

Co loq ue i o alun o pra fora de sala por is so. Muit a falta de respe ito. Inc lus ive c omigo. E les não me respe itam. V ivem pergunt and o se tenh o namora do, s e so u casad a o u ten ho filhos.

Finalizando a s e ntre vistas, foi perguntado aos p ro fessores, quais so luções e estraté gias ele s e ncontram para a dificuldade de trabalha r as questões dos Dire itos Humanos com o EJA. Foram le vantados os pontos e xpostos na Tabela 01.

S o l u ç õ e s e e s t r a t é g i a s a d o t a d a s

0 1 R e s p e i t a r o s l i m i t e s d o s a l u n o s .

0 2 L e v a r c a s o s q u e a c o n t e c e m n o d i a a d i a p a r a s e n s i b i l i z a r o s a l u n o s .

0 3 C r i a r u m m o m e n t o p a r a o s a l u n o s c o n t a r e m s e u s c a s o s d e v i o l a ç ã o d e D H .

0 4 F a z ê - l o s p e n s a r d e f o r m a o p o s t a a r e a l i d a d e d e l e s . 0 5 P a s s a r t r a b a l h o s c o m p e s q u i s a s s o b r e t e m a s p o l ê m i c o s . 0 6 L e v a r p e s s o a s d e f o r a p a r a f a l a r s o b r e D H .

T a b e l a 0 1 : S o l u ç õ e s e E s t r a t é g i a s a d o t a d a s F o n t e : E l a b o r a d o p e l o a u t o r

Entre as solu ções proposta s pelo s professores entre vistados, muitos colo cam a necessidade de le va r para as salas de aula casos práticos de vio lação dos Direitos Humanos e assim contextua lizar a aula, como afirma uma professora do Plano Piloto:

“Eu levo muita noticia de jornal. Sempre quando algo pesad o aco ntece e u lev o pra sa la de aula e faço um momento reflex ão. Toda a ula eu trab alho os DH. Se um negro sofre racismo e sai no jorna l uma matéria sobre isso, eu n ão es pero cheg ar o d ia da a ula de rac ismo, eu falo a ssim q ue acontec e. Tem que se ns ib ili zar diariamente.”

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Leva r os fatos de viola ção dos Direito s Humanos é uma possib ilidade de ca usar mudanças, m as também é possíve l in centivar a participação dos a lunos em queonde eles possam re lata r seu s p róprios casos de vio lação de Dire itos Humanos, como o faz um professor de Taguatin ga:

“Eu cons egu i criar e m algumas turmas u m espaço para o s alu nos c ontarem s ua s hist oria s. No inic io foi mu ito d ifícil, precise i falar que vale pont o. Ho je eles participam melhor. To da au la dois aluno fa lam d e um caso que afetou e les d iretam ente. A i tento co ntextua li za r com a aula que vo u dar. É muito bom por q ue eles vão se conhe cen do e vão vend o qu e o o utro tem suas dif icu lda des, mágo a s e vão respeitando.”

Estraté gias e possibilidades de vem ser le van tadas p ara uma mudança na forma de ensina r e abord ar os Direitos Humanos em sa las de aulas da Educa ção de Jo vens e A dultos. Os a lunos, muitas ve ze s, não conseguem ve r que sofrem vio lação de seus direitos todos os dias, muitas ve ze s não conseguem nem identificar ta l fato e precisam de análise s e refle xõ es sobre o s fatos socia is que o correm em nossa sociedade.

(30)

5. PROPOSTA DE AÇÃO INTERVENTIVA

Após a inve stiga ção das dificuldades e barreiras enfrentadas pelos professore s de sociolo gia na Educação de Jo ven s e Adultos no ensino da temática dos Dire itos Humanos, é importa nte propor uma ação que inte rve nha no processo de ensino e aprendiza gem. As suge stões ap resen tadas foram criad as a pa rtir das o ito entre vistas realizadas com os professores do EJA. Será relatada a proposta, Com sua definição e porque e xecutá -la; sua prática , em que são colocada s suge stões de dinâ micas em sala de aula. Po r fim, é p ensado o efeito na temática dos Direito s Humano s para alcançar a proposta do Currícu lo em Mo vimento (Ane xo b ) da Secretária de Educação do Distrito Fede ral.

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01

Se sent in do na pe le d o

outro

1º ano do EJ A

Que os aluno s enten dam um mundo d if erente do dele s para

entend er outras rea lidades.

Em ativida de em sa la, constru ir uma histor ia junt o co m os alun os

de como ser ia um at o de desresp eit o e sua s c onse q uen cias

para a vítima.

T rabalhar a id eia de Dire itos vio la dos ,

impotên cia e conseq uê ncias.

02 Resp eito ao pró ximo

1º ano do EJ A

Incentivar os a lu nos a darem suas op in iõ es so bre temas polêmic os com justif icativa s.

Constru ir uma rod a de con versa onde o s aluno s f alarão suas opinioes so bre de sig ualdad e de g êneno É importante ince ntivar o

respe ito à op in iã o d e todos .

T rabalhar q uestõ es de g ênero, machismo e princ ip alme nte ince n tivar

o respe ito às ide ia s e realid ades d os outro s.

03 Mo vimento s sociais

2º ano do EJ A

Le var o co nhe cime nto do q ue são os mo vimentos s ocias e sua f unção soc ia l e humana.

Em g rupo, pedir a os alu nos q ue construam um mon vimento soc ia l

com objetivo, metas, ações e nome.

T rabalhar a s q uest õ es dos d ire itos (human o s, sociais, trabalh ista)

04

Conte xt ua liza ção com a realid ade d o

dia a dia

3º ano do EJ A

O prof essor pode co nte xtua lizar o tema da au la com realid ade

do cotidiano, o q ue au xilia o entend iment o em relação a o conteú do min ist ra do. Fa zer lig aç ões com o mun do atua l

propor c io na um a melhor perspect iva dos f atos.

Em uma aula sobr e Se xu alid ade, le var para sa la uma reportag em

q ue mostra um crime de homof obia, f aze ndo os alunos

olh arem para o o utro lado da hist ór ia: o lad o da vitima.

T rabalhar q uest õ es de g ênero, se xua lida de e

homof obia

05

Conte xt ua liza ção com a vivê nc ia e exper iênc ia

de cad a alu no

3º ano do EJ A

Dentro d e sa la de a u la com o EJA, é importante a p roveitar a s

exper iênc ias e viven cias d e cada a lu no. Su as vid as são importa nte s e de vem ser

le vadas em co nta ne s se process o.

Passar trab alhos s o bre um momento da vida d o alu no em q ue

ele te nha s of rido alg um tipo de discr iminaçã o soc ia l. Ped ir para

toda au la um a lu no ler para a turma sua hist ória (a penas para os

q ue q uiserem)

T rabalhar q uest õ es de des ig uald ade s soc ia is

(racismo, g ênero, homof obia, c lass e,

cultura)

T a b e l a 0 2 – Propostas de int erven ção met odoló gica F o n t e : El a b o r a d o p e l o a u t o r

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6. CONCLUSÃO

O presente traba lho surgiu com o propósito de ente nder as dificuldades enfren tadas pelos professores quando le cio nam , nas salas da Educação de Joven s e Adultos, o conteúdo referente à temática dos Direito s Humanos. É importante pontu ar que a intenção d o trabalho não foi a de traça r um parale lo compa rativo entre leciona r a temática nos anos re gu lare s do ensino médio e do EJA, uma ve z que o reco rte escolh ido foi apenas o do EJA. Assim, o trabalho procurou expo r quais dificuldades e xiste m no processo de educar no EJA e p ropor possíve is soluções pa ra e les.

A partir do s re sultados das entre vistas, é possível afirmar que existe uma falta d e intere sse do Estado na formação dos jo ven s e adultos fora da idade regu lar de en sino. É de respon sabilidade do Estado ofertar edu cação gratu ita a to dos os cidadãos brasile iros.

“o dever do Estado com educação escolar pública será efetiva do med ia nte a gara ntia de e ns in o, obrigatór io e gratuito, inclus ive p ara os que a ele nã o tiv erem ac esso na idad e própria”. (Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, Art igo 4).

Como apontado pe los p rofessores, n ão há valo rização de uma disciplina que bu sca a refle xão social, política e econômica da sociedade. É preciso cria r a refle xão da realidade com os adultos que trabalham, que passam por e xp lora çã o no loca l de trabalho, que sofrem preconce itos, que sofrem com medidas político -econômicas do Estado, que educam seus filhos, adu ltos, enfim, que pre cisam entender o funcionamento da sociedade para co mpreender sua rea lidade. Man tê- los ana lfabetos para as refle xões sociais é con struir e manter indivíduo s in capa zes de mudar sua re alidade.

A vis ão do a na lfa beto como um ind ivídu o alie nad o, inc apa z, ig nora nte, a margem d as d ec is ões d a so cieda de e do pod er con struída a o long o da nossa h istória, continua inf lue ncian do a mane ira p ela qua l os p odere s púb licos tratam a questã o da e duc aç ão de jov ens e adu ltos, su a inclusã o na so cieda de e in serção n o mund o

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do trabalho. São vária s inve stid as e m campanhas e programas que nã o tiv eram êx ito p elo seu caráter emergenc ia l, e na maioria das v e ze s assist enc ia lista (SANTOS, 200 9, p. 1).

Essa desva loriza ção da educação no EJA é vista nos professores que lecionam em sala s sem um livro d idático adequado para a realidade do EJA, pre judicand o o desen vo lvim ento das aula s e a e volu ção educacional e so cial dos alunos. Alé m da necessidade do livro didático em auxilia r como um “guia” aos professores, sua utilização tornaria o tempo de ensino mais p ro veito so e objetivo. Os entre vistados re latam que mu itas ve zes p erdem muito tempo passando conteúd o no quadro, e que há reclamações vinda s dos a lunos que fre quen temente estão cansados por traba lharem o dia inteiro e assistirem aula à noite. Com o livro d idático a aula poderia se r mais bem desenvo lvida e dinâmica.

Outro ponto pertin ente observado foi à dificuldade de iniciar estudos da temática dos Direito s Humanos com indivíduos adu ltos.

Educar adolescentes no ensino médio para os Dire itos Humanos é mais simples uma ve z que os a lunos aceitam pensamentos e realidades diferentes. Não é tão determinante, n este ponto, uma trajetória de vida que cond iciona crenças, crédu los, senso comum e pensamentos formados. Os adultos ca rre gam consigo toda uma tra je tória de vida e bases formadas de entendimento social. Rea liza r a desconstrução disso é um p rocesso muito mais demo rado e dif ícil. Toda essa trajeto ria de expência de vida deve ser respe itada e apro ve itad a nas salas de aula, o queau xil ía na formação do individuo.

A con strução de con hec imento, n a med ida em q ue atre la a experiênc ia pes so al com a colet iva, int rodu z o ind ivíd uo no proc esso d e so cia li zaç ão como c idadã o e no de human i zaç ão, a o m esmo tempo em qu e e le s e co nstit ui em sua sin gu lar idade. (Profe ssor formador, 2014, Div ersidad e Cu ltura l e ambie nte Esc olar).

Assim como foram apresentadas sugestõe s do Curriculo em Mo vimento pa ra o s professore s do EJA, seria nece ssario realiza r um

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diagnó stico para e ntender a realidade dos alunos, e a ssim con stru ir planos de aula s qu e contemplem o en riquecido un ive rso de cada a luno.

Conside ra-se fundamental ha ver re speito pela forma de pensar de todos en volvidos, principalmente dos alunos. O sucesso da educação está no re speito às diferenças e e ssa é a p rimeira lição que um professor de ve en sinar.

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7. REFERÊNCIAS

1) BRASIL. Congresso Naciona l. Constituiçã o Fede ral de 1988.

2) BRASIL. Con gresso Nacio nal. Lei Federal nº 9.394. Lei de Dire trizes e Base s da Educação Nacional. 20 de de zemb ro de 1996.

3) DISTRITO FEDERAL. Lei Orgâ nica do Distrito Federal, promulgada em 8 de junho de 1993. Brasília, 1993.

4) LYRA, Dereodo Araujo (org.). Des ordem e process o – estudos sobre o direito e m homenage m a Robe rto L yra Filho. Po rto Alegre: Fabris, 198 6.

5) MARCONI, M. d e A.; LAKATOS, E. M. Funda mentos de metodologia cie ntífica. 5. ed. São Paulo: Atla s, 2003.

6) MORGADO, Patricia. Prá ticas Pedagógicas e Saberes Docentes na E ducação em Direitos Humanos. Rio d e Janeiro, 2001, p. 1 -16. Dispon ível em: <http://www.anped.org.br/25/

patricia limamorgad ot04.rtf>. Ace sso e m: 20 out. 2015.

7) MARCONI, M. d e A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos de metodologia cie ntífica. 5. ed. São Paulo: Atla s, 2003.

8) PULINO, Lúcia H. C. Z. A cons truçã o do conhecimento científico e seu ensino -aprendizagem. In: PULINO, L úcia H. C.

Z.; BARBATO, S. Aprendi zage m e a prática do profe ssor. São Paulo/Bra sília: Mo derna/UnB, 2005. p . 29.

(36)

9) PULINO, Lúcia H. C. Z., PULINO , Lú cia H. C. Z.; BARBATO, S.

Pesquisa e Intervenção em Educação em e para os Direitos Huma nos: o diálogo crítico e c riativo com a realidade. São Paulo/Bra sília: Mo derna/UnB, 2005. p . 4.

10) Secreta ria de Esta do de Educação. Currículo em Movimento – Educação de Jove ns e Adultos. L ivro 7.Brasília: SEEDF, 2014.

11) Unive rsidade de Brasília UnB. Módu lo 3 – Atualizações na Lei de Diretrize s e Bases da Educação, 2014 .

12) Unive rsidade de Brasília UnB. Módulo 1 – Diversidade Cultural e Ambie nte Escolar, 2014.

(37)

8. ANEXO

Anexo A - Questionário orientador de entrevistas

Este questionário orientado r de en tre vista foi e laborado para coleta de dados que serão trabalhad os e analisados e m meu trabalho de conclu são de curso de Pó s-Gradu ação em Educação em e para os Direito s Humanos, no contexto da Dive rsidade Cultu ral, pe la Unive rsidade de Brasília (UNB).

Esta entre vista tem como propósito entender as d ificuldade s enfrentadas na Educação de Jo ve ns e Adu ltos, assim como na educação para o s Direito s Humanos. Os nomes dos entrevistados não serão d ivu lgados, como consta no te rmo de autorização de entre vista e utilização de dado s.

1) Você leciona em que região administrativa

?

2) Voce é efetivo ou contrato temporário

?

3) Voce é formado em sociologia

?

4) Quais dificuldades você encontra no ensino para a Educacao de Jovens e Adultos (EJA)

?

5) Quais dificuldades você encontra no ensino dos Direitos Humanos para o EJA

?

6) Quais métodos você utiliza para superar esses

problemas

?

(38)

Anexo B - Conteúdo da Sociologia no Currículo em Movimento

(39)
(40)

Fonte: Curr íc ulo em Mo vimento SE DF 20 14

http://www.s in prodf .org .br/wp -co ntent/u p loa ds/20 14/03/7 - edu cacao -d e- jovens -e-a du ltos.pdf

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