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O DESAFIO DE AVALIAR UM CURSO SUPERIOR A DISTÂNCIA INSTITUÍDO A PARTIR DE PARCERIAS ENTRE PAÍSES. 1

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O DESAFIO DE AVALIAR UM CURSO SUPERIOR A DISTÂNCIA

INSTITUÍDO A PARTIR DE PARCERIAS ENTRE PAÍSES.

1

Jane aparecida Gonçalves de Souza2

Universidade Católica de Petrópolis cidijane@gmail.com

RESUMO

Pensar em educação a distância nos dias de hoje é muito comum e diversos autores têm apresentado contribuições para essa modalidade de ensino. O MEC tem redobrado esforços no intuito de avaliar os cursos de EAD oferecidos por todo Brasil. Uma equipe de profissionais de instituições diversas vem ao longo dos últimos anos avaliando polos (espaço físico) e instituições (oferta e qualidade de ensino); nestas avaliações observamos o PPP (Projeto Político Pedagógico), a formação dos profissionais, as ementas dos cursos, o AVA (Ambiente Virtual de Aprendizagem), a interação professor – tutor – aluno, os dispositivos tecnológicos disponíveis, o espaço físico adequado, as questões relativas a acessibilidade, a biblioteca, o material didático; analisados e testados no intuito de observar a qualidade da oferta do curso.

Não há fronteiras para a EAD (Educação a Distância), no ano de 2009 o MEC assinou uma parceria com Moçambique (África) oferecendo a este país 04 cursos de graduação: Biologia, Matemática, Pedagogia e Administração Pública. Estes cursos estão sendo oferecidos a partir de uma parceria entre quatro instituições brasileiras (UFG, UFF, UNIRIO e UFJF) e duas moçambicanas (Universidade Pedagógica e Eduardo Mondlane). Os conteúdos dos cursos deveriam ser desenvolvidos pelas seis instituições que também produziriam materiais didáticos impressos e recursos multimídias. O objetivo inicial era a participação de 50% de professores brasileiros e

1 Este resumo expandido é referente ao projeto de pesquisa em nível de Doutorado “Desvelando a construção do processo de avaliação dos cursos oferecidos pelo Brasil no exterior, tendo como aporte o projeto de monitoramento UAB/Moçambique: O desafio da construção de um curso instituído a partir de parcerias entre países” orientado pela professora Doutora Stella Cecília Duarte Segenreich., UCP. 2 Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Católica de

Petrópolis, Coordenadora Pedagógica da Escola Municipal Lions Centro/ Juiz de Fora MG. Integrante dos Grupos de pesquisa: Grupo de Pesquisa em Historia da Educação – GPHE/NESCE/UFJF, do Grupo EDUCCO - Grupo de estudos em Educação, e do Grupo Cultura e Comunicação e Educação Superior a Distância: Possibilidades e Questões. Contato: cidijane@gmail.com

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50% de professores moçambicanos. Os tutores que dariam apoio presencial aos alunos nos polos seriam de Moçambique.

Nesta perspectiva o problema que aparece é a compreensão da construção do processo de avaliação dos cursos de EAD oferecidos pelo Brasil em Moçambique tendo como aporte o curso de Administração pública. Nossa questão de pesquisa tenta responder se o modelo de avaliação aplicado aqui no Brasil pode ser o mesmo aplicado no exterior.

Para alcançar o objetivo do projeto apresentado é necessário:

 Descrever e discutir o processo de avaliação implementado pelo MEC/ Capes com o objetivo de promover uma melhoria nos cursos oferecidos UAB/Moçambique;

 Analisar o processo de internacionalização dos cursos brasileiros;

 Identificar mecanismos que possibilitem o processo de avaliação em culturas e realidades diferentes;

 Analisar os documentos que permeiam a avaliação de cursos a distância;

 Analisar as diretrizes e leis que regem nosso ensino superior e a coletânea de legislação do Ensino Superior e o PEE 2012/2016 (Plano Estratégico da Educação) de Moçambique;

 Identificar quais os critérios foram utilizados para a divisão de responsabilidades neste modelo de cooperação.

Neste contexto em poucos anos a EAD tornou-se realidade no cenário do ensino superior. A busca por um padrão de qualidade é algo que vem sendo pesquisado na tentativa de se oferecer uma escola de qualidade para todos. É tentador, nesse contexto, importar e aplicar modelos bem sucedidos em outras realidades. Entretanto, a imposição e a preservação de modelos culturais importados, não permitem a possibilidade da

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criação e inovação. O transplante desses modelos acaba por transformar a escola numa instituição ritualista.

A EaD surge como uma ameaça a provocar uma mudança cultural de grande impacto, envolvendo diferentes graus de resistência e adesão a ela (Kenski, 2010). Esta modalidade de ensino tem como um dos fins a formação de um conhecimento construído independente de tempo e espaço e de acordo com Behar (2009) veio para auxiliar na resolução de alguns dos problemas da educação brasileira.

De acordo com Souza e Rocha (2010), a educação a distância deve ser compreendida como uma atividade pedagógica caracterizada por um processo de ensino aprendizagem realizado com mediação docente e utilização de recursos didáticos sistematicamente organizados. Tais recursos são apresentados em diferentes suportes tecnológicos de informação e comunicação, os quais podem ser utilizados isolada ou combinadamente, sem a frequência presencial de alunos e professores, nos termos do art. 47, parágrafo 3º, da LDB.

Esta proposta se justifica por vários motivos entre eles a internacionalização dos nossos cursos e a expansão da UAB a outros países da Língua Portuguesa (Cabo Verde, por exemplo). A ideia de internacionalização precisa ser melhor analisada para não corrermos o risco de entendê-la através de conceitos equivocados, segundo Knight (2012):

Objetivo não é um currículo mais internacionalizado nem um aumento na mobilidade acadêmica por si mesma. Em vez disso, o objetivo é garantir que os estudantes estejam mais preparados para viver e trabalhar num mundo mais interconectado. A compreensão da internacionalização como um meio para se atingir um fim e não como um fim em si garante que a dimensão internacional seja integrada de maneira sustentável às principais funções do ensino e do aprendizado no ensino superior, da pesquisa e da produção do conhecimento, melhor servindo à comunidade e à sociedade.

O grande desafio que temos hoje é avaliar cursos de EAD oferecidos pelo Brasil a outros países no modelo de parceria definido pelo MEC. Ainda temos grandes

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desafios na educação presencial em relação a avaliação, grandes desafios também na utilização dos instrumentos de avaliação para EAD que acontecem em nosso território (os instrumentos nem sempre conseguem descrever ou avaliar de forma exata um curso a distância, apontando muitas vezes características do presencial). O sistema de Avaliação de Moçambique esta sob a responsabilidade do SINAQES (Sistema Nacional de avaliação, acreditação e garantia de qualidade do Ensino Superior) de acordo com a Legislação do Ensino superior de Moçambique este sistema integra normas, mecanismos e procedimentos coerentes e articulados que visam concretizar os objetivos da qualidade no ensino superior. A avaliação externa do país parte da auto-avaliação fornecendo elementos para acreditação. Em julho de 2009, Moçambique publicou o regulamento de Ensino a distância onde no artigo 05 é criado o INED (Instituto Nacional de Educação a Distância) com o objetivo de definir as políticas e regulamentos de Educação a Distância, garantir o funcionamento da rede nacional de Educação a Distância e, criar e desenvolver um sistema de acreditação e garantia de qualidade da Educação a Distância.

O INED concede a acreditação para as instituições e cursos que satisfizerem alguns componentes, entre eles: registro dos estudantes, apoio e atendimento aos estudantes, aquisição, desenvolvimento, avaliação, produção e distribuição de Material.

Ao estudarmos culturas diferentes analisando a qualidade de cursos, nos remetemos a outro estudo que viria a ser utilizado nessa pesquisa como metodologia, diante dessa especificidade, buscamos leituras que atentassem para o tema da educação comparada, neste primeiro momento após as leituras conseguimos fazer um histórico da Educação comparada. E dentro desse histórico, Nóvoa (2009) traz outra forma de olhar a arquitetura da Educação comparada analisando as teorias e as abordagens assim ele produziu 07 configurações que congregariam diferentes perspectivas no campo da Educação Comparada: perspectiva histórica, positivista, modernização, resolução de problemas, critica, sistema mundial e sócio histórica. Para iniciar o estudo proposto farei uma discussão teórica onde será abordada às perspectivas e conceitos sobre EAD, UAB, avaliação institucional e internacionalização da educação. Como sujeitos da pesquisa defino alguns atores de seis instituições que fazem parte do convenio UAB/BRASIL/MOÇAMBIQUE através de entrevistas semi-estruturadas com o objetivo de coletar dados descritos pelo sujeito da pesquisa através da linguagem,

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permitindo ao investigador interpretar as várias posições com que o sujeito se coloca perante a realidade. Estabelecendo uma relação de interação, possibilitando uma atmosfera de influência recíproca entre quem pergunta e quem responde Bogdam e Biklen (1994, p. 134) afirmam que a entrevista “consiste numa conversa intencional, geralmente entre duas pessoas, embora às vezes possa envolver mais pessoas, dirigida por uma das pessoas, com objetivo de obter informações sobre a outra”.

Em razão dos cuidados necessários para que se realize educação de qualidade na modalidade a distância, é de extrema pertinência o acompanhamento avaliativo dos cursos, numa perspectiva dirigida a seus múltiplos atores e aos saberes em circulação em seu interior, pois, em permanente relação interativa se encontram gestores, professores, tutores e estudantes, conteúdos, atividades pedagógicas e recursos tecnológicos. Em síntese, a avaliação institucional é necessária como forma de acompanhamento para ajustes internos e de adequação às exigências de regulamentação externas. Ainda, para garantir a boa qualidade dos cursos com responsabilidade de desempenho em contexto internacional e pioneiro.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Bogdan, R., Biklen, S., (1994). Investigação Qualitativa em Educação – uma introdução à teoria e aos métodos. Porto: Porto Editora.

KENSKI, VA. M. Avaliação e acompanhamento da aprendizagem em ambientes virtuais, a distância. In: MILL, D.; PIMENTEL, N. (eds.). Educação a Distância: desafios contemporâneos. São Carlos: EdUFSCar, 2010. p. 59-68

Knight (2012). Cinco verdades a respeito da internacionalização

https://www.revistaensinosuperior.gr.unicamp.br/international-higher-education/cinco-verdades-a-respeito-da-internacionalização. Acessado em outubro de 2014

MOÇAMBIQUE. Ministério da Educação e Cultura. Plano Estratégico de Educação e Cultura 2012-2016/17. Maputo, 2012.

NÓVOA, A. Modelos de análise em educação comparada: o campo e o mapa. In: MARTINEZ, S. A.; SOUZA, D. B. (Orgs.). Educação comparada: rotas de além-mar. São Paulo: Xamã, 2009. p. 23-62.

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SOUZA, J. A. G.; ROCHA, M. B. M. Curso de Pedagogia para as séries iniciais FACED/UFJF: resgatando sua história. In: BRUNO, A. R.; BORGES, E. M. SILVA, L. S. P. Tem professor na rede. Juiz de Fora: UFJF, 2010, 135p.

Referências

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