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CURSO ESCOLA DE DEFENSORIA PÚBLICA Nº 24. Parte Geral

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CURSO – ESCOLA DE DEFENSORIA PÚBLICA Nº 24 DATA – 03/09/15

DISCIPLINA – DIREITO CIVIL (NOITE) PROFESSORA – BÁRBARA BRASIL MONITORA – JAMILA SALOMÃO AULA 02/03

Ementa:

Na aula de hoje serão abordados os seguintes pontos:  Parte Geral. Pessoa. Negócio jurídico. Parte Geral 4) Capacidade: 4.2) Capacidade de fato/exercício/ação:

Absolutamente incapaz (art.3º) X Relativamente incapaz (art.4º)

Art. 3oSão absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil: (Vide Lei nº 13.146, de 2015)

I - os menores de dezesseis anos;

II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos; III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade.

Art. 4oSão incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer: (Vide Lei nº 13.146, de 2015)

I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;

II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido; ((Vide Lei nº 13.146, de 2015)

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IV - os pródigos.

Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada por legislação especial. (Vide Lei nº 13.146, de 2015)

Art. 3º, I, CC  Em razão da ausência de maioridade. Art. 4º, I, CC  Em razão da ausência de maioridade.

Todos os demais incisos são os incapazes porque não têm sanidade.

Art. 3º, CC – Absolutamente incapazes  Representante. Art. 4º, CC – Relativamente incapazes  Assistente.

A vontade do absolutamente incapaz para assuntos de natureza patrimonial é irrelevante, precisando de alguém para representa-lo.

Para o relativamente incapaz a manifestação de vontade é relevante, mas não se basta, deve ser somada à manifestação de vontade de seu assistente para o ato da vida civil ter a respectiva validade.

Obs. 1:

Se o indivíduo é incapaz porque falta maioridade seu representante ou assistente serão seus pais. Art. 1.690, CC. Se forem destituídos do poder familiar, será seu tutor. Art. 1.728, CC.

Se for incapaz por falta de sanidade quem representa ou assiste será o curador. Art. 1.767, CC.

Art. 1.690. Compete aos pais, e na falta de um deles ao outro, com exclusividade, representar os filhos menores de dezesseis anos, bem como assisti-los até completarem a maioridade ou serem emancipados.

Parágrafo único. Os pais devem decidir em comum as questões relativas aos filhos e a seus bens; havendo divergência, poderá qualquer deles recorrer ao juiz para a solução necessária.

Art. 1.728. Os filhos menores são postos em tutela:

I - com o falecimento dos pais, ou sendo estes julgados ausentes; II - em caso de os pais decaírem do poder familiar.

Art. 1.767. Estão sujeitos a curatela:

I - aqueles que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para os atos da vida civil; (Vide Lei nº 13.146, de 2015)

II - aqueles que, por outra causa duradoura, não puderem exprimir a sua vontade;

III - os deficientes mentais, os ébrios habituais e os viciados em tóxicos;(Vide Lei nº 13.146, de 2015)

IV - os excepcionais sem completo desenvolvimento mental; V - os pródigos.

A incapacidade pela falta de maioridade é objetivamente comprovada. Mas pela falta de sanidade não é objetivamente comprovada.

A incapacidade por falta de sanidade é subjetivamente comprovada, deve submeter o indivíduo a um procedimento de interdição, regulado pelo art. 1.177, CPC. Procedimento de jurisdição voluntária.

Art. 1.177. A interdição pode ser promovida: I - pelo pai, mãe ou tutor;

(3)

III - pelo órgão do Ministério Público.

O procedimento de interdição antecede a nomeação do curador.

Se o indivíduo tem uma condição pessoal que o impede de realizar os atos da vida civil, mas sem afetar sua sanidade, para esse indivíduo será nomeado curador. Não será uma curatela interdição, será uma curatela mandato. Art. 1780, CC

Art. 1.780. A requerimento do enfermo ou portador de deficiência física, ou, na impossibilidade de fazê-lo, de qualquer das pessoas a que se refere o art. 1.768, dar-se-lhe-á curador para cuidar de todos ou alguns de seus negócios ou bens.

Obs. 2:

Absolutamente incapaz pratica ato da vida civil sem a presença de seu representante  Ato nulo. Art. 166, I, CC.

Relativamente incapaz pratica ato da vida civil sem a presença de seu assistente  Ato anulável. Art. 171, I, CC.

Art. 180, CC  Excepcionalmente ato válido para o relativamente incapaz do inciso I, art. 4º, CC. Ato válido e apto a produzir efeitos.

Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando: I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz;

Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico: I - por incapacidade relativa do agente;

Art. 180. O menor, entre dezesseis e dezoito anos, não pode, para eximir-se de uma obrigação, invocar a sua idade se dolosamente a ocultou quando inquirido pela outra parte, ou se, no ato de obrigar-se, declarou-se maior.

Obs. 3:

Art. 4oSão incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer: (Vide Lei nº 13.146, de 2015)

Art. 4º, caput, CC. Para certos atos da vida civil. Existem determinados atos da vida civil que o relativamente incapaz poderá realizar sem a presença de seu representante e os atos serão válidos. Artigos 228, I; 666; 1860, parágrafo único e 1782, todos do código civil.

Art. 228. Não podem ser admitidos como testemunhas: (Vide Lei nº 13.146, de 2015) I - os menores de dezesseis anos;

Art. 666. O maior de dezesseis e menor de dezoito anos não emancipado pode ser mandatário, mas o mandante não tem ação contra ele senão de conformidade com as regras gerais, aplicáveis às obrigações contraídas por menores.

Art. 1.860. Parágrafo único. Podem testar os maiores de dezesseis anos.

Art. 1.782. A interdição do pródigo só o privará de, sem curador, emprestar, transigir, dar quitação, alienar, hipotecar, demandar ou ser demandado, e praticar, em geral, os atos que não sejam de mera administração.

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Enunciado nº 138, CJF. A vontade do absolutamente incapaz para fins existenciais é relevante para o código civil e deve ser colhida, desde que se demonstre que ele tenha discernimento.

III Jornada de Direito Civil - Enunciado 138

A vontade dos absolutamente incapazes, na hipótese do inc. I do art. 3º é juridicamente relevante na concretização de situações existenciais a eles concernentes, desde que demonstrem discernimento bastante para tanto.

Obs. 5: Emancipação.

Hipótese no código civil em que atinge a capacidade civil plena sem ter atingido a maioridade. Antecipa a capacidade civil plena.

Não antecipa a maioridade, que é atingida aos 18 anos de idade.

Se o indivíduo não tem saúde mental perfeita não estará sujeito à emancipação. Somente estará sujeito à emancipação aquele que tem sanidade, mas não tem maioridade.

Regulada no art. 5º, parágrafo único, CC.

1) Voluntária. Art. 5º, parágrafo único, I, 1ª parte, CC. 2) Judicial. Art. 5º, parágrafo único, I, 2ª parte, CC. 3) Legal. Art. 5º, parágrafo único, II, III, IV e V, CC.

Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida

civil.

Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:

I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;

II - pelo casamento;

III - pelo exercício de emprego público efetivo; IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;

V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.

1) Voluntária:

Concedida pelos pais.

Na falta de um colhe o consentimento de outro  Se um dos genitores for destituído do poder familiar o consentimento compete somente aquele que está imbuído do exercício do poder familiar.

Se houver divergência de consentimento entre os pais pode ocorrer o suprimento judicial de consentimento. Art. 1.631, parágrafo único, CC.

Art. 1.631. Parágrafo único. Divergindo os pais quanto ao exercício do poder familiar, é assegurado a qualquer deles recorrer ao juiz para solução do desacordo.

O consentimento dado para fins de emancipação é irretratável e irrevogável.

Mas não é invalidável. É passível de invalidação (ex.: dado sob coação). E o indivíduo volta ao estado de incapaz.

Tem que ser formalizada por instrumento público, registrado no cartório de registro das pessoas naturais. Art. 9º, CC.

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Art. 9o Serão registrados em registro público:

II - a emancipação por outorga dos pais ou por sentença do juiz;

O menor que está sujeito a essa hipótese de emancipação deve ter no mínimo 16 anos de idade.

2) Judicial:

Depende de autorização judicial.

O menor que está sujeito a essa hipótese de emancipação deve ter no mínimo 16 anos de idade. Menor que estiver sob tutela.

Deve ser registrada no cartório de registro de pessoas naturais. Art. 9º, II, CC.

Art. 9o Serão registrados em registro público:

II - a emancipação por outorga dos pais ou por sentença do juiz;

3) Legal:

 Inciso II – Pelo casamento.

A emancipação é um efeito do casamento.

Regras para idade de casar, a partir do art. 1517, CC. 16 anos de idade + autorização dos pais.

Menos de 16 anos de idade + autorização dos pais + hipótese de gravidez.

Se os pais se recusarem a dar consentimento para que o filho case e for uma recusa injusta pode ter suprimento judicial de consentimento.

Art. 1.517. O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-se autorização de ambos os pais, ou de seus representantes legais, enquanto não atingida a maioridade civil.

Parágrafo único. Se houver divergência entre os pais, aplica-se o disposto no parágrafo único do art. 1.631.

Art. 1.518. Até à celebração do casamento podem os pais, tutores ou curadores revogar a autorização. (Vide Lei nº 13.146, de 2015)

Art. 1.519. A denegação do consentimento, quando injusta, pode ser suprida pelo juiz.

Art. 1.520. Excepcionalmente, será permitido o casamento de quem ainda não alcançou a idade núbil (art. 1517), para evitar imposição ou cumprimento de pena criminal ou em caso de gravidez.

 Inciso III, IV:

Cola grau em ensino superior.

Entrada em exercício em emprego público efetivo. Nesse caso não estabeleceu limite de idade.

 Inciso V: Três requisitos:

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 Relação de trabalho ou estabelecimento comercial.

 Que lhe proporcione economia própria.

 Ter completado 16 anos de idade. Obs. 6:

Alterações do código civil pós entrada em vigor da lei 13.146/2015.

1) Alterou o art. 3º e o rol do art. 4º, CC.

 Absolutamente incapaz apenas os menores de 16 anos.  Pela falta da maioridade.

 Será considerado como relativamente incapaz:

 I – Maior de 16 e menor de 18.  Pela falta da maioridade.

 II – Viciado em tóxico e o ébrio habitual.  Pela falta de sanidade.

 III – Por causa transitória e por causa duradoura não puder exprimir sua vontade.  Pela falta de sanidade.

No atual art. 4º, CC  viciado em tóxico e o ébrio habitual  Enfermidade associada à falta de discernimento.

Se isso fizer com que o indivíduo tenha discernimento reduzido será considerado um relativamente incapaz.

Se isso fizer com que o indivíduo não tenha nenhum discernimento será considerado um absolutamente incapaz, com fundamento no art. 3º, II, CC.

Na lei 13.146/2015:

Art. 114. A Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), passa a vigorar com as seguintes alterações:

“Art. 3o

São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos. I - (Revogado);

II - (Revogado); III - (Revogado).” (NR) “Art. 4o

São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer: ...

II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico;

III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; ...

Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial.” (NR)

Pelo fato de ser viciado em tóxico ou ébrio habitual já é considerado relativamente incapaz, sem necessidade de se atestar sua sanidade.

Não existe a diferença em graus. E seu curador funcionará como representante, mesmo que o indivíduo não tenha nenhum discernimento.

Por causa transitória e por causa duradoura não puder exprimir sua vontade ocorre a mesma situação do anterior.

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2) Alterou o art. 1.767, CC.

Atual 1.767, CC.

Art. 1.767. Estão sujeitos a curatela:

I - aqueles que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para os atos da vida civil; (Vide Lei nº 13.146, de 2015)

II - aqueles que, por outra causa duradoura, não puderem exprimir a sua vontade;

III - os deficientes mentais, os ébrios habituais e os viciados em tóxicos;(Vide Lei nº 13.146, de 2015)

IV - os excepcionais sem completo desenvolvimento mental; V - os pródigos.

Na lei 13.146/2015:

“Art. 1.767. ...

I - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; II - (Revogado);

III - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; IV - (Revogado);

...” (NR)

I – Viciado em tóxico e ébrio habitual.

II – Por causa transitória e por causa duradoura não puder exprimir sua vontade.

3) Alterou o art. 1.769, CC.

Atual 1.767, CC.

Art. 1.769. O Ministério Público só promoverá interdição: (Vide Lei nº 13.146, de 2015)

I - em caso de doença mental grave;

II - se não existir ou não promover a interdição alguma das pessoas designadas nos incisos I e II do artigo antecedente; III - se, existindo, forem incapazes as pessoas mencionadas no inciso antecedente.

Na lei 13.146/2015 – colocou o Ministério Público como sendo competente para promover a curatela do deficiente.

“Art. 1.769. O Ministério Público somente promoverá o processo que define os termos da curatela: I - nos casos de deficiência mental ou intelectual;

...

III - se, existindo, forem menores ou incapazes as pessoas mencionadas no inciso II.” (NR)

Ao deficiente mental poderá a ele ser nomeado um curador e consequentemente submetê-lo a um procedimento de interdição.

4) Criou o art. 1783-A, CC.

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Significa que se o indivíduo que tenha uma deficiência que o impeça de praticar sozinho os atos da vida civil, como não é incapaz não submete ao procedimento de interdição para nomear um curador, pode indicar duas pessoas para apoia-lo nos atos da vida civil.

Da Tomada de Decisão Apoiada

Art. 1.783-A. A tomada de decisão apoiada é o processo pelo qual a pessoa com deficiência elege pelo menos 2 (duas) pessoas idôneas, com as quais mantenha vínculos e que gozem de sua confiança, para prestar-lhe apoio na tomada de decisão sobre atos da vida civil, fornecendo-lhes os elementos e informações necessários para que possa exercer sua capacidade.

§1o Para formular pedido de tomada de decisão apoiada, a pessoa com deficiência e os apoiadores devem apresentar

termo em que constem os limites do apoio a ser oferecido e os compromissos dos apoiadores, inclusive o prazo de vigência do acordo e o respeito à vontade, aos direitos e aos interesses da pessoa que devem apoiar.

§2o O pedido de tomada de decisão apoiada será requerido pela pessoa a ser apoiada, com indicação expressa das

pessoas aptas a prestarem o apoio previsto no caput deste artigo.

§3o Antes de se pronunciar sobre o pedido de tomada de decisão apoiada, o juiz, assistido por equipe multidisciplinar, após

oitiva do Ministério Público, ouvirá pessoalmente o requerente e as pessoas que lhe prestarão apoio.

§4o A decisão tomada por pessoa apoiada terá validade e efeitos sobre terceiros, sem restrições, desde que esteja inserida

nos limites do apoio acordado.

§5o Terceiro com quem a pessoa apoiada mantenha relação negocial pode solicitar que os apoiadores contra-assinem o

contrato ou acordo, especificando, por escrito, sua função em relação ao apoiado.

§6o Em caso de negócio jurídico que possa trazer risco ou prejuízo relevante, havendo divergência de opiniões entre a

pessoa apoiada e um dos apoiadores, deverá o juiz, ouvido o Ministério Público, decidir sobre a questão.

§7o Se o apoiador agir com negligência, exercer pressão indevida ou não adimplir as obrigações assumidas, poderá a

pessoa apoiada ou qualquer pessoa apresentar denúncia ao Ministério Público ou ao juiz.

§8o Se procedente a denúncia, o juiz destituirá o apoiador e nomeará, ouvida a pessoa apoiada e se for de seu interesse,

outra pessoa para prestação de apoio.

§9o A pessoa apoiada pode, a qualquer tempo, solicitar o término de acordo firmado em processo de tomada de decisão

apoiada.

§10. O apoiador pode solicitar ao juiz a exclusão de sua participação do processo de tomada de decisão apoiada, sendo seu desligamento condicionado à manifestação do juiz sobre a matéria.

§11. Aplicam-se à tomada de decisão apoiada, no que couber, as disposições referentes à prestação de contas na curatela.”

5) Negócio jurídico:

 Teoria geral do negócio jurídico Regulado a partir do art. 104, CC.

5.1. Conceito:

É ato de manifestação de vontade das partes que produz os efeitos desejados pelas partes que só serão legítimos se respeitadas as limitações impostas pelo ordenamento jurídico.

Limites jurídicos: boa-fé objetiva e função social do contrato.

5.2. Escada Ponteana / Planos do negócio jurídico:

Todo negócio jurídico se submete a três degraus, considerados como planos do negócio jurídico.

1º – Plano da Existência. 2º – Plano da Validade. 3º – Plano da Eficácia.

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O que é necessário para que o negócio jurídico exista:

Agente

Objeto

Forma

Manifestação de vontade

Deve ter o agente que manifesta a vontade, que recai sobre um objeto, que é instrumentalizada por meio da forma.

b) Validade:

São os elementos de existência acrescidos de adjetivos / qualificações.

Agente capaz.

Objeto lícito, possível, determinado ou determinável.

Forma prescrita ou não defesa em lei.

Manifestação de vontade livre. c) Efeitos:

Tudo aquilo que é válido está apto a produzir regularmente efeitos. Imediatamente.

A presença de três cláusulas podem alterar os efeitos, subordinando os efeitos do negócio jurídico:

 Condição: a um evento futuro e incerto;

 Termo: a um evento futuro e certo;

 Encargo: ao cumprimento de um ônus. Reguladas a partir do art. 121, CC.

Obs.: Condição ≠ Encargo:

Condição – A partir do art. 121, CC. Encargo – A partir do art. 136, CC.

Condição suspensiva: o negócio jurídico não produz nenhum efeito, ou seja, o negócio não está apto a produzir nenhum efeito até a condição ser implementada. A partir do momento que é implementada o negócio começa a produzir efeitos.

Não gera aquisição ou exercício de direito. Art. 125, CC. Gera apenas expectativa.

Art. 125. Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva, enquanto esta se não verificar, não se terá adquirido o direito, a que ele visa.

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Condição resolutiva: produz todos os seus regulares efeitos até a condição ser implementada. A partir desse momento, resolve o negócio jurídico, extingue.

Gera aquisição e o exercício do direito.

Encargo: cláusula que subordina os efeitos do negócio jurídico ao cumprimento de ônus. Em regra, não impede a aquisição e o exercício de um direito.

Encargo é muito comum nas doações. Ex.: doador estabelece a doação de um imóvel do seu patrimônio, desde que donatário construa um lar para crianças carentes.

Se não der cumprimento ao encargo pode revogar a doação e retirar das mãos de quem recebeu o bem que já estava em seu patrimônio. Art. 555, CC.

Art. 555. A doação pode ser revogada por ingratidão do donatário, ou por inexecução do encargo.

Excepcionalmente o encargo pode vir com uma condição suspensiva. Impede a aquisição e o exercício do direito. Primeiro deve dar cumprimento ao encargo, depois adquire o direito de propriedade e posteriormente passa a exercer esse direito.

5.3. Da validade do negócio jurídico:

Ao exigir a capacidade, o código civil exigiu a capacidade de fato/ de exercício/ de ação.

5.3.1. Objeto.

Lícito, possível, determinado ou determinável.

Determinado  Objeto individualizado no gênero, na quantidade e na qualidade. Gera a obrigação de dar coisa certa.

Determinável  Objeto individualizado no gênero e na quantidade, cabendo a escolha quanto à qualidade. Gera a obrigação de dar coisa incerta.

Objeto determinável não invalida negócio jurídico. O que invalida é objeto indeterminado, quando não pender a escolha apenas quanto à qualidade. Acarreta em negócio jurídico nulo, art. 166, II, CC.

Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:

II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;

O negócio pode nascer como objeto jurídico determinável e obrigação de dar coisa incerta, mas deve morrer como objeto determinado e obrigação de dar coisa certa.

A escolha da qualidade recai, como regra, nas mãos do devedor. Essa regra é dispositiva, as partes podem pactuar que a escolha recaia nas mãos do credor ou de um terceiro.  Princípio da

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concentração das obrigações  Na obrigação de dar coisa incerta as escolha da qualidade se concentra nas mãos do devedor. Art. 243 e 244, CC.

Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade.

Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor.

Devem as partes buscar o meio termo qualitativo  O devedor não pode entregar o que há de pior qualidade e o credor não pode compelir o devedor a entregar o que há de melhor qualidade.

O devedor antes de escolhe a qualidade não poderá arguir que a coisa se perdeu ainda que proveniente de caso fortuito ou força maior.

5.3.2. Forma.

Prescrita ou não defesa em lei.

Meio pelo qual os agentes manifestam vontade. Como regra, a forma é livre. Salvo se a lei dispuser em sentido contrário, em que se deve obedecer ao que a lei impôs. Art. 107, CC.

Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir.

Disposição em sentido contrário – art. 108, CC.

Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.

5.3.3. Manifestação de vontade livre.

Tem que ser livre para o negócio jurídico ser válido.

A vontade deve ser externada para dar vida ao negócio jurídico. Tal externalização pode ocorrer pela palavra escrita, ou simplesmente verbal, ou mesmo só por meio de gestos.

O silêncio, em regra, não gera formação de negócio jurídico. Exceção, art. 111, CC.

Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa.

O silêncio funciona como manifestação de vontade tácita: Quando circunstâncias ou os usos o autorizarem + não for exigida a manifestação de vontade expressa.

Art. 539, CC. Trata do contrato de doação.

Art. 539. O doador pode fixar prazo ao donatário, para declarar se aceita ou não a liberalidade. Desde que o donatário, ciente do prazo, não faça, dentro dele, a declaração, entender-se-á que aceitou, se a doação não for sujeita a encargo.

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Doação pura: Silêncio  Anuência. Doação com encargo: Silêncio  Recusa.

Se a manifestação de vontade não for livre ela está viciada. Conhecido como vícios ou defeitos do negócio jurídico.

 Erro

 Dolo

 Coação Vício de consentimento.

 Estado de perigo

 Lesão

 Fraude contra credores Vícios sociais.

 Simulação.

Vício de consentimento: o agente não queria efetivamente aquilo que manifestou. Só manifestações porque incorreu no vício.

Vícios sociais: o agente queria efetivamente aquilo que manifestou, contudo, a manifestação de vontade foi emanada com o intuito de fraudar a lei ou prejudicar terceiro.

Vícios que acarretam a anulação do negócio jurídico, art. 171, CC.

 Erro

 Dolo

 Coação

 Estado de perigo

 Lesão

 Fraude contra credores

Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico: II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.

Vício que acarreta a nulidade do negócio jurídico, art. 167, CC.

 Simulação

Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma.

§1o Haverá simulação nos negócios jurídicos quando:

I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem; II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira;

III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados.

§2o Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos contraentes do negócio jurídico simulado.

5.4. Da validade do negócio jurídico:

Quando não observar os requisitos do art. 104, CC. Pode ser por ser nulo ou anulável.

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Nulo  Nulidade absoluta. Hipóteses gerais no art. 166, CC. Anulável  Nulidade relativa. Hipóteses gerais no art. 171, CC.

Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando: I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz; II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto; III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito; IV - não revestir a forma prescrita em lei;

V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade; VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa;

VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção. Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico: I - por incapacidade relativa do agente;

II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.

São nulos os negócios jurídicos quando a lei taxativamente falar que é nulo ou quando o legislador proibir sua prática sem cominar sanção. Art. 166, VII, CC.

Ex.: Art. 426, CC. “Pacta corvina”.

Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva.

Nulidades textuais: quando o legislador taxativamente dispõe que o negócio é nulo.

Nulidades virtuais: quando proíbe a prática de negócio jurídico, mas não comina sanção de nulidade. Vai ser nulo não por expressa disposição do dispositivo. Vai ser nulo porque proibiu a prática sem cominar sanção.

Apenas determina se é nulo ou anulável se não for possível conservar o negócio.

5.4.1. Dos instrumentos de conservação do negócio jurídico.

Primeiro é necessário buscar instrumentos de conservação do negócio jurídico, em não sendo possível, aí sim, decreta-se sua invalidade.

Baseado no Princípio da Função Social do Contrato.

Quatro instrumentos de conservação:

a) Ratificação/Confirmação do negócio jurídico (art. 172 ao 175, CC)

Art. 172. O negócio anulável pode ser confirmado pelas partes, salvo direito de terceiro.

Art. 173. O ato de confirmação deve conter a substância do negócio celebrado e a vontade expressa de mantê-lo.

Art. 174. É escusada a confirmação expressa, quando o negócio já foi cumprido em parte pelo devedor, ciente do vício que o inquinava.

Art. 175. A confirmação expressa, ou a execução voluntária de negócio anulável, nos termos dos arts. 172 a 174, importa a extinção de todas as ações, ou exceções, de que contra ele dispusesse o devedor.

É o consentimento dado posteriormente à celebração do negócio jurídico.

Um bom exemplo é o negocio jurídico celebrado por um relativamente incapaz sem a presença do seu assistente. Esse negócio, nos termos do art. 171, I, CC, é anulável.

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Todavia, impede a sua anulação se o assistente vier posteriormente e confirmar o negócio jurídico, dando o seu consentimento posteriormente à celebração do negócio.

Não existe para negócio jurídico nulo.

b) Redução do negócio jurídico (art. 184, CC)

Art. 184. Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de um negócio jurídico não o prejudicará na parte válida, se esta for separável; a invalidade da obrigação principal implica a das obrigações acessórias, mas a destas não induz a da obrigação principal.

Se o negócio jurídico tem uma parte válida e outra inválida, em sendo possível a separação, decreta-se a invalidade apenas da parte inválida, mantendo-se o negócio jurídico na sua parte válida, agora reduzido.

Ex.: Contrato de adesão, nulidade da cláusula de eleição de foro. A nulidade dessa cláusula não inviabiliza a validade e produção de efeitos das demais cláusulas contratuais.

c) Conversão/Conversão Substancial do Negócio Jurídico/Transinterpretação/ Recategorização (art.170, CC)

Art. 170. Se, porém, o negócio jurídico nulo contiver os requisitos de outro, subsistirá este quando o fim a que visavam as partes permitir supor que o teriam querido, se houvessem previsto a nulidade.

É a transformação de um negócio jurídico nulo porque não se tem os seus requisitos de validade em outro negócio jurídico que será válido porque para este há os requisitos de validade.

Ex.: contrato de compra e venda de imóvel de valor de 850mil sem escritura pública é nulo, requisito de forma. Pode transformar esse contrato de compra e venda em contrato de promessa de compra e venda. Contrato preliminar tem que obedecer todos os requisitos de validade do contrato definitivo, salvo a forma.

Art. 462. O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos os requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado.

Para que a conversão seja legítima, nos termos do art. 170, CC, dois requisitos devem estar presentes:

 Objetivo: Que o negócio jurídico nulo tenha todos os requisitos do negócio jurídico convertido;

 Subjetivo: Que se possa presumir que as partes queriam celebrar o negócio jurídico convertido.

Art. 170. Se, porém, o negócio jurídico nulo contiver os requisitos de outro, subsistirá este quando o fim a que visavam as partes permitir supor que o teriam querido, se houvessem previsto a nulidade.

Referências

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