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Permitam-me, antes de mais, saudar à todos os cabo-verdianos no país e na diáspora.

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Academic year: 2021

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1 Senhor Presidente de Assembleia Nacional, excelência

Senhores Membros do Governo, excelências Digníssimos colegas Deputados

Permitam-me, antes de mais, saudar à todos os cabo-verdianos no país e na diáspora.

A Mobilidade é um direito fundamental de todo e qualquer cidadão, sobretudo num pais arquipelágico, insular e diapórico como Cabo Verde, tanto mais que a nossa CONSTITUICAO DA REPUBLICA no seu artigo 51° consagra expressamente o direito de liberdade, de circulação e de migração. A nossa Constituição prevê também no seu artigo 7°, as responsabilidades e as tarefas fundamentais do ESTADO, que consiste em garantir o respeito pelos direitos humanos e assegurar o pleno exercício dos direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos.

Em boa verdade, meus senhores, a nação cabo-verdiana, desde os primórdios, é tributaria de uma longa historia da mobilidade, da circulação e da integração, consubstanciada num longo processo histórico e estrutural de encontro de povos e de cruzamentos das varias civilizações e culturas. Estas circunstancias estão vivas na nossa memória colectiva e continuam presente no nosso modo “faciendi e operandi”.

Denota-se uma clara evidencia que, desde sempre, lutamos e labutamos para que a Mobilidade esteja sempre no bojo da Unidade Nacional e da Coesão Territorial. A Mobilidade como direito fundamental do cidadão esteve sempre presente na definição da Cabo-Verdianidade. A Mobilidade esteve sempre no sentir e na aspiração à Felicidade dos Cabo-Verdianos.

Senhor Ministro dos Negócios Estrangeiros, das Comunidades e da Defesa, o que temos Agora?

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2  Temos um pais com graves problemas de mobilidade entre as ilhas e e com a Diáspora. As políticas de mobilidade esbarram-se não só com a exiguidade de recursos e meios, mas com as políticas dos transportes. Ademais os preços das viagens aéreas entre as ilhas atingiram os níveis absurdos. A população Cabo-Verdiana está submetida a preço de Monopólio, o que penalize claramente a mobilidades de e para Cabo Verde, impondo riscos efectivos ao fluxo migratório naturalmente intenso na Nação Cabo-verdiana, provocando naturalmente uma erosão da Coesão Nacional e Territorial. É, pois necessário garantir que as empresas de transporte marítimo e de transporte aéreo cumpram com a “missão pública” de ligação do território nacional e assegurem a mobilidade dos cidadãos, quer nas ilhas, quer na diáspora;

 Temos, por um lado, a Isenção de Vistos e livre transito para Europeus, por outro lado, temos o cidadão cabo-verdiano quase a “ mendigar” o visto junto do Centro Comum de Vistos, fazendo homéricas provas para ser elegível a um visto para os espaço Schengen;

 Temos um conjunto de princípios no que tange a mobilidade no espaço da CPLP. Temos a presidência da CPLP e impõe-se que a Casa Parlamentar saiba preto no branco quais as medidas de políticas e seus impactos efectivos para a circulação das pessoas e bens no espaço dos países de língua oficial portuguesa. Para Parafrasear o meu colega Deputado Felisberto Viera “uma comunidade de povos sem Mobilidade é o mero romantismo”;

 Temos a Livre Circulação com os países constituintes da CEDEAO, mas precisamos clarificar melhor esta livre circulação que resulta dos acordos multilaterais, com aplicação na legislação Nacional sobre a Entrada, Permanência e saída de Cidadãos Estrangeiros no território Nacional.

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3 A problemática da Mobilidade é eminentemente politico e incorpore interesses da nossa politica externa. Ciente dessa circunstancia, o Grupo Parlamentar do PAICV apela ao Governo que encare a Politica Externa, como um recurso estratégico que potencie as vantagens comparativas e transformá-las em vantagens competitivas, com impacto no desenvolvimento do país e sobretudo na melhoria da qualidade de vida dos cabo-verdianos.

Um Pais como Cabo Verde, com a Comunidade espalhada pelo mundo, de reduzida dimensão e parcos recurso tem de procurar situar-se inteligentemente neste mundo de interdependência e de complexidade crescente, como vaticinaram Robert Keohane e Joseph Nye. Aliás, de entre nós, o Diplomata Jorge Tolentino, no seu livro em Tempos de Incerteza... afirma inteligentemente que “Somos a prova viva de que a estatura internacional não depende da dimensão geográfica nem tão-pouco dos recursos possuídos”. Senhor Presidente, Senhor Ministro , caros colegas deputados,

No que diz respeita aos nossos emigrantes cabo-verdianos, parece-nos que a maioria deles enfrenta o desafio da mobilidade, da integração plena nos países de acolhimento. Há também a problemática do racismo e da discriminação, da não especialização laboral, do desenraizamento cultural dos descendentes e, em muitos casos, de deportações. É certamente necessário consolidar o apoio ao trabalho de acolhimento e de integração e, sobretudo, redobrar esforços na correcta integração de descendentes de emigrantes, relativamente aos quais a inclusão profissional e a cidadania são aspectos fundamentais. Cabo Verde deve plantar mais e melhor para colher mais e melhores frutos da nossa emigração.

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4 dos Estados Unidos, algo que poderíamos introduzir como barganha negocial aquando da discussão do SOFA.

Denota-se claramente que Governo tenha falhado na previsibilidade e

sustentabilidade desta problemática. Estamos, pois perante um Governo que falha nos Propósitos e que tem pretensões que não se convergem com a pratica governativa.

O Governo precisa mostrar mais evidência e mais efectividade nas suas políticas publicas, trazendo soluções mais práticas e eficazes para a mobilidade entre ilhas e a diáspora. É de realçar que a problemática da mobilidade ganhou uma expressão muito própria nos últimos tempos e que tem a ver essencialmente com mudança do perfil migratório.

De um país fortemente marcado pela emigração, Cabo Verde transformou-se, nas últimas décadas, num país de Imigração. Neste quesito, Cabo Verde enfrenta desafios nos dois sentidos. Por um lado, criar as condições para que os seus emigrantes tenham um bom acolhimento e uma boa integração nos países de acolhimento, por outro lado, criar as condições para aqueles que nos procuram sejam igualmente bem acolhidos e bem integrados.

A hora é de pensar e de agir; é de deixar as promessas e as propagandas de lado, e passar à acção.

É neste contexto, senhor Presidente, que surge esta interpelação ao Governo sobre a Mobilidade, a Circulação e a Integração, por parte do Grupo Parlamentar do PAICV, com real intuito de questionar a governação do Pais, em matéria da Mobilidade, provocando e trazendo para o debate uma discussão serena e responsável que permita responder às seguintes questões:

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5  Que acções tem desenvolvido o Governo no sentido de garantir a plena

Mobilidade, circulação e integração dos cabo-verdianos?

 Que diplomacia tem vindo o Governo a desenvolver no sentido de garantir mais integração e mais mobilidade da nossa comunidade emigrada?

 Que acordos bilaterais e multilaterais desenvolvem este governo para equacionar os problemas de deportação de muitos jovens cabo-verdianos ?

 Quantos cabo-verdianos têm abraçado os caminhos da emigração nos últimos anos?

 Que politicas para acolhimento e boa integração daqueles que procuram Cabo Verde para viver?

Senhor Ministro, sabe o porquê dessas questões?

É porque a sociedade cabo-verdiana tem a percepção e, eu a titulo pessoal, a convicção de que já fomos muito melhor.

Temos dito senhor Presidente F. Pereira

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