• Nenhum resultado encontrado

Rodada #1 Segurança Pública

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Rodada #1 Segurança Pública"

Copied!
37
0
0

Texto

(1)

Assuntos da Rodada

SEGURANÇA PÚBLICA. O Sistema Único de Segurança Pública. O Sistema Nacional de

Informações de Segurança Pública – Lei federal nº 12.681, de 2012. 12. Lei federal nº 4.878, de 1965. 13. Lei federal nº 9.266, de 1996. 14. Lei federal nº 10.446, de 2002. 15. Lei federal nº 11.473, de 2007. A Polícia Legislativa da Câmara Legislativa do Distrito Federal. Resolução da CLDF nº 223, de 2006.

Recados importantes!

NÃO AUTORIZAMOS a venda de nosso material em qualquer outro site. Não

apoiamos, nem temos contrato, com qualquer prática ou site de rateio.

➢ A reprodução indevida, não autorizada, deste material ou de qualquer parte dele sujeitará o infrator a multa de até 3 mil vezes o valor do curso, à responsabilidade reparatória civil e persecução criminal, nos termos dos artigos 102 e seguintes da Lei 9.610/98.

➢ Tente cumprir as metas na ordem que determinamos. É fundamental para o perfeito aproveitamento do treinamento.

➢ Você pode fazer mais questões desta disciplina no nosso teste semanal ONLINE. ➢ Qualquer problema com a meta, envie uma mensagem para o WhatsApp oficial da Turma Elite (35) 99106 5456.

Rodada #1

Segurança Pública

(2)

SEGURANÇA PÚBLICA

2

a. Apresentação do Professor e do Curso

Prezado aluno e futuro Inspetor/Agente de Polícia Legislativa da Câmara Legislativa do Distrito Federal,

É com imensa satisfação que iniciamos a nossa preparação para o próximo concurso da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). Antes de conversarmos um pouco mais sobre o curso que estamos propondo, peço licença para fazer uma breve apresentação.

Sou o Professor Diego Fontes, graduado em Direito pela Universidade de Brasília (UnB) e em Gestão de Segurança Pública pela Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul), Pós-Graduado em Políticas e Gestão em Segurança Pública e Direito Administrativo, ambas pela Faculdade de Ciências de Wenceslau Braz e Especialista em Inteligência de Estado e Inteligência de Segurança Pública pela International Association for Security and Intelligence Studies (INASIS). Além de ser instrutor de cursos da área de inteligência na Administração Pública Federal, também faço parte do quadro de professores da INASIS. Hoje ocupo o cargo de Policial Legislativo do Senado Federal, para o qual fui nomeado em 2014. Atualmente, estou cedido pelo Senado ao Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região, na cidade de Natal/RN, exercendo as minhas atribuições no Núcleo de Inteligência da Coordenadoria de Segurança Institucional e na Coordenadoria de Inteligência voltada para o apoio à execução trabalhista de grandes devedores. Na minha trajetória de concursos públicos, já fui aprovado e nomeado nos seguintes certames: Agente Administrativo do Ministério do Trabalho e Emprego (2008), Agente de Inteligência da ABIN (2008), Analista Administrativo da Aneel (2010), Policial Legislativo do Senado Federal (2012), Analista de Apoio Jurídico do MPU (2013) e Policial Legislativo da Câmara dos Deputados (2014).

Quando fui convidado pelo Ponto para ministrar as aulas dessa disciplina “Segurança Pública” para os cargos de Inspetor e Agente de Polícia Legislativa da CLDF, me

(3)

SEGURANÇA PÚBLICA

3

senti bastante honrado em ter a oportunidade de fazer parte da construção de um sonho que já foi meu: o de fazer parte da carreira de Policial Legislativo.

Como você observou, tive a oportunidade de ser aprovado tanto na Polícia Legislativa do Senado Federal quanto na da Câmara dos Deputados, sendo nomeado para essas duas Polícias no intervalo de apenas uma semana. Acabei escolhendo a Polícia do Senado pelo fato de que eu já estava na espera dessa nomeação há dois anos e nesse período fui conhecendo os colegas que já trabalhavam lá. A sensação era de que já fazia parte da casa.

Ser Policial Legislativo, independentemente da Casa à qual você sirva, é um privilégio. Não apenas pelas boas condições remuneratórias, mas principalmente pelo fato de você estar diariamente vendo a história correr diante dos seus olhos. Praticamente todos os eventos que marcaram a nossa história tiveram intensa participação do Poder Legislativo. Seja a aprovação de legislações inovadoras (ou retrógradas), as grandes manifestações, as sucessões políticas ordinárias e as interrupções de mandatos por

impeachment, todas essas ocasiões tiveram o Parlamento como palco ou como

protagonista. Ser nomeado para o cargo de Policial Legislativo não é apenas passar a integrar uma carreira reconhecida e valorizada, é antes de tudo passar a fazer parte dos bastidores da história. E eu lhe faço agora formalmente esse convite. Está disposto a entrar nessa jornada?

Antes de se comprometer com essa decisão, tenha em mente que uma Polícia do Legislativo não poderia deixar de incorporar valores típicos desse Poder. Esse com certeza é o diferencial da Polícia Legislativa em relação às outras instituições policiais. Nos genes da Polícia Legislativa está a compreensão de que a sociedade brasileira é ao mesmo tempo sua chefe e cliente por excelência. Essa sociedade exige respeito aos seus direitos e demanda uma Polícia que tenha o diálogo como sua principal arma. E esse deve ser o espírito da Polícia Legislativa. Uma instituição que garante a paz e a tranquilidade necessárias ao pleno desenvolvimento do processo legislativo, mas sem ofuscar o seu

(4)

SEGURANÇA PÚBLICA

4

brilho. Vale dizer: discreta, mas eficiente. Uma Polícia cidadã, que existe até mesmo para garantir os direitos fundamentais daqueles que confrontam as decisões do Poder Legislativo. Uma verdadeira ode à célebre frase: “posso não concordar com uma só palavra sua, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-la”. Esse é o perfil da carreira para a qual você está estudando e para a qual dedicará os próximos dias da sua vida.

Agora que você aceitou o nosso convite e se comprometeu a dar o seu melhor em busca do alcance desse objetivo, vamos falar um pouquinho sobre o nosso curso. Assim que fui convidado pelo Ponto, bati os olhos no Edital e confesso que me assustei com o fato de um concurso da Polícia Legislativa exigir uma disciplina chamada “Segurança Pública”. Nas nossas últimas rodadas, quando estudarmos a Resolução da CLDF nº 223, de 2006, que criou a Polícia Legislativa da Câmara Legislativa do Distrito Federal, você entenderá melhor, à luz dos estudos das suas competências, que a Polícia Legislativa não é uma Polícia de Segurança Pública. A Polícia Legislativa, de qualquer um dos Parlamentos, é uma Polícia de Segurança Institucional do Poder Legislativo, voltada para a garantia do livre exercício das atribuições desse Poder. O fato de ser Polícia de Segurança Institucional não reduz a sua esfera de prerrogativas. Pelo contrário. Como teremos a oportunidade de estudar, as Polícias Legislativas são polícias de ciclo completo, que reúnem tanto atribuições de natureza investigativa quanto de policiamento ostensivo e, ainda, realizam proteção de dignitários. Talvez a intenção da banca seja que você compreenda o que vem a ser segurança pública para chegar à conclusão de que a Polícia Legislativa da CLDF não se constitui como Polícia de Segurança Pública.

Teremos pela frente 10 rodadas de conteúdo, 2 rodadas de revisão e 2 simulados. Se você observou o nosso conteúdo não é assim tão extenso. Dessa forma, as nossas rodadas serão bem sucintas, mas já adianto que exploraremos todos os conteúdos com a necessária profundidade, procurando chamar a sua atenção para o que é mais importante para a sua prova e utilizando questões inéditas para aqueles assuntos que nunca foram cobrados em concursos públicos anteriores.

(5)

SEGURANÇA PÚBLICA

5

Começaremos a nossa preparação pelo perfil constitucional da Segurança Pública, para só então nas próximas rodadas iniciarmos o estudo da legislação propriamente dita. Deixaremos para as últimas rodadas o assunto “Sistema Único de Segurança Pública”, pois o aprendizado será facilitado depois que já tivermos feito uma viagem pelas principais leis da área.

Mas agora chega de conversa e vamos ao que importa. Apertem os cintos!

(6)

SEGURANÇA PÚBLICA

6

b. Teoria

1. Introdução

Embora não haja previsão expressa no conteúdo programático, especificamente na nossa disciplina, é indispensável a análise do perfil constitucional da Segurança Pública, uma vez que as normas constitucionais previstas no art. 144 da Constituição Federal (CF) nos fornecerão uma visão abrangente do arranjo institucional das forças de Segurança Pública e irão balizar o estudo da legislação exigida no edital.

De início, é importante que você tenha em mente que segurança pública é um direito fundamental de natureza social, previsto no art. 6º da CF. Observe que a noção de segurança enunciada pelo art. 5º da Constituição, enquanto direito fundamental individual, de primeira geração, tem a ver com segurança jurídica. Segurança Pública, por sua vez, é um direito fundamental de caráter prestacional, que envolve um fazer, um realizar por parte do Estado, se caracterizando, pois, como um direito social. O art. 144 da CF não deixa margens para dúvidas quando afirma que a segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio.

Ao mesmo tempo que é um direito social, o que pressupõe ser um dever do Estado, a Segurança Pública também se constitui como uma responsabilidade de todos. Responsabilidade que envolve posturas ativas como denunciar crimes dos quais porventura você tenha conhecimento, cumprir as leis, participar das políticas de segurança pública, integrar colegiados como Conselhos Comunitários de Segurança, observar as leis de trânsito, entre outras possibilidades.

A Segurança Pública tutela a ordem pública e a incolumidade das pessoas

e do patrimônio. Esse é o núcleo duro dessa atividade de Estado. Observe a

(7)

SEGURANÇA PÚBLICA

7

Baseado justamente nessa característica, o STF entende que “os serviços de segurança pública devem ser genericamente prestados pelo Estado, sem caráter de divisibilidade, razão por que cabe custeá-los mediante a cobrança de impostos, e não de taxas” (ADInMC 1.942/PA).

2. Polícia Administrativa e Polícia de Segurança

A doutrina majoritária distingue a Polícia de Segurança da Polícia Administrativa. A Polícia Administrativa possui o seu alcance fixado pelo art. 78 do Código Tributário Nacional, segundo o qual “considera-se poder de polícia a atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos”.

O poder de Polícia Administrativa tem por finalidade apenas garantir o êxito das atividades da Administração Pública. São exemplos as atividades de fiscalização de um Auditor Fiscal ou de um Agente de Trânsito. Observe que é possível a delegação

desse poder entre entidades da Administração Pública, como você já pode ter

percebido na sua cidade provavelmente Policiais Militares fiscalizam infrações de trânsito da competência municipal. Essa delegação normalmente ocorre por meio de convênio administrativo. Por sua vez, as atividades de Polícia de Segurança não podem ser delegadas a outras entidades administrativas.

Dentro da categoria Polícia de Segurança, a doutrina faz distinção entre Polícia Ostensiva (ou Polícia de Segurança em Sentido Estrito) e Polícia Judiciária. A

(8)

SEGURANÇA PÚBLICA

8

preventivo, relacionadas à preservação da ordem pública, de maneira a se evitar que se concretizem danos às pessoas e ao patrimônio, inibindo a prática de atividades criminosas. É, em outras palavras, o policiamento ostensivo, visível, presente nas ruas. No âmbito do Poder Executivo Federal, as atividades de Polícia Ostensiva são realizadas pela Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Polícia Ferroviária Federal. Já no âmbito do Poder Executivo Estadual, essas funções são desempenhadas pela Polícia Militar.

Por sua vez, de acordo com a doutrina majoritária, as atividades de Polícia

Judiciária têm relação com a apuração da materialidade e da autoria de infrações

penais, com a finalidade de oferecer subsídios ao titular da ação penal, o Ministério Público, para que este tenha elementos suficientes para ingressar em juízo. Sua atuação, portanto, é preponderantemente repressiva, após a ocorrência do fato criminoso.

No âmbito dos Estados e do Distrito Federal, as atividades de Polícia Judiciária são desempenhadas pelas Polícias Civis. Já na esfera federal, sendo propositadamente repetitivo, insisto na expressão “de acordo com a doutrina

majoritária”, as funções de Polícia Judiciária da União são exercidas com exclusividade pela Polícia Federal, cabendo-lhe a apuração “de infrações penais

contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme”.

Por que eu insisti na expressão “de acordo com a doutrina majoritária”? Há setores da doutrina que fazem distinção entre as atividades de polícia investigativa e de polícia judiciária. Apesar de minoritário na doutrina, esse entendimento é o que

justifica as atividades investigativas desenvolvidas pelas Polícias Legislativas.

(9)

SEGURANÇA PÚBLICA

9

§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se a:" (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações;

II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de competência;

III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.

Veja que a Constituição no inciso IV do §1º estabeleceu as funções de polícia judiciária da União em caráter de exclusividade, mas não fez o mesmo com relação a apuração de infrações penais (incisos I e II). A função investigativa, portanto, não foi descrita com o mesmo caráter de exclusividade que o constituinte atribuiu às atividades de polícia judiciária da União.

A atribuição de polícia investigativa diz respeito à colheita dos elementos informativos em relação à autoria e à materialidade das infrações penais. Por sua vez, a função de polícia judiciária está presente quando a Polícia atua como longa manus do Poder Judiciário, auxiliando este Poder a cumprir as ordens judiciais por ele emanadas, como mandados de prisão, de busca e apreensão, condução coercitiva de testemunhas, etc.

Entretanto, embora importantes vozes já tenham se levantado em sentido contrário, ainda prevalece na doutrina e na jurisprudência a compreensão de que a expressão “polícia judiciária” diz respeito às atividades de apuração de infrações penais. Observe, por exemplo, o que afirma a Súmula Vinculante nº 14 do STF: “É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de

(10)

SEGURANÇA PÚBLICA

10

prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão

com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de

defesa”.

Com relação aos poderes de investigação das Polícias Legislativas, estes ainda subsistem amparados na Súmula nº 397 do STF, a qual afirma que “o poder de polícia da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, em caso de crime cometido nas suas dependências, compreende, consoante o regimento, a prisão em flagrante do acusado e a realização do inquérito”. Embora tenha mencionado especificamente o Senado Federal e a Câmara dos Deputados, entendemos que a interpretação deve alcançar também o Poder Legislativo no âmbito dos Estados e do Distrito Federal.

No ano de 2009, a Mesa do Senado Federal ajuizou Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) para que o STF se posicionasse acerca das atribuições de natureza investigativa, ou de “polícia judiciária” como prefere a doutrina majoritária, da Polícia Legislativa do Senado. Essa ADC acabou sendo extinta sem análise do mérito1

por

perda superveniente de seu objeto, pois o Senado Federal editou a Resolução n.

14, de 2015, cujo artigo 7º revogou expressamente a Resolução n. 59, de 2002, objeto dessa ADC. Apesar disso, o interessante é observar que tanto o Advogado-Geral da União (AGU) quanto o Procurador-Geral da República (PGR) manifestaram-se pela procedência do pedido, ou seja, pela constitucionalidade das atribuições investigativas da Polícia Legislativa do Senado Federal. Observe o seguinte trecho da manifestação do PGR (Parecer nº 3.454/2014-AsJConst/SAJ/PGR):

“Essas normas especiais guardam estreita relação com o princípio da separação dos poderes (art. 2º da Constituição - mais apropriadamente designado como princípio da divisão funcional dos poderes ou da especialização de funções), notadamente para preservar a independência política e funcional do Legislativo contra indevidas interferências de órgãos policiais subordinados ao Executivo.”

(...)

1<http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/visualizarEmenta.asp?s1=000292997&base=baseMonocrati

(11)

SEGURANÇA PÚBLICA

11 “Dessa maneira, em relação a fatos ocorridos no recinto do Senado Federal, cabe, em princípio, à respectiva polícia legislativa a execução de atos de revista, busca e apreensão e a instauração de inquérito policial, sob presidência de servidor da casa, com posterior remessa à autoridade competente do Ministério Público.”

Retomando o estudo do art. 144, observe que com relação à Justiça Militar, em todas as esferas da Federação, as atividades de polícia judiciária ficam a cargo,

de forma excepcional e exclusiva, das próprias forças militares (sejam dos Estados

e do DF, ou das Forças Armadas), segundo as disposições dos artigos 7° e 8° do Código de Processo Penal Militar, o qual foi recepcionado pelo parágrafo único do art. 124 da Constituição, que atribuiu à lei "a organização, o funcionamento e a competência da Justiça Militar".

No que se refere ainda à discussão entre os limites das atividades de polícia ostensiva e judiciária, é importante que você saiba que o STF já decidiu não constituir prova ilícita aquela resultante do “cumprimento de mandado de busca e apreensão emergencial pela Polícia Militar” (RE 404.593/ES). Em outra decisão semelhante, o STF afirmou que em que pese a repressão ao tráfico de drogas ser da competência da polícia judiciária, a circunstância de haver atuado a Polícia Militar não contamina o flagrante e a busca e apreensão realizadas com base em mandado expedido por autoridade judicial (HC 91.841/2008).

Já por reconhecer a cisão de competências entre as atividades de polícia ostensiva e judiciária, o STF afirmou que ofende a Constituição Federal atribuir a policiais militares a função de atendimento em delegacias de polícia, nos municípios que não dispõem de servidor de carreira para o desempenho das funções de delegado (ADI 3.614/2007)

(12)

SEGURANÇA PÚBLICA

12

A Constituição estabelece ainda nos incisos do seu art. 144 como órgãos de segurança pública:

De acordo com o STF, esse rol dos órgãos de Segurança Pública é exaustivo ou numerus clausus, ou seja, os Estados membros e o DF não podem criar ou

incluir outros órgãos, como por exemplo a “Polícia Penitenciária”. Grave bem essa

informação! Já caiu em concursos anteriores.

Ainda há pouco enumeramos as competências da Polícia Federal, na oportunidade em que apresentávamos a discussão doutrinária em torno da expressão “polícia judiciária”. Daquelas competências quero destacar o fato de que a Polícia Federal não investiga apenas infrações penais de competência da Justiça Federal. Observe que o inciso I do §1º do art. 144 afirma que cabe à Polícia Federal apurar infrações penais “cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e

exija repressão uniforme”, segundo o disposto na Lei nº 10.446/2002. Também será a

Polícia Federal que irá atuar nas investigações criminais da competência originária do STF e do STJ.

Olha só que curioso! Conforme estudamos, a Polícia Federal é competente para “apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas”. Observe que o constituinte não incluiu nessa previsão as sociedades de economia mista, as quais possuem foro na Justiça Estadual. Dessa forma, por exemplo,

(13)

SEGURANÇA PÚBLICA

13

em caso de roubo em agência da Caixa Econômica Federal, que é uma empresa pública, as atribuições de investigação seriam da Polícia Federal, já no caso de roubo no Banco do Brasil, qualificado como sociedade de economia mista, a princípio a competência para investigar seria da Polícia Civil.

Por que eu falei “a princípio”? Com efeito, a Lei nº 10.446/2002 afirma que quando houver repercussão interestadual ou internacional que exija repressão uniforme, poderá a Polícia Federal, sem prejuízo da responsabilidade dos órgãos de

segurança pública arrolados no art. 144 da Constituição Federal, em especial das

Polícias Militares e Civis dos Estados, proceder à investigação, dentre outras, de infrações penais de furto, roubo ou dano contra instituições financeiras, incluindo agências bancárias ou caixas eletrônicos, quando houver indícios da atuação de

associação criminosa em mais de um Estado da Federação. Observe que essa

atribuição investigativa pode ser realizada de maneira concorrente com a da Polícia Civil do Estado no qual foi praticada o crime contra a instituição financeira. Veja ainda que a lei não exige que a instituição financeira seja pública, apenas sendo necessária a presença de indícios de atuação de associação criminosa em mais de um Estado da Federação.

Finalizando as competências da Polícia Federal, a Constituição colocou como seu encargo as atribuições de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras. Ressalte-se ainda que a Polícia Federal serve como polícia judiciária à Justiça

Eleitoral. Todavia, o TSE atribuiu às polícias civis estaduais atuação supletiva na

apuração de crimes eleitorais cometidos em localidades nas quais não existam unidades da Polícia Federal.

Prosseguindo na análise do art. 144, observamos que, na esfera federal, a Constituição atribuiu às Polícias Rodoviária Federal e Ferroviária Federal, respectivamente, o patrulhamento ostensivo das rodovias e das ferrovias federais,

(14)

SEGURANÇA PÚBLICA

14

completando o quadro dos órgãos policiais federais encarregados das atividades de segurança pública.

Na esfera estadual, a Constituição afirmou que cabe às Policias Civis as atividades de polícia judiciária e a apuração das infrações penais da competência da justiça comum estadual e distrital, exceto as infrações militares e ressalvada a competência da União. Já as atividades de polícia ostensiva e de preservação da ordem pública foram atribuídas às Polícias Militares. Por sua vez, aos corpos de bombeiros

militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de

defesa civil.

Em relação à Polícia Civil, é possível que o examinador, especialmente na prova para Inspetor de Polícia Legislativa da CLDF, exija recente entendimento do STF que negou a policiais civis o direito de greve, pois entendeu que os servidores públicos dos órgãos de segurança exercem serviços públicos mediante "grupos armados", motivo pelo qual a eles também se aplica, por analogia, a proibição de greve referente aos servidores militares.

Prosseguindo na análise do art. 144, observe que, a despeito das Guardas

Municipais estarem previstas no seu §8º, elas não se constituem como Polícia de

Segurança, mas realizam atividades de polícia meramente administrativa. Com efeito, segundo os termos da Constituição “os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações”.

Mais recentemente, por meio da Emenda Constitucional nº 82/2014, foi incluída no art. 144 a previsão da “segurança viária”, observe:

§ 10. A segurança viária, exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade

das pessoas e do seu patrimônio nas vias públicas:

I - compreende a educação, engenharia e fiscalização de trânsito, além de outras atividades previstas em lei, que assegurem ao cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente; e

(15)

SEGURANÇA PÚBLICA

15

II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, aos respectivos

órgãos ou entidades executivos e seus agentes de trânsito, estruturados em Carreira, na

forma da lei.

Embora a segurança viária não tenha sido inserida no rol do art. 144, boa parte da doutrina entende que os órgãos ou entidades executivos de segurança viária constituem forças de segurança pública. De fato, eles não estão encarregados da execução de atividades de polícia meramente administrativa, mas estão incumbidos da preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do seu patrimônio nas vias públicas, o que denota atribuições de polícia de segurança de caráter

ostensivo. Observe que os órgãos e entidades executivos de segurança viária seriam

as únicas estruturas encarregadas pelo desempenho de atividades de segurança pública nos Municípios.

No que se refere aos órgãos de segurança pública no âmbito do Distrito Federal, o inciso XIV do art. 21 da CF estabelece que a União é competente para “organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros do Distrito Federal”. Por sua vez, o §4º do seu art. 32 afirmou que lei federal "disporá sobre a utilização, pelo Governo do Distrito Federal, das polícias civil e militar e do corpo de bombeiros militar". Entretanto, o §6º do art. 144 subordina essas forças de

segurança ao Governador do Distrito Federal. Veja, portanto, que o constituinte

estabeleceu um sistema misto, pelo qual o custeio e a definição das competências organizacionais desses órgãos de segurança distritais estão a cargo da União, mas com a previsão expressa de subordinação ao Governador do Distrito Federal.

(16)

SEGURANÇA PÚBLICA

16

c. Mapas mentais

(17)

SEGURANÇA PÚBLICA

17

d. Revisão 1

QUESTÃO 1. (ADAPTADA. FCC - 2014 – PGE/RN – PROCURADOR DO ESTADO DE 3ª CLASSE)

A polícia federal, entre outras finalidades, destina- se a apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei.

QUESTÃO 2. (ADAPTADA. FCC - 2014 – PGE/RN – PROCURADOR DO ESTADO DE 3ª CLASSE)

Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser lei complementar.

QUESTÃO 3. (ADAPTADA. FCC - 2014 – PGE/RN – PROCURADOR DO ESTADO DE 3ª CLASSE)

Ressalvada a competência da União, cujas funções de polícia judiciária são exercidas, com exclusividade, pela polícia federal, incumbem às polícias civis, subordinadas aos Governadores de Estados, Distrito Federal e Territórios e dirigidas por delegados de polícia de carreira, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares.

(18)

SEGURANÇA PÚBLICA

18 QUESTÃO 4. (ADAPTADA. FCC - 2014 – PGE/RN – PROCURADOR DO ESTADO DE 3ª CLASSE)

A segurança viária, exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do seu patrimônio nas vias públicas, compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, aos respectivos órgãos ou entidades executivos e seus agentes de trânsito, estruturados em carreira, na forma da lei.

QUESTÃO 5. (ADAPTADA. FCC - 2014 – DPE/CE – DEFENSOR PÚBLICO)

A Emenda Constitucional nº 82, de 16 de julho de 2014, introduziu no Título V da Constituição (Da Defesa do Estado e das Instituições Democráticas) disciplina específica sobre a segurança viária. Nos termos de suas disposições, a segurança viária é exercida para a melhoria do transporte público em perímetro urbano e a preservação da incolumidade das pessoas e do seu patrimônio nas vias públicas.

QUESTÃO 6. (ADAPTADA. FCC - 2014 – DPE/CE – DEFENSOR PÚBLICO)

A Emenda Constitucional nº 82, de 16 de julho de 2014, introduziu no Título V da Constituição (Da Defesa do Estado e das Instituições Democráticas) disciplina específica sobre a segurança viária. Nos termos de suas disposições, a segurança viária compete privativamente aos Estados e ao Distrito Federal, que lhe dão execução por meio de órgãos ou entidades específicos e seus agentes de trânsito, estruturados em carreira, na forma da lei.

(19)

SEGURANÇA PÚBLICA

19

A Emenda Constitucional nº 82, de 16 de julho de 2014, introduziu no Título V da Constituição (Da Defesa do Estado e das Instituições Democráticas) disciplina específica sobre a segurança viária. Nos termos de suas disposições, a segurança viária compreende a educação, engenharia e fiscalização de trânsito, além de outras atividades previstas em lei, que assegurem ao cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente.

(20)

SEGURANÇA PÚBLICA

20

e. Revisão 2

QUESTÃO 8. (ADAPTADA. FCC - 2012 – DPE/PR – DEFENSOR PÚBLICO)

A Constituição Federal de 1988 trata da segurança como direito fundamental (art. 5º, caput e art. 6º, caput) e da segurança pública como dever do Estado (art. 144), que deve garantir a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio. Especifica órgãos responsáveis atribuindo-lhes competências próprias e vinculação diferenciada aos entes componentes da federação. Nesse arranjo não há competências estanques e isoladas não havendo impedimento constitucional para que todos os entes da federação trabalhem no sentido de garantir a segurança das pessoas estabelecendo políticas de segurança pública numa sociedade em que a violência e a insegurança são avassaladoras.

QUESTÃO 9. (ADAPTADA. FCC - 2012 – DPE/PR – DEFENSOR PÚBLICO)

As competências previstas no art. 144 da Constituição Federal são meramente indicativas nada impedindo que outras sejam acrescidas por legislação infraconstitucional. Assim, não há que se falar em inconstitucionalidade de guarda municipal que tenha por atribuição garantir a incolumidade dos munícipes.

QUESTÃO 10. (FCC - 2010 – SJCDH-BA – AGENTE PENITENCIÁRIO)

A organização dos órgãos responsáveis pela segurança pública, de maneira a garantir a eficiência de suas atividades, em conformidade com a Constituição da República Federativa do Brasil, será disciplinada por:

(21)

SEGURANÇA PÚBLICA

21

b) lei.

c) deliberação do Poder Judiciário.

d) ato da Chefia da Segurança Pública.

e) resolução do Conselho Nacional de Polícia.

QUESTÃO 11. (ADAPTADA. FCC - 2009 – TJ/AP – TÉCNICO JUDICIÁRIO)

Às polícias civis compete a apuração das infrações penais, inclusive as militares, entre outras atribuições.

QUESTÃO 12. (ADAPTADA. FCC - 2009 – TJ/AP – TÉCNICO JUDICIÁRIO)

Às polícias militares compete a polícia judiciária, entre outras atribuições.

QUESTÃO 13. (ADAPTADA. FCC - 2009 – TJ/AP – TÉCNICO JUDICIÁRIO)

As polícias militares e corpos de bombeiros militares são forças auxiliares e reserva do Exército.

QUESTÃO 14. (ADAPTADA. FCC - 2009 – TJ/AP – TÉCNICO JUDICIÁRIO)

À polícia federal cabe a repressão ao tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, que não poderá ser exercida pelas polícias civis.

(22)

SEGURANÇA PÚBLICA

22

f. Revisão 3

QUESTÃO 15. (ADAPTADA. FCC - 2009 – TJ/AP – TÉCNICO JUDICIÁRIO)

Cabe à polícia militar exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteira, entre outras atribuições.

QUESTÃO 16. (ADAPTADA. CESPE - 2017 – PC/GO – DELEGADO DE POLÍCIA SUBSTITUTO)

Uma vez que compete à Polícia Federal prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes, o cumprimento de mandado de busca e apreensão emergencial e preventivo pela polícia militar será ilegal e tornará a prova ilícita.

QUESTÃO 17. (ADAPTADA. CESPE - 2017 – PC/GO – DELEGADO DE POLÍCIA SUBSTITUTO)

A despeito do princípio federativo, os estados-membros possuem autonomia para criar órgão de segurança pública diverso do previsto na CF.

QUESTÃO 18. (ADAPTADA. CESPE - 2017 – PC/GO – DELEGADO DE POLÍCIA SUBSTITUTO)

A investigação criminal é atividade exclusiva da polícia e afasta os poderes de investigação do Ministério Público.

(23)

SEGURANÇA PÚBLICA

23

Na hipótese da ocorrência de crime contra o patrimônio da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, compete à Polícia Federal apurar a infração penal.

QUESTÃO 20. (ADAPTADA. CESPE - 2017 – PC/GO – DELEGADO DE POLÍCIA SUBSTITUTO)

A Força Nacional de Segurança Pública, a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal são órgãos destinados ao exercício da segurança pública no Brasil.

QUESTÃO 21. (ADAPTADA. CESPE - 2017 – PC/GO – DELEGADO DE POLÍCIA SUBSTITUTO)

A Polícia Federal, organizada e mantida pela União, atua, de forma preventiva e repressiva, no combate a certos delitos, sendo ainda de sua responsabilidade o exercício, com exclusividade, das funções de polícia judiciária da União.

(24)

SEGURANÇA PÚBLICA

24

g. Normas com destaques

Constituição Federal

Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e

do patrimônio, através dos seguintes órgãos:

I - polícia federal;

II - polícia rodoviária federal; III - polícia ferroviária federal; IV - polícias civis;

V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.

§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se a:" (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas

públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;

II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o

contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de competência;

III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.

§ 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

(25)

SEGURANÇA PÚBLICA

25

§ 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias federais. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem,

ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de

infrações penais, exceto as militares.

§ 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem

pública; aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei,

incumbe a execução de atividades de defesa civil.

§ 6º As polícias militares e corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva

do Exército, subordinam-se, juntamente com as polícias civis, aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.

§ 7º A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela segurança pública, de maneira a garantir a eficiência de suas atividades.

§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei.

§ 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes dos órgãos relacionados neste artigo será fixada na forma do § 4º do art. 39. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 10. A segurança viária, exercida para a preservação da ordem pública e da

incolumidade das pessoas e do seu patrimônio nas vias públicas: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014)

I - compreende a educação, engenharia e fiscalização de trânsito, além de outras atividades previstas em lei, que assegurem ao cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente; e (Incluído pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014)

II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, aos respectivos órgãos ou entidades executivos e seus agentes de trânsito,

(26)

SEGURANÇA PÚBLICA

26

estruturados em Carreira, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014)

(27)

SEGURANÇA PÚBLICA 27

h. Gabarito

1 2 3 4 5 C E C C E 6 7 8 9 10 E C E E B 11 12 13 14 15 E E C E E 16 17 18 19 20 E E E C E 21 C

(28)

SEGURANÇA PÚBLICA

28

i. Breves comentários às questões

QUESTÃO 1. (ADAPTADA. FCC - 2014 – PGE/RN – PROCURADOR DO ESTADO DE 3ª CLASSE)

A polícia federal, entre outras finalidades, destina- se a apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei.

Comentário:

A questão apenas reproduziu o conteúdo do inciso Art. 144, I, §1º da CF.

Gabarito: CERTA.

QUESTÃO 2. (ADAPTADA. FCC - 2014 – PGE/RN – PROCURADOR DO ESTADO DE 3ª CLASSE)

Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser lei complementar.

Comentário:

Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei (art. 144, §8º da CF).

(29)

SEGURANÇA PÚBLICA

29 QUESTÃO 3. (ADAPTADA. FCC - 2014 – PGE/RN – PROCURADOR DO ESTADO DE 3ª CLASSE)

Ressalvada a competência da União, cujas funções de polícia judiciária são exercidas, com exclusividade, pela polícia federal, incumbem às polícias civis, subordinadas aos Governadores de Estados, Distrito Federal e Territórios e dirigidas por delegados de polícia de carreira, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares.

Comentário:

A questão praticamente reescreveu o §4º do art. 144 da CF.

Gabarito: CERTA.

QUESTÃO 4. (ADAPTADA. FCC - 2014 – PGE/RN – PROCURADOR DO ESTADO DE 3ª CLASSE)

A segurança viária, exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do seu patrimônio nas vias públicas, compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, aos respectivos órgãos ou entidades executivos e seus agentes de trânsito, estruturados em carreira, na forma da lei.

Comentário:

A questão exigiu conhecimento do parágrafo recentemente inserido no art. 144 da CF, por meio da Emenda Constitucional nº 82/2014. A afirmação está em consonância com as disposições inseridas no texto constitucional.

Gabarito: CERTA.

(30)

SEGURANÇA PÚBLICA

30

A Emenda Constitucional nº 82, de 16 de julho de 2014, introduziu no Título V da Constituição (Da Defesa do Estado e das Instituições Democráticas) disciplina específica sobre a segurança viária. Nos termos de suas disposições, a segurança viária é exercida para a melhoria do transporte público em perímetro urbano e a preservação da incolumidade das pessoas e do seu patrimônio nas vias públicas.

Comentário:

Não está entre as atribuições previstas na Constituição, dos órgãos ou entidades executivos de segurança viária, a “melhoria do transporte público em perímetro urbano”.

Gabarito: ERRADA.

QUESTÃO 6. (ADAPTADA. FCC - 2014 – DPE/CE – DEFENSOR PÚBLICO)

A Emenda Constitucional nº 82, de 16 de julho de 2014, introduziu no Título V da Constituição (Da Defesa do Estado e das Instituições Democráticas) disciplina específica sobre a segurança viária. Nos termos de suas disposições, a segurança viária compete privativamente aos Estados e ao Distrito Federal, que lhe dão execução por meio de órgãos ou entidades específicos e seus agentes de trânsito, estruturados em carreira, na forma da lei.

Comentário:

De acordo com o Art. 144, §10, II, o exercício das atividades de segurança viária compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, aos respectivos órgãos ou entidades executivos e seus agentes de trânsito, estruturados em Carreira, na forma da lei.

Gabarito: ERRADA.

(31)

SEGURANÇA PÚBLICA

31

A Emenda Constitucional nº 82, de 16 de julho de 2014, introduziu no Título V da Constituição (Da Defesa do Estado e das Instituições Democráticas) disciplina específica sobre a segurança viária. Nos termos de suas disposições, a segurança viária compreende a educação, engenharia e fiscalização de trânsito, além de outras atividades previstas em lei, que assegurem ao cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente.

Comentário:

A afirmação está em conformidade com o disposto no Art. 144, §10, I da CF.

Gabarito: CERTA.

QUESTÃO 8. (ADAPTADA. FCC - 2012 – DPE/PR – DEFENSOR PÚBLICO)

A Constituição Federal de 1988 trata da segurança como direito fundamental (art. 5º, caput e art. 6º, caput) e da segurança pública como dever do Estado (art. 144), que deve garantir a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio. Especifica órgãos responsáveis atribuindo-lhes competências próprias e vinculação diferenciada aos entes componentes da federação. Nesse arranjo não há competências estanques e isoladas não havendo impedimento constitucional para que todos os entes da federação trabalhem no sentido de garantir a segurança das pessoas estabelecendo políticas de segurança pública numa sociedade em que a violência e a insegurança são avassaladoras.

Comentário:

O fato de a violência e a insegurança serem avassaladoras não justifica a desobediência ao arranjo institucional estabelecido pela Constituição em seu art. 144, com previsão de competências a órgãos e entidades específicos, as quais tivemos a oportunidade de estudar no decorrer da nossa rodada.

(32)

SEGURANÇA PÚBLICA

32 Gabarito: ERRADA.

QUESTÃO 9. (ADAPTADA. FCC - 2012 – DPE/PR – DEFENSOR PÚBLICO)

As competências previstas no art. 144 da Constituição Federal são meramente indicativas nada impedindo que outras sejam acrescidas por legislação infraconstitucional. Assim, não há que se falar em inconstitucionalidade de guarda municipal que tenha por atribuição garantir a incolumidade dos munícipes.

Comentário:

Legislação infraconstitucional não pode acrescer novas competências. Se for o caso, deve ser realizado por Emenda Constitucional, assim como a EC nº 82/2014 acrescentou competências dos órgãos ou entidades executivos de segurança viária. O que a legislação infraconstitucional pode fazer é esmiuçar competências já previstas expressamente na Constituição. Outro erro da questão está em afirmar que as guardas municipais podem ter atribuição de garantir a incolumidade dos munícipes, uma vez que o §8º do art. 144 da CF afirma que essas entidades se destinam à proteção tão somente dos bens, serviços e instalações dos Municípios.

Gabarito: ERRADA.

QUESTÃO 10. (FCC - 2010 – SJCDH-BA – AGENTE PENITENCIÁRIO)

A organização dos órgãos responsáveis pela segurança pública, de maneira a garantir a eficiência de suas atividades, em conformidade com a Constituição da República Federativa do Brasil, será disciplinada por:

a) decreto do Chefe de Governo.

(33)

SEGURANÇA PÚBLICA

33

c) deliberação do Poder Judiciário.

d) ato da Chefia da Segurança Pública.

e) resolução do Conselho Nacional de Polícia.

Comentário:

De acordo com o §7º do art. 144 da CF, a lei disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela segurança pública, de maneira a garantir a eficiência de suas atividades.

Gabarito: B.

QUESTÃO 11. (ADAPTADA. FCC - 2009 – TJ/AP – TÉCNICO JUDICIÁRIO)

Às polícias civis compete a apuração das infrações penais, inclusive as militares, entre outras atribuições.

Comentário:

Nos termos do §4º do art. 144 da CF, “às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares”.

Gabarito: ERRADA.

QUESTÃO 12. (ADAPTADA. FCC - 2009 – TJ/AP – TÉCNICO JUDICIÁRIO)

Às polícias militares compete a polícia judiciária, entre outras atribuições.

(34)

SEGURANÇA PÚBLICA

34

As Polícias Militares não exercem atribuições de polícia judiciária, mas apenas de polícia ostensiva e de preservação da ordem pública.

Gabarito: ERRADA.

QUESTÃO 13. (ADAPTADA. FCC - 2009 – TJ/AP – TÉCNICO JUDICIÁRIO)

As polícias militares e corpos de bombeiros militares são forças auxiliares e reserva do Exército.

Comentário:

É o teor do §6º do art. 144 da CF.

Gabarito: CERTA.

QUESTÃO 14. (ADAPTADA. FCC - 2009 – TJ/AP – TÉCNICO JUDICIÁRIO)

À polícia federal cabe a repressão ao tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, que não poderá ser exercida pelas polícias civis.

Comentário:

Observe a parte final dessa competência da Polícia Federal, prevista no art. 144, §1º, II da CF: prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas

respectivas áreas de competência.

Gabarito: ERRADA.

(35)

SEGURANÇA PÚBLICA

35

Cabe à polícia militar exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteira, entre outras atribuições.

Comentário:

Essa competência é da Polícia Federal (art. 144, §1º, III da CF).

Gabarito: ERRADA.

QUESTÃO 16. (ADAPTADA. CESPE - 2017 – PC/GO – DELEGADO DE POLÍCIA SUBSTITUTO)

Uma vez que compete à Polícia Federal prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes, o cumprimento de mandado de busca e apreensão emergencial e preventivo pela polícia militar será ilegal e tornará a prova ilícita.

Comentário:

Como estudamos na nossa rodada, o STF já decidiu não constituir prova ilícita aquela resultante do “cumprimento de mandado de busca e apreensão emergencial pela Polícia Militar” (RE 404.593/ES).

Gabarito: ERRADA.

QUESTÃO 17. (ADAPTADA. CESPE - 2017 – PC/GO – DELEGADO DE POLÍCIA SUBSTITUTO)

A despeito do princípio federativo, os estados-membros possuem autonomia para criar órgão de segurança pública diverso do previsto na CF.

(36)

SEGURANÇA PÚBLICA

36

De acordo com o STF, o rol dos órgãos de Segurança Pública previsto na CF é exaustivo ou numerus clausus, ou seja, os Estados membros e o DF não podem criar ou incluir outros órgãos.

Gabarito: ERRADA.

QUESTÃO 18. (ADAPTADA. CESPE - 2017 – PC/GO – DELEGADO DE POLÍCIA SUBSTITUTO)

A investigação criminal é atividade exclusiva da polícia e afasta os poderes de investigação do Ministério Público.

Comentário:

O STF já decidiu que o Ministério Público tem poderes de investigação criminal, aplicando a Teoria dos Poderes Implícitos, segundo a qual sempre que a Constituição atribui determinada competência a um órgão, implicitamente ela atribui os meios para cumprimento dessa competência. Por ser, de acordo com a Constituição, titular da ação penal, o Ministério Público dispõe dos poderes de investigação que a subsidiam.

Gabarito: ERRADA.

QUESTÃO 19. (CESPE - 2014 – DPF – AGENTE ADMINISTRATIVO)

Na hipótese da ocorrência de crime contra o patrimônio da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, compete à Polícia Federal apurar a infração penal.

Comentário:

A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos se constitui como Empresa Pública, cabendo à Polícia Federal, portanto, a competência para investigar a infração penal descrita na questão.

(37)

SEGURANÇA PÚBLICA

37

Gabarito: CERTA.

QUESTÃO 20. (ADAPTADA. CESPE - 2017 – PC/GO – DELEGADO DE POLÍCIA SUBSTITUTO)

A Força Nacional de Segurança Pública, a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal são órgãos destinados ao exercício da segurança pública no Brasil.

Comentário:

A Força Nacional de Segurança não é órgão de segurança pública e sim mero programa de cooperação federativa. Os órgãos de Segurança Pública são previstos taxativamente no art. 144 da Constituição

Gabarito: ERRADA.

QUESTÃO 21. (ADAPTADA. CESPE - 2017 – PC/GO – DELEGADO DE POLÍCIA SUBSTITUTO)

A Polícia Federal, organizada e mantida pela União, atua, de forma preventiva e repressiva, no combate a certos delitos, sendo ainda de sua responsabilidade o exercício, com exclusividade, das funções de polícia judiciária da União.

Comentário:

A questão praticamente reproduziu o art. 144, §1º, IV da CF.

Referências

Documentos relacionados

A disciplina orienta o aluno no processo de investigação para que ele possa tomar decisões, ser agente de seu aprendizado no processo de in- vestigação científica. Isso porque ela

Nos voos internacionais, se essa informação não for repassada ao passageiro dentro do prazo, ou a alteração for superior a 1 hora em relação ao horário de par da ou de chegada,

Estes valores para ganho de peso de 27,5 kg para os animais alimentados com o feno de maniçoba e 24,63 kg para os que receberam o feno de jureminha são considerados baixo

12.694/2012, definindo uma organização criminosa como “a associação, de 3 (três) ou mais pessoas, estruturalmente ordenada e caracte- rizada pela divisão de tarefas, ainda

Crise do Liberalismo e transição autoritária: Estado republicano e Primeira Guerra Mundial..

Instrumentos de Gestão Plano de Manejo: Sem plano Conselho Consultivo: Inexistente CDRU Federal e Estadual para o ICMBio (ha): Inexistente Glebas arrecadadas pela União e Estados

b) a proteção da segurança nacional, da ordem pública, ou da saúde ou da moral públicas. Não se pode restringir o direito de expressão por vias e meios

A partir dessa solução, filmes de DLC com e sem nano partículas de prata foram produzidos em três diferentes condições: utilizando o metano como gás precursor, o DLC foi