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GLÂNDULA TIREOIDE NORMAL

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Academic year: 2021

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GLÂNDULA TIREOIDE NORMAL

A tireoide é formada por dois lobos laterais volumosos conectados por um istmo relativamente estreito, geralmente localizado abaixo e anterior a laringe.

Em um adulto normal a tireoide pesa entre 15 e 25 gramas, é dividida em lóbulos compostos por folículos e possui uma extensa rede capilar intraglomerular (artéria tireoideana superior e inferior). Fibras nervosas dos gânglios simpáticos cervicais influenciam indiretamente a secreção dessa glândula.

Mecanismo fisiológico de liberação de T3 e T4: fatores tróficos do hipotálamo estimulam a adeno-hipófise a liberar TSH. O TSH se liga ao seu receptor no epitélio folicular da tireoide e isso desencadeia uma série de reações que estimulam o crescimento da glândula, a síntese de hormônios e sua liberação. Há maior produção de T4 (tiroxina) porém o T3 (triiodotironina) é mais funcional. Esses hormônios são em maior parte encontrados na circulação sistêmica ligados a proteínas plasmáticas circulantes.

 Efeitos:

 Aumento do catabolismo dos carboidratos e lipídeos  Estimulação da síntese protéica em várias células

 Papel crítico no desenvolvimento do cérebro em período fetal e neonatal.

 Inibição de suas funções:agentes químicos chamados bociogênicos suprimem a síntese de T3 e T4, que deixam de fazer feedback negativo na adeno-hipófise, elevando assim o nível de TSH, o que resulta em hiperplasia da glândula.

PATOLOGIAS NÃO NEOPLÁSICAS

HIPERTIREOIDISMO

Níveis elevados de hormônios tireoideanos (T3 e T4) resultam em aumento na taxa do metabolismo basal.

Sintomas:

 Pele mole, quente e eritematosa (devido ao aumento do sluxo sanguíneo e a vasodilatação periférica para aumentar a perda de calor. Sudorese aumentada.  Perda de peso apesar do aumento de apetite.

 Aumento do débito cardíaco. Taquicardia, palpitações e cardiomegalia. Pode ocorrer insuficiência cardíaca congestiva.

 Hiperatividade do sistema nervoso simpático produz tremores, hiperatividade, labilidade emocional, ansiedade, dificuldade de concentração e insônia.  Olhos salientes, com olhar fixo e aumento da fenda

palpebral.

 Hipermotilidade gástrica, má absorção e diarréia.  Aumento da reabsorção óssea, resultando em

osteoporose.

O diagnóstico é feito usando-se tanto achados clínicos quanto laboratóriais. HIPOTIREOIDISMO

Diminuição dos níveis séricos normais dos hormônios tireoideanos. Causas:

 Tireoprivo: perda do parenquima tireoideano (primário);

 Bociogênico: aumento do tamanho da tireoide sob influência do TSH (primário);  Drogas administradas intencionalmente para diminuir a funçao tireoideana (primário);  Erro na síntese do hormônio (primário);

 Deficiência de TSH (secundário);

Paciente com hipertireoidismo. Olhos salientes e um olhar fixo causados por hiperatividade do sistema nervoso simpático. Na doença de Graves, uma das causas mais importantes de hipertireoidismo, o acúmulo de tecido conjuntivo frouxo na região retro-orbital contribui para a aparência protuberante dos olhos.

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 Deficiência hipotalâmica (terciário).

Manifestações clínicas: Cretinismo e Mixedema

 Cretinismo: hipotireoidismo que se desenvolve na infância. Antigamente essa desordem ocorria em áreas do mundo em que a deficiência de iodo na dieta era endêmica. Em situações mais raras o cretinismo pode ter origem em erros inatos do metabolismo. Caracteristicas:

 Deficiência no desenvolvimento do sistema esquelético e do sistema nervoso central.  Retardamento mental grave.

 Baixa estatura.

 Características faciais rudes.  Protrusão da língua.

 Hérnia umbilical.

 Mixedema: hipotireoidismo que acomete crianças mais velhas e adultos. Crianças mais velhas tem sintomas entre o cretinismo e o hipotireoidismo adulto.

 Adulto:

o Fadiga generalizada; o Apatia;

o Lentidão mental; o Intolerância ao frio;

o Frequentemente acima do peso; o Dispnéia.

TIREOIDITE

Inflamação da tireoide que se manifesta de duas formas: doença aguda com dor tireoideana intensa ou desordens com pouca inflamação em que se manifesta primeiramente através da

disfunção glandular.

Tireoide de Hashimoto: é uma doença auto imune, mais prevalente em mulheres ( 10:1) entre 45-65 anos. Causa mais comum do hipotireoidismo em áreas do mundo onde os níveis de iodo são adequados. Gera insuficiência gradual devido a destruição auto imune da glândula. Redução progressiva das células epiteliais da tireoide, que são gradualmente substituídas por um infiltrado de células mononucleares e fibrose. Estudos demonstram a existência de um componente genético para essa doença. Quadro clínico: torna-se clinicamente aparente devido ao aumento indolor da tireoide (aumento geralmente simétrico e difuso).

Tireoide Subaguda (Granulomatosa ou de Quervain): mais comum em mulheres (3:1) entre 30-50 anos. Acredita-se que seja causada por uma infecção viral ou por processo inflamatório pós-virótico. Quadro clínico: súbita ou gradual. Causa aumento doloroso da glândula (dor no pescoço que podendo irradiar para a região superior do pescoço, mandíbula, garganta ou ouvidos), febre, fadiga, fraqueza, anorexia e mialgia.

DOENÇA DE GRAVES

Causa mais comum do hipertireoidismo endógeno. Mais frequente em mulheres (1:7) entre os 20-40 anos. Fatores genéticos são importantes.

Tríade clínica:

 Hipertireoidismo devido ao aumento difuso e hiperfuncional da tireoide  Oftalmopatia infiltrativa

 Dermopatia infiltrativa localizada

A doença de Graves é uma desordem auto imune que apresenta vários anticorpos no plasma (incluindo anticorpos contra o receptor TSH).

Esses anticorpos evitam que o TSH se ligue normalmente ao seu receptor nas células epiteliais da tireoide. Com isso, algumas formas das imunoglobulinas inibidoras da ligação do receptor de TSH imitam a ação do TSH, resultando na estimulação da atividade das células epiteliais dessa glândula.

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3  Alterações relacionadas a tireotoxicose

 Hiperplasia difusa da glândula

 Oftalmopatia (protrusão anormal do globo ocular)  Olhas característico de imobilidade e espanto

 Dermopatia infiltrativa (mais comum na pele que recobre as canelas) BÓCIO DIFUSO E MULTINODULAR

Bócio difuso não-tóxico (não causa hipertireoidismo): envolve a glândula de maneira uniforme, sem a produção de nódulos.

 Endêmico: deficiência de iodo na ingesta (deve atingir mais de 10% da população).

 Esporádico: mais frequente em mulheres e sua incidência é maior na puberdade e nos adultos jovens.

 Pode ser causado pela ingestão de substâncias que interferem na síntese do hormônio tireoideano, defeitos enzimáticos hereditários que interferem na síntese de hormônios tireoideanos.

 Podem ser identificadas duas fases: fase hiperplásica e fase de involução do coloide.

Bócio multinodular: com o passar do tempo, os episódios recorrentes de hiperplasia e involução produzem um aumento mais irregular. O bócio multinodular produz aumento extremo e são frequentemente confundidos com desenvolvimento neoplásico. Quadro clínico: Possui efeitos cosméticos, pode haver obstrução das vias aéreas, disfagia e compressão de grandes vasos.

TUMORES DA TIREOIDE

O nódulo solitário da tireoide é um inchaço nítido e palpável. São quatro vezes mais comuns em mulheres e sua incidência aumenta no decorrer da vida.

Os tumores benignos são mais frequentes que os carcinomas (10:1). Critérios clínicos que qualificam a natureza do nódulo:

 Nódulos solitários, em geral, apresentam maior possibilidade de serem neoplásicos do que nódulos simples.

 Nódulos em pacientes jovens têm mais chances de serem neoplásicos do que em pacientes mais velhos.

 Nódulos em homens têm mais chances de serem malignos.

Bócio é o aumento da glândula tireoide compensatório a diminuição do hormônio tireoideano.

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ADENOMAS

O adenoma é uma neoplasia benigna, originada da proliferação de uma única célula. Tipicamente são massas definidas e solitárias. Em sua maioria são derivadas

do epitélio folicular, podendo ser chamados de adenomas foliculares. Estudos demonstraram que os adenomas não são precursores de câncer, exceto em raras ocasiões.

A grande maioria dos adenomas não é funcional, uma pequena parcela produz hormônios tireoideanos causando tireotoxicose. A produção hormonal do adenoma tóxico é independente da estimulação pelo TSH.

Morfologia: lesão solitária, esférica, encapsulada, com limites bem definidos. Possuem aproximadamente 3 cm de diâmetro. As células neoplásicas estão separadas do parênquima adjacente por uma capsula intacta, bem definida.

Áreas de hemorragia, fibrose, calcificação e alterações císticas, semelhantes as encontradas no bócio multinodular, são comuns nos adenomas foliculares.

Quadro clínico: apresentam-se como uma massa unilateral indolor. A maioria dos adenomas captam menos iodo radioativo do que o parênquima tireoideano normal, aparecendo como nódulo frio na cintilografia (na cintilografia os adenomas tóxicos são quentes). Os adenomas tireoideanos apresentam um ótimo prognostico e não apresentam recorrência nem metástase.

OUTROS TUMORES BENIGNOS

Cistos também podem se apresentar como nódulos solitários de tireoide. Eles geralmente são repletos de um material marrom, turvo, contendo sangue, hemossiderina e restos celulares. CARCINOMAS

Maioria ocorre em adultos, mas os carcinomas papilíferos podem aparecer na infância. Maior incidência no sexo feminino e em adultos jovens e na meia-idade.Dependente de fatores genéticos e ambientais.

Carcinoma papilífero (75% a 85% dos casos): mais frequente entre 20-40 anos e são

responsáveis pela maioria dos carcinomas de tireoide associados à exposição prévia à radiação ionizante. Lesões solitárias ou multifocais, alguns podem ser bem circunscritos ou até mesmo encapsulados e outros podem infiltrar o parênquima adjacente, apresentando margens mal definidas.

 Lesões: pode ter área de fibrose e calcificação. Superfície de corte pode ter a aparência granular e focos papilíferos bem definidos. Estruturas com calcificação concêntrica, denominadas corpos de psamoma geralmente estão presentes nas lesões.

 Variantes:

 Variante encapsulada representa 10% dos carcinomas papiliferos. Confinada a tireoide, bem encapsulada e raramente apresenta disseminação vascular ou para os linfonodos.  Variante folicular apresenta núcleo característico do carcinoma papilifero mas tem

arquitetura folicular. Encapsulado e com corpo de psamoma.

 Variante de celular alfa tem células colunares altas. Ocorre em pessoas mais velhas, são grandes com extensa invasão vascular, extensão extratireoideana e metástases cervicais e distantes.

 Variante esclerosante difusa é rara no carcinoma papilifero, ocorre em pessoas mais jovens incluindo crianças. Se manifesta como um bócio bilateral com a superfície de corte tendo uma aparência arenosa ( característica devido à presença de corpos de psamoma).

 Quadro Clínico: Se apresentam como nódulos assintomáticos da tireoide, mas a primeira manifestação pode ser um linfonodo cervical aumentado. Carcinoma que se apresenta como nódulo isolado e se move livremente na deglutição. Rouquidão, disfagia, tosse oi dispneia sugerem doença avançada.

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5 Carcinoma folicular ( 10% a 20% dos casos): Maior incidência no sexo feminino e na faixa etária mais avançada (40-50 anos). Incidencia aumentada em áreas com deficiência de iodo sugerindo que o bócio nodular pode predispor esse carcinoma.

 Morfologia: nódulos isolados, bem circunscritos ou extensamente infiltrativos. Ao corte, coloração cinza, bege ou rosa. As vezes se encontra fibrose central e focos de calcificação.  Quadro clínico: nódulos de crescimento lento, indolor e frios na cintilografia. Não

apresentam tendência a invadir vasos linfáticos, com isso os linfonodos regionais raramente estão comprometidos. Invasão vascular comum, com disseminação para ossos, pulmão, fígado e outras localizações.

 Os carcinomas foliculares extremamente invasivos frequentemente desenvolvem metástases e até metade dos pacientes morre em 10 anos.

Carcinoma medular (5% dos casos): neoplasias neuroendócrinas derivadas de células parafoliculares. As células desse carcinoma secretam calcitonina.

 Morfologia: nódulos solitários ou lesões múltiplas. Tumores esporádicos tendem a se originar em um lobo. Tumores bilaterais são comuns em casos de família. Tecido tumoral é firme, cinza-claro a bege e infiltrativo.

 Quadro clínico: massa no pescoço (associadas a disfagia ou rouquidão). Em alguns casos, as manifestações iniciais são as de uma síndrome paraneoplásica causada pela secreção de um hormônio peptídeo. Surpreendentemente a hipocalcemia não é uma alteração relevante, a despeito dos níveis elevados de calcitonina.

Carcinoma Anaplásico ( menos de 5% dos casos): tumores indiferenciados do epitélio folicular. São agressivos, com taxa de mortalidade de quase 100%.

 Quadro clínico: tumores de crescimento rápido no pescoço. Na maioria dos casos a doença já se espalhou ou apresenta metástases para os pulmões quando o diagnostico é feito. Paciente apresenta dispneia, disfagia, rouquidão e tosse.

 Não existe tratamento eficaz e a morte ocorre em menos de 1 ano. ANORMALIDADES CONGÊNITAS

Duto ou cisto tireoglosso é a anormalidade congênita mais comum. Partes desse tubo podem se obliterar deixando pequenos segmentos que formam o cisto.

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