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A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL E ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL: REFLEXÕES SOBRE A PRÁTICA

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Academic year: 2021

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A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL E ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL: REFLEXÕES SOBRE A PRÁTICA

Cácia Cristina França Rehem1 Daiane de Oliveira Valasques2 Najla da Silva Santos3 Resumo: Este trabalho apresenta e discute um relato de experiência desenvolvido a partir da disciplina Avaliação da Aprendizagem oferecida no VI semestre do curso de Pedagogia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. As atividades foram desenvolvidas em duas Escolas do município de Jequié (BA), onde se observou a prática avaliativa de três professores da Educação Infantil e dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. A avaliação da aprendizagem, como parte contínua e integrante do processo ensino-aprendizagem, não pode ser vista como um elemento estranho a este processo. Buscando-se compreender esta prática pedagógica milenar, utilizou-se como mét odo de coleta de dados os quest ionários, e a pesquisa qualitativa com o desígnio de conhecer o perfil e a opiniões dos professores sobr e o objet o em estudo. A análise da pesquisa apresenta as respostas dos questionários, intercalados com a fundamentação teórica dos autores trabalhados em sala de aula. Em um primeiro momento destacamos o desenvolvimento da pesquisa, em seguida relatamos as práticas observadas a partir da relação com a teoria estudada, concluímos buscando refletir sobre a distância entre as práticas observadas e as estudadas. A avaliação é um processo difícil para todos que interagem no cotidiano escolar, mas em especial para o aluno que sofre diretamente as ações das situações de conflitos emocionais, com estigmas que podem lhe acompanhar pelo resto da vida. De fato, é tempo para significativas tomadas de decisões, quanto a encarar a avaliação de forma contextualizada, onde o professor repense sua prática e o aluno se sinta satisfeito pelo conhecimento adquirido e demonstre verdadeiro prazer em estudar.

Palavras Chaves: Avaliação. Ensino-Aprendizagem. Prática-Pedagógica

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Possui graduação em Pedagogia pela Universidade do Estado da Bahia (1990) e mestrado em Educação pela Universidade Federal do Maranhão (2008). Atualmente é professor da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Avaliação de Cursos, Formação de Professores, Coordenação de Projetos de Formação de Professores, atuando principalmente nos seguintes temas: ensino, ensino superior, avaliação da aprendizagem, formação docente e avaliação educacional. E-mail: caciarehem@gmail.com.

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Graduanda em Pedagogia pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB. É membro do Grupo de Estudos sobre Políticas e Gestão Educacional - GEPGE e do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre a Infância - NESPI. Atua como bolsista do Programa Institucional de Iniciação à Docência PIBID e como monitora voluntária da disciplina Capacitação Pedagógica sob a orientação do Professor Adenilson Souza Cunha Jr. E-mail: daianevalasques@hotmail.com.

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Graduanda em Pedagogia pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB. É membro do Grupo de Estudos sobre Políticas e Gestão Educacional – GEPGE e atua como bolsista do Programa Institucional de Iniciação à Docência PIBID. E-mail: najlasantos62@hotmail.com.

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Introdução

O presente trabalho surge como pré-requisito da disciplina Avaliação da aprendizagem, oferecida no VI semestre do curso de Pedagogia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, com o objetivo de conhecer e discutir a prática dos professores da Educação Infantil e dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental.

No primeiro semestre de 2012 estudamos o componente curricular Avaliação da Aprendizagem e durante os estudos foi oportunizado pela docente a realização de uma pesquisa na Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental.

A proposta da pesquisa era que fosse observada a prática avaliativa desenvolvida pelos professores deste nível de ensino e que através dos elementos teóricos apresentados respondêssemos a seguinte questão: Qual a concepção e a prática dos professores da Educação Infantil e dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental? As atividades de pesquisa foram realizadas em duas escolas municipais da cidade de Jequié (BA).

Como instrumento de coleta de dados, formulamos um questionário com sete perguntas abertas buscando abordar os objetivos específicos da pesquisa. As perguntas referiam-se a análise das práticas avaliativas de professores, identificando os tipos de instrumentos utilizados em aula e verificando a relação existente entre a aplicação dos instrumentos e o processo de desenvolvimento da aprendizagem nos alunos.

Para viabilizar a observação, que ocorreu entre os dias 15/03/2012 a 04/04/2012, foi preciso uma autorização da Diretora da Escola. Durante este período, destacamos que algumas professoras negaram-se a responder o questionário, alegando falta de tempo. Somente três professores concordaram em responder, contribuindo de maneira proveitosa para nossos estudos e pesquisa. Seus nomes não serão citados, por acordo feito entre estudantes e professores.

As respostas dos questionários, intercalados com a fundamentação teórica dos autores trabalhados em sala com a Professora da disciplina Avaliação da Aprendizagem, possibilitou algumas reflexões. Em um primeiro momento destacamos o desenvolvimento da pesquisa, em seguida relatamos as práticas observadas a partir da relação com a teoria estudada, concluímos buscando refletir sobre a distância entre as práticas observadas e as estudadas.

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O distanciamento entre o que se diz e o que se faz no cotidiano das práticas avaliativas escolares

Durante os estudos realizados neste componente curricular, compreendemos que a avaliação em nada tem em comum com o processo classificatório tão vigente no espaço escolar. Deste a idade média até os dias atuais, muitos docentes têm utilizado a avaliação como ato de examinar, selecionar e excluir.

No trecho extraído da própria obra de Tyler (1983, p. 98), o autor ressalta que:

Deve ficar claro que a avaliação torna-se um processo cuja finalidade é verificar até que ponto as experiências da aprendizagem, tais como foram desenvolvidas e organizadas, estão realmente produzindo os resultados desejados [...].

Foi nesta visão Tyleriana de avaliação que elaboramos sete perguntas abertas que foram direcionas a três professoras, estas perguntas tinham a finalidade de viabilizar ao docente expor sua concepção de “avaliação”. Na construção do questionário e nas observações estávamos atentas em perceber sem fazer julgamentos prévios, quais eram as concepções e quais usos as docentes faziam em sala de aula do processo avaliativo.

Na análise da Questão 1 (Complete a frase... Avaliar é?) percebemos que a professora P1vê a avaliação como parte contínua do processo de ensino/aprendizagem, onde a interação entre professor e aluno é fundamental. A professora P2 vê avaliação como registro que possibilita o armazenamento do conhecimento do aluno. A professora P3 acredita que é através dos instrumentos avaliativos que se pode contribuir para um melhor desenvolvimento da aprendizagem.

Sintetizando as respostas percebemos que P1 e P3 utilizam a avaliação como instrumento que possibilita uma melhoria na qualidade do aprendizado, enquanto P2 utiliza os instrumentos avaliativos para armazenar o conhecimento e mais tarde (no fim de cada unidade) classificar.

Conforme Luckesi (2011) um gestor, caso seja necessário, precisa intervir para melhoria dos resultados da aprendizagem do educando. Assim podemos constatar que P2 tem

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uma concepção equivocada do que venha ser o ato de avaliar, pois a avaliação faz parte de um processo que envolve um diagnóstico, uma tomada de decisão e uma intervenção quando necessária, visando sempre o sucesso escolar do aluno, e não, uma classificação.

Na análise da Questão 2 (Qual a finalidade de se avaliar um aluno?) as três docentes disseram que avaliam seus alunos para conhecer seu desempenho e planejar as intervenções necessárias. As respostas das professoras nos permitiram fazer uma ponte com o conceito de “Avaliação Formativa”, que segundo Pernoud (1999, p. 14 apud REHEM, 2008, p.29) “a avaliação deve contribuir para o desenvolvimento e formação do sujeito no processo educacional”. Nesta perspectiva, a uma certificação de que a avaliação não deve excluir e classificar os alunos, e sim contribuir para formação de um indivíduo autônomo na sociedade.

Na análise da Questão 3 (Qual a relação entre seu plano de ensino e o ato de avaliar?) percebemos que tanto P2 quanto P3 tiveram dificuldades, pois suas respostas não corresponderam ao enunciado da questão, mesmo a pergunta sendo clara e objetiva. Diante desta situação, nos propulsemos a fazer um breve julgamento, pois chegamos à conclusão que as professoras P2 e P3 não conseguiram responder a questão pela falta de conhecimento do assunto. Talvez elas não tenham alguém que as orientes e lhe mostre que todas as ações avaliativas devem começar pelos objetivos do plano, assim a avaliação é parte indissociável do plano de ensino. Segundo Ralf Tyler (1975) para que se tenha desenvolvimento educacional à avaliação deve começar pelos objetivos do plano, pois o processo de avaliação consiste em determinar em que medida os objetivos educacionais estão sendo alcançados.

A docente P1 respondeu que a avaliação é parte integrante do plano, por fazer parte do processo de ensino de aprendizagem. Sabemos que é através desta relação avaliação/objetivo que se pode identificar o que precisa ser melhorado no plano, assim a avaliação constitui parte importante no desenvolvimento e reformulação do Currículo Escolar.

Na análise da Questão 4 (Qual seria o momento mais oportuno para submeter um aluno a um processo avaliativo?) foi possível perceber um pensamento unânime, sintetizando as respostas, as três docentes disseram que a avaliação deve ser feita diariamente, para analisar o progresso do aluno, porém P1 avançou em sua resposta, por acreditar que o aluno não é o único avaliado e que a avaliação engloba o todo e não apenas uma parte. É importante destacar que a aplicação dos instrumentos tem o objetivo de coletar dados que

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oferecem informações sobre o desempenho dos alunos, mas também contribuem para avaliar a prática do professor guiando-o naquilo que precisa ser melhorado. Mitfessel e Michael (1976, apud REHEM, 2008, p.22) afirmam que o professor precisa está atento a recompilação e combinação dos dados, abrindo mão de uma avaliação desumana e antidemocrática, o professor ele não é o dono da verdade, aquele que possui o saber supremo e acabado, a momentos que a ação docente precisa ser revisada, modificada no intuito de atender a necessidade do aluno. Então, através do ato avaliativo o professor percebe em que sua ação precisa ser melhorada para elevar o aluno ao nível de aprendizagem desejado no plano de ensino.

Na análise da Questão 5 (Qual o instrumento avaliativo que mais utiliza? Por quê?) P1 respondeu que utiliza o portfólio, pois é através deste método que acompanha a evolução diária de todos os alunos, P2 respondeu que utiliza todos os instrumentos avaliativos que possibilita o levantamento de dados cognitivos do aluno e P3 respondeu que utiliza a observação e as atividades diárias. Conforme Tyler (1975) “toda situação avaliativa é o tipo de situação que dá aos estudantes uma oportunidade de expressar o tipo de comportamento que está procurando avaliar”.

Quando as professoras responderam que o utilizam os instrumentos avaliativos durante todo o processo, subentende-se que utilizam a avaliação tanto no início quanto no final do processo de ensino, esta afirmativa corresponde justamente a que a teoria Tyleriana vem nos alertar, pois a avaliação deve envolver mais que uma simples apreciação, se o intuito for verificar se ocorreram mudanças no processo de aprendizagem, é necessário fazer uma apreciação na fase inicial e outra mais tarde.

Cabe ressaltar que durante uma de nossas observações em sala da P3 presenciamos o uso incorreto da atividade em classe como instrumento avaliativo. A docente pediu que a turma respondesse uma atividade de Língua Portuguesa, e um dos alunos se recusou, justificando não saber responder, no mesmo instante com o tom em voz alta, a P3 disse para o aluno: “Não vou perder meu tempo com você, você não quer nada mesmo”. Ao fazer julgamento prévio da realidade, a docente impede o desenvolvimento da aprendizagem do seu aluno. De acordo com nossos estudos constatamos que a professora enquanto possuir este comportamento, não conseguirá agir eficazmente sobre a realidade de sua turma. Como citado por Luckesi:

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[...] É necessário tomar a realidade investigada da forma que se apresenta e nada mais [...] Quando suspendemos nossos julgamentos sobre pessoas e situações, a abrangência de nossa percepção amplia-se; soltamos as marras e os contornos do que consideramos “certo ou errado” a fim de estarmos atentos ao que acontece e, desse modo, evitarmos impor a realidade o que supomos que ela deveria ser (LUCKESI, 2011, p. 267).

Na maioria das vezes nós seres humanos temos o olhar voltado sempre para o ponto negativo, desta forma perdemos as possibilidades de ver o lado bom das coisas, das pessoas que vivem ao nosso redor. No ambiente escolar, não acontece diferente, por isso o docente precisa ter disposição psicológica para acolher a realidade de seus alunos como ela é sem levantar julgamentos. P3 não quis saber qual era a dificuldade do aluno em responder a atividade, ela simplesmente julgou o aluno com base em seu ponto de vista. Cipriano Luckesi (2011) escreve que “um recusado distancia-se ou é distanciado e por isso não poderá ser auxiliado em seu processo de aprendizagem e desenvolvimento”. No momento em que P3 julgou que o aluno não conseguia responder as questões porque ele não queria nada com os estudos, automaticamente o aluno ficou excluído do processo de ensino, a professora tinha que primeiro acolher a realidade sem qualquer discriminação, ou seja, primeiro ela tinha que descobrir onde estava à dificuldade do aluno, para depois decidir o que fazer, e sua decisão deveria envolver ações que o conduzisse a avançar diante da dificuldade apresentada.

Temos visto vigente em nosso espaço escolar, professores avaliando o comportamento de seus alunos, onde os alunos que sentam na frente são os mais inteligentes e merecem as melhores notas, os alunos que sentam no fundo são os “burros” e bagunceiros, que merecem as notas baixas. Devido estes julgamentos o sistema escolar brasileiro tem contribuído para manutenção da classe dominante e é fortemente marcado pelo grande índice de reprovação e evasão escolar.

Na análise da Questão 6 (Quais as decorrências -pontos positivos e negativos- de submetermos os alunos a um sistema de notas?) verificamos que as respostas foram bastante distintas, P1 respondeu que diante da heterogeneidade encontrada na sala de aula, a classificação através de nota é injusta afirmando que “esse sistema trata os alunos como se todos estivessem no mesmo nível.” Analisamos que P1 avalia o que o aluno aprendeu e não o que ele deixou de aprender, pois valoriza os domínios adquiridos, por menores que sejam. P2 respondeu que é através da nota que o aluno tem a possibilidade de avaliar seu próprio rendimento. De acordo com esta resposta e nossas observações percebemos que a docente

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utiliza a nota para reprimir o aluno, pois utiliza a avaliação como medida por levar em conta apenas o produto (nota final). O ato de avaliar de P2 é caracterizado por uma prática que relaciona avaliação como medida, consistindo em testes de verificação que submete a aprendizagem a um valor numérico e classificatório. P3 reconhece que o sistema de nota faz o aluno se sentir inferior, porém utiliza as notas em sua ação pedagógica, desta forma, contribui para tornar o espaço escolar odiado e sem significância para os alunos.

Na análise da Questão 7 (Como ajudar o aluno a desenvolver competências e habilidades sem que esse trabalho pedagógico fique reduzido a uma nota?) foi possível sintetizar as resposta, pois todas docentes responderam que a melhor forma de contribuir para o desenvolvimento do aluno é trabalhando com sua realidade, transformando a escola em um espaço significativo. P1, P2 e P3 citaram que a melhor forma de motivar o aluno a aprender, sem se preocupar com a nota é ensinar aquilo que eles têm interesse em conhecer.

Refletindo acerca das respostas, percebemos que ainda nas escolas existem professores com as amarras de uma visão tradicional de avaliação, apostando no lápis e papel nas mãos como garantia do processo avaliativo, supervalorizando a prova, não levando em considerações as observações diárias, que em muito contribui para delinear a prática docente, essa forma classificatória de pensar a avaliação subestima a capacidade cognitiva do aluno. A avaliação precisa ser repensada por todos os professores como, e principalmente, uma forma de diagnóstico que contribua para aprendizagem. Conforme Perrenoud (1999), a avaliação precisa estar relacionada com aprendizagem, assim, o processo avaliativo deve estar em conexão com a formação do estudante, se tornando um meio que possibilite ao professor verificar se os objetivos do ensino foram alcançados ou não, para a partir daí traçar novas metas que contribuam para que haja sucesso no processo de ensino/aprendizagem, pois a função social da escola é educar, e não reprovar.

Considerações finais

Destacamos que avaliar é uma das tarefas mais importantes e desafiadoras do trabalho docente, pois, os erros e os avanços dos alunos não podem ser apontados de maneira superficial. O fundamental é avaliar como os alunos interagem com os colegas e com o

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professor, quais os conhecimentos que adquiriram as dificuldades, as habilidades que aprenderam como participam e desenvolvem as atividades.

Avaliar não consiste apenas em aplicar um instrumento de avaliação, para aprovar ou reprovar o aluno, mas utilizar este instrumento com o intuito de transformá-lo em um auxiliador na coleta de dados e de reflexão para professores e alunos sobre o desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem. Nesta perspectiva é oportunizando ao professor refletir sobre a sua capacidade de ensinar os seus alunos e aos educandos tomar conhecimento sobre o processo de aprendizagem desenvolvido diariamente em sala de aula.

Foi possível através da realização da pesquisa, afirmar que a concepção de avaliação da aprendizagem numa perspectiva que denominamos de formativa (por assumir a prática de avaliação como informação, controle e regulação) vem aos poucos sendo incorporadas as práticas avaliativas desenvolvidas pelas professoras P1, P2, e P3.

Esta perspectiva formativa assume um direcionamento diferente da concepção tradicional que era centrada não em critérios de desempenho do aluno a partir de objetivos de aprendizagem, mas em normas, principalmente aquelas que comparavam os alunos entre sí. Atualmente, o aluno começa a ser visto como ser único, não mais comparado a outros, mas com o seu próprio desempenho, valorizam-se outros instrumentos de avaliação, para que esta seja um dos meios para tornar o processo ensino-aprendizagem mais efetivo.

Entretanto, mesmo consciente dessa situação muitos professores ainda praticam uma avaliação nos moldes tradicionais. Sendo o professor o principal responsável para operacionalizar essa mudança, é preciso que tenha base consistente e se fundamente em uma teoria de aprendizagem que lhe norteie os rumos, pois, para mudar a avaliação, é necessário rever os propósitos e funções a que serve a avaliação da aprendizagem e outros aspectos que envolvem o processo ensino-aprendizagem.

Muitos desconhecem o que é divulgado sobre as novas concepções de avaliação, e os que estão conscientes vivem uma contradição na sua prática, comprovada através do que é registrado nos planos de curso e o que é operacionalizado, não só nos momentos de avaliação, mas também em todo o processo de ensino-aprendizagem. Usamos a denominação avaliação, mas nos valemos de exames, por serem mais compatíveis com o contexto da sociedade e "mais fácies" de serem executadas. Nesse sentido, acabamos cumprindo um ritual há muito

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estabelecido pelo sistema educacional, que exerce o mero propósito de “aprovar” ou “reprovar” o educando.

Foi possível observar também que a avaliação da aprendizagem realizada na Educação Infantil e nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, tem servido muito pouco ao processo de ensino-aprendizagem e ao desenvolvimento da aprendizagem dos alunos, pois os professores ainda se encontram presos a notas, como o sistema tem sido gradativamente modificado e as notas estão sendo substituídos por pareceres descritivos, os professores tem negado a importância de se avaliar cotidianamente, o que tem gerado um movimento que é possível denominar de “não avaliação”, ou seja, não se avalia, pois não é mais preciso atribuir medidas de rendimento aos alunos.

No entanto, compreendemos que a avaliação da aprendizagem é um instrumento de fundamental importância para professores, pais e alunos, pois nos provoca a refletir sobre os processos de ensinar e aprender, além de oportunizar rever posturas, mudar caminhos e ressignificar o fazer diariamente.

Com a atividade de pesquisa tivemos a oportunidade de refletir sobre a concepção de professores e alunos a propósito das diferentes concepções da avaliação da aprendizagem e a sua importância para a aquisição e desenvolvimento da aprendizagem.

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Referências

LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem: componente do ato pedagógico. São Paulo: Cortez, 2011.

REHEM, Cácia Cristina França. Avaliação e aprendizagem no ensino superior: práticas avaliativas dos professores do curso de pedagogia da UESB - Campus de Jequié. São Luís, 2008.

TYLER, Ralf Winfred. Princípios básicos do currículo e ensino. Tradução Leonel Vallandro. Porto Alegre: Globo, 1975.

PERRENOUD, Philippe. Avaliação da excelência à regulação das Aprendizagens. Porto Alegre: Artmed, 1999.

PIMENTA, Selma Garrido (Org.). Didática e formação de professores: percursos e perspectivas no Brasil e em Portugal. São Paulo: Cortez, 1996.

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Referências

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