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PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO PCP

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PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO – PCP

As empresas vendem produtos e/ou serviços para outras empresas ou até mesmo para consumidores

finais. Para que os produtos possam ser fornecidos é necessária aquisição de materiais e a alocação

de recursos para que sejam disponibilizados.

O processo de planejar, programar e controlar o que será produzido é essencial para que as

empresas possam alcançar índices de produtividade e qualidade que o mercado exige. Atender ao

mercado é fundamental para a sobrevivência da empresa. Para que a empresa sobreviva deve

buscar uma forma de garantir o objetivo de produzir com qualidade e produtividade. Para isso,

necessita de bom planejamento, programação e controle de todo o processo de produção. O

processo torna possível atuar corretamente quando ocorrerem desvios e falhas, bem como buscar

as metas traçadas de melhoria de seu produto e ou serviço, diminuindo seus custos operacionais.

Este capítulo apresenta o processo e as atividades envolvidas no planejamento e controle da

produção, essencial para a gestão dos recursos produtivos da empresa com o fim de disponibilizar

produtos ou serviços. O capítulo está estruturado da seguinte forma:

1. As abordagens ao processo de planejamento e controle da produção

1.1. Administração da produção

1.2. Gestão da cadeia de suprimentos

2. Conceitos gerais

2.1. A equação básica a ser resolvida

3. Etapas do processo

3.1. Previsão de demanda (métodos quantitativos e qualitativos)

3.2. Planejamento agregado de produção

3.3. Programa mestre de produção

3.4. Programação detalhada da produção

4. Sistemas e conceitos para o planejamento e controle da produção

4.1. Planejamento da necessidade de materiais (MRP I)

4.2. Planejamento de recursos de manufatura (MRP II)

4.3. Premissas para a implantação do MRP II

(2)

Espera-se que ao final do capítulo o leitor possa:

 Entender os conceitos de planejamento e controle de produção

 Familiarizar com o tema e sua complexidade

 Compreender a importância e a abrangência do tema

 Aprofundar e desenvolver pesquisas práticas sobre a aplicação dos conceitos

1. As abordagens ao processo de planejamento e controle da produção

Comumente na literatura o processo de planejamento e controle da produção é abordado pela

Administração da Produção (MOREIRA, 2008; GAITHER e FRAIZER, 2001; SLACK, 2002;) e

pela de Gestão de Cadeia de Suprimentos (CHOPRA e MEINDL, 2003; LAMBERT, 1998; PIRES,

2004;).

No campo da Administração da Produção, internamente às empresas, a gestão do fluxo de

manufatura é obtida através do conceito de Planejamento e Controle da Produção (Production

Planning and Control- PCP) que consiste em um processo de gerenciamento das atividades de

produção. O sistema de gerenciamento dos recursos operacionais de produção de uma empresa,

com funções envolvendo planejamento (o que e quando será produzido), programação (recursos

utilizados para a operação, com início e término de todo o fluxo de trabalho) e controle

(monitoramento e correção de desvios da produção), bem como a determinação das quantidades

que serão produzidas, qual o layout da planta para melhor aproveitamento do fluxo de insumos,

quais as etapas de cada processo de manufatura e designação de mão de obra, seja ela humana ou

mecânica, para a transformação das matérias primas passo a passo. Com a consolidação de todos

estes dados, será criado o chamado PMP – Plano Mestre da Produção, nas quais estão expostas as

diretrizes do processo em geral.

Nas empresas existem departamentos especializados apenas no PCP, sendo estes dedicados as

atividades mais operacionais do dia a dia de produção. O PCP também tem sua atividade ampliada

além do operacional, como por exemplo, o nível tático, na aquisição de novos insumos,

(quantidades de matérias primas, máquinas ou pessoal). A atuação se estende ao nível de vendas,

onde a previsão de produção torna-se importante na previsão de oferta e demanda. Por fim, o

impacto no nível financeiro, com o reflexo da programação nos gastos para a aquisição e nas

(3)

receitas do que serão disponibilizados para as vendas, além do impacto financeiro dos estoques, o

inventário de matérias primas, insumos e produtos acabados.

Já a gestão da cadeia de suprimentos (Supply Chain Management - SCM) é o conceito mais amplo

e atual, que busca estudar as interações entre os fornecedores das empresas e o fornecimento aos

clientes. As informações geradas pelo SCM serão utilizadas para que se possa realizar o

planejamento do que será adquirido, as operações para a confecção dos produtos e ou serviços, e a

disponibilização para a entrega. Dentre os processos-chave que compreendem a gestão da cadeia

de suprimentos, conforme apresentado na Figura 1, temos a gestão do fluxo de manufatura

(Manufacturing Flow Management Process- MFMP).

Figura 1: Processos de Supply Chain Management, adaptado de Lambert, 1998.

O processo de Gestão do Fluxo de Manufatura compreende as todas as atividades necessárias para

obter, implantar e gerenciar a flexibilidade de produção na cadeia de suprimentos e movimentar os

produtos através das entidades integrantes da cadeia de suprimentos.

Portanto podemos considerar que o conceito de PCP é parte integrante de um processo maior, que

é a Gestão do Fluxo de Manufatura. Neste capítulo serão apresentados os conceitos gerais do PCP,

e sugere-se e posteriormente a ampliação para clientes e fornecedores, na abordagem de Gestão

de Cadeia de Suprimentos (Supply Chain Management).

(4)

2. Conceitos gerais do planejamento e controle da produção

Os objetivos do PCP são baseados na necessidade de um processo decisório que ocorre antes,

durante e depois de sua elaboração e implantação na empresa. A função do PCP define o que será

feito, como, por quem e com que recursos, bem como onde e quando será executado. Estes fatores

são definidos pelo planejamento de produção. Este processo deve ser iniciado a partir do projeto

de desenvolvimento do produto que vai ser manufaturado, contemplando os dados básicos para a

programação. Além do planejamento, faz parte do processo a programação que é a definição de

quando fazer, bem como o controle do que foi estabelecido. Não se pode perder o objetivo final

que foi acordado, devendo os desvios, defeitos ou falhas do planejado, serem informados e planos

de ação criados para tomar as decisões necessárias. O PCP tem como função a organização,

padronização e sistematização do processo, para que a empresa produza com qualidade, segurança,

rapidez, facilidade, flexibilidade, ao menor custo.

O desafio do PCP é otimizar a equação de estoque da empresa, assegurando os níveis de estoque

finais desejados por produto considerando a segurança para evitar o não atendimento das vendas.

A equação é assim definida:

Equação 1:

Estoque final = Estoque Inicial + Produção – Vendas

No caso do PCP, a equação deve ser lida como:

Equação 2:

Produção = Estoque Final - Estoque Inicial + Vendas

Tomando como base a Equação 2, serão apresentadas as etapas do processo de PCP com o objetivo

de clarificar como resolver a mesma.

3. Etapas do processo

3.1 Previsão de Demanda

A variável Vendas da Equação 2 é analisada através da Previsão da demanda, onde métodos

estatísticos são combinados com subjetivos para o dimensionamento do que precisa ser produzido,

considerando recursos materiais e humanos necessários. A partir da previsão de demanda de médio

e longo prazo e da análise da capacidade instalada, determina-se a necessidade de adequação

(5)

(aumento ou redução) da capacidade de produção para melhor atender a demanda no médio e longo

prazo.

Importante ter clara a definição do que é Demanda e o que é Venda. Demanda é a quantidade de

produtos ou serviços que os consumidores estão dispostos a comprar; a Venda é a parcela da

demanda que a organização consegue atingir. É necessário prever as vendas, produção, reduzir

custos, além de uma série de outros itens necessários para garantir a eficiência e eficácia da sua

área durante todo o ano. O grande desafio é realizar previsões que estejam realmente coerentes com

o que vai se realizar. A Figura 1 ilustra o que é Demanda, para o Mercado e para a Empresa, bem

como delimita que o potencial de demanda que a empresa atende é a venda potencial. As empresas

partem do potencial de mercado, dimensionam-se para satisfazer uma parcela e verificam seu

progresso através das vendas que conseguem atingir,

MERCADO

EMPRESA

Demanda

Demanda de Mercado

Demanda da Empresa

Potencial

Potencial de Mercado

Potencial de vendas da empresa

Previsão

Previsão do Mercado

Previsão de vendas da empresa

Figura 1: Definições de Demanda, para o Mercado e para a Empresa

Fonte: o autor

Para a realização de uma boa previsão de demanda é imperativa a coleta de dados de maneira

confiável e correta. De acordo com Corrêa et al (2007), a coleta de dados deve considerar:

 Histórico de demanda (vendas realizadas e vendas perdidas)

 Informações que justifiquem comportamentos atípicos já registrados anteriormente

 Fatores e variáveis que se relacionem à demanda

 Previsão de fatores de cenários futuros que podem afetar a demanda

 Previsões e expectativas de ordem econômica e de mercado, comportamento da

concorrência e decisões da área comercial.

Porém, antes de utilizar as técnicas de previsão de demanda e a coleta dos dados, faz se necessário

decidir o que será previsto (KRAJEWSKI, RITZMAN e MALHOTRA, 2009). Uma previsão feita

(6)

para todos os produtos em conjunto apresenta menor margem de erro, sendo assim, muitas

empresas optam por uma previsão em dois níveis, sendo o primeiro para as famílias de produtos e

o segundo para produtos individuais, também chamados de SKU (Stock-Keeping Unit

– unidade de estoque apropriada) (KRAJEWSKI, RITZMAN e MALHOTRA, 2009).

Figura 2: Horizonte de Planejamento conforme nível de detalhe

Fonte: o autor

Na Figura 2 um detalhamento maior entre nível de decisão e horizonte de planejamento é

apresentado. O planejamento estratégico feito de maneira agregada de produtos se desdobra em um

plano tático por família e itens até chegar ao “chão de fábrica”, no planejamento operacional por

SKU.

O processo de prever a demanda, em qualquer dos níveis de decisão e horizonte de planejamento

pode ser definido de várias maneiras (KRAJEWSKI, RITZMAN e MALHOTRA, 2006;

MOREIRA, 2008; CORRÊA; GIANESI, CAON 2007). Pode ser através de um prognóstico de

eventos futuros que podem ser úteis para o planejamento da organização; ou por um processo

racional de busca de informações relativas ao valor das vendas futuras que serve de base para todo

planejamento; ou até mesmo como resultado de um processo que inclui atividades de coleta e

tratamento de informações, busca e projeção de padrões de comportamento e de estimativa de erros.

Na tabela 1 um exemplo de avaliação de desvio em diferentes níveis.

(7)

Produtos (de uma mesma

família)

Previsão (em unidades)

Realizado (em unidades)

FamíliaProdutoA

2.500

1.930

FamíliaProdutoB

6.000

7.269

FamíliaProdutoC

4.500

4.980

FamíliaProdutoD

3.000

2.730

FamíliaProdutoE

1.200

1.429

FamíliaProdutoF

1.800

1.050

Total

18.000

18.443

Tabela 1: exemplo de previsão e realizado de vendas por produto

Fonte: o autor

Baseado nos dados da Tabela 1, o desvio total, pela família de produtos, foi de 443 unidades a mais

(2,4%). Mas o desvio item a item foi muito maior. Para o item FamíliaProdutoA, um desvio de 23%

abaixo do previsto; para o item FamílaProdutoB, a venda real foi 21% acima do previsto; para o

item FamílaProdutoC, 11% acima da previsão original; para o item FamílaProdutoD, 9% abaixo;

no caso do item FamílaProdutoE, as vendas superaram a previsão em 19%; e, para o item

FamílaProdutoF uma venda realizada 41% abaixo que estava previsto. O desvio é calculado através

da Equação 3.

Equação 3:

Desvio = Vendas Realizadas – 1 x 100

Vendas Previstas

Possíveis razões dos porquês o desvio entre o que se planejou vender e o que efetivamente vendeu

por item causam impactos como:

 O planejamento de produção não alinhado com a realidade de vendas

 Níveis de estoque acima ou abaixo da segurança

 Risco de faltas e excessos

(8)

O processo de previsão de demanda tem como objetivo minimizar a diferença entre o que se planeja

produzir versus a real necessidade de consumo. Os métodos de previsão de demanda podem ser

classificados em quantitativos, que utilizam modelos matemáticos e valores de demanda do

passado para inferir as quantidades futuras; e qualitativos, que utilizam análises de painel de

opiniões e avaliações pessoais de especialistas. A seguir serão apresentados para cada uma das duas

classificações, as técnicas mais usualmente utilizadas, que dependem das características de

comportamento de demanda dos produtos que serão planejados.

3.1.1 Métodos quantitativos

Métodos que utilizam modelos matemáticos. Podem ser de abordagem causal, quando avaliam

relações de causa-efeito; ou de análise de séries temporais históricas, se examinam o padrão do

comportamento da demanda ao longo do tempo, para prever o seu comportamento futuro (SLACK

et al., 2002).

Focando nos métodos de análise de séries temporais Tubino (2009) e Krajewski, Ritzman e

Malhotra (2006) propõem os seguintes métodos: média móvel, média ponderada móvel, suavização

exponencial, suavização exponencial com tendência, métodos de sazonalidade multiplicativa e

regressão linear.

3.1.1.1 Média Móvel

Este método utiliza dados históricos de período recente para prever a demanda através de uma

média destes valores. É um método que remove os efeitos de flutuação aleatória e, portanto, não

possui muita precisão quando aplicado a séries temporais que apresentam tendências ou

sazonalidades. É representado matematicamente de acordo com a Equação 4, onde é a demanda

real no período t, é o número total de períodos da média e é a previsão para o período t+1

(KRAJEWSKI, RITZMAN e MALHOTRA, 2006; TUBINO, 2009)

(9)

Exemplo de aplicação:

Consumo nos últimos 3 meses (n=3):

P1 = 120

P2 = 125

P3 = 130

A previsão de demanda para P4 (3+1) é calculada: (120+125+130) / 3 = 125

3.1.1.2 Média ponderada móvel

Sua diferença está em adicionar pesos aos períodos de demanda. Estes pesos são atribuídos de

acordo com critérios da empresa, como por exemplo, dar um peso maior para demandas recentes

ou ressaltar alguma demanda sazonal. Para isso, cada uma das demandas utilizadas recebe um peso,

sendo necessariamente a soma dos pesos igual a 1, conforme a fórmula da Equação 5.

Equação 5: cálculo da previsão baseado na média ponderada móvel

Apesar da vantagem de dar critérios de importância para cada demanda e não necessitar uma grande

base de dados, este método apresenta deficiências, não sendo indicado em casos onde haja

tendência ou sazonalidade (KRAJEWSKI, RITZMAN e MALHOTRA, 2006)

Exemplo de aplicação:

Consumo nos últimos 5 meses (n=5):

P1 = 120

mês com venda regular

10%

P2 = 125

mês com venda regular

10%

P3 = 130

mês com venda regular

10%

P4 = 140

mês com sazonalidade

30%

P5 = 155

mês com sazonalidade

40%

A Previsão de demanda para P6 (5+1) é calculada:

[(120*0,10) + (125*0,10) + (130*0,10) + (140*0,30) + (155*0,40)] = 142

5

(10)

3.1.1.3 Suavização Exponencial

Calcula a previsão de demanda relacionando pesos às demandas anteriores, mas requer apenas a

previsão do último período Ft, a demanda para esse período Dt e uma constante de suavização,

chamada de alfa, que deve ser um valor entre 0 e 1. Esta constante serve como um valor de

importância que se escolhe dar ao erro cometido na previsão anterior (CORRÊA, H. L.; GIANESI,

I. G. N.; CAON, M, 2007; TUBINO, 2009; KRAJEWSKI, RITZMAN e MALHOTRA, 2006)

Quanto maior o valor de alfa mais rápido o método reagirá às variações de demanda; já um valor

pequeno de alfa permite uma maior estabilidade nas previsões, suavizando-as. É comum que se

utilize testes para encontrar o melhor valor de alfa e que uma média de demandas seja utilizada

como valor de quando se aplica o método pela primeira vez CORRÊA, H. L.; GIANESI, I. G. N.;

CAON, M, 2007; TUBINO, 2009; KRAJEWSKI, RITZMAN e MALHOTRA, 2006). Ver

Equação 6.

P (t ) = P ( t-1) + alfa ( C ( t-1) - P (t-1) )

Equação 6: cálculo da previsão baseado na suavização exponencial

Onde:

P (t ) =

previsão para o proximo período ( t )

P ( t - 1 ) =

previsão do periodo anterior ( t - 1 )

alfa =

constante de suavização ( valor de zero a um)

C ( t - 1 ) =

consumo efetivo no periodo anterior ( t - 1 )

C ( t - 1 ) - P ( t - 1 )= erro da previsão

Exemplo de aplicação:

Previsão realizada para o período anterior:

100 unidades

Consumo no período anterior:

120 unidades

Se adotar o erro de 20% -> alfa =

0,20

Desvio entre Previsto e realizado mês anterior:

20 unidades

A Previsão de demanda para o próximo período:

100 + 0,20*(120-100) = 104

Se a decisão de reação à demanda for mais rápida, adota-se alfa maior: 0,50

A Previsão de demanda para o próximo período: 100 + 0,50*(120-100) = 110

(11)

3.1.1.4 Suavização Exponencial com Tendência

Demandas que apresentam tendências necessitam que uma variável relativa a essa variação seja

incluída no cálculo da previsão. O método da suavização exponencial com tendência baseia-se

então nos fatores de previsão da média suavizada exponencialmente da demanda (Equação 7) e

uma média suavizada exponencialmente da tendência (Equação 8) , como pode ser observado na

Equação 9. Além disto, duas constantes de suavização são utilizadas, uma para média alfa e outra

para tendência beta, ambas com valor entre 0 e 1, em que valores mais próximos de 1 aumentam a

rapidez da previsão assumir a tendência. (TUBINO, 2009; KRAJEWSKI,RITZMAN e

MALHOTRA, 2006).

F (t+1) = PREVISÃO PARA O PROXIMO PERÍODO

At

= Média suavizada da demanda

Tt

= Média suavizada da tendência

Exemplo de aplicação: Pelos dados da Tabela 2, é apresentada a demanda histórica de 24 meses.

Calcular a previsão para o 25º. Mês.

Tabela 2: Dados de demanda de 24 meses

Período: 24 meses alfa 0,9

beta: 0,6

Mês Venda Mês Venda Mês Venda Mês Venda

1 90 7 96 13 98 19 100 2 93 8 95 14 99 20 99 3 91 9 96 15 99 21 98 4 92 10 96 16 97 22 101 5 93 11 97 17 99 23 102 6 96 12 99 18 100 24 103

Equação 7

Equação 8

Equação 9

(12)

Resolução: no primeiro período adota-se At = demanda período anterior. O cálculo de tendência

do primeiro período calcula-se como a média de acréscimo/decréscimo de demanda real,

considerando a variação de demanda nos 4 primeiros períodos. No exemplo: Tendência do primeiro

período = {[(D2-D1)+(D4-D3)] }/2. Para os demais períodos aplica-se as fórmulas das Equações

7 e 9. Os resultados, para o primeiro período e os demais estão na Tabela 3.

Exemplo de cálculo de demanda e tendência para o período 5:

At = alfa*Dt + (1-alfa)*(At-1 + Tt+1)

At = 0,9*(93) + (1-0,9)*(91,96+0,37) = 92,93

Tt = beta*(At- At-1) + (1-beta)*(Tt-1)

Tt = 0,6*(92,93-91,96) + (1-,06)*(0,37) = 0,73

Uma regra que se deve seguir quando em busca de um valor de alfa e beta é escolher um que venha

a permitir que o modelo de previsão constate grandes mudanças nas séries de tempo e que atenue

as flutuações aleatórias.

Tabela 3: Cálculo da previsão de demanda e tendência

Período: 24 meses alfa 0,9

beta: 0,6

Mês Venda At Mês Venda At Mês Venda At Mês Venda

1 90 90,00 7 96 96,18 13 98 98,23 19 100 2 93 92,90 8 95 95,22 14 99 99,06 20 99 3 91 91,44 9 96 95,91 15 99 99,11 21 98 4 92 91,96 10 96 96,03 16 97 97,26 22 101 5 93 92,93 11 97 96,92 17 99 98,73 23 102 6 96 95,77 12 99 98,85 18 100 99,92 24 103

Mês Venda Tt Mês Venda Tt Mês Venda Tt Mês Venda

1 90 2,00 7 96 1,04 13 98 1,41 19 100 2 93 2,54 8 95 -0,16 14 99 1,07 20 99 3 91 0,14 9 96 0,35 15 99 0,46 21 98 4 92 0,37 10 96 0,21 16 97 -0,93 22 101 5 93 0,73 11 97 0,62 17 99 0,51 23 102 6 96 1,99 12 99 1,41 18 100 0,92 24 103

(13)

Com os períodos calculados, a previsão para o período 25 é, portanto:

F (t+1) = At + Tt

Para o período 25: 103,03+1,15 = 104,17

3.1.1.5 Método sazonal multiplicativo

Dois métodos podem ser utilizados para o cálculo de previsões de demanda influenciadas por

sazonalidade:

 Método sazonal aditivo: consiste em apenas somar uma constante às estimativas de

demanda média do período. Este é empregado para série de dados onde o padrão sazonal é

próximo de constante.

 Método sazonal multiplicativo: utiliza um índice de sazonalidade obtido para cada período

sazonal da série temporal. Este índice é encontrado através da razão entre a demanda real

para cada período e a demanda média por período sazonal, e caso haja dados suficientes,

uma média de índices pode ser calculada. O período utilizado para o cálculo da média é o

ciclo de sazonalidade. Com os índices de cada período do ciclo sazonal calculados, a

previsão da demanda consiste em multiplicar a demanda média do período a ser previsto ao

índice do mesmo. (KRAJEWSKI, RITZMAN e MALHOTRA, 2006; TUBINO, 2009).

A seguir é exposto o método sazonal multiplicativo, por sua maior complexidade de cálculo, a

partir dos dados da Tabela 4.

Tabela 4: evolução das vendas por trimestre e por ano

Calculo dos Índices de Sazonalidade: Este índice é encontrado através da razão entre a demanda

real para cada período e a demanda média por período sazonal, demonstrado na Tabela 5.

TRIMESTRE ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4

1 100 80 100 50 2 120 130 230 130 3 110 70 180 130 4 130 90 70 220 TOTAL 460 370 580 530 MÉDIA 115 93 145 133

(14)

Tabela 5: Demonstrativo de cálculo do índice de sazonalidade

Pelos dados históricos de vendas, o incremento anual médio de um ano para o outro é calculado

com a venda média de D4 + D1 dividindo pelos 4 períodos. Ou seja, conforme dados da Tabela 4,

D1 = 460 e D4 = 530, portanto o incremento médio anual nas vendas é de 18 unidades. A venda

média trimestral para o ano 5 inicial para o exercício é a venda média trimestral do ano anterior

mais o acréscimo médio: 133 + 18 = 151.

E, por fim, o cálculo da previsão é apresentado conforme Tabela 6:

Tabela 6: cálculo da previsão de venda sazonal por trimestre para o ano 5

3.1.1.6 Regressão linear:

O modelo de regressão linear, segundo Krajewski, Ritzman e Malhotra (2009) consiste de uma

variável chamada de dependente estar relacionada a uma ou mais variáveis independentes por uma

equação linear. Para se obter o cálculo da equação da reta basta aplicar a Equação 9.

Equação 9:

y = a + bx

TRIMESTRE ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 MÉDIA

1 0,87 0,86 0,69 0,38 0,70

2 1,04 1,41 1,59 0,98 1,25

3 0,96 0,76 1,24 0,98 0,98

4 1,13 0,97 0,48 1,66 1,06

Ano 5

Fator

Vendas

Resultado

Trimestre

Sazonalidade

Previstas

1

0,70

151

106

2

1,25

151

189

3

0,98

151

149

4

1,06

151

160

Previsão de Vendas para Ano 5

604

Vendas Realizadas Ano 4

530

(15)

Na equação 9:

“y” refere-se a variável dependente

“x” a variável independente

“a” representa interseção da linha no eixo y

“b” inclinação da linha.

Esta fórmula estabelece a equação que identifica o efeito da variável de previsão (variável

independente) sobre a demanda do produto em análise (variável dependente). O objetivo é prever

a demanda de determinado item com base na previsão de variável com relação ao item.

Exemplo de aplicação:

Dada a Tabela 7, calcular a previsão de demanda para os períodos 11, 12 e 13.

Tabela 7: dados para o Exercício de Previsão de Demanda através da Análise de Regressão

Equação 10:

 Y = n a + b  X

Aplicando:

5.150 = 10 a + b 55

Equação 11:  X Y = a  X + b  X²

Aplicando:

33.300 = a 55 + b 385

Resolvendo as equações 10 e 11:

Vendas Anuais

Período

Produto

Quadrado

(Y)

( X)

(XY)

(X²)

1

200

1

200

1

2

300

2

600

4

3

400

3

1.200

9

4

500

4

2.000

16

5

400

5

2.000

25

6

550

6

3.300

36

7

600

7

4.200

49

8

700

8

5.600

64

9

800

9

7.200

81

10

700

10

7.000

100

TOTAIS

5.150

55

33.300

385

Ano

(16)

a = 183,33; b = 60,3

y = 183,33 + 60,3 x

Período 11:

183,33 + 60,3.11 =

846,63

Período 12:

183,33 + 60,3.12 =

906,93

Período 13:

183,33 + 60,3.13 = 967,23

3.1.2 Métodos Qualitativos

Dados qualitativos são aqueles que não se pode quantificar, logo, supõe-se que sejam técnicas

baseadas em informações subjetivas. Moreira (2008) define que as técnicas qualitativas são aquelas

baseadas no julgamento e na experiência das pessoas, desde que estas tenham condições de opinar

sobre a demanda futura. De acordo com Tubino (2009), as técnicas qualitativas, são mais rápidas

de se preparar, por isso, são empregadas quando não se dispõe de tempo para coleta e análise de

dados da demanda passada; na introdução de um produto novo, para o qual não existam dados

passados a se considerar; e quando a economia/política se encontrar muito instável tornando os

dados passados muito obsoletos e não se adquira informações atualizadas.

Os recursos humanos tornam-se os processadores de informação, substituindo assim, os modelos

e fórmulas matemáticas existentes nas técnicas quantitativas. As técnicas qualitativas apresentadas

por Moreira (2008) são a Técnica Delphi, Opiniões de Executivos, Opinião da Força de Vendas e

Pesquisas de Mercado.

Vale salientar que a utilização de uma única técnica de previsão de demanda pode não ser suficiente

para incorporar todo o conhecimento associado ao ambiente de previsão.

O ideal é a combinação de previsões, onde se utiliza mais de uma única técnica ao mesmo tempo,

e isso tem mostrado um ótimo potencial para reduzir os erros de previsão e obter estimativas

melhores.

3.1.2.1 Técnica Delphi:

A previsão é estabelecida de acordo com a opinião de um grupo de especialistas. Baseia-se no

julgamento coletivo, quando bem organizado apresenta resultados mais acurados do que um

julgamento individual. Podem acontecer até seis rodadas para que se atinja um consenso, sendo

(17)

que muitas vezes, pode-se chegar a uma previsão que teve discordância inicial, mas que ao final, a

maioria dos participantes concordou. Para Moreira (2009) sua principal vantagem consiste em

permitir a obtenção de dados pessoais sem que haja interações dentro do grupo, as quais poderiam

distorcer os resultados. Enquanto que a desvantagem mais relevante concentra-se no fato de ser um

método muito sensível a qualidade do instrumento de coleta de opiniões, visto que não se tem

contato pessoal, podendo gerar ambiguidades nas questões.

3.1.2.2 Opiniões de Executivos

As revisões são realizadas com base na opinião dos executivos da empresa, isto porque, enquanto

executivos, eles devem conhecer bem as atividades desenvolvidas em seus respectivos setores, e

essa troca de opiniões entre eles possibilita uma visão sistêmica de todo processo. Consiste em um

grupo de executivos da empresa vindos de diferentes áreas, cujo interesse é desenvolver em

conjunto uma previsão, normalmente de longo prazo, envolvendo alguns aspectos do planejamento

estratégico da organização. A vantagem desta técnica, é a reunião de talentos com diferentes visões

de determinado assunto, dessa forma os resultados serão mais precisos e de qualidade. Como

desvantagem o fato de eventualmente ser alterada determinada previsão sem consenso de todos os

executivos, e ainda por ser um método custoso, que exige muito tempo dos executivos.

3.1.2.3 Opinião da Força de Vendas

A opinião da equipe de vendas é importantíssima no processo de elaboração das previsões, uma

vez que eles estão em contato direto com a demanda. A previsão neste caso é obtida por meio dos

membros da equipe de vendas, os quais realizam estimativas de vendas regionais futuras,

individualmente, para posterior combinação, formando então, uma única previsão para todas as

regiões. Em contrapartida, podem ocorrer alguns problemas dependendo do cenário em que se

encontram como superestimar a demanda se as vendas têm sido boas,

bem como

subestimá-las e o estabelecimento de cotas de vendas gera um conflito entre interesses dos

vendedores Essa técnica é vantajosa devido o conhecimento da equipe de vendas sobre os produtos

e serviços desejados pelos clientes, bem como pela facilidade de combinação das previsões

estabelecidas pelos vendedores, e ainda, por possibilitar informações detalhadas por região, o que

facilita o gerenciamento das atividades.

(18)

3.1.2.4 Pesquisas de Mercado

Identificar os desejos e necessidades dos consumidores, visto que são eles que determinam a

demanda. A demanda é determinada pelos consumidores, logo, é lógico que a opinião deles é

fundamental para a elaboração da previsão. Esse tipo de pesquisa requer um conhecimento técnico

especializado e exige grande cuidado no planejamento, pois necessário que se monte a estrutura

de pesquisa, estabeleçam-se os instrumentos de coleta de dados, crie-se um plano de execução e

interpretem-se os resultados de maneira precisa. Essa técnica permite a coleta de dados de várias

maneiras objetivando testar hipóteses sobre o mercado. Sua utilização refere-se tipicamente para

previsões de longo prazo e para venda de novos produtos. A previsão é excelente para o curto prazo,

boa para o médio e apenas razoável para o curto prazo. Além disso, esse método pode apresentar

muitas restrições nos resultados e ideias imitativas em vez de inovadoras, uma vez que o ponto de

referência do cliente muitas vezes é limitado.

3.2 Planejamento agregado da produção (PAP):

A próxima etapa, conhecendo a estimativa de venda para os próximos períodos, são as definições

de volumes de produção e estoque mensais, contratação (ou demissão) de pessoas, definição de

horas-extras e subcontratação. Ou seja, dimensionar a necessidade de recursos para atender asd

vendas previstas. O horizonte de planejamento é anual com revisão mensal dos planos. Neste nível

de planejamento, as informações de demanda e capacidades são agregadas para viabilizar a análise

e tomada de decisão.

3.3 Plano Mestre de produção (PMP):

Após o PAP definido, é necessário operacionalizar os planos de produção no curto prazo. Na Figura

3, é demonstrada a interação das informações necessárias para a realização do PMP: pedidos de

vendas a serem atendidos, restrições (máquinas, pessoas, matérias-primas), demandas, níveis de

estoques, outras necessidades a serem atendidas no tempo certo para produzir a quantidade

necessária para suprir a demanda de determinado período. A saída deste processo é a definição

mais precisa dos itens e quantidades de produção e estoques, com maior grau de detalhamento do

que no PAP, pois inclui não apenas previsões de demanda, como também pedidos firmes e ordens

abertas de produção e compras.

(19)

Figura 03. Dados de entrada para o Plano Mestre de Produção

Fonte: SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2001

3.4 Programação detalhada da produção (PDP):

Definida a rotina do dia, o chamado “chão da fabrica”. Neste processo os tópicos a serem cobertos

são a administração de materiais (controle de estoques de segurança, tamanho dos lotes,

reabastecimento da matéria-prima); o sequenciamento das operações de produção nas máquinas; a

gestão de ordens (documentação necessária para iniciar a produção, através da geração de ordens

de produção e consequente liberação conforme disponibilidade de recursos).

É fundamental haver o acompanhamento dos processos produtivos, para que seja verificado a

produção realizada versus a planejada - o que foi decidido nos planos agregado, mestre e na

programação detalhada.

Alguns indicadores usualmente utilizados para o acompanhamento do desempenho da PDP sãp

basicamente três: eficiência; eficácia e produtividade horária.

a) Eficiência = Produção real / Capacidade normal

b) Eficácia = Produção real / Capacidade utilizada

(20)

O indicador de eficiência compara a produção atingida com a capacidade da empresa. O indicador

de eficácia verifica dentro do período de produção executado, o quanto foi realmente produzido. O

indicador de produtividade relaciona a produção do período com o tempo de trabalho. Obter estes

indicadores facilita a identificação e o diagnóstico dos eventuais desvios de produção,

possibilitando a adoção de medidas corretivas rápidas e efetivas. Assim permite que medidas sejam

tomadas, no sentido de melhorar a produção.

4. Sistemas e Conceitos para o Planejamento e Controle da Produção

Os sistemas integrados, por meio da tecnologia da informação e gestão da manufatura, mais

aplicados são o MRP (“Planejamento de Necessidades de Materiais”), que tem como objetivo fazer

a análise dos materiais em estoque, evitando a falta de componentes para montagem ou elaboração

do produto final e o MRP II (“Planejamento de Recursos de Manufatura”), que é um estágio acima

do MRP, pois integra todas as variáveis do processo de fabricação: materiais, finanças e recursos

humanos.

4.1 Planejamento de Necessidade de Materiais (MRP)

O conceito por detrás do MRP é apoiar a decisão sobre a quantidade e os tempos envolvidos no

fluxo de materiais, proporcionando redução nos níveis dos estoques – sendo assim, libera capital

de giro e espaço físico, evitando investimentos desnecessários.

É necessário entender os conceitos utilizados pelo MRP:

a) Demanda Dependente: aqueles cuja demanda depende da demanda de algum outro item: Por

exemplo: itens comprados: demanda deve ser calculada na demanda do item dependente.

b) Demanda Independente: aqueles cuja demanda não depende da demanda de nenhum outro item:

Por exemplo: os produtos finais; Sua demanda tem que ser prevista com base nas características

do mercado.

c) Itens Pais e Itens Filhos: item de estoque que tem componentes, sendo que cada um destes itens

componentes é um item filho do item pai; Se o item filho tem itens componentes, ele é também

um item pai destes, que são, por sua vez, seus itens filhos. A estrutura de produtos é uma

estrutura que descreve todas as relações pai-filho, entre itens que são componentes de um

mesmo produto final. Na Figura 4, temos que A é pai de B e C; F é filho de C, D e E são filhos

de B. É o que compõe a Estrutura de um Produto.

(21)

Figura 4: Estrutura de um Produto - Conceito de Itens Pais e Filhos no MRP

d) Tempo de ressuprimento (lead time): refere-se ao tempo decorrido desde a colocação do pedido

de compra até o recebimento do material comprado; no caso de item fabricado, refere-se ao

tempo decorrido desde a liberação de uma ordem de produção até que o item fabricado esteja

pronto.

Com a Estrutura do Produto e os tempos dos itens, é possível calcular as necessidades de

componentes, partindo das quantidades e datas dos produtos finais.

Exemplo de Aplicação: a partir da Estrutura de Produto apresentada na Figura 4, considerar as

informações da Tabela 8, sobre tempos, estoques disponíveis, relação “pai”/”filho”:

Item

Classificação

Tempo

Estoque

Relação

A

Produto Acabado

10 dias

10

1

B

Componente

5 dias

20

1

C

Componente

5 dias

5

2

D

Componente

10 dias

15

3

E

Componente

15 dias

10

4

F

Componente

2 dias

5

2

Tabela 8: dados para o Exercício de MRP

Considerando a necessidade de atender um pedido de 20 peças do Produto A, planejar a

necessidade de materiais.

(22)

Resolução: primeiro, o cálculo de quanto de cada item deve ser planejado a compra ou a fabricação

respeitando a relação de quantos “filhos” para cada “pai” e o estoque mínimo que deve ser

composto. Na Tabela 9 temos para cada item a lógica de cálculo.

Tabela 9: cálculo das necessidades de compra/fabricação

Por exemplo, o item C tem uma relação de 2 itens para cada A. São necessárias duas peças de C

para montar um produto acabado A. Como seu estoque inicial é de apenas 5 peças, e deseja-se

manter ao menos 10 peças de estoque de segurança, a necessidade de C será a demanda por A (20

unidades) multiplicada por duas vezes (a relação de C para A), acrescida do estoque de segurança

e subtraído o estoque atual. Assim serão compradas e/ou produzidas 45 peças, atendendo a

demanda de 40 peças, sobrando 5 que somadas ao estoque atual constituirão o estoque de segurança

de 10 peças.

Em seguida, respeitando os tempos de cada item, fazer a programação de quando deve ser iniciada

a ordem de compra ou de produção de cada item para atender a Estrutura do Produto. Assim, não

são iniciadas compras ou ordens de produção desnecessárias, evitando estoques parados enquanto

é aguardada a chegada dos itens. Na Figura 5 está a programação respeitando as regras de Estrutura

Componente D

Produto Acabado A Relação 3 r

Demanda 20 a Demanda 20 a

Estoque Atual 10 b Estoque Atual 15 b

Estoque de Segurança 5 c Estoque de Segurança 10 c

Necessidade 15 (a+c) - (b) Necessidade 55 [(a)+r)] + c - b

Componente B Componente E

Relação 1 r Relação 4 r

Demanda 20 a Demanda 20 a

Estoque Atual 20 b Estoque Atual 10 b

Estoque de Segurança 5 c Estoque de Segurança 10 c

Necessidade 5 [(a)+r)] + c - b Necessidade 80 [(a)+r)] + c - b

Componente C Componente F

Relação 2 r Relação 2 r

Demanda 20 a Demanda 20 a

Estoque Atual 5 b Estoque Atual 5 b

Estoque de Segurança 10 c Estoque de Segurança 10 c

(23)

e tempos. Por exemplo, o item E só deve ser comprado/produzido 5 dias após a colocação do

pedido/ordem do item D, pois este tem 15 dias de lead time e o item E, 10 dias. Com D e E prontos

o item B pode ser montado. No caso do item C, que é o outro componente para que o produto

acabado A esteja pronto, inicia-se a compra /ordem de F apenas 13 dias após D, pelo seu leadtime

de 2 dias, e como B e C têm os mesmos tempos, ambos podem iniciar paralelamente.

Figura 5: Planejamento e Sequenciamento da produção com os conceitos de MRP

Portanto a ênfase está na elaboração de um plano de suprimentos de materiais, mas para isso

considera a fábrica de forma estática, praticamente imutável – desta premissa surge o problema no

sistema MRP: existe capacidade para se realizar o plano de produção sugerido pelo MRP, ou seja,

recursos humanos e equipamentos suficientes para cumprir o plano, dentro das datas planejadas?

O MRP II é uma evolução do MRP para suprir este problema.

4.2 Planejamento de Recursos de Manufatura (MRP II)

O sistema MRP II é um aprimoramento do MRP e promove a integração de todos os aspectos

Dias

Itens

a se

re

m produz

idos

(24)

do processo de fabricação, através da relação entre materiais, finanças e recursos humanos. Ou seja,

com base no MRP (baseado na decisão de produção dos produtos finais, é possível determinar o

que, quando, quanto produzir e comprar), O MRP II atua também o como produzir e comprar

(recursos produtivos). A Figura 6 descreve a abrangência do MRP II e do MRP. O MRP II

acrescenta ao planejamento com a consideração dos recursos produtivos disponíveis.

Figura 6: Abrangência do MRP e do MRP II

Fonte: Correa et al, 2007

O fato do MRP II contemplar variáveis financeiras e restrições de capacidade tornam o modelo e

por consequência seu processo, mais abrangente. Parte-se do planejamento estratégico da empresa,

que através do processo de S&OP (planejamento de operações e vendas) desdobra os planos

empresariais em planos operacionais. No processo de S&OP são agregadas as informações de

previsão de vendas e restrições de capacidade e/ou suprimento por parte dos fornecedores. A partir

deste processo, é definido um plano agregado de produção que irá ser transportado para o cálculo

de estoques (MPS), alocação a centros produtivos (CRP) e assim gerar o plano mestre de materiais

e capacidade (MRP). Por fim, são geradas as ordens de compra para serem repassadas aos

fornecedores (programa de compras) e o programa detalhado de produção (SFC). A Figura 7

demonstra todo o processo e sua hierarquia, da estratégia empresarial ao chão de fábrica.

(25)

Figura 7: Modelo MRP II

Fonte: Laurindo et al, 2000

O desafio de aplicar os conceitos de MRP e MRP II muitas vezes é devido à complexidade do

número de produtos / serviços diferentes que as empresas ofertam. As capacidades produtivas

variam de acordo com a complexidade de cada produto. Sugere-se aqui aprofundamento em

técnicas, como a unidade de esforço da produção (UEP) que propõe transformar a capacidade de

produtos e postos operativos em uma única unidade para todos os itens da empresa (ALLORA e

ALLORA, 1995).

4.3 Premissas para a implantação do MRP II

A implantação do conceito de MRP II é complexa e minuciosa, sendo necessário seguir alguns

passos que são de grande importância para a implantação ser realizado com eficácia. Por se tratar

de um modelo que considera os recursos produtivos disponíveis, o primeiro passo é definir,

codificar e cadastrar os Postos Operativos. Para realizar esta etapa, é necessário ter mapeado todo

o processo de produção da empresa e segregar cada uma de suas etapas. Pela representação da

(26)

Figura 8, isto significa ter de maneira clara em quais etapas do processo produtivo estão alocados

os recursos produtivos que transforma as matérias primas em produtos acabados.

Figura 8: o processo de transformação da Produção

Na Figura 9, é apresentado um mapa de postos operativos. Todos os produtos que são

manufaturados em uma fábrica passam por um ou mais postos operativos, não necessariamente por

todos. Podem existir postos operativos que são para apenas alguns produtos específicos.

Figura 9: Recursos produtivos alocados a etapas do processo de produção

Para cada posto operativo, como demonstrado na Figura 10, deve ser feito o levantamento das

características técnicas, máquinas (marca / tipo / modelo), quantidade de operadores (homem /

máquina) e potência instalada em kWh.

(27)

Figura 10: alocação de recursos a cada posto de operação

O segundo passo é a determinação dos índices de custo horário por posto operativo, (custo hora),

que Allora (1995) denomina de foto-índice. Fotos-índice são os consumos necessários para um

posto operativo funcionar, o que significa os gastos com operações para fabricação dos produtos.

No caso de mão de obra, alocam-se ao posto operativo o valor do salário e todos os encargos pagos

às pessoas que trabalham diretamente na fabricação dos produtos. No caso de supervisores,

coordenadores, encarregados, estes são atribuídos operações conforme a necessidade de supervisão.

A figura 11 apresenta um modelo de foto índice para mão de obra.

(28)

E assim sucessivamente vão sendo alocados todos os custos de produção a cada posto operativo.

Após isso, baseado nos roteiros de fabricação, composição de produtos, calcula-se a capacidade de

produção de cada posto operativo. Para este cálculo, deve ser levando em consideração o tempo

que cada máquina e/ou linha de montagem tem de horas disponíveis para serem trabalhadas. Daí

se obtêm os números de produção que serão trabalhadas. Em seguida se calcula a quantidade de

recursos que cada produto necessita para ser produzido, através da elaboração da ordem de

produção. Na ordem de produção estarão discriminados todos os postos operativos que cada

produto passará. A ordem de produção é determinada com base na ficha de operações, a diferença

é que na primeira é expressa a quantidade do lote a ser produzido e o tempo total para a fabricação

do referido lote. Na ficha de operações é expresso o tempo total por peça ou a quantidade de peças

por hora.

Todos estes passos são essenciais para que no planejamento e controle de produção, pelo modelo

de MRP II, seja possível realizar o planejamento da capacidade, que irá confrontar com a previsão

de demanda – se é ou não possível fabricar tudo o que está se prevendo vender. As reuniões de

S&OP tem como função a discussão de alternativas em caso de falta de capacidade, ou

indisponibilidade de materiais. Dependendo das decisões tomadas, o impacto financeiro pode não

compensar a disponibilização de produtos para a venda. Agregar ao processo de planejamento e

controle da produção os impactos financeiros gerados é essencial para a tomada de decisões.

5 Impacto financeiro do planejamento de produção

As atividades envolvidas no planejamento e controle da produção impactam o fluxo de caixa das

empresas, devido à maneira que as empresas planejam as quantidades a serem adquiridas de seus

fornecedores, como negociam prazos de pagamento e preços com seus fornecedores, o tempo que

as empresas levam para transformar suas matérias primas e insumos em produtos acabados e o

tempo que as empresas estocam suas matérias primas, insumos e produtos. A figura 7 representa

este círculo.

(29)

Figura 7: o ciclo de caixa das empresas e a influência das variáveis do planejamento de produção

O desempenho das funções de planejamento são fundamentais para diminuir a necessidade de

capital das empresas. Devido a pressões de mercado, os preços e prazos são determinados pelos

clientes, portanto cada vez mais, para financiar os prazos dados, a empresa precisa otimizar suas

operações internas e suas negociações com fornecedores.

O ciclo de materiais, representado pela Figura 8, demonstra que o ideal é a ampliar o prazo de

pagamento a fornecedores e diminuir os prazos de produção e de recebimento de clientes.

(30)

Os prazos influenciam na necessidade de capital de giro das empresas, pois quanto maior o ciclo,

maior a necessidade de investimento da empresa em giro. A figura 9 define os prazos e a descrição

de cada um.

Figura 9: os prazos e sua implicação financeira

Portanto, como último complemento a um processo de planejamento e controle da produção, a

avaliação de indicadores financeiros conforme a Tabela 11 é parte importante para avaliar o

desempenho do impacto do planejamento na saúde financeira empresarial.

Indicador

Fórmula

O que identifica

PME

MP (em dias)

(Saldo médio de Materiais / Consumo Anual) x 360

Prazo médio em que os materiais permanecem estocados à espera de ingressarem no processo de produção

PMF

(em dias)

(Valor médio dos produtos em elaboração / Custo de Produção Anual) x 360

Prazo médio que a empresa despende em fabricar o produto final

PMV

(em dias)

(Valor médio dos produtos acabados / Custo dos Produtos Vendidos) x 360

Prazo médio que o produto acabado permanece estocado à espera de ser vendido, isto é, prazo médio de estocagem do produto acabado.

PMC

(em dias)

(Valor médio das duplicatas a receber / Vendas anuais a prazo) x 360

Prazo médio em que a empresa recebe as vendas realizadas a prazo

PMPF

(em dias)

(Valor médio das duplicatas a pagar / Compras anuais a prazo) x 360

Prazo médio em que a empresa paga seus fornecedores

Tabela 11: Indicadores financeiros gerados pelas ações de planejamento e controle da produção.

Fonte: baseado em ASSAF, 2006

(31)

6 Sumário do Capítulo

O planejamento, programação e controle da produção é uma área de decisão, relacionada ao

planejamento e controle dos recursos do processo produtivo. O objetivo é gerar bens e serviços.

Trata-se de um sistema de transformação de dados em informações, ao processar dados sobre

estoques, previsão de vendas, processos produtivos, restrições de capacidade. Estes dados se

transformam na informação de ordens de fabricação e plano de compras junto a fornecedores.

Através do MRP e MRP II, planeja e controla os suprimentos de materiais e atividades de processo

da empresa, com o objetivo de que produtos sejam produzidos para atender os pedidos de vendas.

O processo envolve pessoas, equipamentos, instalações, materiais, ordens de compra e fabricação,

devendo haver um alinhamento com o mercado para que possa atender as necessidades dos clientes.

Por fim, envolve todas as áreas da organização, influenciando resultados de vendas e financeiros.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Gerenciais das Fabricações. São Paulo: Pioneira, 1995

ASSAF NETO, Alexandre. Estrutura e Análise de Balanços: um enfoque econômico-financeiro.

8º Ed. São Paulo: Atlas, 2006.

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e Operações. São Paulo: Prentice Hall, 2003.

CORRÊA, H. L.; GIANESI, I. G. N.; CAON, M.; Planejamento, programação e controle de

produção: MRPII/ERP. Conceitos, uso e implementação. São Paulo: Atlas, 2007.

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Bookman, 2006.

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LAURINDO, Fernando José Barbin; MESQUITA, Marco Aurélio de. MATERIAL

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(32)

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Saraiva, 2006.

MOREIRA, D. A. Administração da Produção e Operações. São Paulo: Cengage Learning, 2008.

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2002.

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