Solução de controvérsias e arbitragem em
propriedade intelectual
AssociAção BrAsileirA dA
ProPriedAde intelectuAl
Boletim da
Julho/Agosto de 2011 - nº 126O congresso da inovação
O presidente Luiz Henrique do Amaral destacou as razões da esco-lha do tema geral do XXXI Con-gresso Internacional de Proprieda-de Intelectual “Inovação como Instrumento para o
Desenvolvi-mento”, bem como a relevância técnica, jurídica, política e institu-cional dos debates no evento da ABPI, a ser realizado dias 28 a 30 de agosto, no Rio de Janeiro. Abor-dou também a relação com os
po-deres constituídos e com os órgãos oficiais como o INPI. A entrevista foi concedida ao jornalista Rubeny Goulart. Página 3. O programa fi-nal do Congresso está nas páginas
9 e 10.
Por um Brasil Maior
O presidente da ABPI, Luiz Hen-rique do Amaral, participou do lan-çamento oficial do Brasil Maior, dia 2 de agosto, em Brasília. Página 2.ABPI participa do
Simpósio Mundial de
Indicações Geográficas
da OMPI
Ana Lúcia de Souza Borda, da ABPI, participou e apresentou um rela-to do Simpósio Mundial de Indicações Geográficas, realizado em Lima, Peru, reunindo palestrantes e debatedores de alto nível na matéria. Página 2.
Comitê empresarial
reuniu-se na Volkswagen
O Comitê Empresarial da ABPI realizou sua última reunião nas instala-ções da unidade Anchieta da Volkswa-gen do Brasil. O Comitê que representa empresas como IBM, Embraer, Du Pont, Microsoft, Natura, Rede Globo, Almap e Coca Cola, decidiu incorporar em seus estudos e debates a contrafa-ção no setor automotivo. Página 8. Selma Maria Ferreira Lemes,
professora da Escola de Direito de São Paulo da Fundação Getúlio Var-gas, foi a palestrante convidada no almoço da ABPI, realizado no dia 30
de junho, em São Paulo, onde abor-dou as questões da “Solução de Con-trovérsias e Arbitragem em Temas Concernentes à Propriedade Intelec-tual”. Página 5.
XXXI Congresso Internacional de Propriedade Intelectual
da Associação Brasileira da Propriedade Intelectual - ABPI
Inovação como Instrumento para o Desenvolvimento
Rio de Janeiro - 28 a 30 de Agosto de 2011 - Windsor Barra Hotel & CongressosA reunião de palestrantes de alto nível, a maioria mestres ou doutores com profundo conhecimento da ma-téria durante o Simpósio Mundial de Indicações Geográficas da OMPI rea-lizado a cada dois anos e onde a ABPI teve representantes participando, foi objeto do relato de Ana Lúcia de Sou-za Borda. O evento, fruto da união de esforços entre a OMPI, o INDECOPI (Instituto Nacional de Defesa da Con-corrência e Proteção da Propriedade Intelectual do Peru) e o Ministério das Relações Exteriores do Peru foi reali-zado em Lima, reunindo representan-tes das administrações dos estados membros da OMPI, produtores e es-pecialistas na área e foi um fórum para a discussão de idéias e opiniões sobre as questões relacionadas ao uso e proteção das indicações geográficas.
A relatora destacou as palestras da:
OMC - houve avanço significativo acerca das indicações geográficas de simples “posições” para “textos”. Des-de janeiro Des-de 2011 discute-se um texto único acerca do registro de indicações geográficas, o que levou os membros a se engajarem em aspectos práticos das IGs. Questões como extensão da prote-ção adicional conferida aos vinhos e destilados (proibição de uso de termos retificativos ou deslocalizadores como “espécie”, “tipo” etc.) para outros pro-dutos (o Brasil defende dessa proposta junto com China, Colômbia, Equador e etc.), vêm interferindo nas discus-sões acerca do registro. A negociação
do texto em discussão estará concluí-da até o fim deste ano.
OMPI - apresentou relato detalha-do das três reuniões detalha-do Grupo de Tra-balho para o desenvolvimento do Acordo de Lisboa realizadas até o mo-mento. A ABPI não participou da últi-ma delas, em últi-maio/2011, por falha de comunicação entre OMPI e ABPI Fi-cou combinado que a partir de agora a relatora também receberá todas as co-municações relacionadas ao Grupo de Trabalho enviadas à ABPI. O principal objetivo do GT é explorar quais mu-danças o Sistema de Lisboa permitiria para aumentar o número de membros, preservando, no entanto, seus princí-pios e objetivos.
Brasil – O país foi representado por Jorge Tonietto, doutor e pesqui-sador da EMBRAPA (Centro Nacio-nal de Pesquisa da Uva e do Vinho - Bento Gonçalves), que proferiu palestra sobre o “Caminho das Indi-cações Geográficas de Vinhos no Brasil”, sobre o processo de surgi-mento da indicação geográfica “Vale dos Vinhedos”, reconhecido pelo IN-PI como indicação de procedência em 19 de novembro de 2002, até a formulação dos requisitos necessá-rios para o reconhecimento de “Vale dos Vinhedos” como denominação de origem. Este pedido foi apresen-tado ao INPI em 2010 e ainda está pendente de decisão.
Luiz Claudio Dupim (coordena-dor de Fomento e Registro de
Indica-ções Geográficas do INPI - presente ao simpósio a convite da OMPI), disse que o INPI está com dificuldade de processar o pedido como denomina-ção de origem, uma vez que foi conce-dido o registro para “Vale dos Vinhe-dos” como indicação de procedência.
Comentário geral
Já não se discute que as indicações geográficas - indicações de procedên-cia ou denominação de origem - são uma forma de valorização de produ-tos de uma região que agrega conside-rável valor a um produto com caracte-rísticas únicas, já que decorrentes de um meio geográfico específico. O que hoje se discute são formas de promo-ver melhor gestão da indicação geo-gráfica, por meio da união de esforços não apenas das autoridades de uma região ou país como também de todos os membros da cadeia produtiva. A indicação geográfica deve ser vista como uma ferramenta, ou seja, como um meio de valorização de produtos, mas não como um fim em si mesmo.
Notas
O presidente da ABPI, Luiz Henri-que do Amaral, considera Henri-que o Plano Brasil Maior, lançado pelo governo no início deste mês, é um avanço na defini-ção da política industrial brasileira, mas ainda insuficiente para o incentivo ao desenvolvimento de uma indústria de Inovação no País. “A ABPI apóia algu-mas medidas do plano do governo, mas considera ele ainda tímido, para o tamanho do desafio da competitivida-de brasileira”, diz o presicompetitivida-dente da ABPI. Presente ao lançamento oficial do Brasil Maior, no início deste mês, em Brasília, o presidente da ABPI desta-cou como positivas a destinação de R$ 2 bilhões para a carteira de crédito da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), a inclusão de planos
pluria-nuais do Banco Nacional de Desenvol-vimento Econômico e Social (BNDES) nas linhas de Inovação das empresas e a extensão, até dezembro, do Progra-ma de Sustentação do Investimento (PSI) do banco. “São medidas bem vindas, mas insuficientes para alçar o Brasil ao clube das economias mais competitivas”, diz Luiz Henrique.
De fato, segundo a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil investe apenas 1,13% do seu Produto Inter-no Bruto (PIB) em Pesquisa e Desen-volvimento, contra a média de 2,28% dos países membros.
Entre as medidas de defesa comer-cial anunciadas pelo governo, merecem destaque, ainda, segundo o presidente
da ABPI, o fortalecimento na repressão às importações ilegais e o acordo de cooperação entre os ministérios da Jus-tiça e o de Desenvolvimento, Indústria e Comércio para combater à violação na Propriedade Industrial.
Por um Brasil Maior
Novos associados
O Comitê Executivo e o Conse-lho Diretor da ABPI aprovaram em30 de junho o pedido de filiação de: Gruber e Ribeiro Advogados (Alci-des Ribeiro Filho).
ABPI participou do
ABPI: Por que o foco do Con-gresso deste ano é a Inovação?
Luiz Henrique do Amaral: Por que a Inovação é o motor da econo-mia. Ela trata da transformação do processo de criação em ativos que geram benefícios para empresas e instituições e o retorno dos investi-mentos que ocorreram no desen-volvimento da pesquisa. A tradu-ção da Inovatradu-ção em efetivo desenvolvimento depende de se criar algo novo, um ativo que pode gerar resultados e assegurar às em-presas o recebimento dos seus di-reitos. Sem proteção, todo o esfor-ço, todo o investimento realizado desaparece. E aí, o processo de ino-vação se perde, não se retro-ali-menta. Então, a Inovação é um processo, um esforço do governo, das instituições de pesquisa e das empresas no sentido do desenvol-vimento. É disso que o XXXI Con-gresso vai tratar esse ano.
ABPI: Como o tema da Inova-ção será abordado nas palestras?
LH: A primeira plenária, como aconteceu ano passado, abordará esse alinhamento entre a discussão jurídica e a discussão empresarial. Vamos mostrar que ao se investir no processo de Inovação garante-se a exclusividade e, com isso, na medi-da em que existe a proteção, geram-se receitas e criam-geram-se condições de investir mais em pesquisa e desen-volvimento. O Congresso apresen-tará exemplos práticos disso, com cases de sucesso de empresas como GE, Syngenta, Brazil Fast Food Cor-poration e Embraer.
ABPI: Qual será abordagem em-presarial na área de bioenergia?
LH: O presidente da Biopalma - Vale Soluções em Energia, Ivo Fou-to, falará sobre o investimento da empresa em biocombustível e a
li-derança brasileira nesse processo. O Brasil hoje tem um megaprojeto na África, que teve início no governo Lula. O Brasil mudou de papel, está inovando e trazendo tecnologia pa-ra esses países, buscando proteção e exportando legislação. Algumas empresas brasileiras visualizaram que o biocombustível extraído da palma, da cana de açúcar e de ou-tras culturas se adapta bem aquela região africana.
ABPI: Ao longo dos últimos anos a ABPI vem se voltando mais para o meio empresarial, e os temas do Congresso têm refletido isso. O viés jurídico, no congresso e nos debates está em segundo plano?
LH: Não, ao contrário. O debate continua sendo jurídico. Mas o viés jurídico só faz sentido se estiver ali-nhado com uma praticidade. De que adianta uma discussão que po-de parecer interessante para os ad-vogados, mas que não tem nenhu-ma objetividade para as empresas, para os pesquisadores, inventores, para quem está desenvolvendo tec-nologia? Não há como descasar es-tas duas vertentes. A ideia é que a
ABPI resgate esse casamento para subsidiar melhorias na legislação, na regulamentação, na revisão de decisões judiciais e nas práticas dos órgãos do governo. A discussão da Inovação só faz sentido se estiver alinhada com uma objetividade grande para o empresário, para o investidor, para quem está realizan-do os negócios. Ora, a Propriedade Intelectual é uma área do Direito Comercial e por isso tem que estar alinhada com o objetivo financeiro e comercial da economia.
ABPI: Como alinhar esta discus-são da inovação empresarial com outras questões da Propriedade In-telectual, como as Indicações Geo-gráficas?
LH: Não nos interessa, por exemplo, a discussão de indicações de procedências francesas no Brasil. Em que isso vai se traduzir em de-senvolvimento e inovação no País? Mas vamos, sim, tratar no Congres-so Congres-sobre a proteção do litoral norte gaúcho. Discutiremos Indicação Ge-ográfica, mas no foco empresarial, na medida em que há empresas e negócios envolvidos.
ABPI: Essa linha de raciocínio se ajusta também ao Comitê Empre-sarial?
LH: Esta exatamente dentro des-se contexto. A ABPI precisa estar absolutamente alinhada com as prioridades empresariais e com a realidade governamental. O Comitê Empresarial foi formado exatamen-te porque a ABPI exatamen-tem um núcleo expressivo de empresas de grande porte interessadas na área de Pro-priedade Intelectual. São detentores de marcas, produtores de conteúdo, inventores e desenvolvedores de tecnologia que precisavam de um fórum para discutir as suas priori-dades sobre as quais a ABPI deve se
O congresso da inovação
Entrevista com Luiz Henrique O. do Amaral, presidente da ABPI
XXXI Congresso Internacional de Propriedade Intelectual
da Associação Brasileira da Propriedade Intelectual - ABPI
Inovação como Instrumento para o Desenvolvimento
Rio de Janeiro - 28 a 30 de Agosto de 2011 - Windsor Barra Hotel & CongressosLuiz Henrique O. do Amaral, presidente da ABPI
XXXI Congresso Internacional da Propriedade Intelectual da ABPI
dedicar. A ABPI tem uma transver-salidade grande de segmentos, co-mo agricultura, farmacêutica, quí-mica e biotecnologia. Ao debaterem junto seus problemas as empresas fazem a sua pauta, e com base nela a ABPI trabalha em cima das priori-dades. O passo seguinte é o alinha-mento da ABPI com o Judiciário, com o Executivo e mesmo com o Legislativo.
ABPI: Como é a relação da ABPI com o Executivo?
LH: Hoje nós temos uma exce-lente relação com os ministérios do Desenvolvimento, de Ciência e Tec-nologia, da Cultura e também com o Judiciário especializado. Fizemos uma parceria com o INPI para, jun-tos, agilizarmos os processos de marcas e patentes, que são de inte-resse das empresas.
ABPI: Não há o risco de a parce-ria com o INPI esterilizar os pleitos das empresas?
LH: Nenhum. A ABPI é o porta-voz das empresas e está no INPI para cobrar mudanças, soluções. Ou seja, a nossa aproximação com INPI, de maneira alguma, significa que vamos avalizar ou vamos aceitar determinada regra que nossos asso-ciados julgam indevida. Nossa aproximação é para garantir um ca-nal de comunicação sobre o qual possamos apresentar propostas vi-sando exatamente resolver os nos-sos problemas. Muitas vezes o pró-prio INPI não tem acesso a essas críticas, pois não há quem diga o que está acontecendo de verdade.
ABPI: Como a ABPI vê o proces-so de modernização do INPI?
LH: Apoiamos porque achamos que o exame deve ser acelerado, mas isso não quer dizer que aceita-mos passivamente tudo o que o INPI vai fazer. Por isso foi impor-tante ter aberto um canal de comu-nicação com o órgão. No passado, o INPI ia fazer uma mudança de de-terminado procedimento e tomáva-mos conhecimento quando era pu-blicada. Hoje, há intercâmbio. Recentemente, o INPI nos mandou uma proposta de regulamentação de um determinado aspecto de pa-tentes. A nossa Comissão de Paten-tes se reuniu, examinou e
encami-nhou comentários e sugestões para o diretor de Patentes do INPI que as considerou relevante e as está incorporando. Então, esta parceria é uma janela de oportunidades pa-ra influenciarmos as decisões na direção que julgamos correta. Sem isso, continuaríamos esperando um belo dia sair no Diário Oficial uma nova regra para cumprir ou recla-mar na Justiça.
ABPI: Como o Congresso abor-dará o marco regulatório da Pro-priedade Intelectual?
LH: Vamos ter, neste particular, dois temas importantes na sessão inaugural. Num deles, o presidente do INPI, Jorge Ávila, vai apresentar as propostas para agilização do IN-PI, além das que já foram anuncia-das. Pode ser uma boa surpresa pa-ra toda comunidade de Propriedade intelectual, constatar essa efetivida-de do que ele vai apresentar. Depois teremos outra questão que está evo-luindo no Brasil, que é a especializa-ção do Judiciário em Propriedade Intelectual, assunto que será tratado pelo ministro Luis Felipe Salomão, do STJ. Hoje, temos as varas espe-cializadas na Justiça Federal e, em primeiro grau, na Justiça estadual do Rio de Janeiro. E recentemente, formou-se uma turma de nove de-sembargadores em São Paulo, onde o contencioso em Propriedade Inte-lectual é mais intenso.
ABPI: Como avaliar um ativo intelectual?
LH: Esta avaliação, a da trans-formação da inovação em negócio é o tema da segunda plenária do Con-gresso. Teremos aí a discussão de quanto vale uma patente, uma tec-nologia, quanto é possível ganhar com esse ativo, quais são as formas de comercialização, se por explora-ção direta ou licenciamento. Vamos mostrar como um invento se trans-forma em valor. Nos Estados Uni-dos e na Europa quem tem uma patente vai ao banco e faz um finan-ciamento para montar uma fábrica. Aqui no Brasil sem a garantia de um imóvel não se obtém financiamento, mesmo de posse da carta patente. Vamos discutir como o Brasil deve reagir para desenvolver mecanis-mos financeiros para financiar a
inovação nas pequenas empresas.
ABPI: Como a discussão da pu-blicidade enganosa será contempla-da no Congresso?
LH: O Congresso fará a discus-são do green washing, uma estraté-gia de muitas empresas, que explo-ram o conceito ecológico no marketing, no visual, na embala-gem de seus produtos, mas no fun-do não têm nada de ecológico. Tra-ta-se de uma forma de publicidade enganosa muito em voga nos dias atuais. Embora seja, primeiramen-te, uma discussão da publicidade, a proteção é feita dentro da Proprie-dade Intelectual.
ABPI: Qual será a abordagem no Congresso do tema da concor-rência desleal?
LH: A concorrência desleal esta-rá sendo contemplada em vários painéis, de forma geral, mas parti-cularmente envolvendo o desenho industrial no setor de autopeças. Existe uma discussão sobre a ilegali-dade ou não de se copiar o desenho industrial de uma peça, sendo que há os que defendam que, neste caso, não deve prevalecer a Propriedade Intelectual.
ABPI: Qual a possibilidade de avanço desta discussão?
LH: Teremos um painel com a presença do presidente do CADE, Fernando Furlan e esta questão será amplamente debatida. A questão é: se uma empresa lança um design de um banco, por exem-plo, ela pode impedir que terceiros façam esse mesmo banco sem a sua autorização? Há quem defen-da que isso deveria ser permitido, pelo fato de que o consumidor tem assim a opção mais barata. Obvia-mente, que a ABPI é contra a có-pia, que constitui clara prática de concorrência desleal.
Cartas para a redação do Boletim da ABPI
Envie suas men sa gens pa ra a re da ção do Bo le tim da AB PI pe lo
e- mail re da cao@ab pi. org.br. In for ma ções, crí ti cas e su ges tões se rão
ava lia das e res pon di das, po den do ser pu bli ca das ou não no Bo le tim após es tu do de ca da ca so.
A palestrante é Mestre e Doutora pela USP, Professora de Arbitragem da Escola de Direito de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas - FGV. Foi membro da Comissão Relatora da Lei de Arbitragem, Lei nº 9.307/96 e é membro brasileiro da Corte Interna-cional de Arbitragem da CCI de Paris, Câmara de Comércio Internacional e é sócia de Selma Lemes Advogados Associados. O relatório da apresenta-ção da prof. Selma Lemes é de autoria de Maria Inez Abreu. Para conhecer a íntegra da apresentação, solicite à se-cretaria da ABPI (abpi@abpi.org.br). Abertura
Na ocasião, o presidente Luiz Henrique O. do Amaral ressaltou a oportunidade do tema abordado, em função da constituição do Centro de Solução de Disputas da ABPI, proje-to que visa formar na propriedade intelectual um segmento ainda não totalmente explorado. O diretor se-cretário, Claudio Roberto Barbosa, apresentou o Centro resumidamen-te, cuja estrutura jurídica foi formada em abril, tendo como primeira Câ-mara formada a de solução de dispu-tas em nomes de domínio, e citou os integrantes do Conselho.
A 1º vice-presidente, Elisabeth E.G. Kasznar Fekete, apontou vanta-gens da arbitragem, como a celerida-de, já que no Judiciário um caso pode demorar 8 a 20 anos para ser julgado, 5 anos de espera para a distribuição de uma apelação do Tribunal de Justi-ça de São Paulo. Disse notar crescente complexidade do tema, envolvendo cada vez mais aspectos, tanto quando se litiga em matéria de marcas como em concorrência desleal, em patente ou segredo de indústria e tantas ou-tras que assustam os operadores do Direito do lado dos Tribunais. A bus-ca pela Arbitragem como o método de solução de disputa está cada vez mais comum. Elisabeth Fekete se de-clarou entusiasta da matéria e disse que encoraja todos a usarem mais es-te caminho que está se tornando cada
vez mais viável do ponto de vista de custos e outros.
Conceitos da arbitragem
Selma Lemes iniciou a exposição definindo a arbitragem como uma forma extrajudicial de solução de controvérsias, na qual as partes ele-gem árbitros, independentes e im-parciais, para resolver o conflito e a sentença arbitral tem o mesmo valor e efeito que uma sentença judicial.
Salientou que a arbitragem sem-pre esteve sem-presente no ordenamento civil brasileiro, mas na época a questão estava regulada no Código do Proces-so Civil, artigos 1.072 a 1.102, e no Có-digo Civil, mas não se reconhecia a fi-gura da cláusula compromissória. Apenas se conhecia a figura do com-promisso arbitral. A cláusula arbitral inserida no contrato não tinha eficácia, pois se não fosse cumprida, por uma interpretação jurisprudencial, enten-dia-se ser uma cláusula como outra qualquer, e se as partes não cumpris-sem, no máximo poderia representar perdas e danos. Isso foi um prejuízo muito grande para o Brasil porque Legislações Latino-Americanas
ti-nham a mesma redação na lei, mas por construção jurisprudencial conferiu eficácia à clausula compromissória dentro da matéria que estava incluída nos códigos civis, no processo civil. Outro problema era a questão da ho-mologação do laudo arbitral pelo po-der Judiciário, que trazia para a arbi-tragem toda a esfera recursal, perdendo qualquer forma de atrativo à aplicação da arbitragem anterior à nova lei. Premissas da Lei nº 9.307
A elaboração da Lei nº 9.307/1996, teve início na idéia de que “teriam que ser audaciosos em algumas áreas, no sentido de incorporarem os princi-pais conceitos e princípios utilizados na arbitragem, tendo como parâme-tro a legislação comparada, bem co-mo a lei Modelo da Uncitral que regu-la a arbitragem”, afirmou Selma Lemes. “Contudo”, explicou, “a Co-missão Relatora estava ciente que te-ria que alterar muitas coisas sim, mas também teriam de manter a figura da cláusula compromissória e o compro-misso arbitral como espécies de um gênero que passou a se chamar Con-venção de Arbitragem”.
Solução de Controvérsias e Arbitragem em Propriedade Intelectual
A professora da Escola de Direito da FGV, Selma Maria Ferreira Lemes, proferiu palestra
durante o almoço da ABPI promovido em São Paulo, dia 30 de junho abordando o tema
“Solução de Controvérsias e Arbitragem em Temas Concernentes à Propriedade Intelectual”
Almoço ABPI
Mesa: Juliana L. B. Viegas; Elisabeth E. G. Kasznar Fekete; Luiz Henrique O. do Amaral; Selma Maria Ferreira Lemes; Claudio Roberto Barbosa e Octavio Fragata Martins de Barros
Ressaltou que a Lei de Arbitra-gem não tem nenhum artigo que trata de processos, mas apenas prin-cípios estruturantes para um proce-dimento arbitral. Esses princípios, que estão no artigo 21, § 2º da Lei, são uma verdadeira carta magna da arbitragem que diz: seja qual for o procedimento a ser adotado tem que se obedecer o princípio da igualdade do tratamento, contraditório e o árbi-tro deve ser independente e impar-cial, para ditar uma sentença de acordo com seu real entender e sem nenhuma influência externa. Outra característica da nova lei brasileira foi a opção por uma lei monista, que não criasse um diferencial entre a arbitragem nacional e internacional. A nacionalidade da sentença, e da arbitragem é definida por onde a sentença é editada. Não há impedi-mento, destarte, de serem sediadas no Brasil arbitragens consideradas nacionais, mas com partes estrangei-ras que poderia ser considerada co-mo uma arbitragem internacional. Segurança jurídica
Como resposta à pergunta: qual a razão da ampla utilização da arbitra-gem? por ser uma Lei moderna, que prioriza a liberdade e igualdade e dá segurança jurídica no momento de ser utilizada, por ser uma lei flexível, uma lei que prioriza a vontade das partes. As partes podem eleger os ár-bitros que desejarem, podem autori-zar os árbitros a resolverem por equi-dade, as regras, a sede, se a arbitragem vai ser arbitragem institucional ou arbitragem ad hoc, sem qualquer res-trição à nacionalidade do árbitro, as-sim por diante, de modo que toda esta flexibilidade da lei faz com que tenha um atrativo muito grande, tan-to do pontan-to de vista nacional, hoje na área empresarial, como internacional. Do ponto de vista internacional, a Lei tem o Capítulo VI que trata do reco-nhecimento de execução de sentença arbitral estrangeira. Apontou a im-portância disso porque nos idos de 1991/1992, quando a Lei começou a tramitar no Senado, não havia nenhu-ma projeção ou perspectiva do Brasil firmar convenções internacionais. Mesmo assim, já prevendo a possibi-lidade de o Brasil firmar essas
con-venções internacionais, há o dispositi-vo da Lei no qual se dá prioridade aos Tratados Internacionais firmados pe-lo Brasil no âmbito da arbitragem. Em 2002, o Brasil homologou a Conven-ção de Nova Iorque. A palestrante ressaltou que a convenção de Direito Internacional Privado de maior ade-rência no mundo é essa convenção de arbitragem, em vigor em 145 países. Indicou que tem esse atrativo, com aderência tão maciça.
Ressaltou que a arbitragem hoje tem um papel importantíssimo nas repartições públicas, as leis das PPPs, leis de concessões públicas etc., to-das prevêem a figura da arbitragem, com muita normalidade, e a admi-nistração pública está se adaptando muito bem, sem nenhuma restrição. Análise econômica do direito
O segundo ponto da apresenta-ção tratou da Arbitragem na Análise Econômica do Direito, abordagem relevante por ser atualmente muito recorrente comparar a arbitragem com o Judiciário não sob o ponto de vista dos custos, de modo que é im-portante a desmistificação da falsa percepção de que a arbitragem é mais cara do que o Judiciário.
A análise se baseia no preceito de que é pela circulação dos contratos que a economia se desenvolve. Os contratos, além de ser instituição eco-nômica, são instituto jurídico, e não há como trabalhar a arbitragem, tra-balhar os contratos sem ter esta visão da análise do econômico. Para se fa-zer uma análise econômica dentro de qualquer negócio, focando para os contratos, dois elementos práticos são usualmente trabalhados: custos de transação e custos de operacionaliza-ção. Os de operacionalização são aqueles custos conhecidos: a energia elétrica, a mão de obra, o insumo que ela utiliza. Mas há outro custo que está por baixo, escondido, que são chamados os custos de transação. Dentro desta ótica, a questão é: quan-to vai custar este contraquan-to se a outra parte não cumprir? Quanto vai custar se eu tiver que me socorrer do Poder Judiciário? Quanto tempo vai demo-rar pra vir uma decisão?
Os economistas ponderam ser impossível pensar em redigir um
contrato com tudo que possa pre-ver, ou com cláusulas absolutamen-te fechadas. É impossível fazer um padrão de contrato completo. Do ponto de vista econômico, qual-quer empresário fará uma análise de quanto custa para ele não cum-prir um contrato. Se custar menos do que as multas que terá de pagar, se as consequências do seu não cumprimento forem inferiores, o agente empresário optará por não cumprir. Simplesmente paga e não cumpre porquanto economicamen-te será melhor.
Quando estava elaborando sua tese de Doutorado na área de arbitra-gem na Administração Pública, a palestrante fez um estudo no qual criou dois casos, um do Judiciário, outro da arbitragem. A surpreenden-te conclusão foi de que os custos do processo judicial eram 58% mais al-tos do que o custo do processo arbi-tral. Isso porque, se trabalhando com outro conceito econômico, o chama-do custo de oportunidade, que signi-fica o fator tempo - o que é possível de se fazer se receber esse dinheiro com mais rapidez? – Constatou que na arbitragem, além da economia de 58%, a vantagem de se usar a arbitra-gem, estava quase na zona dos 65% do valor recebido depois que a arbi-tragem terminou. Apesar de ter sido um estudo hipotético, comprova que a premissa que a arbitragem é mais cara, não é correta. Não obstante de ter que ter respaldo, dos honorários dos árbitros, dos honorários das Câ-maras, a arbitragem no Brasil tem um custo muito menor.
Arbitragem em Propriedade Intelectual
No terceiro tópico de sua apre-sentação, Selma Lemes ponderou que quando se fala de arbitragem em Propriedade Intelectual inicialmente se deve observar o conceito de arbi-trabilidade subjetiva, ou seja, todo aquele que pode contratar, pode fir-mar uma cláusula compromissória, uma convenção de arbitragem. Mas, a matéria a ser tratada tem que dizer respeito a direitos patrimoniais dis-poníveis. Portanto, na área contratual, tudo o que se possa transacionar, que tenha elemento patrimonial, pode
ser remido por arbitragem. Não po-dem ser remidos de arbitragem, por exemplo, questões tributárias, ques-tões penais, matérias de Estado, por-quanto são matérias que estão fora da disponibilidade, então, não são patrimoniais, são matérias que não podem ser submetidas à arbitragem. No âmbito da Propriedade Inte-lectual, depara-se com as questões que podem ser objeto de contrato, que podem ser transacionadas, como licença de Patente, cessão de Uso de Marca, Contrato de Edição, Contratos internacionais e todas suas conse-qüências. Podendo ser objeto de con-tratos, podem prever a cláusula com-promissória para dirimir as questões que advierem daquela transação. To-davia, na área de Propriedade Intelec-tual há uma área um pouco cinzenta, com restrições no setor da arbitra-gem. A maior parte das ações se re-gem dessa maneira, mas há exceções-Por exemplo, a validade de um direito, uma patente, envolve um in-teresse público relevante, é uma ma-téria considerada de ordem pública, então ultrapassa a barreira da dispo-nibilidade e, portanto, teria que ser resolvida no Poder Judiciário. Por outro lado, há legislações como, por exemplo, o caso da Bélgica e da Suíça que permitem expressamente, que mesmo questões com referências à validade de uma patente sejam sub-metidas à arbitragem.
Em 2010, questões que envol-viam tecnologia e transferências de tecnologia, representaram 7,7% dos movimentos das sentenças arbitrais editadas no âmbito da CCI. Atual-mente, portanto, a arbitragem em Propriedade Intelectual é uma reali-dade, inclusive no Brasil.
Selma Lemes realizou uma pes-quisa recente na Revue de L’ Arbitrage, deparou-se com um acórdão da Cor-te de Apelação de Paris, de 2009, no qual se discutia exatamente a situa-ção de uma patente, e que a ementa expunha que não se tratava de discu-tir a validade da patente, mas sim, a sua exploração econômica. E a explo-ração econômica é matéria de direito de disponível e, portanto, pode ser arbitrável. Um levantamento da CCI de 2009 aponta o Brasil como o 4º país líder no mundo em número de arbitragem, o maio, o maio na
Amé-rica Latina e Caribe, e São Paulo é décima quarta cidade no mundo em número de arbitragens e a primeira na América Latina.
Um levantamento estatístico desde 2005 nas cincos maiores Câ-maras de arbitragem de Belo Hori-zonte (CAMARB), do Rio de Janeiro (Câmara de Arbitragem FGV) e de São Paulo (AMCHAM, Câmara do FIESP, SIESP e a Câmara Brasil/Ca-nadá) indicou que de 2005 à 2009, houve 286 procedimentos, e os valo-res envolvidos, eram em torno de 4,5 bilhões de reais.
Uma avaliação superficial dos 15 anos de vigência da Lei no Brasil mostra que: primeiro, há ainda a ne-cessidade de criação de uma cultura arbitral no Brasil, que os advogados com mais tempo de formado não ti-veram qualquer contato com arbitra-gem na faculdade. Mas que atual-mente já há um grande avanço, inclusive existe competições interna-cionais de arbitragem, realizada em Viena e já na décima oitava edição que conta com a presença de estu-dantes do mundo inteiro e há seis anos, o Brasil vem participando com os estudantes de faculdades de direi-to do Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, bem como há uma versão brasileira organizada pe-la CAMARB que está na segunda edição, com casos super complexos que os alunos têm que resolver, co-mo advogados dos dois lados. A pa-lestrante citou outras experiências de sucesso de inclusão da matéria de arbitragem nas faculdades, de gra-duação a teses de doutorado, com temáticas inéditas acerca do tema sendo tratadas aqui no Brasil.
Concluiu afirmando que os ope-radores jurídicos devem ficar prepa-rados e correr atrás, para se aperfei-çoarem na área. Que as Câmaras de arbitragem devem buscar pessoas habilitadas para poder administrar os regulamentos, responder as de-mandas, já que atualmente está se vivenciando uma demanda próxima da saturação, que tem exigido das principais Câmaras de São Paulo que rapidamente criem novas secretarias de modo a permitir que o procedi-mento arbitral continue com seu principal atrativo, que é a rapidez, renovando seus quadros de árbitros
de modo a abrir para pessoas novas que têm muito a contribuir.
Selma Lemes ainda aponta o problema da ausência de publicação das sentenças arbitrais por ser decor-rência do sistema que impede o co-nhecimento das sentenças arbitrais editadas. Muitos dos regulamentos até prevêem a hipótese da possibili-dade de se publicar a sentença, mas as partes não concordam ou não dei-xam. Ressaltou a importância de conscientizar a importância de auto-rizar a publicação, certamente sem divulgar os nomes das partes, nem a sentença inteira, mas sim trechos das decisões, que permitam nortear o estudo para questões envolvendo matérias novas do direito.
A eficácia da arbitragem
Para a palestrante, a arbitragem é uma cláusula que gera a eficiência financeira dos contratos, permite que questões complexas referentes à propriedade intelectual sejam resol-vidas por especialistas; prioriza o si-gilo, que na área é muito importante; dinamiza a pacificação contratual; e, mais do que isso, impõe-se uma mu-dança de comportamento dos em-presários e dos advogados para po-derem atuar com arbitragem. Isso porque a partir do momento que a parte tem o direito de indicar um árbitro, que não é advogado da parte no procedimento arbitral, a tendên-cia é que a parte tenha um compro-metimento com a decisão declarada, e é isso que faz com que na maior parte das vezes as decisões arbitrais sejam acatadas e cumpridas sem ne-nhuma contestação posterior.
A encerrar o evento, o presidente Luiz Henrique do Amaral conside-rou a apresentação, inspiradora para o futuro de Centro de Solução de Disputas da ABPI, pois foi exata-mente neste espírito que a ABPI re-solveu esperar um pouco porque, chegando um pouco mais tarde, tem o benefício do aprendizado, a curva de aprendizagem aconteceu e a Sel-ma Lemes foi uSel-ma das grandes moti-vadoras de toda essa evolução na área de arbitragem no Brasil. convi-dou a palestrante a se envolver com a evolução do processo de imple-mentação do Centro de Solução e Disputas da ABPI.
Em sua última reunião, no início de julho, na unidade Anchieta, da Volkswagen do Brasil, no ABC paulis-ta, o Comitê Empresarial da ABPI in-corporou mais um tema à sua agenda, o da contrafação na área automotiva. Depois de vista monitorada à fábrica, os membros do Comitê - que represen-tam a IBM, Embraer, Du Pont, Micro-soft, Natura, Rede Globo, ALMAP e Coca-Cola – debateram diferentes questões relacionados à Propriedade Intelectual. “Encontros como esse são fundamentais, pois proporcionam um intercâmbio das melhores práticas dos departamentos jurídicos das empre-sas”, disse o diretor de Assuntos Jurí-dicos da Volkswagen, Eduardo Barros, presente ao encontro.
Em sua apresentação, o supervi-sor de Assuntos Jurídicos da Volkswa-gen, Rogério Luiz Varga, expôs um caso em que o CADE (Conselho Ad-ministrativo de Defesa Econômica) analisa a conduta de montadoras que protegem os desenhos industriais de
peças, impedindo a cópia indevida por terceiros. Varga também debaterá o tema com o secretário de Direito Econômico do Ministério da Justiça, Vinícius Marques de Carvalho, du-rante o XXXI Congresso Internacional da Propriedade Intelectual da ABPI, no Rio de Janeiro.
A representante da CNI, Diana Jungmann, fez uma síntese da evolu-ção do Programa de Propriedade In-telectual para Inovação na Indústria, lançado em 2006. Por unanimidade, os participantes decidiram incorpo-rar à agenda do Comitê Empresarial os itens da pauta do Programa.
Notas
Comitê Empresarial na Volkswagen
Membros do Comitê Empresarial da ABPI durante visita à Volkswagen do Brasil.
Informativo mensal dirigido aos associados da ABPI. Visite a versão on-line deste Boletim
no sítio da Associação.
ABPI - Associação Brasileira da Propriedade Intelectual - Rua da Alfândega, 108 - 6º andar - Centro - Cep 20070-004 - Rio de Janeiro - RJ - Brasil - Tel.: 21 2507-6407 - Fax: 21 2507-6411 - Web Site: http://www.abpi.org.br - E-mail: abpi@abpi.org.br
Comitê Executivo: Luiz Henrique O. do Amaral - Presidente; Elisabeth E.G. Kasznar Fekete - 1ª Vice-presidente; Antonio Carlos Siqueira da Silva - 2° Vice-presidente; Helio Fabbri Jr. - 3° Vice-presidente; Eduardo Paranhos Montenegro - 4° Vice-presidente; Luiz Edgard Montaury Pimenta - Diretor Tesoureiro; Maitê Cecilia Fabbri Moro - Diretora Relatora; Claudio Roberto Barbosa - Diretor Secretário; José Roberto d’Affonseca Gusmão - Diretor Procurador; Ma noel J. Pe rei ra dos San tos - Diretor Editor; André Zonaro Giacchetta - Diretor Editor Adjunto; Francisco Alberto Teixeira - Diretor Geral.
Con se lho Edi to rial: Antonio de Figueiredo Murta Filho; Elisabeth E.G. Kasznar Fekete; Fabiano de Bem da Rocha; José Antonio B. L. Faria Correa; José Henrique Barbosa Moreira Lima Neto; José Roberto d'Affonseca Gusmão; Lélio Denícoli Schmidt; Lilian de Melo Silveira Boletim da ABPI: Editores - Ma noel J. Pe rei ra dos San tos e André Zonaro Giacchetta;
Jornalista Responsável - João Yuasa (MTb: 8.492); Coordenação editorial e produção - PW Gráficos e Editores Associados Ltda.; Fotos - Francisco Alberto Teixeira / ABPI divulgação.
© ABPI 2011 - Todos os direitos reservados.
AssociAção BrAsileirA dA ProPriedAde intelectuAl
Boletim da
XXXI Congresso Internacional da Propriedade Intelectual da ABPI
Jantar de confraternização
O Jantar de Confraternização do XXXI Congresso Internacional da Propriedade Intelectual da ABPI será no Itanhangá Golf Club, à Estrada da Barra da Tijuca 2005, Barra da Tijuca, no dia 29 de agosto, 2011(segunda-feira).
CARVALHO, VILELA ADVOGADOS ASSOCIADOS Patrocinadores brasileiros Patrocinador estrangeiro
PRÉ-eVento das ComissÕes de estudo da aBPi
27 de agosto de 2011 | sÁBado | 14H00
transferência de tecnologia e Franquias | direito da Concorrência
Cláusulas Restritivas da Concorrência em Contratos de Licenças e transfe-rência de tecnologia
Ricardo Sichel | Instituto Nacional da Propriedade Industrial - INPI
Lúcia Salgado | Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - Ipea
Co-coordenadores: Tatiana Campello Lopes, Karin Klempp Franco, Paulo Parente Marques Mendes e José Carlos da Matta Berardo
direitos autorais e direitos da Personalidade
modelos Legais de exploração do Conteúdo autoral na internet Fabio Luiz Barboza Pereira | Veirano Advogados
Attilio José Ventura Gorini | Dannemann, Siemsen, Bigler & Ipanema Moreira Co-coordenadores: Sonia Maria D’Elboux e Claudio Lins de Vasconcelos
software, informática e internet
atualidades do sistema de nomes de domínio e suas consequências no ambiente da Propriedade intelectual
Rodrigo Azevedo | Silveiro Advogados
Dirceu Pereira de Santa Rosa
Co-coordenadores: Dirceu Pereira de Santa Rosa e Maria Cristina M. Cortez
Patentes
Parcerias tecnológicas
Paulo Ignácio Fonseca de Almeida | Universidade Federal de São Carlos - UFSCar
Bruno Silveira | Embraer S.A
Co-coordenadoras: Maria Carmen de Souza Brito e Ana Paula Santos Celidonio
indicações geográfi cas
Litoral do norte gaucho
Clovis Terra | Associação dos Produtores de Arroz do Litoral Norte Gaúcho - Aproarroz Co-coordenadoras: Ana Lucia de Souza Borda e Laetitia Maria Alice Pablo D´Hanens
marcas
Responsabilidade do intermediário na Contrafação de marcas Olivier Tsalpatouros | Groupe La Poste
Co-coordenadores: Álvaro Loureiro Oliveira e Letícia Provedel
27 de agosto de 2011 | sÁBado | 16H00
Repressão às infrações
Perícia em Confl itos de marcas e trade-dress: transferência da decisão de mérito para um terceiro não togado
Cezar Augusto Rodrigues Costa | Juíz
Fabiano de Bem da Rocha | Custódio de Almeida & Cia
Co-coordenadores: Rafael Lacaz Amaral e Marcelo Inglez de Souza
Biotecnologia
uso da Biotecnologia na alavancagem da indústria Brasileira
Co-coordenadoras: Ana Cristina Almeida Müller e Paula Santos e Silva
direito internacional da Propriedade intelectual
a internacionalização da Pi brasileira: melhores Práticas Kassia Reis de Paula | Natura
Co-coordenador: Benny Spiewak
28 de agosto de 2011 | domingo | 11H00
desenho industrial
a Proteção Jurídica internacional da moda Mina Kaway | Bhering Advogados
Co-coordenadores: Saulo Murari Calazans e Lucas Martins Gaiarsa
Cultivares
Licença de Cultivares
Elza Ângela B. Brito da Cunha | Embrapa Co-coordenadora: Maria Cecília de Araújo Oswald
Propriedade intelectual Relacionada ao esporte
Responsabilidade dos intermediários
Peter Eduardo Siemsen | Dannemann, Siemsen, Bigler & Ipanema Moreira Co-coordenadores: Alberto Jerônimo Guerra Neto e Peter Eduardo Siemsen
Realização Patrocinadores Diamante Platinum Ouro Apoio Sócios institucionais Secretária do Congresso
Regency Congressos & Eventos Tel.: 55 21 2553-6628 / 2551-4012 E-mail: abpi@regencyeventos.com.br
Grupo nacional
XXXI Congresso Internacional de Propriedade Intelectual
da Associação Brasileira da Propriedade Intelectual - ABPI
Inovação como Instrumento para o Desenvolvimento
28 de agosto de 2011 | domingo
17h30 abertura solene
Luiz Henrique o. do amaral | Associação Brasileira da Propriedade Intelectual - ABPI
Luis Felipe salomão | Ministro do Superior Tribunal de Justiça
Regis Velasco Fichtner Pereira | Secretário de Estado do Rio de Janeiro
Liliane do espírito santo Roriz de almeida | Escola da Magistratura Regional Federal da 2ª Região - EMARF
Leila maria Carrilo C. Ribeiro mariano | Escola de Magistratura do Rio de Janeiro - EMERJ
andré Ricardo Cruz Fontes | Desembargador Federal e Corregedor Geral
Jorge de Paula Costa Ávila | Instituto Nacional da Propriedade Industrial - INPI
Q. todd dickinson | American Intellectual Property Law Association - AIPLA
Ricardo Bomeny | Associação Brasileira de Franchising - ABF
Carlos eduardo Calmanovici | Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras - ANPEI
sergio ellmann | Ass. Int. pour la Protection de la Proprieté Intellectuelle - AIPPI
Fernando triana | Asociación Interamericana de la Propriedad Intelectual - ASIPI
Fabiano de Bem da Rocha | Ass. Bras. dos Agentes da Propriedade Industrial - ABAPI
ivana Có galdino Crivelli | Associação Paulista de Propriedade Intelectual - ASPI
José graça aranha | World Intellectual Property Organization - WIPO
eduardo Kleinberg | Asociación Mexicana para La Protección de La Propiedad Intelectual - AMPPI
sessão inaugural
a especialização do Judiciário em Propriedade intelectual
Luis Felipe salomão | Ministro do Superior Tribunal de Justiça
soluções para Reduzir o Backlog de Pedidos de Patentes; Harmonização de Critérios de exame
Jorge de Paula Costa Ávila | Instituto Nacional da Propriedade Industrial - INPI
19h30 Coquetel com jantar e abertura da exposição
29 de agosto de 2011 | segunda-FeiRa
9h00 sessão plenária i: as empresas e a inovação tecnológica
marcos Corona | GE Healthcare
daniel Bachner | Syngenta
Ricardo Bomeny | Brazil Fast Food Corporation - BFFC
ivo Fouto | Biopalma - Vale Soluções em Energia
Jorge Ramos de oliveira Jr. | Empresa Brasileira de Aeronáutica - Embraer Moderador: Luiz Henrique o. do amaral | ABPI
11h15 sessão plenária ii: Patentes: novas formas de Comercialização, avaliação de ativos, garantias Financeiras e Leilões
Letícia socal da silva | Braskem
eduardo de mello e souza | Dannemann, Siemsen, Bigler & Ipanema Moreira
Claudio Pinhanez | IBM
Moderador: José Roberto d’affonseca gusmão | Gusmão & Labrunie Propriedade Intelectual
14h00 Painel 1: Patentes Farmacêuticas: Correção de Prazo e posição da agu sobre duplo exame
Roberto Ribeiro | Sanofi-Aventis Farmacêutica Ltda.
Fabiano andreatta | Eli Lilly do Brasil Debatedor: Jorge Raimundo | Interfarma
Moderador: Ricardo Fonseca de Pinho | Daniel Advogados
14h00 Painel 2: Redes sociais: novos desafios para os titulares de direitos de Propriedade intelectual
marcel Leonardi | Google
Patrícia Peck Pinheiro | Patrícia Peck Pinheiro Advogados
Wilson Pinheiro Jabur | Salusse Marangoni Advogados
Moderadora: elisabeth e. g. Kasznar Fekete | Momsen, Leonardos & Cia.
14h00 Painel 3: “naming Rights”, ambush marketing e a Publicidade em grandes eventos desportivos - Copa e olimpíadas
thomas adams | The Procter & Gamble Company
Ronald Crawford | Arsenal Football Club
Debatedora: simone Lahorgue nunes | Levy & Salomão Advogados
Moderador: mario augusto soerensen garcia | Soerensen Garcia Advogados Associados
14h00 Painel 4: Construção e Proteção de marcas não-tradicionais
Cristina Carvalho | Arent Fox LLP, Washington DC, EUA
anne-Charlotte Le Bihan | Gide Loyrette Nouel, Paris, França Debatedora: antonella Carminatti | BM&A - Barbosa, Müssnich & Aragão
Moderador: Fernando triana | Asociación Interamericana de la Propriedad Intelectual - ASIPI
16h00 Painel 5: estratégias Judiciais em Litígios de Patentes
Q. todd dickinson | American Intellectual Property Law Association - AIPLA
Joaquim eugenio goulart Pereira | Dannemann, Siemsen, Bigler & Ipanema Moreira Debatedor: Lélio denicoli schmidt | Advocacia Pietro Ariboni - Ariboni, Fabbri, Schmidt
& Advogados Associados
Moderador: Rafael Lacaz amaral | Momsen, Leonardos & Cia.
16h00 Painel 6: Propriedade intelectual para a inovação empresarial
naldo dantas | Associação Nacional de Pesquisa, Desenvolvimento e Engenharia das Empresas Inovadoras - ANPEI
diana Jungmann | Confederação Nacional da Indústria - CNI Debatedor: thaddeus Burns | General Electric - GE Moderador: gabriel Leonardos | Momsen, Leonardos & Cia.
16h00 Painel 7: Licenciamento de Know-How e de tecnologia não-Patenteada
marcelo Peviani | Nokia
antonio Carlos esteves torres | Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro e Fórum Permanente de Direito Empresarial da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro
Debatedora: Juliana L. B. Viegas | ABPI
Moderador: Valdir de oliveira Rocha Filho | Veirano Advogados
16h00 Painel 8: energia, Pesquisa e desenvolvimento
ana Zambelli | Schlumberger
marcelo Prado | GE Energy
Debatedor: thales de miranda | Petrobras
Moderador: Luis Fernando R. matos Jr. | Matos & Associados Advogados
19h30 Jantar de Confraternização itanhangá golf Club
30 de agosto de 2011 | teRça-FeiRa
9h00 Painel 9: Publicidade e meio ambiente: Green Washing; Publicidade enganosa
Patrícia Carvalho dos Reis | Instituto Nacional da Propriedade Industrial - INPI
thais Hamamoto | Braskem S.A.
Debatedor: João Luiz Faria netto | Conselho de Autorregulação Publicitária- CONAR Moderadora: maitê Cecilia Fabbri moro | PUC-SP
9h00 Painel 10: Cultivares e Biotecnologia: sistemas de Cobrança
erica alexandre | Monsanto do Brasil
João Pinheiro Lobo Junior | Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa Debatedor: geraldo Berger | Associação Brasileira dos Obtentores Vegetais - BRASPOV Moderadora: maria Cecilia de araújo oswald | Syngenta Seeds Ltda.
9h00 Painel 11: marcas: desafios e oportunidades na aplicação dos acordos de Coexistência, dos apostilamentos e dos Critérios para a manutenção do alto Renome de uma marca
Vinícius Bogéa | Instituto Nacional da Propriedade Industrial - INPI
Liliane do espírito santo Roriz de almeida | Desembargadora Federal Debatedor: alberto Luís Camelier da silva | Camelier Advogados Associados Moderador: Ricardo P. Vieira de mello | Montaury Pimenta, Machado & Vieira de Mello
Advogados
11h00 sessão: Combate à Pirataria: Casos de sucesso
José eduardo Cardozo | Ministro da Justiça
david Finn | Microsoft Corporation
Debatedora: Jodie Kelley | Business Software Alliance - BSA
Moderador: Roberto abdenur | Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial - ETCO
11h00 Painel 12: Restrição ao uso de marcas nas indústrias de tabaco e de Bebidas
maria alicia Lima | Souza Cruz S.A.
maria izabel Cardozo | Philip Morris
Debatedor: gustavo Binenbojm | Binenbojm, Gama Carvalho Britto Advocacia Moderador: alberto Jerônimo guerra neto | Guerra Propriedade Industrial
11h00 Painel 13: Biodiversidade no desenvolvimento da inovação
Lucilene da silva Prado | Natura
alda Lerayer | Solazyme
Debatedor: antonio Paes de Carvalho | Extracta Moléculas Naturais
Moderador: antonio Carlos siqueira da silva | Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos - ABHIPEC
14h00 sessão plenária iii: direitos autorais: novo Projeto de Lei
marcia Regina Barbosa moreira | Ministério da Cultura
Claudio Lins de Vasconcelos | Fundação Roberto Marinho Debatedor: João Carlos müller Chaves | Müller Chaves Advocacia Moderador: edney silvestre | TV Globo
14h00 sessão plenária iV: Questões de Concorrência envolvendo Proprieda-de industrial: Proprieda-desenhos industriais e Patentes
Fernando de magalhães Furlan | Conselho Administrativo de Defesa Econômica - CADE
Rogério Luiz guidugli Varga | Volkswagen do Brasil
Debatedor: João marcelo de Lima assafim | De Lima Assafim Advogados Moderador: Paulo Parente marques mendes | Di Blasi, Parente & Associados
17h30 encerramento oficial