• Nenhum resultado encontrado

Resenhas -- Laboratório de Lógica e Epistemologia Print by UFSJ

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Resenhas -- Laboratório de Lógica e Epistemologia Print by UFSJ"

Copied!
5
0
0

Texto

(1)

Philosophische Propädeutik Band 2: Ethik. Paderborn: F. Schöningh, 1996, 342 p. (Vol 1895 da coleção UTB, -- isto é, Uni-Taschenbücher für Wissenshaft.)

A coleção UTB für Wissenschaft [volumes tipo “bolso”, de 18,5 por 12 cm, de capas vermelhas] já divulgou alguns títulos ligados à Ética. Entre eles, livros que abordam conceitos básicos do cristianismo, teologia escolástica, teologia católica e, recentemente, quatro volumes que corresponderiam aos quatro semestres de filosofia nos programas de estudos teológicos.

As informações que pude recolher não são precisas. Editora e distribuidora dão a entender que há quatro livros ou organizados por Honnefelder (professor de filosofia da Universidade de Bonn, especialista em história medieval) e Krieger (que também leciona filosofia, na Faculdade de Teologia de Trier).

Lendo os informes disponíveis, porém, fica a impressão de que são três os livros da dupla de organizadores. A “Propedêutica” (visando oferecer formação geral e básica) foi dividida em duas partes. O volume 1 (publicado em 1994, 316 páginas), trata de “Sprache und Erkenntniss”. O volume 2 (de 1996), justamente o que tenho em mãos (e comentarei a seguir), é um estudo da ética. Presumo que o volume 3 (2001, 300 páginas) seja o dedicado à metafísica e à ontologia, examinando a possibilidade da metafísica, os problemas da teodicéia (refutação de doutrinas

(2)

atéias) e a questão de Deus. Não localizei um volume 4 (talvez ainda em preparo).

***

Este volume de ética, ao lado de breve introdução e dos informes finais (indicações bibliográficas, índices de nomes e de assuntos e dados biográficos dos autores), contém cinco ensaios – cada qual deles com indicações bibliográficas adicionais e específicas.

***

Em certos momentos da vida, diante de situações inusitadas, as pessoas enfrentam dúvidas sobre o que fazer (ou deixar de fazer). Não raro, descobrem que teria sido melhor fazer algo que deixou de ser feito – ou, ao contrário, que teria sido prudente deixar de ter feito algo que tenha sido feito. Os seres humanos têm a tendência de avaliar suas ações de acordo com certos padrões que, freqüentemente, voltam a se impor. Descobertas e tendências desse tipo são temas principais em um estudo da ética.

A história revela que indagações em torno de bem e mal, certo e errado, o que fazer e não fazer, recebem, às vezes, respostas “espontâneas”. Essas respostas se alicerçam em dados da sociedade, de associações, de agremiações, de grupos, e assim por diante, em que prevaleçam determinados sistemas de “papéis” a desempenhar e de “posicionamentos” a assumir. Existindo um sistema desse gênero, cada pessoa não apenas sabe “quem é” e quais são suas “obrigações”, como sabe quais são as obrigações dos demais integrantes do sistema.

Nessa perspectiva, a ética pode ser entendida como a disciplina que estuda problemas surgidos no

(3)

momento em que (1) a referida “espontaneidade” se torna questionável e (2) há respostas conflitantes para a questão sobre o que fazer ou deixar de fazer.

***

Isso posto, vejamos os cinco artigos que compõem o volume em tela. O primeiro deles, de G. Wieland (Universidade de Tübingen), “Ethik als praktische Wissenschaft”, examina, preliminarmente, os métodos da ética. Depois de breve histórico, estuda as ações humanas, natureza-ethos-razão e, por fim, a maneira de conciliar ética e doutrina cristã. Os autores mais citados, neste ensaio, são Kant, Platão e S. Tomás.

O segundo ensaio, escrito por A. W. Müller (Faculdade de Trier), “Themen und Formen ethischer Theorie”, começa com uma lista de questões da ética e a convergência das respostas a elas oferecidas. Em seguida, volta-se para a ação moral, a fundamentação das normas morais e os requisitos para a formulação de teorias éticas. Não há um autor especialmente destacado na bibliografia. Há, no entanto, uma curiosa predominância de pensadores anglo-americanos. Ao lado de Kant, Nietzsche e sete outros que escreveram em alemão, temos 14 que escreveram em inglês: Bruce Ackerman, Jeremy Bentham, Philippa Foot, David Gauthier, Richard Hare, David Hume, Lawrence Kohlberg, John Mackie, John Stuart Mill, George E. Moore, James Rachels, John Rawls, Henry Sidwick e Peter Singer.

O terceiro capítulo, assinado por G. Krieger e H. Pauli (Akademie der Wissenschaften, Heidelberg), “Norm und Sittlichkeit, zwei Wege der Moral”, focaliza o surgimento da moral a partir das normas, a

(4)

fundamentação semântica das normas, a moral pelo prisma do bem-estar, e termina com observações a respeito do Bem e da Norma. O capítulo foi escrito com base em Aristóteles, Jurgen Habermas, Hare, Kant e Martha Nussbaum, aludindo a vários autores alemães e a apenas dois autores ingleses.

Em quarto lugar, o artigo “Person und Menschenwürde”. Aqui, o organizador, Honnefelder, discute os direitos do ser humano; o ser humano como pessoa; pessoa e “ser” um ser humano; dimensões do humano. A bibliografia é ampla. No essencial, predominam Aristóteles, Kant, Locke; secundariamente, Otfried Höffe e o próprio Honnefelder.

Enfim, temos o capítulo cinco, escrito por G. Mertens (Universidade de Regensburg), “Mensch und Natur”. O Autor considera uma ética de raízes ecológicas; a possível eliminação das dúvidas éticas; natureza e vida; ampliação da “ética pessoal” para abranger a natureza. Seu apoio bibliográfico foi buscá-lo em Habermas, Kant, Meyer-Abich, Albert Schweitzer e Tomás de Aquino.

***

Considerando o conjunto de ensaios, talvez o leitor se veja melhor “situado” ao saber que os autores mais citados são, na ordem, Kant (33 vezes), Aristóteles (24 vezes), Tomás de Aquino (12), Max Scheler, John Rawls e Sócrates (sete vezes), Richard Hare e Otfried Höffe (seis vezes). Completando os informes, note-se que entre os assuntos mais discutidos encontramos ações, autoridade, critérios de moralidade, egoísmo, felicidade, fundamentação das normas, imperativos morais, interesses, liberdade,

(5)

sistemas (morais) e sua legitimação, motivação, natureza, normas, obrigações (deveres), reivindicações, respeito, responsabilidades.

Referências

Documentos relacionados

Tal Filosofia (a classificação de primeira não significa que depois dela venha uma filosofia segunda) deve ser entendida como a forma suprema do saber - por ser capaz

Desta forma, este estudo tem como objetivo relatar a experiência vivenciada, por acadêmicas do 5º período do Curso de Enfermagem da Universidade Federal de

Com o objetivo de compreender como se efetivou a participação das educadoras - Maria Zuíla e Silva Moraes; Minerva Diaz de Sá Barreto - na criação dos diversos

lhante; linhas vasculares bem v1S1veis, cheias de conteúdo amarelo-pardo, em geral retas; pa- rênquima axial moderadamente abundante, pa- ratraqueal em faixas; raios

[r]

Professor Associado Convidado na Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior A Medicina Centrada na Pessoa (MCP) constitui uma competência nuclear dos médicos

Para o controle da salivação, gosto muito de usar metáforas, como pedir para o paciente imaginar um ralo dentro de sua boca, por onde a saliva escorre, ou uma torneirinha que vai

Os resultados demonstraram que a capacidade de acomodação visual era maior no grupo tratado com astaxantina quando comparado ao controle.. O grau de astenopia diminuiu