• Nenhum resultado encontrado

RELATÓRIO PARA AUXÍLIO DE PESQUISA

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "RELATÓRIO PARA AUXÍLIO DE PESQUISA"

Copied!
20
0
0

Texto

(1)

RELATÓRIO PARA AUXÍLIO DE PESQUISA

Projeto Agrisus Nº: 1990/17

Título da Pesquisa: Construção de perfil de fósforo em plantio direto Interessado (Coordenador do Projeto): Luciano Colpo Gatiboni

Instituição: (com endereço, tel e E-mail): Centro de Ciências Agroveterinárias – Universidade do Estado de Santa Catarina. Av. Luiz de Camões, 2090 - Conta Dinheiro - Lages - SC CEP: 88.520-000 / Telefone: (49) 3289-9100. Endereço eletrônico:

Local da Pesquisa: Lages, SC

Valor financiado pela Fundação Agrisus: 13.804,00 Vigência do Projeto: 13/03/2017 a 30/03/2019

1. INTRODUÇÃO:

O fósforo (P) é um elemento requerido pelas plantas em quantidades inferiores a outros macronutrientes como nitrogênio (N) e potássio (K), porém representa, em muitos casos, o principal limitante ao rendimento das culturas agrícolas. Sua baixa eficiência no solo torna necessária a aplicação de fertilizantes fosfatados em dosagens muito próximas ou superiores aos demais macronutrientes primários. O P, devido a sua alta afinidade por sítios de ligação, rapidamente passa à fração sólida do solo, tornando-se em grande parte indisponível às plantas (GATIBONI et al., 2008).

Devido a sua baixa mobilidade e alta capacidade adsortiva (MODEL & ANGHINONI, 1992), em solos conduzidos sob sistema de plantio direto (SPD) recomenda-se a aplicação dos fertilizantes fosfatados na linha de semeadura (SOUSA & REIN, 2011). Essa prática permite que menor quantidade de solo entre em contato com os grânulos de adubo, retardando os processos de perda do nutriente por adsorção especifica (KLEPKER & ANGHINONI, 1995).

Apesar das vantagens que a adubação fosfatada na linha apresenta, muitos agricultores vêm substituindo-a pela aplicação à lanço, na superfície do solo. A adoção dessa prática provém da eliminação do compartimento para fertilizantes nas semeadoras atualmente comercializadas, apresentando como principal vantagem a agilidade no processo de implantação das culturas (NUNES et al., 2011). No entanto, em solos onde os teores de P estão abaixo dos níveis considerados adequados podem haver graves prejuízos ao crescimento e rendimento das espécies agrícolas, principalmente em anos com déficit hídrico em razão do baixo aprofundamento de raízes quando o P é aplicado em superfície (OLIVEIRA JUNIOR & CASTRO, 2013).

(2)

A adubação fosfatada na linha de semeadura, mesmo reduzindo o contato do adubo com maior volume do solo e retardando a fixação do nutriente por adsorção, acaba resultando na concentração de P nos 10 cm superficiais do solo (BARBOSA et al., 2015). Esse problema é ainda mais acentuado quando da adubação à lanço, onde a maior parte do P tende a concentrar-se na camada de 0-2,5 cm (SOUSA & REIN, 2011).

Resultados de campo indicam que altas produtividades estão diretamente relacionadas com a presença de teores adequados de P na camada de 10-20 cm. Mesmo com a presença de teores adequados na camada 0-10 cm, as produtividades podem ser limitadas pela reduzida disponibilidade de P em camadas subsuperficiais (OLIVEIRA JUNIOR & CASTRO, 2013). Na implantação do SPD, em solos com baixa disponibilidade de P, a incorporação da dose total de correção de P na camada de 0-20 cm é recomendada para construção da fertilidade do solo. Contudo, nos solos da região Sul do Brasil, a adubação de correção é realizada de maneira gradual, com adição dos fertilizantes na linha de semeadura ou à lanço, em SPD já implantado.

Essa prática pode resultar na formação de um forte gradiente de P no solo, com concentração do nutriente na camada mais superficial do solo, limitando a produtividade das espécies cultivadas, especialmente em safras com limitações climáticas (SANTOS et al., 2008).

Os objetivos do estudo são: 1) Verificar a necessidade de aplicação de fósforo na camada subsuperficial do solo (10-20cm) na implantação do Sistema Plantio Direto; 2) Verificar o efeito da construção do perfil de fertilidade na manutenção da produtividade das culturas durante a consolidação do sistema plantio direto (SPD); 3) Verificar a efetividade da aplicação do fertilizante fosfatado na linha de plantio durante as adubações de manutenção de um sistema de rotação de culturas.

2. MATERIAIS & MÉTODOS

2.1 Caracterização do local de implantação do experimento

O experimento foi instalado na fazenda experimental do Centro de Ciências Agroveterinárias da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), em Lages, SC (27º44’54,11” de latitude e 50º05’08,09” de longitude, e 884 metros de altitude). O clima do local é classificado, segundo Koppel, como Cfb, caracterizado como clima temperado, com verão ameno e precipitações pluviométricas distribuídas uniformemente ao longo dos meses do ano, sem presença de estação seca.

A área onde o experimento foi implantado encontrava-se coberta por vegetação natural, sem ter recebido qualquer intervenção agrícola. O solo é classificado como Cambissolo Húmico Alítico típico (EMBRAPA 2013). Antes do revolvimento do solo e início da construção do experimento realizou-se coleta de solo e análises químicas e físicas para caracterização, obtendo-se os seguintes resultados: 28, 31 e 41% de argila, silte e areia, respectivamente; 4,6 de pH H2O; 4,9 de Índice

(3)

SMP; 5,1% de matéria orgânica; 7,9 e 186,8 mg dm-3 de P e K, respectivamente; 2,9, 5,6 e 3,2 cmolc dm-3 de Al, Ca e Mg trocável, respectivamente; 15,6, 10,9, 13,9 e 26,5 cmolc dm-3 de H+Al, soma de bases, CTC efetiva e CTC pH 7, respectivamente; e 21,5 e 41,1% de saturação por alumínio e saturação por bases, respectivamente. Para neutralização da acidez do solo foi aplicado calcário dolomítico no primeiro semestre de 2016. O corretivo aplicado apresentava 90% de PRNT, com 29% de óxido de Ca e 19% de óxido de Mg, objetivando elevar o pH a 6,0. Todo o calcário foi distribuído uniformemente na área, em uma única aplicação, na superfície do solo, e posteriormente incorporado na camada de 0,0-0,2 m. Antes da implantação do experimento realizou-se nova caracterização química, nas camadas de 0,00-0,10 e 0,10 a 0,20 m de profundidade, apresentando 5,06 mg dm-3 e 3,85 mg dm-3 de P nas duas camadas, respectivamente, valores estes classificados como muito baixos pela CQFS – RS/SC (2016).

2.2 Construção dos níveis de fertilidade e descrição dos tratamentos

O estudo foi baseado em um delineamento inteiramente casualizado, em esquema bifatorial completo, com três níveis de P em superfície (muito baixo, médio e alto) e três níveis de P em subsuperfície (muito baixo, médio e alto) (Fator A). Foi criada também uma condição extra, onde se aplicou fertilizante fosfatado objetivando elevar os níveis de P nas camadas 0,00-0,10 e 0,10-0,20 m a Muito Alto; essa condição, no entanto, não faz parte do esquema bifatorial completo. Considerando a interação dos três níveis de P criados em cada camada e a condição extra de nível Muito Alto criada em ambas as camadas, o experimento consta de 10 tratamentos, os quais podem ser observados na tabela 1. O fator B consiste na adubação superficial subdividida em dois modos de aplicação: a lanço e na linha de semeadura. A partir do segundo cultivo a adubação fosfatada na superfície seguiu recomendações técnicas vigentes na região (CQFS-RS/SC, 2016), com dose igual para todos os tratamentos. Cada tratamento terá três repetições, totalizando 60 subparcelas. Cada subparcela apresentava uma área total de 8 m² (4x2 m), totalizando 480 m² de área total cultivada. Tabela 1. Caracterização dos tratamentos avaliados no experimento.

Identificação Tratamento/nível de P

Camada 0-10 cm* Camada 10-20 cm

1 Muito Baixo Muito Baixo

2 Muito Baixo Médio

3 Muito Baixo Alto

4 Médio Muito Baixo

5 Médio Médio

6 Médio Alto

7 Alto Muito Baixo

8 Alto Médio

9 Alto Alto

10 Muito Alto Muito Alto

(4)

Inicialmente toda a camada superficial do solo (0,00-0,10 m) foi retirada, com auxílio de uma lâmina acoplada a trator. Posteriormente, após a demarcação das parcelas, foram construídos os quatro níveis de P (muito baixo, médio, alto e muito alto) para a camada subsuperficial (0,00-0,20 m), utilizando o fertilizante mineral solúvel superfosfato triplo (SFT). As doses de SFT foram aplicadas objetivando elevar os teores de P a 15 mg dm-3, 30 mg dm-3 e 45 mg dm-3, ou seja, às classes de disponibilidade médio, alto e muito alto, de acordo com a CQFS – RS/SC (2016). O fertilizante foi aplicado a lanço e posteriormente realizou-se um leve revolvimento, objetivando a incorporação deste na camada 0,00-0,20 m.

Na etapa seguinte o solo da camada superficial foi recolocado na área, com auxílio de concha acoplada a trator, e as parcelas foram demarcadas em definitivo. Foram aplicadas na camada 0,00-0,10 m as mesmas dosagens de SFT, também objetivando elevar os teores de P a 15 mg dm-3, 30 mg dm-3 e 45 mg dm-3 (nível médio, alto e muito alto). Esta aplicação foi realizada juntamente com a semeadura da primeira cultura, e em cada parcela subdividiu-se essa aplicação nas formas a lanço e na linha de semeadura.

2.3 Implantação, condução e avaliações na cultura do milho

Com o objetivo de estabilizar as camadas construídas, iniciou-se os cultivos antecipadamente, com a cultura do milho, antecedendo a cultura do trigo.

A implantação da cultura do milho (Zea mays), cultivar Dekalb 240 VT PRO 2, foi realizada no dia 8 de dezembro de 2016. Utilizou-se espaçamento entre linhas de 0,50 m e entre plantas de 0,33 m, objetivando uma população final de 60000 sementes ha-1. Desta forma, cada subparcela foi constituída por 4 linhas de plantas. A abertura dos sulcos foi realizada com auxilio de sacho com lâmina em formato “V”. Em seguida foi realizada a aplicação das doses de SFT nas linhas (na parte da parcela com aplicação na linha) e posterior colocação das sementes. Ao final da semeadura de todas as parcelas, realizou-se a aplicação das doses de SFT a lanço (na parte da parcela com aplicação a lanço). Além disso realizou-se, concomitante à semeadura, a aplicação de 20 kg ha-1 de K2O (na forma de KCl contendo 58% de K2O) e 20 kg ha-1 de N (na forma de ureia), ambos a lanço. O restante da adubação nitrogenada exigida pela cultura, 60 kg ha-1 de N, foi aplicada durante o crescimento do milho. Destaca-se que as doses de K e N foram calculadas objetivando um rendimento de 8 t ha-1 de grãos de milho, segundo valores propostos pela CQFS – RS/SC (2016). As doses de P aplicadas para o milho não foi baseada em um rendimento potencial, mas sim com o objetivo de elevar os teores de P no solo a determinados parâmetros.

Não foi realizada nenhuma aplicação de pesticida no milho. Como acima destacada, parte da adubação nitrogenada exigida pela cultura foi aplicada em cobertura. Os 60 kg ha-1 de N foram divididos em duas aplicações, ou seja, 30 kg ha-1 quando a planta apresentava 5 folhas totalmente expandidas e os outros 30 kg ha-1 de N cerca de 20 dias após a primeira aplicação.

(5)

Para avaliar a resposta do milho aos modos de aplicação e doses de P foi realizada medição de altura das plantas logo após a primeira aplicação de N, 40 dias após a emergência. Nesta avaliação, para cada tratamento, o valor final foi obtido com a média da medição de 6 plantas. Nos mesmos moldes foi realizada uma segunda medição da altura das plantas quando estas estavam em período de reprodução. A colheita do milho foi realizada no dia 01/05/2017. Para isto foram coletadas as espigas das duas linhas centrais de cada subparcela, descartando-se 0,50 m das extremidades de cada linha. Devido a variação na população final de plantas em cada parcela, antes da colheita foi realizada contagem da população de plantas em cada subparcela. Além disso, o número de espigas coletadas por subparcela foi contabilizado. Os grãos de milho foram destacados da planta de forma manual, e o rendimento final convertido para umidade de 13% dos grãos. Realizou-se ainda avaliação do conteúdo nutricional dos grãos, os quais, após triturados, passaram por digestão úmida (TEDESCO et al., 1995), e analisou-se os teores de N, P, K, Ca e Mg. Utilizando os dados de rendimento dos grãos e respectivos teores de nutrientes, calculou-se a quantidade de N, P, K, Ca e Mg exportados pelos grãos.

Foi realizada coleta de solo após a colheita do milho. Foram amostradas, com auxílio de pá-de-corte, as camadas 0,00-0,05 m, 0,00-0,10 m, 0,10-0,20 m e 0,10-10-20 metros. As amostras de solo coletadas foram acondicionadas em sacos plásticos e secadas em estufa a 55 C até atingirem peso constante. Em seguida foram peneiradas em malha de 2 mm e o P extraído por duplo ácido (Mehlich 1) (TEDESCO et al., 1995). A determinação do P disponível foi realizada por fotometria, em comprimento de onda de 882 nm (MURPHY & RILEY, 1962).

2.4 Implantação, condução e avaliações na cultura do trigo

A cultura do trigo (cultivar BRS Marcante) foi semeada nos dias 3 e 4 de julho. Foram abertos sulcos, com auxílio de “sacho”, em espaçamento de 0,2 metros entre linhas, e densidade de 330 sementes por metro quadrado, utilizando 8 linhas por subparcela (porém o adubo é distribuído em toda a área da parcela, mesmo onde não tiver linhas. Para todos os tratamentos, inclusive testemunha, foram aplicados 30 kg de P2O5 ha-1, dose esta que representa a adubação de reposição necessária para atingir potencial de rendimento de 3 Mg de grãos de trigo ha-1. Em esquema similar ao realizado no milho, essa adubação fosfatada foi subdividida em dois modos de aplicação: a lanço, a qual foi realizada distribuindo o fertilizante na superfície do solo após o processo de semeadura; na linha, localizando o fertilizante fosfatado a cerca de 5 cm da superfície do solo antes da deposição das sementes. Além disso, de acordo com as recomendações da CQFS – RS/SC (2016), foram aplicados 66 kg de N e 18 kg de K20, doses estas, como já destacado, referentes a adubação de reposição e necessárias para o potencial de rendimento pretendido. Em relação a adubação nitrogenada, não foi feita adubação na base de N, sendo o montante aplicado em cobertura e em duas parcelas: 20 kg foram aplicados 18 dias após a emergência e o restante (46 kg)

(6)

quando a cultura encontrava-se em pleno perfilhamento.

Para avaliar a resposta das plantas aos tratamentos, foi avaliado: altura de plantas, massa seca da parte aérea e produtividade de grãos por área, além de outros parâmetros nutricionais que ainda serão realizados. A altura de plantas foi medida em duas épocas: quando a cultura encontrava-se em pleno perfilhamento (40 dias após a emergência) e no início do enchimento de grãos; para essa avaliação foram medidas 6 plantas por parcela, apresentando-se como resultado final a média das leituras. A massa seca da parte área foi determinada a partir da coleta das plantas em um metro linear, em uma linha central da parcela, quando a cultura encontrava-se em fase de grão pastoso: após secadas em estufa à temperatura de 55ºC as plantas foram pesadas. O rendimento de grãos foi avaliado através da colheita de 4 linhas centrais de cada parcela, totalizando uma área útil colhida de 1,6 m²; após pesagem o rendimento de grãos foi uniformizado para uma umidade de 13%. A colheita foi realizada no dia de 22 novembro de 2017.

2.5 Implantação e condução da cultura da soja

A cultura da soja (cultivar Nidera 5909, RR) foi semeada no dia 06 de dezembro de 2017. A semeadura foi realizada com espaçamento entre linhas de 0,50 metros, com uma população de 285 mil plantas ha-1. Para todos os tratamentos foram aplicados 55 kg de P

2O5 ha-1, dose esta que representa a adubação de reposição necessária para atingir potencial de rendimento de 4 Mg de grãos de soja ha-1. Em esquema similar ao realizado às culturas antecessoras, essa adubação fosfatada foi subdividida em dois modos de aplicação: a lanço, a qual foi realizada distribuindo o fertilizante na superfície do solo após o processo de semeadura; na linha, localizando o fertilizante fosfatado a cerca de 5 cm da superfície do solo antes da deposição das sementes. Além disso, de acordo com as recomendações da CQFS – RS/SC (2016), foram aplicados 80 kg de K20, dose referente a adubação de reposição e necessária para o potencial de rendimento pretendido. Em relação a adubação nitrogenada, não foi feita adubação na base de N, já que a cultura apresenta capacidade de realizar associação simbiótica com bactérias fixadores de N. Realizou-se, contudo, inoculação das sementes de soja com inoculante contendo a bactéria Bradyrhizobium japonicum.

A cultura da soja (cultivar Nidera 5909, RR) foi semeada no dia 06 de dezembro de 2017. A semeadura foi realizada com espaçamento entre linhas de 0,50 metros, com uma população de 285 mil plantas ha-1. Para todos os tratamentos foram aplicados 55 kg de P

2O5 ha-1, dose esta que representa a adubação de reposição necessária para atingir potencial de rendimento de 4 Mg de grãos de soja ha-1. Em esquema similar ao realizado às culturas antecessoras, essa adubação fosfatada foi subdividida em dois modos de aplicação: a lanço, a qual foi realizada distribuindo o fertilizante na superfície do solo após o processo de semeadura; na linha, localizando o fertilizante fosfatado a cerca de 5 cm da superfície do solo antes da deposição das sementes. Além disso, de

(7)

acordo com as recomendações da CQFS – RS/SC (2016), foram aplicados 80 kg de K20, dose referente a adubação de reposição e necessária para o potencial de rendimento pretendido. Em relação a adubação nitrogenada, não foi feita adubação na base de N, já que a cultura apresenta capacidade de realizar associação simbiótica com bactérias fixadores de N. Realizou-se, contudo, inoculação das sementes de soja com inoculante contendo a bactéria Bradyrhizobium japonicum.

Para avaliar a resposta das plantas aos tratamentos, foi avaliado: altura de plantas, massa seca da parte aérea, produtividade de grãos por área, peso de 1000 sementes e composição nutricional dos grãos. A altura de plantas foi medida no estádio de enchimento de grãos: para essa avaliação foram medidas 6 plantas por parcela, apresentando-se como resultado final a média das leituras. A massa seca da parte área foi determinada a partir da coleta das plantas em um metro linear, em uma linha central da parcela, quando a cultura encontrava-se em fase de grão pastoso: após secadas em estufa à temperatura de 55ºC as plantas foram pesadas. O rendimento de grãos foi avaliado através da colheita de 2 linhas centrais de cada parcela, totalizando uma área útil colhida média de 2 m²; após pesagem o rendimento de grãos foi uniformizado para uma umidade de 13%. A colheita foi realizada no dia de 13 junho de 2018. O peso de 1000 grãos foi determinado através da contagem e pesagem de 200 grãos por parcela, sendo o valor multiplicado por 5.

2.6 Implantação e condução da cultura da aveia-preta

A cultura da aveia-preta (cultivar Embrapa 139) foi semeada no dia 21 de agosto e atualmente encontra-se em início de perfilhamento. A semeadura foi realizada com espaçamento entre linhas de 0,20 metros, com uma população de 75 kg de sementes ha-1 (400 sementesm²). Para todos os tratamentos foram aplicados 21 kg de P2O5 ha-1, dose esta que representa a adubação de reposição necessária para atingir potencial de rendimento de 3 Mg de grãos de aveia-preta ha-1. Em esquema similar ao realizado às culturas antecessoras, essa adubação fosfatada foi subdividida em dois modos de aplicação: a lanço, a qual foi realizada distribuindo o fertilizante na superfície do solo após o processo de semeadura; na linha, localizando o fertilizante fosfatado a cerca de 5 cm da superfície do solo antes da deposição das sementes. Será avaliado o rendimento de massa seca da cultura quando em estágio de florescimento e, posteriormente será realizada a dessecação com herbicida de ação sistêmica.

2.7 Análise estatística

Os dados coletados no esquema bifatorial completo foram submetidos à análise de variância (ANOVA) e, quando significativos, foram comparados pelo teste de Tukey à probabilidade de erro de 5%. Apenas para a produtividade de grãos foi realizada regressão linear múltipla considerando os três níveis de P criados nas camadas 0,00-0,10 e 0,10-0,20 m.

(8)

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1 Resultados esperados inicialmente

A partir desse estudo se esperava gerar resultados que melhorassem o manejo da adubação fosfatada nos estados da região Sul do Brasil. Ao final dos três anos de pesquisa, com os resultados observados, se objetiva auxiliar o agricultor na tomada de decisão de realizar ou não fosfatagem subsuperficial na implantação do SPD. Da mesma forma, se os modos de aplicação, na linha e à lanço, apresentariam resposta diferenciada sobre a produtividade das culturas e; se essa resposta seria relacionada com a presença de P apenas na camada de 0-10, apenas na camada de 10-20, ou na adubação em ambas as camadas.

3.2 Resultados parciais

Destaca-se inicialmente que parte dos resultados aqui apresentados já foram apresentados no primeiro relatório, o qual foi entregue em setembro de 2017. Desta forma, o presente relatório apresenta os resultados encontrados a partir deste período (setembro de 2017), até o presente momento, objetivando assim apresentar o comportamento dos fatores avaliados ao longo do tempo e no decorrer de cultivos sucessivos.

Nas tabelas 2, 3 e 4 constam os valores para o teste F das variáveis analisadas nos cultivos com milho, trigo e soja, respectivamente. Para as variáveis que apresentaram tanto efeitos simples como efeitos para interações, são apresentados apenas os efeitos de interação.

Tabela 2. Quadro de descrição da análise de variância (ANOVA) para os resultados encontrados para a cultura do milho e do trigo, considerando fatores simples e interações.

Causas de variação

Variável independente analisada Altura inicial Altura final Produtivid ade P exportado P no solo: camada 0,00-0,10 m P no solo: camada 0,10-0,20 m Cultura do Milho Nível 0,00-0,10 cm 0,000(1) 0,000 0,003 0,000 0,000 0,146 Nível 0,10-0,20 cm 0,002 0,000 0,030 0,022 0,684 0,000 Modo de aplicação 0,001 0,074 0,001 0,103 0,045 0,324 Nível 0,00-0,10 x 0,10-0,20 0,190 0,046 0,664 0,841 0,808 0,884 Nível 0,00-0,10 x modo de aplicação 0,023 0,572 0,632 0,758 0,001 0,613 Nível 0,10-0,20 x modo de aplicação 0,605 0,878 0,614 0,956 0,306 0,595 Nível 0,00-0,10 x 0,10-0,20 x modo de aplicação 0,978 0,824 0,155 0,438 0,270 0,416

(1) Valor de significância para o teste F. Valores do teste F inferiores a 0,05 foram considerados significativos, sendo

(9)

Tabela 3. Quadro de descrição da análise de variância (ANOVA) para os resultados encontrados para a cultura do trigo, considerando fatores simples e interações.

Causas de variação Variável independente analisada

Altura inicial Altura final Produtividade MSPA

Cultura do Trigo Nível 0,00-0,10 cm 0,244 0,150 0,002 0,105 Nível 0,10-0,20 cm 0,001 0,127 0,001 0,000 Modo de aplicação 0,001 0,300 0,007 0,121 Nível 0,00-0,10 x 0,10-0,20 0,478 0,220 0,021 0,007 Nível 0,00-0,10 x modo de aplicação 0,909 0,495 0,847 0,515 Nível 0,10-0,20 x modo de aplicação 0,558 0,070 0,598 0,992 Nível 0,00-0,10 x 0,10-0,20 x modo de aplicação 0,689 0,643 0,221 0,971

(1) Valor de significância para o teste F. Valores do teste F inferiores a 0,05 foram considerados significativos, sendo

apresentados, contudo, apenas as causas de variação destacadas em negrito. MSPA: massa seca da parte aérea.

Tabela 4. Quadro de descrição da análise de variância (ANOVA) para os resultados encontrados para a cultura da soja, considerando fatores simples e interações.

Causas de variação Variável independente analisada

Altura final P 1000 Produtividade MSPA

Cultura da Soja Nível 0,00-0,10 cm 0,651 0,815 0,288 0,629 Nível 0,10-0,20 cm 0,275 0,617 0,044 0,106 Modo de aplicação 0,450 0,745 0,287 0,659 Nível 0,00-0,10 x 0,10-0,20 0,133 0,238 0,524 0,431 Nível 0,00-0,10 x modo de aplicação 0,960 0,311 0,438 0,657 Nível 0,10-0,20 x modo de aplicação 0,919 0,724 0,962 0,333 Nível 0,00-0,10 x 0,10-0,20 x modo de aplicação 0,522 0,787 0,848 0,373

(1) Valor de significância para o teste F. Valores do teste F inferiores a 0,05 foram considerados significativos, sendo

apresentados, contudo, apenas as causas de variação destacadas em negrito. P 1000: peso de mil grãos. MSPA: massa seca da parte aérea.

3.3 Resultados na cultura do milho

A altura das plantas de milho, avaliada aos 40 dias após a emergência, foi influenciada pelos níveis de P na camada de 0,00-0,10 m apenas quando a adubação foi realizada na linha de semeadura, com aumentos de 17,2 e 19,1% para os níveis Médio e Alto de P em comparação ao nível Muito Baixo, respectivamente (tabela 3). Para os níveis de P Médio e Alto, ambos criados com aplicação de adubação fosfatada, a adubação na linha apresentou resposta significativamente superior à adubação à lanço para a variável analisada.

(10)

interação de níveis de P na camada de 0,0-0,10 m e modos de aplicação.

Nível de P Modo de aplicação

Lanço Linha DMS ...cm... Muito Baixo 95,6 ns NS 95,0 b NS 7,7 Médio 100,7 ns B 114,8 a A 7,7 Alto 104,8 ns B 117,5 a A 7,7 DMS 9,3 9,3

Médias seguidas de letras minúsculas diferentes na coluna e letras maiúsculas diferentes na linha diferem entre si pelo Teste de Tukey, com probabilidade de erro de 5%. DMS: diferença mínima significativa. NS/ns: não significativo estatisticamente.

Houve aumento da altura inicial das plantas de milho com o aumento da disponibilidade de P na camada de 0,10-0,20 m (tabela 4). A aplicação de fertilizante fosfatado com o objetivo de elevar o nível de P a Alto resultou em aumento de 9,8% em comparação a condição onde os níveis de P estavam na classe Muito Baixo.

Tabela 4. Altura inicial das plantas de milho, aos 40 dias após a emergência, em função de níveis de P na camada de 0,10-0,20 m.

Nível de P Altura de plantas

cm

Muito Baixo 99,4 b

Médio 104,6 ab

Alto 110,2 a

DMS 6,6

Médias seguidas de letras minúsculas diferentes na coluna diferem entre si pelo Teste de Tukey, com probabilidade de erro de 5%. DMS: diferença mínima significativa.

A altura final das plantas de milho, avaliada na fase de pleno florescimento, respondeu positivamente ao aumento dos níveis de P nas camadas 0,00-0,10 m e 0,10-0,20 m (tabela 5). Com a elevação da disponibilidade de P na camada de 0,00-0,10 m para o nível Alto, em comparação ao nível Muito Baixo, houve aumento da altura das plantas em 10,2, 3,8 e 3,4%, quando os níveis de P na camada 0,10-0,20 m foram Muito Baixo, Médio e Alto, respectivamente. Por outro lado, com a elevação da disponibilidade de P na camada de 0,10-0,20 m para o nível Alto, em comparação ao nível Muito Baixo, houve aumento da altura das plantas em 10,4, 6,4 e 3,7%, quando os níveis de P na camada 0,00-0,10 m foram Muito Baixo, Médio e Alto, respectivamente

Tabela 5. Altura final das plantas de milho, no estádio de florescimento, em função da interação de níveis de P na camada de 0,0-0,10 m e níveis de P na camada de 0,10-0,20 m.

Nível de P na camada 0,00-0,10 m

Nível de P na camada 0,10-0,20 m

Muito Baixo Médio Alto DMS

...cm...

Muito Baixo 249,9 c(1) C(2) 269,2 b B 279,0 b A 8,5

Médio 269,1 b B 277,6 ab B 287,5 ab A 8,5

Alto 278,2 a B 279,8 a B 288,8 a A* 8,5

DMS 8,5 8,5 8,5

Médias seguidas de letras minúsculas diferentes na coluna (1), referentes aos efeitos dos níveis de P na camada de 0,00-0,10 m, para

cada nível de 0,10-0,20 m, e letras maiúsculas diferentes na linha(2), referentes aos efeitos dos níveis de P na camada de 0,10-0,20 m,

(11)

significativa.

A maior altura final das plantas de milho foi observada na condição onde se realizou a adubação fosfatada na linha de semeadura (tabela 6). A adubação na linha resultou em uma altura final de 3,9 cm maior em comparação à observada quando a adubação foi realizada a lanço.

Tabela 6. Altura final das plantas de milho, no estádio de florescimento, sob influência da adubação fosfatada na linha de semeadura e à lanço na superfície do solo.

Modo de aplicação Altura de plantas

cm

Lanço 273,5 b

Linha 277,4 a

DMS 3,3

Médias seguidas de letras minúsculas diferentes na coluna diferem entre si pelo Teste de Tukey, com probabilidade de erro de 5%. DMS: diferença mínima significativa.

O rendimento de milho aumentou com a elevação dos níveis de P, tanto na camada 0,0-0,10 como na camada 0,10-0,20 m (tabela 7). A aplicação de dose de fertilizante fosfatado objetivando elevação da disponibilidade de P ao nível Alto, em comparação ao nível inicial Muito Baixo, elevou a produtividade em 15,3 e 11,8% considerando as camadas 0,0-0,10 e 0,10-0,20 m, respectivamente.

Tabela 7. Produtividade de grãos de milho em função de níveis de P do solo nas camadas de 0,0-0,10 e 0,0-0,10-0,20 m.

Nível de P Camada diagnóstica

0,0-0,10 m 0,10-0,20 m ...Kg ha-1... Muito Baixo 10642,1 b 10828,1 b Médio 11366,6 ab 11466,8 ab Alto 12564,5 a 12278,3 a DMS 1222,0 1222,0

Médias seguidas de letras minúsculas diferentes na coluna diferem entre si pelo Teste de Tukey, com probabilidade de erro de 5%. DMS: diferença mínima significativa.

A maior produtividade de milho foi obtida quando a adubação fosfatada foi realizada na linha de semeadura (tabela 8). A aplicação de P na linha resultou em um ganho de 1468,2 kg ha-1 de grãos de milho (24,5 sacas de milho), ou 12,0%, em comparação a adubação à lanço.

Tabela 8. Produtividade de grãos de milho sob influência da adubação fosfatada na linha de semeadura e à lanço na superfície do solo.

Modo de aplicação Rendimento de grãos

Kg ha-1

Lanço 10790,3 b

Linha 12258,5 a

DMS 827,2

Médias seguidas de letras minúsculas diferentes na coluna diferem entre si pelo Teste de Tukey, com probabilidade de erro de 5%. DMS: diferença mínima significativa.

(12)

0,00-0,10 m e 0,00-0,10-0,20 m (figura 1), demonstrou a maior influência da melhoria na disponibilidade fosfatada na camada 0-10 cm para a produtividade de milho, em comparação a melhoria na disponibilidade fosfatada na camada 10-20 cm. Foram observados ganhos em produtividade na magnitude de 77,1 e 57,7 kg ha-1 de grãos com a elevação de 1 mg dm-3 na camada 0-10 e 10-20 cm de profundidade, respectivamente. 5 10 15 20 25 30 5 10 15 20 25 30 10000 10500 11000 11500 12000 12500 13000

Rendimento = 9277,2 + (77,1**cam.0-10) + (57,7**cam.10-20) R² = 0,95 r = 0,90 P na camada 0-10 cm, mg dm-3 P n a ca m ad a 1 0 -2 0 c m , m g d m -3

Figura 1. Regressão linear múltipla comparando o rendimento de grãos de milho em função de três níveis de P criados nas camadas de 0,00-0,10 e 0,10-0,20 m. ** significativo a 1% da probabilidade de erro.

A quantidade de P exportada pelos grãos de milho aumentou com a elevação do nível de disponibilidade de P nas camadas 0,00-0,10 e 0,10-0,20 m (tabela 9). A elevação do nível de P para alto, em comparação ao nível inicial Muito Baixo, aumentou a quantidade de P exportada em 30,8 e 17,0%, considerando as camadas 0,00-0,10 e 0,10-0,20 m, respectivamente.

Tabela 9. Quantidade de P exportado pelos grãos de milho em função de níveis de P do solo nas camadas de 0,0-0,10 e 0,10-0,20 m.

Nível de P Camada diagnóstica

0,0-0,10 m 0,10-0,20 m

...Kg ha-1...

Muito Baixo 20,7 b 23,4 b

(13)

Alto 29,9 a 28,2 a

DMS 4,1 4,1

Médias seguidas de letras minúsculas diferentes na coluna diferem entre si pelo Teste de Tukey, com probabilidade de erro de 5%. DMS: diferença mínima significativa.

A disponibilidade de P no solo na camada 0,00-0,10 m, na avaliação realizada após a colheita do milho, aumentou com o aumento da quantidade de P aplicada, para ambos os modos de aplicação (tabela 10). Considerando os modos de aplicação, na condição onde aplicou-se adubo fosfatado objetivando elevar o nível de P a Alto, a aplicação na linha de semeadura resultou em teor de P no solo maior em relação a aplicação a lanço. A adubação fosfatada na camada 0,00-0,10 m objetivando elevar o nível de P Muito Alto resultou em teor final de P de 56,0 e 53,1 mg dm-3 para a adubação a lanço e na linha de semeadura, respectivamente.

Tabela 10. Disponibilidade de P no solo na camada de 0-10 cm, em função da interação de níveis de P na camada de 0,0-0,10 m e modos de aplicação.

Nível de P Modo de aplicação

Lanço Linha DMS ...mg dm-3... Muito Baixo 9,2 c A 8,4 c A 2,7 Médio 15,0 b A 14,5 b A 2,7 Alto 20,4 a B 26,4 a A 2,7 DMS 3,2 3,2

Médias seguidas de letras minúsculas diferentes na coluna e letras maiúsculas diferentes na linha diferem entre si pelo Teste de Tukey, com probabilidade de erro de 5%. DMS: diferença mínima significativa.

A disponibilidade de P no solo na camada 0,10-0,20 m, na avaliação realizada após a colheita do milho, aumentou com o aumento da quantidade de P aplicada (tabela 11). A adubação fosfatada na camada 0,10-0,20 m objetivando elevar o nível de P Muito Alto resultou em teor final de P de 29,2 mg dm-3.

Tabela 11. Disponibilidade de P no solo na camada de 10-20 cm, em função de níveis de P na camada de 0,10-0,20 m. Nível de P P no solo mg dm-3 Muito Baixo 6,1 c Médio 9,9 b Alto 17,6 a DMS 1,7

Médias seguidas de letras minúsculas diferentes na coluna diferem entre si pelo Teste de Tukey, com probabilidade de erro de 5%. DMS: diferença mínima significativa.

3.4 Resultados na cultura do trigo

A altura inicial das plantas de trigo apenas foi influenciada pela adubação fosfatada na camada de 10-20 cm (tabela 12). Houve um aumento de 5,8 e 7,6% na altura inicial das plantas com a elevação do P disponível na camada de 10-20 para nível médio e alto, respectivamente, em comparação à condição de P muito baixo.

(14)

Tabela 12. Altura inicial das plantas de trigo, aos 30 dias após a emergência, em função de níveis de P nas camadas de 0,00-0,10 e 0,10-0,20 m.

Nível de P Camada diagnóstica

0,0-0,10 m 0,10-0,20 m ...cm... Muito Baixo 39,9 ns 38,6 b Médio 40,4 ns 41,0 a Alto 41,1 ns 41,8 a DMS 1,7 1,7

Médias seguidas de letras minúsculas diferentes na coluna diferem entre si pelo Teste de Tukey, com probabilidade de erro de 5%. DMS: diferença mínima significativa. ns: não significativo estatisticamente.

A adubação fosfatada na linha de semeadura apresentou resposta superior no crescimento inicial da cultura do trigo em comparação à adubação a lanço (tabela 13). Com a adubação na linha houve um incremento de 5,1% em comparação à adubação a lanço.

Tabela 13. Altura inicial das plantas de trigo, aos 30 dias após a emergência, sob influência da adubação fosfatada na linha de semeadura e à lanço na superfície do solo.

Modo de aplicação Altura inicial

cm

Lanço 39,4 b

Linha 41,5 a

DMS 1,1

Médias seguidas de letras minúsculas diferentes na coluna diferem entre si pelo Teste de Tukey, com probabilidade de erro de 5%. DMS: diferença mínima significativa.

A altura final das plantas de trigo não influenciada pelos manejos da adubação fosfatada, não havendo diferenciação para os níveis de P criados em ambas as camadas fertilizadas (tabela 14), tampouco para os modos de aplicação do fertilizante (tabela 15).

Tabela 14. Altura final das plantas de trigo, no estádio de florescimento, em função de níveis de P nas camadas de 0,00-0,10 e 0,10-0,20 m.

Nível de P Camada diagnóstica

0,0-0,10 m 0,10-0,20 m ...cm... Muito Baixo 71,5 ns 71,3 ns Médio 72,2 ns 72,9 ns Alto 73,2 ns 72,8 ns DMS 2,1 2,1

DMS: diferença mínima significativa. ns: não significativo estatisticamente.

Tabela 15. Altura final das plantas de trigo, no estádio de florescimento, sob influência da adubação fosfatada na linha de semeadura e à lanço na superfície do solo.

Modo de aplicação Altura final

cm

Lanço 71,9 ns

Linha 72,7 ns

DMS 1,4

(15)

Houve interação entre as camadas fertilizantes para a variável MSPA (tabela 16). Na condição onde o nível de P foi mantido em muito baixo na camada de 10-20 cm, a elevação da disponibilidade de P na camada de 0-10 mostrou-se efetiva, havendo incremento de 23,8 e 19,4% de MSPA quando elevou-se a disponibilidade a alto em comparação às condições muito baixo e médio, respectivamente. Nas condições onde elevou-se a disponibilidade de P na camada 10-20 cm para médio e alto não foi observado nenhum efeito da aplicação de P na camada de 0-10 cm. Por outro lado, para qualquer nível de P criado na camada de 0-10 cm, a aplicação de P suficiente para aumentar a disponibilidade do nutriente até nível alto na camada de 10-20 foi efetiva em aumentar a produção de MSPA, em comparação às demais condições de fertilidade testadas nesta camada subsuperficial.

Tabela 16. Produção de massa seca da parte aérea (MSPA) do trigo em função da interação de níveis de P na camada de 0,0-0,10 m e níveis de P na camada de 0,10-0,20 m.

Nível de P na camada 0,00-0,10 m

Nível de P na camada 0,10-0,20 m

Muito Baixo Médio Alto DMS

...cm...

Muito Baixo 4641,8 b B 5950,9 a A 6084,0 a(1) A(2) 1003,6

Médio 4877,2 b B 5840,2 a B 6845,2 a A 1003,6

Alto 6049,5 a AB 5275,5 a B 6906,0 a A 1003,6

DMS 1003,6 1003,6 1003,6

Médias seguidas de letras minúsculas diferentes na coluna (1), referentes aos efeitos dos níveis de P na camada de 0,00-0,10 m, para

cada nível de 0,10-0,20 m, e letras maiúsculas diferentes na linha(2), referentes aos efeitos dos níveis de P na camada de 0,10-0,20 m,

para cada nível de 0,00-0,10 m, diferem entre si pelo Teste de Tukey, com probabilidade de erro de 5%. DMS: diferença mínima significativa.

A variável MSPA não foi influenciada pelos diferentes modos de aplicação (tabela 17). Na média entre os dois modos de adubação a produção de MSPA foi de 5830,0 Kg ha-1.

Tabela 17. Produção de massa seca da parte aérea (MSPA) do trigo sob influência da adubação fosfatada na linha de semeadura e à lanço na superfície do solo.

Modo de aplicação MSPA

Kg ha-1

Lanço 5676,5 ns

Linha 5983,6 ns

DMS 392,4

DMS: diferença mínima significativa. ns: não significativo estatisticamente.

Houve interação entre os níveis de P criados em ambas as camadas para a variável rendimento de grãos (tabela 18). De maneira geral, contudo, a elevação do nível de P no solo, independente se médio ou alto e independentemente da camada fertilizada, mostrou-se efetiva para aumentar a produtividade de trigo, em comparação à condição onde o nível de P foi mantido em muito baixo em ambas as camadas, 0-10 e 10-20 cm.

(16)

Tabela 18. Rendimento em grãos do trigo em função da interação de níveis de P na camada de 0,0-0,10 m e níveis de P na camada de 0,0-0,10-0,20 m.

Nível de P na camada 0,00-0,10 m

Nível de P na camada 0,10-0,20 m

Muito Baixo Médio Alto DMS

...cm...

Muito Baixo 1517,3 b B 2368,2 a A 2560,0 a(1) A(2) 484,8

Médio 2245,0 a A 2470,6 a A 2543,4 a A 484,8

Alto 2483,5 a A 2485,0 a A 2803,2 a A 484,8

DMS 484,8 484,8 484,8

Médias seguidas de letras minúsculas diferentes na coluna (1), referentes aos efeitos dos níveis de P na camada de 0,00-0,10 m, para

cada nível de 0,10-0,20 m, e letras maiúsculas diferentes na linha(2), referentes aos efeitos dos níveis de P na camada de 0,10-0,20 m,

para cada nível de 0,00-0,10 m, diferem entre si pelo Teste de Tukey, com probabilidade de erro de 5%. DMS: diferença mínima significativa.

A maior produtividade de trigo foi obtida quando a adubação fosfatada foi realizada na linha de semeadura (tabela 19). A aplicação de P na linha resultou em um ganho de 267,3 kg ha-1 de grãos de milho (4,4 sacas de trigo), ou 10,6%, em comparação à adubação a lanço.

Tabela 19. Produtividade de grãos de trigo sob influência da adubação fosfatada na linha de semeadura e à lanço na superfície do solo.

Modo de aplicação Rendimento de grãos

Kg ha-1

Lanço 2252,6 b

Linha 2519,9 a

DMS 189,6

Médias seguidas de letras minúsculas diferentes na coluna diferem entre si pelo Teste de Tukey, com probabilidade de erro de 5%. DMS: diferença mínima significativa.

A regressão linear múltipla resultante da interação entre os 3 níveis de P nas camadas 0,00-0,10 m e 0,00-0,10-0,20 m (figura 2), demonstrou a maior influência da melhoria na disponibilidade fosfatada na camada 10-20 cm para a produtividade de trigo, em comparação a melhoria na disponibilidade fosfatada na camada 0-10 m. Foram observados ganhos em produtividade na magnitude de 9,4 e 13,7 kg ha-1 de grãos com a elevação de 1 mg dm-3 na camada 0-10 cm e 10-20 cm de profundidade, respectivamente.

(17)

5 10 15 20 25 30 5 10 15 20 25 30 1600 1800 2000 2200 2400 2600 2800

Rendimento = 1972,3 + (9,4*cam.0-10) + (13,7*cam.10-20) R² = 0,75 r = 0,56 P na camada 0-10 cm, mg dm-3 P n a ca m ad a 1 0 -2 0 c m , m g d m -3

Figura 2. Regressão linear múltipla comparando o rendimento de grãos de trigo em função de três níveis de P criados nas camadas de 0,00-0,10 e 0,10-0,20 m. * significativo a 5% da probabilidade de erro.

3.5 Resultados na cultura da soja

Os níveis de P criados nas camadas 0,00-0,10 e 0,10-0,20 m não influenciaram as variáveis altura final das plantas (Tabela 20), rendimento de massa seca da parte aérea (Tabela 22) e peso de mil grãos (Tabela 24) da cultura da soja. No mesmo sentido, não houve influência dos modos de aplicação nas variáveis altura final das plantas (Tabela 21), rendimento de massa seca da parte aérea (Tabela 23), peso de mil grãos (Tabela 25) e rendimento de grãos (Tabela 27) da cultura da soja.

Tabela 20. Altura final das plantas de soja, em pleno de estágio de florescimento, em função de níveis de P nas camadas de 0,00-0,10 e 0,10-0,20 m.

Nível de P Camada diagnóstica

0,0-0,10 m 0,10-0,20 m ...cm... Muito Baixo 75,5 ns 73,1 ns Médio 73,8 ns 75,2 ns Alto 75,3 ns 76,3 ns DMS 4,8 4,8

(18)

Tabela 21. Altura final das plantas de soja, em pleno estágio de florescimento, sob influência da adubação fosfatada na linha de semeadura e à lanço na superfície do solo.

Modo de aplicação Altura de plantas cm

Lanço 74,2 ns

Linha 75,5 ns

DMS 3,2

DMS: diferença mínima significativa. ns: não significativo estatisticamente.

Tabela 22. Rendimento de massa seca da parte aérea (MSPA) da soja em função de níveis de P nas camadas de 0,00-0,10 e 0,10-0,20 m.

Nível de P Camada diagnóstica

0,0-0,10 m 0,10-0,20 m kg ha-1 Muito Baixo 6472,8ns 6501,4ns Médio 6367,8 6141,1 Alto 6694,0 6892,2 DMS 826,1 826,1

DMS: diferença mínima significativa. ns: não significativo estatisticamente.

Tabela 23. Rendimento de massa seca da parte aérea (MSPA) da soja sob influência da adubação fosfatada na linha de semeadura e à lanço na superfície do solo.

Modo de aplicação MSPA

kg ha-1

Lanço 6573,9 ns

Linha 6449,1 ns

DMS 560,6

DMS: diferença mínima significativa. ns: não significativo estatisticamente.

Tabela 24. Peso de mil grãos (P 1000) da soja em função de níveis de P nas camadas de 0,00-0,10 e 0,10-0,20 m.

Nível de P Camada diagnóstica

0,0-0,10 m 0,10-0,20 m kg ha-1 Muito Baixo 177,5 ns 178,0 ns Médio 176,2 ns 177,6 ns Alto 177,6 ns 175,6 ns DMS 6,1 6,1

DMS: diferença mínima significativa. ns: não significativo estatisticamente.

Tabela 25. Peso de mil grãos (P 1000) da soja sob influência da adubação fosfatada na linha de semeadura e à lanço na superfície do solo.

Modo de aplicação P 1000 kg ha-1

(19)

Linha 177,4 ns

DMS 4,1

DMS: diferença mínima significativa. ns: não significativo estatisticamente.

O aumento da disponibilidade de P na camada de 0,10-0,20 m elevou significativamente o rendimento de soja (Tabela 26). A elevação da disponibilidade de P ao nível Alto, em comparação ao nível Muito Baixo (sem aplicação de P) resultou em um ganho de produtividade de 12%. Por outro lado, a adição de P na camada de 0,00-0,10 m, independentemente do nível criado, não resultou em ganhos significativos no rendimento da cultura.

Tabela 26. Rendimento de grãos da soja em função de níveis de P nas camadas de 0,00-0,10 e 0,10-0,20 m.

Nível de P Camada diagnóstica

0,0-0,10 m 0,10-0,20 m kg ha-1 Muito Baixo 2511,4ns 2379,8 b Médio 2437,9 2502,0 ab Alto 2637,6 2705,1 a DMS 286,0 286,0

Médias seguidas de letras minúsculas diferentes na coluna diferem entre si pelo Teste de Tukey, com probabilidade de erro de 5%. DMS: diferença mínima significativa. ns: não significativo estatisticamente.

Tabela 27. Rendimento de grãos da soja sob influência da adubação fosfatada na linha de semeadura e à lanço na superfície do solo.

Modo de aplicação Rendimento kg ha-1

Lanço 2473,4 ns

Linha 2584,5 ns

DMS 194,1

DMS: diferença mínima significativa. ns: não significativo estatisticamente.

4. CONCLUSÕES (salientar os objetivos iniciais e mostrar se alcançados)

Um dos objetivos iniciais do projeto era avaliar a influência da aplicação de P na camada 0,10-0,20 m na produtividade de culturas agrícolas anuais. O rendimento de milho foi positivamente influenciado pela elevação da disponibilidade de P em subsuperficie, porém em maior magnitude à fertilidade construída na camada 0,00-0,10 m. O rendimento de trigo também respondeu à adubação em ambas as camadas, contudo a resposta mais significativa foi observada com a adubação fosfatada na camada 10-20 cm. Já no terceiro, o rendimento da soja apenas foi influenciado pela adubação na camada 10-20 cm, não havendo resposta pelos níveis de adubação na camada superficial do solo. Para resultados mais concisos, contudo, é necessária uma avaliação mais prolongada, com um maior número de cultivos.

(20)

linha de semeadura, sob diferentes níveis de fertilidade do solo. A adubação fosfatada na linha de semeadura resultou em maior rendimento de milho e trigo em comparação à adubação a lanço. Contudo, na cultura da soja, não houve efeito diferenciado entre os modos de adubação.

Para resultados mais concisos, no entanto, é necessária uma avaliação mais prolongada, através de maior número de cultivos sucessivos.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARBOSA, N. C. et al. Distribuição vertical do fósforo no solo em função dos modos de aplicação. Biosci Journal, v. 31, n. 1, p. 87-95, 2015.

COMISSÃO DE QUÍMICA E FERTILIDADE DO SOLO – CQFS RS/SC. Manual de calagem e adubação para os Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. 11. ed. Porto Alegre, SBCS/NRS, 2016. 376 p.

EMBRAPA. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Sistema Brasileiro de Classificação do Solo - SIBCS. 3 ed., Brasília –DF, 2013. 353 p.

GATIBONI, L.C. et al. Formas de fósforo no solo após sucessivas adições de dejeto líquido de suínos em pastagem natural. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.32, p.1753‑1761, 2008. KLEPKER, D.; ANGHINONI, I. Características físicas e químicas do solo afetadas por métodos de preparo e modos de adubação. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 19, p. 395-401, 1995. MODEL, N. S.; ANGHINONI, I. Resposta do milho a modos de aplicação de adubos e técnicas de preparo do solo. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 16, p. 55-59, 1992.

MURPHY, J. RILEY, J. P. A modified single solution method for the determination of phosphate in natural waters. Analytica Chimica Acta, v 27, p. 31-36, Oxford, 1962.

NUNES, R. S. et al. Distribuição de fósforo no solo em razão do sistema de cultivo e manejo da adubação fosfatada. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 35, p. 877-888, 2011.

OLIVEIRA JUNIOR, A.; CASTRO, C. Manejo da adubação fosfatada em solos de Cerrado: qual é o custo agronômico da operacionalidade da aplicação a lanço? Anais: Workshop CTC Agricultura, p. 21-26. Rio Verde, 2013.

SANTOS, D. R. et al. Fatores que afetam a disponibilidade do fósforo e o manejo da adubação fosfatada em solos sob sistema de plantio direto. Ciência Rural, v. 38, n. 2, p. 576-586, 2008. SOUSA, D. M. G.; REIN, T. A. Soil fertility evaluation and control for annual crops in the Cerrado. Better Crops, v. 95, n. 3, 2011.

TEDESCO, M. et al. Análise de solo, plantas e outros materiais. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre 1995, 174 p.

19 DE SETEMBRO DE 2018, LUCIANO COLPO GATIBONI.

Observações:

Terceiro relatório parcial, apresentando também as informações obtidas e apresentadas no primeiro e segundo relatórios.

Referências

Documentos relacionados

185, do CTN que na hipótese de o devedor tributário, devidamente citado, não pagar nem apresentar bens à penhora no prazo legal e não forem encontrados bens penhoráveis, o

Neste teste, foram mantidas as localizações para todos os sistemas (Figura 49), mas na configuração de frequências C2 (Figura 45), que considera dois sinais PMSE

Medidas foram tomadas para aumentar e controlar a aumentar e controlar a aumentar e controlar a aumentar e controlar a aumentar e controlar a produção e a comercialização no

VII.2 - Na impossibilidade de se constituir CEP, a instituição ou o pesquisador responsável deverá submeter o projeto à apreciação do CEP de outra instituição,

I – formular e zelar pelo cumprimento das normas relativas à utilização humanitária de animais com finalidade de ensino e pesquisa científica;.. II –

procedimentos para o uso científico de animais, e dá outras providências. 1 o As atividades e projetos que envolvam a criação e utilização de animais de laboratório

problemas gerados no interior do próprio mun s normativamente asseguradas, mas não com ais aquelas que constroem mulheres, negros e Com isso, Fraser procura

Excepcionalmen- te, o encontro foi realizado na sede da Adminisrração do Distrito Agro Industrial (DAIA), onde, mais uma vez, uma comiti- va da Federação das Indústrias do Estado