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ASSOCIACÃO BR~SILEIRA DE ESTUDOS DO QUATERNÃRIO 3 9 C O N G R E S S O RESUMOS BELO HORIZONTE JUNHO

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ASSOCIACÃO BR~SILEIRA DE ESTUDOS DO QUATERNÃRIO 3 9 C O N G R E S S O ~ PUBLICAÇAO ESPECIAL RESUMOS BELO HORIZONTE JUNHO 1991 1 ~ co co o

(2)

,i ESTUDO PALEOECOLóGICO NO BRASIL CENTRAL: Nota Preliminar-lI

\'

K. R . FERRAZ- VI CENTI NI (1) M.L.SALGADO-LABOURIAU(l) L. MARTI N (2) K.SUGUIO (3) B.TURCQ (2) V. CASSETI (4)

(1) Depto de Geologia Geral,IG, UnB , CEP 70910, Brasília-DF.

(2) ORST~Pq (França/Brasil ).

(3) Institu t o de Ge o c i ênc i a s, USP, são Paulo-SP.

(4) Depto de Geografia, UFGO, Goiânia-GO.

Muito se desconhece da pa l eoecol o gia das terras ba ixas tropicais.

Alguns exemplos podem ser citados corno os estudos realizados na

Colômbia por T.A.Wymstra e T. van der Hamme n , na Venezuela por

M.L.S a l g a d o - La b o u r i a u , no Brasil, na Bac i a Amazônica, por M.L.

Absy, en~re poucos outros.

No Brasil Central, até o presente momento, nenhum dado paleopali

-nológico consta na literatura. Para tan t o , es t á sendo feita a

aná l i s e palinológica de um testemunho de sondagem (core) de 2,80m

de profundidade numa vereda em Cromínia-GO. Entende-se po r vereda

ou buritizal, urna vegetação de brejo pe r man e n t e , localizada em fundos de vales, cujas planta s domin antes são as gr amí n e a s e os buritís (Eiten,1983) . O burití que caracteriza fis i o n o mi c a me n t e

a presença de urna vereda no Bras i l Centr a l é a Mauritia vinifera .

Além da análise palinológica do sedimento, foram feitas análises

de superfície, a título de compar a ç ão com os níveis an t i g o s . A

.v e r e d a analisada neste tra b alho,n ão existe mais tendo sido queima

da há alguns anos . Por isto, 4 amost ra s de superfície foram reti=

radas de urna mata de ga l e r ia em fr e n t e â vereda (amostras SI, S2,

s3 e S4) e 4 num lago situado um po u c o acima do local da vereda

(amo stras LI, L2, L3 e L4). O objetivo desta amo s t r a g e m foi o de

conhecer quais os elementos importantes na deposição de polem e

esporos da região, par a caracteriz ar o conjunt o de polem e es p

o-ros deste tipo de vegetaçã o.

O core foi retirado por um vi bro-testemunhado r elaborado por L.

Martin e J-M. Flexor (1989) e cons i ste , resumidamente, num tubo de al u mí n i o que pe n et r a no sedimento por meio de um vibr ador de homogeneização de concreto usa d o na enge n ha ria civil.

O ma t e r i a l en t ã o retirado, foi divid i do para es t u d o em di feren-tes áreas corno sedime nto logia , dat a ç ã o rad i o carbônic a, geo mo r f o -lo g i a, geoquímica e pal eoecol o g i a. Po r t anto, o trab alho aquí apr~

sentado fa z part e de um estudo mul t i d i s c i p l i n a r .

O sedimento está sen do est u dado de 5 em 5 cm da bas e para o to p o, sendo que 4 amost r as (A, B, C e D) foram retiradas à distâncias

(3)

de 50 em 50 cm, a pa r t i r do nível n9 4, para se ter uma id é i a ger a l . No entanto, a lei t u r a dos níveis de 5 em 5 cm jã ch e g o u per

to do nível designado como A, que passa então a ser o nível n9 15:

o

tratamento dado à to d a s as amos t r a s foi: 1. Introdução do polem

exó ~ i co Kochia scop ariaj 2. KOH-1 0%j 3. Acetólisej 4. Técn i c a de

HC1-10%j 5. Técnica de HF; 6. Inclusão em óleo de silicone .

Pa r a se determinar qua n do para r a contagem dos palinomorfos por

ní v e l , foi utilizada uma curva de saturação (5algado- Labo uria u ,

1977) , onde se considera que a curva saturou quando são cont a d o s

100 grão s de polem e esporos de pteridófitas sem que ocorr a

ne-nhum tipo no v o. Fo i pré-estabelecido para a contagem um mínimo

de 500 pali nomorfos , novamente en tre grãos de po l em e esporos de pteridófitas.

Da anãlise feita at é o presente momento , constatou-s e que da b

a-se do te s t e mun ho até 275 cm de profun did a de, o sedimento não con

-tém palinomo r fos , o que indica que estamos estudand o a vere d a

desde sua última formação. A partir de 264 cm, pal i nom o rfo s foram encon t r ado s , de n t r e os quais, os grãos de polem são os mais abu n

-dantes (Fig. 1) . A concentração de es p o r o s de pter i d ó fi t a s é

muito baixa em relação ao polem total. As algas são freq ue ntes e

oscil am em conce n t r a ç õ e s razoavelmente al t a s . Os es p oros de fun

-gos têm uma alta concentraçã o nas amostras de superf ície ,

pro-vavelmente de v i d o ao fato de ainda não terem sido destru í dos e

um pico mãximo no nível 3, diminuindo em direção ao topo. Os

grãos de pole m e esporos de pt e r i d ó f i tas "indistintos" (q uebra

-dos ou muito amas s a d o s ), são frequentes. No entan to , a quan t ida d e

bem preservada foi maior que o dobro.

Dentre os grãos de polem do se d i men to (Fig. 2) , as gramí neas

do-minam fortemente (51% a 86%) , seguidas pelas compostas (na

figu-ra como o elemento principal dos outros elemento s : ar b ó reo s,

herbãceos ou arbustivos) e Cyperãceas (elemento dominante das her

-bã ceas). Os grãos de polem arbóreo oscilam de baixa a muito ba i

-xa porcentag em (1% a 3% do polem total) e as algas mostram picos

mãx i mos nos níveis 9, 10, B e D. Nas amostras de super fície da

mata de galeria (51, 52, 53 e 54) , hã domínio do s grã o s de pole m

arb óreo (37%a 52%) e, embo r a nenhuma pla nta aqu ã t i c a te n h a sido enco n t rada, Isoê t e s e al g a s ap a r e c e m em baixa frequê n c ia. Nas

amostra s do lago (Ll, L2, L3 e L4) , hã uma divisão de domínio

entre as gramí neas e os ou tros elementos mais as herbãceas; alta

porcentagem de Is o ê t e s e algas. O polem arbóreo e aquãtico est ão

em ba ix a freq uência .

Como primeira aproxima ç ã o, po de-s e dizer qu e no s pr ime i r o s 68 cm

a partir da base on de a an ã lise jã foi feita co m de talh e, o

con-junto de palinomorfos re p rese n t a uma vegetação bre josa no local

da amostr agem com polem de Maur itia , o qu e caracte r iza uma vereda.

~ imp o rt ante des tacar, que o níve l 10 apre s e n to u resto s orgânico s

car b o nizad o s em abundância, su ge r ind o uma queima d a na região. Não

ho u ve que i ma no lo c a l de coleta (vere da) po rq ue o polem estã bem pre s e r v a d o.

(4)

As análises se rão continu adas e urna int e rp r eta çã~ paleoecológica ma i s de t alh a d a só se rá possí v el quando to d o o cor e tiv e r sid~

an a l i s a do e as idades ra diocarbâ n i c a s n~s forem envi a d a s.

REFER~NCIAS:

ABSY, M.L ., 198 5. Palynolo g y of Arnazonia. The His t o r y of the For est s as Revealed by the Palynological Reco rd. In: Pranc e G.T. e Lovejoy, T.E. Arnaz onia ~ Envi r onrnent s, Oxfo rd, Pe r gamon Press. p. 72-82.

EI TEN , G., 198 3. Classific a çã o da vegetação do Bra s i l . Cons elho

Nacional de Desenvolvimento Cientl f i co e Tecn~lógico, Brasí

-li a . 30 5 pp.

MARTIN, L. e FLEXOR, J -M. , 198 9. Vi bro-~estemunhaàor Le v e: Cons -trução, Ut ilização e po s sibilidad8s. 11 Co n g re s s o da As s oci

a-çã o Bras i le ir a de Estudos do Quaternár io. Publicação Especial nQ 1, 15pp.

SALGADJ-LABOURIAU, M.L. , 19 7 7. Paleo ec ologic analysis of a Late Quate rnary Terrac e from Mucubají , Venezu elan Andes. Journal of Biogeography , 4: 31 3- 325.

SALGADO-LABJURIAU , M.L . , 19 8 0. A pollen"di a g r am of the

Pleistoc ene-Hol oc en e BJund a r y of Lake Va lenc i a , Venezue la.

Re view of Palae obot a ny an d Palyn'Jlogy, 30: 297- 312.

WYMSTRA, T.A. e HAM~EN, T. va n der, 19 6 6. Palynological data of

the History of Trop ical Savan a s in Nor t he r n S~ uth Arnerica.

Lei d Ge og. Meded. 38: 71 -90.

LEGENDAS

FIGURA 1 - Diag ra ma de Ab u nd ânc ia dado em grão s

p

~r

cm3. Observ e as mudanças de es cal a de um ti p o de palin~mo rf o para

J outro.

FIGURA 2 - Dia grama da sorna de pol em junto com as cu r va de

Iso~t es e alga s, dadas em porcentag em do polem total. As curvas de Iso~tes e alg as são fornec i d a s a titulo de comp a r a ç ão com a curva da s plantas aquáticas.

~

~ I~~~ pol em ar b óreo pol em herbáce ~ polem de out r o s ele men tos X3

c==J

polem aquáti co

I

:::~l

polem de gramínea s

(5)

Referências

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