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Inclusão digital e educação: uma avaliação do ProInfo em Sobral/CE

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Academic year: 2021

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(1)1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS. ANTONIA ZENEIDE RODRIGUES. INCLUSÃO DIGITAL E EDUCAÇÃO: UMA AVALIAÇÃO DO PROINFO EM SOBRAL/CE. NATAL 2017.

(2) 2. ANTONIA ZENEIDE RODRIGUES. INCLUSÃO DIGITAL E EDUCAÇÃO: UMA AVALIAÇÃO DO PROINFO EM SOBRAL/CE. Dissertação submetida ao Programa de PósGraduação em Ciências Sociais – PPGCS para a obtenção do título de Mestra em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN. Orientador: João Bosco Araújo da Costa. NATAL 2017.

(3) 3. Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes – CCHLA Rodrigues, Antonia Zeneide. Inclusão digital e educação: uma avaliação do ProInfo em Sobral/CE / Antonia Zeneide Rodrigues. - 2017. 177f.: il. Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes. Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais. Orientador: Prof. Dr. João Bosco Araújo da Costa.. 1. Educação. 2. Inclusão Digital. 3. Programa Nacional de Tecnologia Educacional (ProInfo). 4. Tecnologias de Informação e Comunicação. 5. Políticas Públicas. I. Costa, João Bosco Araújo da. II. Título. RN/UF/BS-CCHLA. CDU 37.

(4) 4. ANTONIA ZENEIDE RODRIGUES. INCLUSÃO DIGITAL E EDUCAÇÃO: UMA AVALIAÇÃO DO PROINFO EM SOBRAL/CE. Banca Examinadora. ___________________________________________________________ Prof. Dr. Lincoln Morais de Souza Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN _________________________________________________________ Prof. Dr. Francisco Alencar Mota Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA. __________________________________________________________ Prof. Dr. João Bosco Araújo da Costa Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN (Orientador). NATAL 2017.

(5) 5. AGRADECIMENTOS. Em um trabalho de dissertação há uma série de atores que influenciam direta ou indiretamente no processo de criação. Muitos são os desafios encontrados no percurso; porém, ao olhar para traz, só resta agradecer aos que propiciaram a sua construção. Geralmente utilizamos a palavra “obrigada”, cuja etimologia vem do latim, obligatus, do verbo obligare, que significa “ligar”, “amarrar”, uma abreviação de “fico-lhe obrigado”, ou “fico ligado pelo favor que me fez”. Utilizar-me-ei do termo para prestar os meus agradecimentos, mesmo sabendo que, na maioria das vezes, o mesmo seja insuficiente para expressar o nível de gratidão. Primeiro, agradeço ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais – PPGCS, na pessoa do Coordenador, Prof. Dr. Alexsandro Galeno Araújo Dantas, em cujo nome estendo também meus agradecimentos aos demais professores que fizerem parte da construção da minha carreira acadêmica no Mestrado, com suas reflexões acerca dos temas propostos nas disciplinas que lecionaram. Não posso esquecer de agradecer também ao Jefferson e ao Otânio Costa, que souberam tão bem prestar todas as informações acadêmicas de forma rápida, atenciosa e eficaz, e a imensa ajuda para que eu atravessasse esses dois anos de pós-graduação de maneira regular. Agradeço imensamente ao meu orientador, Prof. Dr. João Bosco Araújo da Costa, primeiramente, por ter me aceito como orientanda, propiciando meu ingresso no Mestrado, como também por ter me introduzido no estudo de Políticas Públicas, além de sua paciência e dedicação nas orientações do presente trabalho, cobrando sempre o melhor de mim, e por sua preocupação com o meu desenvolvimento acadêmico e pessoal. Além de agradecer a Base de pesquisa Poder Local, Desenvolvimento e Políticas Públicas, que se constituiu como um local de apoio para meus estudos no decorrer do Mestrado. Agradeço a disponibilização do espaço equipado com materiais que auxiliaram de forma significativa os estudos, pesquisas, bem como a formação acadêmica. Representando ainda um espaço de troca de aprendizados, no qual estendo meus agradecimentos a todos que fazem parte do Grupo de Pesquisa Poder Local, Desenvolvimento e Políticas Públicas – GDPP. Meu muito obrigada! Também destino meu obrigada aos membros da Banca Examinadora, o Prof. Dr. Lincoln Moraes de Souza, que desde a qualificação acompanha o presente trabalho, as contribuições construtivas para o seu desenvolvimento. E ao Prof. Dr. Francisco Alencar.

(6) 6. Mota, por ter aceitado o convite de fazer parte da Banca Examinadora, levando em consideração que já foi meu orientador na graduação, contribuindo para a construção da minha monografia. Nesses dois anos de Mestrado construí laços de amizade que levarei para sempre em minha memória, agradecendo também aos amigas e amigos que me ajudaram a vivenciar esse período através do companheirismo, risos e carinho, dentre eles cito Marlla Suéllen, Ana Carolina França, Karla Danielle, Juliana Magalhães, Clécio Jamilson, Sidney Oliveira, Fátima Lúcia, Áquila Ribeiro e outros que porventura tenha esquecido de mencionar. Agradeço a todas as escolas pesquisadas, em nome dos diretores, coordenadores, professores e alunos, e dos atores estratégicos que me cederam parte do seu tempo para as entrevistas e aplicação de questionários, pois, sem eles, a pesquisa de campo não seria possível. Aos meus familiares: minha mãe e amiga Raimunda Lopes Soares, a quem agradeço toda força e apoio, principalmente quando saí de casa para morar em Natal/RN; minhas irmãs, Zelândia Soares Rodrigues, Zenaira Soares Rodrigues e Thaíla Bezerra Rodrigues; a minha sobrinha Bárbara Soares Passos por alegrar os meus dias. E todos os outros familiares que me apoiaram de alguma forma, sobretudo por entenderem minha temporária ausência de seu convívio para me dedicar aos estudos. Agradeço a Dona Maria (in memoriam), que me acolheu tão carinhosamente em Natal, na primeira vez que estive nessa cidade para a seleção do Mestrado, seu apoio, sem ao menos me conhecer. Sempre levarei comigo a imensa gratidão, assim como o lamento pelo adeus que não pude dar por estar no campo desenvolvendo a pesquisa empírica quando de seu falecimento. Sei que onde quer que esteja, estará muito feliz com a conclusão da minha dissertação. Meu muito obrigada ao meu namorado pelo companheirismo e todo apoio na minha mudança para Natal, pela paciência, cuidado, compreensão, dedicação, carinho, apoio, por ter me recebido em sua casa por meses para a realização da pesquisa de campo, pelas orientações referentes ao trabalho, por se fazer presente na minha vida de maneira tão forte e singular. Enfim, a todos aqueles que de diferentes maneiras contribuíram para a realização do trabalho, e, principalmente, a CAPES, agencia financiadora da pesquisa. Segundo Wright Mills, “A própria habilidade de esforço, vencimento das dificuldades se plasmam no produto produzido pelo artesão. Ele tem uma visão ‘acabada’ do produto, o que lhe dá uma satisfação particular” (2009, p. 61). Não há nada melhor do que visualizar o trabalho concluído. Certamente, como descreve Mills, trata-se de uma satisfação.

(7) 7. pessoal, para o que corroboraram muitas pessoas que fizeram parte do processo. Portanto, só resta dizer: Muito Obrigada!.

(8) 8. “Não é suficiente ter a mente livre se nossas palavras não podem circular tal como as palavras dos outros” (Quanto ao direito à Inclusão Digital – Sérgio Amadeu da Silveira).

(9) 9. RESUMO. As novas Tecnologias de Informação e Comunicação – TICs produziram modificações em todas as esferas da vida social, em especial na educação, no campo da política e nas formas de sociabilidades. No entanto, nem todos tiveram acesso às tecnologias, ampliando as formas de desigualdades já existentes. Também surgiu uma nova forma de privação, e, nesse contexto, se inserem as Políticas Públicas de Inclusão digital. Nesse sentido, a pesquisa “Inclusão Digital e Educação: Uma avaliação do ProInfo em Sobral/CE” teve como objetivo avaliar a efetividade do Programa Nacional de Informática na Educação – ProInfo no município de Sobral, no estado do Ceará. Mais especificamente, os objetivos se constituíram em: investigar sobre o uso das TICs pelos professores no processo de ensino-aprendizagem; Observar como se dava a utilização dos laboratórios de informática pelos estudantes; Avaliar a efetividade do ProInfo pela ótica dos estudantes, professores e gestores; Investigar se o ProInfo contribuiu para a inclusão digital dos estudantes; Avaliar a efetividade do ProInfo. O processo metodológico da pesquisa constitui-se em aplicação de questionários, entrevistas individuais semiestruturadas e grupos focais. Os principais resultados obtidos na avaliação da efetividade do ProInfo, de acordo com os indicadores, demonstraram insuficiências na infraestrutura dos laboratórios de informática, além de lacunas quanto a utilização das TICs no processo de ensino-aprendizagem. Evidenciou-se, ainda, a relação dos alunos com a tecnologia, restringindo o uso de smartphones e redes sociais. Diante desse quadro, se torna inviável a inclusão digital da comunidade escolar, visto que os outros objetivos não aconteceram de forma efetiva. Palavras chave: Inclusão digital. Educação. ProInfo. TICs. Políticas Públicas..

(10) 10. ABSTRACT. The new Technologies of Information and Communication - TICs the spheres of the social life had produced modifications in all, in special in the education, the field of the politics and the forms of sociability. But, however, nor all had had access to the technologies extending the forms of accented inequalities already. Also they had produced a new form of privation and in this context if they insert the Public Politics of digital Inclusion. In this direction, the research “Digital Inclusion and Education: An evaluation of the ProInfo in Sobral/CE” had as objective to evaluate the effectiveness of the National Program of Computer science in the Education - ProInfo in the city of Sobral in the Ceará. The objectives if had more specifically constituted in: to investigate on the use of the TICs for the professors in the teach-learning process; To observe as if gave the use of the laboratories of computer science for the students; To evaluate the effectiveness of the ProInfo for the optics of the students, professors and managers; To investigate if the ProInfo contributed for the digital inclusion of the students; To evaluate the effectiveness of the ProInfo. The methodological process of the research consists in application of questionnaires, individual interviews semi structuralized and groups focal. The main results gotten in the evaluation of the effectiveness of the ProInfo, in accordance with the pointers, had demonstrated insufficiencies in the infrastructure of the computer science laboratories, beyond gaps how much the use of the TICs in the teachlearning process, still proved the relation of the pupils with the technology restricting the use of smartphones and social nets. Ahead of this picture, if it becomes impracticable the digital inclusion of the pertaining to school community, since the other objectives had not happened of form accomplish.. Words key: Digital inclusion. Education. ProInfo. TICs. Public politics..

(11) 11. LISTA DE GRÁFICOS. Gráfico I. Indivíduos que nunca usaram a internet (2014)........................................ 64. Gráfico II. O que foi planejado e o que foi realizado................................................. 90. Gráfico III. Quantitativo do sexo dos alunos pesquisados........................................... 114. Gráfico IV. Quantitativo referente a idade dos alunos pesquisados ........................... 115. Gráfico V. Respectivo ao local e moradia dos alunos................................................ 116. Gráfico VI. Com quem os alunos moram.................................................................... 117. Gráfico VII. Quantas pessoas trabalham na família...................................................... 118. Gráfico VIII. Profissão dos Pais..................................................................................... 118. Gráfico IX. Profissão das Mães................................................................................... 119. Gráfico X. Renda mensal das famílias........................................................................ Gráfico XI. Quantitativo de alunos que possuem ou não possuem computador em casa.......................................................................................................... 136. Gráfico XII. Alunos que possuem ou não celulares...................................................... Gráfico XIII. Proporção de usuários de internet, por dispositivo utilizado para acesso individual (2014-2015)........................................................................... 137. Gráfico XIV. Grau de conhecimentos de informática dos alunos.................................. 144. Gráfico XV. Os “usos da internet” pelos alunos........................................................... 120. 137. 144.

(12) 12. LISTA DE FIGURAS. Figura I. Esquema dos principais conceitos de SEN (1993;2000)................................ 54. Figura II. Liberdades Instrumentais (Sen, 2000)............................................................ 58. Figura III. Modelo representativo da Political Life (Easton)........................................... 73. Figura IV. Ciclo das Políticas Públicas (Secchi 2010).................................................... 75. Figura V. Capacitação de Recursos Humanos do ProInfo.............................................. 88. Figura VI. Estratégias de capacitação do ProInfo (MEC)................................................ 91. Figura VII. Estrutura operacional do ProInfo Integrado – Ceará...................................... 94. Figura VIII. Mapa de Sobral: Divisão Distrital.................................................................. 110. Figura IX. Mensagem de uma aluna no questionário...................................................... 138. Figura X. Placa de proibição do celular nas salas de aula.............................................. 139. Figura XI. Mapa do Cinturão Digital............................................................................... 148.

(13) 13. LISTA DE TABELAS. TABELA I. Políticas Públicas de Inclusão Digital no Brasil....................................... 82. TABELA II. O que foi programado e o que foi realizado............................................ 90.

(14) 14. LISTA DE SIGLAS. ABEP – Associação Brasileira de Empresas e Pesquisas ANATEL – Agência Nacional de Telecomunicações CDTC – Centro de Difusão da Tecnologia e Conhecimento CED – Centro de Educação a Distância CGI.BR – Comitê Gestor da Internet no Brasil CMC – Comunicação Mediada por Computador CMSI – Cúpula Mundial sobre a Sociedade da Informação CONSED – Conselho Nacional de Secretários da Educação CONTEL – Conselho Nacional de Telecomunicações CREDE – Coordenadoria Regional de Desenvolvimento da Educação DIED – Departamento de Informática na Educação à Distância EMBRATEL – Empresa Brasileira de Telecomunicações IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IFCE – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico, Cultural e Artístico Nacional LEI – Laboratório Educacional de Informática MC – Ministério das Comunicações MCTI – Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação MEC – Ministério da Educação NTE – Núcleo de Tecnologia Educacional ONU – Organização das Nações Unidas PC – Computadores Pessoais PROINFO – Programa Nacional de Informática na Educação PROINFO INTEGRADO – Programa Nacional de Formação Continuada em Tecnologia Educacional RENPAC – Rede Nacional de Comunicação de Dados por Computação de Pacotes SEDUC – Secretaria de Educação do Governo do Estado do Ceará SEED – Secretaria de Educação a Distância SNCTI – Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação.

(15) 15. TCU – Tribunal de Contas da União TIC – Tecnologia de Informação e Comunicação UECE – Universidade Estadual do Ceará UFC – Universidade Federal do Ceará UIT – União Internacional de Telecomunicações das Nações Unidas UNDIME – União dos Dirigentes Municipais de Educação.

(16) 16. SUMÁRIO. 1.. INTRODUÇÃO......................................................................................................... 17. 2.. AS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO – TICS E A DESIGUALDADE DIGITAL.................................................................................. A Emergência das novas Tecnologias de Informação e Comunicação....................... 26. 2.1.1 Informação, Comunicação e Conhecimento................................................................ 35. 2.1.. 26. 2.2. As mudanças sociais ocasionadas pelas Tecnologias e Informação e Comunicação............................................................................................................... 38. 2.3. As TICs: Novas capacidades e forma de privação..................................................... 54. 2.4. As TICs e a desigualdade digital no Brasil.................................................................. 61. 3.. POLÍTICAS PÚBLICAS E INCLUSÃO DIGITAL.............................................. 70. 3.1. Políticas Públicas e Avaliação de Políticas Públicas ................................................. 70. 3.2. Políticas Públicas de Inclusão Digital no Brasil.......................................................... 81. 3.3. Programa Nacional de Informática na Educação - PROINFO: Uma breve apresentação................................................................................................................. 86. 4.. AVALIAÇÃO DO PROINFO NO MUNICÍPIO DE SOBRAL........................... 97. 4.1. O ProInfo no município de Sobral............................................................................... 4.2. Procedimentos metodológicos da pesquisa ................................................................ 103. 4.3 4.3.1 4.3.2 4.4. 108 108 114. 4.4.1 4.4.2 4.4.3 4.4.4 4.4.5. O campo e os sujeitos da pesquisa ............................................................................ O campo..................................................................................................................... Os Sujeitos: os Alunos............................................................................................... A avaliação da efetividade do PROINFO em Sobral: Apresentação dos resultados.................................................................................................................... A utilização das TICs no processo de ensino-aprendizagem...................................... Papel da escola na Inclusão Digital............................................................................ “Nativos Digitais”: A relação dos alunos com a tecnologia...................................... A infraestrutura física dos Laboratórios Educacionais de Informática - LEI ............ Algumas considerações: A Efetividade do ProInfo..................................................... 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................... 159. REFERÊNCIAS......................................................................................................... 163. APÊNDICES.............................................................................................................. 168. ANEXOS..................................................................................................................... 178. 97. 121 122 132 135 146 153.

(17) 17. 1. INTRODUÇÃO. Nas últimas décadas, temos vivenciado o que diversos autores (Castells 1999; 2003; Lévy 1999; Warschauer 2006) têm denominado revolução científica e tecnológica, em larga escala. Uma das características desse processo, dentre outras, é o desenvolvimento das denominadas “Tecnologias de Informação e Comunicação – TIC”, as quais provocaram mudanças significativas na vida social, que podem ser visualizadas em diversas esferas, tais como, na política, na economia, nas formas de sociabilidades, na cultura e na educação. Cada uma dessas esferas sofreram transformações significativas nesse processo que serão sinalizadas a seguir. Na esfera da política as novas Tecnologias de Informação e Comunicação provocaram mudanças, tais como o surgimento do governo eletrônico (e-gov)1, portais de transparência governamentais, uso das redes sociais nas campanhas eleitorais, entre outros. Existem ainda novas formas de participação política propagadas nas redes sociais, visto que atingem um grande número de pessoas em um curto espaço de tempo, tendo em vista a formação de movimentos sociais e manifestações que são marcadas via redes sociais. No que se refere à esfera econômica, a geração/difusão das novas tecnologias, tais como a microeletrônica e as tecnologias digitais de comunicação e informação, acarretaram uma nova forma de organização de produção, distribuição de mercadorias e de bens, gestão do mercado econômico, que consequentemente obtiveram o aumento nas taxas de crescimento e produtividade. A difusão de novas tecnologias também provocou mudanças nas relações, organização e especialização do trabalho. Outro aspecto considerável foi à descentralização das empresas e o aumento da autonomia nas pequenas e médias empresas. Criou-se, ainda, a perspectiva de mercado virtual, compras online com a possibilidade de adquirir produtos e serviços, possibilitando novas formas de acumulação de capital advindas da disseminação da internet. Em termos de relações interpessoais, no que se refere às formas de sociabilidades, percebe-se uma nova forma de se relacionar. Com a popularização da internet entre os anos 1980 e 1990, logo em seguida, com a criação das redes sociais ocorreu um processo de ampliação de possibilidades de interação que passaram a acontecer via computador e 1. “O desenvolvimento de programas de Governo Eletrônico tem como princípio a utilização das modernas tecnologias de informação e comunicação (TICs) para democratizar o acesso à informação, ampliar discussões e dinamizar a prestação de serviços públicos com foco na eficiência e efetividade das funções governamentais” Disponível em: <http://www.governoeletronico.gov.br/o-gov.br>. Acesso em 20 fev. 2016..

(18) 18. recentemente via internet móvel presente nos celulares. Nelas estão presentes relações que ora diferem das conversas “face a face”, ora se assemelham, pois foi criada uma nova forma de sociabilidade que perpassa pelo mundo virtual. Nesse sentido, as relações sociais passam a ser permeadas pelos aparatos tecnológicos, ocasionando uma sociabilidade virtual. As pessoas passaram a viver “conectadas”, termo esse usado para caracterizar as novas formas de relações interpessoais consequência desse desenvolvimento tecnológico digital. Quanto às mudanças culturais, o desenvolvimento da rede mundial de computadores (internet), e, posteriormente, das redes sociais, como também a emergência de aparatos tecnológicos (computador, notebooks, smartphones, celulares, tablets), hoje presentes na vida social, constituíram um marco significativo para a criação de um novo tipo de cultura, denominada, “Cibercultura”, que é “o conjunto de técnicas (materiais ou intelectuais) de práticas, de atitudes, de modos de pensamento e de valores que se desenvolvem juntamente com o crescimento do ciberespaço” (LÉVY, 1999, p. 17). Sendo criada uma cultura virtual, com modificações nas práticas sociais, atitudes, modos de pensamento e valores, que englobam os aspectos já mencionados em um campo virtual, o que Castells denomina “Cultura da virtualidade real” (1999). Nesse sentido, a interação social é engendrada por uma nova cultura com um viés virtual, fazendo parte dos costumes e sociabilidades da sociedade contemporânea. São perceptíveis as mudanças na Educação, levando em consideração a relação com o conhecimento e na forma como são disseminadas as informações. Chamando atenção para as alterações provocadas, especialmente no processo de ensino-aprendizagem, tendo em vista o grande número de informações que estão dispostas na rede mundial de computadores, que Lévy denomina “dilúvio de informações” (1999). Em consonância com o que foi demonstrado, percebe-se que com o advento das novas TICs, a escola como uma instituição moderna especializada na formação e no processo de ensino-aprendizagem de crianças e jovens, obtém uma nova ferramenta que pode ser associada a esse processo. As bibliotecas, além dos livros físicos, passam a existir em formatos virtuais, e são facilmente compartilhados e armazenados em dispositivos eletrônicos, assim como também as enciclopédias, antes, compostas por livros gigantescos atualmente se transformam em bits, no qual, segundo Negroponte (1995), “os bits substituem os átomos”. O saber é virtualizado e se torna fluido, sendo que o desafio passa a ser, como filtrar as informações e transformá-las em conhecimento..

(19) 19. Diante dos aspectos mencionados, vale ressaltar que “a tecnologia não determina a sociedade: incorpora-a, mas a sociedade também não determina a inovação tecnológica: utiliza-a” (CASTELLS; CARDOSO, 2005, p. 43). Existe uma utilização dos aparatos tecnológicos no cotidiano social, que trouxe inúmeras modificações significativas nas formas de sociabilidades, consequência da incorporação tecnológica. O mundo passou a ser uma “sociedade em rede” (CASTELLS, 1999) tendo como característica principal a “era informacional”, com a extrema valorização do conhecimento e da informação. Após destacar as transformações sociais trazidas pelas TICs, e elencar, mesmo que de maneira sucinta, algumas mudanças ocasionadas pela revolução tecnológica, vale ressaltar que nem todos tiveram ou tem acesso às TICs, tanto no que se refere aos aparatos tecnológicos, quanto ao acesso à rede mundial de computadores e seus serviços. “Na verdade, há grandes áreas do mundo e consideráveis segmentos da população que estão desconectadas no novo sistema tecnológico [...]” (CASTELLS; CARDOSO, 2005, p. 52). Ainda segundo o autor, a velocidade da difusão tecnológica é seletiva, pois aconteceu no mundo de uma forma intensa, e ao mesmo tempo irregular. Mesmo que nas últimas décadas tenham acontecido mudanças significativas no processo de inclusão digital e que a cada dia esses percentuais se modifiquem. Nessa perspectiva, Amartya Sen (2000; 1993) destaca que a vivência de uma “privação” afeta a ampliação das “capacidades”; consequentemente impossibilita o desenvolvimento pleno do indivíduo como agente em busca de sua “liberdade”. Sen destaca ainda que as “liberdades individuais substanciais” que se constituem na capacidade de evitar a pobreza, o comprometimento da vida, saber ler e escrever e fazer cálculos aritméticos, participação política e liberdade de expressão. Nesse sentido, “ter mais liberdade melhora o potencial das pessoas para cuidar de si mesmas e para influenciar o mundo” (SEN, 2000, p.23). Nesse contexto contemporâneo de expansão e consolidação das novas Tecnologias de Informação e Comunicação, as quais instituem uma nova forma de privação e exclusão social, as políticas públicas de inclusão digital podem constituir numa possibilidade de desconstruir essa privação. No Brasil existem diversos programas e políticas públicas de inclusão digital nas três esferas de governo União, Estados e Municípios. Dentre eles podem ser citados os seguintes: “Casa Brasil”, “Centro de Difusão de Tecnologia e Conhecimento”, “Centros de inclusão Digital”, “Computador para todos”, “Centros Vocacionais Tecnológicos”, “GESAC”, “Observatório Nacional de Inclusão Digital”, “Pontos de Cultura – Cultura Digital”, “Programa Banda Larga nas Escolas”, “Programa Computador Portátil para Professores”,.

(20) 20. dentre diversos outros.. Escolhemos como objeto de pesquisa o Programa Nacional de. Informática na Educação – ProInfo, uma política pública surgida no Brasil em 1997 pelo Ministério da Educação – MEC, passando por uma revisão, dez anos depois, em 12 dezembro de 2007. De acordo com o Decreto Nº 6.300/2007, o Programa tem como finalidade “promover o uso pedagógico das tecnologias de informação e comunicação nas redes públicas de educação básica”, possuindo como diferencial em relação a outros programas, a capacitação dos professores para o uso pedagógico das TICs. O ProInfo pretende realizar a integração e articulação de três componentes que correspondem à instalação de laboratórios de informática nas escolas, formação continuada de professores e, ainda, a disponibilidade de conteúdos e recursos digitais para serem utilizados em sala de aula. Levando em consideração esses componentes, um dos objetivos do programa é a inserção de tecnologias da informação e comunicação (TIC) nas escolas públicas brasileiras visando promover a inclusão digital dos professores e gestores das escolas de educação básica e comunidade escolar em geral, e ainda, dinamizar o processo de ensino aprendizagem como forma de melhorar a qualidade do ensino na educação básica. O ProInfo é um programa elaborado pelo Ministério da Educação - MEC e implementado em parceria com os Estados e Municípios. Sobre o ProInfo, vale ressaltar que o mesmo tem como enfoque a capacitação de professores e gestores, ampliado 10 anos depois de sua criação, em 2007, após sua reformulação, quando foi elaborado o Programa Nacional de Formação Continuada em Tecnologia Educacional - ProInfo Integrado. Nessa reformulação são oferecidos três cursos para os professores, sendo estes, “Introdução à Educação Digital”, “Tecnologias na Educação: ensinando e aprendendo com as TIC” e “Elaboração de Projetos”. A pesquisa foi desenvolvida no município de Sobral, no interior do Ceará, onde o ProInfo foi implementado a partir de 1998, no mesmo período em que foi instalado o Núcleo de Tecnologias Educacionais – NTE2. Sobral se encontra no Noroeste cearense, localizandose a 238 km da capital do estado, Fortaleza. Possui cerca de 201.756 habitantes, sendo o quinto município mais povoado do Estado. Temos no município a Coordenadoria Regional de Desenvolvimento da Educação – 6ª CREDE, que são centros regionais de coordenação da. 2. O NTE faz parte da estrutura operacional do ProInfo, pois faz um elo entre as coordenações (MEC/SEDUC) e as escolas envolvidas na política pública. O NTE é responsável pelos cursos que são oferecidos aos professores, bem como a operacionalização de todo o aparto tecnológico dos laboratórios e também a manutenção dos mesmos..

(21) 21. educação, distribuídas no Estado. A 6ª CREDE coordena as escolas estaduais na Zona Norte, que, atualmente, possui 50 escolas de Ensino Médio, sendo que todas elas possuem os laboratórios do ProInfo. Destas 50, 17 estão situadas em Sobral. Nesse contexto, a pesquisa “Inclusão Digital e Educação: Uma avaliação do ProInfo em Sobral/CE” teve como objetivo geral avaliar a efetividade do Programa Nacional de Informática na Educação – ProInfo no município de Sobral. Os objetivos específicos se constituíram em investigar sobre o uso das TICs pelos professores no processo de ensino-aprendizagem; Observar como se dava a utilização dos laboratórios de informática pelos estudantes; Avaliar a efetividade do ProInfo pela ótica dos estudantes, professores e gestores; Investigar se o ProInfo contribuiu para a inclusão digital dos estudantes; Avaliar a efetividade do PROINFO. A presente pesquisa se situa no campo de políticas públicas e na subárea de avaliação de políticas públicas, que se desenvolveu no Brasil a partir da década de 1980. Tendo em vista que os estudos referentes ao campo de políticas públicas, enquanto área de conhecimento surge nos EUA e na Europa. “Na área de governo propriamente dito, a introdução da política pública como ferramenta das decisões do governo é produto da Guerra Fria e da valorização da tecnocracia como forma de enfrentar as consequências” (SOUZA, 2006, p. 22). Tanto como área acadêmica, quanto em questões das práticas governamentais, as políticas públicas são criadas nos EUA, tendo como introdutor no governo Robert McNamara, em 1948. Quanto à avaliação de políticas públicas, de acordo com Arretche, a mesma envolve necessariamente um julgamento, trata-se de atribuir um juízo de valor, uma medida de aprovação ou desaprovação a uma política, analisando a partir de uma visão de justiça. Não havendo possibilidade de avaliação apenas instrumental, técnica ou neutra (ARRETCHE, 1998). Segundo Figueiredo e Figueiredo (1986), é importante em avaliação de políticas públicas o estabelecimento de uma pergunta básica para dar conta do processo de avaliação, que seria: “a política ou programa social sob observação foi um sucesso ou um fracasso?” (p.109). A presente pesquisa se propôs a uma avaliação da efetividade do ProInfo enquanto Política Pública de Inclusão Digital, tendo como perspectiva a visão dos gestores, professores e principalmente dos estudantes. Ao falar de efetividade, de acordo com a metodologia de avaliação de políticas públicas, segundo Arretche (1998), existem três tipos de avalição: de efetividade, de eficiência e de eficácia. Por efetividade “entende-se o exame da relação entre a implementação de um determinado programa e seus impactos e/ou resultados” (ARRETCHE, 1998, p. 03). Ainda em consonância com a autora, seria no sentido de perceber se houve.

(22) 22. mudanças efetivas na vida das pessoas de acordo com a implementação da política pública e os resultados obtidos, e perceber se esses resultados tem ligação direta com a política em questão. Nessa perspectiva, no que se refere à avaliação do ProInfo esse critério de avaliação permitirá ver os resultados obtidos pelo programa e se alcançaram o público alvo. A eficiência seria os custos de implementação de uma dada política.. Segundo. Figueiredo e Figueiredo (1986) a eficiência tem um aspecto bidimensional que seria a eficiência instrumental, no que se refere à relação estrita entre custos econômicos e benefícios, e a eficiência política definida pela relação dos “custos” sociais ou políticos. Para avaliar segundo a eficiência seria necessário observar os custos/benefícios de uma política, se o valor dos recursos gastos condizem com valor planejado. Por avaliação de eficácia entendese a relação com as metas de uma política pública, ou seja, estabelecer uma equação entre as metas a serem atingidas e as metas alcançadas e perceber se são iguais, superiores ou inferiores às metas propostas. A finalidade da pesquisa foi avaliar a efetividade da política pública de inclusão digital na cidade de Sobral no Estado do Ceará, destacando, como delimitação de campo, as escolas estaduais de ensino médio que possuem os equipamentos do mesmo. Foram selecionadas 08 (oito) escolas estaduais na cidade, tendo sido considerado como critério de escolha o número de alunos atendidos, sendo selecionadas, as “maiores” escolas do município – isso no que se refere à quantidade de alunos – e ainda, o local em que elas se encontram, com a finalidade de contemplar a maior parte das regiões do município. Tendo em vista Sobral possui 17 escolas estaduais, o recorte leva em consideração uma amostra representativa de metade das escolas. Dentre as quais, 06 estão situadas na sede de Sobral e duas nos seus distritos. No que se refere ao método e metodologia da pesquisa, segundo Richardson (1999), existe comumente uma confusão teórica com os termos método e metodologia. Para o autor, o método científico é o caminho para se chegar a determinado resultado: “em sentido genérico, método em pesquisa significa a escolha de procedimentos sistemáticos para a descrição e explicação de fenômenos” (1999, p. 70). Já a metodologia é o conjunto de procedimentos para se chegar a tal fim. De uma maneira geral, existem segundo Richardson, dois métodos o quantitativo e o qualitativo. Na presente pesquisa, utilizaremos a combinação de métodos para a construção do processo metodológico. Quanto à metodologia da pesquisa consistiu-se inicialmente de uma revisão das literaturas sobre novas Tecnologias de Informação e Comunicação, Conhecimento, Estado,.

(23) 23. Políticas Públicas, Avaliação de Políticas Públicas para a construção do quadro de teórico/metodológico. Segundo Quivy (1992), é necessário, inicialmente, fazer uma pesquisa exploratória, que seria um dos processos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de pesquisa teórico/empírico. A pesquisa exploratória se realizou através da seleção de escolas, e o reconhecimento dos principais atores, como forma de reconhecer o campo empírico, sendo complementadas com leituras bibliográficas a respeito do assunto. Segundo Tim May, os métodos podem ser complementares, sendo comum pesquisadores qualitativos se utilizarem de métodos quantitativos, como forma complementar para que se tenha uma maior dimensão dos sujeitos da pesquisa, pois, primeiro, se deve entender as “estruturas de referenciais” (2004, p. 178), das pessoas que serão pesquisadas e algumas ferramentas quantitativas trazem essa possibilidade de interpretação, que deve acontecer nesse primeiro momento, antes mesmo de ser aplicados outros métodos qualitativos. No presente trabalho, a utilização de questionários teve como finalidade um levantamento de dados socioeconômicos/digitais dos alunos pesquisados, que foram complementados posteriormente com as entrevistas e os grupos focais. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com gestores, professores e diretores. Segundo Tim May (2004), as entrevistas semiestruturadas permitem que o pesquisador tenha mais espaço para sondar além das respostas, esclarecendo assim, algumas respostas do entrevistado. E ainda, Considera-se que estes tipos de entrevistas permitem que as pessoas respondam mais nos seus próprios termos do que as entrevistas padronizadas, mais ainda forneçam uma estrutura maior de compatibilidade do que nas entrevistas focalizadas. (...) Como todos os métodos de entrevista, o entrevistador deve não apenas estar ciente do conteúdo dela, mas também ser capaz de registrar a natureza da entrevista e a maneira na qual as perguntas são feitas (MAY, 2004, p. 148-149).. Como uma forma de complementar foram realizados grupos focais com os estudantes de cada escola selecionada, de acordo com os critérios já explicitados. A escolha desse método se justifica em função das entrevistas em grupo permitirem um maior acesso a um número considerável de estudantes, além de possibilitar uma interação grupal e discussão das percepções acerca do tema. De acordo com May, “As entrevistas de grupo constituem uma ferramenta valiosa de investigação, permitindo que os pesquisadores explorem as normas e dinâmicas grupais ao redor de questões e tópicos que desejam investigar” (MAY, 2004, p. 151)..

(24) 24. Como o método foi utilizado de forma complementar, isso possibilitará um aprofundamento do tema pesquisado, fazendo-me obter maior reflexão acerca dos resultados, que serão apresentados nesse trabalho. Assim, recorreu-se a uma combinação metodológica, corroborando para isso a reflexão teórica. A presente dissertação está estruturada em três capítulos. O primeiro capítulo denominado “As Tecnologias de Informação e Comunicação – TICs e a Desigualdade Digital” possui quatro tópicos. No primeiro tópico intitulado “As novas Tecnologias de Comunicação” apresenta uma contextualização da emergência das novas Tecnologias de Informação e Comunicação – TICs, traçando um cronograma dos principais acontecimentos que levaram à revolução tecnológica, iniciada nos anos de 1940, e se intensificando nos anos de 1960, com o surgimento do computador e posteriormente da internet. Ainda há um subitem denominado “Informação, Comunicação e Conhecimento” onde são discutidos, de forma breve os conceitos referentes a cada item, levando em consideração que a informação pode ou não se transformar em conhecimento, e que não existe comunicação pura. Nesse são discutidas, ainda que de forma breve, essas diferenciações entre os conceitos à luz de Ciro Marcondes Filho, Edgar Morin, dentre outros. Quanto ao segundo tópico, nomeado “As mudanças sociais ocasionadas pelas Tecnologias e Informação e Comunicação”, são elencadas as mudanças sociais ocasionadas pelas TICs. Nele, são detalhadas as principais transformações decorrentes da revolução tecnológica, tendo em vista as esferas da política, economia, cultura, sociabilidades e na educação. No terceiro tópico, intitulado “As TICs: Novas capacidades e forma de privação”, é feita uma discussão que demonstra que a revolução tecnológica trouxe novas formas de desigualdade social, pois, uma parcela da população não teve acesso, pelo menos de forma igualitária, a esse processo de inclusão digital, que aconteceu de forma rápida porém desigual. Visto isso, serão apresentados os conceitos de “privação”, capacidade”, “efetivações”, utilizados por Amartya Sen (2000, 1993). No quarto e último tópico, denominado “As TICs e a Desigualdade digital no Brasil” é apresentado um cronograma do advento das TICs no Brasil juntamente com os índices de exclusão digital no país, e, posteriormente, é delineado a discussão sobre a problemática da inclusão e exclusão digital ressaltando a necessidade da utilização do termo “desigualdade digital”. O segundo capítulo, denominado “Políticas Públicas e Inclusão Digital”, é dividido nos seguintes três tópicos: “Políticas Públicas e Avaliação de Políticas Públicas”, no qual serão discutidos conceitos referentes às políticas públicas, além de abordar a avaliação de políticas públicas; No segundo, intitulado “Políticas Públicas de Inclusão Digital no Brasil”,.

(25) 25. são apresentadas as políticas públicas de inclusão digital no Brasil, fazendo um mapeamento das políticas existentes, tendo as políticas públicas como uma forma de minimizar a desigualdade digital no país; No terceiro tópico, nomeado “Programa Nacional de Tecnologia Educacional – PROINFO: Uma breve apresentação” foi construída uma breve apresentação do ProInfo em âmbito nacional, destacando sua trajetória e seus objetivos principais enquanto política pública. O terceiro e último capítulo, intitulado “Avaliação do ProInfo no Município de Sobral”, traz a subdivisão de quatro tópicos; o primeiro com o subtítulo “O ProInfo no município de Sobral” traz a apresentação de um breve histórico do programa na cidade, bem como os desdobramentos da sua implementação no município de Sobral; o segundo se refere aos “Procedimentos metodológicos da pesquisa”, onde serão explicitadas a metodologia da pesquisa, contendo dados quantitativos dos métodos realizados, e o passo a passo do desenvolvimento do trabalho de campo; o tópico seguinte refere-se ao “campo e os sujeitos da pesquisa”, onde se delineia a apresentação da cidade de Sobral, das escolas pesquisadas e o perfil socioeconômico dos alunos; o quarto tópico concerne “A avaliação da efetividade do ProInfo em Sobral: apresentação dos resultados”. Esse tópico se subdivide em cinco subitens referentes aos indicadores da pesquisa, no que corresponde a: utilização das TICs no processo de ensino-aprendizagem; a inclusão digital; a relação dos alunos com a tecnologia; a infraestrutura física dos laboratórios; e por último algumas considerações sobre a efetividade do ProInfo. Os subitens citados trazem uma apresentação dos dados obtidos durante a realização da pesquisa destacando a avaliação da efetividade do ProInfo nas escolas de Sobral. Finalmente, nas considerações finais, apresentaremos a reafirmação dos resultados da pesquisa e apontamos algumas conclusões que os dados empíricos nos apontaram quanto a efetividade do ProInfo..

(26) 26. 2. AS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO – TICS E A DESIQUALDE DIGITAL. A emergência das Tecnologias de Informação e Comunicação – TICs trouxe mudanças significativas na vida social, que ocasionou possibilidades ampliadas de socialização, desenvolvimento econômico, mudanças na esfera política, educacional e cultural. Segundo Castells e Cardoso (2005), esse processo de transformação estrutural é multidimensional e está ligado a um novo paradigma tecnológico, que teve início nos anos 1960 e se difundiu de forma desigual por todo o mundo nas últimas décadas. Nesse sentido, faz-se necessário compreender os desdobramentos da emergência das TICs na sociedade, tendo em vista o contexto histórico pelo qual se configurou esse processo. No entanto, um percentual da população mundial não obteve acesso às revoluções tecnológicas e aos aparatos tecnológicos, criando consequentemente uma nova forma de privação, a desigualdade digital, corroborando para a diminuição das possibilidades do indivíduo de desenvolver suas capacidades, e se tornar um agente autônomo de sua liberdade e desenvolvimento. Nesse sentido, temos uma nova forma de desigualdade social a qual afeta a expansão das capacidades dos indivíduos. Neste capítulo, discutiremos o tema da emergência das novas Tecnologias de Informação e Comunicação e a nova forma de privação por elas construídas. Também será desenvolvido um breve histórico das telecomunicações no Brasil, explicitando, em seguida, um quadro nacional da desigualdade digital no Brasil, realizando uma reflexão sobre o binário inclusão/exclusão digital, justificando a utilização da categoria desigualdade digital como a mais apropriada para refletir sobre essa nova e contemporânea forma de privação que é o indivíduo não ter acesso às TICs. 2.1 A Emergência das novas Tecnologias de Informação e Comunicação As Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) se constituem em um conjunto de recursos e aparatos tecnológicos, que revolucionaram a forma como são disseminadas as informações e a comunicação. São percebidos, dentre os seus impactos, modificações no que se refere às esferas da economia, educação, política, cultura, e formas de sociabilidade. O que sugere vivermos em uma sociedade em rede, tendo como característica a era da informação, por estarmos imersos na vida digital e permeados por uma Cibercultura (Castells, 1999, 2003; Lévy, 1999; Lemos, 2013; Negroponte,1995; Warschauer, 2006). Todas essas.

(27) 27. definições procuram descrever o fenômeno tecnológico decorrente das últimas décadas, que acarretou influências na dinâmica social, impactando todos os campos da sociedade. É importante ressaltar a cronologia desse processo de expansão tecnológica, bem como os desdobramentos de sua emergência. Ao longo da história das sociedades humanas a criação de novas técnicas sempre esteve presente, constituindo-se em um marco histórico, acarretando modificações significativas no cotidiano de cada indivíduo. De acordo com André Lemos,. Desde o surgimento das primeiras sociedades até as complexas cidades pósindustriais, o homem inventou o fogo, cultivou a terra, domesticou animais, construiu cidades, dominou a energia, implementou indústrias, conquistou o espaço cósmico, viajou aos confins da matéria espaço-tempo. Durante esse trajeto, a tecnologia ganha significações e representações diversas, em um movimento de vaivém com a vida social (LEMOS, 2013, p. 25).. Como observa o autor, desde as sociedades pré-históricas os seres humanos se utilizavam de técnicas como forma de aperfeiçoamento da vida social. Desde a invenção do fogo, como uma forma de sobrevivência no aquecimento do frio, e no preparo dos alimentos. E, por conseguinte, com o cultivo da terra, surge uma nova forma de obter alimentação por meio de plantações, bem como com a utilização da domesticação dos animais para o processo de cultivo e colheita. Outro aspecto considerável foi a edificação de cidades, consequência do advento de modos de desenvolvimento econômico predominantemente urbano, ocasionando o êxodo rural. Além da criação de técnicas para a obtenção do domínio das fontes de energia, e o estabelecimento de indústrias no período da Revolução Industrial. A técnica está presente no decorrer da história da humanidade impactando o cotidiano e trazendo novas formas de viver o social. Utilizando-se de técnicas, os indivíduos moldam a sociedade de acordo com suas descobertas e desenham um novo quadro social. Levando em consideração o exposto, os seres humanos em diferentes contextos sociais e históricos se utilizaram das tecnologias para se organizar em sociedade, desde a invenção do fogo até as inovações tecnológicas da contemporaneidade. Historicamente, ocorreu um processo de aprimoramento de técnicas, o qual possibilitou modificações na dinâmica social, trazendo uma gama de transformações que são visíveis no contexto das sociedades humanas, ocasionado grandes revoluções até o momento histórico que presenciamos..

(28) 28. É nesse sentido que Lévy afirma “[...] que não somente as técnicas são imaginadas, fabricadas e reinterpretadas durante o uso pelos homens, como também é o próprio uso intensivo de ferramentas que constitui o mundo como tal” (LÉVY, 1999, p. 21). De acordo com o autor, cada período histórico trouxe novas invenções tecnológicas que foram imaginadas, desenvolvidas e incorporadas socialmente, resultado de modificações no contexto social. De acordo com o exposto, o surgimento das novas Tecnologias de Comunicação e Informação é um fenômeno que se deslancha em continuidades e rupturas. Continuidade, no sentido de que se origina de um processo de aperfeiçoamento de técnicas ao decorrer do tempo, até o período da Revolução Tecnológica; de ruptura porque ela tem uma característica própria que reconfigura o mundo contemporâneo e as práticas sociais de maneira singular. De acordo com dados cronológicos, é a partir da década de 1940, especificamente, o ano de 1945 que surgiram os primeiros computadores na Inglaterra e nos Estados Unidos com as características semelhantes a calculadoras programáveis, mas, no entanto, com a capacidade de armazenar programas. Na década de 1950 e no início de 1960, um computador era algo imenso, caro e exigindo grandes esforços para o seu funcionamento de forma interrupta. Segundo Negroponte, “o computador não era, em princípio, muito diferente dos atuais micros, mas ocupava uma sala enorme e custava milhões de dólares” (NEGROPONTE, 1995, p. 95), fato esse, que dificultava sua difusão e utilização pela sociedade civil. Em 1962, foi feito o primeiro desenho da interface de um computador, sendo realizadas, desde então, tentativas para torná-lo mais compacto e acessível. Assim, a revolução tecnológica teve sua intensificação e difusão com as novas tecnologias de informação e comunicação, na década de 1960, e se expandiu de forma mais considerável nos anos posteriores. A expansão tecnológica conectou o mundo através da informação, havendo uma difusão intensa em todo o planeta, porém de forma desigual (CASTELLS, 1999). Em consonância com Castells, Warschauer destaca em apenas um parágrafo o contexto histórico do surgimento das TICs, tendo início na década de 1960 com a Comunicação Mediada por Computadores – CMC, e seu desenvolvimento nas décadas seguintes. O autor destaca que,. A comunicação mediada por computadores foi introduzida por laboratórios científicos na década de 1960, fomentada pelos setores de defesa norteamericanos no final da década e no início da década de 1970 e desenvolvida posteriormente em associação com importantes universidades de pesquisa norte-americanas por meio de iniciativas de um pequeno núcleo de programadores. Nas décadas de 1970 e 1980, esse desenvolvimento gerou a.

(29) 29. ARPANET, BITNET, e a USERNET, e na década de 1990, expandiu-se em todo mundo por meio da internet (WARSCHAUER, 2006, p.46).. Observa-se que o início da aposta na comunicação por computadores teve como atores os setores da indústria de defesa norte-americana, tendo posteriormente sua extraordinária expansão para todos os setores da vida socioeconômica, política e cultural. Assim, o processo de desenvolvimento tecnológico, tendo como um dos aspectos significativos a Comunicação Mediada por Computadores – CMC, teve início nos laboratórios científicos com finalidades militares do departamento de defesa dos EUA, que gerou a criação da ARPANET, BITNET e USERNET, núcleos estes, responsáveis pela criação da internet e a sua expansão pelo mundo. Dos laboratórios científicos a Internet passa para as universidades, e, em seguida, para a sociedade civil. A emergência das TICs, ressaltando mais especificamente a criação da Internet como um marco significativo desse processo, é contemporânea da denominada “Guerra Fria”, ou seja, sua emergência fez parte do conflito entre os Estados Unidos e a antiga União Soviética, ao longo de boa parte do século XX, em busca da supremacia tecnológica, militar, política e econômica. Segundo Castells, a Guerra Fria favoreceu ao investimento governamental em ciência e tecnologia de ponta. Foi criado o primeiro satélite artificial, em 1957, denominado Sputnik, constituindo-se em um grupo de naves espaciais robóticas, lançadas ao espaço em missões pela União Soviética. Esse primeiro satélite artificial foi enviado com o objetivo de explorar a atmosfera, com a função de estudar as capacidades de lançamento de cargas úteis, e os efeitos da ausência de peso e da radiação sobre os organismos vivos. Era um momento de conflitos e competição entre as potências capitalista e socialistas, tendo o lançamento do Sputinik causado apreensões aos EUA. A postura americana de competição político-tecnológica com a União Soviética proporcionou forte impulso tecnológico no setor militar dos norteamericanos, sequenciando por outra etapa dessa revolução tecnológica, marcando o início de um maior desenvolvimento tecnológico e científico, político e militar. Dando continuidade à cronologia da emergência das TICs, em 1969, “A primeira rede de computadores, que se chamava ARPANET, entrou em funcionamento em 1° de setembro de 1969” (CASTELLS, 1999), vindo logo a se tornar a Internet. Os anos 1970 são considerados uma década importante para a revolução tecnológica, no que tange às tecnologias informacionais, pois foi o momento em que se deu o início da comercialização do microcomputador (LÉVY, 1999), hoje conhecido com PC (computadores pessoais). Vale.

(30) 30. ressaltar que, em 1972, havia apenas 150 mil computadores no mundo (NEGROPONTE, 1995). Na década de 1980, a informática perpassa o campo da técnica do setor industrial e começa a se fundir com as telecomunicações (LÉVY, 1999). No início da década de 1980, devido à popularização do computador pessoal (PC), surge o termo “letramento por meio do computador3” (WARSCHAUER 2006). “Contudo, em 1990 os não-iniciados ainda tinham dificuldade para utilizar a internet. A capacidade de transmissão de dados era muito limitada, se tornando difícil localizar e receber informações” (CASTELLS, 1999, p. 87). Outro acontecimento significativo se deu ao final de 1990, quando Berners-Lee criou o que conhecemos hoje como World Wide Web (“www”), possibilitando que as informações se tornassem universais e mundiais. Este software ampliou as formas de comunicação entre os computares, e trouxe melhoramentos na forma de fazer pesquisa - é o que conhecemos hoje como “www”. Pois utilizando um mesmo “código” era possível estar conectado com o mundo e se atualizar com as informações disponibilizadas na rede mundial de computadores. Segundo Castells, Um novo salto tecnológico permitiu a difusão da internet na sociedade em geral: a criação de um novo aplicativo, a teia mundial (World Wide Web – WWW), que organizava o teor dos sítios da internet por informação, e não por localização, oferecendo aos usuários um sistema fácil de pesquisa para procurar informações desejadas” (CASTELLS, 1999, p. 87-88).. Para Castells, após a criação da World Wide Web a internet passou a fazer parte da sociedade civil, pois nesse contexto foi desenvolvida uma forma diferenciada de organização dos sites eletrônicos, facilitando o manuseio e a localização dos mesmos. Além disso, a navegação da Internet se tornou algo descomplicado, levando em consideração que a obtenção de informações por meio de pesquisas passou a se dar de maneira mais simples. Consequentemente, as informações ganharam proporções mundiais, sendo possível acessá-las em qualquer parte do globo. Nesse contexto, começou a se tecer uma nova etapa na história da Internet, um momento de ampliação dos horizontes comunicacionais, e, ao mesmo tempo, uma tentativa de aceitação do incrível novo “mundo virtual” que nascera. Levando em consideração que a criação da Internet faz parte de uma cultura tecnomeritocrática, onde inicialmente só tinha acesso quem possuía algum tipo de conhecimento específico e tecnológico. Em contrapartida, 3. “Refere-se às habilidades interpretativas e de escrita necessárias para que as pessoas se comuniquem efetivamente mediante a mídia on-line.” (WARSCHAUER, 2006, p. 162).

(31) 31. os indivíduos que, antes não tinham acesso à rede por ser algo complexo e restrito, passaram, progressivamente, a utilizá-la enquadrando-a no cotidiano social. Desde os primórdios da Internet, haviam ideias então incipientes de sua utilização como forma de interação entre as pessoas comuns, mas isso ainda não seria viável devido o acesso a computadores ser, ainda, bastante restrito. Isso só foi possível depois da criação dos PCs (Computadores Pessoais), o que não significa dizer que antes disso não havia tal interação na internet. Para Kirkpatrick, No início dos anos 1990, as pessoas comuns começaram a usar o correio eletrônico, também adotando endereços que não correspondiam aos seus verdadeiros nomes. Embora mantivessem listas de endereços de e-mail dentro desses serviços, os membros não identificavam seus amigos da vida real nem estabeleciam vias de comunicação regular com eles. Perto do final da década, os serviços de mensagens instantâneas tomaram o mesmo caminho – as pessoas usavam pseudônimos, não seus nomes reais. (KIRKPATRICK, 2011 p. 68).. Na década de 1990 tivemos a popularização dos correios eletrônicos, e a criação de endereços eletrônicos, com pseudônimos. Nesse contexto, já era viável a troca de mensagens via e-mail, mas ainda não seria possível a comunicação em tempo real. Nesse período, já havia indícios do que, mais tarde, seriam as redes sociais. Com a popularização da internet, foram criadas as “Comunidades Virtuais”, possibilitando uma interação direta entre pessoas, mesmo sem a presença física, algo semelhante ao telefone, mas trazendo possibilidades maiores de interação e sociabilidade. Começaram a se formar verdadeiras “comunidades”, que transcendiam o espaço físico e ganhavam aos poucos a valorização de um contingente cada vez maior de pessoas. Segundo Castells (1999), ainda nos anos 1990 a telefonia celular se difundiu em todo o mundo, incluindo a América Latina, com telefones celulares que seriam, inicialmente, símbolos de status social, tendo como promessa sua expansão antes dos anos 2000. Vale ressaltar que “cada grande avanço em um campo tecnológico específico amplificam os efeitos das tecnologias da informação conexas” (CASTELLS, 1999). Em consonância com a ideia do autor, os aparatos tecnológicos estão conectados em um processo que propicia a comunicação eletrônica interativa e ininterrupta em tempo real, contendo campos específicos, mas com fins tecnológicos que se completam. Outro marco no histórico da internet foi a “era da computação social” ou Web 2.0, termo esse, criado por Tim O’Reilly para descrever a segunda fase do desenvolvimento da web. Logo após a expansão da internet e da informática, foram desenvolvidas novas.

(32) 32. ferramentas no ciberespaço, como websites abertos e participativos. Segundo Lévy e Lemos, houve uma apropriação dos conteúdos que eram criados, pois, quem os utilizava, também criava-os. Nesse período, houve a expansão de blogs, com o intuito de página pessoal contendo ideias, além de conter inúmeros recursos midiáticos, como fotos, vídeos, músicas (LÉVY, LEMOS, 2010, p. 12). Nessa segunda fase da Internet, há uma modificação na forma de apropriação da web, passando acontecer de forma interativa, sendo os próprios usuários que compartilham conteúdos de diferentes mídias, como forma de expressar opinião, além de ter um veículo que possibilite isso de forma rápida e prática, tendo como exemplo, as redes sociais, que nesse momento obtiveram um significativa expansão. Segundo Lévy e Lemos,. As redes sociais on-line tornam-se cada vez mais 'tácteis', no sentido em que é doravante possível sentir continuamente o pulso de um conjunto de relações. [...] Os indivíduos implicados nas atividades de colaboração e interativas da Web 2.0 participam geralmente de várias comunidades, navegam entre vários blogs, mantêm vários endereços eletrônicos para diferentes usos e são, em certa medida, os nós principais, os cruzamentos, os computadores da computação social, recolhendo, filtrando, redistribuindo, fazendo circular a informação, a influência, a opinião, a atenção e a reputação de um dispositivo a outro (2010, p. 12).. De acordo com o que foi demonstrado pelo autor, a Web 2.0 trouxe modificações nas relações sociais, ampliando as formas de interação online com a participação de comunidades virtuais, e, consequentemente, possibilitando a circulação de informações, opiniões, influências, tendo como difusor os computadores, ou dispositivos móveis, ligados à rede mundial de computadores. As informações são criadas, compartilhadas, interligadas de forma prática e portátil, onde cada indivíduo conectado representa um nó que interliga a rede inteira. Outro aspecto que pode ser mencionado é que, contemporaneamente, ampliaram-se as maneiras de armazenamento de dados, como por exemplo, o armazenamento em nuvem. Nesse sentido, os arquivos transpassam a memória do computador ou qualquer outro dispositivo móvel, e já não existe apenas nos bytes presentes no HD interno ou externo. Com esse tipo de armazenamento é possível armazenar arquivos em drives presentes na web. Ou até mesmo, em arquivos que estão presentes nos perfis das redes sociais, que podem ser acessados por todos que tenham e estejam ligados à rede mundial de computadores. Um exemplo seria o Google Drive que é um aplicativo de armazenamento em nuvem, ou o.

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