• Nenhum resultado encontrado

A evolução do programa Erasmus na Universidade Comenius de Bratislava entre 2007 e 2014

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "A evolução do programa Erasmus na Universidade Comenius de Bratislava entre 2007 e 2014"

Copied!
93
0
0

Texto

(1)

Departamento de Letras, Artes e Comunicação

Mestrado em Línguas Estrangeiras Aplicadas

Relatório de Estágio:

A evolução do programa Erasmus na Universidade

Comenius de Bratislava entre 2007 e 2014

Sofia Mota

(2)

I

Relatório de Estágio submetido à Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, sob orientação do Professor Doutor Gonçalo Fernandes para obtenção do grau de Mestre em Línguas Estrangeiras Aplicadas.

(3)

II

Knowledge is power. Information is liberating. Education is the premise of progress, in every society, in every family.

(4)

DEDICATÓRIA

III

Às minhas famílias portuguesa e eslovaca, pelo apoio; a ti, Adam, por estares sempre lá, a ti minha mãe por seres o exemplo e às minhas meninas que nunca me falham.

(5)

IV

Agradecimentos

Ao Prof. Doutor Gonçalo Fernandes por aceitar orientar e fazer parte desta última etapa da minha vida académica, pelo voto de confiança, pelos conhecimentos transmitidos e pelas memórias divertidas que ficam do mestrado.

À minha mãe, Beatriz, pelo apoio incondicional e pela ajuda que me deu a clarear as ideias quando tudo estava tão confuso, por nunca me deixar duvidar e sempre ver o meu valor mesmo quando eu não o conseguia fazer

Ao meu namorado, Adam, pela paciência, motivação e por nunca deixar que as dúvidas e incertezas me impedissem de progredir, meu porto seguro que sempre ajudou a ver a luz ao fundo do túnel sempre que esse túnel parecia não ter fim.

Às minhas colegas Zuzka e Janka por todos os momentos que passamos durante o estágio e que fizeram com que me sentisse em casa.

À professora Lúcia Mokrá, que tanto me ajudou durante a minha passagem pela Universidade Comenius.

À Valika e ao Miro por me receberem e apoiarem como uma filha e sempre me motivarem a seguir em frente.

Ao meu pai, Jorge e ao meu irmão Jorge Nuno pelos momentos de descontração e pelo apoio e crença que a tarefa iria a bom porto.

Ao casal Meirinhos, Laurite e Manuel pela paciência e ajuda para que este projeto tomasse a sua forma final.

À minha madrinha Paula, que nunca me deixou perder a força e que sempre me fez acreditar no melhor de mim.

Aos avós Mota e Marques, que já não estando presente fisicamente sei que ficariam orgulhosos de mais esta conquista.

Por fim a minha amiga Sílvia, companheira de jornada e de vida, que ajudou a que o mestrado não ficasse a meio e às minhas amigas Ana Luísa e Cila que pelo apoio constante e incondicional.

(6)

RESUMO

V

Resumo

O objetivo deste relatório foi analisar o fenómeno de Internacionalização do Ensino Superior e o papel desse fenómeno no processo de Globalização. Para a sustentação prática e através da metodologia do relatório analisou-se a mobilidade de estudantes através do programa Erasmus na Eslováquia. O presente relatório pretende caraterizar a evolução do programa Erasmus na Universidade Comenius de Bratislava entre o ano 2007 e 2014. Valorizam-se os dados estatísticos oficiais da instituição presentes no documento “Statiscký prehlad programu LLP/ Erasmus akademicke roky 2007/2008-2013/2014” e a experiência do período de estágio realizado no Gabinete de Relações Internacionais da Faculdade de Ciências Sociais e Económicas da Universidade Comenius em Bratislava. Este relatório procura compreender como decorreu a mobilidade Erasmus na Universidade Comenius entre 2007 e 2014.

Palavras-Chave: Internacionalização; Erasmus; Globalização; Ensino Superior; Eslováquia, Bratislava; Universidade Comenius;

Abstract:

The Purpose of this report was to analyze the phenomenon of Internationalization of Higher Education and its role in the globalization process. For the practical approach and through the Methodology of Report was analyzed the Student Mobility with Erasmus Program in Slovakia. The present report aims to characterize the evolution of the Erasmus program in the Comenius University in Bratislava between the years 2007 and 2014. Gives main value top the official statistics of the institution complied in the document " Statiscký prehlad programu LLP / Erasmus akademicke roky 2007 / 2008-2013 / 2014 "and to the Internship Period in the r International Relations Office of the Faculty of Social Sciences and Economics from the Comenius University in Bratislava. This report tries to understand how was the evolution of Erasmus program in the Comenius University in Bratislava between 2007 and 2014.

Keywords: Internationalization; Erasmus; Globalization; Higher Education, Slovakia, Bratislava, Comenius University

(7)

VI

Índice Geral

Índice Geral ... VI Índice de Figuras ... VIII Índice de Gráficos ... VIII Índice de Quadros ... VIII Índice de Tabelas ... VIII

Introdução ... 1

1. Internacionalização e Globalização no ensino superior: ... 3

1.1. Estratégias, programas e políticas de Internacionalização: ... 7

1.1.1. Estratégias a nível Institucional: ... 9

1.1.2. Fundamentos impulsionadores da Internacionalização: ... 10

1.1.3 Fundamentos Nacionais: ... 11

1.1.4 Fundamentos Institucionais: ... 12

1.2 Internacionalização: Motivos e Fontes: ... 15

1.3 Estímulos à Internacionalização Académica: ... 15

2. Processo de Bolonha: ... 17

2.1- Reforma dos sistemas de ensino superior na Europa ... 19

2.2- Processo de Bolonha e a Estratégia de Lisboa ... 25

3. Programas de Mobilidade ... 27

3.1 Erasmus ... 27

3.2 Erasmus + ... 28

4 Metodologia: ... 32

4.1 Objetivos: ... 33

4.2 Fontes de dados do estudo: ... 33

4.3 Instrumentos de recolha de dados: ... 34

(8)

INDÍCE

VII

5 Contextualização do Estudo: ... 36

5.1 Contexto Socioeconómico e Geográfico:... 36

República Eslovaca: ... 36

Bratislava: ... 36

5.2 Descrição da Instituição: ... 37

Organograma da Universidade Comenius ... 38

5.3 Faculdade de Ciências Sociais e Económicas (FSEV) ... 39

5.4 Gabinete de Relações Internacionais FSEV ... 40

5.4.1 Atividades desenvolvidas: ... 40

6 Apresentação e Análise de Resultados ... 44

6.1 Apresentação ... 45

6.1.1 Mobilidade Erasmus 2007-2014 (Incoming e Outgoing) ... 45

6.1.2 Alunos em mobilidade por faculdade entre 2007 e 2014 ... 48

6.1.3 Balanço entre Mobilidade Estudantes Estudos 2007-2014 ... 51

6.1.4 Balanço entre Mobilidade de Staff 2007-2014 ... 52

6.1.5 Balanço entre Mobilidade de Docentes 2007-2014 ... 53

6.1.6 Acordos Bilaterais celebrados pelas Faculdades da Universidade Comenius entre 2007-2014 ... 54

6.1.7 Ranking de países acolhedores mobilidade estudantes estudos 2007 e 2014 .... 55

6.1.8 Ranking de países acolhedores mobilidade estudantes estágio 2007 e 2014 ... 58

59 6.1.9 Bolsas atribuídas pela UK a alunos entre 2007-2014 ... 59

6.1.10 Entrevista ... 60 6.2 Análise de resultados: ... 62 7 Conclusões: ... 67 7.1 Recomendações: ... 72 Bibliografia: ... 73 Anexos ... 76

(9)

VIII

Índice de Figuras

Figura 1 Organograma da Universidade Comenius Bratislava ... 38

Figura 2 Organograma da Faculdade de Ciências Sociais e Económicas ... 39

Índice de Gráficos

Gráfico 1: Percentagem de mobilidades realizada ao abrigo do programa LLP/Erasmus na UK (2007-2013) ... 47

Gráfico 2: Percentagem de Alunos em Mobilidade Erasmus por Faculdade ... 50

Grafico 3 Balanço entre Alunos Incoming (SMS IN) e Outgoing (SMS OUT) ... 51

Grafico 4 Balanço entre Mobilidade Staff Incoming (SM IN) e Outgoing (SM OUT)52 Gráfico 5 Balanço entre mobilidade de Professores Incoming (TM IN) e Outgoing (TM OUT) ... 53

Índice de Quadros

Quadro 1 Estratégias, políticas e programas de internacionalização ... 8

Quadro 2 Estratégias a nível nacional ... 9

Quadro 3 Fundamentos impulsionadores da Internacionalização ... 10

Índice de Tabelas

Tabela 1 Mobilidade de alunos, professores e staff entre os anos 2007 e 2014 ... 45

Tabela 2. Número de Alunos em mobilidade por cada faculdade entre 2007 e 2014 . 48 Tabela 3 Número de Acordos Bilaterais feitos por cada Faculdade da UK ... 54

Tabela 4 Ranking dos países acolhedores de alunos UK em mobilidade SMS ... 56

Tabela 5 Ranking dos países acolhedores de alunos UK em mobilidade SMP ... 58

Tabela 6 Bolsas atribuídas pela Universidade Comenius aos alunos ... 59

Tabela 7 Fundos para o financiamento da implementação do programa LLP Erasmus entre 2007-2014 ... 60

(10)

LISTA DE ABREVIATURAS

IX

Lista de Abreviaturas

DLAC – Departamento de Letras, Artes e Comunicação

EEES – Espaço Europeu de Ensino Superior

EHEA – European Higher Education Area

GATS - General Agreement on Trade in Services

LEA – Línguas Estrangeiras Aplicadas

UE – União Europeia

UTAD – Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

UKBA - Universidade Comenius de Bratislava

FSEV – Faculdade de Ciências Sociais e Económicas

LF UK - Faculdade de Medicina

PRAF UK – Faculdade de Direito

FIF UK - Faculdade de Filosofia

PRIF UK – Faculdade de Ciências Naturais

PDF UK – Faculdade de Pedagogia

FAF UK – Faculdade de Farmácia

FTVS UK – Faculdade de Educação Física e Desporto

JLF UK – Faculdade de Medicina Jessinus em Martin

FMFI UK – Faculdade de Matemática Física e Informática

RKCMBF UK – Faculdade de Teologia Católica Cirílica e Metódica

EBF UK – Faculdade de Teologia Evangélica Luterana

(11)

1

Introdução

“O mundo é um livro e aquele que não viaja lê apenas uma página.” –

Santo Agostinho Muito se fala hoje em dia no programa Erasmus e na geração Erasmus. A criação de uma sociedade de conhecimento e de indivíduos do mundo leva a que se promovam as mobilidades e a internacionalização do Ensino.

A necessidade de criar profissionais capazes de integrar qualquer mercado de trabalho leva a que os sistemas de ensino superior tentem equiparar os seus planos de estudos e as qualificações atribuídas aos estudantes para que no futuro lhes seja possível serem profissionais competentes em qualquer parte do mundo.

A criação da identidade europeia e da consciência global não passa apenas pelo conhecimento transmitido nos livros nem pelo que se estuda nas universidades. O contacto in loco com outras culturas, com outras gentes transmite um tipo de conhecimento e de descobertas únicos. Ver que somos tão insignificantes e ao mesmo tempo tão significativos; que, num mundo em que somos sete mil milhões, somos mais um mas, somos mais um único, que vai influenciar vidas e que vai ter a vida influenciada por outros nadas no universo que são universos em si mesmos, universos de experiências de emoções e de influências.

Usufruindo das experiências que o programa Erasmus proporcionou e através de uma fundamentação bibliográfica acerca dos processos de internacionalização construiu-se este relatório.

Optou-se por fazer uma articulação daquilo que os autores conceptualizam, internacionalização, globalização, estratégias e o próprio processo de Bolonha com as atividades desenvolvidas no gabinete de relações internacionais da Faculdade de Ciências Sociais e Económicas da Universidade Comenius em Bratislava, Eslováquia e com os dados estatísticos referentes ao programa Erasmus na Universidade durante os anos 2007 e 2014.

(12)

INTRODUÇÃO

Vê-se este relatório como promotor da referida instituição e desmistificador de algumas ideias pré-concebidas no que toca ao programa Erasmus.

O relatório organiza-se em quatro partes fundamentais: a primeira parte refere-se à conceptualização teórica de Internacionalização, Globalização; explicitação das estratégias, programas e políticas de Internacionalização. Seguidamente aborda-se a criação e evolução do processo de Bolonha e da Estratégia de Lisboa e termina esta parte com a descrição dos programas de mobilidade Erasmus e Erasmus +.

Na segunda parte explica-se a metodologia utilizada para o tratamento dos dados e para dar resposta aos objetivos propostos.

Na terceira parte faz-se a contextualização do estudo, primeiramente a caraterização socioeconómica e geográfica da República Eslovaca e da sua capital Bratislava; segue-se a descrição da instituição que foi a base do estudo a Universidade Comenius de Bratislava; a descrição das atividades desenvolvidas durante o período de estágio no gabinete de relações internacionais. Após isto, faz-se a apresentação e análise dos resultados obtidos através dos dados estatísticos oficiais da instituição.

Na quarta e última parte são apresentadas as ilações e considerações finais resultantes da condução do estudo e consequente elaboração do relatório e a visão mais pessoal de toda a experiência Erasmus.

(13)

1. Internacionalização e Globalização no ensino superior:

Globalization, a key reality in the 21st century, has already profoundly influenced higher education (…) We define globalization as the reality shaped by an increasingly integrated world economy, new information and communication technology, the emergence of an international knowledge network, the role of the English language, and other forces beyond the control of academic institutions (…). Internationalization is defined as the variety of policies and programs that universities and governments implement to respond to globalization. (Altabach et

al. 2009: 7)

Segundo Peter Scott (2006:14) a Internacionalização e Globalização são fenómenos complexos com inúmeras vertentes, assim sendo a distinção entre eles, ainda que sugestiva, não pode ser tida como categórica.

Segundo Dias (2012:13) os conceitos de “Internacionalização” e “Globalização” aludem a duas dimensões distintas de ação humana além-fronteiras, dimensões com contornos geoespaciais e implicações distintos. Enquanto “Internacionalização” exprime o fortalecimento das relações entre nações, onde as instituições e práticas nacionais são afetadas à margem, mas o essencial contínuo intacto, “Globalização” representa o aperfeiçoamento dos domínios de ação mundial ou pan-europeia podendo causar transformações entre nações.

Em termos de perceção e prática, a internacionalização está mais próxima das ideias tradicionalmente aceites de cooperação internacional e mobilidade e aos pilares de qualidade e excelência, enquanto a globalização se refere mais à competição, tomando o conceito de Ensino Superior como uma comodidade negociável e desafiando o conceito de Ensino Superior enquanto bem público. (Frans van Vught at al. 2002: 17)

Knight (2008:1) defende que enquanto a internacionalização está a mudar a realidade do ensino superior, a globalização está a mudar o mundo da internacionalização.

Dias (2012:13) fala na interligação dos estados-nação através do aumento de atividades transfronteiriças baseadas em políticas nacionais fomentadoras da cooperação entre eles. “A ideia de “internacionalização” assume que os estados-nação continuem a desempenhar um papel económico, social e cultural nos sistemas”.

(14)

INTERNACIONALIZAÇÃO E GLOBALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR

Ainda que haja algumas disparidades entre autores, é possível afirmar que a globalização é um processo social, económico e político, ao qual o ensino superior reage e em que tem um papel ativo. A internacionalização é a forma como o ensino superior reage e toma ação no processo de globalização. Ainda que se influenciem mutuamente, segundo Brandenburg & De Wit (2011), a internacionalização é facilmente considerada como um fenómeno positivo e a globalização comporta uma conotação negativa.

Internationalization is claimed to be the last stand for humanistic ideas against the world of pure economic benefits allegedly represented by the term globalization. Alas, this constructed antagonism between internationalization and globalization ignores the fact that activities that are more related to the concept of globalization (higher education as a tradable commodity) are increasingly executed under the flag of internationalization. (Brandenburg & de Wit 2011:16)

As mudanças no panorama do Ensino Superior, enquanto consequência da globalização das sociedades e economias, manifestam-se de diversas formas: o aumento da competitividade entre os estudantes a nível internacional, o crescimento dos programas além-fronteiras, o surgimento de provedores com fins lucrativos no ensino superior e a mudança de posição de países como a China e a Índia na economia mundial e na área do Ensino Superior. Todas elas são realidades que não podem ser ignoradas. Este cenário manifesta-se através da complexa relação ente Globalização e Internacionalização no Ensino Superior. (Brandenburg & De Wit 2011: 16))

Segundo Hans de Wit (2011: 245) existem “Cinco mitos acerca da Internacionalização”:

I. Os estudantes estrangeiros como agentes de internacionalização: " mais estudantes estrangeiros no campus irão produzir cultura institucional e currículo mais internacionalizados"

II. A reputação internacional como um proxy para a qualidade: "quanto mais internacional uma universidade é (…) Melhor é a sua reputação "

III. Acordos institucionais internacionais: "quanto maior o número de acordos internacionais ou rede de afiliações a universidade tem, mais prestigiada e atraente ela é "

(15)

IV. Acreditação internacional: "Quanta mais estrela internacional de acreditação a instituição tem, mais internacionalizada ela é, logo, melhor ela é."

V. Marca global: "um esquema de marketing internacional é o equivalente a um plano de internacionalização.”

De Wit (2011: 246) fala sobre conceções erróneas e desafios para o ensino superior, identifica nove equívocos, dois dos quais são semelhantes aos mitos apresentados por Jane Knight.

As supra mencionadas conceções erróneas de De Wit são:

 “A internacionalização é semelhante ao ensino em Inglês.”

 “A internacionalização é semelhante a estudar no estrangeiro”.

 “A internacionalização é semelhante ao ensino de uma disciplina internacional.”

 •”Internacionalização significa ter muitos estudantes internacionais” (convergência com o Mito I de Jane Knight).

 “A internacionalização pode ser implementada com sucesso, com apenas alguns estudantes internacionais na sala de aula.”

 “Competências interculturais e internacionais não têm necessariamente que ser avaliadas como tal.”

 “Quantos mais acordos a instituição tem, mais internacional, ela é” (Convergência com Mito III de Knight).

 O ensino superior é internacional pela sua própria natureza.

 A internacionalização é um objetivo em si.

Os dois pontos em que Jane Knight e Hans De Wit convergem relacionam-se com a abordagem instrumental da internacionalização.

De Wit, juntamente com Uwe Brandenburg, (2011: 16) referem-se aos desenvolvimentos na internacionalização do ensino superior como: “Aos poucos “o porquê” e “o que” foram ultrapassados pelo “como” e os instrumentos de internacionalização

(16)

INTERNACIONALIZAÇÃO E GLOBALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR

tornaram-se os principais objetivos: mais troca, mais mobilidade de títulos e mais recrutamento.”

Para falar em internacionalização do ensino superior é necessário regressar ao básico e olhar com detalhe para o que é internacionalização, porque é que existe e como subsiste na atual conjuntura de economia do conhecimento.

Jane Knight, no seu texto para o Journal of Studies in International Education, faz um transcorrido cronológico da evolução do conceito de Internacionalização. (Knight 2004: 9-10)

Enceta pelo final dos anos 80 inícios de 90, com a proposta de Arum e Van de Water (1992: 202) a qual assentava em apresentar o conceito a nível institucional e como um conjunto de atividades. Os referidos autores apresentam o conceito de Internacionalização como “the multiple of activities, programs and services that fall within international studies, international educational Exchange and technical cooperation.”

Continua para os inícios dos anos 90 quando ela mesma introduz uma abordagem operacional, (Knight 1994) auto-citando-se refere “Internationalization was defined as the “process of integrating.an international and intercultural dimension into the teaching, researching and service functions of the institution (Knight 1994: 7)

Como reforço da ideia de incompletude da abordagem meramente institucional, Knight recorre a Van der Wende (1997) que defendeu que a abordagem meramente institucional de internacionalização apresenta muitas lacunas. Acabou então por sugerir uma definição mais alargada assumindo este conceito como “any systematic effort aimed at making higher education responsive to the requirements and challenges related to the globalization of societies, economy and labor markets”(Van der Wende 1997: 8)

Contudo, Knight aponta que ainda que esta última definição inclua elementos importantes, apenas posiciona a internacionalização em termos extrínsecos, relativos à Globalização, deixando de fora a contextualização do conceito no referente ao setor da Educação propriamente dito. (Knight 2004: 9-10)

(17)

Prossegue com a referência a Soderqvist (2002) que, segundo Knight (2004), introduziu outra definição de Internacionalização focada na mudança do processo educativo e numa visão global da administração ao nível institucional. Assim, Soderqvist (2002: 29) apresenta a Internacionalização de uma instituição do Ensino Superior como:

“A change process from a national higher education institution to an international higher education leading to the inclusion of an international dimension in all aspects of its holistic management in order to enhance the quality of teaching and learning and to achieve the desired competences.” (Soderqvist 2002: 29)

Por fim, Knight termina o percurso evolutivo do conceito de Internacionalização citando as conclusões de Wit (2002:114):

“As the international dimension of higher education gains more attention and recognition, people tend to use it in the way it best suits their purpose. While one can understand this happening, it is not helpful for internationalization to become a catchall phrase for everything and anything international. A more focused definition is necessary if it is to be understood and treated with the importance it deserves. Even if there is not agreement on a precise definition, internationalization needs to have parameters if it is to be assessed and to advance higher education. This is why the using of a working definition in combination with a conceptual framework for internationalization of higher education is relevant.”

As dimensões Internacional, Intercultural e Global são apresentadas como uma tríade, já que juntas refletem a amplitude da internacionalização. A Internacionalização é usada para definir a relação entre nações, culturas ou países. Contudo, é do comum conhecimento que se refere igualmente à diversidade cultural existente nos países, comunidades, instituições e interculturalidade que é usada para expressar aspetos de internacionalização doméstica. Por fim, a dimensão global, um termo muito controverso e com forte conotação atualmente, é incluído na tríade com o intuito de dar a ideia de um âmbito mundial. Estes três termos complementam-se mutuamente e, em conjunto, auferem substância quer em amplitude quer em profundidade no processo de internacionalização. (Knight 2004: 11)

1.1. Estratégias, programas e políticas de Internacionalização:

À semelhança do que foi abordado por Dias (2012:15), o estabelecimento de redes de intercâmbio através de programas de cooperação tem vindo a ser uma preocupação por parte dos governos dos países europeus e instituições de ensino superior; estas redes visam fomentar a internacionalização do ensino superior através da mobilidade de alunos e docentes.

(18)

INTERNACIONALIZAÇÃO E GLOBALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR

Knight (2004) apresenta no seu artigo a tabela abaixo citada, com o intuito de clarificar o fenómeno da Internacionalização em termos de políticas atuais, programas e estratégias que são usadas a nível nacional, setorial e institucional.

Programas Estratégicos Organização de estratégias

P ro g ra ma s a ca démico s Programas de Intercâmbio de Estudantes.

Estudo de línguas estrangeiras Currículos Internacionalizados Estudos temáticos

Trabalhar/Estudar no estrangeiro Estudantes Internacionais Processo ensino/aprendizagem Planos de estudos conjuntos Estágios transfronteiriços Programas de mobilidade para

Staff

Visitas de investigadores Ligação entre programas académicos e outras estratégias

E x press ã o de G o v er no

Compromisso dos líderes

Envolvimento ativo da faculdade e do staff Articulação entre fundamentos e objetivos para a internacionalização.

Reconhecimento da dimensão internacional no regulamento institucional no planeamento de atividades e nas políticas educativas. Co la bo ra çã o ent re Inv estig a çã o e estudo s

Centros e Áreas temáticas

Projetos de investigação conjuntos Conferências e seminários internacionais. Publicação de artigos científicos. Acordos de investigação internacional. Programas de intercâmbio de investigadores

Açõ

es

Integração a nível institucional e departamental de sistemas de planeamento, orçamento e avaliação de qualidade.

Adaptar as estruturas organizacionais Sistemas de comunicação e coordenação

Equilíbrio entre promoção centralizada e descentralizada e gestão da internacionalização.

Sistemas adequados de apoio financeiro e de recursos de alojamento

Quadro 1 Estratégias, políticas e programas de internacionalização

(Knight 2004: 14-15)

O conceito de estratégias de internacionalização foi propositadamente usado para ir além das ideias de atividades internacionais. O termo estratégias refere-se a ambos, programa e iniciativas organizacionais a nível institucional.

(19)

1.1.1. Estratégias a nível Institucional:

Estratégias e abordagem estratégica continuam a ser relevantes, mas estando os níveis nacional e setorial agora cobertos pela definição, é necessário alargar a noção de estratégias organizacionais além do nível institucional para o nível nacional ou setorial.

(Knight 2004: 13) Rela çõ es e x ter na s: Do més tica s e tra ns fro nte iriça s Domésticas:

Parcerias baseadas na comunidade com os grupos de organizações

não-governamentais ou grupos do setor público / privado

O serviço comunitário e trabalho de projeto intercultural

Projetos de assistência ao desenvolvimento internacional

Prestação transfronteiriça de programas de educação (comercial e não

comercial)

Vínculos internacionais, parcerias e redes

Contratos para programas de formação e investigação

Programas de mobilidade

Serv

iço

s

Apoio de unidades de serviço de toda a instituição, ou seja, alojamento de estudantes, serviços administrativos e tecnologias da informação.

Envolvimento de unidades de apoio académico, ou seja, biblioteca, ensino e aprendizagem,

desenvolvimento curricular, corpo docente e formação de quadros.

Serviços de apoio aos estudantes para estudantes programas de orientação, aconselhamento, formação intercultural, e aconselhamento para obtenção de visto E x tra curr icula re s Associações estudantis

Eventos Internacionais e interculturais Articulação com grupos étnicos e culturais baseados na comunidade

Grupos e programas de apoio interpares Rec

urs o s H um a no s

Procedimentos de recrutamento e seleção que reconheçam experiência internacional

Políticas de recompensa e promoção para reforçar as contribuições de professores e funcionários

Atividades para o desenvolvimento de competências profissionais de professores e funcionários

Suporte para atribuições de licenças sabáticas e internacionais

(20)

INTERNACIONALIZAÇÃO E GLOBALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR

1.1.2. Fundamentos impulsionadores da Internacionalização:

Quadro 3 Fundamentos impulsionadores da Internacionalização

(Knight 2004: 23)

Estudos recentes apontam para a forte integração do recrutamento de estudantes internacionais em formas mais amplas de cooperação internacional do ensino superior sendo de referir os programas internacionais de dupla graduação e as colaborações de investigação bilaterais (Dias 2012:15).

(21)

Tradicionalmente os fundamentos impulsionadores da internacionalização são divididos em quatro grupos: social/cultural, político, académico e económico (Knight (2004: 21). A tabela acima foi extraída do artigo do Journal of Studies in Internacional Education, intitulado “Internationalization Remodeled: Definition, Approaches, and Rationales” por Jane Knight, 2004, e apresenta as quarto categorias de fundamentos existentes tal como foi atualizada por de Wit em 2002.

Nota-se uma crescente fusão entre as categorias havendo, menos clareza no que constitui por exemplo o fundamento político e o económico. Esta convergência de fundamentos tem-se vindo a revelar de crescente importância. Também presentes na tabela alguns dos fundamentos emergentes a nível nacional que não podem ser localizados com precisão em nenhuma das quatro categorias. Estes fundamentos transversais incluem desenvolvimento de recursos humanos, alianças estratégicas, trocas comerciais, construção de nação e desenvolvimento sociocultural.

1.1.3 Fundamentos Nacionais:

Quando praticado ao longo de um período de tempo considerável e integrado com a política estrangeira económica e cultural, o recrutamento de estudantes internacionais é uma estratégia bastante eficaz a nível nacional (Dias 2012:15).

Desenvolvimento de recursos humanos: Brain Power

Há um interesse crescente por parte dos países em recrutar os estudantes e investigadores mais promissores de outros países com o intuito de aumentar a competitividade económica, tecnológica e científica (Knight 2004: 22). Mudanças nas estratégias de recrutamento, incentivos e políticas de imigração são exemplos do esforço para atrair e reter estudantes e académicos, aumentando assim o capital humano do país.

Alianças Estratégicas

A mobilidade internacional de estudantes e académicos bem como iniciativas de cooperação a nível de educação e investigação são encaradas como medidas produtivas para o desenvolvimento de relações geopolíticas e económicas entre os países. O desenvolvimento de alianças estratégicas, através da internacionalização do Ensino Superior, tem sido

(22)

INTERNACIONALIZAÇÃO E GLOBALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR

encarado acima de tudo como uma forma de desenvolver uma cooperação bilateral mais coesa e assim ganhar competitividade. (Knight 2004: 23-24)

Trocas Comerciais

O facto de que a Educação é agora um dos doze setores dos serviços no GATS é uma prova positiva que importar e exportar programas de Educação e Estágios e serviços de Educação é uma área potencialmente lucrativa. Além de que, os países mostram-se cada vez mais interessados no potencial da exportação com fins económicos. O desenvolvimento de acordos internacionais e regionais faculta novas regulamentações que irão auxiliar a minimização de barreiras com o propósito de tentar aumentar o lado comercial da troca além-fronteiras da educação. (Knight 2004: 24)

Construção de Nação

Enquanto alguns países estão interessados em exportar Educação, outros estão interessados em importar programas de Educação e instituições com o propósito de construir a Nação. “An educated, trained, and knowledgeable citizenry and a work force able to do research and generate new knowledge are key components of a country´s nation building agenda.” (Knight 2004: 24)

Desenvolvimento Sociocultural

Os fundamentos socioculturais, especialmente aqueles intrinsecamente ligados à compreensão intercultural e identidade cultural nacional continuam a ser significativos; ainda que a sua importância não comporte o mesmo peso em comparação com outros fundamentos relacionados com o setor económico ou político. (Knight 2004: 25). É interessante questionar se estes fundamentos terão mais ênfase quando inseridos no patamar institucional. Mais à frente refletir-se-á acerca desta questão.

1.1.4 Fundamentos Institucionais:

É claro que existe uma relação entre fundamentos nacionais e institucionais, mas não é tão próxima como se poderia pensar. Está dependente de inúmeros fatores, um dos quais é como é que o processo de internacionalização é encarado: se da base para o topo (bottom-up) ou do topo para a base (top-down). Há um sem número de fatores que influenciam os fundamentos institucionais. Estes fatores vão desde missão, população estudantil, perfil da

(23)

faculdade, localização geográfica, busca de fontes, nível de recursos, orientação de interesses a nível local, nacional ou internacional. (Knight 2004: 25)

Perfil Institucional e Reputação:

Tradicionalmente, era atribuída a proeminência à importância de atingir os standards académicos internacionais. Ainda que continue a ser levada em conta, hoje em dia perde terreno para o alcançar de uma reputação mundial enquanto instituição de ensino superior de alta qualidade. Assim, os standards académicos ainda são relevantes, mas é possível que haja uma troca entre a ênfase dada a uma experiência de alta qualidade no ensino superior para os estudantes e professores e a ênfase dada agora aos elevados standards enquanto chave para a afirmação da instituição que lhe permite competir nacional e internacionalmente. (Knight 2004: 26)

Desenvolvimento de Staff e Estudantes

Aparentemente existe um interesse renovado na internacionalização enquanto meio de melhorar o entendimento intercultural e internacional e aumentar as capacidades de estudantes e staff. A mobilidade do mercado de trabalho e o aumento da diversidade cultural nas comunidades e no local de trabalho requere que ambos, estudantes e académicos tenham um comprovado aumento de capacidades e entendimento para trabalhar e estudar num ambiente multicultural. (Knight 2004: 26)

Criação de Fontes de Rendimento

Na outra extremidade da balança do desenvolvimento humano está a motivação de desenvolvimento económico. Não há dúvida que cada vez mais instituições olham para as atividades de internacionalização como forma de criar outras fontes de rendimento.

Este tópico é controverso, o propósito de criar fontes de rendimento é muitas vezes questionado, não pela forma onde os fundos são gastos mas se são desembolsados com efeitos retroativos ou de possíveis lucros. Ainda que se atribuía mais importância aos fundamentos económicos da internacionalização a nível institucional, o assunto tem vindo a complicar-se,

(24)

INTERNACIONALIZAÇÃO E GLOBALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR

enquanto parte da questão mais abrangente da comercialização e comodificação1 da educação, tendo a oferta de programas educacionais e serviços um papel crucial. (Knight 2004: 26-27)

Segundo Fairclough o processo de comodificar manifestações sociais passa por encará-las como indústrias que produzem, comercializam e vendem mercadorias culturais e educacionais passando os alunos e os restantes beneficiários dos serviços a serem encarados como clientes.

Alianças Estratégicas

É dado adquirido que o número de acordos pedagógicos bilaterais ou multilaterais tem vindo a crescer exponencialmente na última década. Muitas vezes dá-se o caso de que as instituições já não conseguem comportar o número de acordos que detêm, sendo que alguns são inativos e outros constam meramente no papel.

Enquanto as instituições maturam a abordagem da internacionalização, há um esforço crescente em desenvolver alianças estratégicas com propósitos claros e resultados articulados. As alianças estratégicas para a internacionalização da educação a ambos os níveis nacional e institucional não é tanto um fim em si mesmo mas um meio de atingir objetivos académicos, científicos, económicos, tecnológicos e culturais. (Knight 2004: 27)

Investigação e Produção de Conhecimento

O papel das instituições de ensino superior na produção e distribuição de conhecimento não deve ser minimizado. Dada a interdependência entre as nações, há questões e desafios de cariz global que não podem ser tratados meramente a nível nacional.

A Colaboração Internacional e Interdisciplinar é a chave para solucionar estes problemas. Instituições e Governos estão a tornar a dimensão internacional da investigação num dos fundamentos para a internacionalização do ensino superior. (Knight 2004: 28)

1 Comodificação é um neologismo introduzido por Norman Fairclough que denomina de o processo pelo qual

as instituições sociais passam a ser definidas e organizadas e, ainda que não produzam mercadorias no sentido estrito da palavra, em termos de produção, distribuição e consumo de mercadorias

(25)

1.2 Internacionalização: Motivos e Fontes:

As atividades internacionais das Universidades expandiram-se drasticamente nas últimas duas décadas, abrangendo desde os tradicionais programas de estudos no estrangeiro, permitindo aos estudantes documentar-se acerca de outras culturas e até permitir o acesso ao Ensino Superior em países onde as instituições não conseguem dar resposta à procura. Outras atividades reforçam a evolução das perspetivas e capacidades dos estudantes através do melhoramento das capacidades linguísticas e fornecendo experiências interculturais. (Altbach & Knight 2007: 290)

Os resultados da globalização incluem a integração da investigação, o uso do Inglês como língua franca para a comunicação científica, o crescimento do mercado de trabalho para académicos e cientistas, o crescimento de multinacionais e o aumento de redes de comunicação e o uso das tecnologias de informação. Tudo isto facilita a comunicação, permite um armazenamento e seleção eficiente e distribuição de conhecimento; permite ainda a oferta de programas de estudo através do

e-learning.

Globalization may be unalterable, but Internationalization includes many choices. Globalization tends to concentrate wealth, knowledge, and power in those already possessing these elements. International academic mobility similarly favors well-developed education systems and institutions, thereby compounding existing inequalities. (Altbach & Knight 2007: 291)

1.3 Estímulos à Internacionalização Académica:

Lucros:

Ganhar dinheiro é o motivo chave para todo e qualquer projeto de internacionalização para as instituições com fins lucrativos e algumas das tradicionais universidades sem fins lucrativos mas em dificuldades financeiras. As Universidades Tradicionais (sem fins lucrativos) entraram no mercado internacional. As suas principais motivações, segundo uma pesquisa feita por Jane Knight em 2006, não são financeiras. O intuito desta internacionalização é melhorar a capacidade de investigação e conhecimento e para melhorar o entendimento cultural. (Altbach & Knight 2007: 292)

(26)

INTERNACIONALIZAÇÃO E GLOBALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR

Acesso e Absorção da Procura:

A proporção de jovens em busca e que obteve acesso a nível mundial cresceu dramaticamente com o advento de Ensino Superior Global. Muitas instituições do Ensino Superior fornecem acesso aos serviços a estudantes cujos países de origem não conseguem responder à procura. Este acesso surge de várias formas: pólos da Universidade, franchising de programas de estudos estrangeiros ou instituições independentes baseadas em modelos académicos estrangeiros. (Altbach & Knight 2007: 293)

Internacionalização Tradicional:

Iniciativas de internacionalização incluem mobilidade de estudos, enriquecimento do

curriculum através de planos de estudos internacionais, reforço da instrução em língua

estrangeira e patrocínio de estudantes estrangeiros que queiram estudar no campus. A Internacionalização tradicional é raramente uma atividade lucrativa, contudo pode aumentar a competitividade, o prestígio e as parcerias estratégicas da Universidade. (Altbach & Knight 2007: 293)

Internacionalização de Países em vias de desenvolvimento:

Países em vias de desenvolvimento albergam um número significativo de estudantes internacionais. Estes países procuram atrair estudantes internacionais como forma de melhorar a qualidade e a composição cultural do corpo estudantil, ganhar prestígio e criar lucros. (Altbach & Knight 2007 294)

Internacionalização Individual:

Indivíduos tomam decisões fulcrais no que diz respeito a destinos e áreas de estudo.

Mais de 2 milhões de estudantes em mobilidade não têm apoio financeiro, o que quer dizer que são eles e as suas famílias que pagam pelo próprio trabalho académico. Os estudantes são assim a maior fonte de fundos de educação internacional – não são os governos, nem instituições académicas nem filantropos.

(27)

Internacionalismo Europeu:

As autoridades europeias perseguem a internacionalização académica há mais de duas décadas, como parte do caminho rumo à integração política e económica. Primeiramente, a UE promoveu e financiou programas como ERASMUS que forneceu a um grande número de estudantes experiências académicas fora do seu país de origem. (Altbach & Knight 2007: 293)

O espectro da integração regional europeia expandiu e através do processo de Bolonha os sistemas académicos foram harmonizados para garantir estruturas compatíveis de graus, transferência de créditos (ECTS) e equidade nas qualificações académicas em toda a União Europeia. (Altbach & Knight 2007:293)

A Internacionalização Europeia foca-se maioritariamente nos estados membros, ainda que alguns países não pertencentes à união Europeia aderiram ao processo de Bolonha, os estudantes continuam a ser encorajados a fazer mobilidade dentro dos Estados Membros. A UE está a expandir os programas internacionais europeus, especialmente na América Latina e na Ásia-Pacífico. Iniciativas atuais incluem parcerias regionais e institucionais e programas de Bolsas. (Altbach & Knight 2007 293)

2. Processo de Bolonha:

European higher education institutions, for their part, have accepted the challenge and taken up a main role in constructing the European area of higher education, also in the wake of the fundamental principles laid down in the Bologna Magna Charta Universitatum of 1988 (Ministers 1999:2)

Na sequência do 900.º aniversário da Universidade de Bolonha, foi assinada a 18 de Setembro de 1988, a Magna Charta Universitatum, pelos reitores das universidades europeias. Nela consideram que “o futuro da humanidade, neste fim de milénio, depende em

larga medida do desenvolvimento cultural, científico e técnico”. São as universidades que

forjam este saber. (Universitatum 2015)

Coincidente com o 800.º aniversário da Universidade de Paris, os ministros responsáveis pelo ensino superior da Alemanha, da França, da Itália e do Reino Unido adotaram, a 25 de Maio de 1998, a Declaração da Sorbonne. O objetivo desta declaração

(28)

PROGRAMAS DE MOBILIDADE

seria harmonizar a arquitetura do sistema europeu do ensino superior. Os ministros frisaram que “a Europa que nós construímos não é apenas a Europa do euro, dos bancos e da economia, deverá também ser uma Europa do saber”. (Allegre et al. 1999)

Na perspetiva de política educativa, o denominado Processo de Bolonha ganhou forma em Maio 1998, com a declaração de Sorbonne, e iniciou oficialmente com a Declaração de Bolonha em Junho de 1999. A Declaração define um conjunto de etapas a levar a cabo pelos sistemas de ensino superior europeus no sentido de construir, um espaço europeu de ensino superior globalmente harmonizado.

O fundamento é de, asseguradas as especificidades nacionais, ser possível a um estudante de qualquer estabelecimento de ensino superior, iniciar a sua formação académica, continuar os seus estudos, concluir a sua formação superior e obter um diploma europeu reconhecido em qualquer universidade de qualquer Estado-membro. (Superior 2008)

Pressupõe-se assim que as instituições de ensino superior funcionem de modo integrado, num espaço aberto antecipadamente delineado, e regido por mecanismos de formação e reconhecimento de graus académicos homogeneizados à partida. (Superior 2008)

Nesse enquadramento, os sistemas de ensino superior deverão ser dotados de uma organização estrutural de base idêntica, oferecer cursos e especializações semelhantes e comparáveis em termos de conteúdos e de duração, e conferir diplomas de valor reconhecidamente equivalente tanto académica como profissionalmente. (Superior 2008)

A Declaração de Bolonha impulsionou o processo do homónimo, com o intuito de incrementar um sistema de graus académicos facilmente reconhecíveis e comparáveis, promover a mobilidade dos estudantes, dos professores e dos investigadores, assegurar a elevada qualidade da docência e incorporar a dimensão europeia no ensino superior. (Europeia 2010)

A Declaração de Bolonha divide-se em seis ações:

Criação de um sistema de graus académicos facilmente reconhecíveis e

comparáveis, que inclui a criação de um suplemento de diploma partilhado a

fim de aumentar a transparência.

Criação de um sistema essencialmente baseado em dois ciclos: um primeiro

ciclo útil para o mercado do trabalho, de uma duração mínima de 3 anos, e um segundo ciclo (mestrado) dependente da conclusão do primeiro ciclo.

(29)

Criação de um sistema de acumulação e de transferência de créditos curriculares do tipo ECTS utilizado no âmbito dos intercâmbios Erasmus.

Promoção da mobilidade dos estudantes, dos professores e dos

investigadores através da supressão de todos os obstáculos à liberdade de

circulação.

Cooperação em matéria de garantia da qualidade.

Incorporação da dimensão europeia no ensino superior, aumentando o

número de módulos, os cursos e as vertentes cujo conteúdo, cuja orientação ou cuja organização apresente uma dimensão europeia. (Europeia 2010)

2.1- Reforma dos sistemas de ensino superior na Europa

A Declaração de Bolonha é um compromisso voluntário de cada país signatário com o intuito de operar reformas no seu próprio sistema de ensino: nem os governos nacionais nem as universidades são obrigados a levar a cabo estas reformas. Relativamente aos Estados-Membros da União Europeia (UE), o artigo 165.º do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia estabelece que a União “contribuirá para o desenvolvimento de uma educação de qualidade, incentivando a cooperação entre Estados-Membros e, se necessário, apoiando e completando a sua acção”.

Não obstante, os Estados-Membros são os únicos responsáveis pelo conteúdo do ensino e pela organização do seu sistema educativo, assim como da respetiva diversidade cultural e linguística.

A ação da União tem por objetivos:

 Desenvolver a dimensão europeia na educação, nomeadamente através do ensino e divulgação das línguas dos Estados-Membros;

 Propiciar a mobilidade dos estudantes e dos professores, através do incentivo ao reconhecimento académico de diplomas e períodos de estudo;

 Promover a cooperação entre estabelecimentos de ensino;

 Promover a troca de informações e experiências sobre aspectos comuns aos sistemas educativos dos Estados-Membros. (Europeia 2010)

A 19 de Maio de 2001 foi emitido o Comunicado de Praga que veio acrescentar ao Processo de Bolonha os seguintes aspetos:

(30)

PROGRAMAS DE MOBILIDADE

 “A aprendizagem ao longo da vida como elemento essencial do Espaço Europeu do Ensino Superior (EEES), para aumentar a competitividade económica.

 O envolvimento dos estabelecimentos de ensino superior e dos estudantes: os ministros sublinham a importância do envolvimento das universidades, dos outros estabelecimentos de ensino superior e, nomeadamente, dos estudantes, na criação construtiva do EEES.

 A promoção do caráter atrativo do EEES entre os estudantes da Europa e entre os das outras partes do mundo.”

Por ocasião da Conferência de Berlim de 2003, os ministros responsáveis pelo ensino superior emitiram um comunicado que integra os doutoramentos bem como as alianças entre o EEES e o Espaço Europeu da Investigação (EEI) no Processo de Bolonha. Os ministros enfatizaram a importância da investigação, da formação em investigação e da promoção da interdisciplinaridade para manter e melhorar a qualidade do ensino superior e reforçar a sua competitividade. (Superior 2008)

O Comunicado de Bergen de 19 e 20 de Maio de 2005 registou a realização de progressos significativos dos objetivos do Processo de Bolonha nos seguintes aspetos:

 “Elaboração das referências e das linhas de orientação para a garantia da qualidade, tal como proposto pelo relatório da ENQA (rede europeia para a garantia da qualidade no ensino superior).

 Estabelecimento dos quadros nacionais de qualificações.

 Emissão e reconhecimento de diplomas conjuntos, incluindo a nível de doutoramento.

 Criação de oportunidades para percursos flexíveis de formação no ensino superior, incluindo existência de disposições para validação dos acervos.” (Ministers 2005)

Entre 2005 e 2007, registou-se uma boa evolução global rumo ao EEES. Contudo, ainda existem muitos desafios. Agora, os esforços centram-se nos seguintes aspetos:

 “Promoção da mobilidade dos estudantes e pessoal docente, assim como o desenvolvimento de medidas para avaliar esta mobilidade.

 Avaliação da eficácia das estratégias nacionais sobre a dimensão social da educação.

 Desenvolvimento de indicadores e dados para avaliar a evolução a respeito da mobilidade e da dimensão social.

 Análise de formas para melhorar a empregabilidade relacionada com o sistema de três ciclos e aprendizagem ao longo da vida.

(31)

 Melhoria da divulgação das informações sobre o EEES e o seu reconhecimento em todo o mundo.

 Continuação da avaliação dos progressos realizados rumo ao EEES e desenvolvimento de análises qualitativas a este respeito. (Ministers 2005)”

O Comunicado de Louvain-la-Neuve de 28 e 29 de Abril de 2009 enfatizou os progressos verificados no Processo de Bolonha e o bom desenvolvimento do EEES desde a Declaração de Bolonha de 1999.

No comunicado sublinhou-se que o Processo de Bolonha continuaria depois de 2010, tendo sido estabelecidas prioridades para a nova década:

“Proporcionar oportunidades iguais para uma educação de

qualidade – a participação no ensino superior deve ser alargada, nomeadamente,

devem ser dadas as necessárias condições de participação aos estudantes de grupos sub-representados.

Aumentar a participação na aprendizagem ao longo da vida – deve

ser assegurada a acessibilidade e qualidade, assim como a transparência, das informações sobre a aprendizagem ao longo da vida. Devem ser aplicadas as políticas relevantes juntamente com quadros de qualificações nacionais e parcerias sólidas entre todas as partes interessadas.

Promover a empregabilidade – as partes interessadas devem cooperar

para aumentar as qualificações iniciais e renovar a mão-de-obra qualificada, assim como para melhorar o fornecimento, a acessibilidade e a qualidade da orientação prestada em termos de carreiras profissionais e emprego. Além disso, deve-se encorajar mais os estágios profissionais incluídos nos programas de estudos e em contexto laboral.

Desenvolver resultados de aprendizagem centrados no estudante e

missões de ensino – deve englobar o desenvolvimento de referenciais

internacionais para diferentes áreas de estudo e a melhoria da qualidade de ensino dos programas de estudo.

Articular a educação, a investigação e a inovação – deve aumentar-se

a aquisição de competências de investigação, a investigação deve estar melhor integrada nos programas de doutoramento e a evolução da carreira dos investigadores em início de carreira deve ser mais atrativa.

Abrir as instituições de ensino superior aos fóruns internacionais –

as instituições de ensino europeias devem internacionalizar ainda mais as suas atividades e colaborar a nível mundial.

Aumentar as oportunidades para a mobilidade e a sua qualidade –

até 2020, 20% de todos os licenciados devem ter passado um período de estudo ou estágio no estrangeiro.

Melhorar a recolha de dados – devem ser recolhidos dados de forma a

monitorizar e avaliar os progressos realizados face aos objectivos do Processo de Bolonha.

Desenvolver ferramentas de transparência multidimensionais –

(32)

PROGRAMAS DE MOBILIDADE

principais partes interessadas, para a obtenção de informações pormenorizadas acerca das instituições de ensino superior e dos seus programas. Estas ferramentas devem assentar em dados comparáveis e indicadores adequados, assim como abarcar os princípios de garantia da qualidade e reconhecimento do Processo de Bolonha.

Garantir o financiamento – devem ser identificadas novas e diferentes

soluções de financiamento para complementar o financiamento público “(Superior 2008)

A 12 de Março de 2010 a Declaração de Budapeste-Viena marcou o final da primeira década do Processo de Bolonha e lançou, de forma oficial, o Espaço Europeu do Ensino Superior (EEES), como indicado na Declaração de Bolonha de 1999.

Nesta declaração, os ministros:

 “Deram as boas-vindas ao Cazaquistão como o 47º país participante no Espaço Europeu do Ensino Superior;

 Sublinharam a natureza específica do Processo de Bolonha, ou seja, uma singular parceria entre as autoridades públicas, instituições de ensino superior, estudantes e docentes, juntamente com empregadores, agências de garantia da qualidade, organizações internacionais e instituições europeias;

 Realçaram que, constituindo exemplos sem precedentes de cooperação transfronteiriça e regional em matéria de ensino superior, o Processo de Bolonha e o subsequente Espaço Europeu do Ensino Superior aumentaram consideravelmente o interesse noutras partes do mundo e a visibilidade do ensino superior europeu no mapa mundial. Os ministros declararam igualmente que pretendem intensificar o seu diálogo político e cooperação com parceiros de todo o mundo;

 Reconheceram os resultados de vários relatórios, que indicam que algumas linhas de ação de Bolonha tinham sido implementadas de diferentes formas e que os protestos recentes em alguns países demonstravam que os objectivos e reformas de Bolonha não tinham sido ainda devidamente implementados e explicados. Os ministros prometeram escutar as críticas feitas por docentes e estudantes;

 Reiteraram o seu compromisso para uma implementação plena e adequada dos objectivos e da agenda acordada para a próxima década, que foi estipulada no Comunicado de Leuven/Louvain-la-Neuve.

 Além disso, os ministros destacaram os seguintes aspectos:

 A liberdade académica assim como a autonomia e responsabilidade das instituições de ensino superior como princípios do Espaço Europeu do Ensino Superior.

 O papel decisivo da comunidade académica – líderes institucionais, professores, investigadores, pessoal não-docente e estudantes – para tornar o Espaço Europeu do Ensino Superior uma realidade.

 O ensino superior como uma responsabilidade pública, ou seja, as instituições de ensino superior devem estar munidas dos recursos necessários no âmbito de um quadro estabelecido e supervisionado pelas autoridades públicas.

(33)

 A necessidade de se intensificar os esforços ao nível da dimensão social, de forma a promover a igualdade de oportunidades para uma educação de qualidade, prestando uma especial atenção aos grupos sub-representados.” (Superior 2008)

Os ministros responsáveis pelo ensino superior acordaram reunir-se novamente em Bucareste a 26 e 27 de Abril de 2012.

Os ministros após a reunião de Bucareste emitiram o comunicado em que elencaram como objetivos para 2012-2015:

 Investir no futuro do Ensino Superior:

“We commit to securing the highest possible level of public funding for higher education and drawing on other appropriate sources, as an investment in our future. We will support our institutions in the education of creative, innovative, critically thinking and responsible graduates needed for economic growth and the sustainable development of our democracies. We are dedicated to working together in this way to reduce youth unemployment. (Ministers 2012)

 O EEES ontem, hoje e amanhã:

Higher education structures in Europe are now more compatible and comparable. Quality assurance systems contribute to building trust, higher education qualifications are more recognizable across borders and participation in higher education has widened. Students today benefit from a wider variety of educational opportunities and are increasingly mobile. The vision of an integrated EHEA is within reach. (...)We will pursue the following goals: to provide quality higher education for all, to enhance graduates’ employability and to strengthen mobility as a means for better learning.” (Minister 2012)

 Proporcionar Ensino Superior de qualidade para todos:

“Widening access to higher education is a precondition for societal progress and economic development.(...) We will step up our efforts towards underrepresented groups to develop the social dimension of higher education, reduce inequalities and provide adequate student support 2 services, counseling and guidance, flexible learning paths and alternative access routes, including recognition of prior learning.(...) We reiterate our commitment to promote student-centered learning in higher education, characterized by innovative methods of teaching that involve students as active participants in their own learning.(...) Quality assurance is essential for building trust and to reinforce the attractiveness of the EHEA’s offerings, including in the provision of cross-border education. We confirm our commitment to maintaining public responsibility for higher education

(34)

PROGRAMAS DE MOBILIDADE

and acknowledge the need to open a dialogue on funding and governance of higher education.” (EHEA: 2012)

 Reforçar a empregabilidade para atender às necessidades da Europa

“We aim to enhance the employability and personal and professional development of graduates throughout their careers.(...) Our societies need higher education institutions to contribute innovatively to sustainable development and therefore, higher education must ensure a stronger link between research, teaching and learning at all levels.(...) To consolidate the EHEA, meaningful implementation of learning outcomes is needed.(...) We welcome the progress in developing qualifications frameworks; they improve transparency and will enable higher education systems to be more open and flexible.(...) We welcome the clear reference to ECTS, to the European Qualifications Framework and to learning outcomes in the European Commission’s proposal for a revision of the EU Directive on the recognition of professional qualifications.” (Ministers 2012)  Reforçar a mobilidade para uma melhor aprendizagem:

“Learning mobility is essential to ensure the quality of higher education, enhance students’ employability and expand cross-border collaboration within the EHEA and beyond.(...) Sufficient financial support to students is essential in ensuring equal access and mobility opportunities. We reiterate our commitment to full portability of national grants and loans across the EHEA and call on the European Union to underpin this endeavour through its policies. (...) Fair academic and professional recognition, including recognition of non-formal and informal learning, is at the core of the EHEA.(...) We strive for open higher education systems and better balanced mobility in the EHEA.(...) We encourage higher education institutions to further develop joint programmes and degrees as part of a wider EHEA approach.(...) Cooperation with other regions of the world and international openness are key factors to the development of the EHEA “(Ministers 2012)

 Melhorar a recolha de dados e transparência para apoiar objetivos políticos:

“We welcome the improved quality of data and information on higher education. We ask for more targeted data collection and referencing against common indicators, particularly on employability, the social dimension, lifelong learning, internationalization, portability of grants/loans, and student and staff mobility. (...)We will encourage the development of a system of voluntary peer learning and reviewing in countries that request it. (...)We will strive to make higher education systems easier to understand for the public, and especially for students and employers.” (Ministers 2012)

A reunião mais recente decorreu nos dias 14 e 15 de Maio de 2015 em Yerevan na Arménia. No comunicado de Yerevan 2015 os ministros focam a crise e afirmam que:

“The EHEA has a key role to play in addressing these challenges and maximizing these opportunities through European collaboration and exchange, by pursuing common goals and in dialogue with partners around the globe. We must renew our original vision and consolidate the EHEA structure.” (Ministers 2015)

(35)

Os objetivos traçados até 2020 são:

“Enhancing the quality and relevance of learning and teaching is

the main mission of the EHEA. We will encourage and support higher education institutions and staff in promoting pedagogical innovation in student-centred learning environments and in fully exploiting the potential benefits of digital technologies for learning and teaching.(…)

Fostering the employability of graduates throughout their working

lives in rapidly changing labour markets - characterized by technological

developments, the emergence of new job profiles, and increasing opportunities for employment and selfemployment - is a major goal of the EHEA (…)

Making our systems more inclusive is an essential aim for the EHEA

as our populations become more and more diversified, also due to immigration and demographic changes.

Implementing agreed structural reforms is a prerequisite for the

consolidation of the EHEA and, in the long run, for its success. A common degree structure and credit system, common quality assurance standards and guidelines, cooperation for mobility and joint programmes and degrees are the foundations of the EHEA.” (Ministers 2015)

2.2- Processo de Bolonha e a Estratégia de Lisboa

No Conselho Europeu de Lisboa (Março 2000) acordou-se um novo objetivo estratégico para a União com o intuito de reforçar o emprego, a reforma económica e a coesão social com o intuito de tornar a economia europeia uma economia baseada no conhecimento ”[Fazer com que a Europa se torne num] (…) espaço económico mais dinâmico e competitivo do mundo baseado no conhecimento capaz de garantir um crescimento económico sustentável, com mais e melhores empregos, e com maior coesão social” (Ministers 2012).

A este desafio é dado o nome de “Estratégia de Lisboa”. Como forma de assegurar a contribuição da educação e da formação para a Estratégia de Lisboa, nos Conselhos Europeus de Estocolmo (2001) e de Barcelona (2002), os Ministros da União Europeia aprovaram objetivos concretos para os sistemas de educação e formação e um programa de trabalho (Educação e Formação 2010) a realizar até 2010. O desenvolvimento de competências para a sociedade do conhecimento e objetivos específicos destinados a promover a aprendizagem de línguas, a desenvolver o espírito empresarial e, de uma forma mais geral, a reforçar a dimensão europeia na educação são alguns dos objetivos propostos.

(36)

PROGRAMAS DE MOBILIDADE

Conjuntamente com os objetivos acima mencionados, no Conselho Europeu de Barcelona é reconhecida a necessidade de tomar medidas conjuntas para a criação da Área Europeia de Investigação (ou Espaço Europeu de Investigação)

Se conseguir realizar este ambicioso objetivo, a Europa poderá então afirmar-se competitivamente com outros parceiros a nível mundial, na área de ensino superior e da ciência. Apresentando assim uma tendência para emergir uma Europa do ensino superior, nascida da concretização do Processo de Bolonha, que estará em posição de falar a uma só voz, enquanto espaço integrado competitivo de educação e ciência e, deste modo, ganhar maior protagonismo na cena mundial e ter uma palavra a dizer no delinear dos modelos das sociedades do conhecimento do século XXI.

A Estratégia de Lisboa vê-se perante dois desafios: Primeiramente globalização e a nova economia baseada no conhecimento fazem com que a União Europeia seja obrigada a adaptar-se e a evoluir os seus valores e modelos de sociedade.

Europe faces a moment of transformation. The crisis has wiped out years of economic and social progress and exposed structural weaknesses in Europe's economy. In the meantime, the world is moving fast and long-term challenges – globalisation, pressure on resources, ageing – intensify. The EU must now take charge of its future. (European 2009: 3)

Em consequência disto há a necessidade de definir um objetivo estratégico e que se aprove um programa que vise criar infraestruturas de conhecimento, fomentar a inovação e a reforma económica e modernizar os sistemas de proteção social e de ensino.

A Estratégia Europa 2020 põe como prioridades comuns:

Smart growth: developing an economy based on knowledge and innovation. Sustainable growth: promoting a more resource efficient, greener and more competitive economy.

Inclusive growth: fostering a high-employment economy delivering social and territorial cohesion. (European 2009: 3)

Para concretizar os objetivos propostos serão levadas a cabo as seguintes iniciativas:

"Innovation Union" to improve framework conditions and access to finance for research and innovation so as to ensure that innovative ideas can be turned into products and services that create growth and jobs.

Imagem

Figura 2 Organograma da Faculdade de Ciências Sociais e Económicas
Tabela 1 Mobilidade de alunos, professores e staff entre os anos 2007 e 2014
Gráfico 1: Percentagem de mobilidades realizada ao abrigo do programa LLP/Erasmus na UK (2007-2013)
Tabela 2. Número de Alunos em mobilidade por cada faculdade entre 2007 e 2014
+7

Referências

Documentos relacionados

[r]

(MEC, 2014, p.29). E no campo da Gestão Educacional, a Secretaria de Educação, ao elaborar o PAR, deve sinalizar qual é o método de escolha de gestores escolares e quais são os

A presente dissertação é desenvolvida no âmbito do Mestrado Profissional em Gestão e Avaliação da Educação (PPGP) do Centro de Políticas Públicas e Avaliação

2 - OBJETIVOS O objetivo geral deste trabalho é avaliar o tratamento biológico anaeróbio de substrato sintético contendo feno!, sob condições mesofilicas, em um Reator

hands of the judiciary, a sort of way to apply effectively regulated justice, not an extension of justice, it is not king acting through its apparatus of justice, the king is

No final, os EUA viram a maioria das questões que tinham de ser resolvidas no sentido da criação de um tribunal que lhe fosse aceitável serem estabelecidas em sentido oposto, pelo

Desta forma, conforme Winnicott (2000), o bebê é sensível a estas projeções inicias através da linguagem não verbal expressa nas condutas de suas mães: a forma de a

Outro ponto importante referente à inserção dos jovens no mercado de trabalho é a possibilidade de conciliar estudo e trabalho. Os dados demonstram as