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3. Programas de Mobilidade

3.2 Erasmus +

“O Programa Erasmus+ destina-se a apoiar os esforços dos Países do Programa no sentido de utilizarem o potencial do talento e do capital humano e social da Europa de forma eficiente, confirmando em simultâneo o princípio da aprendizagem ao longo da vida mediante a ligação do apoio à aprendizagem formal, não-formal e informal nos domínios da educação, da formação e da juventude. O Programa também destaca as oportunidades de cooperação e mobilidade junto dos Países Parceiros, designadamente nos domínios do ensino superior e da juventude”. (Europeia 2015:9)

O Programa Erasmus + surge da fusão de programas anteriores executados pela Comissão durante o período de 2007-2013 concretamente o Programa Aprendizagem ao Longo da Vida, o Programa Juventude em Ação, o Programa Erasmus Mundus, o programa Tempus, o programa Alfa, o programa Edulink e os Programas de cooperação com países industrializados no domínio do ensino superior.

Segundo o guia do programa Erasmus +, os objetivos fundamentais centram-se no programa de forma que contribua para:

 “Os objetivos da Estratégia Europa 2020, incluindo o grande objetivo em matéria de educação;

 Os objetivos do Quadro Estratégico para a cooperação europeia no domínio da educação e da formação 2020

 («EF 2020»), incluindo os correspondentes critérios de referência;

 O desenvolvimento sustentável de Países Parceiros no domínio do ensino superior;

 Os objetivos gerais do «Quadro renovado da cooperação europeia no sector da juventude» (2010-2018);

 O objetivo de desenvolvimento da dimensão europeia no desporto, em particular no desporto de base, em consonância com o plano de trabalho da UE para o desporto;

 A promoção dos valores europeus, nos termos do artigo 2.º do Tratado da União Europeia” (Europeia 2015:11)

Alguns dos aspetos do programa mereceram especial atenção no guia acima mencionado, nomeadamente:

Reconhecimento e validação de competências e qualificações

“Erasmus+ apoia os instrumentos da UE em matéria de transparência e reconhecimento de competências e qualificações (…) para que se possa (…) assegurar que as competências e as qualificações (…) sejam (…) mais facilmente reconhecidas e compreendidas, dentro e fora das fronteiras nacionais, em todos os subsistemas de educação e de formação, assim como no mercado de trabalho“ (…) (Europeia 2015:11)

Divulgação e exploração dos resultados do projeto

“A divulgação e exploração dos resultados é uma das áreas fundamentais do ciclo de vida dos projetos Erasmus+. Criando assim uma linha de comunicação e partilha que permite aos participantes veicular realizações e os resultados atingidos pelo respetivo projeto, ampliando assim o seu impacto, melhorando a sua sustentabilidade e justificando o valor acrescentado europeu do Erasmus+“ (Europeia 2015: 11-12)

Exigência do livre acesso a materiais, documentos e suportes educativos produzidos no âmbito do programa Erasmus+

(…) “promove o livre acesso a materiais, documentos e suportes úteis para aprendizagem, ensino, formação e animação de juventude e produzidos por projetos financiados pelo Programa.” (Europeia 2015:12)

PROGRAMAS DE MOBILIDADE

O Programa Erasmus+ contém uma forte dimensão internacional (ou seja, cooperação com Países Parceiros), designadamente nos domínios do ensino superior e da juventude. (Europeia 2015:12)

“No referente ao ensino superior, o Programa Erasmus+ suporta Ações direcionadas para a colaboração com Países Parceiros:

Mobilidade internacional de indivíduos e respetivos créditos e Mestrados Conjuntos Erasmus Mundus promovendo a mobilidade dos estudantes e dos membros do pessoal de e para Países Parceiros;

Projetos de Reforço de Capacidades no ensino superior que promovam a cooperação e as parcerias com impacto na modernização e na internacionalização das instituições e dos sistemas de ensino superior nos Países Parceiros, com especial destaque para os Países Parceiros vizinhos da UE;

Apoio ao diálogo político, através da rede de Peritos para a Reforma do Ensino Superior nos Países Parceiros vizinhos da UE, da associação internacional de antigos alunos, do diálogo político com Países Parceiros, e de eventos internacionais de atração e promoção;

Atividades Jean Monnet com o objetivo de estimular o ensino, a investigação e a reflexão no domínio dos estudos sobre a União Europeia a nível mundial.”

No domínio da juventude, as ações do programa Erasmus+ passam por:

“Mobilidade de jovens e animadores de juventude promovendo os Intercâmbios

de Jovens, o Serviço Voluntário Europeu e a mobilidade dos animadores de juventude em cooperação com os Países Parceiros vizinhos da UE;

Projetos de Reforço de Capacidades no sector da juventude que promovam

atividades de cooperação e mobilidade com um impacto positivo no desenvolvimento qualitativo da animação de juventude, das políticas de juventude e dos sistemas no sector da juventude, assim como no reconhecimento da educação não-formal nos Países Parceiros, designadamente em países da África, das Caraíbas e do Pacífico (ACP), da Ásia e da América Latina;

Envolvimento dos jovens e das organizações de juventude dos Países Parceiros vizinhos da UE no Diálogo Estruturado com a juventude, mediante a sua participação em reuniões, conferências e eventos internacionais que promovam o diálogo entre os jovens e os decisores.

Multilinguismo é uma das pedras angulares do projeto europeu e um símbolo

poderoso da aspiração da UE de alcançar a união na diversidade. As línguas estrangeiras desempenham um papel de destaque entre as competências que vão ajudar a preparar melhor as pessoas para o mercado de trabalho e a tirar o maior proveito das oportunidades disponíveis. A UE definiu o objetivo de que todos os cidadãos devem ter a oportunidade de aprender, pelo menos, duas línguas estrangeiras desde uma idade precoce. A promoção do ensino de línguas e da diversidade linguística é um dos objetivos específicos do Programa.” (Europeia 2015: 13)

Igualdade e inclusão O Programa Erasmus+ destina-se a promover a igualdade

e a inclusão através da facilitação do acesso a alunos oriundos de grupos desfavorecidos e com menos oportunidades em comparação com os seus pares. Estas pessoas partem em desvantagem devido a dificuldades pessoais ou a obstáculos que os limitam ou impedem de participar em projetos transnacionais. (Europeia 2015:13)

Proteção e segurança dos participantes envolvidos nos projetos Erasmus+ são

dois princípios importantes do Programa. Todas as pessoas que participam no Programa Erasmus+ devem ter a oportunidade de tirar o máximo proveito das possibilidades de aprendizagem e desenvolvimento pessoal e profissional. Isso só pode ser garantido por um ambiente seguro que respeite e proteja os direitos de todas as pessoas.” (Europeia 2015:14)

Após a leitura e análise das teorias e das diretrizes apresentadas pelos autores e pela União Europeia, é possível verificar a importância crescente do Ensino Superior para a construção de uma economia baseada no conhecimento.

METODOLOGIA

Tendo como base teórica os pontos acima apresentados, passaremos agora à análise empírica deste fenómeno. Como objeto de análise serão utilizados dados referentes aos programas de mobilidade na Universidade Comenius em Bratislava na República Eslovaca.

4 Metodologia:

Richardson apresenta o conceito de método como

“a escolha de procedimentos sistemáticos para a descrição e explicação de fenômenos. Esses procedimentos se aproximam dos seguidos pelo método científico que consiste em delimitar um problema, realizar observações e interpretá-las a partir das relações encontradas, fundamentando-se, se possível, nas teorias existentes”. (Richardson 1985: 29)

Neste capítulo pretende-se descrever o processo metodológico que este relatório seguiu. Explicitar-se-ão as caraterísticas da metodologia usada considerando a referida metodologia como aquela que pelos seus atributos mais se coaduna com o objetivo proposto.

A metodologia qualitativa orienta-se por uma perspetiva interpretativa e construtivista. Para Denzin e Lincoln (1994: 4) “a palavra qualitativa implica uma ênfase em processos e significados que não são examinados nem medidos (se chegarem a ser medidos) rigorosamente, em termos de quantidade, volume, intensidade ou frequência”.

Nesta tipologia de investigação, “os dados recolhidos são designados por qualitativos, o que significa ricos em fenómenos descritivos relativamente a pessoas, locais e conversas, e de complexo tratamento estatístico” (Bogdan e Bilken 1994: 16).

“Na investigação qualitativa, é essencial que a capacidade interpretativa do investigador nunca perca o contacto com o desenvolvimento do acontecimento. Outro aspeto característico (Stake 1999) da investigação qualitativa é que direciona os aspetos da investigação para casos ou fenómenos em que as condições contextuais não se conhecem ou não se controlam”. (Meirinhos e Osório 2010: 51)

“Stake (1999) assinala que nos modelos quantitativos habituais o investigador exerce um esforço para limitar a sua função de interpretação pessoal, desde que se inicia o desenho da investigação até que se analisam estatisticamente os dados. Trata-se de um período que se deve pautar pela ausência de valores. Na investigação quantitativa, as perguntas procuram a relação entre um pequeno número de variáveis.” (Meirinhos e Osório 2010:51)

“Existem também autores, como por exemplo Yin (1993, 2005) e Flick (2004), que salientam a relevância de utilizar, em alguns métodos de investigação, simultaneamente dados qualitativos e quantitativos. A utilização de dados qualitativos e quantitativos, na mesma investigação, vai no sentido de olhar para estas metodologias como complementares e não como opostas ou rivais.” (Meirinhos e Osório 2010: 51)

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