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CADERNO DE RESUMOS Ago Nov 2017 CURSO: O QUE PRODUZ A VIOLÊNCIA?

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CURSO: O QUE

PRODUZ A VIOLÊNCIA?

CADERNO

DE RESUMOS

Ago – Nov 2017

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Aula 1: [18-19/Ago] Aula Introdutória: O que Produz a Violência na América Latina? A. O que causa a violência, e o que ela causa?

Gabriel de Santis Feltran (UFSCar/Centro de Estudos da Metrópole - CEM)

Partimos de um problema já muito conhecido nas pesquisas, assim como no debate público: a sensação de insegurança é geral, mas o homicídio é muito específico no Brasil, afetando principalmente jovens do sexo masculino, pardos e pretos, mora-dores de periferias urbanas, entre 15 e 25 anos, com escolaridade defasada. Estes são, de longe, os mais vitimizados (mais de 70% dos mais de 60.000 homicídios cometidos no Brasil por ano). A explicação para o homicídio ser tão concentrado nesse perfil não tem sido satisfatória. Diversos grupos defendem que a pobreza, a família desestruturada, o racismo, a ausência de políticas públicas, o desemprego, a falta de policiamento e de investimen-to em segurança seriam as causas dessa violência. Nossas pesquisas demonstram que essas explica-ções são insuficientes: o Brasil já foi muito mais pobre, mais racista, menos escolarizado, com menor acesso à saúde e planejamento

familiar, além de investir muito menos em segurança no passa-do. Mas o problema da violência era muito menor.

As pesquisas recentes pro-põem, então, que dois fatores associados são centrais para a explicação do que produz a violência no Brasil, e na América Latina: i) a pujança e a confor-mação dos mercados ilegais: quem morre são os jovens que ocupam os postos mais baixos

dos mercados criminalizados (sobretudo drogas, veículos rou-bados e armas, todos mercados transnacionais); ii) o modelo

de segurança pública que implantamos: modelo que foca a repressão e o encarceramento nos operadores baixos dos mercados ilegais, apenas geran-do um rodízio em seus postos de trabalho, sem redução dos mercados. Isso gera um exército criminalizado crescente, que fortalece as facções criminais e produz mais conflito violento. Esse modelo de segurança é parte do problema, não da solução.

B. Guerra às Drogas e Encarce-ramento em Massa

Angelo Martins Júnior (Goldsmi-ths University of London)

Com base em pesquisas nos Estados Unidos da América

esta aula examinará alguns dos fatores que sustentam um processo de encarceramento em massa (acontecendo nos EUA desde a década de 1970) e políticas estatais sobre drogas, bem como algumas interseções entre “raça”, classe e a crimina-lização de grupos particulares. Desde a década de 1970, há um aumento no encarceramento em massa nos EUA, chegando a mais de 2 milhões de presos em 2008. No entanto, esse processo tem uma determinada dimensão de “raça”, classe e gênero, já que a maioria da população encar-cerada é composta por jovens, homens e negros ou hispânicos. Os negros e hispânicos, que compõem cerca de 20% da população dos EUA, compõem cerca de 60% das pessoas nas prisões norte americanas. Esta palestra sugerirá que esse

processo de encarceramento em massa resulta de uma relação entre encarceramento em massa com formas contemporâneas de racismo (que nos leva de volta à escravidão) e as políticas econômicas e sociais neoliberais, que individualizam os problemas sociais em infortúnio ou ferimen-to individual. Desde a década de 1970, a política pública nos EUA passou de uma “guerra contra a pobreza” para uma “nova guerra contra os pobres”, uma vez que o “Estado de Garantias” é substi-tuído por uma criminalização e

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repressão através da construção de diferentes configurações de “ Outros, que não precisam mais ser integrados, mas excluídos, presos e contidos”. Neste contex-to, há um discurso que naturaliza o crime/encarceramento como uma questão individual e que é reproduzido pela mídia e pelos políticos. Esse discurso criminaliza e constrói os jovens negros como criminosos (uma ameaça para a nação), em par-ticular com a chamada política de “guerra contra as drogas”, que começou com o presidente Nixon na década de 1970 e continuou durante as próximas quatro décadas como um dos principais “vencedores de votos” em campanhas políticas.

C. A linha tênue no processo de interlocução nos territórios em disputa

Valdênia Aparecida Paulino Lanfranchi (CEDECA e Centro de Direitos Humanos de Sapopemba)

Cada tempo histórico, prin-cipalmente quando falamos de países com desigualdades sociais e econômicas endêmicas como o Brasil, elege seus algozes e seus “bodes expiatórios” para justificar a produção da violên-cia. Pois uma vez justificada, os verdadeiros responsáveis restam protegidos. Nas últimas décadas,

o tráfico e o uso de drogas ilícitas vêm ocupando esse espaço. Eleitos os culpados, se justificam os modos repressivos das forças de segurança, o genocídio da juventude negra e pobre e a política de encarceramento em massa, principais estratégias da “guerra às drogas”.

É desde o território que queremos refletir, trazendo as interfaces dos processos de interlocução entre os diferentes atores e a incidência desses processos na produção e des-construção da violência. Para nossa reflexão que terá como base a experiência de dois

centros de defesa – organizações da sociedade civil – priorizare-mos como atores: traficantes do varejo e usuários; profissionais da rede de proteção; profissionais do sistema de justiça e da segurança pública e privada. O objetivo é problematizar as vivências dessa linha tênue a partir de quem vive nesses territórios, buscando construir processos de incidência positiva na desconstrução da violência.

D. O que produz a violência? Intervenções do British Coun-cil na área de Justiça

Camila Morsch (British Council) O British Council é a organi-zação internacional do Reino

Unido para relações culturais e oportunidades educacionais, promovendo a cooperação entre o Reino Unido e 110 países ao redor do mundo nas áreas de língua inglesa, artes, sociedade e educação. Este curso representa um marco nos nossos esforços para implementar o programa de Sociedade do British

Council na América Latina, que foi reiniciado no ano passado após dez anos de intervalo. Um dos objetivos do programa é propiciar o intercâmbio de práticas e saberes entre instituições do Reino Unido e do continente americano, para o avanço de questões comuns importantes tais como dar voz e oportunidades a jovens em situações de vulnerabilidade e promover igualdade de gênero. Nesse sentido, o curso vai contar com especialistas do King´s College e Goldsmith´s College da Universidade de Londres, que juntamente com seus colegas do Brasil e do México irão compartilhar estudos recentes importantes sobre como podemos ser mais eficazes no combate à violência – que vitimiza principalmente os jovens afrodescendentes das periferias. Essa troca de conhe-cimentos deve incluir, e inspirar, organizações da sociedade civil e instituições governamentais, para o desenvolvimento de suas estratégias: o curso foi pensando

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a partir da nossa plataforma Construção de Movimentos, que busca criar espaços de diálogo entre uma variedade de atores trabalhando em determinada questão de modo a pensarem em ações conjuntas que aumen-tem o impacto do seu trabalho. A intenção é sairmos muito mais fortalecidos para enfrentar os desafios enormes do nosso dia a dia, com a oportunidade de trabalharmos mais de perto, dentro de uma rede que possa influenciar políticas e procedi-mentos relacionados ao sistema de justiça, segurança pública e inclusão social. Ressaltamos que este projeto faz parte do portfólio de Justiça que o British Council implementa em diversos países, capacitando sistemas de justiça para trabalharem com a sociedade civil de forma inte-grada; desenvolvendo planos estratégicos anticorrupção; pro-movendo a implementação de polícias comunitárias; treinando mediadores; criando delegacias especiais para atender vítimas de crimes sexuais e de gênero; ampliando a provisão de

assistência jurídica; entre outros. Sendo assim, os resultados que surgirem deste projeto não serão aplicáveis exclusivamente às ci-dades latino-americanas: vamos explorar caminhos relevantes também para outros contextos - ajudando a promover planos de pesquisa inovadores, criando

e disseminando uma base sólida de conhecimento para os elaboradores de políticas públicas na América Latina, no Reino Unido e outras regiões em potencial.

Aula 2: [1-2/Set] Fronteiras e Globalização: os mercados ilegais e a violência

A. Mercados e Letalidades: metrópoles e fronteiras no Brasil

Daniel Veloso Hirata (Universida-de Fe(Universida-deral Fluminense e NECVU/ UFRJ)

A proposta é compreender as relações entre violência letal e mercados da cocaína no Brasil. A abordagem será comparativa, envolvendo Tabatinga, cidade situada na tríplice fronteira Brasil/ Colômbia/Peru, por um lado, e a maior metrópole do país, São Paulo, por outro lado. A aposta é que o entendimento compara-tivo dessas cidades possa ajudar a qualificar os pressupostos subjacentes de organização das relações entre mercados ilegais e violência letal no Brasil.

B. Mercados Transnacionais: desatando os nós das lógicas de legalidade e ilegalidade

Caroline Knowles (CUCR - Golds-miths University of London)

Com base em pesquisas no Kuwait, Coréia, China e na Etiópia que traçam uma cadeia translo-cal de commodities, esta palestra examina alguns dos fatores que sustentam as práticas traba-lhistas informais e os mercados ilegais, bem como algumas das interseções entre mercados legais e ilegais. O argumento sugerirá que os mercados e as práticas trabalhistas envolvidas na circulação de objetos (com-modities) também implicam as pessoas, as relações que eles formam com os outros e as vidas que podem ser capazes de viver. Isso sugere algumas das maneiras pelas quais as circuns-tâncias sociais e econômicas mais amplas desencadeiam as possibilidades na vida cotidiana, particularmente para aqueles que devem inventar formas informais de viver em situações precárias. Além disso, sugere que, ao invés de constituir ca-deias de commodities robustas que compõem a globalização, essas são circunstâncias bastante frágeis que provavelmente encolherão ou se desmancharão em pouco tempo. Isso significa que as pessoas, famílias e co-munidades devem mostrar altos níveis de habilidade em navegar nas circunstâncias precárias e frágeis em que vivem. As habili-dades diárias de vida tornam-se importantes nessas situações, pois as pessoas encontram um

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caminho e gerenciam situações de outra forma incontroláveis. Noções aceitas sobre o que é legal e o que é ilegal serão objeto de escrutínio ao exa-minarmos as vidas de pessoas que encontram maneiras de viver sem possibilidades formais de emprego ou apoio estatal. Nestas situações as ilegalidades muitas vezes se tornam o único meio de sobrevivência na ausên-cia de outras oportunidades e as práticas ilegais são muitas vezes prosseguidas em situações que dependem de práticas violentas, a fim de persegui-las e regulá-las.

C. Fazendo novos criminosos globais: atravessando frontei-ras e produzindo migrantes Ilegais

Angelo Martins Jr. (Goldsmiths University of London)

Nas últimas quatro décadas melhorias nos sistemas de comunicação e transporte facilitaram o desenvolvimento de uma intensa mobilidade de pessoas, objetos, imagens, informações e resíduos que atra-vessam as fronteiras nacionais. Neste contexto, ser fisicamente móvel teria se tornado um modo de vida tanto para “ricos” quanto “pobres”. No entanto, nesta palestra, investigamos as seguin-tes questões: Essa mobilidade acontece da mesma maneira

para todos? Quem pode se mudar no mundo em movimen-to? Esta palestra sugerirá que a Nacionalidade, a Classe, a “Raça” e o Gênero influenciam direta-mente quem pode mover-se. Outra questão a ser abordada é como esta mobilidade é realizada especialmente dentro de um contexto de aumento no controle de fronteiras e imi-grações que produz diferentes categorias de “pessoas móveis” (ou seja, estudantes, trabalhado-res qualificados e trabalhadotrabalhado-res pouco qualificados / migrantes, refugiados, legais e “ilegais”, imigrantes). Os controles de imigração são justificados com o discurso de garantir os em-pregos para os locais e proteger os imigrantes da exploração, no entanto, esta conferência sugere que a criação de uma “ilegalida-de institucionalizada” (Controle de Imigração que declara quem é “legal” e quem é “ilegal”) crimi-naliza o “imigrante ilegal” como o “Outro do Ocidente”: eles são “ladrões de trabalho”, “Invasores”, “criminosos”, “traficantes de drogas”, “estupradores”, “com fome”, “doentes”. Esta produção contínua de “outro” acontece através de um espetáculo cotidiano, em que os meios de comunicação e os políticos bombardeiam a população com discursos, imagens e cenas sobre “o imigrante ilegal”, gerando medo e emoções que justificam

e legitimam o processo de exclusão. Esse “espetáculo de ilegalidade da migração” é parte da “indústria da ilegalidade”, que ajuda a legitimar os excessos, as contradições e os absurdos que definem a resposta da América e da Europa à imigração irregular. Em vez de pôr fim à ilegalidade, controles mais rigorosos das fronteiras e mais policiamento fazem parte de uma “indústria” que causa mais problemas e produz situações como: migração irregular, “ilegalidades”, explorações e óbitos.

Aula 3: [15-16/Set] Circulação de mercadorias e drogas: o que sabemos

A. Circulação e drogas na América Latina

Salvador Maldonado Aranda (El Colégio de Michoacán)

Nas sessões sobre “circulação e drogas,” gostaria de apresentar--lhes um estudo de caso sobre violência criminal no México como exemplo das consequên-cias terríveis das campanhas por controle do mercado de drogas disputados por diversos cartéis. Para isso, será necessário come-çar com uma abordagem teórica sobre a relação entre violência, poder e ilegalidade. A nossa posição teórica é que não po-demos compreender a violência

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como resultado de controle de drogas sem antes entender seriamente a natureza do poder e suas fronteiras de ilegalidade. Portanto, a nossa intervenção incidirá sobre a experiência mexicana de longo prazo, sobre como se foram entrelaçando poder político, o mercado de drogas e a luta pela legitimidade em relação aos desafios da sociedade de se punir ou não o cultivo, o comércio e o consumo de determinadas substâncias. Também abordaremos as transformações fundamentais das naturezas das drogas, seus mercados locais e globais, bem como a produção de cartéis transnacionais em meio a redes internacionais de comércio e proteção social. Assim que chegar a esta fase, então poderemos construir algumas hipóteses sobre os significados das políticas de controle de drogas e suas relações entre violências e seguranças.

B. Rotas de drogas na África e no Brasil: uma violência inevi-tável ?

Corentin Cohen (Sciences Po - CERI, Paris)

Usando resultados de várias pesquisas em andamento essa contribuição questiona a circulação e o mercado inter-nacional de droga analisando

particularmente as rotas afri-canas de cocaína. Desde os anos noventa um mercado transatlântico de drogas se desenvolveu. Como o Brasil, o continente africano não era um espaço de produção mas um país de trânsito que está virando progressivamente um mercado. A partir das análises dessas rotas queremos refletir sobre os aspectos sociais e econômicos do tráfico de drogas no Brasil. Uma primeira parte da aula analisa a circulação das drogas no contexto africano, particu-larmente o controle social e o impacto das políticas públicas dos países da região. Como foram abertas as rotas no conti-nente? É possível afirmar que as rotas africanas aumentaram vio-lência na região? Uma pergunta central é saber em qual medida a repressão aumentou a atrativi-dade do mercado internacional de drogas. Demostraremos que a violência é produzida pelo regime de repressão mas implica também em outros parâmetros como a construção das redes de traficantes, os atores envolvidos e o papel dos intermediários, a questão das políticas públicas e das atitudes dos governos. A segunda parte da apresenta-ção leva essas perguntas teóricas sobre o caso brasileiro para abrir a conversa com os participantes.

Focaremos no papel do mercado e na economia do tráfico ao nível individual de jovens

envolvidos no tráfico. Focaremos no papel da repressão e das racionalidades econômicas nas carreiras criminais. Exploraremos o papel dos indivíduos e das relações com as instituições para explicar as carreiras e as trajetórias de aprendizagem da violência.

C. A questão das drogas – as substâncias entre sujeitos, Estado e sociedade

Maurício Fiore (CEBRAP e Plataforma Brasileira de Política de Drogas)

Já é bastante sabido que o consumo de substâncias psicoa-tivas – chamadas comumente de drogas – é um fenômeno milenar e complexo da história humana. A alteração da percep-ção, das sensações e consciência é buscada sistematicamente pelos seres humanos por conta de motivações, sentidos e sig-nificados diversos. No entanto, a partir do século passado, o consumo de algumas dessas drogas passou a ser uma ques-tão de Estado, sendo algumas proscritas. Dois pressupostos sustentaram esse novo lugar do Estado para tratar das drogas: 1. A negatividade intrínseca atribuí-da a algumas substâncias, o que

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confere ao Estado o mandato de interditar a conduta privada de seu consumo; 2. A perspectiva de que a melhor forma de impe-dir o consumo dessas drogas é perseguição penal e militar à sua produção, comércio e consumo. O paradigma proibicionista se tornou hegemônico na segunda metade do século XX e, desde então, a disseminação do consumo dessas substâncias hipertrofiaram o mercado ilícito e, portando, associaram diretamente as drogas à prática criminosa. Em países mais violentos e desiguais, são as populações mais pobres e discriminadas que sofrem as consequências mais terríveis do que se convencionou chamar de “guerra às drogas”, seja pelos conflitos inerentes ao mercado ilícito, pelo violento combate policial ou pelo encarceramento crescente.

No entanto, esse paradigma tem sido cada vez mais criticado e alternativas ao papel que o Estado assumiu no paradigma proibicionista têm se fortalecido, o que inclui repensar as políticas para as substâncias lícitas. Ao mesmo tempo, hoje o conheci-mento a respeito do fenômeno do consumo de substâncias psicoativas avançou em diversos campos do conhecimento, per-mitindo compreender de forma

mais ampla seus sentidos e consequências, inclusive os usos considerados problemáticos.

Aula 4: [29-30/Set] Distri-buição de Renda e Sistemas de Proteção: alternativas existentes

A. Distribuição de renda e sis-temas de proteção – o caso do Programa Bolsa Família

Renata Bichir (EACH/USP e CEM) Sabe-se que a pobreza é um fenômeno multidimensional, que não se limita à insuficiência de renda. Entretanto, em

uma economia cada vez mais monetizada, ter acesso à renda, de modo regular e previsível, é essencial para garantir condições mínimas de bem-estar, incluindo segurança alimentar, para falar do básico. Nesse sentido, essa aula abordará as possibilidades e as limitações do Programa Bolsa Família: este conhecido e por vezes polêmico programa de transferência condicionada de renda apresenta dimensões de curto prazo, como a perspectiva de alívio imediato da pobreza, e dimensões de médio e longo prazo diretamente relacionadas com a redução das desigualda-des, ao prever a articulação entre a transferência de renda e outras políticas sociais, por meio das condicionalidades. A partir da

discussão de avaliações qualitati-vas e quantitatiqualitati-vas do programa, bem como indicadores sociais diversos, será discutida a evolução institucional deste programa – que vem se trans-formando de modo importante desde sua criação em 2003 –, com destaque para os meca-nismos recentes de articulação entre a transferência de renda, a assistência social e outras políticas como saúde, educação e perspectivas de geração de emprego e renda.

B. Distribuição de renda e sistemas de proteção: alterna-tivas existentes

Felipe Oliveira Campos “Choco” (CEDECA Sapopemba e EACH/ USP)

Esta fala apresentará reflexões a partir de um conjunto de experiências do ministrante em seu cotidiano de trabalho no que se convencionou chamar de “área social”, compreendendo o período de uma década (2007 – 2017), enquanto estagiário do Centro de Referência de Políticas de Promoção da Igualdade Racial de Diadema, educador do Projeto Meninos e Meninas de Rua (São Bernardo, Guarulhos e Diadema) e enquanto técnico de medidas socioeducativas em meio aberto e coordenador de Ponto de Cultura junto ao

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CEDECA Sapopemba. Será expresso que o emprego formal, de “carteira assinada”, aliado a um conjunto de direitos de cidada-nia (direitos humanos, sociais, políticos e civis) continua sendo um dos fatores determinantes para a proteção social dos indi-víduos e grupos na sociedade capitalista.

Todavia, no período em questão, denominado de “era” ou “hege-monia lulista”, findada em agosto de 2016 com o impeachment da então presidente Dilma Roussef, verificaram-se avanços porém ao mesmo tempo extensas contra-dições e ambiguidades, como o processo de expressivo aumento do emprego formal ser associa-do à alta rotatividade, condições precárias e baixos salários. O acesso à educação universitária pelas camadas populares, em sua grande maioria na rede privada subsidiada, programas de transferência de renda, e a integração social por meio de crédito ao consumo, sem politi-zação em termos progressistas, não tardou em desdobrar-se em “ceticismo do novo proletariado brasileiro” frente à melhora das condições de vida por meio da política, tanto que a noção de

direitos tão cara aos grupos que

a preconizaram enquanto uma agenda, foi relegada a “alívio das carências”, não sendo o combate às desigualdades encarado

em termos coletivos, e tendo inclusive parcelas desse grupo beneficiário aderido às “brigadas da meritocracia”. Serão também abordadas formas alternativas de proteção social, a partir da ação de movimentos sociais.

C. Direito à Cidade: história, política e urbanismo

Mariana Cavalcanti (IESP/UERJ) A aula trabalhará a noção de direito à cidade, buscando traçar a trajetória deste conceito de modo a criar condições para sua instrumentalização na análise das dinâmicas urbanas contem-porâneas. Para tanto, traço um panorama interdisciplinar dos estudos urbanos, introduzindo, de um lado, as principais cor-rentes de pensamento sobre as cidades e o urbano nas ciências sociais e, de outro, as ideias e ideologias que fundamentaram projetos (implementados ou não) urbanísticos e as utopias da cidade planejada (e planejável) como alternativa para o caos das cidades industriais. A proposta é percorrer estudos de caso exemplares das utopias e dis-topias do século XX de modo a trabalhar elementos que ajudem na apreensão e interpretação de questões caras ao urbanismo contemporâneo, e, em particular das transformações em curso nas cidades brasileiras.

Aula 5: [6-7/Out] Encarce-ramento e Militarização: o modelo que existe e seus problemas

A. O Encarceramento em Mas-sa no Brasil

Luiz Guilherme M. Paiva (IBCCRIM)

Em junho de 2014, os

indicadores de ocupação do sistema penitenciário brasileiro mostravam que 607.731 pessoas estavam encarceradas. Esse número, que inclui presos definitivos no regime fechado, semiaberto e os presos provisó-rios, representa um aumento de 574% em vinte e dois anos – em 1990, a população carcerária era de cerca de 90.000 pessoas. O número de vagas no sistema carcerário também cresceu de forma impressionante, mas não foi capaz sequer de acompanhar a proporção do número de presos - a ocupação total do sistema era de 153% em 2002 e passou a 161% em 2014. Apenas três delitos são responsáveis pela prisão de dois terços dos presos brasileiros: furto, roubo e tráfico de drogas, todos relacionados ao acesso forçado à renda.

Tais números colocam o Brasil em uma posição de destaque no ranking das grandes nações encarceradoras: em 2014 era

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o quarto país com a maior população carcerária do planeta, em números absolutos. Mas a estatística mais significativa é a da taxa de encarceramento: a proporção do número de presos em relação à população total aumentou muito mais do que o experimentado pelos países com as maiores populações carcerá-rias, pelos países que compõem os BRICs ou pela média da América Latina, com a notável exceção da Colômbia. Assim, mesmo diante de um fenômeno global de aumento do encar-ceramento no final do século XX, a experiência brasileira tem particularidades importantes e que devem ser compreendidas. Quais os discursos políticos e jurídicos que sustentam esse projeto, e de que forma o reconhecimento do “problema da prisão” pode levar a uma contestação dos pressupostos do encarceramento, ou, parado-xalmente, ao seu próprio reforço? Quais as estratégias possíveis para construir uma alternativa?

B. Militarização, Encarcera-mento e Juventudes Pobres.

Evandro Cruz Silva (Centro de Estudos da Metrópole)

Esta sessão tratará das juventudes pobres e subalternas brasileiras e sua relação com redes criminais

e aparatos estatais de repressão e encarceramento. Com base em experiências de pesquisas com jovens entre 13 e 21 anos com passagens tanto por atividades criminalizadas quanto por ex-periências de violência policial, além de passagens por medidas socioeducativas de liberdade assistida e períodos de internação na Fundação Casa, discutiremos as posições destes sujeitos nas redes criminais e quais as alternativas para a prevenção de seus acessos a tais redes. Com um número crescente de adoles-centes em regime de internação e debates públicos como o que gira em torno do Projeto de Emenda Constitucional que propõe a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos, o risco que nos aparece é o da repetição da fracassada equação aplicada à repressão da criminalidade praticada por adultos, em que o crescimento das populações carcerárias fortaleceram as redes criminalizadas e diminuíram signi-ficativamente os níveis cotidianos de segurança. Soma-se a isso o fato de que a maioria dos ado-lescentes são internados pelos mesmos motivos que os adultos: participação no tráfico de drogas. Abordaremos fundamentalmente o papel de adolescentes pobres e subalternos principalmente no tráfico de drogas varejistas en-quanto uma forma de exploração de trabalho infantil e medidas

alternativas de redução de danos nas medidas socioeducativas.

C. Violência policial, poder policial e reforma policial no Brasil

Jeffrey Garmany (Kings College London)

As recentes reformas policiais no Brasil tendem a inclinar-se para o “policiamento comunitário” nas áreas urbanas de baixa renda. O objetivo aqui não é tanto democratizar o trabalho policial, mas sim humanizar as forças policiais e desenvolver relações mais pacíficas e empáticas entre policiais e residentes urbanos de baixa renda. A noção de policiamento comunitário existe há décadas, mas hoje, no Brasil, a prática toma empres-tado especificamente as lições aprendidas em contextos de ocupação em guerra como o Iraque e o Afeganistão. A adoção destas mudanças revelam não somente em quais fontes estão se baseando (isto é, inteligência militar e empresas de segurança privada na América do Norte e Europa), mas também as formas pelas quais a segurança pública urbana está sendo ligada à guerrilha e ocupação militar. Não surpreendentemente, o policiamento comunitário no Brasil produziu resultados mistos.

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Enquanto algumas autoridades promovem os benefícios do policiamento comunitário, a maio-ria dos pesquisadores argumenta que houve pouca mudança entre policiais e residentes urbanos de baixa renda. Há várias razões para isso, e esta conversa se concentra especificamente nas formas em que os policiais lutam para equilibrar os objetivos do policia-mento comunitário com o ethos do trabalho da polícia brasileira. Num contexto em que os policiais se consideram em guerra com certos membros das comunida-des examinaremos os horizontes de possibilidades para mudanças nas relações entre policiais e cidadãos no Brasil. Como tal, enquanto novas medidas como o policiamento comunitário possam reduzir as práticas policiais violen-tas, é provável que tais medidas resultem em mudanças ínfimas caso sejam feitas sem primeiro abordar as relações entre a polícia, a população e o poder que

estabelece as divisões entre elas.

D. Mas então o que fazer? Sobre o que produz o encarce-ramento, e como sair do ciclo vicioso

Gabriel de Santis Feltran (UFSCar e CEM)

Sendo coerente com o que temos visto em nossas pesquisas, nas últimas duas décadas, é

preciso atuar em duas frentes: regulação de mercados ilegais e mudança do paradigma da “segurança pública”. E é preciso escutar quem já conhece o as-sunto (moradores das periferias, policiais militares, formuladores de políticas, jovens inscritos nos mercados ilegais, defensores de direitos humanos, policiais civis, juízes, entre outros). Em primeiro lugar, é preciso avançar um debate consequente sobre as formas políticas e econômicas de regulação dos mercados hoje criminalizados. Se a droga não chegar para o pequeno operador, ele não terá emprego no varejo. Se não houver receptação de car-ros roubados, adolescentes não perderão a vida para subtraí-los para ganhar apenas 1% do preço de revenda. Em segundo lugar, é urgente modificar o modelo de segurança pública hoje vigente, passando a atuar nas escalas mais altas desses mercados. De outro lado, é preciso reconhecer que a Violência não é um problema específico da área de Segurança, mas e um conjunto de políticas de proteção social, sobretudo Educação, Saúde e Assistência. Nosso projeto tem por isso três frentes: sensibilização do grande público para o tema, ação local junto a instituições que conhecem o assunto de perto, capacitação de gestores e formu-ladores de políticas públicas nos mais diversos setores (executivo,

legislativo, sistema de justiça, jornalistas e movimentos sociais). Quando essas políticas repri-mem violentamente o pequeno varejista de drogas e o operador baixo do mercado de roubo de carros, o ‘mundo do crime’ se fortalece, se arma e se profissio-naliza, provocando confrontação bélica cotidiana com as forças da ordem, o que faz com que as taxas de homicídio explodam (os casos de Medellin e do Rio de Janeiro nos anos 1980, de São Paulo nos anos 1990, bem como do interior do México a partir de 2006 são apenas alguns dos exemplos).

Aula 6: [20-21/Out] Experiên-cias Autônomas: o que podem nos ensinar as experiências alternativas que conhecemos A. Não vamos reinventar a roda: há muito já se pensa assim em outros lugares

Gabriel de Santis Feltran (UFSCar e CEM)

Há uma longa história de

atuação prática na prevenção de violência, sobretudo a violência que remete a mercados ilegais, não baseada no punitivismo, encarceramento e aumento da presença ostensiva da polícia militar. Lições de países euro-peus como França e Alemanha,

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bem como de latino-americanos como Colômbia e Uruguai, além de experiências brasileiras em nível local, serão recuperadas nessa sessão como insumo para o debate franco entre os participantes.

B. O papel dos movimentos e organizações sociais

Valdênia Aparecido Paulino Lanfranchi (CEDECA e Centro de Direitos Humanos de Sapopemba)

Numa sociedade regida pelo regime político-jurídico demo-crático, as instituições públicas compõem a estrutura básica do Estado para atender a demanda da promoção dos direitos fundamentais. Contudo, os mo-vimentos e organizações sociais jogam um papel imprescindível para a vitalidade da democracia. Esses dois atores trazem ou deve-riam trazer em suas gêneses o desejo de coletivos da sociedade. É dessa perspectiva que o Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente - CEDECA e o Centro de Direitos Humanos de Sapopemba – CDHS surgem. Surgem como coletivo da sociedade civil organizada para atender apelos de comunidades de favelas onde a presença do Estado passa, majoritariamente, pelo controle criminal dos corpos ali sujeitados.

Essas comunidades, que se encontram na extremidade da ponta contrária à que ocupa a elite econômica, social e política do Brasil, criam e recriam a todo tempo modalidades criativas de sobrevivência e resistência, o que aqui estamos denominando como “experiências autônomas”. Será a partir de algumas delas que vamos refletir, problematizar e dialogar.

Em que medida o CEDECA e CDHS, organizações sociais que emergiram dessas comunidades, atuam na defesa e promoção dos direitos numa perspectiva emancipatória? Qual o papel dessas organizações na inter-conexão com as instituições públicas no exercício de

advocacy na defesa de suas

comunidades? Qual a sustenta-bilidade temporal das chamadas experiências autônomas? Essas e outras questões serão discutidas a partir de casos concretos.

C. Sobre o encarceramento e a proteção de direitos

Damázio Gomes (Advogado, Centro de Direitos Humanos de Sapopemba)

O principal motor do encar-ceramento é a criminalização da pobreza e a exclusão social, que contribuem para o assus-tador número de pessoas em

situação carcerária, privadas da possibilidade de acesso à justiça. Essa limitação já se inicia em suas prisões, feitas de modo arbitrário em muitos casos. Como mostram os números, a superlotação de presídios é também impulsionada pelo tráfico de drogas; porém, obser-vando-se mais atentamente as situações de prisão por tráfico verificamos que jovens negros e pobres são quase sempre presos enquanto traficantes, portando pequenas quantidades de droga, enquanto pessoas de outras classes sociais são enquadradas como usuários e encaminhadas a clínicas de recuperação. Na maioria das prisões, ademais, o depoimento do policial é a maior prova de que houve o crime, sobretudo nos crimes de tráfico de drogas e furto. No entanto, o que vemos na prática profissional e na experiência como moradores de bairros periféricos é que, muitas vezes, há policiais des-preparados para lidar com o ser humano, cuja conduta abusiva, autoritária, corrupta e criminosa é conhecida. Há relatos de vários moradores da região em que vivo nessa direção. Essas expe-riências serão relatadas em aula. As consequências da política de encarceramento em massa são a superlotação de presídios e a incapacidade do Estado de prover as necessidades

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básicas daqueles que estão sob sua tutela: faltam serviços de saúde, assessoria jurídica e outras condições cotidianas de dignidade da vida do preso. Vendo esta realidade, é cada vez mais comum que os próprios presos providenciem a gestão de seus presídios, assumindo para si um papel que deveria ser de obrigação estatal. Esta gestão feita pelos presos retira de vez a possibilidade de se acessar por via estatal o preso e produzir qualquer tipo de ressocialização outrora pretendida. É necessária uma política de esvaziamento das prisões que passa diretamente pela crítica à figura do pobre enquanto ameaça à sociedade e pela descriminalização do comércio de drogas ilícitas, uma vez que atualmente apenas o comerciante pobre e periférico é criminalizado, enquanto parti-cipantes de outros estratos da sociedade atuam neste tipo de comércio livremente. Outra via a se apostar é a das experiências autônomas de empoderamento daqueles que são população--alvo do encarceramento em curso no Brasil. Neste sentido é importante que populações periféricas ocupem órgãos-cha-ve das políticas de segurança como os CONSEG – Conselho de Segurança, além de Ouvidorias, Movimentos Sociais e Conselhos Municipais.

Aula 7: [3-4/Nov] Homicídios, questão urbana e racial no Brasil

A história recente da socie-dade brasileira mostra um crescimento exponencial no número de homicídios praticados anualmente; junto a esse crescimento vemos também a conformação de um padrão entre suas vítimas: são elas, majoritariamente, jovens, pobres e negras. Com base nesta constatação a aula desta data tem como referência o feriado do dia 2 de Novembro, o Dia de Finados, data tradicionalmente marcada por protestos contra homicídios ocorridos em peri-ferias urbanas da cidade de São Paulo. A questão do homicídio será tratada, pelos participantes, a partir de visitas a instituições e movimentos vinculados à questão do homicídio de jovens, negros e pobres. O processo de escolha dos protestos a serem acompanhados e as dinâmicas de discussão posteriores serão combinados no decorrer do curso.

O horário de aula será utilizado, ainda, para que os grupos de participantes possam se reunir como parte da preparação de seus trabalhos finais, a

serem apresentados na sessão seguinte.

Aula 8: [17/Nov] Sínteses e Fechamento

A. Sínteses dos debates do curso:

Exposição a cargo de Gabriel de Santis Feltran (UFSCar e CEM)

B. Comentários: Prof. Ernesto Isunza Vera (CIESAS - México) C. Na presença dos professo-res

Os participantes do curso terão a oportunidade de apresentar seus projetos e estratégias de atuação nas áreas do sistema de justiça, legislativo, executivo, movimentos sociais e jornalismo, com vistas a modificar a com-preensão e práticas correntes sobre o tema da violência no Brasil e na América Latina.

PROFESSORES

Angelo Martins Junior

Doutor em Sociologia pela

Goldsmiths College e Professor do Departamento de Sociologia da Goldsmith College – University of London. Editor do material online das revistas Theory, Culture & Society e Body & Society; e editor regional da newsletter Global Dia-logue - International Sociological Association (ISA). Pesquisa temas de fluxos de migrações ilegais

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e formas de encarceramento e militarização na vida urbana.

Camila Morsch

Doutora em Philosophy in Law pela Universidade de Catenbury e Head of Society Americas do Britsh Council, tem vasta expe-riência na formulação e aplicação de projetos que visam o empode-ramento de populações pobres e vulneráveis na América Latina.

Caroline Knowles

Professora do Departamento de Sociologia da Goldsmith College – University of London) . Diretora do Center of Urban and Commu-nity Research (CUCR – Goldsmith). Pesquisa os temas de mercados transnacionais informais e sua relação com a globalização em países de Terceiro Mundo.

Corentin Cohen

Doutorando em Ciência Política pela SciencesPo Centre de Recher-chers Internationales. Pesquisa temas relacionados a produção de conflitos urbanos a partir dos circuitos transnacionais de tráfico de drogas e os fluxos de migrações produzidos por estes circuitos.

Damázio Gomes

Defensor dos Direitos Humanos, advogado do Centro de Direitos

Humanos de Sapopemba – CDHS. Militante desde 2005, atua e reside na região de Sapopemba.

Daniel Hirata

Professor de Sociologia da

Universidade Federal Fluminense e Pesquisador Efetivo do Núcleo de Estudos de Cidadania,

Conflito e Violência Urbana (NECVU-UFRJ). Pesquisa formas de controle sobre mercados ilegais e mais recentemente sua aplicação aos temas relaciona-dos ao controle de circulações ilegais nas fronteiras brasileiras.

Ernesto Isunza Vera

Pós-doutor em Ciência Política pela Universidade Estadual de Campinas e Professor do Centro de Investigaciones y Estudios Superiores em Antropologia Social (CIESAS-MX). Seus princi-pais temas de pesquisa dizem respeito a mecanismos públicos de garantias de direitos huma-nos, participação cidadã e a instrumentos de controle sobre políticas públicas.

Evandro Cruz Silva

Doutorando em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Campinas e Pesquisador do Centro de Estudos da Metró-pole. Pesquisa os temas de

adolescência em conflito com a lei, encarceramento juvenil e envolvimento de crianças e adolescentes em circuitos criminalizados.

Felipe Oliveira Campos “Choco”

Mestrando do programa Estudos Culturais - EACH/USP. Ativista cultural. Educador no Museu Afro Brasil. Foi orientador de medidas socioeducativas para crianças e adolescentes em conflito com a lei e é um dos articuladores do Bloco EURECA: Eu Respeito o Estatuto da Crian-ça e do Adolescente.

Gabriel Feltran

Professor do Departamento de Sociologia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e Diretor Científico do Centro de Estudos da Metrópole (CEM). Pesquisa, há duas décadas, as transformações sociais e políticas na cidade de São Paulo, com foco nas periferias urbanas, movimentos sociais, mercados ilegais e criminalidade violenta.

Jeffrey Garmany

Doutor em Geografia e Professor do Brazil Institute da Kings College London. Pesquisa temas relacionados a segurança públi-ca e gestão do conflito urbano com interesse especial pelas

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formas de policiamento urbano cotidianamente aplicadas em cidades do nordeste brasileiro. Pesquisa também a relação entre pobreza urbana, Estado e neoliberalismo na região da cidade de Fortaleza-CE.

Luiz Guilherme Paiva

Doutor em Direito Penal pela Universidade de São Paulo. Foi Secretário Nacional de Políticas sobre Drogas do Ministério da Justiça. É Coordenador de Estudos e Projetos Legislativos do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCrim).

Mariana Cavalcanti

Doutora em Antropologia pela University of Chicago (2007). Possui graduação em Comunica-ção Social (habilitaComunica-ção jornalismo, 1999) e mestrado em Comuni-cação e Cultura, (2001) ambos pela Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Atualmente, é professora do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Esta-do Esta-do Rio de Janeiro (IESP-UERJ). Foi Professora Adjunta do Centro de Pesquisa e Documentação de

História Contemporânea do Brasil (CPDOC) da Fundação Getúlio Vargas – RJ. Tem experiência na área de Antropologia, com ênfase em Antropologia Urbana, atuando principalmente nos seguintes temas: cidade, favelas, urbanismo, moradia, memória e Rio de Janeiro.

Mauricio Fiore

Diretor Administrativo do Centro Brasileiro de Análise e Planejamen-to e coordenador científico da Plataforma Brasileira de Política de Drogas. Tem atuação constante no debate sobre as formas de atua-ção e controle do uso de drogas e pesquisa os efeitos sociais do uso de drogas ilícitas e seus diferentes modos de uso e comercialização nas classes médias e baixas em contextos urbanos.

Renata Mirandola Bichir

Professora em Gestão de Políticas Públicas da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH/ USP). Entre 2011 e 2013, foi coor-denadora geral no Departamento de Avaliação da Secretaria de Ava-liação e Gestão da Informação do Ministério do Desenvolvimento

Social e Combate à Fome (SAGI/ MDS).

Salvador Maldonado Aranda

Doutor em Ciências Antropológi-cas pela Universidad Autônoma Metropolitana e Professor do Centros de Estudos Antropo-lógicos do Colégio Michoacan (Colmich - MX) – México. Tem como principais temas de

pesquisa processos de produção de violência relacionados aos circuitos de produção e logística de drogas ilícitas na América Latina.

Valdênia Paulino Lanfranchi

Defensora e Ativista de Direitos Humanos, Presidenta do Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (CEDECA Sapopemba) “Mônica Paião Trevisan”, Ex-Ouvidora da Polícia Militar do Estado da Paraíba, Mestra em Direito Social pela PUC-SP e Doutoranda em Serviço Social pela PUC-SP. Tem mais de 30 anos de militância nos temas dos direitos humanos, letalidade policial e proteção de crianças adolescentes em estados de vulnerabilidades extremas.

Referências

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