Avaliação de impactes na componente biológica em parques eólicos: impactes previstos vs impactes reais

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Avaliação de impactes na componente

biológica em parques eólicos:

impactes previstos

vs

impactes reais

Ana Cordeiro, Sílvia Mesquita, Ana Teresa Marques,

Maria João Silva, Nuno Rodrigues, Hugo Zina,

Hugo Costa, Miguel Mascarenhas

CNAI’ 2010

4ª Conferência Nacional de Avaliação de Impactes Avaliação de Impactes e Energia: Água, Terra, Fogo e Ar?

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Introdução

• A Bio3 é uma empresa de consultoria,

investigação e sistemas de informação em

biodiversidade

• Desde 2005, a Bio3 foi responsável pela

componente ecológica de cerca de 300

projectos, a maioria relacionados com os

procedimentos de Avaliação de Impacte

Ambiental, Pós-Avaliação, ordenamento do

território e gestão de biodiversidade e estudos

de investigação aplicada

• Mais de 100 monitorizações de Biodiversidade,

a maioria relacionada com projectos de

energias renováveis, especialmente parques

eólicos.

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Introdução

• Energia eólica é uma aposta

recente em Portugal

Parques eólicos em expansão

• No processo de AIA são

identificados os impactes

potenciais sobre a componente

biológica:

a. Destruição de habitat para fauna e flora

b. Favorecimento de espécies de flora invasoras (abertura de acessos)

c. Perturbação de espécies de fauna com eventual efeito de exclusão

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Introdução

• Importante aferir se os impactes previstos se verificam e quais são os

impactes reais mais significativos

resultados das monitorizações

realizadas actualmente

Processo de AIA melhorado: previsões e análises de impactes

fundamentadas e adaptadas às comunidades biológicas existentes no

local de implantação do empreendimento

Metodologia: compilação e análise das conclusões

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Destruição de habitat para fauna e flora

• Afectação definitiva das áreas ocupadas pelas

plataformas, acessos e subestação

• Outras áreas são recuperadas após a fase de

construção

• Monitorização de:

9 Recuperação da vegetação: apenas 1 dos estudos

analisados considerou a realização de descompactação do terreno e sementeiras

9 Grau de afectação de habitats prioritários, ex.:

8240* (lajes calcárias)

¾

Impacte será tanto menor quanto mais aprofundado for o estudo

antes da definição do

layout

do parque eólico

evitar áreas mais sensíveis para a fauna e flora

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Favorecimento de espécies de flora invasoras

• Espécies invasoras aproveitam os espaços abertos

pelas intervenções e acabam por dominar a

comunidade

• Expansão para áreas adjacentes (veículo de

disseminação)

• Detectadas em 3 das monitorizações analisadas

Ex.:

Acacia dealbata

Acacia melanoxylon

Conyza bonariensis

¾

Recuperação das áreas intervencionadas com

substrato do próprio local para minimizar a

disseminação de sementes

¾

Planos de controlo e erradicação em estádios

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Perturbação da fauna, com eventual efeito de

exclusão

• Indícios:

9 Alterações na composição e estrutura das

comunidades

9 Alterações nos padrões de utilização das áreas

9 Diminuição dos efectivos populacionais

• Dos estudos de vertebrados voadores analisados:

Detectado em 6; não detectado em 10; não mencionado em 11

¾

Espécies susceptíveis à colisão: evitamento das áreas com

aerogeradores deve ser considerado um aspecto positivo

medidas de minimização e compensação

• Lobo: diminuição do uso em 2 estudos, mas não restrita ao parque

eólico impactes cumulativos?

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Mortalidade de vertebrados voadores por colisão

com os aerogeradores

• Em todos os estudos analisados:

9 Prospecções

9 Testes de detectabilidade e de decomposição/remoção

9 Estimativas de mortalidade em geral baixas, não afectando

nenhuma espécie em particular

• Impacte relevante para algumas espécies (nº de indivíduos mortos e/ou estatuto de ameaça) em alguns parques eólicos

¾ Mortalidade poderá estar a comprometer a população?

Estudos dirigidos para cálculo de taxas de mortalidade

• Mortalidade não é homogénea em todo o parque eólico

Estudos antes da definição do layout para evitar áreas mais usadas por espécies com maior susceptibilidade à colisão

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Conclusão

• Comparação entre impactes previstos e reais permite maior precisão nas

avaliações de impactes e identificação de situações críticas para a biodiversidade

• Alguns impactes facilmente verificados (ex. destruição de habitat e instalação de espécies invasoras), mas outros difíceis de provar (ex. perturbação e efeito da mortalidade nas populações)

• Recomendações para a elaboração de EIA/EIncA de parques eólicos:

9 Selecção da área para instalação do parque eólico deve incluir a determinação

da sensibilidade ecológica do local

9 Em locais sensíveis: Estudo Ecológico de Base (pode funcionar como situação de

referência) evitar a afectação de habitats importantes, reduzindo a probabilidade de colisão

9 Qualificação e quantificação dos impactes perturbação e mortalidade devem ter

em conta monitorizações em áreas próximas

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• Recomendações para a fase de pós-avaliação:

9 Espécies de flora invasoras plano de controlo

e erradicação em estádios iniciais

9 Delineamentos experimentais que permitam caracterizar a perturbação 9 Uso de cães especificamente treinados para a prospecção

9 Estimativas de mortalidade calculadas com factores de correcção robustos e com

fórmulas que demonstraram produzir menores erros

9 Cálculo de taxas de mortalidade (significância do impacte na população)

Conclusão

9 Medidas de minimização suportadas por dados de monitorização das mesmas noutros parques eólicos

9 Recuperação de áreas intervencionadas com substrato do próprio local (transcrito para a DIA)

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Agradecemos a todos os nossos Clientes por terem

apostado na nossa empresa e a todos os nossos

colaboradores que tornaram este trabalho possível!