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Reclamação constitucional

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Reclamação constitucional

@conteudospge

Fonte: Didier, Leonardo da Cunha e Daniel Amorim. Atualizado em Dezembro de 2019.

A reclamação é fundamentada na teoria dos ​poderes implícitos​, significando que o Tribunal tem poderes para julgar e também para preservar seus julgado e competência. De acordo com o novo cpc, as hipóteses são as seguintes:

I - preservar a ​competência ​do tribunal;

II - garantir a autoridade das ​decisões ​do tribunal;

III – garantir a observância de enunciado de ​súmula

vinculante e de decisão do Supremo Tribunal Federal em

controle concentrado​ de constitucionalidade;

IV – garantir a observância de acórdão proferido em julgamento de incidente de resolução de ​demandas

repetitivas​ ou de incidente de ​assunção de competência​;

A natureza jurídica da reclamação é um pouco controvertida. De acordo com parte da doutrina, é uma ação, mas para o STF, a reclamação é manifestação do direito de petição, conforme consagrado na CRFB. De acordo com os autores:

Segundo entendeu o STF, a reclamação não é recurso, nem ação, nem incidente processual. O STF, valendo-se de lições de Ada Pellegrini Grinover, considerou a reclamação como

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manifestação do direito constitucional de petição previsto no art. 50, XXXIV, a, da Constituição Federal, em razão do qual o cidadão se dirige ao Poder Público, com vistas a obter a defesa de direito ou objetivando combater ilegalidade ou abuso de poder. A reclamação seria veículo para exercício do direito de petição. Obs: esse é o entendimento que vamos levar para fins de concurso, tendo em vista se a posição adotada pelas bancas examinadoras.

(TJCE - JUIZ) Q: tem natureza recursal, uma vez que poderá reverter a decisão reclamada. R: Falso! Não tem natureza recursal.

(TJCE - JUIZ) Q: busca garantir a autoridade das decisões de tribunais e tem cabimento restrito ao STF e ao STJ. R: Falso! Não fica restrita ao STJ e STF, pode ser proposta no TST, TRF, etc.

(Câmara de Goiânia - Procurador) “a Reclamação é um recurso destinado a garantir a preservação da competência e da autoridade do Tribunal”. R: Falsa! Não tem natureza jurídica de recurso.

Conforme Leciona Daniel Amorim: “(...) Também amplia o cabimento da reclamação constitucional aos tribunais de segundo grau, porque o art. 988, I e II, do Novo CPC se limita a indicar apenas tribunal, não exigindo tribunais de superposição como ocorre no texto constitucional”.

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De acordo com Daniel Amorim: “o objetivo da reclamação constitucional não é a reforma de decisão, nem sua anulação, de forma que não se pretende nem a substituição de decisão nem a prolação de outra em seu lugar, sendo perseguida pela parte ​simplesmente a cassação da decisão ou a preservação da competência do tribunal​”.

(TJCE-JUIZ) pode gerar, se julgada procedente, a cassação de ato jurisdicional, mas não a sua revisão. Correto! Vide item acima.

A Vunesp já utilizou o seguinte julgado para configurar a Reclamação Constitucional:

“configura, modernamente, instrumento de extração constitucional, inobstante a origem pretoriana de sua criação destinado a viabilizar, na concretização de sua dupla função de ordem político-jurídica, ​a preservação da competência e a garantia da autoridade das decisões (STF, Rcl 336/DF,

Pleno, rel. Min. Celso de Melo, DJ 15.03.1991.)” (Sem grifos no original).

Importante​: Para o STF, a reclamação produz coisa julgada, podendo ser proposta ação rescisória para desconstituir a decisão. Para os tribunais superiores, na reclamação é ​cabível a condenação em honorários advocatícios. Atenção, no próprio livro, está com entendimento desatualizado. Vejamos acórdão de 2017:

Ementa: DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL EM RECLAMAÇÃO. REPERCUSSÃO GERAL.

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NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. 1. Não configura usurpação da competência do STF a correta aplicação da sistemática da repercussão geral. ​2. É cabível a condenação em honorários nas reclamações ajuizadas a partir da vigência do novo Código de Processo Civil e nos recursos nelas interpostos​. 3. Agravo regimental desprovido, com

fixação de honorários.

Outro julgado recente:

2. O CPC/2015 promoveu modificação essencial no procedimento da reclamação, ao instituir o contraditório prévio à decisão final (art. 989, III). Neste novo cenário, a observância do princípio da causalidade ​viabiliza a condenação da sucumbente na reclamação ao pagamento dos respectivos honorários​, devendo o respectivo cumprimento da condenação ser realizado nos autos do processo de origem, quando se tratar de impugnação de decisão judicial.

Cabimento da condenação em honorários advocatícios quando verificada a angularização da relação processual na ação reclamatória. Rcl 24464 AgR/RS Julgamento: 27/10/2017

Neste sentido: (enunciado 661, FPPC) É cabível a fixação de honorários advocatícios na reclamação, atendidos os critérios legais.

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Como isso foi cobrado em concurso? ​(PGE-PE 2018) “A parte sucumbente não poderá ser condenada ao pagamento de honorários advocatícios, uma vez que a interposição da reclamação caracteriza mero incidente processual, dispensando-se o contraditório”. R: Falso! É cabível a condenação em honorários, conforme demonstrado acima.

Importante​: A reclamação não se confunde com a correição parcial, medida administrativa de caráter disciplinar à qual não é possível cassar ou alterar decisões jurisdicionais no seio do processo. De acordo com os autores, a reclamação tem natureza de ação autônoma de origem constitucional, de impugnação de ato judicial.

De acordo com Daniel Amorim: “​Tratando-se de ação judicial, não há

prazo processual para o ingresso da reclamação constitucional ​. Ocorre,

entretanto, que o Supremo Tribunal Federal pacificou entendimento, inclusive em súmula, de que não cabe reclamação constitucional contra decisão transitada em julgado, não se admitindo que a reclamação assuma natureza rescisória”.

Prazo para contestação: ​De acordo com o CPC, o prazo para contestar a reclamação será de ​15 dias (Art. 989, III, CPC). Cuidado! Não confunda com o prazo para prestar informações da autoridade, que será de ​10 dias (Art. 989, I, CPC).

A reclamação não pode ser proposta em face de decisão que já transitou em julgado, pois não pode substituir a ação rescisória. Neste sentido temos a súmula 734 do STF: “Não cabe reclamação quando já houver transitado em julgado

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o ato judicial que se alega tenha desrespeitado decisão do Supremo Tribunal Federal". No entanto, os autores comentam hipótese em que a súmula não incide:

Ajuizada a tempo a reclamação, o superveniente trânsito em julgado não a torna incabível, pois, nessa hipótese, não se está a utilizá-la como sucedâneo de ação rescisória. Vale dizer que o enunciado 734 da Súmula do STF não incide, se a reclamação for intentada antes do trânsito em julgado; sobrevindo o trânsito em julgado, a reclamação não se torna incabível.

Importante ressaltar​: contra decisão administrativa que viola súmula vinculante, o uso da reclamação só é cabível quando esgotada as instâncias administrativas, conforme disposto na lei 11.417/2006 (obs: esse artigo é muito cobrado nas provas objetivas):

Art. 7o Da decisão judicial ou do ato administrativo que

contrariar enunciado de súmula vinculante, negar-lhe vigência ou aplicá-lo indevidamente caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal, sem prejuízo dos recursos ou outros meios admissíveis de impugnação.

§ 1 o Contra omissão ou ato da administração pública, o

uso da reclamação só será admitido após esgotamento das vias administrativas.

§ 2 o Ao julgar procedente a reclamação, o Supremo Tribunal

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judicial impugnada, determinando que outra seja proferida com ou sem aplicação da súmula, conforme o caso.

É cabível a propositura da reclamação contra omissão, como no caso do juiz de 1º grau que não envia a apelação ao tribunal. Inclusive existe enunciado do FPPC sobre o tema:

Enunciado 207 - cabe reclamação, por usurpação de competência do tribunal de justiça ou do tribunal regional federal, contra a decisão de juiz de 1° grau que inadmitir recurso de apelação.

Legitimidade para propor​: Parte, MP, assistente ou até mesmo aqueles que forem

atingidos pela decisão. Importante ressaltar que o MPE pode ajuizar reclamação no STF.

Para propor reclamação é preciso ​capacidade postulatória​, assim não é qualquer pessoa que poderá propor. É preciso que exista a assistência por Advogado.

Legitimidade passiva​: o beneficiário do ato, não a autoridade que desrespeitou a decisão ou autoridade. Após, o beneficiário terá o prazo de 15 dias para contestar.

Para propor a reclamação, é preciso que exista prova pré-constituída, pois não é possível dilação probatória no procedimento. Vejamos julgado do STF: “A reclamação não é via adequada para produção ou reexame de provas”. ​Rcl 21690 AgR​ / RJ - RIO DE JANEIRO

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Vunesp - 2019 - Câmara de Serrana/SP ​: “A reclamação deverá ser instruída com prova documental e testemunhal e dirigida ao presidente do tribunal”. R: Falso! A reclamação não admite dilação probatória.

PGM - Curitiba ​: “A propositura da Reclamação determina a produção de prova pré-constituída, já que no seu procedimento não há espaço para instrução probatória”. R: Correta!

Importante: ​Para propor a reclamação é preciso preencher os requisitos do Art. 319, CPC, que trata da petição inicial, salvo quanto o inciso VII, tendo em vista que não há, em seu procedimento, audiência de conciliação e mediação.

Caso a reclamação seja proposta durante processo judicial, será distribuída ao relator da causa principal. Também é possível que o juiz determine a emenda da inicial, conforme previsto no CPC.

É possível tutela provisória na reclamação, desde que presentes os requisitos. Vale ressaltar que é admissível tanto a tutela provisória de urgência quanto a de evidência, tudo de acordo com os requisitos presentes no CPC.

A reclamação pode ser proposta a qualquer tempo, desde que não tenha havido o trânsito em julgado da decisão, como vimos. Bem como, a inadmissibilidade de um recurso não prejudica o andamento da reclamação, conforme § 6º, do artigo 988:

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§ 6 o A inadmissibilidade ou o julgamento do recurso interposto

contra a decisão proferida pelo órgão reclamado ​não

prejudica a reclamação​.

Existe uma exceção ao artigo mencionado. De acordo com Didier e Cunha:

Se, entretanto, o recurso for conhecido e provido, seja para anular a decisão recorrida, seja para reformá-la, estará prejudicado o exame da reclamação. Se a decisão for reformada, terá sido substituída pela decisão do tribunal, subtraindo da reclamação o indispensável interesse de agir. De igual modo, se houver anulação da decisão, esta deixou de existir, prejudicando o exame de mérito da reclamação.

Nas reclamações que não tiver formulado, o MP deverá ter vista dos autos no prazo de 5 dias. Vale ressaltar que essa intervenção deve ocorrer somente nos casos previstos no artigo 178 e não em qualquer reclamação. (obs: esse entendimento doutrinário não prejudica assinalar a intervenção obrigatória nas provas objetivas, que for cobrado a literalidade da lei).

Recorribilidade​: de acordo com Didier e Cunha, não cabe apelação e nem agravo de instrumento nas reclamações, por serem recursos de primeiro grau. Vejamos a lição dos autores:

Das decisões proferidas em reclamação cabem embargos de declaração. Contra as decisões proferidas pelo relator cabe agravo interno (art. 1.021, CPC). Quando julgada a reclamação

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por tribunal de segunda instância, cabe recurso especial; contra os acórdãos cabe, se for o caso, o recurso extraordinário.

Por fim, importante ressaltar que na Reclamação ​não é cabível a técnica de julgamento ampliado, previsto no Art. 942, CPC.

Julgados relevantes sobre o tema:

O cabimento da reclamação constitucional está sujeito ao esgotamento das instâncias ordinárias e especial (art. 988, § 5º, II, do CPC). Rcl 20076 AgR / SC - SANTA CATARINA

A reclamação não se presta à análise de suposta desconformidade de ato com o direito objetivo, não podendo funcionar como sucedâneo recursal ou substituto da ação própria cabível. Rcl 7411 AgR / DF - DISTRITO FEDERAL A aderência estrita entre o objeto do ato reclamado e o conteúdo da decisão do STF dotada de efeito vinculante e eficácia erga omnes apontada pelo reclamante é requisito para a admissibilidade da reclamação constitucional.

A reclamação revela-se incabível quando invocado, como paradigma, julgamento do Supremo Tribunal Federal proferido em processo de índole subjetiva cuja relação processual o reclamante não integrou.

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Questões​:

1) TJMG - Cartório: É admissível a reclamação proposta após o trânsito em julgado da decisão reclamada. Falso! conforme vimos, o STF tem súmula sobre o tema, não sendo a reclamação instrumento apto à desconstituição de coisa julgada.

No mesmo sentido, TJCE-JUIZ: “pode ser proposta em até dois anos após o trânsito em julgado da decisão reclamada”. R: Falsa!

No mesmo sentido: (PGM - Curitiba) “A Reclamação poderá ser proposta mesmo após o trânsito em julgado da decisão, em respeito à força vinculante dos precedentes dos tribunais, hipótese em que substitui a Ação Rescisória”. R: Falsa!

(Advogado - UPE) “assim que recebida, a reclamação será autuada e distribuída ao relator do processo principal, sempre que possível; todavia, a reclamação será admissível mesmo após o trânsito em julgado da decisão, imputando-se-lhe, nessa circunstância, força rescindenda do respectivo julgado”. R: Falsa!

2) DPE PR - FCC: A Defensoria Pública patrocina demanda em que o assistido vem a sucumbir em primeira instância, motivando a interposição de recurso. No Tribunal, este recurso vem a ser improvido, cujo acórdão viola diretamente a Constituição Federal. Por esta razão, é interposto recurso extraordinário dentro do prazo processual e com a observância de todos os pressupostos recursais. Ocorre que, passado mais de um ano da sua

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interposição, o aludido recurso sequer teve seu juízo de admissibilidade apreciado pelo Presidente do Tribunal local.

Em face desta situação hipotética, a medida cabível e mais adequada para o seguimento do recurso interposto é a: Reclamação! como visto, a reclamação também serve para preservar a competência dos tribunais, no caso em tela existia uma omissão grave, que justificou a utilização da “ação”.

3) TRT 24 - FCC: O cabimento da reclamação proposta perante o Supremo Tribunal Federal para garantir a autoridade de decisão proferida sob a sistemática da repercussão geral está condicionado ao esgotamento da instância ordinária. Correto! vejamos o que dispõe o CPC: § 5º É inadmissível a reclamação: II – proposta para garantir a observância de acórdão de recurso extraordinário com repercussão geral reconhecida ou de acórdão proferido em julgamento de recursos extraordinário ou especial repetitivos, quando não esgotadas as instâncias ordinárias. Sobre o tema, vale ressaltar o informativo 845 do STF, de acordo com o professor Márcio André, do Dizer o direito:

O ​art. 988, § 5º, II​, do CPC/2015 prevê que é possível reclamação dirigida ao Supremo Tribunal Federal contra decisão judicial que tenha descumprido tese fixada pelo STF em recurso extraordinário julgado sob o rito da repercussão geral. O CPC exige, no entanto, que, antes de a parte apresentar a reclamação, ela tenha esgotado todos os recursos cabíveis nas "instâncias ordinárias".

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O STF afirmou que essa hipótese de cabimento prevista no art. 988, § 5º, II, do CPC deve ser interpretada restritivamente, sob pena de o STF assumir, pela via da reclamação, a competência de pelo menos três tribunais superiores (STJ, TST e TSE) para o julgamento de recursos contra decisões de tribunais de 2º grau de jurisdição​.

Assim, segundo entendeu o STF, quando o CPC exige que se esgotem as instâncias ordinárias, significa que a parte só poderá apresentar reclamação ao STF depois de ter apresentado todos os recursos cabíveis não apenas nos Tribunais de 2º grau, mas também nos Tribunais Superiores (STJ, TST e TSE). Se ainda tiver algum recurso pendente no STJ ou no TSE, por exemplo, não caberá reclamação ao STF.

CESPE - SEDF: Situação hipotética: Órgão colegiado de um Tribunal Regional

Federal negou provimento a recurso de apelação e aplicou tese diversa da proferida pelo Superior Tribunal Federal em julgamento de casos repetitivos. ​Assertiva: Nesse caso, a parte sucumbente poderá valer-se de reclamação constitucional para reformar a decisão proferida pelo Tribunal Regional Federal após o trânsito em julgado desta.

Falso! Não é possível propor reclamação após o trânsito em julgado de uma decisão.

PGE/PE 2018: A reclamação poderá ser utilizada como sucedâneo de ação rescisória no caso de trânsito em julgado da decisão reclamada, desde que

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observado o prazo decadencial de dois anos. Falso! A reclamação não serve como ação rescisória.

PGE/PE 2018: A parte sucumbente não poderá ser condenada ao pagamento de honorários advocatícios, uma vez que a interposição da reclamação caracteriza mero incidente processual, dispensando-se o contraditório. Falso! Conforme mencionado, a reclamação após o CPC/15 pode existir condenação em honorários sucumbenciais.

TST - FCC: é cabível a propositura de reclamação para assegurar a observância obrigatória de julgamento proferido em sede de incidente de assunção de competência, desde que antes do trânsito em julgado da decisão judicial objeto da reclamação. Correto! Vejamos:

Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para: IV – garantir a observância de acórdão proferido em julgamento de incidente de resolução de demandas repetitivas ou de incidente de assunção de competência.

Prev - São José dos Pinhais: Não cabe reclamação constitucional contra decisão que desrespeita enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal - em matéria constitucional - ou do Superior Tribunal de Justiça - em matéria infraconstitucional. Vejamos:

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Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para: III – garantir a observância de enunciado de súmula vinculante e de decisão do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade.

(MP-BA) “o Ministério Público pode propor para garantir a autoridade de uma decisão”. R: Correto!

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Legislação sobre o tema

Obs: após leitura do material, recomendo fazer a leitura da legislação e exercícios para fixar.

CAPÍTULO IX

DA RECLAMAÇÃO

Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para:

I - preservar a competência do tribunal;

II - garantir a autoridade das decisões do tribunal;

III – garantir a observância de enunciado de súmula vinculante e de decisão do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade;

IV – garantir a observância de acórdão proferido em julgamento de incidente de resolução de demandas repetitivas ou de incidente de assunção de competência;

§ 1o A reclamação pode ser proposta perante qualquer tribunal, e seu

julgamento compete ao órgão jurisdicional cuja competência se busca preservar ou cuja autoridade se pretenda garantir.

§ 2 o A reclamação deverá ser instruída com prova documental e dirigida ao

presidente do tribunal.

§ 3 o Assim que recebida, a reclamação será autuada e distribuída ao relator do

processo principal, sempre que possível.

§ 4 o As hipóteses dos incisos III e IV compreendem a aplicação indevida da

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§ 5º É inadmissível a reclamação:

I – proposta após o trânsito em julgado da decisão reclamada;

II – proposta para garantir a observância de acórdão de recurso extraordinário com repercussão geral reconhecida ou de acórdão proferido em julgamento de recursos extraordinário ou especial repetitivos, quando não esgotadas as instâncias ordinárias.

§ 6 o A inadmissibilidade ou o julgamento do recurso interposto contra a decisão

proferida pelo órgão reclamado não prejudica a reclamação.

Art. 989. Ao despachar a reclamação, o relator:

I - requisitará informações da autoridade a quem for imputada a prática do ato impugnado, que as prestará no prazo de 10 (dez) dias;

II - se necessário, ordenará a suspensão do processo ou do ato impugnado para evitar dano irreparável;

III - determinará a citação do beneficiário da decisão impugnada, que terá prazo de 15 (quinze) dias para apresentar a sua contestação.

Art. 990. Qualquer interessado poderá impugnar o pedido do reclamante. Art. 991. Na reclamação que não houver formulado, o Ministério Público terá vista do processo por 5 (cinco) dias, após o decurso do prazo para informações e para o oferecimento da contestação pelo beneficiário do ato impugnado.

Art. 992. Julgando procedente a reclamação, o tribunal cassará a decisão exorbitante de seu julgado ou determinará medida adequada à solução da controvérsia.

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Art. 993. O presidente do tribunal determinará o imediato cumprimento da decisão, lavrando-se o acórdão posteriormente.

Lei 11.417/2006

Art. 7 o Da decisão judicial ou do ato administrativo que contrariar enunciado de

súmula vinculante, negar-lhe vigência ou aplicá-lo indevidamente caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal, sem prejuízo dos recursos ou outros meios admissíveis de impugnação.

§ 1o Contra omissão ou ato da administração pública, o uso da

reclamação só será admitido após esgotamento das vias administrativas.

§ 2 o Ao julgar procedente a reclamação, o Supremo Tribunal Federal anulará o

ato administrativo ou cassará a decisão judicial impugnada, determinando que outra seja proferida com ou sem aplicação da súmula, conforme o caso.

Vale ressaltar, que, conforme IN 39/2016, a reclamação também é aplicável no Âmbito do processo do trabalho, conforme disposto no NCPC.

enunciado 2017, FPPC: (arts. 988, I, 1,010, § 3º, 1.027, II, “b”) Cabe reclamação, por usurpação da competência do tribunal de justiça ou tribunal regional federal, contra a decisão de juiz de 1º grau que inadmitir recurso de apelação.

209: Cabe reclamação, por usurpação da competência do Superior Tribunal de Justiça, contra a decisão de presidente ou vice-presidente do tribunal de 2º grau que inadmitir recurso ordinário interposto com fundamento no art. 1.027,II, “a”.

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350: Cabe reclamação, na Justiça do Trabalho, da parte interessada ou do Ministério Público, nas hipóteses previstas no art. 988, visando a preservar a competência do tribunal e garantir a autoridade das suas decisões e do precedente firmado em julgamento de casos repetitivos.

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Modelo de Reclamação:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF (ilustrativo - depende do caso)

(10 linhas)

O Estado xxxx, Pessoa Jurídica de Direito Público, CNPJ nº xxxx, com sede na Rua xxx, vem, por seu Procurador ao final assinado, mandato ex lege, propor

RECLAMAÇÃO COM PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA​, em

face da decisão proferida nos autos do processo nº xxxx, da xx Vara da Fazenda Pública do Estado XX, que lhe move em face de xxxxx, nacionalidade, estado civil, profissão, residente e domiciliado na Rua xxx, pelos fatos e fundamentos a seguir:

I - Cabimento: A presente ação é cabível com base no Art. xxx do CPC, tendo em vista que a decisão proferida pelo Juízo de primeiro grau violou a Súmula Vinculante nº xxx, sendo a presente instrumento jurídico adequado para cassar a decisão.

II-FATOS:

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.

III - Mérito: a presente decisão viola o precedente nº xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

(21)

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.

Ademais, insta ressaltar que

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.

IV - Tutela Provisória de Urgência: ante o exposto, deve ser concedida a tutela provisória de urgência, caracterizando-se o perigo da demora xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.

Por outro lado, a fumaça do bom direito pode ser comprovada pelos argumentos jurídicos acima mencionados, argumentos pacificados no âmbito do STF xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.

Desta feita, deve ser concedida a medida liminar para evitar o perecimento do direito

do autor

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx .

V - Dos Pedidos: frente todo o exposto, requer:

a) a concessão da medida liminar para cassar a decisão proferida nos autos do processo nº…, que viola a súmula vinculante nº ….;

(22)

b) a procedência total da presente ação, com a consequente devolução dos autos ao juízo de primeiro grau, para que adeque sua decisão ao entendimento do Supremo Tribunal Federal, por ser medida de direito;

c) a condenação da outra parte em honorários advocatícios e custas processuais, conforme estabelecido no CPC;

d) a intimação do ilustríssimo representante do Ministério Público; e) a citação da parte contrária, para querendo, apresentar defesa; f) a juntada das provas pré-constituídas em anexo.

Dá-se à causa o valor de R$... Nestes Termos,

Pede e espera deferimento.

Local, data… Procurador do Estado

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Na prova de São José dos Pinhais (2018 - UEL), a reclamação constitucional foi pontuada da seguinte maneira:

Bons Estudos!

Referências

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