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Saúde da Criança no OGE 2016

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O peso do orçamento da Saúde é de apenas

5.3% do total do OGE, um terço do previsto nos

compromissos internacionais do sector da Saúde

(Compromisso de Abuja) (Gráfico 1).

»

Angola está entre os países do continente que

investem em percentagem menos recursos do

OGE no sector da Saúde situando-se na 49ª posição

dos 54 países Africanos (Gráfico 2).

»

Embora nos últimos anos a atribuição ao sector

da Saúde se tenha mantido constante ou

aumentado ligeiramente em termos nominais, a

atribuição real diminuiu devido à perda de poder

de compra e à desvalorização da moeda nacional

1

.

»

O financiamento do sector da Saúde prioriza os

serviços hospitalares (cuidados secundários e

terciários) e não a saúde primária (Gráfico 3).

Porém, priorizar o investimento nos cuidados de

saúde primários permitiria rapidamente melhorar

a eficiência da despesa – ou seja, alcançar mais

resultados com o mesmo nível de recursos.

»

A atribuição média por pessoa (atribuição per

capita) apresenta amplas variações de uma

província para outra. Por exemplo, no OGE 2016 a

província do Bengo tem uma atribuição per capita que

é mais de três vezes superior à atribuição per capita

da Huila (Gráfico 5), o que reflecte falta de um critério

claro e equitativo para a determinação da alocação

provincial na base das necessidades locais.

»

Os classificadores orçamentais são bastante

gerais e a falta de informação clara sobre o

conteúdo das diferentes rubricas torna difícil ter

um quadro completo das escolhas orçamentais

do sector. Por exemplo, não foi possível encontrar

informações sobre o nível de alocação em intervenções

cruciais de saúde pública, tais como o sistema de

vacinação de rotina, a prevenção e tratamento da

malnutrição e a saúde comunitária entre outros.

* 25 Anos *

Na promoção da cidadania e inclusão social emAngola

© UNICEF/ANG

A2014-0678/André Silva Pinto

Saúde da Criança no OGE

2016

Com o presente folheto pretende-se partilhar os resultados da análise do Orçamento Geral do Estado (OGE) para o ano de 2016 no sector da Saúde, com o objectivo de contribuir para um diálogo público aberto sobre o direito de todos os angolanos ao acesso a serviços de saúde pública básicos.

(2)

A Saúde é um sector estratégico para o desenvolvimento do país. O acesso a cuidados de saúde e a uma nutrição adequada

não são apenas direitos individuais, mas também condições necessárias para o desenvolvimento humano, a redução da pobreza e o crescimento económico sustentável do país. Estimativas globais sugerem que cada melhoria de 10 pontos percentuais na esperança de vida à nascença está associada a um aumento do crescimento do PIB de, pelo menos, 0,4 pontos percentuais por ano (Sachs et al 2001).

Em Angola, o Serviço Nacional de Saúde está estruturado em três níveis: o terciário que inclui os hospitais especializados; o

secundário que inclui os hospitais gerais; e o primário que inclui os postos e centros de saúde. Angola tem um total de 2.356 unidades sanitárias das quais mais de um quinto não está a funcionar e mais de metade não tem fornecimento de energia2. Muitas unidades

sanitárias do primeiro nível não estão em condições de fornecer um conjunto completo de serviços básicos, o sistema de referência é fraco e há um grande défice em termos de infraestrutura de saúde, quer nas zonas peri-urbanas quer nas rurais.

O Serviço Nacional de Saúde enfrenta uma grave escassez de pessoal qualificado. De acordo com a OMS3, Angola possui apenas

0,08 médicos por 1.000 habitantes e estes estão fortemente concentrados nas principais cidades, em especial, em Luanda. Um sistema sólido de promoção da saúde, prevenção e cuidados curativos básicos, baseado nas comunidades, poderia aliviar a pressão sobre os serviços prestados nas unidades sanitárias.

A mortalidade da criança abaixo de 5 anos foi diminuindo ao longo dos últimos anos mas permanece muito elevada, situando-se em torno das 157 mortes por mil nados vivos4.

Existem ainda grandes disparidades nos resultados da saúde

e no acesso a serviços de saúde e a água potável bem como às instalações de saneamento adequadas. A malária, a diarreia e

as infecções respiratórias agudas constituem as principais causas de morte de crianças. Embora o Governo de Angola promova abordagens integradas na prestação de serviços de saúde, estas não são aplicadas na prática como seria desejado.

Registam-se igualmente défices graves na qualidade dos serviços de saúde materna disponíveis, bem como grandes desigualdades na utilização dos serviços de saúde materna entre os grupos de riqueza e as populações urbanas e rurais.

Por exemplo, de acordo com o QUIBB 2011, apenas um quarto dos partos registados nas zonas rurais ocorrem em unidades sanitárias, em comparação com três quartos nas zonas urbanas.

A malnutrição contribui significativamente para a mortalidade da criança e pode provocar danos permanentes

no desenvolvimento cognitivo de crianças de tenra idade, comprometendo o seu bem-estar e produtividade na idade adulta. Quase um terço das crianças de 6-59 meses sofria de malnutrição crónica na altura do último Inquérito Nacional de Nutrição (INN), que teve lugar em 20075.

A nível de políticas, foram assumidos compromissos no sentido de incrementar um conjunto abrangente de intervenções na área de nutrição, mas persiste a necessidade de financiar adequadamente e implementar na íntegra as disposições contidas nas políticas. O pacote oficial de medidas do Governo

para melhorar a nutrição de bebés e crianças de tenra idade é, em grande medida, consistente com as boas práticas mundiais; contudo, devido à inexistência de dados administrativos fiáveis e consolidados sobre os programas nutricionais, torna-se difícil avaliar até que ponto está a ser implementado.

1.

O sector da Saúde em Angola: desafios e oportunidades

1 Em economia, o valor real é relativo às mercadorias ou bens que se podem comprar no mercado; tem em conta a inflação, permitindo a comparação ao longo do tempo como se os preços não tivessem mudado. Pelo contrário, o valor nominal não é ajustado à inflação, ou seja, aumentos em valor nominal refletem o efeito da inflação. As taxas oficiais de inflação reportadas pelo Banco Nacional de Angola são: 14% em 2014; 20% em 2015 e 14% nos primeiros quatro meses de 2016 determinando uma inflação acumulada de 56% entre Janeiro 2014 e Abril 2016.

2 Fonte: Plano Nacional de Desenvolvimento Sanitario - PNDS.

© UNICEF/ANG

(3)

3 Fonte: http://apps.who.int/gho/data/node.main.A1444

4 Fonte: United Nations Inter-agency Group for Child Mortality Estimation, UN IGME Setembro 2015.

5 O Inquérito Nacional de Nutrição 2007 é a fonte nacional mais recente que fornece data sobre a malnutrição da criança. O Inquérito integrado de Indicadores múltiplos e de Saúde, a ser publicado no ultimo trimestre deste ano vai providenciar dados actualizados sobre as taxas de malnutrição das crianças. 6 Em Abril de 2001, os países da União Africana comprometeram-se em alocar pelo menos 15% do seu orçamento geral do Estado anual para o sector da Saúde.

Para o exercício económico do ano 2016, o Governo alocou à Saúde 341 mil milhões de Kwanzas. A atribuição ao sector

cresceu em termos nominais em 66 mil milhões de Kwanzas relativamente ao ano 2015. Entretanto, quando se considera a taxa de inflação acumulada entre Janeiro 2014 e Fevereiro 2016, que foi de 46%, a atribuição ao sector da saúde no OGE 2016 é,

em termos reais, inferior à dos anos passados1.

Ao longo dos últimos anos o peso da atribuição ao sector da Saúde em relação ao total do OGE não mostra qualquer tendência para aumentar permanecendo constante em torno dos 5% (Gráfico 1).

A falta de uma maior priorização do sector da Saúde não está alinhada com os objectivos e compromissos nacionais e internacionais do País. A nível nacional, o Objectivo n. 3 do

Plano Nacional de Desenvolvimento Sanitário (PNDS 2012-2021) indica claramente a necessidade de: ‘Melhorar a organização, a gestão e o funcionamento do Sistema Nacional de Saúde, através da afectação dos recursos necessários (...) que aumentem a eficiência e a qualidade das respostas do SNS’.

A nível internacional, para que Angola alcance um nível de orçamento em linha com o compromisso de Abuja6 a atribuição

ao sector da Saúde deveria ser triplicada (passando do actual

5% do OGE para 15%) (Gráfico 1).

2.

Tendências de atribuição de verbas ao sector da Saúde

Para alcançar um nível de orçamento em

linha com os compromissos internacionais

a atribuição ao sector da Saúde em Angola

deveria ser triplicada

© UNICEF/ANG

A2014-0674/André Silva Pinto

Percentagem do OGE atribuído ao sector da Saúde, período 2011-2016

Fonte: OGE 2011-2015 e OGE preliminar 2016

Gráfico 1

5.0% 5.1% 5.6% 4.4% 5.1% 5.3% -­‐1% 1% 3% 5% 7% 9% 11% 13% 15% 17%

CGE  2011   CGE  2012 CGE  2013 CGE  2014 OGE  2015 OGE  2016

OGE 2011 OGE 2012 OGE 2013 OGE 2014 OGE 2015 OGE 2016

Compromisso de Abuja (15%)

(4)

Com uma atribuição ao sector da Saúde de 5% do OGE, Angola posiciona-se entre os países do mundo e do continente que investe na saúde o menor percentagem de recursos públicos.

Olhando para o quadro global, Angola posiciona-se no 178º lugar entre 191 países no mundo7. Mesmo quando a comparação é feita

somente com os países do continente Africano, Angola é um dos países que destina ao sector da Saúde uma das percentagens mais baixas de recursos públicos, sendo que dos 54 países Africanos somente 5 têm uma alocação percentual igual ou inferior à de Angola (Gráfico 2).

Angola posiciona-se entre os países

do mundo e do continente que investe

na saúde a menor percentagem

de recursos públicos

7 Foram utilizados dados de 2014 que é o ano mais recente para os quais foi possível encontrar dados desde a quase totalidade de países do mundo. Fonte: Base de dados do Banco Mundial: http://beta.data.worldbank.org/?indicators=SH.XPD.PUBL.

© UNICEF/ANG

A2014-0070/Federica P

olselli

Percentagem do OGE atribuído ao sector da Saúde nos países Africanos, 2014

Fonte: Base de dados do Banco Mundial

Gráfico 2

17 17 16 15 14 14 14 14 14 13 13 13 12 12 12 12 1211 11 11 11 10 10 10 10 10 10 9 9 9 9 9 9 8 8 8 8 8 8 7 7 7 7 6 6 6 6 5 5 4 4 4 1 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 M al aw i Sw az ilan d Et hio pia Ga m bi a,  T he So ut h   Af ric a Ce nt ra l  A fri ca n   Re p. Tu nis ia Dj ibo ut i Na m ib ia Bur undi Le so th o Ke ny a Sa o   Tom e   an d   P. Ta nz ani a Lib er ia Ca bo  V er de Suda n Za m bia Bur ki na  F as o Ug anda Si erra  L eo ne M ad ag as car M au rit iu s Al ge ria Rw anda Sey ch el les Be ni n Gui ne a Ch ad Bo ts w an a M oz am bi que Con go,  R ep . Com or os Zi m ba bw e Nig er ia Sen eg al Tog o Gui ne a-­‐ Bi ssa u Ni ge r Ga bo n Cot e   d' Iv oi re Equa to ria l  G ui ne a Gha na M or oc co M au rit an ia M al i Eg ypt An gol a Lib ya Ca m er oon So ut h   Suda n Eri tre a Con go,  D R Angola

(5)

8 O Objectivo n. 1 do PNDS 2012-2021 é de: ‘Melhorar a prestação de cuidados de saúde com qualidade, nas vertentes de promoção, prevenção, tratamento e reabilitação, reforçando a articulação entre a atenção primária e os cuidados hospitalares’.

3.

Atribuição por sub-função no sector da Saúde

médicos e de maternidade e 5% aos serviços especializados. Embora os classificadores orçamentais não permitam ter informações precisas, há evidências claras de que a maioria da despesa de capital continua a ser canalizada para os hospitais e não para os cuidados primários e postos de saúde.

O financiamento do sector da Saúde prioriza os serviços de saúde terciários e secundários que recebem aproximadamente metade do orçamento do sector; em quanto que os serviços de saúde primária recebem uma porção baixa do orçamento

(Gráfico 3). Mais de um terço do OGE (35%) é atribuído aos serviços hospitalares gerais, 16% é atribuído aos serviços de centros

Nota-se nos últimos três anos que a alocação a rubrica ‘Saúde pública’ tem vindo a aumentar (Gráfico 4), uma tendência em princípio positiva considerando que esta rubrica contem os fundos para o financiamento aos cuidados primários de saúde.

O aumento da rubrica orçamental ‘Saúde pública’ foi determinada pelo aumento da sub-rubrica ‘Reservas orçamentais’ mas o OGE não fornece informações claras sobre o destino destas reservas e portanto não é possível aferir até que ponto o incremento da alocação a rubrica foi utilizado para o financiamento aos cuidados primários de saúde. O aumento do orçamento para a saúde pública está alinhado com os objectivos do Plano Nacional de Desenvolvimento Sanitário (PNDS) 2012 – 2021 que prioriza os cuidados de saúde primários8.

Aumentar ainda mais o investimento em cuidados de saúde primários permitiria a Angola melhorar a eficiência da sua despesa de Saúde, ou seja, alcançar mais resultados com o mesmo nível de recursos. Num período de limitados recursos públicos como o actual esta surge como uma prioridade ainda mais premente. De facto a grande maioria das mortes, sobretudo

as de crianças, são imputáveis a doenças comuns que podem ser facilmente tratadas em unidades de atenção primária de saúde. Por exemplo, os resultados de pesquisas realizadas em 13 países da África Austral revelam que perto da metade de todas as mortes de crianças menores de 5 anos poderiam ser evitadas através do simples uso de antibióticos (15%), sais de reidratação oral (14%) antimaláricos (8%), zinco (5%), e técnicas simples de reanimação de recém-nascidos (3%). Trata-se de medicamentos e tratamentos que podem ser disponibilizados sem dificuldades em simples centros de saúde ou também por trabalhadores comunitários de saúde no seio das comunidades.

O aumento do investimento em cuidados

de saúde primários permitiria a Angola

melhorar a eficiência da sua despesa de

Saúde alcançando mais resultados

com o mesmo nível de recursos

Distribuição percentual por sub-função no sector da Saúde no OGE 2016

Fonte: OGE 2016

Gráfico 3

Serviços de Saúde Pública 41% Serviços Hospitalares Gerais 35% Serviços Hospitalares Especializados 5% Produtos, aparelhos e equipamentos 2% Serviços de Centros Medicos e de Maternidade 16% Serviços de Saúde Ambulatorios 1%

(6)

Todos os programas do sector sofreram cortes muito importantes no OGE 2015 e estes cortes foram revertidos no OGE 2016 mas de forma muito limitada (Gráfico 5). Por

exemplo, no caso do Programa para Cuidados primários e assistência hospitalar (Gráfico 5, linha violeta) entre 2014 e 2015 o orçamento foi cortado de 30 mil milhões de Kwanza para 10 mil milhões de Kwanzas e em 2016 o orçamento aumentou ligeiramente mantendo-se ainda muito próximo dos 10 milhões de Kwanzas. Noutros casos, como por exemplo o programa de Gestão e ampliação da rede sanitária (Gráfico 5, línea azul), a alocação nominal de 2016 voltou ao nível de 2014. Mais uma vez

importa lembrar que os cortes reais sofridos pelos programas são muitos superiores aos cortes nominais devido a subida da inflação registada nos últimos dois anos (ver também nota de rodapé 2).

Em geral as denominações dos programas são genéricas e o orçamento não fornece informações adicionais sobre as sub-áreas de acção dos programas. Por exemplo, não conseguimos

encontrar informações sobre a vacinação de rotina ou sobre os programas de combate à malnutrição que são intervenções chave de saúde pública para as quais seria importante que o OGE pudesse providenciar informações.

4.

Repartição do orçamento por programa

Atribuições dos principais programas no sector da Saúde no período 2014-2016

(em Milhões de Kwanzas)

Fonte: OGE 2014 - 2016

Gráfico 5

0 5,000 10,000 15,000 20,000 25,000 30,000 35,000

OGE  2014 OGE  2015  (revisto) OGE  2016

Gestão  e  Ampliação  Rede  Sanitária Combate  Grandes  Endemias

Melhoria  Qualidade  Serviços  Saúde Cuidados   Primários   e  Assist.  Hospital.

Sect.Farmacêutico  e  Gest.  Médicos Melhoria  Saúde  Materno-­‐Infantil

Aprovis.e  Logística   Saúde Prestação  De  Cuidados  De  Saúde

Atribuição aos Serviços de Saúde pública em Milhões de Kwanzas

e em percentagem do peso do sector da Saúde nos OGEs 2014, 2015 e 2016

Fonte: OGE 2014 - 2016

Gráfico 4

77,009 89,755 139,837 24% 33% 41% 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% 45% 0 20,000 40,000 60,000 80,000 100,000 120,000 140,000 160,000 2014 2015 2016

Atribuicao  ao  'Serviços  De  Saúde  Pública'  (em  milhoes  de  Kwanza) %  do  OGE  Saude  atribuido  a  Saude  publica

77,009 89,755 139,837 24% 33% 41% 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% 45% 0 20,000 40,000 60,000 80,000 100,000 120,000 140,000 160,000 2014 2015 2016

Atribuicao  ao  'Serviços  De  Saúde  Pública'  (em  milhoes  de  Kwanza) %  do  OGE  Saude  atribuido  a  Saude  publica

Atribuição ao ‘Serviço de Saúde Pública’

(em milhões de Kwanzas)

77,009 89,755 139,837 24% 33% 41% 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% 45% 0 20,000 40,000 60,000 80,000 100,000 120,000 140,000 160,000 2014 2015 2016

Atribuicao  ao  'Serviços  De  Saúde  Pública'  (em  milhoes  de  Kwanza) %  do  OGE  Saude  atribuido  a  Saude  publica% do OGE atribuido

(7)

A alocação financeira média por cada pessoa (per capita) no sector da saúde apresenta amplas assimetrias entre as diferentes províncias. A analise dos dados e informações

colectadas com intervenientes chaves indicam que não existe um critério definido e claro para determinar a atribuição financeira de cada província; por exemplo, no OGE 2016 a província do Bengo tem uma atribuição per capita mais de três vezes maior do que a província da Huíla. As províncias da Lunda Norte, Cuanza Norte e Bengo têm alocações acima de 13.000 Kwanzas per capita enquanto que as províncias da Huíla e Luanda têm alocações inferiores a 5.000 Kwanzas per capita (Gráfico 6).

Neste contexto seria importante que fossem determinados e tornados públicos os critérios a serem utilizados para determinar o nível de atribuição por província. Os critérios

deveriam ser transparentes e basear-se nas necessidades de cada província (por exemplo, a cobertura sanitária, o nível de pobreza e vulnerabilidade, a densidade demográfica, etc.). A utilização de

5.

Distribuição geográfica dos recursos no sector da Saúde

Todos os programas do sector sofreram

cortes muito importantes no OGE 2015 que

não foram suficientemente revertidos

no OGE 2016

critérios deste tipo poderia permitir alcançar maior equidade na alocação territorial dos recursos, dando prioridade às zonas com maiores necessidades.

© UNICEF/ANG

A2015-0445/Marcin Suder

Despesa da saúde per capita nas diferentes províncias

(em Kwanzas per capita)

Fonte: OGE 2016

Gráfico 6

3,949 4,979 5,279 5,342 6,230 6,853 7,067 7,370 8,243 9,204 9,281 9,400 10,20610,920 12,77213,210 14,774 16,426 0 2,000 4,000 6,000 8,000 10,000 12,000 14,000 16,000 18,000 © UNICEF/ANG A2015-0407/Marcin Suder

(8)

ADRA Angola

Praceta Farinha Leitão 27 - 1º Dto Luanda, Angola

Tel: +244 222 396 683. E-mail: info@adra-angola.org

www.adra-angola.org

UNICEF Angola

Rua Major Kanhangulo 197 Luanda, Angola Tel: +244 997 465 165 • Fax +244 222 337037 Email: luanda@unicef.org www.unicef.org/angola * 25 Anos * Na promoção da cidadania e inclusão social emAngola

O investimento no sector da Saúde é uma aposta no bem-estar dos cidadãos e no futuro do país.

Em Angola, a atribuição ao sector da Saúde permanece ainda muito limitada, a 5% do OGE,

tornando Angola um dos países do continente que investe a percentagem do OGE

mais baixa neste sector.

A grande maioria das mortes, sobretudo as de crianças, são imputáveis a doenças comuns que

podem ser facilmente tratadas em unidades de atenção primária de saúde. Neste contexto,

um aumento do investimento em cuidados de saúde primários permitiria a Angola acelerar a

diminuição da mortalidade da criança e, ao mesmo tempo, melhorar a eficiência da sua despesa

de Saúde. Num período de limitados recursos públicos como o actual, investir na Saúde surge

como uma prioridade ainda mais premente.

© UNICEF/ANG

A2014-0678/André Silva Pinto

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