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Daniela Gorga do Amaral. Residente de 3 ano da Disciplina de Gastroenterologia Pediátrica da Escola Paulista de Medicina/UNIFESP

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(1)

Daniela Gorga do Amaral

Residente de 3° ano da Disciplina de

Gastroenterologia Pediátrica da

Escola Paulista de Medicina/UNIFESP

(2)

Introdução

Transplante hepático:

-Principal tratamento para várias hepatopatias que ocorrem na faixa etária

pediátrica

- Em 2012 foram realizados 30 transplantes no Estado de SP em crianças até

12anos .

-Aproximadamente 1/3 no primeiro ano e 50% até o segundo ano.

-90% sobrevida

-A recuperação depende de 3 fatores:

. estado do paciente pré-transplante (comorbidades e grau de

descompensação)

. qualidade do doador (idade avançada, hipoxia, hipotensão, uso de

vasopressores, isquemia prolongada, hiponatremia e esteatose)

. eventos intra-operatórios (sangramento, desafios técnicos e efeitos

cardiovasculares)

-

Complicações: gerais e relacionadas ao enxerto (padrão de aparecimento e

são relacionadas ao tempo transcorrido após o procedimento)

Rudow, DL. Critical Care Management of the Liver Transplant Recipient, Crit Care Nurs QVol. 31, No. 3, pp. 232–243, 2008

(3)

Rudow, DL. Critical Care Management of the Liver Transplant Recipient, Crit Care Nurs QVol. 31, No. 3, pp. 232–243, 2008

(4)

Contra-indicações absolutas:

- Doença extra-hepática grave ou intratável

- Lesão irreversível de SNC

-

Metastase não suscetível a ressecção

-

Incapacidade de entender ou aderir ao tratamento

pós-transplante

Compatibilidade: grupo ABO

Priorização:

PELD (até 12 anos)

PELD= 0,436 idade

(<1ano)

– 0,687 Log albumina

(g/dL)

+

0,480 Log BT

(mg/dL)

+ 1,857 Log INR + 0,667 retardo no

crescimento

(escore Z<-2)

MELD modificado ( 13 até 18 anos)

(5)

Rejeição

Mediada pelas celulas T do receptor perante os

antígenos alogênicos do enxerto

Rudow, DL. Critical Care Management of the Liver Transplant Recipient, Crit Care Nurs QVol. 31, No. 3, pp. 232–243, 2008

PROTOCOLO CLÍNICO E DIRETRIZES TERAPÊUTICAS IMUNOSSUPRESSÃO NO TRANSPLANTE HEPÁTICO EM ADULTO - MINISTÉRIO DA SAÚDE SECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE

(6)

REJEIÇÃO AGUDA

DIAGNÓSTICO CLÍNICO : - qualquer período pós-transplante (mais comum = primeiras 12 sem).

- quadro clínico inespecífico (desconforto abdominal, diminuição do apetite e muitas

vezes são assintomáticos.

- icterícia, febre e dor abdominal.

DIAGNÓSTICO LABORATORIAL :

-

primeiros dias após o transplante hepático: função do órgão costuma estar alterada

(decorrência de eventos relacionados à cirurgia propriamente dita )

-

atraso na normalização dos parâmetros laboratoriais (elevação GGT, FA , TGO, TGP E BTF,

algumas vezes há leucocitose e eosinofilia)

DIAGNÓSTICO HISTOLÓGICO

- Não há consenso em relação à magnitude dessas elevações para indicar a biópsia.

- Em qualquer período após o transplante a biópsia hepática é o que define o diagnóstico e

permite graduar sua intensidade.

- O índice Banff de atividade/intensidade da rejeição divide o processo em três graus:

Leve: observa-se a presença de discreto infiltrado inflamatório com alterações limitadas a poucos

espaços porta.

(7)

REJEIÇÃO CRÔNICA

DIAGNÓSTICO CLÍNICO

- pode ocorrer em qualquer período após o transplante (rara nos primeiros 3 meses)

- Na sua fase inicial pode ser assintomática ou indistinguível da rejeição aguda.

- O desenvolvimento é insidioso e não está associado com sinais e sintomas específicos

- Em geral, há história de pelo menos um episódio anterior de rejeição aguda.

- Gradativamente os pacientes tornam-se colestáticos e manifestam icterícia e prurido em graus variáveis.

DIAGNÓSTICO LABORATORIAL

- elevação das bilirrubinas e das enzimas hepáticas que caracterizam colestase (GGT e FA) com uma

alteração proporcionalmente moderada das aminotransferases.

- pode haver progressiva piora da síntese do enxerto hepático, com o prolongamento do tempo de

protrombina, redução da albumina sérica e do Fator V

DIAGNÓSTICO HISTOPATOLÓGICO

- O diagnóstico de rejeição crônica requer a realização da biópsia hepática.

- indicação: elevação sustentada de enzimas hepáticas, após ter sido afastado outras causas para tais

alterações.

- O achado mais característico: ductopenia (ausência de ductos biliares em, pelo menos, 50% dos

espaços-porta).

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(8)

Imunossupressão

Objetivo: equilíbrio - rejeição X efeitos adversos

da imunossupressão.

Deve,

a priori

, ser mantida pelo resto da vida dos

indivíduos. Não há tempo definido para a

manutenção dos medicamentos.

A intensidade da imunossupressão e o número

dos medicamentos utilizados serão definidos

conforme a evolução dos pacientes e a diminuição

da reação imunológica ao enxerto.

(9)

Agentes

imunossupressores

Os agentes imunossupressores inibem ou diminuem a

resposta do sistema imunológico aos aloantígenos do

enxerto.

Classificação: sítios de atuação na cascata das células T

1) os que atuam em vários níveis da cascata

(corticoesteroides): PREDNISONA, PREDNISOLONA E

METILPREDNISOLONA

2) os que inibem a síntese de interleucina-2 (inibidores da

calcineurina): CICLOSPORINA E TACROLIMUS

3) os que interferem na síntese de ácidos nucléicos

(inibidores da síntese de purinas): AZATIOPRINA E

MICOFENOLATO

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(10)

Escolha do esquema: levar em consideração aspectos

relacionados ao receptor (comorbidades, doença

hepática que levou ao transplante, etc.).

A maioria dos esquemas imunossupressores combina

agentes com diferentes sítios de ação na cascata da

resposta imunológica (nível adequado de

imunossupressão, com menos efeitos adversos).

TERAPIA DE INDUÇÃO OU INICIAL: tratamento

imunossupressor utilizado no período trans-operatório

e durante os três primeiros meses pós-transplante,

período em que o risco de rejeição do enxerto é maior.

TERAPIA DE MANUTENÇÃO: esquema imunossupressor

(11)

Corticoesteróides

(

PREDNISONA E METILPREDNISOLONA)

Imunossupressores mais amplamente utilizados no

transplante hepático excetuando os inibidores da calcineurina.

Fazem parte da primeira linha de tratamento da rejeição

aguda e em pacientes transplantados por hepatite autoimune.

Estes medicamentos atuam principalmente na ativação das

células T, inibindo a produção de citocinas.

Redução das doses repentina ou rápida aumenta a

incidência de rejeição.

Geralmente são utilizados em associação com os inibidores da

calcineurina, desde a terapia de indução até o período de

manutenção.

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(12)

Geralmente, inicia-se, por ocasião da cirurgia,

com metilprednisolona IV, sendo a dose

reduzida diária e progressivamente.

5° e o 6° dia pós-transplante: recomenda-se a

substituição por prednisona via oral

Após a alta hospitalar: reduzir a dose lenta e

gradativamente, até sua retirada, sempre que

possível

.

(o intervalo entre as reduções das doses e a retirada da prednisona

deve levar em consideração alguns aspectos individuais de cada

paciente, tais como a doença que levou ao transplante, os efeitos

adversos que venham a ocorrer e os eventuais episódios de rejeição).

(13)

Efeitos adversos: síndrome de Cushing,

hipertensão, retenção de sódio e líquidos,

diabetes melito, dislipidemia, retardo do

crescimento, osteoporose, acne, alterações

comportamentais (instabilidade do humor,

quadros psicóticos), catarata, glaucoma.

Limita seu uso aos primeiros meses

pós-transplante.

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(14)

INIBIDORES DA

CALCINEURINA

(CICLOSPORINA E

TACROLIMUS)

São os principais medicamentos utilizados como manutenção no

transplante hepático. (Reduziram drasticamente as rejeições)

Mecanismo de ação:

Ambos são metabolizados principalmente pelo sistema citocromo P450

interações com vários medicamentos.

- Fármacos que aumentam os níveis sanguíneos: Macrolídeos,

Antifúngicos, Bloqueadores do canal de cálcio, cisaprida,

metoclopramida, amiodarona, cimetidina, inibidores de protease

- Fármacos que reduzem os níveis sanguíneos: rifambutina, rifampicina,

anticonvulsivantes (carbamazepina, fenobarbital, fenitoína)

(15)

Ciclosporina:

- É um peptídio cíclico

-absorvida no jejuno e amplamente distribuída pelo sangue: plasma

(33%-47%), eritrócitos (41%-58%), leucócitos (5%-12%), linfócitos

(4%-9%).

-Pico de concentração no plasma : 3,5 horas após sua

administração (90% está ligada a proteínas, principalmente

lipoproteínas)

-Meia-vida de cerca de 18 horas

-Eliminação predominantemente biliar, apenas 6% sendo excretada

na urina.

Tacrolimus:

- É um antibiótico macrolídeo

- É aproximadamente 100 vezes mais potente que a ciclosporina

(

in vitro

).

- Biodisponibilidade oral é variável (5%-67%): melhor absorção =

jejum (alimentos ricos em gordura ou carboidratos diminuem

significativamente a absorção).

- 99% liga-se a proteínas (principalmente albumina e ácido

glicoproteína alfa-1)

- meia-vida entre 31,9 e 48,1 horas.

- Menos de 1% é excretado inalterado na urina.

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(16)

CICLOSPORINA:

iniciar 6 - 12 horas após a cirurgia, na dose inicial de 10 -

15 mg/Kg/dia, a cada 12hs, via oral ou sonda naso-gástrica. Ajustar

posteriormente a dose de acordo com o nível sanguíneo.

- nível sanguíneo mais adequado = 2 horas após a administração

(diminui a incidência de rejeição, em relação ao nível coletado no vale)

Tempo pós-transplante (meses)

Nível sanguíneo C0 (ng/mL)

Nível sanguíneo C2 (ng/mL)

0 – 3

200 – 250

800 – 1.200

3 – 6

150 – 200

600 – 1.000

6 – 12

120 - 150

600 - 800

Acima de 12

80 - 120

400 - 600

TACROLIMUS: iniciar 6 - 12 horas após a cirurgia, na dose de 0,10 -

0,30 mg/Kg/dia dividido em 2 administrações diárias, via oral ou sonda

naso-gástrica (a cada 12 horas). Ajustar posteriormente a dose de

acordo com o nível sanguíneo.

- a monitoração do nível sérico recomendada é no vale (12hs após

administração)

Tempo pós-transplante (meses)

Nível sanguíneo C0 (ng/mL)

0 - 6

7 - 10

Acima de 6

5 - 7

Principal particularidade: estreita “janela terapêutica”

-

Níveis sanguíneos baixos (<5 ng/ml)= suscetibilidade para rejeição

-

Níveis altos (acima de 15 ng/ml) = toxicidade.

(17)

Efeitos adversos e monitoramento

CICLOSPORINA

Seu principal efeito adverso = nefrotoxicidade, que pode ser

aguda ou crônica e necessitar de redução da dose ou conversão a

outro imunossupressor.

Monitoramento: realizado rotineiramente (grande variabilidade na

absorção). A periodicidade de realização dos exames deve levar

em consideração as evidências clínicas

-

Glicemia, creatinina sérica, lipídeos, potássio sérico e pressão

arterial.

TACROLIMUS

Principal efeito adverso = nefrotoxicidade (grau semelhante à

ciclosporina). No entanto, há sugestões que as taxas relacionadas

à hipertensão arterial e à hiperlipidemia são menores, porém mais

elevadas as taxas de diabetes e de neurotoxicidade (cefaleia e

tremores até agitação, confusão, alucinações ou psicose).

Monitorar: glicemia, creatinina sérica, lipídeos, potássio sérico e

pressão arterial.

PROTOCOLO CLÍNICO E DIRETRIZES TERAPÊUTICAS IMUNOSSUPRESSÃO NO TRANSPLANTE HEPÁTICO EM ADULTO -

MINISTÉRIO DA SAÚDE SECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE Silva, L., Ferreira. C, Carvalho, E. Hepatologia em pediatria

(18)

NEFROTOXICIDADE

A disfunção renal é tipicamente vista no início da

terapia, com aumento da creatinina e diminuição na

produção de urina.

Ajuste da dose muitas vezes é suficiente para

reverter esse efeito, mas alguns pacientes podem

requerer a suspensão da terapia.

A insuficiência renal crônica acontece em cerca de

20% dos transplantados de fígado em 5 anos.

A verdadeira prevalência de DRC após tx hepático

na população pediátrica é muito variável: 0% a 80%

(diferenças metodológicas entre os trabalhos).

(19)

CICLOSPORINA X TACROLIMUS

Ambos apresentam interação com o fator-ß transformador de crescimento

(TGF-ß) - citocina que estimula o desenvolvimento de fibrose e de crescimento

tumoral.

Aumentam a transcrição do TGF-B aumenta a possibilidade de

recorrência de carcinoma hepatocelular e o surgimento de doença

linfoproliferativa pós-transplante.

A escolha entre ciclosporina e tacrolimus deve levar em consideração as

condições do paciente.

Em um estudo publicado na Lancet 2004, Kelly et al.comparou o uso de

tacrolimus associado a corticosteróides, n = 93) com a ciclosporina associada

a corticosteróides e azatioprina, n = 92) em crianças com transplante de

fígado, não sendo observadas diferenças entre os grupos.

- O tacrolimus apresentou melhores resultados em relação à sobrevivência de

doentes (

93,4% vs 92,2%, p = 0,77

), a sobrevida do enxerto no 12 º mês após o

transplante (

92,3% vs 85,4%, p = 0,16),

a taxa livre de rejeição aguda

(55,5% vs

40,2% , p = 0,0288)

, a taxa de rejeição aguda corticosteróide-resistente

( 94% vs

70,4% , p <0,0001).

Coelho T, Tredger M, Dhawan A. Current status of immunosuppressive agents for solid organ transplantation in children. PediatrTransplantation2012: 16:106–122.!2012JohnWiley&SonsA/S.

(20)

DOENÇA LINFOPROLIFERATIVA PÓS-TRANSPLANTE

(PTLD)

Doença linfoproliferativa pós-transplante (PTLD) é uma fonte significativa de

morbidade e mortalidade em pacientes pediátricos pós-transplante de fígado

com uma incidência de 6-20% e uma taxa de mortalidade de 12-60%.

É um processo multifatorial em crianças submetidas ao transplante de fígado,

que está relacionado com a interação entre imunossupressão e infecção EBV.

A localização mais frequente é as tonsilas palatinas ou adenoides, mas pode

ocorrer em gânglios ou qualquer órgão (osso, íris, tubo digestivo, fígado, pulmão

e SNC).

Em alguns casos pode apresentar-se com febre, esplenomegalia, pancitopenia,

nefromegalia e pneumopatia.

Os fatores de risco relatados incluem: sorologia do receptor para EBV negativa,

a idade do beneficiário (mais jovem) e dos doadores (mais velhos), os elevados

níveis de imunossupressão e da utilização de terapias anti-linfócito e o primeiro

ano pós-transplante.

Impact of immunosupression on the development of Epstein-Barr virus viremia after pediatric liver transplantation. Lu BR, Park KT,

IMUNO-

Ø LT

(- calcineurina )

↑ LB

(PTLD

)

IMUNO+

+ LT

CONTRO

LE

(21)

Diagnóstico: achados histológicos que demonstram

linfócitos B (CD20+), com marcadores de infecção por

EBV (EBER+ ou DNA-EBV+) – hiperplasia plasmocítica até

“linfoma.”

Não existe correlação entre a clínica e a histologia. Se o

paciente apresentar vários sítios de PTLD podem existir

diferentes graus histologicos entre eles.

Prevenção:

-

pacientes soronegativos = ganciclovir desde o tx até a

alta hospitalar

(protege contra o desenvolvimento de

sintomas durante maior imunossupressão).

-

Vigilância do EBV

(quantificação do DNA do EBV no sangue).

Tratamento:

- redução ou suspenção da imunossupressão.

- quimioterapia em dose baixa associada ao rituximabe nos

casos em que não ocorrer a remissão.

(22)

Decreasing incidence of symptomatic EBV disease and PTLD in ped

iatric liver transplant recipients: Report of SPLiT experience.

Narkewicz MR, Green M, Dunn S, Millis M, McDiarmid S, Mazariegos G, Anand R, Yin W; for the Studies of

Pediatric Liver Transplantation Research Group.

Liver Transpl. 2013 May 21. doi: 10.1002/lt.23659.

Incidência de infecção sintomática por EBV e confirmação histológica de PTLD em 2.283

receptores pediátricos de transplante hepático de 1995 a 2008 inscritos e

acompanhados Studies of Pediatric Liver Transplantation (SPLIT).

SEBV foi definida como a seroconversão (desenvolvimento de um novo IgM positivos

num paciente negativa anteriormente documentado) ou o desenvolvimento de uma

forma positiva de carga viral, com qualquer evidência histológica de infecção por EBV ou

os sintomas associados com a infecção pelo EBV (febre, leucopenia, linfocitose com

atípia , amigdalite exsudativa e/ou adenopatia, ou hepatite).

SEBV ocorreu em 199 pacientes, dos quais 174 (87,4%) foram EBV negativo no

momento do tx. 75 pacientes desenvolveram PTLD dos quais 64 (85,3%) foram EBV

negativo.

Dos 2.048 pacientes com pelo menos 2 anos de

follow-up

, 8,3% desenvolveram SEBV e

2,8% PTLD até o segundo ano pós-tx.

Houve menor incidência no período de 2002-2007 de SEBV (11.3% vs 5.9, p <0,0001) e

PTLD (4,2 versus 1,7, p = 0,0011) em comparação com 1995-2001.

Os níveis sanguíneos de Tacrolimus e de Ciclosporina no primeiro ano pós-transplante foi

(23)

INIBIDORES DA SÍNTESE DE

PURINAS

(MICOFENOLATO DE MOFETILA - MMF, MICOFENOLATO DE

SÓDIO – MS E AZATIOPRINA)

MICOFENOLATO

é um antibiótico derivado da penicilina com propriedades imunossupressoras, convertido no

organismo (β- glicuroniltransferase) para a sua forma ativa, o ácido micofenólico (MPA).

Mecanismo de ação: inibe seletivamente a síntese de purinas e, portanto, é um potente

inibidor específico da proliferação das células T e B.

No sangue: 90% ligado a proteínas (concentração ativa = não ligada às proteínas).

É eliminado pela via biliar.

90% da dose oral do medicamento é eliminada pela urina (A dose deverá ser reduzida no

caso de filtração glomerular < 25 mL/min).

Indicações: - pacientes com graus variados de disfunção renal permitindo reduzir, ou mesmo

suspender, os inibidores da calcineurina.

- terapia de resgate de rejeição córtico-resistente e refratária.

- complicações importantes dos outros imunossupressores (nefrotoxicidade,

neurotoxicidade, etc), uma vez que esses fármacos não ocasionam tais efeitos adversos.

A adição de MMF além de reduzir as taxas de rejeição, diminuir os efeitos adversos

relacionados aos inibidores de calcineurina, possibilita uma melhor sobrevida até mesmo nos

pacientes transplantados com VHC.

PROTOCOLO CLÍNICO E DIRETRIZES TERAPÊUTICAS IMUNOSSUPRESSÃO NO TRANSPLANTE HEPÁTICO EM ADULTO - MINISTÉRIO DA SAÚDE SECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE

(24)

Efeitos adversos:

- sintomas gastrointestinais (náuseas, anorexia e diarreia

e podem desenvolver gastrite) – ajustar a dose se

necessário.

OBS: Em caso de doença péptica ulcerosa ativa o fármaco deve ser

evitado.

- alterações hematológicas: anemia, leucopenia,

leucocitose, trombocitopenia. Neutropenia grave

(neutrófilos abaixo de 500/mm3) é mais comum com

doses altas de MMF.

Interferências medicamentosas:

-

Ganciclovir e aciclovir = potencializam a supressão

medular.

-

antiácidos que contenham magnésio e alumínio = redução

da eficácia do MMF.

Monitoração com hemograma (periodicidade =

considerar as evidências clínicas).

(25)

AZATIOPRINA

É um derivado imidazol da 6-mercaptopurina.

Age pela inibição da síntese dos ácidos nucléicos reduzindo a

diferenciação e proliferação dos linfócitos T e B.

É bem absorvida pelo trato gastrointestinal após a administração

oral.

Tem meia-vida reduzida (cerca de 3 horas), mas os seus

metabólitos permanecem ativos por longo tempo permitindo que

o fármaco seja administrado cada 12 - 24 horas.

Apresenta as mesmas indicações do micofenolato, permitindo a

redução das doses dos inibidores de calcineurina em caso de

efeitos adversos.

Fármacos que interagem com a azatioprina: alopurinol (aumenta

o risco de mielotoxicidade) e os inibidores da enzima conversora

de angiotensina (ECA).

Tisone G, Orlando G, Angelico M. Operational tolerance in clinical liver transplantation: emerging developments. Transplant Immunol 2007; 17: 108-113.

(26)

AZATIOPRINA

Efeitos adversos:

-

relacionadas à supressão medular: leucopenia,

anemia, trombocitopenia. A série mais afetada é a

leucocitária. Recomenda-se realizar controle do

hemograma (periodicidade de acordo com as

evidências clínicas).

-

colestase, pancreatite, doença hepática

veno-oclusiva, queda de cabelo e fragilidade das camadas

dérmicas.

-

Hepatotoxicidade = avaliar as provas de função

hepática de acordo com as evidências clínicas.

OBS: deverá ser suspenso e considerada a possibilidade do

uso do micofenolato.

(27)
(28)

Anticorpos monoclonais

BASILIXIMABE E DACLIZUMABE

Inibe a produção de IL-2, por ligarem-se ao

CD25a (presente nos linfocitos T).

Baixa reação adversa (hipersensibilidade) e

ausência de linfopenia ou nefrotoxicidade.

Objetivo: - diminuir a rejeição aguda

-

retardar o uso de inibidor de

(29)

Avaliaram a incidência de BL em 203.557 receptores de órgãos sólidos no U.S.

Transplant Cancer Match Study (1987–2009)e compararam com a população em

geral.

Incidência: 10,8 por 100.000 pessoas-ano = 23 vezes (95% (IC) de 19-28) maior

risco do que na população em geral, e que atingiu um máximo de 3-8 anos após o

momento do transplante.

- pacientes transplantados quando <18 anos

(taxa de incidência [IRR] 3,49, 95% CI 2,08-5,68)

- transplante de fígado

(IRR 2,91, 95% CI 1,68-5,09)

ou de coração

(IRR 2,39, 95% CI

1,30-31)

,

em comparação com o rim.

-

Associação com EBV está implicada na maioria (69%) dos casos de BL em

receptores de transplante - 90% em <18 anos.

- em mulheres

(IRR 0,45, 95% CI 0,28-0,71),

em negros

(IRR 0,33, CI 0,12-0,74 95%) -

idade,

sexo e raça são marcadores de susceptibilidade intrínseca.

- naqueles tratados com azatioprina (

IRR 0,56, 95% CI 0,34-0,89)

ou

corticosteróides

(IRR 0,48, 95% CI 0,29-0,82).

Em conclusão, o risco de BL é marcadamente elevado em pacientes transplantados,

(30)

Receptores de transplante de órgãos (OTRs) em uso de imunossupressores estão

expostos a alto risco de câncer pele (condição maligna mais comum em OTRs).

36 artigos de estudos retrospectivos individuais e multicêntricos relatando o

câncer de pele de 2006-2010 foram selecionados (PubMed).

incidência de câncer de pele não melanoma (NMSC) – mais comum relatado

(90%), sarcoma de Kaposi, melanoma e carcinoma de células de Merkel.

Fatores de risco mais comuns foram: sexo masculino, idade avançada, exposição

ao sol (>2500h/ano e região norte), e agente imunossupressor relacionado

(AZATIOPRINA E TACROLIMUS).

Programas de educação e rastreios frequentes em clínicas de transplantes de

(31)

Estudo realizado em Samsung Medical Center, Seul, Coréia onde foram observados

100 pacientes submetidos a tx hepático por 1 ano, desses , sete pacientes foram

excluídos devido à história de alergia anterior. Portanto,93 pacientes foram incluídos

no protocolo de estudo.

Quarenta e dois pacientes (45,2%),desenvolveram um quadro novo de alergia, sendo

35 (37,6%), alergia alimentar. Alergia respiratória foi observada em três pacientes

(3,2%), e um paciente (1,1%) apresentou alergia medicamentosa.

Leite foi o alérgeno mais comum (18 de 22 indivíduos), seguido em ordem por clara

de ovo (n = 14), soja (n = 11), trigo (n = 5) e amendoim (n = 4).

Cinqüenta e dois pacientes (55,9%) desenvolveram eosinofilia.

O quadro alérgico se desenvolveu na maioria dos pacientes por volta de cinco meses

após o transplante hepático (IR 2,3-9,5 meses) e durou 16 meses (IR 8-34,5 meses).

Idade mais jovem no momento do transplante predispõe ao desenvolvimento de

(32)

Em receptores de órgãos sólidos a sensibilização aos alérgenos é de aproximadamente 24% com 10 % de

manifestações clinicamente relevantes.

Foram revistos os prontúários de 176 crianças transplantadas e foi aplicado um questionário de follow-up.

Doença atópica estava presente em 25 (14,2%) pacientes. Não segue o padrão da “marcha atópica” -

eczema→rinite→asma.

Imunossupressores reprimem o padrão Th1 de resposta celular (inibem IL-2) causando em estímulo Th2 .

O uso de Tacrolimus isolado foi associado a doenças alérgicas em vários transplantes. (transplante cardiaco: 22%

desenvolveram doença alergica com mais de 50% sendo sintomática).

Tacrolimus em condições não-transplante foi relacionado com IgE elevada. Além disso, imunossupressão com

Tacrolimus em transplante hepático pediátrico está relacionado com eosinofilia periferica em até 50% dos

pacientes e possivelmente com gastroenterite eosinofílica, que também está associado com alergia alimentar.

Pacientes com manifestações de alergia IgE-mediada em uso de Tacrolimus têm demonstrado melhoria com

Referências

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