LP ( ) LI ( ) LO ( ) LOC ( X) Revalidação ( ) Ampliação ( ) Notificações Emitidas Nº: Advertências Emitidas Nº: Multas Nº:

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Rua Calixto Martins de Melo n.º 230 - Centro - Unaí – MG CEP: 38610-000 – Tel.: (38) 3676-5711

PARECER ÚNICO

Nº 396420 / 2007 SUPRAMNOR

Indexado ao(s) Processo(s) Nº: 15457/2005/001/2007 Tipo de processo: Licença de Operação Corretiva Licenciamento Ambiental (X) Auto de Infração ( )

1. Identificação

Empreendimento (Razão Social)/Empreendedor: Fazenda Ranchão – Carlos Antônio Benetti

CNPJ / CPF: 309.536.260-91 Empreendimento: Fazenda Ranchão

Município: Formoso

Atividade predominante: Culturas anuais excluindo a olericultura

Código da DN 74/04 e Parâmetro: G-01-03-1 Porte do Empreendimento

Pequeno ( ) Médio ( X ) Grande ( )

Potencial Poluidor

Pequeno ( ) Médio ( X ) Grande ( ) Classe do Empreendimento

I ( ) II ( ) III ( X ) IV ( ) V ( ) VI ( ) Fase Atual do Empreendimento

LP ( ) LI ( ) LO ( ) LOC ( X) Revalidação ( ) Ampliação ( )

Localizado em UC (Unidades de Conservação)? (X) Não ( ) Sim

Bacia Hidrográfica: Rio São Francisco Sub Bacia: Rio Urucuia

2. Histórico Inspeção/Vistoria/fiscalização ( ) Não (X) Sim Relatório de Inspeção/Vistoria/ Fiscalização Nº: 074/2007 Data :11/07/2007.

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2.1 Descrição do histórico:

O empreendedor Carlos Antônio Benetti, preencheu o FCEI e recebeu o respectivo FOB I em 06/02/2007, protocolou documentação para Licenciamento Ambiental na SUPRAM do TRIÂNGULO, para análise na SUPRAMNOR, em 05/01/2007.

Em 13/04/2007 o processo passa pelo controle processual na SUPRAMNOR. A fiscalização foi no dia 11/07/2007.

3. Introdução:

Essa propriedade faz parte da área de uma cooperativa denominada Coopertinga – Cooperativa Agropecuária da Região do Piratininga LTDA, que foi implantada a partir de um programa de Cooperação Nipo-Brasileira para o desenvolvimento do cerrado – PRODECER, realizado pela Companhia de Promoção Agrícola – Campo. O proprietário recebeu seu empreendimento para administrar em 1988. Sendo a Coopertinga, oficialmente, fundada em 10/01/90.

O empreendimento possui área total de 624,00 ha assim distribuídos:

ATIVIDADE ÁREA (ha)

Área preservação permanente 86,31 Área de Reserva Legal 125,00

Área de lavouras 412,69

TOTAL 624,00

A propriedade é abastecida por uma rede de 5 nascentes de veredas que abastecem o Rio Ponte Grande, afluente do Rio Urucuia, importante contribuinte do Rio São Francisco.

O acesso ao empreendimento pode ser feito pela BR - 020, sentido Formosa-Alvorada do Norte, KM 202, entrar à direita depois do povoado de Santa Maria. Seguir pela estrada de terra devidamente sinalizada até a sede da Coopertinga, a propriedade se localiza sentido área II, aproximadamente 15 Km da sede da cooperativa.

Município: Formoso-MG

Coordenadas Geográficas da sede: Latitude Sul: 14º51’09”S Longitude Oeste: 46º24’ 15“W

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4. Caracterização Ambiental Cobertura Vegetal

O empreendimento está localizado numa região de cerrado, e ainda preserva algumas áreas de campo cerrado, devido aos solos rasos e pedregosos que abrangem algumas partes da região.

A vegetação do Cerrado apresenta fisionomias que englobam formações florestais, savânicas e campestres. Os principais tipos fitofisionômicos encontrados na área de influência direta do empreendimento são: Cerrado sentido restrito, Mata de Galeria, Mata Seca e Campo Sujo.

Relevo

As formas de relevo no extremo noroeste de Minas Gerais são superfícies extremamente planas, sustentadas por couraças ferruginosas nas bordas, em via de destruição, cujo processo é facilitado pelas fraturas. Os topos planos das chapadas estão recobertos por material areno -argiloso de coloração creme. A rede de drenagem é mais espaçada, apresentando canais rasos, em forma de vereda.

Os Planaltos Sedimentares Dobrados ocupam a porção leste da área. Trata -se de superfícies de dis-secação e de aplainamento. As Bordas das chapadas são abruptas mantidas por couraças ferruginosas. Apresentam rede de drenagem com maior número de canais.

Solos

No noroeste de Minas, os solos predomina ntes são: Cambissolo, Neossolo Litólico e o Latossolo Vermelho-Amarelo.

As grandes chapadas e os trechos mais suaves do noroeste mineiro são formados por latossolos com altos teores de Ferro. Nos trechos acidentados os solos são muito rasos, quase sem hori zonte A, freqüentemente cascalhentos e muito encrostados. O período seco é pronunciado, a umidade relativa é baixa e venta muito.

Os solos mais jovens como os Cambissolos e Hidromórficos associados ao cerrado, freqüentemente, têm alto teor de Alumínio trocável.

Nas bordas das chapadas ocorre a tapiocanga (laterita), muito usada como piso de estrada, a qual é muito importante na manutenção dos remanescentes das chapadas.

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Usos do solo

O principal uso do solo na propriedade são as lavouras de sequeiro, com áreas em torno de 410 ha, o restante da área compreende a reserva legal e as áreas de preservação permanente.

Clima

O clima de Formoso, região de atuação da Coopertinga, é classificado como sendo de clima savana tropical, um clima sub-úmido seco, com excesso moderado de água no verão e com deficiência hídrica moderada no inverno, nos meses de maio a setembro,

Qualidade do ar e da água

A qualidade do ar na zona rural é considerada boa, principalmente, quando comparada com o meio urbano. As emissões de fumaça lançada no ar pelos tratores não são significantes, dado o baixíssimo volume, principalmente, com o uso do plantio direto na palha, feito no empreendimento que reduziu as operações de aração e gradagem, reduzindo desta forma os impactos sobre o solo, cursos d´água e ar.

Fauna terrestre e aquática

Com o desmatamento ocorrido na época da transformação da paisagem natural em fazendas agropecuárias, a área de influência direta do empreendimento teve sua fauna drasticamente reduzida. Em anos recentes, com a intensificação da fiscalização da proibição da caça, com a exigência de conservação das áreas de preservação permanentes e de reserva legal, e, sobretudo, com uma melhor educação e conscientização sobre a necessidade de proteção ao meio ambiente, nota-se um aumento das espécies da fauna.

Embora tenha sido observado um aumento visual na presença da fauna terrestre, o mesmo não pode se dizer sobre a fauna aquática. Todas as informações coletadas indicam redução significativa na abundância de peixes na área, devido, principalmente, à pesca predatória indiscriminada.

O empreendimento possui importância biológica potencial para invertebrados, muito alta para anfíbios e extrema para mamíferos como áreas de conservação.

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5. Da Utilização dos Recursos Hídricos

É uma região com uma rede de drenagem bastante expressiva, numerosa e densa, refletindo num importante controle estrutural da região. Este complexo hidrológico é composto por uma grande quantidade de córregos ribeirões e riachos (com respectivas nascentes).

A propriedade possui uma rede de nascentes de veredas, pertencentes à Bacia Hidrográfica do Rio Ponte Grande, um importante afluente do Rio Urucuia, que por sua vez, pertence a Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco.

Não há utilização de recursos hídricos com irrigação de lavouras, possui apenas certidão de registro de uso de água, com protocolo nº. 163880/2007.

6. Da Exploração Florestal

Não há previsão de supressão de vegetação e/ou intervenção em APP. Na possibilidade ocorrer, o proprietário deverá comunicar, previamente, o órgão competente, para que o mesmo analise a viabilidade sócio- ambiental e conceda a respectiva autorização.

7. Descrição dos Impactos identificados

A agricultura é uma atividade com baixas emissões de poluentes. Como a técnica de plantio direto eliminou o revolvimento do solo, eliminou, também, a grande poeira que a aração e a gradagem produziam.

Apenas as máquinas e tratores emitem gases na atmosfera, porém, devido às características da atividade, executada ao ar livre e em grandes extensões de áreas, sua diluição e dispersão se processa com facilidade.

Atualmente, toda infra-estrutura utilizada no cultivo de lavouras neste empreendimento, provêm do empreendimento Lote – 38 da mesma família.

A propriedade possui uma rede de cinco nascentes de veredas e em uma dessas nascentes foi construído um pequeno açude para dessedentação de animais, caracterizando uma pequena intervenção na área de APP.

8. Medidas mitigadoras

Nas lavouras, o plantio direto e as medidas físicas como manutenção dos terraços e nas curvas em níveis se mostram bastante eficiente na contenção de perdas de solo e conseqüentemente do impedimento de contaminação do rio com agrotóxicos, fertilizantes, sólidos finos e areia.

Em termos de reabilitação de áreas degradadas, não se fará necessário, uma vez que a fazenda Ranchão não possui esse tipo de problema.

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Nas estradas, sua manutenção anual, corrigindo o caminho preferencial das enxurradas, conduzindo -as para bacias de captação e/ou para bigodes construídos em consonância com os terraços ou curvas em nível, serão medidas que tanto conservarão o solo, as estradas e a águas superficiais, enquanto melhorarão o abastecimento das águas subterrâneas.

A área de APP onde foi construído o açude para dessedentação de animais deverá ser cercada, construído um corredor para acesso dos animais e ser feita a recomposição vegetal em toda área (Condicionante 01).

Caso o empreendedor, futuramente, venha a utilizar a infra-estrutura do próprio empreendimento , este deverá comunicar esta Superintendência, para que nova fiscalização seja realizada, visando contemplar possíveis novos impactos.

9. Discussão

As informações apresentadas nos estudos são satisfatórias para a análise do processo de Licenciamento Ambiental do empreendimento em estudo.

Ressaltamos que as medidas mitigadoras apresentadas no RCA e PCA, no corpo nas condicionantes deste Parecer Técnico e no Automonitoramento deverão ser atendidas.

10. Controle Processual

O processo encontra-se formalizado e instruído com a documentação exigível.

Não haverá desmate na área do empreendimento.

A área de reserva legal da propriedade rural em questão está averbada junto ao Cartório de Registro de Imóveis, em conformidade com a legislação em vigência.

A água utilizada no empreendimento está devidamente regularizada junto ao Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM.

11. Conclusão:

A equipe interdisciplinar de análise deste processo, do ponto de vista técnico e jurídico apresenta parecer favorável à concessão da Licença de Operação Corretiva (LOC) para o empreendimento Fazenda Ranchão, Projeto Piratinga, Município de Formoso, pelo prazo de 06 (seis) anos, desde que atendidas as condicionantes apresentadas nos anexos I e II deste parecer, ouvida a Assessoria Jurídica da SUPRAM Noroeste de Minas.

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Ressalta-se que a Licença Ambiental em apreço não dispensa nem substitui a obtenção pelo requerente de outras licenças legalmente exigíveis.

Ressaltamos ainda, que as revalidações das licenças ambientais, ta is como as outorgas, deverão ser efetuadas 90 (noventa) dias antes de seu vencimento.

12. Parecer Conclusivo

Favorável: ( ) Não ( X ) Sim

13. Validade da licença:

06 (seis) anos.

14. Data / Responsabilidade Técnica

Data: 10/08/2007

Equipe Interdisciplinar: Masp Assinatura

Ana Flávia Costa Lima Felipe 1147830-2

Ledi Maria G. Oppelt 365472-0

Carlos de Oliveira Teixeira 1155162-9

Paulo Sérgio Cardoso Vale 1021300-7

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ANEXO I Condicionantes

Itens Descrição da Condicionante Prazo Fase do

Licenciamento

01

A área de APP onde foi construído o açude para dessedentação de animais, deverá ser cercada, construído um corredor para acesso dos animais e ser feita a recomposição vegetal em to da área.

90 dias

LOC

02

Manter arquivado por período de um ano os receituários agronômicos e as cópias das notas fiscais de compras de agrotóxicos utilizados na propriedade, bem como realizar tríplice lavagem e destinação correta das embalagens vazias.

Durante a vigência da

Licença

LOC

03

Realizar aceiro periódico no perímetro da Reserva Legal, para prevenção de incêndios. Durante a vigência da Licença LOC 04 Executar o Programa de Automonitoramento conforme definido no Anexo II.

Anual LOC

05

Apresentar relatórios técnicos fotográficos das medidas de controle ambiental, executados ou em vias de execução.

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ANEXO II

Recomendações para o Automonitoramento

Uma vez adotadas as medidas necessárias propostas no PCA na propriedade, torna -se necessário o acompanhamento periódico das atividades, com o objetivo de que as medidas adotadas passem a fazer parte da dinâmica da mesma. Para a realização do Automonitoramento, são propostas as seguintes ações:

? Antes do início de cada período chuvoso, verificar as condições das estradas

internas para eliminar qualquer situação que possa provocar erosão do solo.

? Antes de cada plantio, realizar análise dos solos para que se faça somente a

adubação necessária;

? Uma vez ao ano, recolher todas as embalagens vazias armazenadas na

propriedade para a unidade de recebimento da Coopertinga. Devem ser recolhidas embalagens de defensivos, lubrificantes e sacaria de adubo;

? Verificar, periodicamente, as condições de conservação da mata de galeria e