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Análise dos custos agrícolas para o gerenciamento de uma propriedade rural

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Academic year: 2021

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Ijuí, RS, 2º semestre de 2015.

UNIJUÍ – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande

do Sul

DACEC – Departamento de Ciências Administrativas, Contábeis,

Econômicas e da Comunicação

Curso de Administração

TADEU GELATTI

ORIENTADORA: STELA MARIS ENDERLI

ANÁLISE DOS CUSTOS AGRICOLAS

PARA O GERENCIAMENTO DE UMA PROPRIEDADE

RURAL

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TADEU GELATTI

ORIENTADORA: STELA MARIS ENDERLI

ANÁLISE DOS CUSTOS AGRICOLAS

PARA O GERENCIAMENTO DE UMA PROPRIEDADE

RURAL

Trabalho de Conclusão de Curso

Trabalho de Conclusão do Curso de Administração da Universidade Regional do Noroeste do Rio Grande do Rio Grande do Sul – UNIJUI, como requisito parcial à Conclusão de Curso e consequente obtenção de título De Bacharel em Administração.

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AGRADECIMENTOS Agradeço...

Primeiramente agradeço a Deus por tudo, por ter me ajudado nos momentos mais difíceis dessa caminhada e durante toda minha vida.

Agradeço aos meus pais e toda minha família, por ter me apoiado em todos os momentos de dificuldade e ansiedade, e sempre incentivando com palavras de amor, fé e esperança a concluir essa etapa tão sonhada.

Agradeço aos meus amigos pelos conselhos e sorrisos, alegrando os dias com momentos divertidos e inesquecíveis.

Agradeço a professora Stela pela dedicação e compreensão correspondida durante a realização deste trabalho.

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RESUMO EXPANDIDO INTRODUÇÃO

Desenvolveu-se na propriedade rural familiar um estudo, onde foram apurados os custos das principais atividades econômicas praticadas, a produção de soja e a produção de leite.

A agricultura desempenha um importante papel na sociedade, tanto quanto na geração de alimentos para a população, quanto economicamente. A eficiência no gerenciamento da propriedade e no aproveitamento dos recursos destinados a produção, torna-se fundamental para manter sustentável e competitivo.

O produtor rural necessita desenvolver-se no controle e gerenciamento financeiro, além de técnicas de produção adequadas. O trabalho teve como intenção analisar as informações e resultados, para a tomada de decisão, proporcionando indicadores relevantes a gestão da propriedade rural.

METODOLOGIA

Esse estudo classifica-se como aplicado, pois tem a função de identificar os custos de produção, descritiva, pois descreve e relata informações sobre o assunto abordado e explicativa, pois visa esclarecer e explicar acontecimentos profundamente.

Classifica-se como qualitativo, pois busca uma complexidade, sobre as análises e entendimento dos fatores de determinado problema.

Este trabalho é de embasamento bibliográfico, baseado em estudos e conceitos de administração, contabilidade de custos e rural.

O estudo de caso teve a coleta e análise dos custos relacionados ao cultivo da produção de soja e produção leiteira da propriedade rural. O universo estudado é uma propriedade de pequeno porte e trabalho familiar.

Na propriedade rural realizou-se o recolhimento de documentos, anotações, notas fiscais, uma entrevista informal com o proprietário, e também observou-se a forma de trabalho executado.

A análise e a interpretação dos dados na propriedade teve distribuição e atribuição a cada elemento de custos em planilhas, e também através da criação de gráficos para melhor entendimento e interpretação.

RESULTADOS

Este trabalho teve um estudo aplicado, em uma propriedade rural situada em Pejuçara (RS), partindo da identificação e análise dos custos de produção da soja e do leite, além da descrição de seus processos produtivos.

A produção de soja apresenta em seu processo a dessecação pré-plantio, plantio, aplicações de fungicidas e inseticidas, colheita e transporte dos grãos.

Convive atualmente com altos custos diretos de produção, destacando-se os fertilizantes e defensivos, principalmente fungicidas no combate a ferrugem asiática exigindo várias aplicações. Também o aumento de gastos quanto ao combate de plantas invasoras, destacando a popular “buva” e novas pragas como a lagarta “elicoverpa”, insetos e ervas daninhas mais resistentes requerendo maior atenção e custo para o controle.

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4

Analisou-se também o custo fixo com mão de obra do período, e gastos com combustível na realização das atividades de produção.

Os custos indiretos relacionados a atividade foram a depreciação das maquinas utilizadas no cultivo, além de parcelas de financiamentos em relação as máquinas compradas e reformas realizadas, e revisões realizadas antes da execução das atividades do processo.

Realizou-se a soma dos totais dos custos de produção da soja e comparado a receita operacional bruta, identificando os resultados da atividade econômica.

Na produção leiteira o processo apresenta os momentos da realização diária da ordenha, distribuição de ração, sal e suplementos minerais, a disponibilização de pastagens, feno e silagem para complemento da dieta.

Para análise dos custos diretos da produção leiteira, identificou-se cada item que a constitui, como os principais, ração e mão de obra. Também realizou-se um detalhamento da produção da silagem, pastagens e feno. Verificando esses gastos desde o plantio até o alimento pronto para o consumo dos animais.

Complementando os custos diretos também foram identificados todos os custos com medicamentos e vacinas obrigatórias realizadas no rebanho leiteiro.

Os custos indiretos da produção leiteira foram identificados a depreciação dos equipamentos utilizados e animais, gastos com a alimentação e cuidados com novilhos (as) e menores custos como energia elétrica, manutenção dos equipamentos e etc.

Realizou-se a soma total dos custos e comparados também a receita bruta, identificando a realidade encontrada da atividade leiteira na propriedade rural.

Na demonstração do resultado do exercício a soja apresentou bons números, mantendo a propriedade rural, enquanto a leiteira teve um resultado negativo.

As proposições para a propriedade rural iniciam-se pela parte administrativa, como um melhor gerenciamento e controle dos custos de produção, além de um planejamento estratégico sobre as atuais atividades e também novas atividades econômicas como o gado de corte.

As preposições para a produção da soja baseiam-se em um maior cuidado e investimento com o solo, melhorando sua qualidade e produtividade.

Enquanto a produção leiteira necessita de mudanças mais radicais, como melhoramento genético do rebanho, aumento de produção e qualidade do leite, mudanças no processo de produção, investimentos em novas infraestruturas e irrigação para pastagens. Ainda assim põem-se em dúvida a continuidade da atividade devido ao volume dos investimentos e o longo prazo dessas adequações propostas.

CONCLUSÃO

Com a realização do trabalho de conclusão de curso de administração, em que o tema estudado e os objetivos propostos foram alcançados. Com o levantamento dos custos, permitiu identificar a realidade das principais atividades econômicas da propriedade rural.

Permitiu uma nova visão sobre as atividades, além de corrigir erros e tomar as providências necessárias, depois de analisar os gastos e possíveis desperdícios. Com o estudo realizado a atividade da soja apresentou um bom desempenho enquanto a do leite apresentou prejuízos significativos.

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Contribuiu para um melhor entendimento sobre o tema abordado, relacionado à área de custos agrícolas e também a formação acadêmica. Uma experiência combinada com informações confiáveis e desenvolvimento a ser aplicada na propriedade rural, além disso, contribui para futuramente avaliar a viabilidade de outras atividades como a de gado de corte.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Estrutura da demonstração do resultado do exercício ... 32

Quadro 2: Custos com mão de obra ... 44

Quadro 3: Custos diretos da produção de soja ... 45

Quadro 4: Detalhamento dos custos com combustível, da produção de soja ... 46

Quadro 5: Custos diretos variáveis com a produção de silagem ... 49

Quadro 6: Detalhamento dos custos com combustível da silagem ... 50

Quadro 7: Detalhamento dos custos da pastagem de inverno ... 51

Quadro 8: Detalhamento dos custos com combustível da pastagem de inverno ... 51

Quadro 9: Detalhamento dos custos da pastagem de verão ... 52

Quadro 10: Detalhamento dos custos com combustível da pastagem de verão ... 53

Quadro 11: Detalhamento dos custos com combustível da pastagem permanente... 53

Quadro 12: Custos diretos totais da produção leiteira ... 54

Quadro 13: Custos com depreciação ... 56

Quadro 14: Custos indiretos da produção da soja ... 57

Quadro 15: Custo de manutenção de novilhos(as) ... 59

Quadro 16: Custos indiretos totais da produção leiteira ... 60

Quadro 17: Custos totais da produção da soja ... 62

Quadro 18: Custos totais da produção leiteira ... 63

Quadro 19: Receita da produção da soja ... 64

Quadro 20: Receita da produção leiteira ... 66

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LISTA DE FIGURAS E GRÁFICOS

Figura 1: Fluxograma do processo de produção de soja ... 41

Figura 2: Fluxograma do processo de produção leiteira ... 43

Gráfico 1: Representação dos custos diretos de produção da soja ... 47

Gráfico 2: Representação dos custos diretos da produção leiteira ... 55

Gráfico 3: Representação dos custos indiretos da produção de soja ... 58

Gráfico 4: Representação dos custos indiretos da produção leiteira ... 61

Gráfico 5: Representação dos custos diretos e indiretos da soja ... 62

Gráfico 6: Representação dos custos diretos e indiretos da produção leiteira ... 63

Gráfico 7: Comparação da receita bruta com custos totais da soja ... 65

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8 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ... 10 1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO ... 12 1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA ... 12 1.2 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO ... 12 1.3 PROBLEMA ... 13 1.4 OBJETIVOS ... 14 1.4.1 Objetivos Gerais ... 15 1.4.2 Objetivos Específicos ... 15 1.5 JUSTIFICATIVA ... 15 2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 16 2.1 ADMINISTRAÇÃO ... 16

2.1.1 Administração Rural e seu Campo de Ação ... 17

2.1.2 Conceito de Empresas Rurais ... 19

2.2 GESTÃO DE CUSTOS AGRÍCOLAS E DA PRODUÇÃO LEITEIRA ... 19

2.3 CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS ... 22

2.3.1 Custos Diretos ... 23

2.3.2 Custos Indiretos ... 24

2.3.3 Custos Variáveis ... 25

2.3.4 Custos Fixos ... 26

2.4 CLASSIFICAÇÃO DAS DESPESAS ... 27

2.4.1 Despesas Fixas ... 27

2.4.2 Despesas Variáveis ... 27

2.4.3 Despesas Diretas ... 28

2.4.4 Despesas Indiretas ... 28

2.5 CUSTOS PATRIMONIAIS ... 28

2.6 CUSTOS COM MÃO DE OBRA ... 29

2.6.1 Mão de Obra Direta ... 29

2.6.2 Mão de Obra Indireta... 30

2.7 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE) ... 31

3 METODOLOGIA ... 33

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ... 33

3.1.1 Quanto à Natureza ... 33

3.1.2 Quanto aos Objetivos ... 33

3.1.3 Quanto à Forma de Abordagem do Problema ... 34

3.1.4 Quanto aos Procedimentos Técnicos ... 35

3.2 UNIVERSO AMOSTRAL ... 37

3.3 SUJEITOS/PARTICIPANTES DA PESQUISA ... 37

3.4 COLETA DE DADOS ... 38

3.5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ... 38

4 ESTUDO APLICADO ... 40

4.1 DESCRIÇÃO DOS PROCESSOS DE PRODUÇÃO ... 40

4.1.1 Cultura da Soja ... 40

(10)

9

4.2 APURAÇÃO DOS CUSTOS DIRETOS DE PRODUÇÃO ... 43

4.2.1 Custos com Mão de Obra ... 43

4.2.2 Custos Diretos da Produção da Soja... 44

4.2.3 Custos Diretos da Produção Leiteira ... 47

4.3 APURAÇÃO DOS CUSTOS INDIRETOS DE PRODUÇÃO ... 56

4.3.1 Depreciação ... 56

4.3.2 Custos Indiretos da Produção da Soja ... 57

4.3.3 Custos Indiretos da Produção Leiteira ... 58

4.4 APURAÇÃO DO CUSTO TOTAL POR CULTURA ... 61

4.4.1 Apuração dos Custos Totais da Produção da Soja ... 62

4.4.2 Apuração dos Custos Totais da Produção Leiteira ... 63

4.5 RECEITAS POR CULTURA ... 64

4.5.1 Receita da Produção da Soja ... 64

4.5.2 Receita da Produção Leiteira ... 65

4.6 ELABORAÇÃO DA DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO ... 68

4.7 ANÁLISE DOS RESULTADOS E PROPOSIÇÃO DE ALTERNATIVAS PARA A PROPRIEDADE ... 69

CONCLUSÃO ... 72

(11)

INTRODUÇÃO

O presente estudo foi desenvolvido em uma propriedade rural familiar, localizada no município de Pejuçara, RS, onde foram apurados os custos das atividades praticadas, a produção de soja e a produção de leite, numa área total de 100 hectares.

Atualmente a agricultura desempenha um grande papel na sociedade, com geração dos mais diversos produtos agrícolas, tendo a responsabilidade de abastecer com alimentos a população.

As fortes mudanças de mercado em termos de competitividade, decorrentes da globalização da economia, exigem do produtor a postura de empresário rural, com eficiência no gerenciamento da propriedade e no aproveitamento dos recursos destinados a produção.

Com a evolução da tecnologia e a busca por adquirir produtos de melhor qualidade, o produtor rural necessita desenvolver cada vez mais técnicas tanto na área de produção como também no gerenciamento financeiro de sua propriedade.

O objetivo deste trabalho e analisar as informações coletadas em um levantamento de custos, para a tomada de decisão de relevância estratégica em busca do melhor resultado.

Santos, Marion e Segatti (2002, p. 34) descrevem que: “O sistema de custos é um conjunto de procedimentos administrativos, que registra de forma sistemática e continua, a efetiva remuneração dos fatores de produção empregados nos serviços rurais”.

E também relatam que:

O sistema consiste num conjunto de informações que proporcionara ao administrador a tomada das decisões mais corretas. O sistema permitirá o administrador apontar eficiente e sistematicamente a existência de gastos não necessários que estejam reduzindo a lucratividade da exploração (SANTOS; MARION; SEGATTI, 2002, p. 34).

O conhecimento dos resultados, dos gastos com insumos e serviços em cada fase produtiva da lavoura possibilita ter no custo um indicador importante das escolhas do produtor, sendo a gestão fundamental para a sustentabilidade e rentabilidade do agricultor.

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No primeiro capítulo apresenta-se a contextualização do estudo proposto, detalhando o tema, a caracterização da organização, o problema, os objetivos gerais e específicos e a justificativa.

E em sequência no segundo capitulo apresenta-se o referencial bibliográfico destacando a gestão rural e a contabilidade de custos. No terceiro capitulo apresenta-se a metodologia com a classificação, plano de coleta e análise dos dados. No quarto capitulo apresenta-se o estudo aplicado, onde identificou-se os custos da produção da soja e leite existentes na propriedade rural, e também a realização da análise e preposições para as atividades econômicas realizadas, finalizando com a conclusão e as referências.

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12 1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO

Este trabalho tem na apresentação inicial o estudo desenvolvido, partindo da apresentação do tema, a caracterização da propriedade rural estudada, o problema identificado que deu origem a pesquisa, os objetivos e justificativas da sua realização.

1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA

Este estudo tem por finalidade a análise de custos, que é de suma importância na tomada de decisões dentro da administração, para melhor gerenciamento de organizações.

A contabilidade de custos auxilia no controle e gestão empresarial. Nas atividades agrícolas, o custo de produção agrega o conjunto de todas as despesas ocorridas para a obtenção da produção.

O tema estudado foi a análise dos custos de produção da cultura da soja e da produção leiteira.

1.2 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO

A pesquisa foi realizada em uma pequena propriedade rural localizada no interior do município de Pejuçara (RS), na comunidade de Linha Macuglia, administrada pela família, que também e responsável por todas as tarefas realizadas na propriedade.

A propriedade possui cem hectares, no verão sessenta e cinco hectares são destinados ao cultivo da soja, cinco hectares ao cultivo de milho para a produção de silagem, quatro hectares de pastagens permanentes (tifton e aries), dois hectares de potreiro (campo nativo), quatro hectares destinada a pastagem de aveia de verão e milheto e dezoito hectares de mata. No inverno vinte e quatro hectares são destinados a pastagem de azevém, aveia e trigo duplo propósito de pastoreio, cinquenta hectares que variam na plantação de trigo, aveia e também azevém guacho para produção de feno. Também possui dois hectares de infraestrutura, possuindo duas casas e dois galpões.

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Para a produção da soja a propriedade possui dois tratores, uma colheitadeira, uma plantadeira, um pulverizador, um caminhão, uma carreta graneleira e uma pequena carreta de madeira. As sementes, fertilizantes e agrotóxicos são adquiridos em empresas e cooperativas da região, sendo que a produção também é entregue as mesmas.

Na pecuária leiteira há existência de uma pequena construção de madeira, com ordenhadeira canalizada e resfriador a granel de 1000 litros e também uma irrigação a ser instalada de três hectares e meio, por aspersão. A propriedade possui 15 bovinos em lactação (holandesa e Jersey), 5 vacas secas, 5 novilhas, 5 terneiras, 5 terneiros e 1 touro. A propriedade produz cerca de 200 litros por dia, média de 15 litros por vaca e um total de 5.785 litros mês. As ordenhas são realizadas diariamente, às 6 h 30 min de manhã e às 17 h 30 min de tarde.

Os medicamentos, rações sementes para pastagem e milho para silagem são adquiridos em cooperativa, a assistência técnica veterinária é particular. O leite atualmente é recolhido diariamente pela empresa Nestlé.

1.3 PROBLEMA

A função da gestão e de avaliar os resultados, tomar decisões, controlar e planejar, a partir do conhecimento das informações gerenciais de fatores internos e externos da propriedade, visando o melhoramento dos resultados.

Crepaldi (2011, p. 41) explica que:

Para um gestor rural, o conhecimento técnico, a sensibilidade e a competência pelo diagnóstico da empresa determinam grande parte do seu sucesso na agropecuária devido às múltiplas atividades e ao volume financeiro das operações, constituindo-se, na realidade, como uma empresa, apesar de nem sempre estar estruturada e denominada dessa forma.

A atual necessidade de uma gestão mais aplicada na propriedade rural visa, a melhor administração de custos e do capital de giro, para a melhor percepção da real situação das atividades desenvolvidas na propriedade rural.

A importância da soja para o Brasil pode ser dimensionada tanto pelo impressionante crescimento da produção desta leguminosa quanto pela arrecadação com as exportações de soja em grão e derivados (óleo e farelo de soja). A soja por

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ser fonte de proteínas inesgotáveis na alimentação humana e de grande parte dos animais que produzem carne, leite e ovos, oferece hoje, uma variedade de produtos. Trata-se de uma cadeia produtiva bastante abrangente, pois animais criados com rações produzidas a partir do farelo de soja oferecem outros subprodutos que vão afiançar outras áreas da economia, como o setor de couro, o de fertilizantes orgânicos e outros (ROESSING; SANCHES; MICHELLON, 2005).

O cultivo de soja sofre nos dias de hoje com os altos custos de produção, que coloca na administração desta atividade uma insegurança, devido aos riscos de um alto investimento que depende diretamente da colaboração dos fatores climáticos. Além disso, manter as despesas pessoais da família, e justificar a liquidez e capacidade de pagamento junto aos credores.

O setor leiteiro também passa por momentos difíceis, visando melhoria na qualidade do leite, via modernização, que é de fundamental importância. Contudo a insegurança com os altos custos de produção e a imprevisibilidade dos preços praticados constrangem os produtores a fazer grandes investimentos necessários para tal adequação, e conseguir se manter na atividade de maneira sustentável.

Veiga et al. (2001) informam que nos sete censos agropecuários realizados no Brasil desde 1950, a participação dos agricultores que têm menos de 100 hectares nunca se distanciou de 90% do total de estabelecimentos, e sempre lhes coube 20% da área, o que indica uma permanência extremamente duradoura desses produtores de pequeno porte por toda a segunda metade do século. Essa permanência no cenário agrícola, apesar dos constantes desafios, mostra que esse segmento está em constante mudança, compondo estratégias de sobrevivência e reprodução, as quais dependem do meio no qual os agricultores familiares estão inseridos.

Neste conjunto de fatores, questiona-se: De que forma a análise da composição dos custos da produção de soja, e da produção leiteira podem contribuir com o gerenciamento de uma propriedade rural?

1.4 OBJETIVOS

Os objetivos se dividem em geral e específicos, os quais estão relacionados a seguir.

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1.4.1 Objetivos Gerais

Analisar os custos de uma propriedade rural com ênfase nos custos da cultura da soja e da produção leiteira.

1.4.2 Objetivos Específicos

- Identificar os custos e as receitas das atividades. - Analisar o resultado econômico das atividades. - Propor alternativas para novos investimentos.

1.5 JUSTIFICATIVA

A administração rural é muito importante, pois as empresas rurais buscam cada vez mais ampliar sua competitividade, seja pela redução de custos, melhoria da qualidade dos produtos e agregar mais valor ao produto.

Conhecer a realidade dos custos das atividades realizadas na propriedade, além disso, porque a agricultura envolve um conjunto de tarefas, que necessitam de uma gestão adequada, que facilite aos produtores rurais a tomada de decisão, com o fim de obter um melhor resultado econômico, mantendo a produtividade da terra e contribuindo para o seu desenvolvimento.

O interesse próprio de calcular os custos agropecuários, num sentido de crescimento e oportunidade de aperfeiçoamento como gestor, para também melhor entendimento e implantação de teorias administrativas na gestão das empresas rurais.

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16 2 REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo realizou-se uma pesquisa bibliográfica direcionada aos objetivos propostos, uma revisão de conceitos a partir de estudos de autores.

2.1 ADMINISTRAÇÃO

O termo administração significa a organização do trabalho das pessoas, e o melhor aproveitamento de recursos e tempo, em prol de um mesmo interesse.

“A administração pode alcançar um objetivo com um mínimo de recursos ou pode ultrapassar o objetivo com os mesmos recursos” (CHIAVENATO, 1999, p. 3).

Administrar não significa executar tarefas ou operações, mas sim fazer com que elas sejam executadas por outras pessoas em conjunto. O administrador não é aquele que faz, mas sim o que faz fazer. A administração faz as coisas acontecerem através das pessoas, levando as organizações ao sucesso. Na realidade, administração não é uma ciência exata, mas uma ciência social, pois, ao lidar com negócios e organizações, ela o faz basicamente por meio das pessoas (CHIAVENATO, 1999, p. 6).

Também para Montana e Charnov (2005, p. 2), “Administração é o trabalho com e por intermédio de outras pessoas na busca de realizar objetivos da organização bem como de seus membros”.

Assim, a administração é o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar os esforços dos membros da organização e de utilizar todos os recursos organizacionais disponíveis para alcançar objetivos organizacionais previamente estabelecidos (CHIAVENATO, 1999, p. 14).

Segundo os autores, administrar tem sido um desafio para qualquer empresário ou gestor. Administrar é trabalhar em conjunto, sendo um processo de integração na busca de objetivos específicos. O ambiente exige das organizações muita análise, planejamento, organização e preparação.

Maximiano (1997) define que a administração consiste em organizar os processos, e tomar decisões em relação aos recursos disponíveis para alcançar os objetivos esperados. E descreve os tipos de processo:

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O processo administrativo abrange quatro tipos principais de decisões ou escolhas, também chamadas PROCESSOS:

1. Planejamento: o processo de planejamento abrange as decisões sobre

objetivos, ações futuras e recursos necessários para realizar objetivos.

2. Organização: o processo de organização compreende as decisões sobre

a divisão de autoridade, tarefas e responsabilidade entre pessoas e sobre a divisão de autoridade, tarefas e responsabilidade entre pessoas e sobre a divisão de recursos para realizar as tarefas.

3. Direção ou coordenação: o processo de direção significa ativar o

comportamento das pessoas por meio de ordem; coordenação significa ajudá-las a tomar decisões por conta própria. A escolha entre um ou outro modelo depende do modelo e da cultura de administração.

4. Controle: o processo de controle compreende as decisões sobre a

compatibilidade entre objetivos esperados e resultados alcançados (MAXIMIANO, 1997, p. 17).

Também em relação aos processos Chiavenato (1999) descreve que o processo administrativo representa a sequência das funções administrativas: O planejamento são as formas e meios de atingir um objetivo futuro. A organização é a distribuição das atividades ou tarefas de forma estruturada e organizada em função de um objetivo. A direção ou coordenação tem a função de orientar, influenciar e motivar o comportamento das pessoas, para seu melhor desempenho. E o controle é observação e avalição do desempenho, em relação aos objetivos e resultados, conforme as atividades planejadas.

Administração consiste na tomada de decisão, visa o bom desenvolvimento. É o conhecimento de toda a estrutura da organização, para que se possa analisar formas e meios para melhorar os processos, para melhor eficiência. Saber observar o comportamento do meio organizacional que está inserida, quais as principais ameaças encontradas, além das políticas de planejamento que devem ser aplicadas para o bom desenvolvimento da organização.

Administração também tem como necessidade, o procedimento de organizar a escolha de uma equipe que se identifique com os objetivos organizacionais, para que trabalhem em conjunto no processo de trabalho e tomada de decisão, para o melhor desempenho e bem de todos.

2.1.1 Administração Rural e seu Campo de Ação

A administração rural credencia-se, pela coerência, referente à eficiência de combinações de culturas e recursos associados a otimização da área cultivada.

(19)

Para Hoffmann et al. (1992, p. 2):

Administração rural é o estudo que considera a organização e operação de uma empresa agrícola visando ao uso eficiente dos recursos para obter resultados compensadores e contínuos. [...] A administração rural se refere primeiramente ao problema de conseguir a combinação mais lucrativa nos diversos fatores empregados na produção.

“Cabe à administração rural orientar a seleção da cultura que mais contribuirá para aumentar os lucros de determinada fazenda” (HOFFMANN et al., 1992, p. 3).

Nesse sentido Crepaldi (2011, p. 3) afirma que:

A administração rural é, portanto, o conjunto de atividades que facilita aos produtores rurais a tomada de decisões ao nível de sua unidade de produção, a empresa agrícola, com o fim de obter o melhor resultado econômico, mantendo a produtividade da terra.

Complementando Crepaldi (2011, p. 6): “O manejo da empresa agrícola é o conjunto de medidas que deve tomar o administrador para que todas as práticas agropecuárias sejam realizadas a tempo e de maneira eficiente”.

O administrador deve ter consciência de que quanto maior for seu conhecimento sobre a estrutura, o funcionamento da unidade e os fatores de produção, maiores serão as possibilidades de melhorar seus resultados econômicos (SANTOS; MARION; SEGATTI, 2002, p. 19).

Segundo os autores a administração rural, está diretamente relacionada a capacidade de direcionamento do negócio, e na combinação de atividades econômicas a serem realizadas, além de visar os melhores resultados possíveis, de maneira eficiente, dentro do tempo planejado.

Além disso, o administrador rural deve ter um conhecimento de mercado, saber o momento de comprar insumos e vender os produtos. Identificar os custos de produção em ralação aos resultados.

Conhecer as atividades produtivas, para uma melhor tomada de decisão, e escolha de cultura para a melhor produtividade a ser desenvolvida na área cultivada. E também ter a consciência da estrutura necessária, e de recursos e equipamentos a serem utilizados no desenvolvimento da atividade, com um bom aproveitamento.

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2.1.2 Conceito de Empresas Rurais

A exploração agrícola pode ser concebida como um estabelecimento ou unidade de produção, no interior no qual o produtor mobiliza recursos de natureza diversa (terrenos, mão de obra, rebanhos, plantas, insumos, materiais, construções...) e os combina em proporções variáveis para obter certas produções vegetais e/ou animais, satisfazendo assim suas necessidades e interesses (DUFUMIER, 2010).

“Empresas rurais são aquelas que exploram a capacidade produtiva do solo por meio do cultivo da terra, criação de animais e de transformação de determinados produtos agrícolas” (MARION, 2005, p. 24).

“Empresa rural é a unidade de produção em que são exercidas atividades que dizem respeito a culturas agrícolas, criação de gado ou culturas florestais, com a finalidade de obtenção de renda” (CREPALDI, 2011, p. 3).

Ainda Crepaldi (2011, p. 41) “A empresa rural vem se tornando a escolha da administração moderna em conceitos adaptados à realidade e imprevisibilidade devido suas condições desfavoráveis na produção agrícola atualmente”.

A empresa rural representa o manejo da terra, com diferentes atividades agrícolas, a fim de otimizar de melhor forma a terra e área cultivada, para aumentar sua produtividade e renda, e também melhorar a qualidade de vida no campo.

2.2 GESTÃO DE CUSTOS AGRÍCOLAS E DA PRODUÇÃO LEITEIRA

Para Crepaldi (2005, p. 23) “Sistemas de custos é conjunto de procedimentos administrativos que registra, de forma sistemática e contínua, a efetiva remuneração dos fatores de produção empregados no processo”. O autor também identifica a necessidade de novos meios de gerenciamento, para diminuir custos e economizar, buscando melhores rendimentos:

A necessidade de uma atualização de meios de gerenciamento nas empresas rurais é, hoje, uma realidade fundamental para alcançar resultados de produção e produtividade que garantam o sucesso do empreendimento. Por meio de tecnologias que permitem interligar criações, pode ser possível obter rendimentos adicionais, diluir custos e economizar insumos (CREPALDI, 2011, p. 39).

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Para fins de análise econômica o termo custo significa a compensação que os donos dos fatores de produção, utilizados por uma firma para produzir determinado bem, devem receber para que eles continuem fornecendo esses fatores a mesma (HOFFMANN et al., 1992, p. 7-8).

Nesse sentido, segundo Hoffmann et al. (1992), significa dizer que a delimitação e identificação dos custos, é uma das bases para a iniciativa e também permanência em certa atividade econômica, onde os resultados sejam sustentáveis e satisfatórios.

Em relação a gestão e custos na produção leiteira, Lorenzoni, Mera e Araldi (2012, p. 107) especificam que:

A importância da gestão dos recursos aplicados na atividade leiteira cresce na medida em que aumentam as exigências em relação à qualidade à produtividade e à necessidade de ser mais eficiente no uso dos insumos aplicados na produção. Em um ambiente onde o produtor, não tem, ou tem pouca, influência sobre o preço recebido, cabe a ele a tarefa de gerenciar seus custos, o planejamento e a organização da unidade de produção, para garantir lucratividade e rentabilidade que o mantenha competitivo e sustentável na atividade leiteira.

Os autores definem que a gestão dos custos é de grande importância na produção leiteira. E que o potencial deve ser definido através da produtividade existente, identificando as decisões a serem tomadas e caracterizado pelo rendimento. Está diretamente ligado aos investimentos e uso racional dos recursos existentes e disponíveis na propriedade, onde as exigências de qualidade e forma de produção devem ser adequados da melhor forma possível.

Lorenzoni, Mera e Araldi (2012) afirmam que o controle dos índices econômicos analisados, dependera dos métodos de apropriação e registros do processo produtivo, as condições de trabalho, e realidade da propriedade rural.

Assim Reis, Medeiros e Monteiro (2013) escrevem que o controle de variáveis que estão ao alcance do produtor é uma forma de estratégia pra atingir menores custos. E que a eficiência produtiva e a competitividade com a concorrência definira o tamanho desses custos em relação aos resultados econômicos.

Por não conseguir controlar o preço do produto que vende, o produtor necessita administrar as variáveis que estão sob o seu controle. Trata-se de uma estratégia para tornar seu produto competitivo, atingindo menores custos de produção. O seu resultado econômico em um mercado caracterizado pela concorrência depende do gerenciamento dos custos de produção do leite e dos ganhos de escala. O aumento da eficiência

(22)

produtiva é fator decisivo para a competitividade do setor leiteiro que, produzindo com menor custo, beneficiará toda a cadeia do leite (REIS; MEDEIROS; MONTEIRO, 2013).

Para Lorenzoni, Mera e Araldi (2012), os fatores de produção se relacionam de diferentes formas, mas que todas são fundamentais. Os principais fatores que caracterizam esses sistemas são alimentação, custo de produção, gestão, manejo produtivo, sanidade, padrão genético e assistência técnica. E que a quantidade de alimentos necessária para garantir a produção leiteira exige investimentos para a formação de pastagens, produção de alimentos volumosos e também grão para complementar a dieta, além de uma essencial assistência técnica para atender as necessidades e cuidados dos animais, de forma racional.

Citam também que “O fator alimentação representa um dos maiores custos dentro de uma propriedade” (LORENZONI; MERA; ARALDI, 2012, p. 83).

As principais dificuldades enfrentadas pelos produtores para a produção e comercialização de leite são a falta ou deficiência de mão de obra (46,1%) e falta de descendentes ou desinteresse deles na atividade (41,9%). A mão de obra, preço do leite e sucessão familiar foram apontados como os três maiores gargalos para a atividade leiteira (GLOBO RURAL, 2015).

Em relação a essa situação apresentada pelo globo rural, pode-se dizer que estas dificuldades de sucessão e falta de mão de obra forçam produtores a desistirem da atividade ou não poder amplia-la, além também dos preços as vezes não serem compensadores sobre os custos totais de produção e envolvimento intensivo diário.

Nesse mesmo sentido Alves e Assis explicam que os preços na atividade leiteira têm um papel determinante em relação aos custos de produção, e que depende da eficiência produtiva para melhorar os resultados, além de melhorias tecnológicas, determinando a permanência do produtor rural na mesma atividade econômica.

O acompanhamento dos custos de produção e da eficiência zootécnica é fundamental para se avaliar a rentabilidade econômica do empreendimento. Se o preço do leite se mantiver abaixo do custo de produção por longo período, o produtor é forçado a melhorar a eficiência produtiva, principalmente pela adoção de novas tecnologias, sob pena de ter de trocar de atividade econômica (ALVES; ASSIS, 2000 apud EMBRAPA, 2005).

(23)

Santos, Marion e Segatti (2002, p. 45) entendem que “os custos para tomada de decisão trazem informações de relevância estratégica”.

Contabilidade de Custos também está voltada para as Tomadas de Decisão: qual a quantidade mínima que se deve produzir e vender para não ter prejuízo? Qual produto é mais rentável para estimular sua produção? Qual produtos devemos cortar para aumentar a rentabilidade? Certos itens, é melhor produzir ou comprar de terceiros? Qual o preço adequado para cada produto? Sobre qual item de custos devemos exercer melhor controle? Como reduzir custos? Todas essas respostas e outras são dadas pela Contabilidade de Custos (SANTOS; MARION; SEGATTI, 2002, p. 42).

Para eles também a contabilidade de custos nada mais é que o registro dos custos, de forma continua, permitindo a avaliação e comparação do que foi planejado. Além de contribuir à tomada de decisão e identificação das atividades a serem desenvolvidas. Isso tudo através de informações que são geradas e que tem grande importância a níveis gerenciais, com o objetivo de reduzir os custos e encontrar respostas.

Os autores completam que, em um empreendimento agropecuário, um sistema de custo foge da simplicidade devido ao tempo entre custos e receitas, exigindo técnicas especiais, mas nem tanto em relação aos custos, mas em relação ao resultado econômico da atividade agrícola.

2.3 CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS

Em relação à forma de classificação dos custos, se expressa principalmente de acordo com cada tipo de gastos relacionado ao produto.

Segundo Padoveze (2003, p. 40):

Define-se objeto de custo o elemento do qual se deseja ter o custo específico apurado. Em outras palavras, objeto de custo é o elemento que será objeto de mensuração monetária, com a finalidade de se obter o custo unitário ou total desse elemento.

Nesse sentido Bruni e Famá (2004, p. 31) afirmam que:

Os sistemas, formas e metodologias aplicados no controle e gestão de custos podem ser classificados em função da forma de associação dos custos aos produtos elaborados (unidade do produto), de acordo com a variação dos custos em relação ao volume de produtos fabricados

(24)

(comportamento em relação do volume), em relação aos controles exercidos sobre os custos (controlabilidade), em relação a alguma situação específica (decisões especiais) e em função da análise do comportamento passado (base monetária).

“Consideram-se custo de cultura todos os gastos indispensáveis direta ou indiretamente com a cultura (ou produto)” (MARION, 2005, p. 38).

Para os autores a classificação dos custos é de grande importância, e está diretamente relacionada à variação de produção, e também quanto a sua aplicação para distinguir e identificar o custo específico associados aos produtos ou cultura.

2.3.1 Custos Diretos

Em relação aos custos diretos ou autores explicam que, são os diretamente identificados ao produto.

Diretos ou primários: são aqueles diretamente incluídos no cálculo dos produtos. Consistem nos materiais diretos usadas na fabricação do produto e mão de obra direta. Apresentam a propriedade de serem perfeitamente mensuráveis de maneira objetiva (BRUNI; FAMÁ, 2004, p. 31).

“Alguns custos são exclusivos de determinados produtos ou serviços e por isso são chamados custos diretos” (SANTOS, 2001, p. 168).

E para Perez Jr., Oliveira e Costa (2005, p. 25), custos diretos:

São os custos que podem ser quantificados e identificados no produto ou serviço e valorizados com relativa facilidade. Dessa forma, não necessitam de critérios de rateios para serem alocados aos produtos fabricados ou serviços prestados, já que são facilmente identificados.

No entendimento de Crepaldi (2011, p. 100):

Os custos diretos são aqueles que podem ser diretamente (sem rateios) apropriados aos produtos agrícolas, bastando existir uma medida de consumo (quilos, horas, mão de obra ou de máquina, quantidade de força consumida, etc.) de modo geral, identificam-se aos produtos agrícolas e variam proporcionalmente à quantidade produzida. Podem ser apropriados diretamente aos produtos agrícolas porque há uma medida objetiva do seu consumo nesta produção.

Exemplos:

1. Insumos: normalmente, a Empresa Rural sabe qual a quantidade exata de insumos que está sendo utilizada para a produção de uma unidade do

(25)

produto agrícola. Sabendo-se o preço do insumo, o custo daí resultante está associado diretamente ao produto.

2. Mão de obra direta: trata-se de custos com trabalhadores utilizados diretamente na produção agrícola. Sabendo-se quanto tempo cada um trabalhou no produto e o preço da mão de obra, é possível apropriá-la diretamente ao produto.

3. Material de embalagem.

4. Depreciação de equipamento agrícola: quando é utilizado para produzir apenas um tipo de produto.

5. Energia elétrica das máquinas agrícola: quando é possível saber quanto foi consumida na produção de cada produto agrícola.

Os custos diretos segundo os autores são facilmente identificados de forma objetiva, porque estão diretamente relacionados com a produção, e variam de acordo com a proporção produzida.

2.3.2 Custos Indiretos

Para Perez Jr, Oliveira e Costa (2005), os custos indiretos precisão de alguma forma de rateio para sua distribuição, pois estão indiretamente ligados aos produtos e serviços, por isso são de difícil identificação.

Já Santos (2001, p. 168) complementa que:

Determinados gastos são compartilhados por mais de um produto, serviço ou departamento. Não há uma identificação clara sobre as distribuições desses gastos comuns – determinados custos indiretos – entre os produtos ou serviços.

Em seu estudo Crepaldi (2011, p. 101) identifica que:

Custos indiretos, para serem incorporados aos produtos agrícolas, necessitam da utilização de um critério de rateio. Exemplos: aluguel, iluminação, depreciação, salário de administradores etc. Os custos indiretos dependem de cálculos, rateios ou estimativas para serem apropriados em diferentes produtos agrícolas; portanto, são os custos que só são apropriados indiretamente aos produtos agrícolas. O parâmetro utilizado para as estimativas é chamado de base ou critérios de rateio.

Exemplos:

1) Depreciação de equipamentos agrícolas: são utilizados na produção de mais de um produto agrícola.

2) Salários dos chefes de supervisão de equipes de produção. 3) Aluguel de pastos.

4) Energia elétrica que não pode ser associada ao produto agrícola. 5) Impostos e taxas da propriedade rural.

(26)

Nesse sentido, Marion (2005, p. 45) revela que:

Os custos indiretos deverão ser rateados e apropriados à “cultura permanente em formação”, conforme a sua atribuição para esta cultura. Assim considera-se o número de horas que o trator da fazenda destinou especificamente a cultura em análise; o número de horas que determinados funcionários estiverem à disposição da cultura em formação, e assim sucessivamente.

Os autores afirmam que os custos indiretos não possuem uma identificação clara e que necessitam de uma espécie de rateio para distribuição e alocação desses custos aos produtos agrícolas e/ou unidades produzidas, considerando as horas trabalhadas de equipamentos e funcionários destinado a certa cultura.

2.3.3 Custos Variáveis

“O custo variável flutua em relação à quantidade total produzida ou ao total de operações” (SANTOS, 2001, p. 166). Para Bruni e Famá (2004), custos variáveis estão diretamente relacionados a quantidade produzida e das atividades exercidas, quanto maior a produção, maiores as variações, essas variáveis são tratados como fixos em sua forma unitária. Exemplos: gastos com matérias-primas e embalagens.

Perez Jr, Oliveira e Costa (2005, p. 24) definem os custos variáveis:

Custos variáveis são os custos que mantêm relação direta com o volume de produção ou serviço. Dessa maneira, o valor absoluto dos custos variáveis cresce à medida que o volume de atividades da empresa aumenta. Na maioria das vezes, esse crescimento no total evolui na mesma proporção do acréscimo do volume produzido.

Os custos variáveis têm as seguintes características:

a) seu valor total varia na proporção direta do volume de produção;

b) valor é constante por unidade, independentemente da quantidade produzida;

c) a alocação aos produtos ou centros de custos é normalmente feita de forma direta, sem a necessidade de utilização de critérios de rateios.

Complementando Crepaldi (2011, p. 102) explica:

Custos variáveis variam proporcionalmente ao volume produzido. Exemplo: insumos, embalagem. Se não houver quantidade produzida, o custo variável será nulo. Os custos variáveis aumentam à medida que aumenta a produção agrícola. Outros exemplos: insumos diretos consumidos, depreciação dos equipamentos agrícolas, quando esta for feita em função das horas-máquina trabalhadas, gastos com horas extras na produção agrícola, etc.

(27)

De acordo com os autores, os custos variáveis são os custos diretamente relacionados ao volume, ou seja, a quantidade produzida e total de operações realizadas, mas que mantém o custo por unidade. E na agricultura varia de acordo com o espaço cultivado.

2.3.4 Custos Fixos

“Alguns gastos são independentes da quantidade produzida ou vendida. Um aumento ou redução nessa quantidade deixa inalterados esses gastos, que por este motivo são denominados custos fixos” (SANTOS, 2001, p. 165).

Para Bruni e Famá (2004, p. 32), “São os custos que, em determinado período de tempo e em certa capacidade instalada, não variam, qualquer que seja o volume de atividade da empresa. Existem mesmo que não haja produção”.

Perez Jr, Oliveira e Costa (2005), custos fixos são custos que não sofrem alterações em relação a quantidade produzida, assim permanecem constantes quanto a determinado espaço e utilização de recursos.

Os custos fixos têm as seguintes características:

a) permanecem os mesmos dentro de um limite de produção;

b) o custo unitário varia de acordo a produção, por distribuir esse valor fixo a uma quantidade diferente;

c) há necessidade de rateio para melhor distribuição;

d) os valores totais variam quanto a produção, para mais e para menos ou pelas as variações da moeda.

Em relação aos custos fixos agrícolas Crepaldi (2011, p. 101) explica:

Custos fixos são aqueles cujo total não varia proporcionalmente ao volume produzido. Por exemplo: aluguel, impostos etc. Um aspecto importante a ressaltar é que os custos fixos são fixos dentro de uma determinada faixa de produção e, em geral, não são eternamente fixos, podendo variar em função de grandes oscilações do volume da produção agrícola.

Para os autores, os custos fixos permanecem inalterados quando se mantém dentro de uma determinada faixa de produção, mas que também podem ser alterados em seu total quando a empresa se aproxima de uma capacidade maior de produção.

(28)

2.4 CLASSIFICAÇÃO DAS DESPESAS

“Despesas são os gastos necessários para vender e distribuir aos produtos. De um modo geral, são os gastos ligados às áreas administrativas e comerciais” (PADOVEZE, 2003, p. 17).

“Como despesa do período entende-se todos os gastos não identificáveis com a cultura, não sendo, portanto, acumulados no estoque (culturas temporárias), mas apropriados como despesa do período” (MARION, 2005, p. 38).

Os autores revelam que as despesas estão relacionadas com os gastos administrativos e comerciais, e também as culturas produzidas em determinado período de tempo.

2.4.1 Despesas Fixas

Para Bruni e Famá (2004, p. 33), elas “não variam em função do volume de vendas”.

São as despesas que permanecem constantes dentro de determinada faixa de atividades geradoras de receitas, independem do volume de vendas, ou de prestação de serviços, ou seja, uma alteração no volume de receitas para mais ou para menos não altera o valor das despesas. Exemplos: salários administrativos, despesas financeiras, despesas com aluguéis e seguros etc. (PEREZ JR; OLIVEIRA; COSTA, 2005, p. 23).

Os autores expressam que as despesas permanecem as mesmas independente do volume a ser vendido.

2.4.2 Despesas Variáveis

Para Bruni e Famá (2004, p. 34) “variam de acordo com as vendas”. No entendimento de Perez Jr, Oliveira e Costa (2005, p. 25):

Analogamente aos custos variáveis, as despesas variáveis de vendas são as que alteram proporcionalmente às variações no volume de receitas. Exemplos: impostos incidentes sobre o faturamento e comissões sobre vendas e serviços. Essas despesas podem ser identificadas com receitas geradas e facilmente quantificadas.

(29)

De acordo com os autores as despesas variáveis estão relacionadas a quantidade vendida, e também as receitas. Além disso, são de fácil identificação.

2.4.3 Despesas Diretas

Perez Jr, Oliveira e Costa (2005, p. 27) afirmam que despesas diretas: “Analogamente aos custos diretos, as despesas diretas são as que podem ser facilmente quantificadas e apropriadas em relação às receitas de vendas e de prestação de serviços”.

Segundo os autores as despesas diretas estão diretamente ligadas aos gastos com vendas ou prestação de serviço.

2.4.4 Despesas Indiretas

Perez Jr, Oliveira e Costa (2005, p. 28) demonstram que despesas indiretas:

São os gastos que não podem ser identificados com precisão com as receitas geradas. Geralmente, são consideradas como despesas do período e que não são distribuídas por tipo de receita. Exemplos: despesas administrativas, despesas financeiras e despesas com imposto de renda e contribuição social.

Para os autores as despesas indiretas, são os gastos com dificuldade de serem distribuídos aos produtos.

2.5 CUSTOS PATRIMONIAIS

Segundo Basso (2011), o ativo imobilizado está relacionado aos bens de investimentos de capital, utilizados na realização das atividades de uma entidade.

No ativo imobilizado, segundo o artigo 183 da lei nº 6.404/76 que trata das regras de constituição e funcionamento das sociedades por ações, são classificados “os direitos que tenham por objeto bens destinados à manutenção das atividades da empresa, ou exercícios com essa finalidade, inclusive os de propriedade industrial ou comercial”. Essa última se refere a bens imateriais, denominados de intangíveis na Lei 11.638/07 (BASSO, 2011, p. 255).

(30)

“A depreciação em termos econômicos, é a expressão monetária da perda de valor de um bem integrante do imobilizado, causada pelo uso ou outras razões de natureza física, acidentes ou perda de utilidade econômica” (KOLIVER, 2010, p. 163).

Para Crepaldi (2011, p. 128) “Depreciação, quando corresponder à perda dos direitos que tem por objeto bens físicos sujeitos a desgaste ou perda de utilidade por uso da ação da natureza ou obsolescência”.

Os autores descrevem que os custos patrimoniais correspondem aos investimentos que serão usados em um longo tempo, e que também sofrem desgastes nesse período e que são contabilizados, originando-se de diferentes causas, mas sempre com a mesma consequência, diminuindo de valor e perdendo utilidade econômica ao passar dos anos até o fim de sua vida útil.

2.6 CUSTOS COM MÃO DE OBRA

Em relação à mão de obra direta e indireta Santos, Marion e Segatti (2002, p. 54) destacam que:

Generalizando podemos dizer que os custos de mão de obra direta devem ser considerados como tal somente se aplicados a um único tipo de produção, suscetível de uma medição precisa. Se tiver de recorrer a qualquer critério de rateio ou estimativa, transforma-se em mão de obra indireta, qualquer que seja o objetivo do sistema de levantamento de custos.

Segundo os autores os custos com mão-de-obra direta são contabilizados de forma precisa, enquanto a mão-de-indireta necessita de estimativas para a alocação ao produto.

2.6.1 Mão de Obra Direta

Padoveze (2003, p. 41) afirma que, “mão de obra direta representa o valor pago dos salários e encargos sociais aos trabalhadores que manipulam, diretamente ou por meio de equipamentos, todos os materiais e o produto final, até a sua conclusão em condições de venda”.

(31)

A mão de obra direta ou, simplesmente, MOD corresponde aos esforços produtivos das equipes relacionadas à produção dos bens comercializados ou dos serviços prestados. Refere-se apenas ao pessoal que trabalha diretamente sobre o produto em elaboração, desde que seja possível a mensuração do tempo despendido e a identificação de quem executou o trabalho, sem necessidade de qualquer apropriação indireta ou rateio.

Também para Santos, Marion e Segatti (2002, p. 53):

Considera-se mão de obra direta na agropecuária as pessoas de forma direta e mensurável, e com gastos relevantes, nas operações agrícolas e no manejo de animais. É possível, portanto, identificar quem executou o trabalho, as quantidades de horas trabalhadas e/ou volumes de tarefas executadas.

Para Crepaldi (2011, p. 102):

Mão de obra direta: representa custos relacionados com pessoal que trabalha diretamente na produção, por exemplo, o empregado que opera uma plantadeira. A mão de obra direta não deve ser confundida com a de um operário que supervisiona um grupo de operários que plantam.

Os autores descrevem que mão de obra direta corresponde aos custos relacionados diretamente a produção. E que na agricultura também refere-se aos processos operacionais do cultivo agrícola e manejo de animais.

2.6.2 Mão de Obra Indireta

Para Bruni e Famá (2004, p. 96):

A eventual diferença entre o gasto total com mão de obra e mão de obra direta, alocada ao produto, representa a ociosidade ou a perda do trabalho pago, porém não utilizado, podendo ser agrupado genericamente na categoria de mão de obra indireta.

Segundo Padoveze (2003, p. 49), “Os profissionais indiretos trabalham para as atividades dos setores e departamentos de apoio à produção e não diretamente para os produtos finais”.

Já Perez Jr, Oliveira e Costa (2005, p. 27) destacam que: “Mão de obra indireta: é representada pelo trabalho realizado nos departamentos auxiliares nas

(32)

indústrias ou prestadoras de serviços e que não são mensuráveis em nenhum produto ou serviço executado”.

Segundo os autores a mão de obra indireta é representada pela parte administrativa e auxiliar da produção, e são atribuídos de alguma forma por estimativa ao produto. Também podem ser considerados os gastos com a mão de obra ociosa ou perda de trabalho.

2.7 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE)

Em relação a DRE, Basso (2011, p. 308) descreve que:

A demonstração do resultado do exercício é o relatório contábil que sintetiza as operações que deram origem ao resultado de um determinado período ou exercício social.

O artigo 187 da lei nº 6.404/76 fornece os conceitos básicos e a forma de apresentação dos elementos que concorrem para formação do resultado do exercício, ou seja, as receitas os custos e as despesas da entidade ocorridas no período conforme estabelece o parágrafo primeiro do referido artigo:

a) As receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente de sua realização em moeda; e

b) Os custos, despesas encargos e perdas, pagos ou incorridos correspondentes a essas receitas e rendimentos.

Basso (2011, p. 309) complementa:

O conselho Federal de Contabilidade, por ocasião de seus estudos normativos (1990), diz que a Demonstração do Resultado do Exercício é demonstração contábil destinada a evidenciar a composição do resultado formado num determinado período de operações da entidade.

A demonstração do resultado, observando o princípio da competência, deve evidenciar a formação dos vários níveis de resultados mediante confronto entre as receitas e os correspondentes custos e despesas.

O autor demonstra que a DRE tem como principal função a apresentação dos elementos que a compõem, e como os deduzem para a formação do resultado do exercício final.

(33)

Quadro 1: Estrutura da demonstração do resultado do exercício

DISCRIMINAÇÃO A B

1 – RECEITA (OPERACIONAL BRUTA) BRUTA XXXXX XXXXX

Venda de Mercadorias X X

Venda de Produtos X X

Prestação de Serviços X X

2 – DEDUÇOES DA RECEITA (OPERACINAL) BRUTA (XXX) (XXX)

Impostos Faturados (X) (X)

Devoluções e Abatimentos (X) (X)

3 – RECEITA (OPERACINAL) LÍDUIDA (1-2) XXXXX XXXXX

4 – CUSTOS (XXX) (XXX)

Das Mercadorias Vendidas (X) (X)

Dos Produtos Vendidos (X) (X)

Dos Serviços Prestados (X) (X)

5 – LUCRO (OPERACIONAL) BRUTO (3-4) XXXXX XXXXX

6 – DESPESAS (OPERACIONAIS) (XXX) (XXX)

De Vendas (X) (X)

Receitas Financeiras X X

Despesas Financeiras (X) (X)

Gerais e Administrativas (X) (X)

7 – OUTRAS RECEITAS E DESPESAS (OPERACIONAIS) XXX XXX

Receitas X X

Despesas (X) (X)

8 – RESULTADO (OPERACIONAL) LÍQUIDO (5-6±7) XXXXX XXXXX 9 – RESULTADO NÃO OPERACIONAL (opcional) (XXX) (XXX)

Receitas X X

Despesas (X) (X)

10 – RESULTADO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA (8±9) XXX XXX 11 – PROVISÃO PARA O IMPOSTO DE RENDA E CONTRIB.

SOCIAL (X) (X) 12 – PARTICIPAÇÕES E CONTRIBUIÇÕES (X) (X) Debenturistas (X) (X) Administradores (X) (X) Empregados (X) (X) Outros Beneficiários (X) (X) Outras Contribuições (X) (X)

13 – RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO (10-11-12) XXX XXX

14 – RESULTADO LÍQUIDO POR AÇÃO X X

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33 3 METODOLOGIA

A metodologia explica o método utilizado para a realização do estudo. Tem ação na caracterização e fundamentação da análise, desde a classificação da pesquisa, quanto a sua natureza, dos seus objetivos, da forma de abordagem do problema e dos procedimentos técnicos. Na sequência identifica-se a forma de obtenção, análise e interpretação dos dados.

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

Em seguida apresenta-se os itens que classificam a pesquisa de acordo com sua natureza, seus objetivos, seu problema e procedimentos técnicos.

3.1.1 Quanto à Natureza

A pesquisa quanto a sua natureza classifica-se em pesquisa científica pura ou aplicada.

Segundo Vergara (2004, p. 47) significa que:

A pesquisa aplicada é fundamentalmente motivada pela necessidade de resolver problemas concretos, mais imediatos, ou não. Tem, portanto, finalidade prática, ao contrário da pesquisa pura, motivada basicamente pela curiosidade intelectual do pesquisador e situada, sobretudo, no nível da especulação.

Esse estudo classifica-se como aplicado, pois tem a função de identificar os custos de produção, através de informações e indicadores, proporcionando uma análise do comportamento dos mesmos, bem como os registros dos resultados.

3.1.2 Quanto aos Objetivos

Em relação aos objetivos a pesquisa pode ser definida como exploratória, descritiva e explicativa.

(35)

A pesquisa descritiva expõe características de determinada população ou determinado fenômeno. Pode também estabelecer correlações entre variáveis e definir sua natureza. Não tem compromisso de explicar os fenômenos que descreve, embora sirva de base para tal explicação. Pesquisa de opinião insere-se nessa classificação.

No entendimento de Gil (1999 apud BEUREN, 2004, p. 81):

A pesquisa descritiva tem como principal objetivo descrever características de determinada população ou fenômeno ou estabelecimento de relações entre as variáveis. Uma de suas características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coletas de dados.

Beuren (2004, p. 81) ainda explica que “descrever significa identificar, relatar, comparar, entre outros aspectos”.

Além de ser descritiva a pesquisa caracteriza-se também, segundo os objetivos de forma explicativa. Vergara (2004, p. 47) descreve que:

A investigação explicativa tem como principal objetivo tornar algo inteligível justificar-lhe os motivos. Visa, portanto, esclarecer quais fatores contribuem, de alguma forma, para ocorrência de determinado fenômeno. Por exemplo: as razões do sucesso de determinado empreendimento. Pressupõe pesquisa descritiva como base para suas explicações.

Estudos de Gil (1999 apud BEUREN, 2004, p. 82) ressalta que:

Pesquisas explicativas visam identificar os fatores que determinam ou contribuem para a ocorrência dos fenômenos. Por explicar a razão e o porquê das coisas, esse é o tipo de pesquisa que mais aprofunda o conhecimento da realidade. Pode-se dizer que o conhecimento científico está assentado nos resultados oferecidos pelos estudos explicativos.

Portanto, a pesquisa se classifica como descritiva, pois se caracteriza por descrever e relatar informações sobre o assunto abordado, e explicativa, pois visa esclarecer e explicar acontecimentos de forma profunda e clara.

3.1.3 Quanto à Forma de Abordagem do Problema

A pesquisa em relação à forma de abordagem do tema pode ser qualitativa ou quantitativa. Richardson (1999 apud BEUREN, 2004, p. 91) menciona que:

(36)

Os estudos que empregam uma metodologia qualitativa podem descrever a complexidade de determinado problema, analisar a interação de certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos vividos por grupos sociais. Ressalta também que podem “contribuir no processo de mudança de determinado grupo e possibilitar, em maior nível de profundidade, o entendimento das particularidades do comportamento dos indivíduos”.

Na pesquisa qualitativa concebem-se analises mais profundas em relação ao fenômeno que está sendo estudado. A abordagem qualitativa visa destacar características não observadas por meio de um estudo quantitativo, haja vista a superficialidade deste último (BEUREN, 2004, p. 92).

Para Vergara (2004), a pesquisa qualitativa pode ser expressada de uma forma mais estruturada e depois analisada.

Os autores expressão que a pesquisa qualitativa trabalha de forma complexa, sobre as análises e entendimento dos fatores de determinado problema. Esse estudo classifica-se como qualitativo.

3.1.4 Quanto aos Procedimentos Técnicos

A pesquisa quanto aos procedimentos técnicos pode ser classificada em: pesquisa bibliográfica, pesquisa documental, pesquisa experimental, estudo de campo, estudo de caso e levantamento.

Pesquisa bibliográfica é o estudo sistematizado desenvolvido com base em material público em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao público em geral. Fornece instrumental analítico para qualquer outro tipo de pesquisa, mas também pode esgotar-se em si mesma (VERGARA, 2004, p. 48).

Por meio dessas bibliografias, reúnem-se conhecimentos sobre a temática pesquisada. Com base nisso é que se pode elaborar o trabalho monográfico, seja ele em uma perspectiva histórica ou com o intuito de reunir diversas publicações isolados a atribuir-lhes uma nova leitura (BEUREN, 2004, p. 87).

Este trabalho é de embasamento bibliográfico, baseado em estudos e conceitos, de autores em relação à administração e autores em relação à contabilidade de custos e rural.

A pesquisa por levantamento segundo Gil (1999 apud BEUREN, 2004, p. 85):

(37)

Se caracterizam pela interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer. Basicamente, procede-se a solicitação de informações a um grupo significativo de pessoas acerca do problema estudado para em seguida, mediante análise quantitativa, obter as conclusões correspondentes aos dados coletados.

Nesse sentido, os dados referentes a esse tipo de pesquisa podem ser coletados com base em uma amostra retirada de determinada população ou universo que se deseja conhecer. Deve-se então, atentar para o fato de que nenhuma amostra é perfeita, podendo variar o grau de erro ou viés (BEUREN, 2004, p. 85).

Realizou-se um levantamento de dados na propriedade rural, coletando informações de todos os integrantes dos custos de produção e analisá-los.

Com relação à pesquisa documental nos estudos de Gil (1999 apud BEUREN, 2004, p. 89), “a pesquisa documental baseia-se em matérias que ainda não receberam um tratamento analítico ou que podem ser reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa”.

“Sua notabilidade é justificada no momento em que se podem organizar informações que se encontram dispersas, conferindo-lhe uma nova importância como fonte de consulta” (BEUREN, 2004, p. 89).

Para Vergara (2004, p. 48), “Investigação documental é realizada em documentos conservados no interior de órgãos públicos e privados de qualquer natureza, ou com pessoas”.

Também realizou-se uma pesquisa documental, analisando os documentos, anotações e notas fiscais da propriedade, para averiguar os custos das atividades agrícolas desenvolvidas.

Vergara (2004, p. 49) escreve que:

O estudo de caso é o circunscrito a uma ou poucas unidades, entendidas essas como pessoa, família, produto, empresa, órgão público, comunidade ou mesmo país. Tem caráter de profundidade e detalhamento. Pode ou não ser realizado no campo.

Nesse sentido Beuren (2004, p. 84):

A pesquisa do tipo estudo de caso caracteriza-se principalmente pelo o estudo concentrado de um único caso. Esse estudo é preferido pelos pesquisadores que desejam aprofundar seus conhecimentos a respeito de determinado caso específico.

Referências

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