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Escola e parque no contexto de uma proposta de formação continuada em Vitória - ES : contribuições na perspectiva da educação ambiental crítica

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INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS E MATEMÁTICA

MARIA LUIZA DE LIMA MARQUES

ESCOLA E PARQUE NO CONTEXTO DE UMA PROPOSTA DE FORMAÇÃO CONTINUADA EM VITÓRIA - ES: CONTRIBUIÇÕES NA PERSPECTIVA DA

EDUCAÇÃO AMBIENTAL CRÍTICA

Vitória 2015

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MARIA LUIZA DE LIMA MARQUES

ESCOLA E PARQUE NO CONTEXTO DE UMA PROPOSTA DE FORMAÇÃO CONTINUADA EM VITÓRIA - ES: CONTRIBUIÇÕES NA PERSPECTIVA DA

EDUCAÇÃO AMBIENTAL CRÍTICA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemática do Campus Vitória do Instituto Federal do Espírito Santo como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Educação em Ciências e Matemática.

Orientador: Prof. Dr. Eduardo Augusto Moscon Oliveira

Vitória 2015

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(Biblioteca Nilo Peçanha do Instituto Federal do Espírito Santo) M357e Marques, Maria Luiza de Lima.

Escola e parque no contexto de uma proposta de formação

continuada em Vitória – ES : contribuições na perspectiva da educação ambiental crítica / Maria Luiza de Lima Marques. – 2015.

245 f. : il. ; 30 cm

Orientador: Eduardo Augusto Moscon Oliveira.

Dissertação (mestrado) – Instituto Federal do Espírito Santo, Programa de Pós-graduação em Educação em Ciências e Matemática, Vitória, 2015.

1. Ciência – Estudo e ensino. 2. Educação ambiental. 3. Educação não-formal. 4. Ensino – Meios auxiliares. 5. Professores – Formação. 6. Parques – Vitória (ES). I. Oliveira, Eduardo Augusto Moscon. II. Instituto Federal do Espírito Santo. III. Título.

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Às minhas filhas Fernanda e Flávia, pois tudo começou com elas: amigas, verdadeiras, companheiras de todos os momentos, arguciosas. Lembro-me de que só consegui fazer a minha inscrição para o processo seletivo do mestrado, porque elas insistiram, persistiram, foram sempre presentes me ensinando que a esperança é a força que move o mundo. “Vamos ser amigas para sempre!”

Ao Guilherme, amigo eterno, vencedor, sensível, inteligente, me ensinou a crer na força da superação, no amor, na simplicidade de olhar o outro sempre com esperança, de ensinar que todos podem vencer sempre quando corremos em busca dos ideais.

Ao meu pai, que me ensinou a ler o mundo no limiar do “capitão da indústria”. Joaquim guerreiro, determinado, abraçador da vida, determinado em formar cidadãos para o mundo. Agradeço em nome dos treze filhos que ele abraçou.

À minha mãe, das Marias a mais amada, a mais querida, a mais admirada, a mais guerreira, a que me ensinou a buscar ideais condizentes com o respeito e a justiça social e ler o mundo com o olhar crítico, emancipador. Minha linda Madá! Especialmente ao Ronaldo, meu amor,

companheiro e amigo, sempre

acreditando que é possível mudar, transformar, “caminhando, cantando e seguindo a canção”. Obrigada por tudo: pela paciência, pela reciprocidade, por sempre me incentivar a procurar novos horizontes, por compartilhar comigo momentos de ensinamentos, visando a um retorno movido pela compreensão e solidariedade. Obrigada por ser presente em minha trajetória existencial.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, por me permitir chegar até aqui.

Aos meus doze irmãos. Agradeço a Deus por essas preciosidades! À Iêda, que assumiu comigo o lugar de cursista, quando participou dos momentos de formação. A todos os membros que fazem parte desta família e àqueles que direta ou indiretamente estão vinculados à nossa caminhada. Ao Dr. Eduardo Moscon, meu orientador, pelo incentivo à escrita, à pesquisa, pela confiança depositada, por me oportunizar momentos de reflexão e crescimento profissional. Agradeço por me aceitar como sua orientanda, pela paciência ao proporcionar flexibilidades diversas no desenrolar da investigação. Este entendimento me levou a acreditar nas potencialidades dos meus alunos em seus diversos tempos e espaços.

À Dr.ª Maria das Graças Lobino, que me ensinou a conceber a Educação Ambiental à luz de novas perspectivas, conduzindo-me a uma educação em prol dos movimentos sociais, na busca de um mundo mais humano para se viver. Participar do Projeto de Alfabetização Científica e Cidadania Socioambiental foi um dos meus preciosos “achados” e o nosso convívio me levou a potencializar toda a força em prol de uma Educação crítica, emancipatória e transformadora.

À Dr.ª Manuella Villar, por participar da minha qualificação, pelas sugestões, por me acolher e contribuir para o aprimoramento da escrita e organização do trabalho. Fazer parte do GEPAC é um orgulho muito grande, pois vem ao encontro do que acredito. Repito aqui a afirmação que já pronunciei em sua presença: “Você não faz ideia do quanto suas palavras vêm contribuindo para a minha liberdade de ser e estar neste mundo”.

À Dr.ª Priscila Chisté, pela sensibilidade, pela disponibilidade de nos receber nos momentos em que mais precisamos de apoio, pelo seu carinho em nos atender, contribuindo, disponibilizando espaço e tempo para que pudéssemos dialogar e compartilhar as nossas ideias voltadas à criticidade, para a emancipação dos sujeitos.

Ao Dr. Donizetti Sgarb, pela oportunidade de participar do Projeto Alfabetização Científica no contexto da Cidadania Socioambiental, contribuindo significativamente com sua sabedoria, respeito, discernimento, acolhida, e determinação política.

Ao Dr. Soler Gonzalez, por fazer parte da minha banca de qualificação e defesa. Suas contribuições e seu engajamento demonstrados a partir de suas posturas, suas sugestões para leitura, retornando com elementos preciosos para esta pesquisa, foram imprescindíveis para que eu pudesse ver, a partir de um novo olhar, o quanto precisamos valorizar a cultura e a arte da criação no Brasil, nossa “terra dos pindoramas”.

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A todos os professores do EDUCIMAT, que me proporcionaram momentos de reflexões em prol de uma educação voltada para as classes populares.

À equipe da EMEF Rita de Cássia Oliveira, especialmente à Andressa, à Élida, à Eliene, à Fernanda e à Íris que, carinhosamente, se dispuseram a me acompanhar e ajudar com um desprendimento próprio, que é característica de poucos. Foi muito entendimento aliado a momentos de carinho. Muito obrigada aos educadores que fizeram parte do processo de Formação Continuada, contribuindo para esta pesquisa.

Aos representantes do Movimento Comunitário de Resistência, pois aprendi e tenho aprendido muito com eles, principalmente por meio das ações vinculadas às escolas. Leis e coletividade para além da escola.

À equipe da EMEF Professor Vercenílio da Silva Pascoal, escola da minha história. Especialmente à Irani, à Valma e ao Oziel, companheiros professores e cursistas. A amizade aliada ao respeito e à consideração resultou em forças motoras para continuar lutando ainda mais pela emancipação dos nossos alunos.

A todos os amigos do EDUCIMAT muito obrigada! À Cristiane, companheira, parceira, amiga nos momentos de angústia e de alegria, admirada pela determinação, amor responsabilidade e partilha de saberes. À Nardely, que mostrou que por detrás de uma lutadora que se coloca em prol da emancipação de forma transparente, está uma amiga sensível, amorosa, parceira. Ao Wellington, meu primeiro companheiro do mestrado, lutador, persistente, presente nos momentos das ansiedades e de alegrias. Ao Robson, um amigo precioso que, desde o início, nos reafirmou a importância da ciência, acreditando no quanto é possível realizar aquilo que se propõe. À Luz Marina, Sabrine, Juliana Conde, Terezinha Lovat, Penha Kapitzky, pelo apoio durante o Curso.

À Débora Klumb, minha querida amiga, agradeço imensamente pelo carinho e apoio que atribuiu a este trabalho, por sua amizade incondicional.

À equipe da SEMMAM, que disponibilizou elementos importantes para esta pesquisa: Joel, Yara e Míriam.

Aos coordenadores Ogmara, do Parque Natural Municipal Vale do Mulembá-Conquista, e Deucimar, do Parque Natural Municipal Dom Luiz Gonzaga Fernandes, pela acolhida e pelas preciosas contribuições.

Enfim, a tantas amigas e amigos a que não me referenciei, mas que estão em meu coração, pois são muitas as memórias! Agradeço a todos por contribuírem de alguma forma para eu chegar até aqui.

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Canção para os Fonemas da Alegria Peço licença para algumas coisas. Primeiramente, para desfraldar este canto de amor publicamente. Sucede que só sei dizer amor

quando reparto o ramo azul de estrelas que em meu peito floresce de menino. Peço licença para soletrar,

no alfabeto do sol pernambucano a palavra ti-jo-lo, por exemplo, e poder ver que dentro dela vivem paredes, aconchegos e janelas, e descobrir que todos os fonemas são mágicos sinais que vão se abrindo constelação de girassóis girando em círculos de amor que de repente estalam como flor no chão da casa. Às vezes nem há casa: é só o chão. Mas sobre o chão quem reina agora é um homem diferente,

que acaba de nascer:

porque unindo pedaços de palavras aos poucos vai unindo argila e orvalho, tristeza e pão, cambão e beija-flor, e acaba por unir a própria vida no seu peito partida e repartida quando afinal descobre num clarão que o mundo é seu também,

que o seu trabalho

não é a pena que paga por ser homem, mas um modo de amar - e de ajudar o mundo a ser melhor. Peço licença para avisar que, ao gosto de Jesus, este homem renascido

é um homem novo:

ele atravessa os campos espalhando a boa-nova, e chama os companheiros a pelejar no limpo, fronte a fronte, contra o bicho de quatrocentos anos, mas cujo fel espesso não resiste a quarenta horas de total ternura. Peço licença para terminar

soletrando a canção de rebeldia que existe nos fonemas da alegria: canção de amor geral que eu vi crescer nos olhos do homem que aprendeu a ler.

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS E MATEMÁTICA

RESUMO

Esta pesquisa tem por objetivo analisar, no contexto educativo, a relação estabelecida entre as escolas Municipais de Ensino Fundamental Professor Vercenílio da Silva Pascoal e Rita de Cássia Oliveira, com os Parques Naturais Municipais Vale do Mulembá-Conquista e Dom Luiz Gonzaga Fernandes, localizados em Vitória-ES. Espera-se contribuir e ao mesmo tempo aprender, por meio de uma formação continuada junto aos profissionais dessas escolas, as práticas educativas voltadas para a Educação Ambiental, que vem sendo abordada em múltiplas dimensões com diferentes atitudes de agir e refletir. Uma de suas vertentes aqui propostas se refere a uma Educação Ambiental voltada para a criticidade, no campo material, mediante o modo de produção econômico e as relações sociais. A pesquisa surgiu a partir da apreensão de que o espaço da escola, enquanto instituição formal, é propício à integração com outros espaços, os espaços não formais de Educação, ultrapassando os seus limites geográficos no contexto educacional, ambiental, histórico e social. Buscou-se fundamentação teórica nas abordagens referentes à Pedagogia Histórico-Crítica, espaços formais e espaços não formais de Educação e Educação Ambiental. A metodologia contempla uma pesquisa de cunho qualitativo, apresentando teores e características condizentes com a Pesquisa Ação. Foram realizadas entrevistas durante o período de maio de 2014 a junho de 2015, junto a um grupo de profissionais das referidas escolas e parques, registros escritos, fotográficos e gravações. Desenvolveu-se uma formação continuada junto a um grupo de educadores das duas escolas. A organização e a viabilização desta formação contou com a participação de uma equipe de educadores e equipe gestora das escolas, mestrandos/mestrados/ professores do Programa EDUCIMAT, profissionais que atuam nos parques, na Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Secretaria Municipal de Cultura e também de voluntários, com enfoques voltados para a teoria e a prática. Além dos parques elencados na pesquisa, foram realizadas outras visitas de observação em outros parques de Vitória. Pretende-se, dessa forma, estabelecer uma análise do trabalho desenvolvido e a elaboração de uma proposta de Educação Ambiental através de um material educativo, tendo como referência os parques urbanos e naturais do município, contendo sugestões de questões que levem a abordagens partindo do olhar sobre a realidade de cada parque e atividades elaboradas no coletivo, a partir das visitas durante a Formação Continuada. Após as análises realizadas, é possível inferir que os profissionais aspiram por práticas pedagógicas no sentido de aproximar/integrar esses espaços, visando ao favorecimento da aprendizagem e a valorização desses espaços, enquanto vinculados aos saberes historicamente construídos, embora haja alguns entraves que restringem a aproximação/relação entre escolas e parques.

Palavras-chave: Parques Naturais. Formação Continuada. Espaços não formais de Educação. Educação Ambiental. Educação Ambiental Crítica.

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS E MATEMÁTICA

ABSTRACT

This research aims to analyze the educational context, the relationship established between the education municipal schools elementary teacher Vercenílio da Silva Pascoal and Rita de Cassia Oliveira, with the municipal Natural Parks Valley Mulembá-Conquista and Dom Luiz Gonzaga Fernandes, located in Vitória - ES. Is expected to contribute while learning, through continued training with the professionals of these schools, the educational practices focused on environmental education, which is being addressed in multiple dimensions with different attitudes to act and reflect. One of its strands proposed here refers to an environmental education, focused on the criticality in the material field, through economic mode of production and social relations. The research arose from the seizure of the school space, as a formal institution is conducive to integration with other spaces, spaces of non-formal education, going beyond its geographical boundaries in the educational context, environmental, historical and social. He attempted to theoretical background in approaches regarding the historical-critical pedagogy, formal and non-formal spaces, spaces of education and environmental education. The methodology features a qualitative research, with contents and characteristics consistent with the action research. Interviews were conducted during the period May 2014 to June 2015, with a group of professionals of those schools and parks, written records, photographic and recordings. Continued training was developed with a group of teachers at the two schools. The organization and the feasibility of this training, had the participation of a team of educators and the managing staff of schools, masters/ masters/teachers EDUCIMAT program, professionals working in the parks, in the City Office of environment, department of culture and also volunteers with approaches focused on the theory and practice. Observation visits were carried out in addition to the parks listed in the survey, other parks of the Vitória. It is intended thereby establishing a job analysis developed and the preparation of a draft environmental education through an educational material, with reference to the urban and natural parks of the city, containing suggestions for issues that lead to approaches from the look about the reality of each park, and activities drawn from visits during continuing education. After the analyzes, it can be inferred that professionals crave for pedagogical practices to approximate/integrate these spaces, aiming to promote the learning and its valuation of these as linked to the knowledge historically constructed, however, there are some barriers that restrict the approach/link between schools and parks.

Keywords: National Parks. Continuing education. Non-formal spaces of education. Environmental Education. Environmental Education Critical.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Visita de estudos à Reserva Biológica do Mestre Álvaro com a EJA ... 29

Figura 2 - Produção de Mandalas pelos alunos da EJA ... 29

Figura 3 - Visita ao Manguezal de Vitória-ES com alunos da EJA ... 30

Figura 4 - Visita ao Pico da Bandeira com alunos da EJA ... 31

Figura 5 - Diagrama Conceitual – Percursos da Pesquisa ... 41

Figura 6 - Processo dialético do movimento da Pesquisa/Ação ... 45

Figura 7 - Conhecendo a nova nascente no Parque Mulembá-Conquista ... 57

Figura 8 - Desigualdade social ... 67

Figura 9 - Atividade no Parque Natural Municipal Vale do Mulembá-Conquista ... 90

Figura 10 - Imagens de Vitória-ES ... 114

Figura 11 - Região Metropolitana da Grande Vitória ... 116

Figura 12 - Regiões Administrativas de Vitória-ES ... 118

Figura 13 - Distância da Unidade de Transbordo às áreas naturais de Vitória ... 123

Figura 14 - Parques Naturais Municipais em relação ao Maciço Central Vitória ... 125

Figura 15 - Início da urbanização em Resistência - Região de São Pedro ... 135

Figura 16 - Lixão como fonte de renda em São Pedro ... 135

Figura 17 - Outro olhar da Região da Grande São Pedro ... 136

Figura 18 - Parque Natural Municipal do Vale do Mulembá-Conquista ... 137

Figura 19 - Perfil topográfico: Parque Natural do Vale Mulembá-Conquista ... 137

Figura 20 - Visita à Trilha das Cavernas ... 138

Figura 21 - Visita à Trilha do Divisor ... 139

Figura 22 - Trilha da Nascente Mulembá-Conquista ... 140

Figura 23 - Parque Natural Municipal Dom Luiz Gonzaga Fernandes ... 141

Figura 24 - Perfil topográfico do Parque Dom Luiz Gonzaga Fernandes ... 141

Figura 25 - EMEF Rita de Cássia Oliveira ... 144

Figura 26 - EMEF Professor Vercenílio da Silva Pascoal ... 146

Figura 27 - Visita a espaços não formais de Educação em outros estados ... 152

Figura 28 - Convite às duas EMEFs participantes do Curso ... 155

Figura 29 - Print screen da tela do Blog interativo sobre o Curso ... 161

Figura 30 - Primeiro Encontro - EMEF Rita de Cássia Oliveira ... 173

Figura 31 - Primeiro Encontro - EMEF Professor Vercenílio da Silva Pascoal ... 174

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Figura 33 - Materiais utilizados nas saídas das escolas... 179

Figura 34 - Segundo Encontro - EMEF Rita de Cássia Oliveira ... 183

Figura 35 - Segundo Encontro - EMEF Professor Vercenílio Da Silva Pascoal ... 184

Figura 36 - Momento de Formação: Manguezal da UFES ... 190

Figura 37 - Momentos do Terceiro Encontro ... 192

Figura 38 - Convite para o Seminário ... 193

Figura 39 - Seminário de Formação: apresentação do Dr. Eduardo M. Oliveira ... 194

Figura 40 - Seminário de Formação: apresentação de Nardely Souza Gomes ... 194

Figura 41 - Seminário de Formação: apresentação de Luz Marina de Souza ... 195

Figura 42 - Seminário de Formação: Élida Maria Paiva e Edilene Tosta Barros ... 195

Figura 43 - Exposição de trabalhos na EMEF Rita de Cássia Oliveira ... 196

Figura 44 - Confraternização no Seminário ... 198

Figura 45 - “A Grande Pegada” e intervenção no Parque D. Luiz G. Fernandes .... 199

Figura 46 - Saída de estudos ao Parque Municipal Vale do Mulembá-Conquista... 200

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Primeira fase da Pesquisa... 48

Quadro 2 - Segunda fase da Pesquisa... 49

Quadro 3 - Abordagem nas dimensões da Educação Ambiental ... 76

Quadro 4 - Práxis Educativa e a Educação Ambiental Crítica ... 77

Quadro 5 - Educação Formal, Educação Não Formal e Educação Informal ... 83

Quadro 6 - Parques urbanos e naturais do município de Vitória - ES ... 128

Quadro 7 - A Formação - tempos e espaços ... 154

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Maiores índices de IDH - Municípios Brasileiros - 2013 ... 119

Tabela 2 - IDHs mais elevados entre os bairros de Vitória - 2014 ... 120

Tabela 3 - Renda mensal por Região Administrativa de Vitória - 2013 ... 121

Tabela 4 - Equipamentos Públicos por Região Administrativa - 2014 ... 124

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Participantes da Pesquisa ... 44

Gráfico 2 - Integrantes da Formação Continuada nas escolas ... 156

Gráfico 3 - Tempo de atuação na área educacional ... 157

Gráfico 4 - Formação dos cursistas ... 157

Gráfico 5 - Atuação docente ... 158

Gráfico 6 - Função exercida na Escola... 158

Gráfico 7 - Foco saber no popular ou no sistematizado ... 163

Gráfico 8 - Práticas voltadas a problematizar o modo de produção vigente... 163

Gráfico 9 - Consciência sobre a realidade... 164

Gráfico 10 - Reflete criticamente sobre conhecer e se percebe nesse ato ... 164

Gráfico 11 - A escola deve investir na prática de Educação Ambiental Critica? ... 166

Gráfico 12 - Todas as transformações representam o meio ambiente? ... 166

Gráfico 13 - Atividades realizadas fora da Escola ... 167

Gráfico 14 - Integração entre o que se aprende dentro e fora da escola ... 167

Gráfico 15 - Limitações para a realização de atividades fora da escola ... 167

Gráfico 16 - Espaços contemplados visando às práticas educativas ... 168

Gráfico 17 - Realização de trabalho educativo em algum parque de Vitória ... 169

Gráfico 18 - Importância da experiência ... 169

Gráfico 19 - Experiência replicada ... 169

Gráfico 20 - Parque onde já foi realizado trabalho educativo ... 170

Gráfico 21 - Parques conhecidos, vizinhos à Escola ... 171

Gráfico 22 - Recebimento de formação sobre parques ... 171

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LISTA DE SIGLAS

EDUCIMAT - Educação em Ciências e Matemática

SMEDBH - Secretaria Municipal de Educação de Belo Horizonte MG EJA - Educação de Jovens e Adultos

PET - Projeto de Educação para Trabalhadores

ENDIPE - Encontro Nacional de Didática e Práticas de Ensino SINECT - Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia SEGeT - Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia EMEF - Escola Municipal de Ensino Fundamental

SEMMAM - Secretaria Municipal de Meio Ambiente

ONU - Organização das Nações Unidas

LDB - Lei das Diretrizes Básicas

PEEA - Programa Estadual de Educação Ambiental CEA - Centro de Educação Ambiental

CIMEA - Comissão Interinstitucional Municipal de Educação Ambiental TAC - Termo de ajuste de conduta

SEAMA - Secretaria Estadual do Meio Ambiente

SNUC - Sistema Nacional de Unidades de Conservação CMEIS - Centro municipal de Ensino Infantil

UFES - Universidade Federal do Espírito Santo IFES - Instituto Federal do Espírito Santo SEME - Secretaria Municipal de Educação

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 20

2 PROPOSTA METODOLÓGICA E TRABALHO COM OS EDUCADORES ... 38

2.1 A PESQUISA ... 38

2.2 O ESPAÇO SITUADO NO CONTEXTO DA PESQUISA ... 42

2.3 PARTICIPANTES DA PESQUISA: O PESQUISADOR COLETIVO ... 43

2.4 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA E COLETA DE INFORMAÇÕES ... 44

2.4.1 Primeira fase: Exploratória, planejamento de ações ... 46

2.4.2 Segunda fase: Processos e instrumentos da Pesquisa ... 49

2.4.3 A pesquisa participativa ... 51

3 EDUCAÇÃO E EDUCAÇÃO AMBIENTAL CRÍTICA: CONTEXTOS E PRÁTICAS INTERDISCIPLINARES ... 52

3.1 A EDUCAÇÃO: PROCESSO DE HUMANIZAÇÃO E DE DIREITO ... 54

3.2 EDUCAÇÃO AMBIENTAL, TRAJETÓRIAS E CRÍTICAS NO CONTEXTO DO ATUAL MODELO ECONÔMICO PRODUTIVO ... 58

3.2.1 Desenvolvimento sustentável e sustentabilidade: apontando novas perspectivas ... 69

3.3 EDUCAÇÃO AMBIENTAL CRÍTICA, CONTEXTOS E ESPAÇOS ... 74

3.4 OS DIFERENTES ESPAÇOS DE EDUCAÇÃO E DE APRENDIZAGEM ... 79

3.5 A EDUCAÇÃO AMBIENTAL ARTICULADA AOS PARQUES, À FORMAÇÃO E ÀS PRÁTICAS INTERDISCIPLINARES ... 87

3.6 A LEGISLAÇÃO NACIONAL E A EDUCAÇÃO AMBIENTAL ASSOCIADA AOS CONTEXTOS LOCAIS ... 96

3.7 TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS, INTERFACES COM A PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA E A EDUCAÇÃO AMBIENTAL ... 101

3.7.1 Pedagogia Histórico-Crítica e Psicologia Histórico-Cultural vinculadas à ciência e aos espaços não formais de educação ... 105

4 ESCOLAS E PARQUES: A DIMENSÃO SOCIOAMBIENTAL NO MUNICÍPIO DE VITÓRIA-ES ... 113

4.1 ALGUNS FATORES ECONÔMICOS, SOCIAIS E AMBIENTAIS DE VITÓRIA COM ENFOQUE NAS REGIÕES GRANDE SÃO PEDRO E MARUÍPE ... 114

4.1.1 Vitória ... 114

4.2 UMA ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DO MUNICÍPIO DE VITÓRIA - APONTAMENTO DE CONTRADIÇÕES ... 119

4.3 VITÓRIA, MEIO AMBIENTE E PARQUES: ESPAÇOS NÃO FORMAIS DE EDUCAÇÃO ... 124

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4.4 OS PARQUES DE VITÓRIA E A CRIAÇÃO DE ÓRGÃOS PÚBLICOS: UMA

ARTICULAÇÃO COM A EDUCAÇÃO AMBIENTAL ... 126

4.5 DINÂMICA DE FUNCIONAMENTO DOS PARQUES NO BRASIL ... 131

4.6 A REGIÃO DA GRANDE SÃO PEDRO, OS PARQUES E AS ESCOLAS LÓCUS DA PESQUISA ... 133

4.6.1 Surgimento da região da Grande São Pedro ... 133

4.7 PARQUE NATURAL MUNICIPAL VALE DO MULEMBÁ-CONQUISTA ... 137

4.8 PARQUE NATURAL MUNICIPAL DOM LUIZ GONZAGA FERNANDES ... 140

4.9 AS ESCOLAS ... 143

4.9.1 EMEF Rita de Cássia Oliveira ... 144

4.9.2 EMEF Professor Vercenílio da Silva Pascoal ... 146

5 FORMAÇÃO JUNTO A EDUCADORES DE DUAS ESCOLAS MUNICIPAIS: CONTRIBUIÇÕES A PARTIR DE UM ITINERÁRIO INVESTIGATIVO ... 149

5.1 O CONTEXTO DO TRABALHO DE FORMAÇÃO / INVESTIGAÇÃO ... 150

5.2 CAMINHOS PERCORRIDOS PARA A FORMAÇÃO ... 153

5.3 OS PARTICIPANTES DA FORMAÇÃO E O PERFIL PROFISSIONAL ... 156

6. PRODUTO FINAL ... 202

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 204

REFERÊNCIAS ... 207

ANEXOS ... 215

ANEXO A - Conhecendo o Parque Natural Municipal do Vale do Mulembá-Conquista ... 216

ANEXO B - As Belezas de Vitória ... 217

ANEXO C - Carta de apresentação da mestranda e do Projeto de Pesquisa à SEME de Vitória ... 218

ANEXO D - Autorização da SEME para realizar a pesquisa na EMEF Rita de Cássia Oliveira ... 219

ANEXO E - Carta de apresentação da mestranda e do Projeto de Pesquisa à SEMMAM ... 220

ANEXO F - Autorização da SEMMAM - Parque Natural Municipal Dom Luiz Gonzaga Fernandes ... 221

ANEXO G - Autorização da SEMMAM para pesquisa no Parque Natural Municipal do Vale do Mulembá-Conquista ... 224

APÊNDICES ... 226

APÊNDICE A - Folder do Curso da EMEF Rita de Cássia Oliveira ... 227

APÊNDICE B - Folder do Curso da EMEF Vercenílio da Silva Pascoal ... 229

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APÊNDICE D - Solicitação de pesquisa no Parque Natural Municipal do

Vale do Mulembá-Conquista ... 232

APÊNDICE E - Termo Consentimento Livre Esclarecido - Professor ... 233

APÊNDICE F - Termo Consentimento Livre Esclarecido - Alunos... 235

APÊNDICE G - Termo Consentimento Livre Esclarecido - Servidores ... 237

APÊNDICE H - Entrevista inicial ... 238

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1 INTRODUÇÃO

“A importância de uma coisa há que ser medida pelo encantamento que a coisa produz em nós.”

Manoel de Barros

A pesquisa aqui proposta está vinculada às ações que envolvem o trabalho educativo e a seus diferentes atores, apontando para possibilidades de práticas educativas em conformidade com as concepções pedagógicas e a formação profissional adquirida ao longo da caminhada de cada sujeito, a sua história e suas relações sociais estabelecidas com o mundo.

Consiste em um trabalho movido pela esperança. Esperança de repensar a superação da condição do grande contingente de marginalizados aclamados por Saviani (1988) que se encontram subjugados ao sistema produtivo, na escola pública, entendendo que a função básica da educação não consiste em reproduzir a sociedade de desigualdades e contradições atualmente instalada, mas repensá-la no sentido de acender para a compreensão de que, enquanto agentes sociais, reflexivos e participativos, é possível que se contribua para a sua transformação.

Esperança crítica, expressa por Freire (2006), quando afirma que, assim como o peixe necessita da água despoluída, os seres humanos necessitam buscar caminhos para melhorar o mundo, porém, se esses caminhos tiverem como referência somente a luz pura da cientificidade, tudo não passará de uma frívola ilusão.

Frequentando grande parte da minha trajetória em escolas públicas, a esperança que me move me conduz a Freire (2006), que sinaliza para o educador ou educadora, através de uma análise política, incorrendo em obstáculos, mas desvelando possibilidades de se posicionar em busca de uma escola de direito, dotada de qualidade, digna aos cidadãos e cidadãs, bem como para o estabelecimento de diálogos junto a outros espaços, para se viver uma democracia participativa, cidadã.

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Meu caminhar profissional, voltado para as Ciências Humanas, na área de Geografia, concebe o espaço como seu objeto de estudo. Espaço apreendido por Santos (1990) como um conjunto indissociável de sistemas de objetos e sistemas de ações, dotado de características naturais e sociais, analisado por um conjunto de relações nele realizadas, através de suas funções e formas, se apresentando como testemunho de uma História. Sendo assim, as experiências e memórias dos indivíduos, bem como as dos grupos sociais, se constituem como fatores relevantes na leitura da organização dos lugares e de sua formação enquanto cidadãos.

No âmbito educacional, os diálogos junto à comunidade e as ações pedagógicas realizadas entre a escola, vinculadas a outros locais para além de seus muros, me levaram a entender que é necessário alcançar uma pesquisa que propõe uma análise voltada para a Formação Continuada, na qual, no contexto das escolas e parques, a Educação Ambiental se apresenta. A minha expectativa é que este trabalho possa contribuir para uma reflexão e um repensar sobre as práticas escolares de forma crítica, ou seja, de forma a entender os processos estabelecidos na ocupação territorial.

Apreendo que o conjunto de procedimentos pedagógicos desenvolvidos nas escolas contribui de forma peculiar para o processo de ensino. Para isso, compreender as teorias pedagógicas, as bases históricas, filosóficas e psicológicas que os sustentam é compreender o desenvolvimento dos processos de aprendizagem e da formação no sentido de formar cidadãos cujo espírito reflexivo esteja presente. Assim, a necessidade de se apropriar de conceitos que possam subsidiar a proposta deste trabalho apresenta-se com uma intencionalidade: a de se envolver este debate a partir da Educação Ambiental, entendendo-a como um conjunto de elementos e práticas importantes no contexto da realidade socioambiental.

Loureiro (2012) concebe a Educação Ambiental a partir de uma vertente que vê na educação um elemento de transformação social, inspirada no diálogo, no exercício da cidadania, no fortalecimento dos sujeitos, na superação das formas de dominação do sistema produtivo e na compreensão do mundo em sua complexidade e da vida.

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Sendo assim, este trabalho busca, na perspectiva transformadora e crítica, um diálogo a partir de nós mesmos com aqueles pertencentes à nossa comunidade e com a humanidade, com o mundo se transformando e o conjunto das relações pelas quais nos definimos como seres sociais e planetários.

No contexto desse diálogo com nós mesmos, meu interesse parte da minha história profissional na busca por caminhos possíveis referentes à valorização da historicidade dos sujeitos. Nessa perspectiva, estes e suas memórias revelam sempre a História do movimento da sociedade.

Como nos ensina Gramsci, (Monasta, 2010), não podemos ter uma concepção de mundo criticamente coerente, sem termos a consciência da nossa historicidade, da fase de desenvolvimento por ela representada.

Quando recorro às minhas memórias, relaciono alguns momentos que hoje me afluem a entender o constante processo de transformação dos diferentes espaços e da relação destes com a escola. Uma dessas lembranças refere-se ao deslocamento da minha família, da região do Vale do Aço, município de João Monlevade, para a Região Industrial de Contagem (MG).

Reporto-me, então, à década de 1970, quando a expansão industrial no Brasil revelava a marca da procura pela ampliação por mercados promissores das multi/transnacionais. Cheguei a Contagem, junto a um contingente de mão de obra operária que serviria à nova indústria chamada de “Belgo Mineira”, hoje Arcelor Mittal. A escola pública, de forma precária, funcionava numa igrejinha que dividia o espaço entre a educação e as missas de domingo. No bairro transitavam, levando suas marmitas, os subordinados aos Capitães da Indústria1, dentre eles, meu pai, posteriormente meus irmãos, vizinhos, episódio explicado por Santos (1990), quando coloca que a sociedade vive em um movimento contínuo e permanente no espaço, princípio de sua própria transformação.

1 De acordo com Santos (2010) o termo “Capitão de Indústria” temática de uma composição musical

composta por Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle, cuja escolha lexical capitão remete a um sentido implícito de militarismo, ordem, disciplina imposta pela cultura empresarial, cujo maior objetivo é a defesa e o desenvolvimento do capital, que é traduzido de um significado implícito de um trabalhador que possui uma jornada extensa de trabalho, que vive em prol deste para se manter.

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Na perspectiva da educação, estas imagens foram aos poucos influenciando alguns jovens a buscar uma formação para servir à indústria, pois viam como opção de vida o caminho da siderurgia. A paisagem se modificava e a vegetação ia cedendo lugar a um processo de horizontalizarão e verticalização.

Santos (1990) atribui a este movimento uma tendência que se tem de organizar os lugares através de uma linha de força, de forma que, nos países subdesenvolvidos e emergentes como o Brasil, esta pode oferecer condições de rentabilidade impostas pelo sistema produtivo, uma vez que a transformação ocorre de forma muito veloz.

Assim, a mão de obra barata aliada à presença de matéria-prima, garantia para a retirada de montantes de divisas pelas empresas recém-chegadas, constituíram-se como atrativos para a formação da atual Região Metropolitana da Grande Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, contribuindo para as transformações das paisagens, consequentemente da natureza.

As áreas naturais sempre me chamaram à atenção. Sempre que podíamos, apanhávamos lenha em uma mata com nascentes a cerca de 40 minutos da minha casa, hoje uma pequena reserva ecológica. Mais tarde descobri que circulava por uma área de transição entre o Cerrado e a Mata Tropical com seus mananciais que brotavam por vários cantos. Clima Tropical, aonde a chuva chegava por meados de setembro, na primavera.

Convivendo nesses ambientes, observava as paisagens e entendi o espaço se transformando, mediante os interesses e necessidades humanas. Hoje compreendo as diferentes interfaces existentes entre o meio natural e o meio socialmente construído e transformado, a partir dos referenciais temporais e históricos, pois as idas e vindas em meio aos movimentos de expansão industrial, bem como as andanças pelos domínios da natureza, constituíram-se como fatores que influenciaram a minha formação profissional voltada para a educação.

A minha infância, adolescência e parte da fase adulta estão vinculadas a Contagem, município parte da minha História, onde na escola pública, cursei o Ensino Fundamental e Magistério de forma em que, na década de 80, na famosa casa

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cor-de-rosa, o Instituto de Educação de Minas Gerais, veio potencializar o meu desejo em atuar na área de ensino.

Estudando sempre no noturno desde a sétima série, da casa rosada ao prédio branco e azul, lá estava eu na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, cursando Geografia por meio do Crédito Educativo.

Concluído em 1990, o Curso abriu um leque de possibilidades a relacionar conteúdos às práticas, na expectativa de estabelecer um vínculo entre a escola e outros espaços para além de seus limites, com vistas às aulas de campo que realizávamos aos sábados, dentre as quais cito a que foi realizada no município de Lagoa Santa, com suas inscrições pré-históricas, as visitas às grutas de formação calcária, aos parques e reservas naturais, ao Museu de Mineralogia onde a teoria aliava-se à prática.

No contexto desta caminhada acadêmica, iniciei meu trabalho com educação, quando fui trabalhar em uma escola da Rede Estadual de Minas Gerais, no Ensino Fundamental como Designação Temporária (DT).

Nesta mesma época, comecei a trabalhar em uma escola da rede privada me ingressando depois na Rede Municipal de Belo Horizonte, transitando por várias modalidades: Fundamental II, Ensino Médio, EJA.

Na Rede Municipal de Belo Horizonte, com o novo caminho apontado pela Escola Plural2, em 1994, através do processo de formação, surgiu para mim a oportunidade de atuar junto a uma equipe de trabalho que, no coletivo e no intuito de promover práticas que visavam ao estudo do município, priorizou os planejamentos, as visitas de estudos ao Parque das Mangabeiras, ao Parque Municipal, que se localiza no

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De acordo com Valadares e Villane (2004), no final de 1994, a Secretaria Municipal de Educação de Belo Horizonte (SMEDBH), apoiada por uma parcela significativa dos professores da Rede Municipal de Ensino (RME-BH), apresentava ao Município a proposta político-pedagógica Escola Plural. A SMEDBH assumia, como proposta de Governo, a pluralidade de práticas pedagógicas em curso em diversas escolas da cidade, cujos eixos recusavam o papel de agentes de uma exclusão escolar e social (Belo Horizonte, 1994). Práticas que buscavam, desde o movimento de renovação pedagógica da década de 80, rever os princípios, metodologias e critérios de avaliação que justificavam os processos de exclusão escolar e, dessa forma, pensar os direitos de inclusão e proteção social a serem exercidos em todos os espaços estruturais do cotidiano.

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centro da cidade, ao Jardim Zoológico, ao Parque da Serra do Rola Moça e a outros municípios próximos de Belo Horizonte, de forma a integrar a escola aos outros espaços, com suas inúmeras possibilidades educativas.

Essas práticas nos levaram a promover em nossas aulas diálogos voltados para as transformações ocorridas nesses lugares. Nessas relações, os saberes e as práticas pedagógicas são tecidos em diferentes espaços e tempos.

Como nos ensina Ghon (2011), a educação não formal, destina-se a alfabetizar ou a produzir conhecimentos que historicamente têm sido sistematizados, bem como planejados para as clientelas das ações educativas no processo de atuação do ser humano na história, gerando a compreensão de seus interesses e do meio social e da natureza que o cerca, através de atividades coletivas integradas à escola.

Neste sentido, trabalhando a questão ambiental no Ensino Fundamental, visitamos por diversas vezes o Parque das Mangabeiras. Ao percorrermos uma das trilhas que nos leva até as antenas e ao enfocarmos/dialogarmos a respeito da história da ocupação da região, era notável o olhar apreensivo dos alunos ao observarem que de um lado havia a Serra do Curral preservada; do outro lado, o solo exposto servia de alimento para o “dragão”, máquina utilizada pelas empresas, que retira o minério das Minas Gerais, enviando-o pelos cantos do mundo. É uma cena ferina aos olhos de quem observa até hoje o local, bem lá nas altas altitudes, visitando a cidade de Belo Horizonte.

Ao falar sobre esta trilha, volto meu olhar para os últimos acontecimentos deste ano de 2015, quando o rompimento de uma barragem3 localizada nesta região marcada pela exploração mineral sinaliza as contradições advindas da degradação ambiental

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No dia 05/11/2015, ocorreu o pior acidente da mineração brasileira, no município de Mariana, no estado de Minas Gerais. A tragédia aconteceu após o rompimento de uma barragem chamada Fundão, pertencente à mineradora Samarco, que é controlada pela Vale e pela BHP Billiton. O rompimento da barragem provocou uma enxurrada de lama que devastou o então distrito de Bento Rodrigues e foi avançando pelo Rio Doce, que tem sua foz na Vila de Regência, município de Linhares, no Espírito Santo, onde se localiza a Reserva Biológica de Comboios, base para a desova de várias tartarugas marinhas. Inúmeras pessoas ficaram desabrigadas, com pouca água disponível, impedidas de realizar suas atividades econômicas como a pesca e a agricultura sem contar aquelas que perderam a vida na tragédia. Os impactos ambientais são incalculáveis e provavelmente irreversíveis.

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oriunda da atividade mineradora. Os estados de Minas Gerais e Espírito Santo não foram poupados, já que existe um vínculo entre os aspectos naturais e econômicos entre estes, resultante da atividade de mineração. Assim, no contexto destas práticas, problematizávamos as consequências devastadoras da natureza a partir mineração, em prol dos interesses desmedidos do sistema de produção vigente no país.

Trabalhando com a EJA, no Projeto de Educação para Trabalhadores (PET), em parceria com o Sindicato dos Metalúrgicos Sete de Outubro, a Rede Municipal de Belo Horizonte e o Sindicato Italiano, a minha formação se avigora e se reorienta para os fatores sociais, traduzindo-se em concepções críticas. Neste projeto, a convivência proporcionada pelo Sindicato dos Metalúrgicos, durante a formação de grupos de estudo, junto a líderes sindicais e metalúrgicos, aguçou a minha percepção para as questões sociais, econômicas e culturais existentes, assim como para as contradições existentes no bojo do sistema produtivo.

A partir da análise da composição social e funcional dos espaços, discutíamos sobre a estrutura espacial urbana, os arranjos das cidades, as relações estabelecidas, analisando com um olhar mais inquieto e apreensivo os movimentos vindos do modelo econômico ao qual nos inseríamos, com suas incoerências em suas diferentes dimensões a partir dos condicionantes históricos.

No ano de 1999, migrei para Vitória, ingressando-me na rede privada, onde passei a atuar junto ao Ensino Fundamental I, II e no Ensino Médio. Posteriormente, cheguei até a Rede Municipal de Educação de Vitória iniciando com o Ensino Fundamental II EJA, Coordenação, passando pela Gestão Escolar.

Nos planejamentos escolares, discutíamos sobre o quanto seria significante promover momentos de aprendizagem voltados para a questão socioambiental, dos fatores históricos e sociais em que os alunos estavam envolvidos, buscando realizar práticas em diversos espaços, tanto em Vitória como em outros municípios/estados.

Atuando na rede pública, na Região da Grande São Pedro, que apresenta grande proximidade com o manguezal, os diálogos realizados junto à comunidade escolar

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permitiram que viesse à tona a memória da ocupação e da urbanização do município marcada pelas contradições e pela resistência de um povo que, na busca pela sobrevivência, aos poucos manifestou a sua forma de organização territorial.

As atividades extrativistas realizadas revelavam a proximidade das comunidades com a região. Dentre elas, destaca-se a atividade pesqueira, a da cata do caranguejo e de ostras, a extração do barro para a confecção das panelas utilizadas para fazer a moqueca capixaba, bem como a antiga extração das sementes da aroeira realizada por um grupo de alunos e alunas da EJA que, durante muito tempo, destinou-se à exportação.

É nesse cenário que a minha caminhada foi se constituindo, permitindo-me compreender que os saberes se revelam em nossas práticas, através das ricas possibilidades presentes nas relações cotidianas, possibilitando ampliar e promover um repensar ao longo do processo de formação.

Dessa forma, compreendi o quanto é possível associar essa questão à Educação Ambiental, de acordo com o que Loureiro (2012) coloca, posto que, enquanto prática social, se expressa o modo como nos organizamos e vivemos em sociedade, como nos compreendemos como seres da natureza e, assim, simultaneamente, manifestamos e potencializamos os questionamentos e reflexões sobre a realidade.

A partir dessas vivências, a relação junto aos professores de outras áreas, bem como a identificação com outros lugares, foram se revelando. Assim, nas aulas de campo que realizamos a partir da Prática da Observação4, nas adjacências da escola, acerca da atividade extrativista da aroeira, realizada por um grupo de alunos da EJA, ainda não tínhamos a informação de que estávamos adentrando pelo

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Vieira (2010) afirma que a Prática de Observação se trata de uma atividade pedagógica visando a uma sistematização do olhar sobre a paisagem, que torna possível a análise dos elementos não percebidos pelos sentidos apenas, uma vez que se incorporam à observação os conhecimentos geográficos, históricos e culturais, sobretudo. A Prática de Observação busca manter um vínculo entre a educação e a sociedade, a uma leitura crítica do espaço e, portanto, não pode ser desprovida de significado. Não se trata de uma observação estática e deve ser embasada pelo preparo prévio. Assim, não será uma observação aleatória, mas uma observação conduzida pela fundamentação metodológica e teórica. Metodológica no sentido de que o realizador da atividade sabe, a priori, que a atividade se destina ao processo de ensino-aprendizagem, e que sua utilização está alicerçada no princípio de que o educando pode conhecer o mundo a partir de uma leitura crítica do seu próprio cotidiano. Teórico porque estará previamente orientado por explicações e análises que se relacionam.

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Parque Municipal Vale do Mulembá-Conquista, pois este ainda não estava identificado, monitorado e nem havia profissionais atuando no local. As leis que protegem e que dão legitimidade às áreas e ambientes naturais são recentes em nosso país, questão que será analisada posteriormente.

Ainda junto à EJA, realizamos visitas de estudos à Reserva Biológica do Mestre Álvaro, estabelecendo analogias entre o espaço vivido com os elementos identificados a partir da saída de campo. Essa visita foi o ponto de partida para a realização de trabalhos interdisciplinares abordando os biomas brasileiros, a partir da presença da Mata Atlântica nesta reserva, resultando em olhares, saberes e aprendizagens traduzidas através de uma atividade coletiva intitulada como “Produção de Mandalas”.

Os alunos expressaram, em suas produções, imagens das flores presentes nos biomas brasileiros, produziram textos e, através da análise e conferição cartográfica de mapas característicos de diferentes tempos históricos, quando dialogamos, entendemos que a cobertura vegetal está reduzida a “manchas” pelo espaço brasileiro.

Guardo em meus registros a fala de um dos nossos alunos adolescentes que gostava de escrever e fazer poemas. Ele questionou a proposta de serem confeccionadas as mandalas com flores: “Se tudo está ficando tão destruído no ambiente, como vimos, por que vamos usar flores?”.

No desenrolar das diferentes experiências e saberes, Freire (2005) ensina que, ao criar uma confiança entre os sujeitos dialógicos, cheios de amor e humildade, estes se tornam cada vez mais companheiros, o que ficou traduzido na resposta de uma das nossas alunas adultas: “Tínhamos decidido em conjunto fazer as mandalas de flores, mesmo sabendo de tudo o que estudamos. No mundo ainda existem flores e podemos mostrá-las”.

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Figura 1 - Visita de estudos à Reserva Biológica do Mestre Álvaro com alunos da EJA da Escola Municipal de Ensino Fundamental Professor Vercenílio da Silva Pascoal

Fonte: Acervo da autora.

Figura 2 - Produção de Mandalas pelos alunos da EJA da Escola Municipal de Ensino Fundamental Professor Vercenílio da Silva Pascoal

Fonte: Acervo da autora.

Foram realizados estudos percorrendo de escuna e de barcos o Manguezal de Vitória, observando a área de reserva do Lameirão, região onde está localizado o Parque Natural Municipal Dom Luiz Gonzaga Fernandes.

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Figura 3 - Visita ao Manguezal de Vitória-ES com alunos da EJA da Escola Municipal Professor Vercenílio da Silva Pascoal.

Fonte: Acervo da autora.

A partir das nossas memórias, fomos atribuindo significados explicitados através das falas de um de nossos alunos, quando percorremos de barco a região adjacente à Escola Municipal Professor Vercenílio da Silva Pascoal, no ano de 2013, em uma Prática de Observação guiada pelo Sr. “M”:

E, assim, o diálogo foi acontecendo e expressando com isso a relação entre os diferentes saberes. Como afirma Freire (2005), os saberes precisam ser respeitados, sobretudo os das classes populares, socialmente construídos na prática comunitária. A partir dessa ideia, o autor propõe uma discussão para que seja relacionada a razão de ser destes saberes ao ensino dos conteúdos.

Nesta caminhada, em 2009, eleita diretora da Escola Municipal Professor Vercenílio da Silva Pascoal, pude perceber mais de perto as diferentes facetas que envolvem o sistema escolar e o quanto ainda era preciso investir em prol de uma educação

“Eu já andei tantas vezes por estes lugares, Dona Maria Luiza! Eu sei que vocês falam lá na escola que temos três tipos de mangue, mas na verdade temos quatro. Vou mostrar para a senhora quando passarmos perto de algum. Teve muito aterro para construir tudo o que estamos vendo aqui do barco. Tudo o que era entulho servia para aterrar o mangue. Uns ajudavam os outros a construir seus barracos. Eu tenho algumas fotos para mostrar para a senhora daquela época. Tem até o local em que a escola ia ser levantada”.

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pública de qualidade, passando pela estrutura física das unidades escolares, o investimento em formação, indo até a angústia gerada a partir da falta de verbas, que não contemplam o planejamento almejado pelos discentes, principalmente no que tange às saídas da escola para trabalhos junto aos outros espaços não formais de Educação, ficando sempre uma lacuna que muitas vezes se traduz em atitudes frustradas pelos diversos segmentos escolares.

Mesmo com limitações, enquanto gestora, visitamos o Pico da Bandeira junto aos alunos e professores do Ensino Fundamental e da EJA, localizado no Parque Nacional da Serra do Caparaó. Essa saída da escola foi como um “alçar voos” para aqueles alunos residentes em área de vulnerabilidade social, pois conseguiram perceber que existem outras possibilidades de conhecimento e de saberes a serem exploradas, para além daquelas vivenciadas no cotidiano escolar.

Quando desafiados a chegar até o cume do pico, isso se revelou na fala de um de nossos alunos: “Eu nunca mais vou me esquecer deste dia!”. E, como nos ensina Freire (2005), vamos carregando conosco a memória de muitas tramas, de nossa história, no contexto das relações sociais.

Figura 4 - Visita ao Pico da Bandeira com alunos da EJA

Fonte: Acervo da autora.

Todo este movimento me levou a refletir acerca do papel da escola, enquanto campo específico da educação que, inserida na sociedade, conforme Saviani (2011), é uma instituição social que convive com várias outras modalidades de instituições. Assim, a educação identificada com a vida em sua totalidade não se faz somente

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por meio da escola, mas também pela escola e em outros espaços de convivência e aprendizagens, como na vida cotidiana.

Partindo do interesse em pesquisar com maior intensidade a Educação Ambiental e os espaços não formais de Educação, no intuito de atribuir elementos à Formação Continuada na escola, visitei com outros pesquisadores vários espaços, buscando a aproximação das atividades desenvolvidas à concepção crítica.

Neste entendimento, uma trajetória que me levou a analisar as transformações ocorridas no espaço, tendo como ponto de partida a historicidade humana, no contexto do processo de ensino-aprendizagem, se revelou como significativa, aguçou o meu interesse, apontando para esta pesquisa, de forma que, através do processo de formação, o diálogo acerca das práticas de ensino e da relação/aproximação das escolas onde atuo se intensificassem junto à comunidade do entorno.

As disciplinas cursadas junto ao curso Programa Mestrado em Educação em Ciências e Matemática (EDUCIMAT) IFES - Vitória acentuaram a minha concepção, haja vista que, para além de interpretar paisagens e descrevê-las é preciso intensificar ainda mais os movimentos de saída do círculo geográfico, ultrapassando limites até então não balizáveis à nossa percepção, de forma a trazer para a prática uma educação transformadora a partir da concepção crítica.

A participação no Grupo de Alfabetização Científica no Contexto da Sustentabilidade e no Grupo de Estudos e Pesquisa em Alfabetização Científica e Espaços de Educação Não Formais (GEPAC) contribuiu de forma expressiva com discussões e referenciais teóricos, trazendo à tona elementos significativos para este trabalho.

Essa participação tornou-se um processo valioso de aproximação junto a vários espaços não formais de Educação, na medida em que foram proporcionadas oportunidades de visitá-los, conhecê-los e realizar propostas de práticas a serem ali vivenciadas. Propus-me também a visitar, além dos parques constituintes desta pesquisa, os outros parques do município de Vitória, tanto os naturais como os

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urbanos, procurando dialogar acerca das possibilidades de práticas educativas a serem desenvolvidas neles.

Em 2014 e em 2015, a divulgação de trabalhos junto a eventos científicos em Fortaleza CE (ENDIPE), Ponta Grossa PR (SINECT), Resende RJ (SEGeT), proporcionou a visita a parques locais, de forma a trazer mais elementos para esta Pesquisa.

A visita ao Rio de Janeiro teve como marco a historicidade dos parques brasileiros, haja vista que o Parque Nacional do Itatiaia se constitui como o primeiro parque nacional criado no Brasil, em 14/06/1937. Visitei também o Parque Nacional da Tijuca, onde está presente uma das maiores matas localizadas em área urbana do planeta. Retornei também, em 2014, ao Parque Municipal das Mangabeiras, encravado na Serra do Curral em Belo Horizonte (MG). Estas visitas representam valiosas investidas para nós, docentes.

Como afirma Freire (2005), o que pode representar como um gesto, uma ação insignificante, pode valer como força formadora ou como contribuição ao educando por si mesmo, através de suas memórias.

O desafio desta pesquisa se orienta pelo interesse em estudar, no processo de uma formação continuada, a Educação Ambiental e os espaços não formais de Educação, o que vai ao encontro da proposta do Programa Mestrado em Educação em Ciências e Matemática (EDUCIMAT), no qual uma das linhas de pesquisa aponta para a educação não formal, diversidade, inclusão social e sustentabilidade, vinculada à Educação Ambiental.

A Pesquisa vem no intuito de contribuir para o desenvolvimento da nossa formação pedagógica e de uma educação voltada para o conhecimento científico, assinalando as escolas com os parques que geograficamente se aproximam.

Destarte, o estudo surgiu a partir da concepção de que o espaço da escola, enquanto instituição formal, se torna propício à integração com outros espaços, ultrapassando os seus limites geográficos no contexto educacional, ambiental,

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histórico e social. Buscou-se, dessa forma, fundamentação teórica nas abordagens referentes à Pedagogia Histórico-Crítica, espaços formais e espaços não formais de Educação e Educação Ambiental.

A Pesquisa foi desenvolvida junto à Escola Municipal de Ensino Fundamental Professor Vercenílio da Silva Pascoal e à Escola Municipal de Ensino Fundamental Rita de Cássia Oliveira, junto ao Parque Natural Municipal do Vale do Mulembá-Conquista e ao Parque Natural Municipal Dom Luiz Gonzaga Fernandes, que se constituíram como locais de investigação.

A partir de diálogos iniciais junto aos profissionais que atuam nestas escolas, das quais eu também faço parte, e acreditando nas possíveis buscas de um possível caminhar vinculado à participação coletiva, foi possível apreender nestes momentos o interesse de nos apropriarmos da constituição dos ambientes onde atuamos, de explorarmos seu entorno, valorizando os diferentes saberes construídos historicamente.

Neste aspecto, Lobino (2010), contribui colocando que, para desenvolver o senso de pertencimento local, é preciso conhecimento para que o sujeito se reconheça como parte do território. Nesse sentido, buscou-se trabalhar junto aos educadores a partir de um processo de formação, a relação das escolas com os parques, na perspectiva da Educação Ambiental Crítica.

Tendo como ponto de partida os nossos diálogos, a expectativa em se trabalhar momentos coletivos de estudo, de pesquisa e de práticas pedagógicas se manifesta, tendo a clareza da importância da nossa participação enquanto sujeitos coletivos, participantes do cotidiano escolar e dos processos de ensino.

Dessa forma, remete-se à seguinte questão de pesquisa: “Em que medida uma proposta de Formação Continuada junto a profissionais de educação em uma perspectiva ambiental crítica, realizada em escolas municipais de Vitória/ES, pode possibilitar um maior aproximação com os parques nas práticas educacionais?”.

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Nesse entendimento, a Pesquisa tem como objetivo geral investigar a contribuição de uma proposta de Formação Continuada junto a educadores da Escola Municipal de Ensino Fundamental Professor Vercenílio da Silva Pascoal e da Escola Municipal de Ensino Fundamental Rita de Cássia Oliveira, a fim de promover uma aproximação e estabelecer relações com o Parque Natural Municipal do Vale do Mulembá-Conquista e o Parque Natural Municipal Dom Luiz Gonzaga Fernandes, no contexto da Educação Ambiental Crítica.

Podem ser listados como objetivos específicos a serem alcançados com a Pesquisa:

 analisar, junto aos educadores, o conhecimento sobre os espaços não formais de Educação e o trabalho realizado nos parques municipais existentes no entorno das instituições;

 problematizar e dialogar no sentido de contribuir e ampliar o conhecimento sobre Educação Ambiental, Educação Ambiental Crítica, espaços não formais de Educação e a aproximação entre as escolas com os parques municipais na perspectiva histórico-crítica;

 discutir propostas de práticas voltadas para o ensino e a aprendizagem no contexto da Educação Ambiental durante a Formação Continuada;

 elaborar uma proposta referente aos parques do município de Vitória, contendo possibilidades educativas pesquisadas, a partir da visita aos parques e de práticas pedagógicas elaboradas pelos participantes da formação, constituindo-se em sugestões a serem realizadas junto às escolas e aos parques, de forma a contribuir nos planejamentos e nas práticas pedagógicas.

Neste contexto, em que os desejos, as memórias, o repensar, a história e o processo de criação contínua compõem o teor deste trabalho, houve a busca de um diálogo referente aos espaços formais e não formais de Educação e às práticas pedagógicas a serem desenvolvidas, de forma a contribuir com reflexões vinculadas ao meio ambiente e educação, associando a teoria e a prática.

A partir da introdução apresentada na primeira parte, buscando alcançar os objetivos definidos, esta pesquisa está organizada da seguinte forma:

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 Segunda parte – discussão da metodologia da pesquisa, na qual é descrito o percurso adotado na investigação, o espaço situado no contexto da pesquisa, seus participantes, as etapas de desenvolvimento e coleta de informações e, por último, a apresentação do produto final almejado;

 Terceira parte – apresentação da fundamentação teórica para tratar da Educação Ambiental em seu contexto e espaço, a educação como processo de humanização e de direito, a Educação Ambiental Crítica, as tendências pedagógicas, interfaces com a Pedagogia Histórico-Crítica e a Educação Ambiental, a Pedagogia Histórico-Crítica e a Psicologia Histórico-Cultural vinculadas à ciência e aos espaços não formais de Educação;

 Quarta parte – apresentação do contexto da pesquisa, as escolas e parques pesquisados, a partir da dimensão socioambiental em Vitória-ES; apresentação de alguns fatores econômicos, sociais e ambientais de Vitória nas regiões da Grande São Pedro e Maruípe; análise socioambiental do município de Vitória, apontando suas contradições, seu meio ambiente e parques, espaços não formais de Educação, a criação de órgãos públicos para articulação com a Educação Ambiental; discussão da dinâmica de funcionamento dos parques no Brasil e, por último, abordagem da região da Grande São Pedro, os parques e as escolas lócus da pesquisa;

 Quinta parte – apresentação e discussão dos sujeitos da pesquisa e o seu perfil profissional, os instrumentos de coleta e análise de dados, a análise dos questionários aplicados, bem como a proposta da pesquisa/ação como método a ser utilizado; apresentação de todo o planejamento e execução do processo da Formação Continuada, bem como suas contribuições a partir de um processo investigativo;

 Sexta parte – apresentação do produto educacional desta investigação, que teve como objetivo contribuir com propostas de atividades que foram construídas junto ao coletivo durante a Formação Continuada, como possibilidades de serem realizadas na relação das escolas junto aos espaços não formais de Educação, especificamente os parques de Vitória/ES; esse material apresenta-se como subsídio aos educadores de forma a divulgar práticas e promovendo a Educação Ambiental Crítica e estará disponibilizado para a consulta da comunidade educacional no site do EDUCIMAT/IFES.

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O produto educacional constitui-se de um livro, cujo título “Educação Ambiental Crítica: possibilidades educativas de encontros entre espaços formais e não formais de Educação nas pegadas por Vitória ES”, está organizado em seis capítulos.

No capítulo I, é realizada uma breve apresentação de Vitória-ES, município onde se constituiu esta Pesquisa, trazendo em sua peculiaridade suas belezas e contradições.

No capítulo II, são apresentadas as teorias que embasam este trabalho e as leis que regem a Educação Ambiental a nível Nacional, Estadual e Municipal.

No capítulo III, informações referentes aos parques de Vitória, onde foi dada ênfase à legislação que os regem.

No capítulo IV, foram elencados os sete parques naturais de Vitória e construídas sugestões de atividades educativas e os quatorze parques urbanos, com informações gerais referentes ao funcionamento destes, algumas possibilidades educativas neles identificadas, bem como um conjunto de imagens. Há, ainda, neste capítulo, duas atividades desenvolvidas junto a educadores durante o processo de Formação Continuada nas escolas: “A Grande Pegada” e a “Trilha Interpretativa”.

No capítulo V, são expostas sugestões de práticas realizadas pelos cursistas, ao longo do processo de Formação Continuada, autorizadas através do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, que prevê a divulgação de propostas/relatos escritos.

Espera-se que o produto educacional possa contribuir para a sensibilização da comunidade educativa, buscando um olhar diferenciado para os espaços do entorno, no sentido de valorizá-los, proporcionando uma maior aproximação com os aspectos culturais, econômicos, ambientais, revertendo-se em atitudes e práticas cidadãs.

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2 PROPOSTA METODOLÓGICA E TRABALHO COM OS EDUCADORES

“Os problemas da natureza social e ecológica são indissociáveis, apesar de tratados de forma isolada por uma leitura ideológica que os fragmentou.”

Philippe Pomier Layrargues

2.1 A PESQUISA

A ação transformadora, o diálogo sobre a realidade e a busca por soluções coletivas que movem esta Pesquisa nos levam a apreender que Educação Ambiental é Educação. Educação que, através do diálogo, representa a aproximação entre os homens, o que foi sinalizado na proposta pedagógica de Saviani (1997) ao discorrer sobre a luta que a escola necessita enfrentar, no sentido de garantir um ensino de melhor qualidade nas condições históricas atuais e um pensar das relações estabelecidas nos diferentes espaços de vivência.

Acreditando que o diálogo crítico aponta para a transformação da realidade social, a nossa opção metodológica está vinculada a uma pesquisa exploratória com análise qualitativa dos dados, apresentando teores condizentes com a Pesquisa-Ação.

As intenções destacadas por Thiollent (2011) são relevantes para se dialogar a respeito do referencial escolhido, posto que a metodologia da Pesquisa-Ação está ligada à articulação do conhecer e do agir, da ação social, comunicativa e pedagógica, remetendo a um pensar e a um agir no contexto da atual sociedade.

De acordo com os objetivos gerais, esta pesquisa foi classificada como uma pesquisa exploratória, pois, conforme Gil (2002, p.41), “... tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a constituir hipóteses”. Seu planejamento é bastante flexível, de modo que possibilita a consideração dos mais variados aspectos relativos ao fato estudado. Esse tipo de pesquisa envolve um levantamento bibliográfico, entrevistas e análise de exemplos que estimulem a compreensão dos objetivos sinalizados.

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