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2 PROPOSTA METODOLÓGICA E TRABALHO COM OS EDUCADORES

2.1 A PESQUISA

A ação transformadora, o diálogo sobre a realidade e a busca por soluções coletivas que movem esta Pesquisa nos levam a apreender que Educação Ambiental é Educação. Educação que, através do diálogo, representa a aproximação entre os homens, o que foi sinalizado na proposta pedagógica de Saviani (1997) ao discorrer sobre a luta que a escola necessita enfrentar, no sentido de garantir um ensino de melhor qualidade nas condições históricas atuais e um pensar das relações estabelecidas nos diferentes espaços de vivência.

Acreditando que o diálogo crítico aponta para a transformação da realidade social, a nossa opção metodológica está vinculada a uma pesquisa exploratória com análise qualitativa dos dados, apresentando teores condizentes com a Pesquisa-Ação.

As intenções destacadas por Thiollent (2011) são relevantes para se dialogar a respeito do referencial escolhido, posto que a metodologia da Pesquisa-Ação está ligada à articulação do conhecer e do agir, da ação social, comunicativa e pedagógica, remetendo a um pensar e a um agir no contexto da atual sociedade.

De acordo com os objetivos gerais, esta pesquisa foi classificada como uma pesquisa exploratória, pois, conforme Gil (2002, p.41), “... tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a constituir hipóteses”. Seu planejamento é bastante flexível, de modo que possibilita a consideração dos mais variados aspectos relativos ao fato estudado. Esse tipo de pesquisa envolve um levantamento bibliográfico, entrevistas e análise de exemplos que estimulem a compreensão dos objetivos sinalizados.

Quanto às abordagens realizadas, a pesquisa foi classificada como qualitativa. A partir da análise interpretativa das informações coletadas e circunstâncias que envolveram os fenômenos estudados e as interações estabelecidas com os entrevistados, a pesquisa qualitativa possibilita estimular o desenvolvimento de novas compreensões sobre a variedade e a profundidade dos fenômenos (GIL, 2008).

De acordo com Thiollent (2011), na Pesquisa-Ação existem objetivos práticos de natureza bastante contígua: propor soluções quando for possível, acompanhar ações apropriadas e prosseguir nas soluções, contribuindo para a formação da interação dos participantes.

Seguindo a mesma concepção, Barbier (2007) atribui que a Pesquisa-Ação utiliza múltiplas técnicas de implicação (diário, registros, audiovisuais, análise de conteúdo), nas quais o pesquisador assume-se como participante dos processos, realizando, ao longo dos trabalhos, encaminhamentos e registros, de forma a levar os participantes ao desenvolvimento da ação educativa, a buscar colaboração, criticidade e reflexão. Nesse sentido, os processos referentes à Pesquisa-Ação se revelam como estratégia metodológica indicada para esta pesquisa, elaborada de forma que os participantes são envolvidos no processo, analisando-o, numa perspectiva dialogada, a partir de diferentes leituras/releituras desta modalidade de pesquisa.

Esta questão vai ao encontro do percurso que orienta as nossas abordagens filosóficas e pedagógicas, uma vez que aportamos na Pedagogia Histórico-Crítica, na qual Saviani (2003) propõe um movimento dialético a partir dos condicionantes históricos, procurando apreender os processos sociais, compreendendo como são produzidas as relações manifestadas no presente e suas condições de existência, das transformações históricas, até a inserção da educação neste processo, buscando uma prática educativa transformadora.

Uma compreensão análoga é realizada por Loureiro (2004), ao defender um movimento ambiental voltado para a criticidade, no qual o ser humano, enquanto ser social, vive e se define a partir das relações sociais, sinalizando para se pensar um

ambiente a partir de um movimento dialético, possibilitando à escola e aos espaços educacionais um diálogo com outras abordagens do campo ambiental.

Posto que nada se define em si, mas em relações em contextos espaço- temporais, no que se refere a método, a tradição dialética [...] dentre as que buscam pensar o enredamento do ambiente, a que se propõe a teorizar e agir em processos conexos e integrados, vinculando matéria e pensamento teoria e prática, corpo e mente, subjetividade e objetividade (LOUREIRO 2004, p.70).

Nesse entendimento e no alcance desta pesquisa, o autor remete a práticas que devem ser articuladas entre os espaços de Educação e formação, assim como pela aproximação da escola à comunidade em que está inserida de forma transformadora possam ser:

Metodologicamente realizadas pelo planejamento integrado das atividades curriculares e extracurriculares, pela articulação dos espaços formais e não formais de Educação; pela aproximação da escola comunidade em que se insere e atende; pela construção coletiva e democrática do projeto político- pedagógico e pela vinculação das atividades de cunho cognitivo com as mudanças das condições objetivas de vida (LOUREIRO, 2004, p.72-73). A partir desta construção metodológica, é que nos lançamos a um movimento de procura para as indagações apontadas inicialmente. Isso nos levou a pesquisar de forma a abranger um coletivo, junto a escolas e parques, ao refletirmos e analisarmos a contribuição de uma proposta de Formação Continuada, na aproximação destes espaços, visando à problematização do contexto da Educação Ambiental Crítica desenvolvida no âmbito educacional.

Dessa forma, essas indagações estão vinculadas à metodologia da Pesquisa-Ação identificadas na fala de Barbier (2007), que atribui características voltadas para um trabalho intencional e de cooperação, que busca, na possibilidade solidária, a resolução dos problemas, e na transformação da realidade, através de uma reflexão constante nas ações desenvolvidas, na qual existe a escuta sensível junto aos sujeitos, o entendimento de suas esperanças, seus sentimentos, viabilizando ações de refletir a realidade na qual estão inseridos, discutindo e possibilitando ações coletivas.

Destarte, com o intuito de apresentar uma visão da Pesquisa, bem como sua composição, foi produzido o seguinte diagrama:

Figura 5 - Diagrama Conceitual - Percursos da Pesquisa

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