• Nenhum resultado encontrado

Projeto de formação de leitores: Análise de uma experiência em uma escola particular de Fortaleza

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Projeto de formação de leitores: Análise de uma experiência em uma escola particular de Fortaleza"

Copied!
52
0
0

Texto

(1)

UFC - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE EDUCAÇÃO

DEPTO. ESTUDOS ESPECIALIZADOS

DISCIPLINA: TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

DANIELLI TSUNODA

PROJETO DE FORMAÇÃO DE LEITORES: ANÁLISE DE UMA EXPERIÊNCIA EM UMA ESCOLA PARTICULAR DE FORTALEZA.

FORTALEZA 2010

(2)

DANIELLI TSUNODA

PROJETO DE FORMAÇÃO DE LEITORES: ANÁLISE DE UMA EXPERIÊNCIA EM UMA ESCOLA PARTICULAR DE FORTALEZA.

Monografia apresentada para conclusão do Curso de Pedagogia da Universidade Federal do Ceará.

Orientadora: Profª. Dra. Adriana Leite Limaverde Gomes

FORTALEZA 2010

(3)

DANIELLI TSUNODA

FORTALEZA 2010

BANCA EXAMINADORA

________________________________________________________________ Profª Dra Adriana Leite Limaverde Gomes

orientadora

________________________________________________________________ Profª Dra Bernadete Souza Porto

________________________________________________________________ Profa MS. Cristina Façanha

(4)

DEDICATÓRIA

À minha família pela paciência e por estar do meu lado em todos os momentos.

(5)

AGRADECIMENTOS

A Deus

À minha família

Aos professores que muito contribuíram com minha formação. À orientadora Adriana Leite Limaverde Gomes pela dedicação.

(6)

“Uma das primeiras tarefas da escola é, pois, proporcionar uma pedagogia da cultura escrita que considere muito concretamente experiências infantis . As aquisições extraescolares efetuadas em casa, no bairro ou na rua podem e devem servir de ponto de apoio para as aprendizagens feitas em aula.” Chartier et al. (1989.p.50)

(7)

Resumo

O presente trabalho objetiva descrever o Projeto de Formação de Leitores realizado em uma escola particular de Fortaleza, e analisar os resultados obtidos a partir dessa experiência desenvolvida. Com relação ao processo ensino-aprendizagem, a análise do trabalho foi embasada na teoria sócio-histórica de Vygotsky. A abordagem de Vygotsky entende que o processo de construção do conhecimento ocorre através da interação do sujeito com o meio em que vive. Esse pressuposto foi adotado na hipótese de que, através das atividades de língua portuguesa elaboradas e desenvolvidas em meio às atividades lúdicas (desenhos, leituras, encenação das fábulas, etc) do Projeto de Formação de Leitores, as crianças possam avançar no processo de aquisição de leitura e escrita. Participaram deste estudo quatro professores e seis alunos envolvidos no projeto mencionado. A pesquisa de campo consistiu na aplicação de entrevistas com os sujeitos participantes. Os resultados indicaram que o Projeto permitiu aos alunos ampliarem o desenvolvimento criativo e reflexivo, este último em relação à moral das fábulas e a relação com a nossa vida. Verificou-se ainda que as crianças que entraram em contato com o projeto de formação de leitores puderam modificar seus conhecimentos anteriores, dando um passo maior em relação à leitura e à escrita. Foi observado que as crianças se engajaram no processo de conhecimento e de criação. Os dados evidenciaram que os professores envolvidos no Projeto de Formação de Leitores mostraram uma postura positiva, adquiriram competências que possibilitaram uma aprendizagem reflexiva de seu aluno, assim como uma ação-reflexão de sua prática. Diante desse estudo, pode-se entender como o envolvimento com projetos de leitura levam as crianças a melhorar sua leitura e sua escrita, a importância da interação, não só com os gêneros textuais, mas com as outras crianças que levaram ao aprimoramento da leitura e da escrita, proporcionando o crescimento qualitativo das produções literárias. A realização deste estudo propiciou um bom momento para reflexão acerca da importância dos projetos de formação de leitores.

(8)

Abstract

This paper aims to describe the Training Project players performed in a private school in Fortaleza, and analyze the results obtained from this experiment developed. Regarding the teaching-learning process, the analysis of the study was based on socio-historical theory of Vygotsky. The approach of Vygotsky believes the process of knowledge construction occurs through the subject's interaction with the environment in which they live. This assumption was adopted on the assumption that, through the activities of the Portuguese language and developed among the recreational activities (drawing, reading, staging of fairy tales, etc.) of the Education Project Readers, children can go through the process of acquiring reading and writing. The study included four teachers and ten students involved in the project mentioned. The fieldwork consisted of interviews with the participants. The results indicated that the project allowed students to expand the creative development and reflective, the latter in relation to moral fables and the relationship with our lives. It was also found that children who come into contact with the project for educating readers might modify their previous knowledge, one step higher than the reading and writing. It was shown that children engaged in the process of knowledge and creation. The data showed that even the teachers involved in Education Project Readers have shown a positive attitude, have acquired skills that enabled a reflective learning of their students, as well as an action-reflection of their practice. Given this study, we can better understand how the involvement with reading projects take children improve their reading and writing as well as the importance of interaction not only with the genres, but with other children that led to the improvement of reading and writing, providing the improvement of literary productions. This study provided a good moment for reflection about the importance of the

Project of Training of Readers.

(9)

SUMÁRIO 1. Introdução ...10 1.1 Questões norteadoras...15 1.2 Objetivos...16 1.2.1Objetivos gerais...16 1.2.2 Objetivos específicos ...16 2. Aprendizagem da Leitura...17 2.1 O que é ler?...17 2.2 Estratégias de leitura...19 2.3 Formação do leitor...21

2.4 Como a escola forma o leitor?...23

3. Apresentando o Projeto de Formação de Leitores...28

3.1 Procedimentos do projeto...29

4. Metodologia da pesquisa...31

4.1 Local da pesquisa...31

4.2 Os sujeitos da pesquisa...32

4.3 Procedimentos da pesquisa ...34

4.4 Análise dos dados...35

4.4.1 As entrevistas com os professores do 4º ano fundamental ...35

4.4.2 As entrevistas com os professores do 5º ano fundamental ...36

4.4.3 As entrevistas com os alunos que participaram do projeto...38

Conclusão ...40

Apêndices ...42

Roteiro das entrevistas com os alunos...42

Roteiro das entrevistas com os professores...42

Anexos...44

(10)

Introdução

Escolhi este tema a partir de uma experiência vivenciada em uma escola particular na cidade de Fortaleza. A experiência profissional foi desenvolvida no em 2009, com as crianças do 4º ano fundamental de um colégio particular de Fortaleza, período em que eu atuava como professora naquela série.

A experiência desenvolvida foi o projeto de Formação de Leitores, que visava despertar nas crianças o gosto pela leitura, bem como o aprimoramento da produção escrita. O projeto em questão utilizou o gênero fábula, e objetivou contribuir para que os alunos conhecessem sua estrutura e também identificassem alguns autores. O Projeto também permitiu ao aluno ampliar o desenvolvimento criativo e reflexivo, este último em relação à moral das fábulas e a relação com a nossa vida.

O interesse por essa temática decorre também da constatação verificada em relação à interação das crianças com a leitura. Frequentemente, professores da escola básica se queixam da falta de estímulo das crianças em relação à leitura. Pesquisa do IBGE1 aponta a taxa de analfabetismo de 10,4% entre pessoas com mais de 15 anos; o ensino deficiente é, também, um problema tão grave quanto a total falta de estudo. Um dos reflexos disso é a quase ausência de hábito de leitura entre os jovens em idade escolar e universitária, dizem especialistas. Para eles, se, por um lado, a prática não tem sido incentivada pela família, por outro, a escola não tem cumprido bem o seu papel.

Segundo Freire, (1989) a "leitura do mundo" precede a leitura da palavra, ou seja, a compreensão do texto se dá a partir de uma leitura crítica, percebendo a relação entre o texto e o contexto. Dessa forma, percebemos que o leitor crítico não é apenas um decifrador de sinais, mas sim, aquele que se coloca na leitura, que tem o diálogo com o escritor, sendo capaz de construir o universo textual, instituindo-se como sujeito do processo de leitura.

(11)

Nesta concepção de leitura, na qual o leitor conversa com o autor, a leitura torna-se uma atividade social. No papel de interação entre indivíduos, a leitura não pode ser compreendida como a decodificação de símbolos, mas sim como a leitura de mundo, que deve ser composta de sujeitos capazes de compreender o mundo e nele atuar como cidadãos.

A leitura crítica leva a produção de outro texto, o texto do próprio leitor. A leitura crítica sempre gera expressão.

Souza (1992,p.22) afirma:

"Leitura é, basicamente, o ato de perceber e atribuir significados através de uma conjunção de fatores pessoais com o momento e o lugar, com as circunstâncias. Ler é interpretar uma percepção sob as influências de um determinado contexto. Esse processo leva o indivíduo a uma compreensão particular da realidade".

Segundo Isabel Solé “a leitura é um processo de interação entre o leitor e o texto; neste processo tenta-se satisfazer [obter uma informação pertinente para] os objetivos que guiam a leitura.” (Solé, 2008, p.40)

Com essa afirmação, entendemos que além da compreensão da linguagem escrita, tona-se necessário envolver a criança no processo, levando em consideração suas expectativas, como leitora, sua bagagem em relação à leitura proposta para que ela seja capaz de dar significado à leitura.

A criança envolvida no projeto de leitura tem mais informações sobre o texto que vai ler, facilitando sua interpretação. Para Emilia Ferreiro (2004), a criança tem um papel ativo no aprendizado, ela constrói o próprio conhecimento. Para isso, cabe à escola proporcionar um ambiente de aprendizagem em que ela irá assimilar e acomodar as descobertas; todo o processo leva determinado tempo, e o objetivo é que ela interprete o ensino recebido e não simplesmente reproduza o que ouviu.

O papel da escola é motivar a criança a construir o seu conhecimento, fazendo releituras do conteúdo aprendido. O entendimento da leitura não vem do texto, mas é

(12)

construído pelo leitor com base no conhecimento que possui da linguagem e das suas vivências de mundo.

“O ambiente alfabetizador apoia-se, predominantemente, na riqueza da interação do sujeito com as pessoas e formas de intervenção das mesmas no desenvolvimento de seu processo de aquisição da linguagem escrita.” (VARELLA, 2004, p.28).

A leitura amplia e diversifica nossa visão e interpretação de mundo, desse modo, a ausência da leitura pode ser uma forma de exclusão.

A leitura não pode ser algo imposto ou obrigatório, mas antes, uma habilidade que depende da vontade do leitor. Ler por obrigação, sem ter prazer, só como mais uma atividade escolar, longe de criar bons leitores, pode até criar aversão à leitura.

Percebe-se que na escola fundamental, a maioria das crianças não tem interesse pela leitura, talvez pelo acesso às tecnologias e mídias, ou pela falta de acesso aos livros. Observamos que as crianças estão perdendo o hábito da leitura, e quando leem, quase sempre são motivadas por solicitações dos professores, ou ainda quando para serem avaliadas.

Partindo de tais constatações, surgiram os projetos de leitura, objeto de análise desta investigação, que foram desenvolvidos com o propósito de envolver a criança, estimulando o hábito da leitura prazerosa. Através da leitura que se forma cidadãos críticos em busca de melhor aprendizado sociocultural .

O caráter prazeroso da prática da leitura e da escrita não é enfatizado, ficando os professores na repetição e na rotina. Portanto, um caminho possível para desenvolver nas crianças a prática da leitura e escrita é utilizar brincadeiras, desenhos, etc. para que o aprendizado se torne de fato significativo.

“As crianças devem sentir a necessidade do ler e do escrever no seu brinquedo” (VYGOTSKY,1994,apud Braga,2002,p.195).

Embasado na teoria do processo ensino-aprendizagem, o Projeto de Formação de Leitores explora aspectos relativos ao trabalho da língua portuguesa A leitura é uma ferramenta eficaz nos processos de aprendizagem: além de contribuir para o

(13)

desenvolvimento intelectual do ser humano, ela representa a oportunidade de ampliar a visão de mundo e ter a consciência do seu papel na sociedade.

Através da leitura podemos criar uma série de conceitos e significações acerca do objeto estudado. O contato com o livro mostra ao leitor as possibilidades de estar em um lugar sem sair da sala ou de entender as atitudes de um personagem ou ainda de estabelecer valores para a vida.

Hoje, temos mais facilidade quanto ao acesso aos livros, e as bibliotecas constituem espaços importantes que contribuem para o crescimento intelectual. Nesses espaços públicos, o aluno tem acesso gratuito aos livros, mas parece-me que na mesma proporção das facilidades, nasceu o distanciamento das crianças do livro; acredito que as novas mídias possam estar influenciando no comportamento dos educandos. Contudo, é importante ressaltar, a fim de não cometer radicalismo, que há muitos casos de crianças que leem por prazer e são leitoras assíduas das bibliotecas do colégio em que estudam.

O ato de ler se dá na experiência existencial. Ao longo da escolarização, a criança vai ampliando a sua leitura de mundo, sua capacidade de perceber o universo à sua volta (objetos, coisas, letras, sinais, etc.), cuja compreensão vai aprendendo no trato com eles e na sua relação familiar.

A leitura tem significação quando é utilizada para a compreensão da importância do ato de ler, escrever ou reescrever. Assim, os projetos mostram a leitura e também envolvem o leitor em atividades que ele consegue transformar através da prática consciente, e não de uma cópia ou um estudo sem significação para uma prova. Esse movimento dinâmico é um dos aspectos centrais do projeto Formação de Leitores, objeto de análise desta pesquisa, que mantém o aluno envolvido na aquisição do hábito de ler. Isso implica percepção crítica, interpretação e “reescrita” do lido.

O educando consegue entender que ler tem várias implicações:

Ler é saber: temos como primeiro resultado da leitura o aumento do conhecimento geral ou especifico. Com a leitura, a criança faz trocas de conhecimento e não só recebe, mas também traça semelhanças e diferenças entre as experiências próprias e

(14)

as narradas pelo escritor, compara o próprio ponto de vista com o dele, o das personagens, enfim, recria ideias e revê conceitos.

Ler é dialogar: quando estamos lendo, estabelecemos um diálogo com o texto, compreendendo o que o autor está querendo transmitir, assim fazemos questionamentos e procuramos soluções e respostas; com a leitura exercitamos o discernimento.

Podemos opinar de modo favorável ou não acerca dos pontos de vistas, elaboramos argumentos, refletimos sobre as opções dos personagens ou sobre as ideias defendidas pelo autor.

Ler é ampliar a representação intelectual: quando lemos, ficamos motivados a observar aspectos da vida que antes não percebíamos. Com a leitura de bons livros nos capacitamos intelectualmente, melhorando a nossa reflexão e o pensamento crítico. Assim abandonamos a consciência ingênua e assumimos uma postura crítica dentro do contexto social.

“A leitura é um caminho promissor capaz de transformar a realidade, é a vacina contra a ignorância e o conformismo,este filho daquela. Que a sociedade se transforme em um varal literário, uma sociedade composta de leitores

conscientes, de bons escritores, de gente que pensa, de gente, que fala, de gente que faz a diferença.”(Revista veja 2007 “pérola do

vestibular”p.26)

Assim, para que os educadores melhorem sua prática, devem começar a avaliar a importância do ato de ler, assumindo o papel de incentivadores da leitura.

O livro amplia o trabalho do professor em sala de aula, aumenta o processo de aprendizagem extraescolar, pois a leitura começa a fazer parte da rotina da criança.

A partir dessa compreensão sobre leitura, alguns questionamentos surgiram levando-se em consideração o desenvolvimento do Projeto Formação de Leitores: até que ponto esse projeto contribuiu para a inserção dos alunos sujeitos desse estudo no mundo do letramento? Será que a leitura e a escrita das crianças melhoram no desenvolvimento do

(15)

projeto de leitura? E após a experiência com o projeto, o que as professoras perceberam em relação à leitura e à escrita das crianças?

Desse modo, a presente pesquisa objetiva discutir sobre o papel do Projeto de Leitura na formação de leitores, verificando se as estratégias metodológicas empregadas contribuíram para ampliar a leitura dos alunos em sala de aula. O estudo visa também analisar quais os benefícios desse Projeto de Leitura na formação de leitores em uma determinada escola particular de Fortaleza, bem como analisar o desenvolvimento da leitura e da escrita das crianças do 4º ano a partir da participação do referido projeto.

Pode-se considerar como ponto forte da pesquisa a aquisição do conhecimento na formação do leitor crítico, a aproximação com a pesquisadora e os pesquisados, como também a troca de experiências com as professoras que relataram suas vivências contribuindo para o enriquecimento da pesquisa, o interesse da instituição em oferecer formação continuada aos professores que nela atuam.

A dificuldade de coletar dados, o descaso de alguns profissionais que atuam na área, bem como sua falta de comprometimento para com os alunos, são pontos fracos que ficaram evidentes no decorrer da pesquisa.

Os dados registrados foram comprovados através de pesquisa de campo que mostra a veracidade e a autenticidade do estudo. Os objetivos foram trabalhados e acompanhados para que não se perdesse o que se pretendia avaliar no decorrer da pesquisa.

Diante do exposto, indico algumas questões da pesquisa que deverão ser respondidas ao longo deste trabalho:

1.1 Questões norteadoras:

 Será que o Projeto de Formação de Leitores contribuiu para o desenvolvimento da leitura dos alunos do 4º ano do ensino fundamental I?

 Ocorreram ou não avanços na escrita das crianças do fundamental I, após a participação no Projeto de Formação de Leitores?

(16)

 As produções textuais desenvolvidas, após a apresentação e a execução do projeto de formação de leitores, apresentaram melhor qualidade literária?

1.2 Objetivos

1.2.1 Geral:

Analisar o desenvolvimento da leitura e da escrita dos alunos do 4º ano do Ensino Fundamental de uma escola particular na cidade de Fortaleza, após a participação do projeto formação de leitores.

1.2.2 Específicos:

 Identificar as habilidades de leitura e de escrita desenvolvidas pelos alunos participantes do Projeto;

 Investigar se o projeto de formação de leitores interferiu na produção textual dos alunos em relação à qualidade literária.

Para alcançar os objetivos aqui traçados, o trabalho foi organizado em quatro capítulos, dispostos da seguinte maneira:

No primeiro capítulo consta a introdução do trabalho, com seus objetivos e limitações do tema. Diz respeito ao tema, contando com uma apresentação dos objetivos, razões e motivações e a importância do trabalho, e relata o que gerou o meu interesse pela pesquisa.

O objetivo geral, no qual descrevo o que pretendia alcançar e entender com a pesquisa realizada, e os objetivos específicos pensados para serem seguidos ao longo da pesquisa, definindo os caminhos a serem tomados, permitiram a organização do trabalho norteando os passos da pesquisa para não perder a direção do estudo.

(17)

O segundo capítulo traz em seu conteúdo o suporte teórico para a elaboração do trabalho, apresentando como se dá a leitura e a formação do leitor crítico, a perspectiva construtivista inserida no processo de formação de leitores.

O terceiro capítulo apresenta o Projeto de Formação de Leitores, os procedimentos do projeto e sua aplicação junto às crianças.

No quarto capítulo constam a coleta e a interpretação dos dados da pesquisa, a análise dasentrevistas feitas aos professores e alunos; interpretação dos dados levantados, e por fim, as considerações gerais sobre a pesquisa, com uma análise pessoal a respeito dos dados coletados.

Na conclusão, verifiquei que o estudo mostrou as dificuldades do professor no seu cotidiano, bem como o envolvimento dos alunos no Projeto de Formação de Leitores.

Sendo assim, posso considerar que este tema foi importante para o entendimento do processo de aquisição e melhora da leitura e da escrita, através do Projeto de Formação de Leitores, contribuindo para futuros estudos sobre a formação do leitor.

2. Aprendizagem da Leitura

O presente capítulo tem como objetivo discutir sobre o que é ler, quais as estratégias de leitura desenvolvidas na escola, bem como discutir sobre a formação do leitor pela escola. Ele foi organizado em quatro itens assim denominados:

2.1 O que é ler?

2.2 Estratégias de leitura. 2.3 Formação do leitor.

2.4 Como a escola forma o leitor?

2.1 O que é ler?

As descobertas de Emilia Ferreiro (1998) levam à conclusão de que as crianças têm um papel ativo no aprendizado. Segundo Ferreiro (1998), elas constroem o próprio conhecimento sobre a escrita. A teoria construtivista afirma que a criança faz releituras do que aprendeu dando significação e acomodando os dados recebidos.

(18)

“ A leitura é uma atividade profundamente individual e duas pessoas dificilmente fazem uma mesma leitura de um texto, mesmo científico. Ao contrário da escrita, que é uma atividade de exteriorizar o pensamento a leitura é uma atividade de assimilação de conhecimento, de interiorização, de reflexão .”(CAGLIARI, 1989: p.50)

Para muitos, a leitura é um processo de descobertas, uma tarefa prazerosa, ou mesmo lúdica, mas não devemos esquecer que será sempre uma atividade de organização de conhecimentos, de reflexão.

Concordando com Isabel Solé (2008), entendemos que a compreensão da leitura irá depender do que a criança já sabe, das experiências adquiridas em sua vida. A criança aprende a ler quando relaciona o que lê com seu conhecimento de mundo, dando significação para o texto. Assim, cada criança poderá ter uma leitura própria de um mesmo texto dependendo do seu conhecimento prévio. “A leitura é um processo de emissão e verificação de previsões que levam à compreensão do texto”. (Solé 2008,p.116)

A autora acrescenta que:

“Ler é muito mais do que possuir um rico cabedal de estratégias e técnicas. Ler é, sobretudo, uma atividade voluntária e prazerosa, e quando ensinamos a ler devemos levar isso em conta. As crianças e os professores devem estar motivados para aprender e ensinar a ler”. Solé ( 2008,p.90)

Para ler, é necessário dominar as habilidades de decodificação e aprender as distintas estratégias que levam à compreensão. Também se supõe que o leitor seja um processador ativo do texto, e que a leitura seja um processo constante de emissão e verificação de hipóteses que levam à construção da compreensão do texto e do controle desta compreensão. (Solé, 2008, p.24)

(19)

Cabe ao professor orientar o aluno e incentivá-lo a usar todo o seu conhecimento para que possa participar ativamente do processo de leitura, utilizando seus conhecimentos para interpretação, de modo que interaja com o texto, em busca do seu significado.

Ler abre novos caminhos dos conhecimentos. Desde a infância, o individuo desenvolve a mente; com a continuação do hábito de ler, construímos uma fonte grande de informação, que colocaremos em prática ao longo da vida, seja no nosso dia a dia ou na vida profissional.

A criança, desde pequena, ao ter o hábito de participar de eventos de letramento, onde a leitura é uma prática cotidiana, poderá favorecer sua compreensão leitora, e compreender ainda que ler significa muito mais do que identificar as palavras, ou seja, as palavras fazem sentido, pode-se interpretar, relacionar e compreender e entender o que for importante.

Os benefícios agregados à leitura são evidentes: ampliamos e integramos conhecimentos, enriquecemos nosso vocabulário, além de facilitar a comunicação dentro da sociedade, também nos tornamos críticos.

2.2 Estratégias de leitura

Ao abordarmos o tema estratégias de leitura, estamos nos referindo a operações regulares para abordagem de um texto. Percebemos então, que a criança está interagindo com o texto lido a partir da elaboração de respostas, como também na maneira como que ela explora o texto (como lê, se relê, se sublinha algo que achou interessante, etc.).

Quando a leitura é mecânica2 a criança ao ser indagada, não terá a certeza do que leu e não fará questionamentos e relações com a sua “bagagem de informações”.

2

A leitura mecânica dá-se pela fixação dos olhos em determinados segmentos do texto, que

podem ser uma palavra ou um pequeno grupo de palavras. Ao que parece, o leitor não processa as letras que compõem um determinado segmento de modo linear, da esquerda para a direita, mas de modo simultâneo. (Aspectos da leitura /Vilson J.Leffa- Porto Alegre: Editora Sagra DC Luzzatto,1996. p.25-32)

(20)

Quanto mais informação possuir um leitor sobre o texto que vai ler, menos precisara se “fixar” nele para construir uma interpretação. (Solé, 2008,p.24).

O leitor pode utilizar diferentes estratégias de leitura ao ler um texto, segundo Kleiman (1998) elas podem ser classificadas em estratégias metacognitiva e estratégia cognitiva:

Estratégias metacognitivas seriam aquelas operações (não regras), realizadas com algum objetivo em mente, sobre as quais temos controle consciente, no sentido de sermos capazes de dizer e explicar a nossa ação .

Estratégia cognitiva da leitura seriam aquelas operações inconscientes do leitor, no sentido de não ter chegado ainda ao nível consciente, que ele realiza para atingir algum objetivo de leitor. (KLEIMAN,1993,p.50)

Em relação ao uso da estratégia metacognitiva, poderíamos dizer que a criança conseguiria não só autoavaliar a sua compreensão do texto lido, como também determinar objetivos para a leitura. Assim, a criança teria consciência sobre essas duas operações e saberia dizer quando não está entendendo o texto, podendo elaborar estratégias para conseguir maior eficiência na leitura e voltar ao

trecho lido, fazer resumos, pontuar as palavras que não entendeu e procurar o seu significado,etc., e também indicar para que ele está lendo o texto.

Enquanto a estratégia cognitiva seria a maneira como o leitor faz a leitura, rápida ou cuidadosa, se ele utiliza-se de maneiras diferentes dependendo das necessidades do momento, sem ter a necessidade de descrever, pois é uma atividade inconsciente, não verbal e que seria difícil descrever em palavras.

Segundo Kleiman (1998, p. 49);

“Quando falamos de estratégias de leitura, estamos falando de operações regulares para abordar o texto. Essas estratégias podem ser inferidas a partir da compreensão do texto, que por sua vez é inferida a partir do comportamento verbal e não verbal do leitor, isto é, do tipo de respostas que ele dá a perguntas sobre o texto, dos resumos que ele faz, de suas paráfrases, como também da

(21)

em parte alguma, se passa os olhos rapidamente e espera a próxima atividade começar, se relê”.

É importante para a criança compreender os propósitos da leitura de um texto. Para dar significado a ele, é fundamental que ela reflita sobre o que tem: o que lê? Por quê?, Para quê?. Como também fazer o levantamento dos conhecimentos prévios para o texto em questão, o que sabe sobre o texto? O que sabe sobre outros conteúdos que se relacionam com o texto em questão, quais informações que tem sobre o autor, o gênero, o tipo de texto, etc.

Desse modo, reafirmo a importância dos projetos de leitura, como estratégia importante para a construção desses propósitos. A criança não terá somente o texto a ser lido e compreendido, mas terá as informações construídas por ela mesma.

2.3 Formação do leitor

A leitura é um processo complexo. O leitor, no ato da leitura, deve trazer à mente informações necessárias para serem aplicadas à nova situação, decodificando as letras e fazendo as interpretações necessárias para o entendimento do texto.

A formação do leitor se dá no momento em que a criança tem previsões sobre o texto lido, gerando interesse nas novas descobertas. Algumas informações poderiam, então, fazer parte da formação desse leitor:

Segundo Kleiman ( 1998,p.51):

a) fazer a predição da capa do livro, gerando expectativas do texto que será lido.

b) Fomentar atitudes de atenção e respeito. c) Escutar um leitor experiente.

d) Verificar a compreensão do que foi lido, socializando as dúvidas do grupo. e) Fazer comparativos com outras leituras.

(22)

É importante que a criança perceba que precisa ler não somente para compreender o texto escrito, mas também para se comunicar, trocar informações, adquirir conhecimentos, ampliar as relações com o mundo.

Para Kleiman (1998, p. 51):

“o leitor proficiente faz escolhas baseando-se em predições quanto ao conteúdo do livro. Essas predições estão apoiadas no conhecimento prévio, tanto sobre o assunto (conhecimento enciclopédico), como sobre o autor, a época da obra (conhecimento social, cultural, pragmático) o gênero (conhecimento textual). Daí ser necessário que todo programa de leitura permita ao aluno entrar em contato com um universo textual amplo e diversificado”.

Assim, é primordial para o sucesso do trabalho de leitura desenvolvido em sala de aula, a utilização de um amplo e diversificado universo textual. A criança que tem contato com os vários gêneros e tipos de textos que circulam socialmente, adquire autonomia para escolher o tipo de texto que mais se encaixa com o seu gosto. Daí a importância de proporcionar para os alunos diversificadas situações, nas quais a leitura esteja em foco, pois se aprende a ler lendo e a interpretar o que leu interpretando.

É importante diversificar o trabalho com a leitura, e os projetos desempenham bem este papel, dando oportunidade aos alunos de adquirirem familiaridade com os textos trabalhados. As crianças podem então criar maneiras próprias de entrar em contato com a leitura compreendendo melhor o que leram. Claro que a criança ao se apropriar do texto, não garante que o trabalho com a leitura se concretize, faz-se necessário um planejamento sistematizado e, principalmente, coerente com a realidade do aluno.

Sabemos que a escola é o local onde a maioria das crianças tem acesso mais frequente à leitura de livros, visto que a aquisição de obras literárias não é possível a todas as famílias; também parece que não faz parte da nossa cultura procurar com constância as bibliotecas públicas.

(23)

A leitura oferece à criança, além do contato com o lúdico, o despertar do raciocínio, da criatividade, da atenção, da criticidade e permite à criança um contato autêntico com a escrita.

A leitura está ligada à humanidade. A história da vida humana está registrada em documentos escritos, compilados desde as nossas origens até os atuais acontecimentos. Saber ler implica não somente decodificar símbolos ou decifrar palavras, mas também compreender o significado que as palavras adquirem quando estão juntas, o leitor pode assim interpretar o que quis dizer o autor, questionando, participando, interando-se das ideias e formulando-as.

2.4 Como a escola forma o leitor

A leitura não é só um das ferramentas mais importantes para o estudo e o trabalho, é um instrumento muito prazeroso à vida.

Segundo Charmeux (1994, apud Martins, 2002, p.67),

“A leitura, além de ser indispensável na vida em sociedade é uma importante ferramenta de enriquecimento pessoal.” Dessa forma, perguntamos como a escola forma o leitor? Será que a escola está atendendo de modo satisfatório a esse pressuposto?

A escola então deve ter a preocupação sobre as suas práticas no ensino da leitura, revendo seu projeto político pedagógico, e sua prática docente.

A esse respeito Marisa Lajolo afirma que:

“Se algumas metodologias e estratégias propostas para o desenvolvimento da leitura parecem enganosas por trilharem caminhos equivocados, o engano

(24)

instaurou-se no começo do caminho, a partir do diagnóstico do declínio ou da inexistência do hábito de leitura entre os jovens” (2004, p. 107).

Concordando com a autora, cabe ao professor a responsabilidade pela busca de estratégias de leitura que melhorem e atendam aos alunos, assim sua ação será de suma importância para o processo de formação de leitores.

Para que as crianças tenham prazer e compromisso com a leitura, a escola precisa mobilizar seus alunos internamente, pois aprender a ler demanda esforço e, para isso, deve fazê-los compreender que a leitura é algo interessante e desafiador, que trará para ele autonomia e independência.

Ainda, nessa perspectiva, a formação do aluno letrado só acontecerá se a escola disponibilizar ambientes favoráveis à aquisição da leitura. Assim se faz necessário que a escola tenha bons livros e um acervo diversificado de gêneros literários capazes de atender a todos os segmentos de ensino da escola e ao gosto literário dos alunos.

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais3 os objetivos de Língua Portuguesa para o período entre a 1ª e 4ª séries são, dentre outros:

As práticas educativas devem ser organizadas de modo a garantir, progressivamente, que os alunos sejam capazes de:

 Compreender o sentido nas mensagens orais e escritas de que é destinatário direto ou indireto: saber atribuir significado, começando a identificar elementos possivelmente relevantes segundo os propósitos de interações do autor;

 Produzir textos escritos coesos e coerentes, considerando o leitor e os objetos da mensagem, começando a identificar o gênero e o suporte que melhor atendem à intenção comunicativa;

 Escrever textos dos gêneros previstos para o ciclo, utilizando a escrita alfabética e preocupando-se com a forma ortográfica;

(25)

 Utilizar a linguagem oral com eficácia, sabendo adequá-la a intenções comunicativas que requeiram conversar num grupo, expressar sentimentos e opiniões, defender pontos de vista, relatar acontecimentos, expor sobre temas estudados;

 Considerar a necessidade das várias versões que a produção do texto escrito requer, emprenhando-se em produzi-las com a ajuda do professor.(p.103-104)

Cabe à escola organizar momentos de leitura em que o professor também leia e planeje atividades diárias, garantindo que as de leitura tenham a mesma importância que as outras, e que estas possibilitem aos alunos a escolha de suas leituras e o empréstimo de livros na escola.

Cabe ao professor utilizar os recursos materiais oferecidos pela instituição a fim de despertar no aluno o gosto pela leitura. Durante a prática diária de leitura, o professor deve usar estratégias como a leitura de forma silenciosa, individual, coletiva, em grupo, com recurso de materiais, deixando claras as diferentes formas de leitura e os procedimentos que elas requerem do leitor, mostrando para as crianças que o ato de ler pode ter diferentes finalidades: ler para estudar, ler para descobrir, ler para se divertir.

Para formar leitores é necessário incentivar o hábito de leitura nas crianças desde cedo, mostrando também a importância da escrita. Para que isso aconteça, a escola desempenha papel indispensável, fazendo com que as crianças entrem em contato com livros desde muito pequenas; mesmo as que não sabem ler convencionalmente, precisam do contato com livros de verdade .

Ao ouvir as histórias, as crianças poderão expor o que entenderam e defender uma opinião sobre o livro e seu autor. Nessa atividade os alunos estão praticando o comportamento típico de leitores proficientes. Leitor este que desenvolve estratégias cognitivas que lhes permitem tomar decisões tanto durante a leitura como em suas escolhas cotidianas: estando diante de uma obra de difícil compreensão, logo reconhecem as suas dificuldades, fazendo uma rápida avaliação, eles determinam estratégias.

(26)

A escola leva a criança a ter um comportamento leitor, ou seja, ensinando a literatura, a escola dá condições para que os alunos vivenciem a maneira como um leitor se comporta antes, durante e depois da apreciação de uma obra literária, além de possibilitar a interpretação por diversas maneiras de um texto lido.

A escola deve estar atenta para motivar seus alunos à leitura, proporcionando prazer e entretenimento. Existem muitas sensações envolvidas na leitura de livros: medo, curiosidade, angústia, alegria, etc. A criança leitora, muitas vezes, pode sentir dificuldade em ler, pois o texto é, de fato, difícil de ser lido e compreendido. Portanto, ler também demanda esforço do leitor.

A escola tem o papel de ensinar aos alunos a lerem literatura por meio de trabalhos pedagógicos planejados e focados nos comportamentos dos alunos e na ampliação de repertório. Um longo processo que se inicia na educação infantil com a leitura de bons livros feita pelo professor (modelo para as crianças de entonação, aplicação de acentuação, etc.), assim a escola cria condições para que as crianças se familiarizem desde cedo com vários gêneros literários.

O colégio pesquisado, além de desenvolver projetos de leitura, também criou uma comunidade de leitores em classe, ou seja, criou um espaço onde todos têm a chance de participar, opinar. As crianças têm a oportunidade de sugerir para seus colegas um livro lido por ele. Esse projeto paralelo chama-se “Indique um livro”. Nesse projeto, as crianças trazem livros de casa, preenchem uma ficha de indicação e nessa ficha expõem por que o colega deveria ler o seu livro. Várias ações podem ser tomadas no colégio para que as crianças percebam a importância e o prazer da leitura.

Quando a criança aprende a ler, ela entra no mundo da escrita. Antes de chegar ao domínio da leitura, a criança faz um percurso. No início, ela sabe identificar que há qualquer coisa escrita num objeto, mesmo sem saber ler a criança compreende um bom número de mensagens, só pelo fato de ter familiaridade com o contexto na qual elas aparecem.

(27)

As famílias podem contribuir muito com essa iniciação, elas podem instigar as crianças quando fazem comentários “olha o que está escrito aqui”, apontando, por exemplo, a caixa do cereal preferido da criança, assim a mãe pode ler: sabor chocolate, marca do cereal, assim, as crianças vão fazendo associações da escrita com a vida cotidiana. Chartier et al (1996 ,p.26) afirma que,

“Uma das primeiras tarefas da escola é, pois, proporcionar uma pedagogia da cultura escrita que considere muito concretamente experiências infantis . As aquisições extraescolares efetuadas em casa, no bairro ou na rua podem e devem servir de ponto de apoio para as aprendizagens feitas em aula”.

Concordando com os autores, quando a criança tem a familiaridade com o que está lendo, fica mais fácil fazer associações. Algumas crianças não utilizam seus conhecimentos empíricos em sala de aula, sua vida cotidiana está totalmente separada dos trabalhos feitos em sala de aula. Pensando assim, podemos afirmar, que quando utilizamos elementos do cotidiano, a criança terá um universo ampliado e as ocasiões propícias a estimular a vontade de ler das crianças também serão ampliadas.

Enfim, o aluno aprende a ler lendo, a escrever escrevendo, então, quando ampliamos o ambiente alfabetizador, estamos proporcionando às crianças a interação com as práticas sociais de leitura e escrita. No entanto, a convivência em um ambiente alfabetizador é importante, mas não suficiente para o desenvolvimento da leitura e da escrita, desse modo, a mediação do professor e da família é significativa no processo de letramento.

(28)

3. Apresentando o Projeto de Formação de Leitores

O presente capítulo objetiva apresentar e descrever o Projeto de Formação de Leitores, sendo este o objeto de análise nesta investigação.

O Projeto de Formação de Leitores compreendia várias atividades. Inicialmente, consistia em rodas de conversa disponibilizando para a turma diversas fábulas. O objetivo nesse momento era a apreciação e a aproximação das crianças com o gênero em questão e o conhecimento da estrutura, bem como a identificação de alguns autores de fábulas.

Em um primeiro momento, as crianças refletiam sobre a importância que a moral das fábulas traz para nossas vidas e discutiam os ensinamentos que elas trouxeram para a turma e finalmente registravam em cartazes.

Em um segundo momento era proposto pela professora que as crianças produzissem sua própria fábula, levando em consideração a estrutura do gênero. Os alunos faziam a produção da fábula individualmente, em seguida, eram propostas revisões textuais em sala, com o objetivo de adequar o gênero, bem como verificar a ortografia e a coerência dos textos. Para finalizar reuniram as produções dos alunos de cada sala e confeccionaram um livro de fábulas.

Para o desenvolvimento do projeto foi utilizada a aproximação das crianças com os livros, foram montadas minibibliotecas nas salas de aula, e realizadas visitas sistemáticas à biblioteca da escola. Outro procedimento foi a realização de atividades que permitiram às crianças o acesso à biografia dos autores.

O projeto possibilitou que fizéssemos um levantamento dos conhecimentos das crianças em relação ao gênero fábula, e possibilitou também identificar o nível de escrita em que as crianças se encontravam. Em relação ao nível conceitual da linguagem escrita foi evidenciado que as crianças apresentavam uma escrita alfabética e algumas já conheciam o gênero proposto. A oralidade se baseava em reproduzir as letras impressas sem expressão de emoção ou entendimento real das palavras, Nessa atividade, não existia a interpretação do texto lido, as crianças não faziam a reflexão da leitura, o pensamento

(29)

escrita e para a aprendizagem da ortografia”. Assim, pode-se afirmar que se uma criança aprende a falar corretamente, consequentemente, poderá utilizar nos seus escritos uma linguagem mais elaborada.

O projeto de leitura levou o aluno a participar ativamente de toda a construção do conhecimento, e como produto, a criança visualiza o livro produzido por ela mesma.

3.1 Procedimentos do Projeto

Para a realização do projeto de formação de leitores foram desenvolvidos os seguintes passos:

a) sensibilização (ida dos alunos à biblioteca);

b) pesquisa sobre fabulistas;

c) estudo de gênero textual fábulas;

d) livro de fábulas Jean de La Fontaine;

e) encenação de fábulas;

f) escolha e caracterização do bicho;

g) escolha da moral;

h) elaboração da fábula;

i) revisão textual da produção;

j) ilustração da história;

K) confecção da capa;

l) sarau literário;

m) lançamento do livro;

Os procedimentos acima citados foram trabalhados da seguinte forma: os alunos foram levados à biblioteca do colégio para serem incentivados ao hábito da leitura e apreciação do acervo do espaço em questão. As pesquisas sobre fabulistas fizeram com que

(30)

as crianças se envolvessem com os autores de fábulas e conseguissem perceber que algumas características estruturais são comuns à maioria das fábulas. Nesse momento, foram sistematizadas as descobertas com a leitura de várias fábulas.

Com o conhecimento adquirido, as crianças podiam eleger uma fábula preferida da turma, onde encenaram um teatro da fábula escolhida; com isso as crianças refletiram sobre a moral que as fábulas trazem para nossas vidas. O envolvimento do grupo foi muito grande e as professoras puderam avaliar a expressão oral das crianças.

O conhecimento estrutural da fábula possibilitou a criação de novas fábulas com questões do dia a dia de cada criança, o envolvimento com a criação da obra individual foi muito grande, além do prazer da produção, foi observada a revisão textual e a melhora na escrita.

As revisões possibilitaram que as crianças tivessem um atendimento individualizado, mas também em grupo, pois as obras eram constantemente socializadas com a turma toda, muitas crianças tinham a satisfação de ler sua produção para o grupo. Essa troca elevou o nível das produções, e todos sentiam que o livro era de todos e não uma coletânea da turma. Com esse espírito de equipe produziram a capa do livro.

O passo seguinte foi o sarau literário, para o qual as famílias foram convidadas a apreciar a leitura das fábulas produzidas. O livro foi lançado e entregue a cada criança e uma cópia ficou para ser apreciada na biblioteca do colégio.

(31)

4. Metodologia

Para alcançar os objetivos definidos neste trabalho foi utilizada a pesquisa qualitativa através do estudo de caso. A pesquisa qualitativa é uma das possibilidades de se estudar os fenômenos que envolvem os seres humanos e suas intrincadas relações sociais, estabelecidas em diversos ambientes. Os estudos denominados “qualitativos”: segundo esta perspectiva, um fenômeno pode ser melhor compreendido no contexto em que ocorre e do qual é parte devendo ser analisado numa perspectiva integrada. (Godoy, 1995, p.62) O estudo de caso se caracteriza como um tipo de pesquisa, cujo objeto é uma unidade que se analisa profundamente.Visa o exame detalhado de um sujeito ou de uma situação em particular. (Camponas, 1999: 95-97)

A pesquisa possibilitou ir a campo para buscar os dados sobre o Projeto de Formação de Leitores, ou seja, o processo de implementação do projeto, seus resultados, como também entrevistar as pessoas envolvidas. As entrevistas foram realizadas com os professores que aplicaram o projeto, com os alunos participantes e com as professoras que recepcionaram os alunos, que haviam participado do projeto de formação de leitores.

4.1 Local da pesquisa

Para fazer a análise do Projeto de Formação de Leitores visitei a escola particular onde foi desenvolvido.

A escola atende desde a Educação Infantil ao Ensino Médio. As salas de aula do fundamental I, contam com uma professora regente e uma auxiliar, o número de alunos em cada sala é limitado em 30 crianças. A sala de aula pesquisada foi a do 4º ano, eram vinte e oito alunos matriculados, sendo treze meninas e quinze meninos.

Vale ressaltar que participei da implantação do projeto no ano de 2009. E no ano de 2010, através deste estudo, tive a oportunidade de analisar seus resultados.

(32)

4.2 Os sujeitos da pesquisa

Para efeito de análise do trabalho monográfico delimitei a quantidade de sujeitos em seis alunos, sendo quatro do 4º fundamental, os quais foram beneficiados com o projeto de formação de leitores do ano de 2010 e dois alunos do 5º fundamental que igualmente participaram do projeto.

Participaram ainda, outros quatro professores, sendo duas do 4º ano e duas do 5º ano, os quais foram escolhidos por terem participado da implantação do Projeto de Formação de Leitores em 2009 e estavam profundamente engajados no projeto, e também aceitaram colaborar para o presente estudo.

A seguir, passo a apresentar cada um dos sujeitos deste estudo. Para efeito de preservação de suas identidades, eles foram denominados através de letras do alfabeto.

Aluna A, nove anos, sexo feminino, estuda no colégio desde a educação infantil, participa ativamente dos projetos desenvolvidos no colégio. Faz muitas leituras individuais, sua leitura é regular, e a fluência encontra alguns obstáculos em novas palavras.

Aluna B, nove anos, sexo feminino, estuda no colégio há quatro anos. Participa satisfatoriamente dos projetos do colégio, seu envolvimento maior é com a música, faz aula de guitarra e bateria.

Aluna C, nove anos, sexo feminino, estuda no colégio desde a educação infantil, tem irmãos no ensino médio que ajudam nas atividades. A aluna em questão tem uma irmã gêmea em outra sala, a competitividade entre as duas é muito evidente, e ela é muito envolvida com os projetos de leitores e tem leitura fluente.

(33)

Aluno D, nove anos, sexo masculino, tem o histórico familiar de pessoas estudiosas, seu irmão é primeiro lugar nas olimpíadas de matemática, o aluno valoriza o ensino e faz questão de participar e dar o melhor de si.

Aluno E, nove anos, sexo masculino, estuda no colégio há 2 anos, ingressou no 4º ano fundamental quando teve pela primeira vez contato com projeto de formação de leitores. Ele não se envolve muito, não faz nada além do que lhe é solicitado. Gosta muito de desenhar e demonstrou satisfação quando solicitado a ilustrar sua história durante o projeto.

Aluno F, nove anos, sexo masculino, estuda no colégio desde a educação infantil, seu envolvimento com a leitura é muito grande, tem excelente fluência verbal, comete poucos erros gramaticais. Ele participa ativamente do projeto de formação de leitores.

Quanto às professoras, elas foram identificadas pelos números de 1 a 4. A seguir, a descrição de cada uma delas.

Professora 1, 29 anos, polivalente (4º ano do ensino fundamental) – Graduada em pedagogia pela Universidade Estadual do Ceará, desde 2002. Atua no Ensino Fundamental há nove anos, sendo cinco deles no 4º fundamental, desenvolve com os alunos do colégio projetos de formação de leitores e ações sociais (visita ao museu).

Professora 2, 26 anos, polivalente ( 4º ano do ensino fundamental) – graduada em Pedagogia pela Universidade Estadual do Ceará desde 2004, atua no colégio há três anos, sendo três no 4º ano fundamental. Desenvolve com os alunos os mesmos projetos acima citados pela professora 1.

Professora 3, 30 anos, leciona há cinco anos como professora da língua portuguesa (5º ano do ensino fundamental) graduada em pedagogia pela Universidade Federal do Ceará desde 2002, pós-graduada em Linguística Aplicada: Ensino da Língua

(34)

Portuguesa pela Fa7 (2008 ) atua no colégio pesquisado há oito anos, tendo passado por várias experiências, dentre elas atuou no 3º e 4º ano fundamental.

Professora 4, 33 anos, (5º ano do ensino fundamental) graduada em Pedagogia pela Universidade Estadual do Ceará desde 2000, pós-graduada em Gestão escolar e coordenação pedagógica pela Fa7 ( 2009 ). Atua no colégio pesquisado há doze anos, tendo passado por várias experiências, dentre elas, atuou no 3º e 4º ano fundamental; ela atua no 5º ano há dois anos como professora da língua portuguesa e ciências. Além da atividade em sala, ministra cursos de aperfeiçoamento para os professores do colégio .

4.3 Procedimentos da pesquisa

A análise dos resultados que o projeto obteve no ano de 2009 foi desenvolvida em três fases:

 Entrevista com os professores do 4º ano fundamental que participaram da implementação do projeto.

 Entrevista com os professores do 5º ano fundamental (2010) que estão atualmente com os alunos participantes do projeto no ano anterior.

 Entrevista com os alunos que participaram do projeto.

As entrevistas feitas com os professores do 4º ano fundamental objetivaram levantar dados a respeito da percepção do professor acerca da apresentação do projeto, como também, o relato sobre o desempenho das crianças nas atividades de leitura e escrita no decorrer do projeto.

Já com os professores do 5º ano fundamental, a entrevista consistia em levantar dados se o projeto de formação de leitores contribuiu para o desenvolvimento da leitura e da escrita e a melhora da qualidade literária. Vale ressaltar que os professores entrevistados possuem experiência com alunos participantes do projeto e ainda com alunos não

(35)

Com os alunos participantes, as entrevistas evidenciam os gostos e a percepção dos alunos em relação ao projeto de formação de leitores.

4.4 Análise dos dados

Os dados foram organizados a partir das entrevistas realizadas com: professores do 4º ano fundamental, professores do 5º ano fundamental e com os alunos do 5º ano fundamental.

Foram realizadas entrevistas com dois professores do 4º ano fundamental, dois professores do 5º ano fundamental, e, por fim, entrevistas com seis alunos que participaram do projeto de formação de leitores no ano de 2009, atualmente eles cursam o 5º ano fundamental)

4.4.1 As entrevistas com os professores do 4º ano fundamental.

Todas as professoras ao serem indagadas sobre como as crianças receberam o projeto de formação de leitores, relataram sobre o entusiasmo das crianças ao tomarem conhecimento do projeto de formação de leitores. Elas relataram também que os alunos participantes do projeto demonstraram em suas produções escritas melhora significativa quanto à coerência e à coesão textual. A esse respeito, destacamos a seguir alguns trechos da entrevista das professoras 1 e 2.

Professora 1: “as crianças quando estão produzindo e fazem a revisão percebem que algo tem que ser alterado para dar um sentido melhor ao seu texto”.

A aplicação do projeto de formação de leitores demonstra que a ênfase na leitura cria nas crianças maior capacidade de dominar o contexto dos fatos e auxilia para criação da produção textual.

Fica evidenciado que ocorreu um avanço na escrita das crianças, elas conseguem perceber que precisam melhorar sua coerência, melhorando assim, o sentido do texto.

(36)

Outro aspecto relatado pela professora 2 se refere ao trabalho coletivo.

Professora 2: “as crianças influenciam umas as outras, quando um aluno lê o que escreveu, outra criança percebe o que foi bom ou não na fala do amigo e melhora o seu trabalho, antes do envolvimento com o projeto de formação de leitores as crianças do 4º ano tinham mais erros ortográficos, a preocupação com a exposição pública do seu trabalho fez com que as crianças procurassem escrever corretamente e com mais coerência as suas produções”.

Outro ponto que demonstra a melhoria após o desenvolvimento do Projeto de formação de leitores, diz respeito à significativa melhora do domínio da gramática e do estímulo generalizado entre todos os alunos, em face da produção literária.

A escrita das crianças não é somente o resultado do que foi aprendido em sala, já que existe um processo de construção do conhecimento. Na concepção de Emília Ferreiro (1987) a criança, aprende elaborando uma série de hipóteses sobre a construção da escrita, através, de vivências fora e dentro da escola. Fica constatado que a leitura e a escrita se tornaram uma importante atividade social, onde a interação do aluno aconteceu não somente com o texto, mas também com as outras crianças.

A melhora da qualidade literária é comprovada pela fala da professora 2, comprovando que o Projeto de Formação de Leitores motiva os alunos a escreverem mais e com mais qualidade literária .

4.4.2 As entrevistas com os professores do 5º ano fundamental (2010)

Todas as professoras, quando indagadas sobre o desenvolvimento dos alunos participantes do Projeto, relataram que houve significativa evolução quanto à coerência e à coesão textual. Para ilustrar, destaco a fala de uma delas.

(37)

Professora 3.“Percebi uma melhora na coerência e na coesão, também foi percebida significativa mudança em relação à escrita correta das palavras, antes da implementação do projeto as crianças chegavam ao 5º ano com mais dificuldades de escrita, hoje são poucos alunos que precisam de intervenção constante na grafia das palavras”.

Pudemos observar, que as crianças envolvidas no Projeto de Formação de Leitores tornaram-se eficientes produtores e receptores de textos nas suas diversas apresentações para o exercício de sua cidadania. Os benefícios aqui apresentados são evidentes. As crianças ampliaram seus conhecimentos, enriqueceram o vocabulário, além de melhorar a comunicação dentro da sociedade, tornando-se sujeitos capazes de compreender o mundo e nele atuar como cidadãos .

A professora 4 (que leciona português e ciências ) complementou ainda que:

Além da melhora ortográfica, as crianças estão interpretando melhor os textos e enunciados, as leituras; e o rendimento escolar aumentou com relação aos anos que o colégio não trabalhava com projetos de leitura”.

Para Kleiman (1998, p. 51):

“o leitor proficiente faz escolhas baseando-se em predições quanto ao conteúdo do livro. Essas predições estão apoiadas no conhecimento prévio, tanto sobre o assunto (conhecimento enciclopédico), como sobre o autor, a época da obra (conhecimento social, cultural, pragmático) o gênero (conhecimento textual). Daí ser necessário que todo programa de leitura permita ao aluno entrar em contato com um universo textual amplo e diversificado”.

Após o aluno passar pelo Projeto de Formação de Leitores, percebemos que eles se tornaram leitores proficientes, que fazem suas escolhas baseando-se em conhecimentos prévios, tanto sobre o assunto, como sobre o autor, o gênero, etc. Isso mostra a eficácia do Projeto de Formação de Leitores, que permite ao aluno o contato com um universo textual amplo e diversificado.

(38)

A pesquisa constatou que as crianças após a participação no Projeto de Formação de Leitores, melhoraram sua qualidade literária, como também, estão produzindo textos mais coerentes e mais coesos.

4.4.3 As entrevistas com os alunos

As respostas das crianças indicaram que grande parte gostou muito do envolvimento com o projeto e que o trabalho trouxe melhorias para a vida escolar. Em seus relatos, percebem-se diferenças em relação aos gostos literários entre meninos e meninas. As meninas relataram que leem mais poemas, e os produzem. Enquanto os meninos apresentaram o gosto literário por ficção e história em quadrinhos.

As falas das crianças mostram que o Projeto de Formação de Leitores contribuiu para o desenvolvimento da leitura e da escrita.

Para exemplificar, segue um trecho da entrevista:

Alunas (meninas)

Pesquisadora: Quais suas leituras favoritas? (o que você gosta de ler?) Aluna A: Eu gosto de ler poemas, e revista.

Aluna B: Meu favorito é poemas.

Pesquisadora: Você gosta de escrever? Quando escreve, o que prefere? Aluna A: Gosto muito de escrever poemas.

Aluna B: Gosto de poemas.

Alunos (meninos)

Pesquisadora: Quais suas leituras favoritas? (o que você gosta de ler?) Aluno 1: Eu estou lendo “Diário de um banana”.

Aluno 2: Eu gosto de ler história em quadrinho.

As produções literárias dos meninos envolvem muita imaginação, eles demonstraram gostar de desenhar e de inventar histórias. As crianças entrevistadas

(39)

afirmaram que o projeto além de envolvente foi de grande importância para a melhoria da leitura e da escrita.

Segue trecho da entrevista que confirma a importância do projeto para eles. Aluna A

Pesquisadora: Você acha que o projeto contribuiu para melhorar sua leitura e escrita?

Aluna A: acho que sim. Aluno 2: acho que sim.

Pesquisadora: Me dê um exemplo

Aluna A: eu tenho menos dúvida, como escrever a palavra. Aluno 2: meu caderno tem menos erro.

A partir das respostas dos alunos, verificou-se que o Projeto de Formação de Leitores contribuiu para o desenvolvimento da leitura e da escrita. Percebeu-se que além da compreensão da linguagem escrita, as crianças foram envolvidas no processo dando significado às leituras realizadas. Desse modo, a leitura tornou-se algo prazeroso no cotidiano das crianças, incorporou-se à rotina dos jovens leitores e melhorou significativamente o desenvolvimento da capacidade leitora.

(40)

Conclusão

A realização deste trabalho permitiu concluir que o Projeto de Formação de Leitores envolveu o aluno no universo da leitura e da escrita com prazer. Também foi evidenciado que as habilidades de leitura e de escrita foram desenvolvidas nos alunos participantes do projeto, bem como ocorreu significativa melhora na qualidade literária dos alunos envolvidos.

Considerar que o aluno do 4º ano fundamental ainda não é capaz de realizar a leitura critica de um texto é uma informação desanimadora que faz com que seja suscitada a necessidade imediata de se rever que práticas estão sendo desenvolvidas para formar o leitor. As escolas, na sua maioria, não proporcionam a presença de textos que circulam socialmente no cotidiano escolar das crianças. Assim, acredita-se que a escola deve ter o papel de propor, desde as séries iniciais, textos de diferentes gêneros textuais. Isso faz com que a criança desempenhe o papel do leitor ativo, tirando de cena aquele aluno que só lê para realizar uma atividade, ou para responder provas e tarefas propostas por disciplinas do currículo escolar. Desse modo, podemos utilizar a leitura como um instrumento para alcançar vários objetivos, tais como: conhecimento, vocabulário mais diversificado, reflexão crítica de textos, dentre outros.

Os projetos de leitura desafiam os alunos a ler para entender, para conhecer e para extrair o conteúdo do texto. Os dados deste trabalho indicaram que, com o tempo, os alunos se tornaram leitores ávidos, reflexivos e com opinião, pois o seu universo foi expandido. O principal é que as crianças despertaram gostos e foram estimuladas com o hábito da leitura e da escrita.

É importante entender que o letramento e a escrita são fenômenos indissociáveis e que acontecem concomitantemente, e ainda, que o ofício da docência criativa deva criar condições reais de leitura e escrita e uma prática de estímulo, onde os aprendizados de sala de aula elevem o nível de consciência crítica frente ao mundo, dando-lhe oportunidade de opinar e entender o mundo em que vive.

(41)

Finalmente, observa-se que o projeto de formação de leitores gera um melhor desempenho na produção escrita, fornecendo segurança na distinção dos gêneros textuais trabalhados e inserindo-os dentro das práticas sociais simples e complexas na vida cotidiana.

(42)

Apêndice

Roteiro de entrevista com os Alunos

Sobre o projeto fábulas

 Quais suas leituras favoritas (o que você gosta de ler)?

 Você costuma ler com que frequência?  Quantos livros você lê por ano?

 No ano passado foi trabalhado as fábulas

 Me conte como foi trabalhar no projeto das fábulas.

 Você acha que o projeto contribuiu para melhorar sua leitura e escrita?  Se você pudesse mudar o projeto de fábulas o que você iria sugerir?

 Comente o que foi bom no projeto.  Você gosta de escrever?

 Quando você escreve, o que você gosta de escrever?

Roteiro de entrevista com as professoras

Professoras do 4º ano fundamental

1. Como as crianças reagem quando tomam conhecimento do projeto de

formação de leitores?

2. Como era a qualidade da produção literária dos alunos antes da

(43)

3. Como era a qualidade da produção literária dos alunos antes da

participação do projeto de formação de leitores? Quanto aos aspectos normativos da escrita das palavras.

4. Comente os benefícios trazidos aos alunos com relação à melhora da

escrita e leitura.

Professoras do 5º ano fundamental

 Os alunos melhoraram sua interpretação de texto após a participação do projeto de formação de leitores?

 Como era a qualidade da produção literária dos alunos antes da participação do projeto de formação de leitores? Quanto à coerência e à coesão.

 Como era a qualidade da produção literária dos alunos antes da participação do projeto de formação de leitores? Quanto aos aspectos normativos da escrita das palavras.

 Comente os benefícios trazidos aos alunos com relação à melhora da escrita e leitura.

(44)

Anexos: registro dos procedimentos da pesquisa.

(45)

(46)
(47)
(48)
(49)
(50)
(51)

Bibliografia

BRAGA,J.M.(2002).Brincadeiras e jogos:mediadores de leitura e escrita.In: Leitura e escrita na formação de professores.Juiz de Fora:EDUFJF

BRASIL.Secretaria de Educação Fundamental-Parâmetros Curriculares Nacionais. http://portal.mec.gov.br. Acesso em 29/10/2010.

CHARMEUX, EVELINE. Aprender a Ler: Vencendo o Fracasso. SP: Cortez, 1994.

CAGLIARI,LUIZ CARLOS. Alfabetização Linguística. São Paulo:Scipione .1989.

DIAS ,ANA IORIO. Ensino da linguagem no currículo. Coleção para professores das séries iniciais. Fortaleza:Brasil Tropical. 2001.

DELL’ISOLA, REGINA L.PÉRET. Leitura: Inferências e contexto

sociocultural, série Educador em Formação. Belo Horizonte:Formato.2001.

FREIRE, PAULO. A importância do ato de ler em três artigos que se

completam. 23ª. ed. São Paulo: Autores Associados: Cortez, 1989.

FERREIRO ,E A. TEBEROSKY. Psicogênese da língua escrita Artemed,1999.Resultados do Saeb/2003. Inep,junho de 2004 (versão preliminar) http://www.inep.gov.br/básica/saeb/default.asp

http://www.vejaisso.com/2007/07/17/perola-do-vestibular-defina-a-importancia-do-vale-do-paraiba/ Acesso em: 15/11/2008

Referências

Documentos relacionados

Por último, temos o vídeo que está sendo exibido dentro do celular, que é segurado e comentado por alguém, e compartilhado e comentado no perfil de BolsoWoman no Twitter. No

Local de realização da avaliação: Centro de Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação - EAPE , endereço : SGAS 907 - Brasília/DF. Estamos à disposição

Promovido pelo Sindifisco Nacio- nal em parceria com o Mosap (Mo- vimento Nacional de Aposentados e Pensionistas), o Encontro ocorreu no dia 20 de março, data em que também

A Sementinha dormia muito descansada com as suas filhas. Ela aguardava a sua longa viagem pelo mundo. No entanto, sempre vivera junto ao pomar do António Seareiro e até

Os caçadores tinham estendido uma grossa corda ligada a uma rede, no caminho por onde o leão costumava passar, de maneira que, quando o leão tropeçou na corda, a rede caiu-- lhe em

Segundo Éric Laurent, a psicose ordinária se caracteriza pela não resposta aos significantes-mestres tradicionais, manifestando o fim do poder do Nome-do-Pai como

Para analisar as Componentes de Gestão foram utilizadas questões referentes à forma como o visitante considera as condições da ilha no momento da realização do

Os dados referentes aos sentimentos dos acadêmicos de enfermagem durante a realização do banho de leito, a preparação destes para a realização, a atribuição