• Nenhum resultado encontrado

Avaliação in vitro da eficiência do tiossulfato de sódio no restabelecimento da resistência da união à dentina intracoronária tratada com peróxido de hidrogênio 35%

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Avaliação in vitro da eficiência do tiossulfato de sódio no restabelecimento da resistência da união à dentina intracoronária tratada com peróxido de hidrogênio 35%"

Copied!
99
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

Faculdade de Odontologia de Piracicaba

Ana Carolina Pimentel Corrêa

“Avaliação in vitro da eficiência do tiossulfato de

sódio no restabelecimento da resistência da união à

dentina intracoronária tratada com peróxido de

hidrogênio a 35%”

PIRACICABA 2015

(2)

Ana Carolina Pimentel Corrêa

“Avaliação in vitro da eficiência do tiossulfato de

sódio no restabelecimento da resistência da união à

dentina intracoronária tratada com peróxido de

hidrogênio a 35%”

Orientador: Prof. Dr. Caio Cezar Randi Ferraz

PIRACICABA 2015

Tese apresentada à Faculdade de Odontologia de

Piracicaba da Universidade Estadual de Campinas,

como parte dos requisitos exigidos para obtenção do

Título de Doutora em Clínica Odontológica, na Área de

Endodontia.

ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO FINAL DA TESE DEFENDIDA PELA ALUNA ANA CAROLINA PIMENTEL CORRÊA E ORIENTADA PELO PROF. DR. CAIO CEZAR RANDI FERRAZ

(3)
(4)
(5)

DEDICATÓRIA

Esse trabalho eu dedico com muita saudade à minha vó Lena. Ela estava presente na minha defesa de mestrado e desde lá só falava do dia da defesa do doutorado. No mestrado, logo que comecei a agradecer, minha vó bateu palmas e eu fiz um sinal para ela que ainda não era hora. Rimos muito da situação depois e ela sempre falava: “Pode deixar que no doutorado já sei que só é para aplaudir no final!”. Infelizmente, demorei um pouco mais que previa e não foi mais possível que ela estivesse aqui de forma que a pudesse ver.

Vó, quando você precisou ir embora, muito antes que eu imaginava, realmente perdi minhas forças e achei que nada tinha mais sentido, afinal qual a graça da minha defesa se você não estaria mais me assistindo depois de tanta expectativa. Como se fosse um sinal, no meio da arrumação das coisas encontrei uma mensagem que escreveu pra mim logo que fui para Piracicaba:

Com a ajuda dos meus pais, minha família e amigos, estou concluindo meu doutorado. Espero que onde quer que você esteja, tenha lhe deixado orgulhosa por não ter desistido.

Obrigada por tudo!

(6)

AGRADECIMENTO ESPECIAL

Ao meu orientador, Prof. Dr. Caio Cezar Randi Ferraz, agradeço muito por ter depositado em mim sua confiança no momento em que passei a ser sua orientada. Foram longos 5 anos de boa convivência. Aprendi demais com você de diversas formas: na parte da pesquisa, nas preparações para realizar apresentações em congressos, na escrita mais objetiva, na montagem de aulas mais didáticas e sem dúvida, aprendi muito lhe acompanhando na clínica tanto da graduação, como da especialização.

Obrigada por toda paciência com os meus longos e-mails (nada objetivos), com os meus infinitos pensamentos (Professor, eu estava pensando...) e também com a minha necessidade de voltar sempre que possível para o Rio de Janeiro. Graças a você ter acreditado em mim, tive muitas oportunidades durante todo esse período de dedicação ao mestrado e doutorado. Seu apoio, orientação e incentivo foram fundamentais para muitas das vitórias que tivemos. Existem algumas frases que fizeram a diferença na minha vida e sempre vou lembrar: “The show must go on” e “Vai lá e traz o cheque!”. O show continuou e eu realmente trouxe o prêmio do SBPqO. Coisas assim só aconteceram porque você me fez acreditar que era possível.

(7)

AGRADECIMENTOS

A Deus

Nunca posso deixar de agradecer por a todo momento me proteger, iluminar e guiar meus passos, tornando possível tantas conquistas, e por que não pelos problemas e aflições que me concedeu para que me tornasse mais forte. Cresci muito e todo este crescimento gradativo aconteceu fruto de Suas mãos.

Aos meu pais

Pra começar, se não fosse o amor de vocês, eu nem existiria. Se não fosse o apoio constante que recebi, com certeza nunca teria chegado tão longe. Quando pensei na possibilidade de vir para Piracicaba, no início foi um grande susto. Poder ficar todos esses anos me dedicando à pós-graduação só foi possível devido a muitos sacrifícios que tiveram que fazer para que nunca me faltasse nada aqui. Acho que mesmo que eu passe o resto da vida agradecendo, nunca será suficiente. Vocês tornaram possível a realização de mais um grande sonho!

Toda semana, me doeu muito ver minha mãe triste por mais uma vez eu ter que voltar para Piracicaba. Me fiz de forte e tentei não demonstrar o quanto também era difícil pra mim. Agora, na hora de ir embora, passa um filme na cabeça. Eu e minha mãe chegando sozinhas aqui na cidade, sem conhecer nada e nem ninguém, mas precisando resolver tudo em um dia. Por um milagre, apenas nesse tempo conseguimos voltar para o Rio com tudo resolvido, já tinha aonde morar na minha nova cidade.

Muitas vezes quis estar com vocês e não pude. Muitas vezes não conseguia dar tanta atenção porque tinha muitas preocupações ou estava cansada das viagens. Muito obrigada por terem tido tanta paciência e aguentado as minhas muitas ausências. O sacrifício foi grande, mas espero continuar fazendo valer a pena tanto investimento, não só financeiro, como todo o esforço que vocês fizeram durante todo esse tempo para aguentar a saudade e me manter determinada a continuar.

Obrigada por todo apoio quando pensei em fraquejar, quando os problemas pareciam maiores que realmente eram e eu não via saída. Eu consegui, nós conseguimos! Amo vocês mais do que tudo e espero que tenha conseguido deixar vocês orgulhosos com mais essa conquista!

(8)

Ao meu marido Edmar

Acho que nunca conheci um paraquedista que tivesse tanto interesse na odontologia! Meu amor, você esteve presente durante grande parte dessa caminhada. Na defesa do mestrado era recentemente meu noivo, agora, concluo o doutorado lhe chamando de marido. Mudou tudo, a cidade, o título, o estado civil, só não muda a minha escolha sempre por você. Treinou aulas comigo, leu minhas discussões, cobrou que eu estudasse, viu resultado das provas e até em congressos odontológicos foi comigo. Estava tão interado no assunto e no ambiente, de crachá e tudo, que era difícil acreditar que não era um dentista legítimo. Obrigada por estar sempre do meu lado, me fazendo rir dos meus problemas e por tornar a minha jornada sempre mais leve. Te amo!

À minha família

Agradeço ao meu irmão José Luiz, à minha vó Yvonne, à minha tia e madrinha Carla, aos meus tios, primos e primas por todo apoio para que eu sempre continuasse meus estudos e aguentasse a saudade. Voltar para casa e encontrar uma família como a minha faz toda diferença. Obrigada por todos os conselhos e incentivos. Fico muito feliz em poder dar orgulho para vocês!

Aos professores de Endodontia da UNICAMP

Ter vindo para Piracicaba foi uma escolha que me tirou totalmente da zona de conforto: outra cidade, outra faculdade, outros professores. Como seriam? Hoje posso responder: pessoas admiráveis, muito inteligentes, dedicados, empenhados no desenvolvimento da endodontia, receptivos, muito queridos. Enfim, foi uma honra para mim poder ter convivido esses 5 anos e ter aprendido tanto com a equipe de vocês. Cada um, com certeza, me ensinou muita coisa que levarei para sempre comigo. Gosto de todos, muito, sem exceção, e vou embora com muita saudade. Tenho certeza que ainda vou encontrá-los novamente! Vou seguir passando para frente tudo que aprendi, tendo o grande orgulho de sempre lembrar e dizer que aprendi com vocês: Professores Doutores Adriana Soares,

Alexandre Zaia, Brenda Gomes, Caio Ferraz, Francisco Souza Filho e José Flávio. Um

forte abraço e meu muito obrigada!

Ao Adriano Luis

Logo no início do mestrado precisei trabalhar no Microscópio Eletrônico de Varredura e conheci o Adriano. No começo, fiquei assustada. Eu achando que seria fácil, me vi diante

(9)

de um profissional muito exigente que não iria permitir que aquele trabalho fosse feito de qualquer jeito. Teria que me empenhar, respeitar as regras e conhecer a fundo o que estava fazendo e buscando ali. Não foi fácil! Mas depois de muito estudo, muitas conversas, muitos sorteios e milhares de horas no MEV, tenho hoje o Adriano como um grande amigo! Definitivamente me tirou das trevas da ignorância no MEV e hoje já consigo até ajudar outras pessoas que estão começando. Muito obrigada Adriano! Por tudo! Sem você não sei o que seria de mim e dos meus palitos! Vou ficar com muita saudade!

Aos professores da Especialização de Endodontia da UERJ

Professores Tauby Coutinho, Karen Magalhães, Patrícia Brito, Renato Krebs, Claudio Malizia e Natasha Ajuz agradeço por toda dedicação, ensinamentos, conselhos e incentivo. Sou muito grata a todos!

Professor Tauby, se não fosse você me incentivar a ir para FOP-UNICAMP nada disso

estaria acontecendo. Não acreditava que conseguiria e você fez com que eu confiasse que era possível. Aprendi demais com a sua equipe na minha especialização. Digo para as pessoas, você me ensinou a pensar, raciocinar para encontrar soluções para os casos e também para formar a minha opinião. Tenho um grande carinho por você e serei eternamente grata por tudo!

Aos professores da UFRJ

Posso rodar por onde for, mas sei aonde é a minha casa. Na UFRJ entrei uma menina e sai uma cirurgiã dentista. Essa metamorfose não foi só conquista minha, com certeza teve a participação de muitos professores que se dedicaram demais para que tanto conhecimento fosse passado e essa transformação acontecesse. Ter a oportunidade de hoje estar de volta à instituição me deixa imensamente feliz. Chegou a minha hora de colaborar e me dedicar o máximo que puder, sendo responsável na formação dos próximos dentistas da casa. Terei sempre que agradecer todos os professores, impossível escrever o nome de todos, mas pode ter certeza que não esqueço de nenhum que tenha passado pelo meu caminho. Muito Obrigada!

Lucianne Cople e Márcia Alves,

Agradeço às minhas orientadoras de iniciação científica da UFRJ, por terem despertado em mim o gosto pela pesquisa e pela vida acadêmica. São para mim exemplos de pesquisadoras e professoras.

(10)

Professora Patrícia Risso,

Simplesmente: se não fosse você, hoje eu não seria endodontista. Desde a disciplina de endodontia I, você me fez gostar muito da especialidade. Quando chegou a hora de ir para clínica, você não estava lá. Atendi meu primeiro paciente e devido a um pequeno extravasamento de cimento parecia que não levava jeito pra coisa e tudo havia perdido o sentido. Mas eu insisti. Fui fazer a disciplina eletiva de Endodontia III sob a sua orientação e todo o meu amor pela especialidade voltou. Você além de me ensinar, me incentivou e fez com que eu confiasse no meu trabalho outra vez. Hoje estou tendo a feliz oportunidade de trabalhar ao seu lado e ajudar outros alunos que chegam na Endodontia I. Espero que assim como você, através do exemplo, consiga que mais alunos tomem gosto e acabem também escolhendo o mesmo caminho. Obrigada por confiar tanto em mim, me colocando a frente de aulas para a graduação e pós-graduação da UFRJ. Fico muito feliz cada vez que isso acontece. Obrigada pelo carinho, pelas oportunidades, pela preocupação que tem comigo, por tudo!

Professora Gisele Damiana

Quando estava na graduação, quase não tivemos contato. Estava na clínica integrada bem no período da sua gravidez. Quando voltei agora para a UFRJ, pudemos nos conhecer e conversar bastante nas muitas caronas que me deu de volta pra casa. Agradeço muito por todos os conselhos e orientações, por toda preocupação que tem comigo e também por todas as oportunidades que me oferece para produzir trabalhos científicos junto com você e os alunos.

Aos meus amigos da UNICAMP

Do mestrado para a conclusão do doutorado, muita coisa mudou. Hoje fico num dilema: preciso ir embora, mas sofro demais em pensar que não terei mais a convivência com vocês. Eu que sempre fui mais de amizades “individuais”, hoje me vejo num grupo de grandes amigos. Fazem parte da minha história e da minha vida de forma tão intensa, que já é impossível me dissociar de vocês.

Ana Carolina (Carol) e Andrea,

Minhas amigas, o nosso início não foi muito fácil né? A simpatia não rolou de primeira de jeito nenhum, muito longe disso! Mas nada que alguns congressos e a nossa viagem para o SBENDO em Gramado não resolvesse. Tivemos uma segunda chance de nos conhecermos e

(11)

conseguimos ver o quanto podemos nos surpreender positivamente. A Andrea faz a melhor farofa de Piracicaba, mas claro que só em porções individuais porque ela é filha única. Observando a Carol aprendi a levar a vida de forma mais leve, menos preocupada e ver que as coisas de alguma forma vão dar certo. Fico muito feliz de hoje ter vocês duas, as meninas do trauma, como minhas amigas. Pessoas com que pude contar inúmeras vezes, inclusive me dando abrigo depois que entreguei minha casa em Pira. Muito obrigada meninas! Gosto demais de vocês!

Aniele,

Minha irmã de orientador! Como foi bom conhecer você. Vim para Piracicaba para conhecer alguém do Piauí...morro e não vejo tudo (Lacerda, 2014). Minha amiga, fico muito feliz com as suas conquistas, embora tenha ficado com muita saudade depois que foi para o Canadá. Convivemos bastante e nesse período final a amizade ficou muito mais estreita. Nos conhecemos melhor e podemos contar uma com a outra para confidenciar nossos problemas e angústias, pedir opinião e ter sempre um conforto. Volte logo desse Canada e vamos para o Piauí, estou pensando (pra variar) que preciso conhecer esse bafo quente que você diz que tem logo que sai do avião! Espero que essa amizade dure pra sempre. Obrigada por tudo!

Augusto,

Meu grande amigo! Quem diria, conheci você sendo sua pós e você odiando endodontia. Como o mundo gira! Hoje você é um ótimo endodontista e estamos juntos na pós-graduação. Fico muito feliz com a sua evolução, crescimento e escolha pela endodontia! Pude contar com você inúmeras vezes, sendo meu braço direito sempre que precisei. Um menino muito educado, doce, respeitador e que definitivamente sabe ser amigo. Vou sentir saudade de falar para você e você me imitar – Ah garoto! Tenho muito a lhe agradecer! Desejo que você seja muito feliz com a sua princesa e que a nossa amizade não acabe nunca!

Claudinha,

Só penso em uma coisa: como você fez falta! No início do doutorado você foi ser professora em Juazeiro do Norte e me vi em Piracicaba sem você, minha fiel companheira de todos os dias. Mas o engraçado é que mesmo tão distante nossa amizade se manteve e quando nos encontramos parece que continuamos de onde paramos. Passamos por problemas parecidos na mesma época e o apoio de uma à outra foi fundamental para levantarmos e seguirmos a diante. Hoje estamos aqui, duas senhoras e doutoras. Fico feliz

(12)

demais com as suas conquistas e o caminho que seguiu! Muito obrigada por tudo, por sempre contar com você, por saber que tenho em você uma amiga.

Daniel,

Meu amigo peruano, você implica demais comigo, mas eu ainda assim gosto muito de você. Obrigada por ter nos levado para conhecer o seu país, sua família, sua cultura. Que experiência incrível! Você foi extremamente receptivo e todos nós nos sentimos como se estivéssemos em casa. Já que você, na verdade, é carioca, tenho certeza que ainda vou te encontrar muito! Aprendi observando você em aulas e congressos, inclusive muito sobre clareamento dental. Muito obrigada por toda torcida nas premiações e por todos os momentos vividos!

Daniela,

Professora rica, mais uma que precisou seguir sua vida e me deixou com muita saudade! Engraçado que no início não éramos exatamente amigas, mas mais uma vez o tempo e a convivência fez com que conseguíssemos entender melhor o jeito uma da outra e hoje poder lhe chamar de amiga. Prometo publicar logo meu artigo e não pedir mais sushi em excesso quando formos jantar japonês. Obrigada por tudo Dani! Foi muito bom conviver com você, me diverti bastante! Torço muito pelo seu sucesso em todas as áreas, se é que me entende!

Diogo,

Meu irmão de orientador! Nos conhecemos esse ano e a empatia foi imediata. Agora você dará continuidade aos trabalhos da linha de pesquisa e tenho certeza que fará muito bem. Você se mostrou um aluno e profissional muito correto e dedicado. Te admiro muito por isso. Infelizmente, preciso seguir meu caminho e não vou poder mais estar próxima acompanhando o seu grande crescimento. Muito obrigada pela companhia de sempre ou pelos furos de sempre. Sempre muito bom estar com você!

Felipe,

Quando soube que também era de São José dos Campos, logo pensei que esse encontro aqui não devia ser por acaso. No mestrado convivemos bastante e acredito que a nossa amizade tenha sido fundamental para nós dois. Admiro muito sua dedicação na vida profissional e sua capacidade de fazer milhares de amigos. Você é uma pessoa muito querida

(13)

por mim e será muito bom lhe reencontrar sempre. Muito obrigada por poder contar com você tantas vezes e confiar a você tanta coisa!

Flavia,

Minha carioca favorita de Piracicaba, você me surpreendeu muito nesses últimos tempos. Além de fazer apresentações incríveis, tem se mostrado uma grande amiga. Estando ao meu lado e disposta a me ajudar a todo momento, sem eu ao menos ter que pedir. Desejo que você tenha muito sucesso e que nos encontremos muitas vezes no nosso Rio de Janeiro. Vou sentir muita saudade de você e de saber as novas aventuras do Carlos (cachorro)! Muito obrigada por toda convivência nos congressos, em Piracicaba e por sua amizade!

Jaqueline,

Com o seu sotaque do sul inconfundível, sempre me recebeu no laboratório com um grande sorriso no rosto. Não tivemos tanto tempo de convivência, apenas este meu último ano, mas já foi o suficiente para construirmos a nossa amizade. Admiro muito a sua dedicação, retidão, foco e competência para realizar tudo a que se propõe. Se não fosse você, não sei o que seria de mim na qualificação. Esteve ao meu lado, me dando todo apoio e ajudando em tudo que eu precisava. Fico triste que não terei mais tempo de aproveitar Piracicaba com você, mas tenho certeza que ainda vamos nos encontrar muitas vezes nesse mundo endodôntico ou quando eu for conhecer Balneário Camboriú.

Marlos,

Meu amigo baiano mais que querido, como eu gosto de você! Quem diria que seríamos tão amigos? Você mesmo disse outro dia que não esperava... Mais uma vez, viva as segundas chances da vida! Com você pude aprender sobre microbiologia, desabafar, treinar aulas, receber muito incentivo, ir comer coxinha depois da aula e até sentar no meio fio quando ainda queríamos conversar, mas não tinha mais banco. Obrigada por ser quem você é e ser fundamental nessa minha jornada em Pira. Você é alguém em quem confio muito e torço muito para o sucesso! Você vai conseguir, nós vamos conseguir alcançar muito mais que imaginamos e ainda vamos rir de todos esses dramas que fizemos nessa fase tão difícil de incertezas!

Enfim, aos demais amigos do Mestrado e do Doutorado em Endodontia Ariane

(14)

Frederico Martinho, Giselle Rached, Jefferson Marion, Juliana Nagata, Karine Schell, Marcos Endo, Marcos Frozoni, Maria Rachel, Priscila, Raphaela Chapola, Thais Mageste, Thiago Farias e Tiago Rosa, pelos momentos vividos e pela amizade concretizada. Cada um

de vocês foi fundamental na minha jornada em Piracicaba. Obrigada por terem feito parte da minha vida!

À Universidade Estadual de Campinas, na pessoa do Reitor Prof. Dr. José Tadeu Jorge, e à Faculdade de Odontologia de Piracicaba, na pessoa do seu Diretor Prof. Dr. Guilherme Elias Pessanha Henriques e Diretor Associado Prof. Dr. Francisco Haiter Neto.

À Capes, FAPESP e PROEX, pelo todo apoio financeiro, possibilitando o desenvolvimento do meu trabalho.

Ao Prof. Dr. Alexandre Augusto Zaia, responsável pela área de Endodontia da FOP/UNICAMP.

Ao Prof. Dr. Luis Alexandre Maffei Sartini Paulillo, Prof. Dr. José Flávio Affonso de

Almeida e Profª. Drª. Fernanda Graziela Corrêa Signoretti, componentes da banca

examinadora do Exame de Qualificação, pelo tempo dispensado na avaliação deste trabalho e por toda colaboração para melhora do mesmo.

À Juliana Delatorre, Gustavo Breda e Muriel Rodrigues, meus orientados de iniciação científica, por toda ajuda e dedicação nos trabalhos que realizamos. Torço muito para que continuem na área da pesquisa e tenham cada vez mais sucesso!

À disciplina de Materiais Dentários da Faculdade de Odontologia de Piracicaba- UNICAMP, na pessoa do Prof. Dr. Marcelo Gianinni pela acolhida e pela disponibilização de equipamentos que tornaram possível a execução deste trabalho e à Renata Bacelar, por me ajudar em diversos momentos

Ao Prof Dr. Doglas Cechin, por toda disponibilidade em me passar a metodologia do trabalho e me ajudar a solucionar as dúvidas sobre a realização do mesmo.

(15)

Aos funcionários da Faculdade de Odontologia de Piracicaba Aninha, Ana Paula,

Geovania, Maria Helídia, Dayanne, Jana, Jéssica, Marcos Blanco, Selma e Tiffany por

toda paciência, carinho, convívio e disponibilidade em me ajudar sempre que precisei.

Às minhas amadas amigas do Rio de Janeiro Mayara, Lidia, Natália, Bel, Monique,

Carol, Bia, Michelle, Patrícia, Francine e Thainã gostaria de agradecer pelos memoráveis

momentos juntas, sempre presentes em minha vida, obrigada por toda a torcida, incentivo, compreensão e apoio. Amizade verdadeira não há distância que separe.

Ao Sr Vicente (Sr. Mineiro), o taxista mais querido de Piracicaba!! Como sou grata por todas as vezes que me buscou e levou para a rodoviária ou outros lugares que precisava ir. Com tantas pessoas querendo seu taxi, sempre dava um jeito para não me deixar desamparada. Foram muitas semanas indo e voltando para o Rio de Janeiro, mas era ainda melhor voltar para casa quando o senhor me deixava em total segurança na rodoviária de Piracicaba.

Ao querido Alcindo, que nos recebeu tantas vezes eu seu bar. Às vezes não era a pessoa mais receptiva do mundo, mas também era difícil querermos ir embora...Obrigada por trocar a chapa só para fazer um McAlcindo mais quente, já que eu sempre reclamava que o queijo do sanduiche estava frio. Vou sentir saudade e espero voltar a revê-lo quando vier para Piracicaba um dia.

A todos que de alguma forma contribuíram para realização deste trabalho.

“E aprendi que se depende sempre/ De tanta muita diferente gente/ Toda pessoa sempre é as marcas/ Das lições diárias de outras tantas pessoas/ E é tão bonito quando a gente entende/ Que a gente é tanta gente/ Onde quer que a gente vá/ E é tão bonito quando a gente sente/

Que nunca está sozinho/ Por mais que a gente pense estar”

(16)

RESUMO

A resistência da união de sistemas adesivos à dentina é comprometida após tratamentos clareadores. Soluções antioxidantes têm sido propostas a fim de restabelecer os valores de adesão. Embora vários estudos tenham avaliado a eficiência do ascorbato de sódio, sua alta instabilidade química estimula a busca e o estudo de outras substâncias para este fim. O objetivo deste estudo foi avaliar a eficácia do tiossulfato de sódio (Na2S2O3) no restabelecimento da resistência da união à dentina intracoronária tratada com peróxido de hidrogênio 35%. As coroas de 70 incisivos bovinos foram seccionadas de forma a expor a dentina da câmara pulpar. Após aplicação de peróxido de hidrogênio 35% por 40 min, as amostras foram divididas de acordo com os tratamentos antioxidantes (n=7): protocolo 1- lavagem com água destilada por 10 min + restauração imediata; protocolo 2- restauração após 1 semana; protocolo 3- restauração após 2 semanas; protocolos 4-5- lavagem com Na2S2O3 10% por 5 ou 10 min, respectivamente; protocolos 6-7- lavagem com Na2S2O3 20% por 5 ou 10 min, respectivamente; protocolos 8-9- lavagem com Na2S2O3 35% por 5 ou 10 min, respectivamente. Após os protocolos antioxidantes de 4 a 9, os espécimes foram restaurados imediatamente. Foi realizado um grupo controle negativo no qual restaurou-se a dentina sem prévio tratamento com agente clareador. Todas as amostras foram hibridizadas utilizando o sistema adesivo Scotchbond Multipurpose, seguida da confecção de blocos de resina composta Filtek Z350 WB. Após 24 horas armazenadas em 100% de umidade à 37 oC, as amostras foram fatiadas de modo a obter espécimes em forma de palito. O teste de microtração foi realizado em uma máquina universal de ensaios em metade dos palitos imediatamente, e na outra metade após 6 meses de armazenamento em água destilada. Após análise estatística por ANOVA e Tukey-Kramer, verificou-se que, independente do protocolo empregado, todos os grupos apresentaram redução significativa (p<0,05) nos valores de resistência à união após o envelhecimento. Todos os protocolos em que se aplicou o Na2S2O3, independente da concentração e tempo de aplicação, não apresentaram diferenças estatísticas entre si. Porém, o tratamento com Na2S2O3 35% por 10 minutos foi o único que apresentou valores de adesão inferiores ao controle negativo (p<0,05). As amostras restauradas após uma semana do tratamento clareador obtiveram valores inferiores às restauradas após 2 semanas. No entanto, os protocolos que empregaram o

(17)

Na2S2O3 10% ou 20% por 5 ou 10 min não apresentaram diferença estatística (p>0,05) em relação ao grupo que foi restaurado 2 semanas após o clareamento. Dessa forma, a lavagem da dentina com tiossulfato de sódio 10% ou 20% durante 5 min torna possível a realização de restaurações adesivas com sistemas adesivos convencionais imediatamente após o clareamento com peróxido de hidrogênio 35%.

Palavras-chave: Antioxidantes. Clareamento dental. Peróxido de Hidrogênio. Adesivos Dentinários. Resistência à Tração.

(18)

ABSTRACT

The bond strength of adhesive systems to dentine becomes compromised after whitening treatments, and antioxidant solutions have been proposed to re-establish the adhesion values. Although several studies have assessed the efficacy of sodium ascorbate, its high chemical instability encourages the search for and study of other substances. The objective of this study was to assess the efficacy of sodium thiosulphate (Na2S2O3) in the re-establishment of the bond strength to intra-coronary dentine treated with 35% hydrogen peroxide. Crowns of 70 bovine incisors were sectioned to exposure the pulp chamber dentine. After application of 35% hydrogen peroxide for 40 minutes, the samples were divided depending on the antioxidant treatment as follows (n = 7): protocol 1 – washing with 0.9% NaCl for 10 minutes + immediate restoration; protocol 2 – restoration after 1 week; protocol 3 – restoration after 2 weeks; protocols 4-5 – washing with 10% Na2S2O3 for 5 and 10 minutes, respectively; protocols 6-7 – washing with 20% Na2S2O3 for 5 and 10 minutes, respectively; protocols 8-9 – washing with 35% Na2S2O3 for 5 and 10 minutes, respectively. After the antioxidant protocols 4 and 9, the samples were immediately restored. A negative control group was established in which the non-bleached dentine was restored. All the samples were hybridised by using adhesive system (Scotchbond Multipurpose), followed by preparation of blocks of composite resin (Filtek Z350 WB). After being stored at 100% humidity and 37oC for 24 hours, the samples were sectioned in order to obtain stick-like specimens. One half of the stick-like specimens which had been immediately obtained and the other half stored in distilled water for 6 months were submitted to micro-tensile test by using a universal testing machine. After statistical analysis using ANOVA and Tukey-Kramer test, it was found that all the protocols produced a significant reduction (p < 0.05) in the values of bond strength after aging, regardless of the protocol used. No statistical differences were found between all protocols to which sodium thiosulphate was applied, regardless of concentration and application time. However, the treatment with 35% Na2S2O3 for 10 minutes was the only protocol presenting adhesion values lower than that of the negative control (p<0.05). The samples restored 1 week after the whitening treatment showed adhesive values lower than those restored 2 weeks after. However, no statistic difference (p>0.05)

(19)

was found in the protocols using 10% or 20% Na2S2O3 for 5 or 10 minutes compared to the samples restored 2 weeks after the whitening treatment. Therefore, washing the dentine with 10% or 20% Na2S2O3 for 5 minutes enables adhesive restorations with conventional system to be immediately performed following the whitening treatment with 35% hydrogen peroxide.

Key Words: Antioxidants. Tooth Bleaching. Hydrogen Peroxide. Dentin-Bonding Agents. Tensile Strength.

(20)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 21

2 REVISÃO DE LITERATURA ... 25

2.1 Selamento coronário após o tratamento endodôntico ... 25

2.2 A influência de compostos oxidantes na polimerização e na adesão dos materiais resinosos adesivos ... 29

2.3 Alterações provocadas na estrutura dentária pelo uso de agentes clareadores... 34

2.4 Tratamentos propostos para neutralizar os efeitos oxidantes dos agentes clareadores ... 40

2.5 As diferentes formas de se empregar o tiossulfato de sódio ... 56

3 PROPOSIÇÃO ... 61

4 MATERIAL E MÉTODOS ... 62

4.1 Preparo das amostras de dentina intracoronária ... 62

4.2 Divisão dos grupos experimentais ... 63

4.3 Agente clareador e protocolo de utilização segundo o fabricante ... 65

4.4 Realização do protocolo adesivo e aplicação da resina composta ... 66

4.5 Obtenção dos espécimes para o teste de microtração ... 68

4.6 Ensaio de microtração ... 69

4.7 Análise do padrão de fratura através de Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) ... 70

4.8 Análise dos dados ... 70

5 RESULTADOS ... 71

5.1 Teste de microtração: avaliação imediata e 6 meses após a restauração adesiva ... 71

5.2 Análise por Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV)... 75

5.2.1 Classificação dos padrões de fratura... 75

5.2.2 Distribuição dos padrões de fratura ... 76

6 DISCUSSÃO ... 79

7 CONCLUSÃO ... 86

(21)

1 INTRODUÇÃO

Muitos pacientes procuram os consultórios odontológicos interessados em realizar o clareamento dental com o objetivo de recuperar a estética perdida pelos dentes escurecidos (Demarco et al., 2001; Attin et al., 2004). Este escurecimento pode ter razões extrínsecas (externas) ou intrínsecas (internas) (Plotino et al., 2008), sendo que a causa mais comum é o trauma dental (Abott & Heah, 2009). As três substâncias mais comumente utilizadas para o clareamento dental são o perborato de sódio, o peróxido de carbamida e o peróxido de hidrogênio (Attin et al., 2004). Quanto maior a concentração do agente clareador mais rápida é a sua ação, assim como maior é a sensibilidade dentária que ele pode provocar (Soares et al., 2014).

Independentemente do agente clareador utilizado, o mecanismo envolvido no clareamento é baseado na difusão do peróxido de hidrogênio por meio dos túbulos dentinários e na oxidação dos pigmentos (Kawamoto et al., 2004). Os sistemas de clareamento contendo peróxido de hidrogênio puro liberam radicais livres mais rapidamente do que os que contêm peróxido de carbamida ou perborato de sódio (Kawamoto et al., 2004). Neste caso, a liberação dos radicais livres só irá ocorre após a catálise desses materiais, tendo como produto final comum o peróxido de hidrogênio (Attin et al., 2004; Joiner et al., 2007). Os agentes clareadores podem ser empregados tanto para clareamento externo de dentes vitais (Barghi, 1998), como para clareamento interno (Spasser, 1961) e/ou externo de dentes não vitais.

O procedimento estético mais conservador para se tratar dentes comprometidos endodonticamente e/ou que apresentem alterações de cor por razões intrínsecas é o clareamento dental interno (Abott & Heah, 2009). Este tipo de clareamento pode ser realizado de forma imediata, técnica de consultório, ou de forma mediata, pela técnica walking bleach (Spasser, 1961). A formação relativamente rápida de radicais livres pelo peróxido de hidrogênio sugere que os produtos que o contém esgotem seu ingrediente ativo mais rapidamente, e com isso é mais apropriado para clareamentos de curta duração, como os clareamentos de consultório. Quando há a necessidade de potencializar os resultados ou acelerar o tratamento, as duas técnicas podem ser associadas (Santos et al., 2009).

Após a finalização do clareamento interno, os dentes não vitais devem ser restaurados definitivamente o mais rápido possível, de forma a evitar a

(22)

microinfiltração, reforçar a estrutura dental remanescente e, além disso, reabilitar o paciente funcional e esteticamente (Türkün e Kaya, 2004; Feiz et al., 2011). As resinas compostas associadas aos adesivos dentinários vêm sendo consideradas os materiais de escolha para restauração direta e selamento da porção coronária dos dentes após a obturação dos canais radiculares (Belli et al., 2001a; Belli et al., 2001b; Wolanek et al., 2001; Galvan et al., 2002; Wells et al., 2002).

No entanto, com a utilização de agentes clareadores no elemento dentário ocorre a produção de íons de oxigênio e de radicais livres, o que intefere na infiltração da resina e inibe sua completa polimerização (Titley et al., 1991; Titley et

al., 1992; Dishman et al., 1994; Souza-Gabriel et al., 2011; Vieira et al., 2012), ou

seja, os produtos oxidantes liberados pelo peróxido de hidrogênio afetam a resistência à união dos materiais adesivos à estrutura dentária (Miles et al, 1994; Dishman et al., 1994; Cavalli et al., 2001; Lai et al., 2002; Kaya e Türkün, 2003; Miguel et al., 2004; Breschi et al., 2007; Muraguchi et al.,2007; Gökçe et al., 2008; Kaya et al., 2008; Freire et al., 2011). Por essa razão, muitos trabalhos indicam que os procedimentos adesivos sejam realizados vários dias ou semanas após o clareamento dental (Torneck et al., 1991; Shinohara et al., 2004; Türkün e Kaya, 2004).

Por outro lado, pesquisadores têm propostos procedimentos que permitem que o período entre o clareamento e a restauração adesiva seja reduzido (Lai et al., 2002; Kaya e Türkün, 2003; Türkün e Kaya, 2004; Kimyai e Valizadeh, 2006; Kaya et al., 2008; Kimyai e Valizadeh, 2008; Türkün et al., 2009). O uso dos agentes redutores/antioxidantes na clínica odontológica tem ganhado destaque devido ao seu comprovado efeito positivo no restabelecimento da resistência da união aos dentes tratados com hipoclorito de sódio ou com agentes clareadores, ambos agentes oxidantes (Lai et al., 2001; Yiu et al., 2002; Muraguchi et al., 2007; Kimyai e Valizadeh, 2008; Freire et al., 2011; Khosravanifard et al., 2012), porém ainda não é definido na literatura um protocolo.

O ascorbato de sódio é capaz de reduzir uma variedade de compostos oxidantes (Rose e Bode, 1993; Buettner, 1993) e o seu uso possui destaque na literatura, já tendo sido testado em diferentes concentrações (10% e 20%) e apresentações (solução e gel) (Morris et al., 2001; Lai et al., 2001; Vongphan et al., 2005; Weston et al., 2007). Porém, esta substância apresenta alguns pontos

(23)

negativos que necessitam ser superados. Sua solução oxida rapidamente em contato com o ambiente, sendo necessária a sua preparação no mesmo dia em que será utilizado (Kaya et al., 2008), tornando inviável o armazenamento do produto no consultório odontológico. Além disso, os achados na literatura são muito discrepantes, variando muito de acordo com o tipo de substrato avaliado (esmalte ou dentina), características do sistema adesivo empregado, agente clareador utilizado e tipo de avaliação.

Embora alguns trabalhos indiquem apenas uma ou duas aplicações de 1 minuto do ascorbato de sódio para neutralizar os resíduos oxidantes advindos do clareamento dental (Muraguchi et al., 2007; Freire et al., 2011; Lima et al., 2011), outros mostram que são necessárias horas e até dias para se obter um resultado satisfatório (Lai et al., 2002; Kaya et al., 2008; Türkün et al., 2009; Feiz et al., 2011; Khoroushi & Aghelinejad, 2011; Mazaheri et al., 2011; Khoroushi & Saneie, 2012; Park et al., 2013; Hansen et al., 2014). Dessa forma, é justificada a pesquisa de outras substâncias antioxidantes, que consigam obter os mesmos efeitos de neutralização de compostos oxidantes, porém superando as limitações do ascorbato de sódio e apresentando resultados mais aplicáveis na clínica diária (Braz et al., 2011). Outros tratamentos antioxidantes já foram testados (Braz et al., 2011; Feiz et

al., 2011; Salome et al., 2012; Curylofo et al., 2014), porém ainda não existe na

literatura um trabalho utilizando o tiossulfato de sódio com o objetivo de neutralizar o efeito promovido pelo clareamento, restabelecendo a resistência da união dos materiais adesivos à dentina.

O tiossulfato de sódio é um conhecido antioxidante já utilizado na área da medicina em tratamentos da arteriopatia urêmica calcificada, intoxicação por cianeto e para redução da nefrotoxidade da cisplatina, (Dethloff, 2012; Sooriyaarachchi et

al., 2012; Berbata, 2012), mostrando ser completamente biotolerável já que é

administrado por via intravenosa. Na odontologia, foi empregado desde 1966, por Möller, e em trabalhos de microbiologia endodôntica (Jacinto et al., 2005; Siqueira et

al., 2007; Vianna et al., 2007; Martinho e Gomes, 2008; Gomes et al., 2009; Martinho et al., 2010; Rôças e Siqueira et al., 2011), in vivo e in vitro, com o objetivo de

neutralizar o hipoclorito de sódio e o peróxido de hidrogênio que são empregados para descontaminação do campo e/ou como substância química auxiliar na instrumentação endodôntica. Após a utilização do NaOCl ou do H2O2, é necessário

(24)

que seja feita a neutralização/inativação com o intuito de realizar coletas microbianas sem o carreamento dessas soluções em sua forma ativa, permitindo assim o posterior crescimento e análise de todo conteúdo microbiológico presente no sistema de canais radiculares.

Porém, a aplicabilidade do tiossulfato de sódio para restabelecer a resistência à união perdida com o uso de agentes oxidantes ainda foi muito pouco explorada, existindo apenas dois estudos nessa linha. Corrêa, em 2013, verificou que a lavagem com tiossulfato de sódio 5% por 1 minuto era capaz de restabelecer a resistência da união à dentina tratada com NaOCl 5,25% e EDTA 17%. Porém, Braz

et al., em 2011, concluiu em seu estudo que o tiossulfato de sódio 10% aplicado por

até 10 minutos não conseguia neutralizar o efeito do peróxido de hidrogênio 35% aplicado na superfície do esmalte. Considerando que os resultados destes trabalhos são discordantes, que o tiossulfato de sódio além de biotolerável é bem estável quimicamente e, a importância de se buscar novas soluções para a restauração imediata de dentes submetidos ao clareamento dental interno, torna-se relevante a continuação desta linha de pesquisa.

(25)

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Selamento coronário após o tratamento endodôntico

Swartz et al., em 1983, determinaram o grau de sucesso e insucesso de tratamentos endodônticos realizados na faculdade de West Virginia no período de 1959 a 1979. Os pacientes que receberam tratamento, foram chamados para reavaliação clínica e radiográfica após 6 meses, 1 ano, 2 anos, 5 anos e 10 anos. Os dentes só eram radiografados novamente se o paciente não relatasse sintomatologia. No total foram avaliados 1.007 dentes com 1.770 canais. Foi considerado sucesso os casos com ausência de dor ou inchaço, desaparecimento de fístula, função restabelecida e diminuição da área da rarefação óssea após 1 ano do tratamento. Obtiveram sucesso 89,96% dos 1.770 canais tratados. Não houve diferença significativa na taxa de sucesso em relação à idade do paciente ou ao tipo de material obturador utilizado (cone de prata ou guta-percha). Porém, o estudo sugere que os insucessos estão relacionados às sobreobturações, aos casos em que já existia uma rarefação óssea e aos casos em que o elemento dental não havia sido adequadamente restaurado após a conclusão do tratamento endodôntico.

Diaz-Arnold et al., em 1990, avaliaram in vitro a extensão da microinfiltração no ionômero de vidro empregado como restauração isolada, como restauração sobre uma base de óxido de zinco/eugenol e como base de uma restauração adesiva. Para isso, 32 dentes humanos foram instrumentados e obturados com guta-percha e cimento endodôntico. A obturação foi removida até a junção cemento-esmalte, os acessos foram selados com algodão/coltosol e então os dentes foram armazenados em água deionizada por 24 h. Após este período, os dentes foram restaurados, novamente armazenados por 18 h e termociclados por 24 h. Finalizada a termociclagem, os dentes tiveram sua superfície selada com 2 camadas de esmalte de unha, com exceção da região do acesso, e levados para a impregnação com nitrato de prata. Os espécimes foram seccionados longitudinalmente e a extensão da penetração do nitrato de prata foi avaliada e comparada através do microscópio (Mitutoyo Mfg. Co, Japão) modelo BI5, com aumento de 30 vezes. No grupo 2 (ionômero de vidro isolado), 8 dos 10 dentes apresentaram infiltração, enquanto que no grupo 3 (ionômero + resina), apenas 5

(26)

dentes apresentaram infiltração. Apesar dos dentes restaurados com ionômero de vidro e resina composta terem tido um melhor resultado, nesta metodologia, todos os materiais restauradores utilizados permitiram a penetração de nitrato de prata ao longo da interface dente-restauração.

Saunders e Saunders, em 1994, realizaram uma revisão de literatura a respeito da influência da infiltração coronária na falha do tratamento endodôntico. Foram relacionados três caminhos para a recontaminação radicular: 1- A demora na realização da restauração definitiva após o tratamento radicular, 2- A fratura da restauração coronária e/ou do dente; 3- O processo para colocação de pinos intra-radiculares. Neste trabalho, é citado um estudo de Marshall e Massler (1961), no qual especularam que a qualidade da restauração teria maior influência no prognóstico do tratamento, do que a própria obturação. Em outro trabalho, Saunders e Saunders (1990) recomendaram que a guta-percha deveria ser cortada na altura das embocaduras dos canais radiculares e que estes, juntamente com o soalho pulpar, deveriam ser selados com materiais restauradores. Na conclusão os autores preveem que o uso de substâncias químicas, adesivos e cimentos endodônticos teriam papel de destaque na minimização da microinfiltração coronária.

Ray e Trope, em 1995, avaliaram a relação existente entre a qualidade da restauração coronária e da obturação do canal radicular na condição periapical dos dentes tratados endodonticamente. Foram selecionados exames radiográficos periapicais completos de pacientes da Faculdade de Odontologia Temple (Philadelphia, USA) que não foram submetidos a tratamentos odontológicos no último 1 ano. As radiografias de 1010 dentes tratados endodonticamente foram avaliadas por dois examinadores. Um terceiro avaliador realizou a inspeção clínica dos mesmos dentes, sendo que os dentes restaurados com pino e coroa foram excluídos do estudo. A qualidade da restauração coronária e da obturação endodôntica foram classificadas em 4 tipos: 1-Bem obturado, 2- Mal obturado, 3- Bem restaurado, 4- Mal restaurado. Além disso, foi observada a presença ou não de alterações periapicais, através das radiografias e do exame clínico. Nos resultados, a presença de inflamação periapical foi consideravelmente mais baixa nos dentes que estavam bem restaurados mesmo que a obturação não estivesse boa, do que nos bem obturados porém mal restaurados. A análise comparativa da influência da

(27)

qualidade da restauração e da obturação nas alterações periapicais demonstrou que a apesar de a qualidade do tratamento endodôntico ser extremamente relevante, a qualidade da restauração coronária teve grande influência no prognóstico dos tratamentos.

Uranga et al., em 1999, compararam a capacidade seladora de materiais temporários e definitivos, em acessos endodônticos, com o intuito de prevenir a microinfiltração e a contaminação do canal radicular. Noventa dentes unirradiculares humanos foram acessados, instrumentados e obturados com gutta-percha e AH Plus por condensação vertical. A profundidade das cavidades restauradas foi padronizada em 4mm de altura. Para o controle positivo, 5 dentes não foram selados e para o controle negativo, 5 dentes não foram acessados. Os outros 80 dentes foram divididos em 4 grupos: grupo A- Fermit; grupo B- Cavit; grupo C- Dyract e grupo D- Tetric. Todos os dentes foram imersos em solução salina até o momento da termociclagem. Em seguida, os dentes foram secos e cobertos com 3 camadas de esmalte de unha, com exceção da área do acesso. Foram então inseridos em tubos com solução aquosa de azul de metileno a 2% e submetido a 100 ciclos na termocicladora com temperatura variando de 0o a 55oC. Após serem lavados e secos, todos os dentes foram seccionados longitudinalmente e o grau de microinfiltração foi mensurado com auxílio de microscópio estereoscópio. Nos resultados, os valores de microinfiltração foram significantemente mais altos nos grupos que foram selados com materiais temporários (Cavit e Fermit). A penetração do pigmento foi diferente de acordo com cada grupo, com exceção dos grupos C e D, que não apresentaram diferenças entre si. Os autores concluem que para promover adequado selamento é mais prudente utilizar um material resinoso para as restaurações de dentes tratados endodonticamente.

Belli et al., em 2001a, avaliaram a eficácia de quatro materiais obturadores para serem utilizados como um segundo selamento nos orifícios de entrada dos canais radiculares obturados. Foram utilizadas raízes distais de 40 molares inferiores, divididas em 4 grupos de acordo com o selamento testado: Clearfil SE Bond (sistema adesivo auto-condicionante), One-Step (sistema adesivo condicionante de frasco único), CeB Metabond (sistema adesivo auto-condicionante auto-polimerizável e IRM ( cimento de óxido de zinco e eugenol). Os

(28)

espécimes foram analisados através do método de filtração por fluidos para analisar de forma quantitativa a evolução da infiltração. As mensurações foram feitas em intervalos de 2 min durante um intervalo de tempo de 8 min. A qualidade do selamento foi avaliada em diversos tempos: imediatamente, após 1 dia, após 1 semana e após 1 mês. Os maiores valores de infiltração foram obtidos pelo cimento de óxido de zinco e eugenol. Os selamentos adesivos não obtiveram diferenças estatisticamente significantes entre si. Dessa forma, os autores concluíram que os materiais adesivos são os materiais ideais para se realizar esse segundo selamento após o tratamento endodôntico.

Wolanek et al., em 2001, utilizaram o método da infiltração bacteriana para avaliar a efetividade de uma barreira adesiva na prevenção da microinfiltração coronária e também a influência da utilização de um cimento endodôntico, a base de óxido de zinco e eugenol, nessa capacidade seladora. Para isso foram utilizados 51 molares humanos que tiveram seu terço apical radicular removido com brocas diamantadas. Os canais foram instrumentados com o sistema ProFile sob irrigação de NaOCl a 5,25% e armazenados em solução salina até o momento da obturação. Os dentes foram separados em 3 grupos: 1- Obturados com guta-percha, sem cimento e selados com Clearfil Liner Bond 2V; 2- Obturados com guta-percha, cimento e selados conforme o grupo 1; 3- Obturados com guta-percha e cimento, porém sem barreira coronária. A penetração bacteriana foi monitorada nos períodos de 30, 60 e 90 dias. Durante todo período não foi observada infiltração nos grupos 1, 2 e no controle negativo. No grupo 3, 11 dos 15 dentes apresentaram turbidez entre 15 e 76 dias. Sendo assim, o cimento não influenciou a redução da penetração bacteriana. Essa barreira contra a contaminação estaria mais relacionada a realização da restauração adesiva após a conclusão do tratamento endodôntico.

Galvan et al., em 2002, compararam quantitativamente a microinfiltração de cinco materiais restauradores quando colocados nas embocaduras dos canais radiculares como uma barreira intracoronária adicional. Cinquenta e dois molares humanos tiveram removidos o teto de suas câmaras pulpares e suas raízes (2 mm apicalmente a bifurcação). Foram instrumentados com limas manuais e brocas Gates Glidden #3 em toda a extensão do canal. A câmara pulpar e os canais foram irrigados com NaOCl a 5,25% por 2 min e lavados com água destilada por 1 min. Os

(29)

canais foram selados com guta-percha sem cimento endodôntico. Os dentes foram divididos em 5 grupos, com 10 dentes cada: A- Amalgabond Plus, B- CeB Metabond, C- One-Step, D- Palfique compósito transluscente + One-Step e E- Óxido de zinco/eugenol. A câmara pulpar do controle negativo foi selada com cianoacrilato e a do controle positivo foi mantida sem qualquer selamento. Os espécimes foram acoplados ao dispositivo de filtração de fluidos para a medição da microinfiltração de cada um, nos tempos de 1 dia, 1 semana, 1 mês e 3 meses. Em 1 dia, não houve diferença entre os grupos. A partir de 7 dias, a diferença entre eles foi notável, sendo que todos os materiais adesivos apresentaram menores valores de infiltração do que o óxido de zinco/eugenol.

2.2 A influência de compostos oxidantes na polimerização e na adesão dos materiais resinosos adesivos

Rueggeberg e Margeson, em 1990, avaliaram o potencial de inibição do oxigênio na polimerização da resina composta fluida e na sua resistência de união ao esmalte bovino condicionado. Todos os dentes tiveram suas superfícies de esmalte vestibular polidas e condicionadas com ácido fosfórico por 60 seg. A aplicação do sistema adesivo de frasco único ocorreu em 3 tipos de atmosferas: câmara com ar atmosférico (similar à clínica), câmara com argônio e câmara com ar atmosférico/argônio. Sobre o esmalte hibridizado, a resina composta foi aplicada dentro de uma matriz de forma a confeccionar cilindros de dimensões padronizadas (1,5mm de altura X 6,25mm de diâmetro). Vinte minutos após a presa da resina, a resistência ao cisalhamento do esmalte /sistema adesivo foi medida. As superfícies de fratura foram analisadas em MEV. O grau de conversão do monômero da resina fluida do adesivo foi calculado a partir do espectro infravermelho do conjunto dente/ resina. Tanto o grau de conversão monomérica, quanto os valores de resistência ao cisalhamento foram superiores quando as amostras foram polimerizadas em condições de argônio-exclusivo. As imagens no MEV mostraram que os dentes restaurados em câmaras de ar apresentaram camada de resina não polimerizada, que foi fisicamente deslocada. As amostras polimerizadas em câmaras de argônio mostraram camada de resina intacta, de espessura uniforme aderida ao esmalte condicionado, sem deslocamento. A resina fluida polimerizada em ambiente com ar

(30)

atmosférico apresentou espessura significativamente maior de resina não polimerizada em relação àquela foi polimerizada em atmosfera de argônio.

Ishizuka et al., em 2001, investigaram a confiabilidade e eficiência de um novo método (ainda não denominado na época) de avaliação da adesão de resinas às paredes dentinárias do canal radicular, mensurando simultaneamente a adaptação marginal e a resistência de união. Foram utilizadas 100 raízes de incisivos bovinos. A polpa foi removida, mas não foi realizada instrumentação. Os canais radiculares foram preenchidos com guta-percha termoplastificada sem a utilização de cimentos. Uma cavidade cônica foi preparada na entrada dos canais radiculares e então as amostras foram divididas em 5 grupos: A- sem tratamento com NaOCl a 6%, nem aplicação do adesivo; B- Aplicação de adesivo, mas sem tratamento com NaOCl a 6%; C, D e E- Aplicação do adesivo após o tratamento com NaOCl a 6% por 1, 5 e 10 min, respectivamente. Foram utilizados os sistemas adesivos Single Bond (SB – condicione-e-lave de 2 frascos) e Clearfil Mega Bond (MB – autocondicionante de 2 frascos) e preenchidos com resina composta. Imediatamente após, fez-se a aplicação de tinta nanquim sobre a restauração para identificação de falhas de adaptação (fendas marginais). Após serem armazenados em água destilada por 24 h, uma fatia de 1mm de espessura foi removida da região superior e levada para o teste de microtração. Todos os espécimes do grupo A apresentaram fendas marginais, mas nos grupos B, C, D e E em que o SB foi aplicado e no grupo B aonde foi aplicado o MB, não ocorreram falhas. Já nos grupos C, D e E em que foi aplicado o MB, foram encontrados fendas marginais mais frequentes com o aumento do tempo de aplicação de NaOCl. No teste de microtração não houve diferença entre os grupos B, C, D e E do SB, sendo que todos foram estatisticamente superiores ao grupo A. Nos grupos do MB, não ocorreu diferença estatística entre os grupos B e C, C e D e entre A, D e E.

Morris et al., em 2001, avaliaram o efeito do tratamento com NaOCl a 5% e RC-Prep (EDTA a 17% + uréia e peróxido de hidrogênio a 10% + carbowax) na resistência de união do cimento resinoso CeB Metabond à dentina intra-radicular. Os 56 dentes humanos unirradiculares utilizados no estudo foram acessados, os canais foram instrumentados até a lima K #70 e com brocas Gates- Glidden de #3 a #5. Foram divididos em 7 grupos: grupo 1, NaCl 0,9% (controle); grupo 2, NaOCl a

(31)

5%; grupo 3, RC-Prep; grupo 4, NaCl a 0,9%, + ácido ascórbico a 10%; grupo 5, NaOCl a 5%, + ácido ascórbico a 10%; grupo 6, NaOCl a 5% + ascorbato de sódio a 10%; grupo 7- RC-Prep + ácido ascórbico a 10%. O NaOCl e o RC-Prep ficaram por 15 a 20 minutos em contato com as paredes dentinárias de cada dente, já o ácido ascórbico e ascorbato de sódio, por 10 min. Todos os canais foram selados com CeB Metabond, armazenados em água por 24 h e então seccionados em 6 fatias de 1mm de espessura representando o terço médio e cervical. As fatias foram preparadas com brocas, desgastando as paredes mesial/distal para o teste de microtração. Todas as superfícies de fratura foram examinadas utilizando um estereomicroscópio. Os resultados demonstraram que tanto o tratamento com NaOCl a 5%, quanto com o RC-Prep, produziram significativa redução da resistência de união do cimento resinoso a dentina e que esta redução pôde ser completamente revertida com a aplicação tanto do ácido ascórbico, quanto pelo ascorbato de sódio a 10%. Nos dentes que foram tratados com NaOCl, todas as falhas ocorreram na interface adesiva. Nos grupos 4 e 5, a maioria das falhas foram coesivas em resina. Os maiores valores de resistência de união estiveram relacionados aos grupos com maiores porcentagens de fraturas coesivas em dentina.

Yiu et al., em 2002, estudaram a relação entre a microinfiltração e a recuperação do potencial adesivo perdido pela dentina oxidada tratada com hipoclorito de sódio a 5%. Foram utilizados 60 terceiros molares humanos que tiveram sua dentina exposta. No estudo foram avaliados dois sistemas adesivos do tipo condicione-e-lave de dois passos: One-Step, a base de acetona, e Gluma Comfort Bond + Desensibilizante, a base de etanol. Para cada adesivo foram feitos 3 grupos (n=10): 1- apenas ataque ácido; 2- condicionamento ácido seguido de irrigação com NaOCl a 5% por 10 min; 3- condicionamento ácido + irrigação com NaOCl a 5% por 10 min + lavagem com ascorbato de sódio a 10% por 10 min. Sobre a superfície tratada e hibridizada, foram construídos blocos de resina composta. Para cada grupo, 8 dentes foram usados para os testes de microtração e os outros 2 eram avaliados o padrão de microinfiltração (impregnação por prata) através de microscopia eletrônica de transmissão. Para os testes de microtração, os dentes foram fatiados em forma de palitos. Nos resultados, ambos os adesivos apresentaram significante redução da resistência de união quando o NaOCl foi aplicado à dentina. Quando o ascorbato de sódio foi aplicado, o comprometimento

(32)

da resistência de união foi efetivamente revertido aos valores de pré-tratamento. Após a aplicação de hipoclorito de sódio, os padrões reticulares de nanoinfiltração nas camadas híbridas foram substituídos por verticais, como “tapetes” ao longo da camada desmineralizada. Este tipo de nanoinfiltração foi completamente eliminado após o tratamento com ascorbato de sódio. Concluiu-se que o NaOCl residual nas porosidades da dentina mineralizada pode resultar na polimerização incompleta da resina e na diminuição dos valores de resistência de união.

Erdemir et al., em 2004, avaliaram a resistência de união de um material adesivo à dentina intrarradicular tratada com substância químicas auxiliares e medicações intracanais. Foram avaliados os seguintes tratamentos: NaOCl a 5,25%; H2O2 a 3%; a combinação de NaOCl e H2O2; gluconato de clorexidina a 0,2%; hidróxido de cálcio e formocresol. O NaOCl e o H2O2 foram irrigados por 60 segs, já as medicações, hidróxido de cálcio e formocresol, foram deixadas no canal radicular por 24 horas. Os canais foram obturados utilizando o sistema adesivo C&B Metabond. Após 24 horas, as raízes foram cortadas de forma a obter palitos que foram levados para o teste de microtração. Os resultados indicaram que o uso de NaOCl a 5,25%, H2O2 a 3% ou a combinação deste reduz os valores de resistência de união à dentina intrarradicular. As medicações com hidróxido de cálcio e formocresol não geraram alterações estatisticamente significantes, enquanto que a clorexidina foi capaz de gerar valores estatisticamente superiores ao grupo controle (soro).

Vongphan et al., em 2005, avaliaram o restabelecimento dos valores de resistência de união de um sistema adesivo condicione-e-lave na dentina tratada com várias soluções irrigadoras. Foram testadas a água destilada, o hipoclorito de sódio a 5,25%, o ascorbato de sódio a 10% e a combinações entre elas. Para o estudo, 30 terceiros molares humanos extraídos foram cortados horizontalmente para expor a dentina da câmara pulpar. Os dentes foram então divididos em cinco grupos: grupo 1, água destilada por 10 min; grupo 2, hipoclorito de sódio por 10 min; grupo 3, hipoclorito de sódio por 10 min + água destilada por 10 min; grupo 4, hipoclorito de sódio por 10 min + ascorbato de sódio por 10 min; grupo 5, hipoclorito de sódio por 10 min + ascorbato de sódio por 10 min + água destilada por 10 min. Os dentes foram então restaurados com sistema adesivo condicione-e-lave Single

(33)

Bond e resina composta. Após 24 horas armazenados, foram preparados para o teste de microtração. Neste estudo a resistência de união foi maior no grupo 4, do que no grupo 2, demonstrando que o hipoclorito de sódio diminui a resistência de união e que o uso do antioxidante avaliado reverteu essa perda. Um achado diferente deste trabalho foi que no uso sequencial de hipoclorito de sódio, ascorbato de sódio e água destilada, por 10 minutos cada, foram obtidos valores de resistência de união estatisticamente iguais ao grupo em que apenas foi utilizado o hipoclorito de sódio. Dessa forma, o uso da água destilada após o ascorbato de sódio teria anulado o seu efeito positivo no restabelecimento dos valores de resistência de união.

Weston et al., em 2007, avaliaram a influência do tempo de aplicação e da concentração do ascorbato de sódio em proporcionar uma maior resistência de união de um cimento resinoso à dentina intrarradicular tratada com NaOCl a 5,25%. Foram utilizados 30 dentes monoradiculares humanos, divididos em 6 grupos. Com exceção do grupo 1 (controle negativo), nos grupos 2 a 6 a instrumentação foi realizada sob irrigação de NaOCl 5,25%, sendo que o tempo total de contato com a substância foi de 15 a 20 minutos. Nos grupos 3, 4, 5 e 6 foram testados protocolos antioxidantes com o ascorbato de sódio a 10% por 10 min, 10% por 3 min, 10% por 1 min e 20% por 1 min, respectivamente. Após os tratamentos de cada grupo, os dentes foram então obturados com cimento resinoso e as raízes foram fatiadas e preparadas para avaliação da resistência de união por tração. Nos resultados, verificou-se que o ascorbato de sódio foi capaz de restaurar completamente os valores de resistência de união dos dentes tratados com NaOCl a 5,25% em todos os grupos em que foi empregado, independentemente da porção radicular avaliada, da concentração utilizada e do tempo de aplicação.

Prasansuttiporn et al., em 2011, avaliaram o efeito de três agentes antioxidantes/redutores, em diferentes tempos de aplicação, na resistência de união a dentina tratada com NaOCl. A superfície dentinária de 24 terceiros molares humanos foi exposta e os dentes foram divididos em 8 grupos: grupo 1- Irrigados com água destilada; grupo 2- Irrigados com NaOCl a 6% e lavados com água; grupo 3 e 4- Após tratamento semelhante ao grupo 2, foi feita aplicação de ascorbato de sódio a 10% por 5 e 10 min, respectivamente; grupo 5 e 6- Após tratamento

(34)

semelhante ao grupo 2, aplicação de um produto recente “Accel” (sal de sódio p-toluenosulfínico) por 5 e 10 min, respectivamente; grupo 7 e 8- Após tratamento semelhante ao grupo 2, aplicação de ácido rosmarinico dissolvido em etanol a 5% por 5 e 10 min, respectivamente. Foi realizado o protocolo adesivo com o sistema autocondicionante Clearfill Protect Bond e blocos de resina foram construídos em três incrementos de 1,5mm. Após serem seccionados, os espécimes obtidos foram posicionados nos dispositivos para avaliação na máquina de ensaios universal Ez Test e os padrões de fratura foram classificados através de estereomicroscópio. Como resultado, o grupo 2 obteve valores de resistência de união estatisticamente inferiores ao grupo controle (grupo 1). As aplicações de Accel ou ácido rosmarinico por 5 ou 10 min aumentaram significativamente a resistência de união à dentina tratada com NaOCl. O ácido ascórbico aplicado por 5 min não conseguiu o mesmo feito, entretanto quando aplicado por 10 min obteve valores estatisticamente iguais ao grupo 1 (controle). A maioria das amostras apresentou padrão de fratura mista, não havendo diferença significativa entre os grupos avaliados.

2.3 Alterações provocadas na estrutura dentária pelo uso de agentes clareadores

Titley et al., em 1988, realizaram um estudo para comparar a resistência adesiva de dois tipos de resina composta ao esmalte bovino clareado e não clareado. Os 256 incisivos bovinos utilizados tiveram sua superfície de esmalte planificada e foram divididos em 4 tratamentos: grupo 1, imerso em peróxido de hidrogênio a 35% por 60 min e condicionado com ácido fosfórico por 60 seg; grupo 2, imerso em NaCl por 60 min e condicionado com ácido fosfórico por 60 seg; grupo 3, condicionado com ácido fosfórico por 60 seg e imerso em peróxido de hidrogênio a 35% por 60 min; grupo 4, condicionado com ácido fosfórico por 60 seg e imerso em NaCl por 60 min. Dois tipos de resina composta foram aderidas ao esmalte, os dentes foram armazenados em água e após 1 ou 7 dias foram sumbmetidos ao teste de cisalhamento. A análise estatística dos resultados indicou que houve uma grande redução da resistência ao cisalhamento nos grupos tratados com peróxido de hidrogênio comparado aos grupos tratados com NaCl e esse achado foi correlacionado, na microscopia eletrônica de varredura, ao padrão de fratura mais

Referências

Documentos relacionados

Abstract: We consider the problem of robust model predictive control for linear sampled– data dynamical systems subject to state and control constraints and additive and

(2019) Pretendemos continuar a estudar esses dados com a coordenação de área de matemática da Secretaria Municipal de Educação e, estender a pesquisa aos estudantes do Ensino Médio

patula inibe a multiplicação do DENV-3 nas células, (Figura 4), além disso, nas análises microscópicas não foi observado efeito citotóxico do extrato sobre as

Dentre as principais conclusões tiradas deste trabalho, destacam-se: a seqüência de mobilidade obtida para os metais pesados estudados: Mn2+>Zn2+>Cd2+>Cu2+>Pb2+>Cr3+; apesar dos

O estudo tem como objetivo a preparação de catalisadores heterogêneos a base de alumina por reação de combustão e por meio de impregnação com trióxido de

O objetivo deste trabalho foi realizar o inventário florestal em floresta em restauração no município de São Sebastião da Vargem Alegre, para posterior

the human rights legislated at an international level in the Brazilian national legal system and in others. Furthermore, considering the damaging events already

Acrescenta que “a ‘fonte do direito’ é o próprio direito em sua passagem de um estado de fluidez e invisibilidade subterrânea ao estado de segurança e clareza” (Montoro, 2016,