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Colóquio de Física. Filosofia da Emergência Origens, Evolução e Dilemas das Teorias de Sistemas Complexos. José Monserrat Neto DCC/UFLA 31/10/2012

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Colóquio de Física

Filosofia da Emergência – Origens, Evolução e

Dilemas das Teorias de Sistemas Complexos

José Monserrat Neto – DCC/UFLA – 31/10/2012

(3)

Roteiro

1. Introdução

2. O Novo (no universo)

3. Evolução da Emergência

4. Reducionismo

5. Os Emergentistas

6. Castelo de Cartas?

7. Complexidade e Caos

8. Processos e Partes

9. Conclusão

(4)

Introdução

Livro: “Incomplete Nature – How Mind Emerged

from Matter”

Antropólogo Terrence Deacon

Capítulo 5: “Emergence”

Ausência de paradigma teórico

Objetivo: “comprender os fundamentos das

ideias dos fenômenos emergentes, tais como

hierarquia de níveis, transição entre níveis,

superveniência, causalidade, ontologia e

(5)

Roteiro

1. Introdução

2. O Novo (no universo)

3. Evolução da Emergência

4. Reducionismo

5. Os Emergentistas

6. Castelo de Cartas?

7. Complexidade e Caos

8. Processos e Partes

9. Conclusão

(6)
(7)

O Novo

Formação das:

● 1as partículas atômicas (13 bilhões de anos) ● 1as estrelas

● 1os elementos mais pesados que hidrogênio ● 1as galáxias

● 1as moléculas ● 1os planetas

Existem equações físicas para descrever as

propriedades resultantes, mas e os...

– 1os organismos vivos (vida)

(8)

O Novo

Propriedades físico-químicas se mantém, mas...

Vida e Mente alteram radicalmente como tais

propriedades se expressam:

Reversão da tendência termodinâmica típicaRelações informacionais na dinâmica causal

São fenômenos relativamente recentes

● 1as formas de vida → ~ 3,5 bilhões de anos ● 1os seres com mente → ~ 200 milhões de anos ● 1os seres pensantes → ~ 100 mil anos

(9)
(10)

O Novo

Com Vida e Mente surgem pela 1

a

vez:

● Representação do meio ambiente (informacional) ● Capacidade de se antecipar ao meio ambiente ● Ação com relativa autonomia

● Busca de alimento, autopreservação e procriação ● Alguma forma de Intenção, Vontade, Finalidade

Invertem a Causalidade da natureza inorgânica

São organizações Teleológicas

(11)
(12)
(13)

O Novo

Vida e Mente:

● Surgiram relativamente tarde

● Surgiram a partir de formas físicas antecedentes que

não possuíam tais propriedades

● São modos novos de organização da matéria/energia

que geraram formas inéditas de influências sobre os eventos do mundo

(14)

O Novo

Transição no surgimento do novo é chamado de

Emergência

Parece surgir às vezes do nada, como novidade

no universo, como algo imprevisível e misterioso

Harold Morowitz → lista de 20 emergências

Emergência:

● Formação de estrutura de ordem mais alta (novo nível) ● a partir da interação de seus componentes + simples ● Imprevisibilidade e descontinuidade das propriedades

(15)

Roteiro

1. Introdução

2. O Novo (no universo)

3. Evolução da Emergência

4. Reducionismo

5. Os Emergentistas

6. Castelo de Cartas?

7. Complexidade e Caos

8. Processos e Partes

9. Conclusão

(16)

Evolução da Emergência

Emergência é um conceito recente

Contra-ponto à ciência moderna:

● Substituição da causalidade teleológica pela material ● Eletricidade/Magnetismo, Calor/Energia, Princípios da

Termodinâmica a partir de dinâmicas newtonianas

● Até a teoria da evolução de Darwin (Seleção Natural)

Como usar a lógica científica para entender a

aparência teleológica de seres vivos e da mente?

Conceito-chave de uma posição intermediária:

(17)

Evolução da Emergência

Em “Problems of Life and Mind”, George Henry

Lewes (1879) diz:

“Toda resultante é, ou uma soma, ou uma diferença das forças cooperantes; é soma quando suas direções são as

mesmas, diferença quando suas direções são contrárias. Além disso, toda resultante é claramente rastreável em seus

componentes. Já nos emergentes ... há uma cooperação de coisas de um tipo diferente. O emergente é diferente na medida em que os seus componentes são incomensuráveis,

ele não pode ser reduzido a sua soma ou sua diferença”

(18)

George Henry Lewes

Crítico literário e Filósofo

John Stuart Mill

(19)

Evolução da Emergência

Mill em 'Um Sistema de Lógica':

“Todos os corpos organizados são compostos de partes, parecidos com aqueles que compõem a natureza inorgânica,

e que já existiam em estado inorgânico; mas os fenômenos da vida, que resulta da justaposição daquelas partes de uma

maneira determinada, não têm qualquer analogia com os efeitos que seriam produzidos pela ação das substâncias componentes consideradas como meros agentes físicos.

Para qualquer nível que imaginarmos que o nosso

conhecimento sobre as propriedades dos vários ingredientes de um corpo vivo possa ser ampliado e aperfeiçoado, é certo

que a mera soma das ações separadas desses elementos jamais irá resultar na ação do corpo vivo”.

(20)

Evolução da Emergência

Discontinuidade das propriedades

Exemplo: Cloro + Sódio –> Sal de Cozinha

Mill → Formação da Vida seria análoga a do Sal

(21)

Evolução da Emergência

“Atomismo” de John Locke:

Desenvolvimento gradual e espontâneo de idéias complexas a partir da associação dos dados dos sentidos via interação com o

mundo; os “átomos da experiência”

Lamark e Eramus Darwin (avô do Darwin):

● Inversão na visão da “Chain of Being”

● Mente está no fim do processo, não no início

Contradição da teoria da evolução de Darwin:

● Fornece apoio a visão emergentista

(22)

Evolução da Emergência

(23)

Roteiro

1. Introdução

2. O Novo (no universo)

3. Evolução da Emergência

4. Reducionismo

5. Os Emergentistas

6. Castelo de Cartas?

7. Complexidade e Caos

8. Processos e Partes

9. Conclusão

(24)

Reducionismo

Emergentismo foi uma reação a nova

metodologia científica, o Reducionismo:

“Fenômenos complicados podem ser decompostos em suas partes constituintes e suas propriedades, analisadas

separadamente, para posteriormente entender o todo em termos das propriedades e interações daquelas partes”

Exemplos:

● Teoria do átomo → propriedades da substâncias

● Calor/Energia mecânica a patir do movim. moléculas ● Organismo vivo a partir da interação das células, etc

(25)

Reducionismo

Thomas Hobes (1588-1679):

Objetos macroscópicos são constituídos por componentes menores, que por sua vez por ainda menores. Então,

“todos os fenômenos, incluindo as atividades humanas, podem ser reduzidos a corpos em movimento e suas

interações”

“Smallism”, expressão do filósofo Robert Wilson

Estratégia bem sucedida, mas...

Mesmo quando distinguíveis, as partes nem

(26)

Reducionismo

Avanços nas áreas da Biologia e Neurociências:

● Química orgânica é contínua à inorgânica

● Metabolismo vivo é apenas um caso especial de

reações química interligadas

● Descoberta do DNA (1953) deu impulso à metodologia

reducionista → “idéia do segredo da vida”

● Neurociências: há teorias bem completas das funções

sinápticas e do funcionamento dos neurônios

● Progresso enorme no conhecimento das estruturas

micro dos organimos vivos e do sistema nervoso

(27)

Reducionismo

Problema do “Smallismo”:

Desloca o foco da atenção da complexidade interacional, para as partes constituintes, examinadas separadamente

(28)

Roteiro

1. Introdução

2. O Novo (no universo)

3. Evolução da Emergência

4. Reducionismo

5. Os Emergentistas

6. Castelo de Cartas?

7. Complexidade e Caos

8. Processos e Partes

9. Conclusão

(29)

Os Emergentistas

Reação contra o reducionismo → final século XIX

Emergentistas britânicos:

Conwy Lloyd MorganC. D. Broad

Samuel Alexander

Meio termo entre reducionismo e vitalismo

Influenciados por Mill e Lewes

Noção de 'nível' de Mill → baseada na diferença

(30)

Morgan

Alexander

(31)

Os Emergentistas

Todos consideram a seguinte concepção:

As propriedades de nível mais alto são distintas das

propriedades de nível mais baixo em virtude de formas não aditivas de interação

Em suma:

Discontinuidade das propriedades a despeito da continuidade composicional

Mill → há 2 tipos de leis para as interações:

● Homopathic Laws (de caráter aditivo)

(32)

Os Emergentistas

Morgan em “Emergent Evolution” (1923), diz que:

Processo evolucionário produziu

regularmente propriedades emergentes.

Broad e Alexander definem 'Emergência':

Conceito ontológico (Broad):

Propriedade emergentes são fundamentalmente descontínuas em relação às do nível mais baixo

Conceito epistemológico (Alexander):

Impossibilidade intrínseca de se conhecer ou prever as propriedade emergentes a partir das do nível mais baixo

(33)

Os Emergentistas

Tentativas iniciais não foram bem sucedidas:

● Não erigiram base filosófica sólida

● É mais descrição da Emergência do que Conceituação ● Ampla divergência entre os emergentistas posteriores ● Inúmeras formas diferentes de definir Emergência

Distinção entre dois tipos:

● Weak Emergentists (contin. , compatível c/ reducion.) ● Strong Emergentists (discontinuidade fundamental)

Diversos autores:

(34)

Os Emergentistas

Roger Sperry:

● Visão configuracional de Emergência

Ele argumenta:

“Sendo parte de um todo muda indiretamente algumas propriedade das partes. Especificamente, cria novas

possibilidades ao restringir outras”

(35)

Os Emergentistas

Sperry usa analogia da roda para tentar explicar

a configuração dos neurônios, potenciais iônicos,

moléculas, etc, do sistema nervoso cerebral

Outro conceito central: “Downward Causation”

Mas... exemplo da roda:

● Não é exatamente uma causalidade “downward”

● É exemplo do efeito configuracional, descritos em termos de

'restrições' ao movimento material

● Essa “causação” é parecida c/ a causa formal de Aristóteles

(36)

Os Emergentistas

Alternativa de Paul Humphreys

baseada na física quântica:

“Eventos e objetos individuais são ambíguos” (entrelaçamento quântico)

(37)

Os Emergentistas

Paul Humphreys:

“Ao invés de dizer que as interações das partes de um todo emergente produz novas propriedades, ou que herdam novas propriedades em virtude de seu envolvimento com o

todo, ou ainda que exibem novas propriedades impostas pela configuração do todo, as partes são significativamente

transformadas como resultado de estarem fundidas umas nas outras em uma configuração maior”

(38)

Os Emergentistas

Chama de Fusão tal alteração/transformação

Ele argumenta que:

● A fusão resulta na perda de algumas propriedades

das partes constituintes que literalmente deixam de existir quando são incorporadas numa

configuração maior

● As partes sofrem uma alteração que modifica

suas propriedades ao serem incluídas em alguma unidade maior

(39)

Os Emergentistas

Exemplo da física quântica:

● Incerteza quântica → impossibilidade de especificar

posição e velocidade, ao mesmo tempo

● Ela desaparece na interação com instrumentos

macroscópicos, resultando em certeza

● Transição quântica-clássica → colapso da função de

onda de Schrödinger (onda de probabilidade)

● Propriedades quânticas estranhas são “engolidas” na

(40)

Os Emergentistas

Exemplo da célula (Deacon):

Maioria das moléculas da célula estão entrelaçadas

num processo contínuo de síntese recíproca, assim: “Se os componentes de uma célula, tais como macromoléculas, são produzidas reciprocamente ao longo do tempo, a natureza do que constitui cada parte somente pode ser determinda em relação

ao organismo como um todo”.

● Elas existem e suas propriedades específicas são

criadas, reciprocamente, como resultado da sinergia sistêmica de ordem mais alta

● Essencial perceber: moléculas poderiam participar de

(41)

Os Emergentistas

(42)

Os Emergentistas

Paralelo entre exemplos da Roda e da Célula:

Ao serem incorporadas numa configuração emergente, as partes e algumas de suas propriedades são restringidas

Diferenças:

● A Configuração Geométrica (Sperry) do todo não afeta

as propriedades locais das partes

● Na noção de Fusão (Humphreys), as propriedades

(43)

Os Emergentistas

Mais diferenças:

Surgem restrições afetando interação no nível + baixo, mas...

● Na roda, afeta apenas as propriedades relacionais, a

mobilidade de seus átomos é perdida, mas as

propriedades intrínsecas, como carga e massa, não são afetadas

● Na célula, afeta também as propriedades intrínsecas

das moléculas. Estas resultam de sua incorporação dentro do sistema maior 'célula viva'

(44)

Os Emergentistas

Comparação mostra duas ordens de emergência:

● Na célula, ocorre a emergência de um organização

entencional

● Na roda, não. Na roda, se fornece uma noção de

emergência compatível com o reducionismo. É possível reconstruir a roda, uma vez desmontada

● Na célula, isso não ocorre, pois suas “partes” são

instáveis e degradam rapidamente, após retiradas do organismo, não sendo possível reconstrui-la

Na roda, a relação emergente é Sincrônica

● Na célula, não. A dinâmica dos processos recíprocos

(45)

Roteiro

1. Introdução

2. O Novo (no universo)

3. Evolução da Emergência

4. Reducionismo

5. Os Emergentistas

6. Castelo de Cartas?

7. Complexidade e Caos

8. Processos e Partes

9. Conclusão

(46)

Castelo de Cartas?

Críticas fortes às teorias emergentistas

Atacam o papel do Todo em relação as Partes, e

a sua noção de causalidade descendente

Se fenômeno emergente exerce influência causal

nas partes, as quais dão origem a emergência:

● Quem causa a emergência? Quem causa quem? ● Não estaríamos contando duas vezes?

● Ou, caindo numa regressão viciosa ao infinito?

(47)
(48)

Castelo de Cartas?

Jaegwon Kim (artigos 1980-90)

Assumindo que:

● Vivemos num mundo sem mágicas (causal closure) ● Todas entidades são feitas de componentes + simples ● Interações físicas resultantes são geradas a partir de

suas propriedades físicas elementares

Então, qualquer que sejam os poderes causais que dermos para as entidades emergentes, de nível + alto, elas devem ser realizadas efetivamente pelas interações físicas básicas

(49)

Castelo de Cartas?

Objeção de Kim significa que:

● Defender que a causa de algum estado ou evento

surge num nível emergente é redundante

● É tudo quarks e glúons, ou qq entidade básica ● Fodor: “Porque existiria qq coisa além da física?”

Centro da crítica de Kim: Superveniência

● Desde Morgan, 'superveniência' é característica

definidora de emergência

● Descreve a relação das propriedades emergentes com

(50)

Castelo de Cartas?

Donald Davidson define 'superveniência' em

relação ao problema Corpo / Mente

“Não pode haver 2 eventos exatamente iguais em todos os aspectos físicos diferindo apenas em algum aspecto mental”

“Um objeto não pode alterar algum aspecto mental sem alterar algum aspecto físico”

Definição postula então dependência forte e assimétrica na relação hieráquica entre os níveis (acima e abaixo). Assim:

“Não pode haver mudanças nas propriedades mentais (emergentes) sem haver mudança nas propriedades

(51)

Castelo de Cartas?

Desafio fundamental ao emergentismo clássico:

Como explicar que as propriedades de ordem mais alta (superveniente) não podem ser reduzidas às propriedades

do nível mais baixo (subveniente) – em algum sentido essencial – e, ao mesmo tempo, tais propriedades

emergentes serem inteiramente dependentes das

propriedades das partes constituintes do nível mais baixo? Concordando que não pode haver mudança no Todo sem uma mudança nas Partes, como seria possível haver alguma

coisa sobre o Todo que não seja reduzível a combinações das propriedades das Partes?

(52)

Castelo de Cartas?

(53)

Castelo de Cartas?

Análise de Partes/Todo é metodologia antiga,

desde a Grécia pré-socrática, Platão, Aristóteles

Estudo das relações de composição: Mereologia

Emergência surge como esforço para desafiar a

noção que 'O todo é apenas a soma das partes'

Crítica de Kim é devastadora

(54)

Castelo de Cartas?

Roteiro da crítica de Kim:

“Definir as partes e o todo de tal maneira a excluir a possibilidade de contar em dobro as influências causais” Ao mapear todas as forças causais das distintas partes,

não sobrepostas, não deixa nenhuma possibilidade para considerá-las como um agregado emergente de tais partes, não importando como estão organizadas. Assim, o agregado

somente pode ser visto como a mera soma das partes.

Crítica é devastadora p/ conceito de emergência

(55)

Castelo de Cartas?

Saída → usar a noção de Fusão de Humphreys:

● Metafísica de substância da mereologia tradicional

está em desacordo com a física quântica

● Não existem partículas elementares últimas, sem

organização composicional de nível mais baixo,

sobre as quais se poderia alicerçar distinções claras e não ambíguas das forças causais

● Teoria quântica dissolveu a “base do fundo”, cuja

dissolução se ramifica para cima e minou qualquer visão “buttom-up” simples das forças causais

● No nível mais baixo da escala existem apenas campos

quânticos, não partículas pontuais indivisíveis, ou configurações extendidas estáveis e distinguíveis

(56)

Castelo de Cartas?

Campos quânticos:

● Tem origens espaço-temporal ambíguas

● Tem propriedades extendidas que são definíveis

apenas de forma estatística e dinâmica

● São definidos através de qualidade dinâmica –

uma função de onda – não por limites extensionais discretos

Assim: a distinção entre a dinâmica do todo

emergente e o substrato da dinâmica (as partes

constituintes) se dissolve

(57)

Castelo de Cartas?

Mais:

● Interações quânticas se tornam clássicas quando

envolvem ações macroscópicas, e somente então exibem as propriedades mereológicas singulares e identificáveis no cotidiano

● Características particuladas da matéria (átomos e

moléculas) são regularidades estatísticas da instabilidade dinâmica dos campos quânticos, devido à existência de propriedades quase estáveis e ressonantes dos processos

quânticos de campo

(58)

Castelo de Cartas?

Conclusão do Deacon:

Considerações mereológicas simples não servem de base para comprender matéria e causalidade e definir emergência

Mark Bickhard aprofunda:

● Mereologia clássica supõe que na base “as

partículas participam de uma organização, mas elas próprias não teriam organização”

● Partículas pontuais sem organização não existem ● Partículas reais são sempre de algum jeito fonte

indeterminada de campos quânticos inerentemente osciliatórios

(59)

Castelo de Cartas?

Bickhard propõe que:

A 'organização' do processo interativo das partículas é ela própria a fonte de poder causal

Logo:

Se a organização de um processo é fonte de seu poder causal, estão uma re-organização fundamental do processo interativo, em qualquer nível que ocorra, deve ser associada

(60)

Castelo de Cartas?

Mudança de foco da interpretação mereológica

da emergência:

● Evita crítica de Kim

● Abre porta para novas investigações

● Descarta o conceito de superveniência, que é

sincrônico e estático

● Emergência é conceito intrinsecamente temporal

É necessário conceber Emergência em termos

(61)

Roteiro

1. Introdução

2. O Novo (no universo)

3. Evolução da Emergência

4. Reducionismo

5. Os Emergentistas

6. Castelo de Cartas?

7. Complexidade e Caos

8. Processos e Partes

9. Conclusão

(62)

Complexidade e Caos

Emergência ganha novo significado no final do

século XX, por causa de:

1) Estudos dos fenômenos inorgânicos com mudanças descontínuas de propriedades a nível de agregado, devido a dinâmicas altamente não-lineares

2) Desenvolvimento de simulações computacionais capazes de modelar processos iterativos

complexos, e dinâmicas altamente não-lineares

Comparados com Vida e Mente, processos inorgânicos, que geram discontinuidades de escala do comportamento

(63)

Complexidade e Caos

São os chamados processos auto-organizados:

● Crescimento dos cristais de gelo

● Montagem espontânea de lipídeos de membranas ● Transição p/ supercondutividade em temp. baixas ● Formação de pilhas de areia (grãos), etc, etc

Em tais processos:

● Propriedades do agregado de nível mais alto

surgem a partir de interações de componentes que não tem tais propriedades

(64)
(65)
(66)
(67)

Complexidade e Caos

Processos auto-organizados ganharam enorme

atenção devido às simulações computacionais:

● Modelagem, controle e manipulação das variáveis ● Criação de “mundos de brinquedo”

● Resultados surpreendentes após muitas iterações ● Destaque: 'cellular automata' (John Cowan - 1960)

e seu 'game of life'

Assim, a “lógica de gerar regularidades globais complexas e “entidades” identificáveis a partir de operações iteradas se

(68)

Complexidade e Caos

Soluções iterativas:

● Modelos físico não-lineares → não convergem

para soluções simples

● Soluções mapeadas em um “espaço de fase”

● Resultados não são inteiramente regulares, nem

são caóticos

● Trajetória quasi-regular → passam por mesma

zonas do espaço de fases: 'Itinerance'

● Têndencia de “orbitarem” em torno da trajetória

principal pode ser vista como uma estrutura, chamada de 'Atrator' (sentido figurado)

(69)
(70)

Complexidade e Caos

Edward Lorenz (1963):

● Atrator de Lorentz

● Simulou fluxo do ar na atmosfera

● Deu início à área de estudos 'Caos determinístico'

De todos esses estudos:

● Surge campo das teorias de sistemas complexos ● Reformularam o problema de emergência

● Regularidades são vistas a partir de interações

dinâmicas desorganizadadas das partes comp.

(71)

Complexidade e Caos

Consequências:

● Enorme difusão das teorias da complexidade em

todas as áreas das ciências (física, química, biologia, economia, sociologia, administração)

● Inúmeros conceitos diferentes (torre de babel) ● Não enfrentam as questões sobre a origem e a

natureza física dos fenômenos entencionais

Resultado:

● Sucesso ou fracasso?

(72)

Roteiro

1. Introdução

2. O Novo (no universo)

3. Evolução da Emergência

4. Reducionismo

5. Os Emergentistas

6. Castelo de Cartas?

7. Complexidade e Caos

8. Processos e Partes

9. Conclusão

(73)

Processos e Partes

Re-emergência de Emergência deslocou o foco

para as dinâmicas da emergência (processos)

Mas, não se encaixam nas categorias clássicas

da emergência

Isso obriga a re-pensar 2 conceitos centrais:

● Distinção partes/todo (mereologia) ● Relação de superveniência

Eliminando os dois ainda temos Emergência?

(74)

Processos e Partes

Mark Bickhard:

“Estados mentais não existem, assim como os estados de uma chama – ambos são processos”

Tais fenômenos se caracterizam pelas “transformações” entre estados, não pela constituição da coisa em si

“Estar vivo não consiste apenas em ser composto de um modo particular (sistema complexo) mas de mudar

continuamente de um modo particular (processo) Processo de milhares de moléculas numa vasta rede

interativa que reciprocamente sintetizam e organizam umas às outras, e que não são “partes” num sentido simplificado

(75)

Processos e Partes

Aposta do Deacon → concepção dinâmica do

processo de emergência resolve alguns dilemas:

● Evita crítica de Kim (distinção partes/todo) ● Descarta conceito de superveniência

Mas cria outros:

● Podemos assumir que a organização específica

do processo interativo seria determinante fundamental de causalidade física?

(76)

Processos e Partes

Em suma, 'Concepção de Processo':

● Limpa terreno para possíveis progressos futuros, mas ● Precisa de uma teoria de processos emergentes que

articule as alternativas dinâmicas, para substituir as características definidoras clássicas de emergência

● Requer novos critérios para definir regimes dinâmicos

hierarquicamente distintos, e a relação entre eles, que não podem mais ser vistos em termos de

simples composição

● Requer concepção que integre as propriedades do

nível mais baixo com as do nível mais alto, em que estes processos possam ser concebidos como

(77)

Processos e Partes

(continuação):

● Deve explicar como a organização de um processo

físico pode se tornar fonte de um modo distinto de causalidade, que seja independente dos padrões de interação causal dos componentes individuais deste processo

● Não deve favorecer nenhuma prioridade na influência

causal, nem de-baixo-para-cima, nem de-cima-para-baixo (nem ascendente, nem descendente)

● Precisa explicar inversão da tendência termodinâmica

típica (entropia diminui)

● Precisa explicar a formação de organismos vivos e

(78)

Roteiro

1. Introdução

2. O Novo (no universo)

3. Evolução da Emergência

4. Reducionismo

5. Os Emergentistas

6. Castelo de Cartas?

7. Complexidade e Caos

8. Processos e Partes

9. Conclusão

(79)
(80)

Conclusão

Ideia-chave do Deacon:

● A propriedade emergente de uma entidade maior

agregada surge a partir de restrições das partes

● Cria novas possibilidades de ação e causalidade

ao se restringir a liberdades das partes

● É o “menos” das partes que gera o “mais” do todo

ou

● O “mais” do todo surge do “menos” das partes ● E são as restrições (menos) das partes que

(81)
(82)

Célula de Convecção de Bernouille

Cuba com óleo de silicone aquecida de forma uniforme

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